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Série Documentos, nº 36
Governo do Estado de Mato Grosso
Governador: José Pedro Gonçalves Taques
Vice-governador: Carlos Henrique Baqueta Fávaro
Série Documentos, 36
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS
PARA ADEQUAÇÃO DE
ESTRADAS RURAIS
Cuiabá-MT
Outubro/2007
Série Documentos, 36
CDD: 630.72098172
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 5
2. INTEGRAÇÃO DAS ESTRADAS RURAIS COM ÁREAS AGRÍCOLAS .......................... 5
3. PLANO MUNICIPAL DO SISTEMA VIÁRIO RURAL ............................................... 6
4. PROJETO TÉCNICO DE ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS RURAIS ................................ 7
5. LEVANTAMENTO DA ESTRADA OU TRECHO A SER ADEQUADO .............................. 7
6. ELABORAÇÃO DO CROQUI OU MAPA DA SITUAÇÃO ........................................... 8
7. ELABORAÇÃO DO PROJETO TÉCNICO ........................................................... 9
8. DIMENSIONAMENTO DAS OBRAS PRINCIPAIS ............................................. 9
8.1. CÁLCULO DO VOLUME DE CORTE E ATERRO, TERRAÇOS LATERAIS DE
ESCOAMENTO OU DE RETENÇÃO, LOMBADAS, ATERRO DE VALETAS E
CASCALHO ............................................................................... 9
8.2. CÁLCULO DAS DISTÂNCIAS E ALTURAS DE CORTE DOS BARRANCOS E
TRANSPORTE DE MATERIAL ................................................................. 9
8.3. CÁLCULO DA DEMANDA DE HORAS/MÁQUINAS E DA MÃO-DE-OBRA PARA
AS DIVERSAS OPERAÇÕES ................................................................. 10
9. DIMENSIONAMENTO DAS OBRAS COMPLEMENTARES ESPECÍFICAS ....................... 10
10. ELABORAÇÃO DO CROQUI OU MAPA DA SITUAÇÃO PROPOSTA ........................ 11
11. APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E APROVAÇÃO DO PROJETO .............................. 11
12. EXECUÇÃO DO PROJETO TÉCNICO .............................................................. 11
12.1. ÉPOCA PROPÍCIA PARA O INÍCIO (DISPONIBILIDADE DE MÁQUINAS E ÉPOCA
SECA) ............................................................................... 11
12.2. SEQÜÊNCIA DOS TRABALHOS (A ORDEM DAS OPERAÇÕES ALTERA O
PRODUTO). AS ATIVIDADES SEMPRE DEVEM COMEÇAR DE CIMA PARA
BAIXO ............................................................................. 11
12.3. APOIO LOGÍSTICO-OPERACIONAL (PROPICIAR CONFORTO E INTEGRIDADE
AOS TRABALHADORES, E SEGURANÇA PARA AS MÁQUINAS EVITANDO
TRANSTORNOS AOS USUÁRIOS) ..................................................... 12
12.4. ACOMPANHAMENTO TÉCNICO (O RESPONSÁVEL TÉCNICO DEVE
ACOMPANHAR SISTEMATICAMENTE A EXECUÇÃO, CONFERINDO E
ORIENTANDO, ASSIM COMO RECEBER A OBRA SOMENTE QUANDO ESTIVER
DE CONFORMIDADE COM O PROJETO TÉCNICO) .......................... 12
13. OBRAS MAIS COMUNS EM ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS RURAIS ......................... 12
13.1. REALOCAÇÃO DE TRECHOS ............................................................ 12
13.2. QUEBRA DE BARRANCO ................................................................. 13
13.3. SUAVIZAÇÃO DE TALUDE .......................................................... 14
13.4. CORREÇÃO DO LEITO ............................................................... 14
13.5. CONSTRUÇÃO DE LOMBADAS .................................................... 15
13.6. DIMENSÕES DA LOMBADA ............................................................ 16
13.7. CONSTRUÇÃO DE CAIXAS DE RETENÇÃO ............................................ 17
13.8. CAIXAS DISSIPADORAS DE ENERGIA HIDRÁULICA .................................. 18
13.9. TERRAÇOS DE ESCOAMENTO (BIGODES) ............................................. 19
13.10. REVESTIMENTO PRIMÁRIO DO LEITO DA ESTRADA RURAL ..................... 19
14. OBRAS COMPLEMENTARES ....................................................................... 21
14.1. BUEIROS ..................................................................................... 21
14.2. DRENOS ..................................................................................... 23
14.3. MATERIAL DRENANTE ..................................................................... 25
15. PROBLEMAS MAIS COMUNS NAS ESTRADAS RURAIS ....................................... 26
15.1. BANCOS DE AREIA ....................................................................... 26
15.2. ATOLEIROS .................................................................................. 27
15.3. BURACOS ................................................................................... 28
15.4. TREPIDAÇÕES (COSTELA-DE-VACA) ................................................. 29
15.5. EROSÕES NO LEITO DA ESTRADA ..................................................... 29
15.6. POEIRA EXCESSIVA .................................................................. 30
15.7. PISTA ESCORREGADIA, DESLIZANTE OU DERRAPANTE ...................... 30
16. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 32
17. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ................................................................. 33
ANEXOS - REGISTROS FOTOGRÁFICOS .............................................................. 34
ADEQUAÇÃO DE ESTRADAS RURAIS
1 - INTRODUÇÃO
1
Técnico em Agropecuária - EMPAER-MT - Esloc de Jaciara-MT
adequadas, visando o controle superficial das águas de chuvas (Figura
1).
ADEQUAÇÃO DE
MANEJO INTEGRADO DE
ESTRADAS E
ESTRADAS E ÁGUAS CARREADORES
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d) plano de curto, médio e longo prazos com cronograma
físico-financeiro;
e) definir fonte de recursos financeiros;
f) capacitação técnica dos profissionais;
g) treinamento dos operadores de máquinas; e
h) conscientização dos usuários sobre a conservação e
manutenção do sistema.
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“aborrecimentos” durante a execução dos trabalhos ou danos às
atividades já executadas.
A divisão da estrada em trechos facilitará os trabalhos de
levantamento de campo e elaboração do projeto técnico, e em cada
trecho deverá conter as seguintes informações básicas:
distância do trecho;
declividade das rampas;
altura dos barrancos laterais;
largura da estrada;
litologia e pedologia (tipo de perfil, textura, estrutura,
permeabilidade etc.);
afloramento de rochas;
minadouros e formações de atoleiros;
bancos de areia;
existência de terraceamento ou não nas margens;
tipo de exploração nas áreas contíguas;
área de influência da água a montante e a jusante;
pontes e bueiros;
presença de construções nas margens (casas, linhas de
transmissão, cerca etc.); e
litígio entre vizinhos.
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os produtores que conhecem a região. Então, de posse dessas
informações, elabora-se o memorial descritivo.
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transporte de material;
8.3. cálculo da demanda de horas/máquinas e da mão-de-
obra para as diversas operações de:
retirada de cercas;
limpeza da área e arranquio de árvores;
quebra de barranco ou “bota dentro”;
sistematização do leito (elevação e abaulamento);
construção de lombadas;
construção dos terraços laterais ou bigodes;
corte e transporte de cascalho; e
lançamento, distribuição e compactação do cascalho.
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10 - ELABORAÇÃO DO CROQUI OU MAPA DA SITUAÇÃO
PROPOSTA
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das operações altera o produto”.
12.3. apoio logístico-operacional (propiciar conforto,
integridade e segurança aos trabalhadores que operam
as máquinas, evitando transtornos aos usuários); e
12.4. acompanhamento técnico (o responsável deve
supervisionar sistematicamente a execução,
conferindo e orientando, assim como receber a obra
somente quando estiver de conformidade com o
projeto técnico).
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Figura 2. Realocação de trechos da estrada rural
13
13.3. Suavização de talude
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13.5. Construção de lombadas
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13.6. Dimensões da lombada
Obs.: Nas estradas com o leito bem abaulado e compactado e, que esteja
no nível do terreno original ou acima do mesmo, não há necessidade de
lombadas. Deve-se ter cuidado com a construção de lombadas, pois
essas aumentam a declividade média das estradas, contribuindo para
uma maior perda de potência dos veículos de carga.
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13.7. Construção de caixas de retenção
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d) rápido assoreamento, e da baixa capacidade da infiltração
(selamento superficial); e
e) riscos de acidentes.
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13.9. Terraços de escoamento (bigodes)
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sistematizado da estrada com a finalidade de melhorar a aderência e
tração dos veículos quando o piso estiver molhado (Figura 9). Deve-
se efetuar o encascalhamento quando a declividade da estrada for
maior que 6%, e também das lombadas para evitar o seu
rebaixamento, ocasionado pelo tráfego de veículos.
Essa prática deve ser realizada com o solo úmido e revolvido
superficialmente, para que ocorra o “cunhamento” entre o cascalho e
a pista de rolamento. Se o solo estiver compactado deve-se efetuar
uma gradagem antes de distribuir o cascalho. A espessura da camada
de cascalho deve ser calculada em função da intensidade do tráfego,
Distância de Transporte de Material (DTM) e da sua abundância no
local. Essa espessura varia de 10 cm a 20 cm depois de compactado.
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14 - OBRAS COMPLEMENTARES
14.1. Bueiros
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No dimensionamento do bueiro deve-se considerar o volume
de água (vazão) dado pela bacia de captação e precipitação média
(média das máximas), mas não deve ter diâmetro inferior a 40 cm.
Os bueiros são calculados para funcionarem com 70% de sua
capacidade de carga, visando melhor eficiência, e com isso evitar o
seu afogamento (transbordamento).
Os tubos devem ser assentados sobre uma base bem
conformada de terra ou concreto e a sua declividade deve ser de 1%
a 2% (Figura 11).
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evitar o desmoronamento e entupimento. O aterramento sobre os
tubos deve ter uma camada de terra de no mínimo 1,5 vez o diâmetro
do tubo para impedir a quebra do mesmo.
14.2. Drenos
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Tabela 1. Velocidade de escoamento e talude em função do tipo de
solo
b) Cobertos
Os drenos cobertos (subterrâneos) podem ser usados, de
maneira geral, em declividades mais acentuadas que os drenos
abertos.
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14.3. Material drenante
a) Bambu
Os bambus são colocados em feixes dentro da vala aberta e
depois cobertos com uma camada de terra. Somente é recomendada
a utilização desse material onde existir água permanente, pois caso
contrário ocorrerá o seu rápido apodrecimento.
b) Pedras
As pedras a serem utilizadas (pedras marroadas, pedras de
mão etc.) devem ser recobertas com capim ou lona plástica antes de
fazer o aterramento (Figura 12).
c) Tijolos furados
Após a abertura da valeta coloca-se os tijolos furados de forma
longitudinal, a fim de que haja coincidência dos orifícios para o
escoamento das águas.
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d) Tubos de drenagens e bidin
Em função dos elevados custos desses materiais, somente
deverão ser utilizados em casos especiais. Os tubos podem ser de:
concreto, concreto armado, PVC, ferro fundido ou galvanizado etc.
a) Causas
Ocorrem em solos onde a percentagem de argila (material
ligante ou cimentante) é muito baixa. Nesses casos é comum a
formação de “bancos de areia” por meio da ação combinada das
águas das chuvas que “levam a areia” e pelo tráfego intenso de veículos
(Figura 13). Normalmente esses bancos se formam em trechos
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pequenos ou longos, que em tempo de estiagem tornam-se um sério
problema de segurança para o tráfego. Também podem ocorrer tanto
nas baixadas como nos pontos altos, onde há predominância dos
Neossolos Quartzarênicos (Areias Quartzosas).
b) Correção
Recomenda-se retirar a camada de areia solta e esparramar
uma camada de cascalho ou a distribuição e mistura de solo com alta
percentagem de argila na proporção que varia de 1:1 a 1:2,5.
15.2. Atoleiros
a) Causas
Ocorrem em função da baixa ou da falta de capacidade de
suporte do leito da estrada, devido à presença de água ou lençol
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freático muito próximo à superfície.
b) Correção
Deve-se retirar a água por meio de drenagem e distribuição
de uma camada de reforço (encascalhamento) até obter o nível de
sustentação desejado.
15.3. Buracos
a) Causas
Os buracos nas estradas são formados por:
Contínua expulsão de partículas sólidas das poças d’água
pela passagem de veículos;
carregamento das partículas pelas águas das enxurradas
(erosão); e
expulsão das partículas sólidas, quando estão
desagregadas (poeiras) pelo tráfego de veículos.
b) Correção
A formação de buracos demonstra que o leito da estrada pode
apresentar um dos seguintes problemas:
Drenagem deficiente ;
falta de abaulamento para as laterais;
escorrimento de água pelo leito;
lombadas mal dimensionadas; e
revestimento primário deficiente, entre outros.
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15.4. Trepidações (Costela de vaca)
a) Causas
As trepidações ocorrem devido às erosões transversais ao
leito da estrada, e também onde o “encascalhamento” foi realizado
com material grosseiro (pedregulhos com diâmetro superior a 0,5
cm), sem material agregante. Nesse último caso, o trânsito de veículos
acumula material transversalmente no leito da estrada, formando
ondulações que causam trepidações nos mesmos.
b) Correção
A correção do leito da estrada deve ser executada com a
distribuição e mistura de um material agregante ou substituição do
revestimento.
a) Causas
Normalmente as erosões surgem pela falta ou deficiência na
condução das enxurradas, tanto no leito da estrada como nas áreas
contíguas.
b) Correção
A correção das erosões no leito da estrada é realizada com a
condução das águas das chuvas pelos seguintes meios:
Adequação ou readequação das estradas;
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terraceamento das áreas próximas à montante;
retirada das águas do leito da estrada, direcionando-as para
as áreas marginais; e
manter o abaulamento do leito da estrada.
a) Causas
Estradas com revestimento do leito com material,
excessivamente, fino e solto (ou não compactado). A quantidade elevada de
poeira pode gerar insegurança aos usuários e acidentes diversos.
b) Correção
O leito da estrada deve ser revestido com material
selante (cascalho fino com argila) ou distribuição de cascalho de boa
compactação.
a) Causas
Em geral as pistas escorregadias ocorrem nas estradas
onde o solo é muito argiloso (> 60% de argila) e com a presença de
água. O problema é agravado pela falta de abaulamento correto do
leito, podendo oferecer riscos à segurança dos usuários (Figura 14).
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Figura 14. Estrada com solo muito argiloso
b) Correção
A correção da pista escorregadia deve ser efetuada por meio
da distribuição de cascalho ou material pedregoso no leito da estrada
(Figura 15).
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16 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
32
17 - BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
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ANEXOS
REGISTROS FOTOGRÁFICOS (atividades executadas)
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