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À

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE BARRA MANSA


Superintendência de Obras e Serviços Públicos da
Prefeitura do Município de Barra Mansa, RJ.

PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCOS

RELATÓRIO DA ETAPA 1
ELABORAÇÃO DA METODOLOGIA DE TRABALHO DETALHADA

CONTRATO CÓDIGO PANGEA REVISÃO LOCAL E DATA

042/2013 1742-R1-13 1 São Paulo


Dezembro.2013

Rua Judite França Costa, 175. Jardim Bonfiglioli. São Paulo. SP. Tel.: (11) 3735-5172. Fax: (11) 3731-3351
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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS ................................................................................................................................... 1
3 METODOLOGIA DE TRABALHO ................................................................................................. 2
3.1 PROCEDIMENTOS ADOTADOS NA METODOLOGIA ............................................................................. 4
3.1.1 Mapeamento das áreas de risco a escorregamentos do Município .................................. 5
3.1.2 Mapeamento das áreas de risco a inundações do Município ........................................... 8
3.1.3 Indicação de diretrizes para o gerenciamento das áreas de risco por meio de medidas
estruturais ..................................................................................................................................... 10
3.1.4 Indicação de diretrizes para o gerenciamento das áreas de risco por meio de medidas
não estruturais .............................................................................................................................. 13
3.1.5 Curso de treinamento – Capacitação dos agentes públicos municipais ......................... 15
3.1.6 Planejamento das atividades técnico-sociais – Participação comunitária na gestão das
intervenções estruturais ................................................................................................................ 16
3.1.7 Estratégias para o levantamento de fontes potenciais de recursos para a implementação
das intervenções prioritárias, no âmbito dos governos federal, estadual e municipal ................. 17
3.1.8 Elaboração de diretrizes para realização da audiência pública ...................................... 18
4 EQUIPE TÉCNICA ....................................................................................................................... 22
4.1 PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA MANSA (RJ) .......................................................................... 22
4.2 PANGEA – GEOLOGIA E ESTUDOS AMBIENTAIS LTDA. ................................................................. 22
5 CRONOGRAMA FÍSICO FINANCEIRO DO PROJETO ............................................................. 23
6 REFERÊNCIAS TÉCNICAS E BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 24

Anexos
Anexo 1 – Desenho 1
Anexo 2 – Anotação de Responsabilidade Técnica – ART

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1 APRESENTAÇÃO
A PANGEA - Geologia e Estudos Ambientais Ltda., em atendimento ao Contrato
nº 042/2013 (Elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos - PMRR - do Município
de Barra Mansa, RJ), datado de 19 de setembro de 2013, oriundo do Processo
Administrativo nº 05920/2013, apresenta à Superintendência de Obras e Serviços –
SUSESP e à Defesa Civil Municipal este relatório técnico contendo a Metodologia de
Trabalho Detalhada.

2 OBJETIVOS
Este relatório visa atender os objetivos referentes à Elaboração do Plano Municipal de
Redução de Riscos de acordo com as Diretrizes Gerais da Ação de Apoio à Prevenção e
Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários da Secretaria Nacional de Programas
Urbanos do Ministério das Cidades, sendo estes:
 Elaborar o mapa de risco a deslizamentos no Município;
 Definir as medidas de segurança, os recursos financeiros, as prioridades e os prazos
necessários para a erradicação das situações de alto risco;
 Compatibilizar as medidas propostas com o Plano Diretor e os programas de
assentamento, habitação e drenagem urbana;
 Possibilitar a articulação dos três níveis de governo nas ações de redução de risco.
Para atingir estes objetivos, cumpre-se com este relatório a primeira das três etapas
determinadas no Termo de Referência, descritas a seguir:
 Etapa 1 – Elaboração da Metodologia de Trabalho Detalhada, compreendendo as
seguintes ações:
o Seleção dos Assentamentos Precários;
o Detalhamento da Metodologia e da Proposta;
o Atividade Didática / Material de Consumo.
 Etapa 2 – Elaboração da Revisão do Plano Municipal de Redução de Riscos, que
deve ser constituída das seguintes ações:
o Levantamentos de dados, cadastramentos, cartografia, investigações de campo,
fotos aéreas e terrestres, estudos, pesquisas;
o Atualização do mapeamento de risco;
o Concepção de intervenções estruturais e para sustentabilidade do programa;
o Estimativa de custos;
o Elaboração de ordem de prioridade de intervenções;
o Proposição de alternativas de implantação;
o Levantamento de possíveis fontes de recursos para implantação das intervenções
prioritárias;
o Proposição de ações não estruturais necessárias para a sustentabilidade do
programa;
o Elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos;
o Sensibilização da comunidade;
o Urso de Capacitação para os Técnicos Municipais;
o Atividade Didática / Material de Consumo;
 Etapa 3 – Realização de Audiência Pública, que compreende as seguintes ações:
o Mobilização comunitária;
o Realização de audiência pública com as comunidades envolvidas e demais
interessados;
o Produção de uma Matriz de Alternativas de Ação.

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Os serviços técnicos propostos seguirão o Termo de Referência elaborado pela
Superintendência de Obras e Serviços Públicos da Prefeitura Municipal de Barra
Mansa (RJ), o qual tomou por base os métodos constantes da publicação “Mapeamento de
Riscos em Encostas e Margens de Rios” de CARVALHO, C.S., MACEDO, E.S., OGURA,
A.T. (organizadores) - Ministério das Cidades / IPT, 2007 e já foi utilizado como referência
para realização de trabalhos do gênero em diversos municípios do Brasil.

3 METODOLOGIA DE TRABALHO
Neste item é apresentada a metodologia de trabalho, com base no Termo de Referência
correspondente ao Processo Administrativo nº 05920/2013.
Deve-se ressaltar que este trabalho compreende a elaboração do Plano Municipal de
Redução de Riscos de Barra Mansa, cujos dados são oriundos da Cartografia de Risco a
Escorregamentos em Encostas no Município de Barra Mansa, produzido pelo DRM –
Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro em 2011, e complementada por laudos e
apontamentos de áreas de risco a escorregamentos e inundações indicados pela Defesa
Civil Municipal em conjunto com a SUSESP em reunião com os técnicos da PANGEA.
As 77 áreas indicadas serão reavaliadas e, caso necessário, ressetorizadas de acordo com
a metodologia indicada pelo Ministério das Cidades (“Mapeamento de Riscos em Encostas e
Margens de Rios” - Ministério das Cidades / IPT, 2007). Estas áreas estão indicadas na
Tabela 3.1 abaixo, com a correlação entre a denominação de áreas proposta pela PANGEA
e as respectivas áreas e pontos indicados pelos órgãos que já atuaram no Município que
foram inseridas nas áreas e, quando necessário, reagrupados.
O mapa que contém as 77 áreas indicadas está representado no Desenho 1 (ANEXO 1),
em escala 1:25.000.
A Anotação de Responsabilidade Técnica – ART está apresentada no ANEXO 2.

Tabela 3.1 – Relação de áreas de risco reagrupadas pela PANGEA e correlação com os pontos e
áreas indicados pela SUSESP e pela Defesa Civil de Barra Mansa
Coord. Coord.
Área Fonte Bairro Local
X Y

BM-001 DRM Vista Alegre Rua Luís Firmino da Silva, s/n 582001 7511042
BM-002 DRM / DCBM Vista Alegre Rua Jardim Torres de Castro, 1 e 11 582107 7510978
BM-003 DRM Vista Alegre Rua Joana D'Arc, 314 583069 7511005
BM-004 DRM Vista Alegre Rua Bela Vista, 135 582834 7510678
BM-005 DRM Vista Alegre Rua Jurandir Gonçalves Dias, 195 583308 7510711
BM-006 DRM Loteamento Sofia Rua José Domiciano de Almeida, 89 583140 7510414
BM-007 DRM Vista Alegre Rua São Pedro, 274 583150 7509608
BM-008 DRM Vila Nova Rua Zico Horta, 280 583470 7509679
BM-009 DRM Vila Nova Rua José Alves de Souza, 301/2 583650 7509469
BM-010 DRM Vila Nova Rua Santa Luzia, 75 583697 7509469
BM-011 DRM Getúlio Vargas Rua José Alves de Souza, 301/6 583697 7509469
BM-012 DRM Vila Nova Rua Travessa Lauro Sante, 58 583830 7509274
BM-013 DRM Jardim Central Rua F, esquina com a Rua A, 642 583929 7508742
BM-014 DRM / DCBM Vila Coringa Rua Rio Grande do Sul, s/n 584081 7508377

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Tabela 3.1 – Relação de áreas de risco reagrupadas pela PANGEA e correlação com os pontos e
áreas indicados pela SUSESP e pela Defesa Civil de Barra Mansa (continuação)
Coord. Coord.
Área Fonte Bairro Local
X Y

BM-015 DRM Bocaininha Rua Ministro Amaral Peixoto, s/n 583416 7507922
BM-016 DRM / DCBM Colônia Rua Governador Chagas Freitas, s/n 581972 7507658
BM-017 DRM Colônia Rua José Batista Resende, 95 581685 7507482
BM-018 DRM Cotiara Rua Paulo Luís Nogueira, s/n 583630 7506291
BM-019 DRM Cotiara Rua Benedito José de Paiva, 62 583692 7506105
BM-020 DRM Siderlândia Rua B, 740, 610, 600, 132 e 122 581629 7505631
BM-021 DRM Siderlândia Rua A, 357 e 327 581253 7505643
BM-022 DRM Santa Isabel Rua Antônio Luciano, 226 585666 7508999
BM-023 DRM Santa Isabel Rua São Mateus, ao lado do número 41 585965 7508769
Rua São José, entre o número 200 e a esquina da
BM-024 DCBM Santa Isabel 585961 7508580
Rua São Mateus
BM-025 DRM Santa Isabel Rua São José, 221 585938 7508444
BM-026 DRM Rio D'Ouro Rua Antônio Rodrigo de Almeida, 106 586045 7508465
BM-027 DCBM Getúlio Vargas Rua Recife, em frente ao número 229 586646 7508438
BM-028 DRM Getúlio Vargas Rua José Coutinho de Carvalho, 1359 586638 7508412
BM-029 DRM Vila Nova Rua São Salvador, s/n 586918 7508349
BM-030 DRM Santa Rosa Rua Adolfo Klotz, 834 e 840 585943 7508181
BM-031 DRM Vila Coringa Rua São Cipriano, 85 584699 7508103
BM-032 DRM Santa Rosa Rua Adolfo Klotz, 382 585548 7507916
BM-033 DRM Ano Bom Rua Ari Parreiras, 643 585498 7507780
Rua 4 A, s/n (atual Rua Antônio C. de Oliveira –
BM-034 DCBM Ano Bom 585057 7507506
próximo à Igreja Protestante)
BM-035 DRM Ano Bom Rua Dilce Ferreira Galvana, 184 585062 7507444
BM-036 DRM / DCBM Orandélia Rua Jorge da Fonseca Ramos, s/n 586318 7507599
BM-037 DRM Ano Bom Rua Orlando Brandão, 370 585929 7507019
BM-038 DRM Ano Bom Travessa São Sebastião, s/n 586525 7506789
BM-039 DRM Verbo Divino Rua Verbo Divino, 177 584549 7506533
Rua José Alves Caldeira, s/n - Esquina com a Rua
BM-040 DRM Centro 585234 7506351
M. Vandi
BM-041 DRM / DCBM Apóstolo Paulo Rua José Gomes, 50, 52, 46 e 48 585852 7504902
BM-042 DCBM Boa Sorte Rua Expedicionário José Leite Serrão, s/n 586565 7505895
BM-043 DRM Jardim América Rua José Bernardo, 93 585023 7504626
BM-044 DRM / DCBM Vila Natal Rua 3, em frente ao CRAS 589623 7506974
BM-045 DRM São Domingos Rua Projetada, 196, 190, 178, 60 582336 7505412
BM-046 DRM Santa Clara Avenida Presidente Vargas, ao lado do número 954 585220 7503766
BM-047 DRM Santa Clara Rua Presidente Vargas, 1112, 1114 585187 7503555
BM-048 DRM São Pedro Rua Maciel Andrade, em frente ao número 150 584284 7503301
BM-049 DRM Monte Cristo Rua Guilherme Marcondes, 502 589623 7506974
BM-050 DRM / DCBM Santa Lúcia Rua José Batista Leal, s/n 584472 7502354

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Tabela 3.1 – Relação de áreas de risco reagrupadas pela PANGEA e correlação com os pontos e
áreas indicados pela SUSESP e pela Defesa Civil de Barra Mansa (continuação)
Coord. Coord.
Área Fonte Bairro Local
X Y

BM-051 DRM / DCBM Santa Lúcia Rua João Neves de Lima, 507 584253 7502134
BM-052 DRM / DCBM Santa Clara Rua Vicente de Paula, 120 585592 7502152
BM-053 DRM / DCBM Barbará Rua Sergio Braga, s/n 588425 7507691
BM-054 DRM / DCBM Santa Ines Rua Catulo Paixão, 279 591115 7507776
BM-055 DRM / DCBM Morada da Granja I Rua Ligia Moraes Sampaio, s/n 590577 7507610
BM-056 DRM Paraíso de Cima Rua D, Núcleo Residencial, s/n 589836 7507460
BM-057 DRM / DCBM Paraíso de Baixo Rua Valdomiro Peres Gonçalves, 845 589267 7507231
BM-058 DCBM Morada da Granja Rua 8, a montante dos imóveis de número 10 e 11 590493 7507398
BM-059 DRM Morada da Granja I Rua 4, 10 590510 7507326
Rua Santina Pereira de Melo, 98 (a montante da
BM-060 DCBM São Sebastião 591014 7507375
servidão)
BM-061 DCBM São Sebastião Rua Santina Pereira de Melo, 376 a 386 591016 7507317
BM-062 DRM Metalúrgico Rua A, 490 591174 7507210
BM-063 DRM São Sebastião Rua Santana Pereira de Melo, 376 591013 7507171
BM-064 DRM Mangueira Rua Francisco R de Souza, 1194 589932 7506815
BM-065 DRM Mangueira Rua Enfermeira Sheila, 122 590014 7506369
BM-066 DRM Paraíso de Cima Rua Dirceu Custódio do Nascimento, 276 590084 7506252
BM-067 DCBM Paraíso de Cima Rua Dirceu Custódio do Nascimento, s/n 589795 7506191
BM-068 DRM Boa Vista I Rua Mauro Granato, 1219 589404 7505678
BM-069 DRM Boa Vista III Rua José Abel, s/n (Servidão da Matinha) 590736 7505479
BM-070 DRM / DCBM Santa Rita Dutra Rua Jarbas Cansado, s/n 591397 7505136
Rua 1, s/n (atual Jarbas Cansado – em frente a
BM-071 DCBM Santa Rita Dutra 591446 7505025
ponte de acesso a Rua 5A)
Nossa Senhora do
BM-072 DRM / DCBM Rua São Miguel de Oliveira, s/n 591427 7524144
Amparo
586254 7504691
BM-073 DCBM São Luiz Rua Florianópolis, s/n – Área de Inundação
585540 7504094

BM-074 DCBM Boa Vista III Rua Miguel Gomes de Souza, s/n (Rua K) 590617 7505575
BM-075 DCBM Cotiara Rua Carlinda Borges Rodrigues, s/n 583443 7505863
BM-076 DCBM Vila Independência Travessa da João Afonso Borges, s/n 584590 7505458
BM-077 DCBM Vila Nova Rua Santa Luzia, s/n 583802 7509488
DRM - Serviço Geológico do Estado de Rio de Janeiro
DCBM - Defesa Civil do Município de Barra Mansa

3.1 Procedimentos adotados na metodologia


Para o desenvolvimento deste trabalho serão adotados os seguintes procedimentos
metodológicos:
 Caracterização do meio físico e do uso e ocupação do solo nas áreas de risco
selecionadas, visando o entendimento dos processos desencadeadores de desastres;
 Mapeamento das situações de risco relacionadas a movimentos de massa e/ou
inundações, com delimitação dos setores de risco e indicação de moradias e número
de pessoas ameaçadas; e

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 Indicação de alternativas para execução de intervenções estruturais visando o controle
e redução dos riscos mapeados, com estimativa de custos e critérios de priorização.

3.1.1 Mapeamento das áreas de risco a escorregamentos do Município


O método que será adotado para a elaboração desta reavaliação e atualização do
mapeamento das áreas de risco a escorregamentos do município está baseado em critérios
e procedimentos para a setorização das áreas reconhecidas como de risco (MINISTÉRIO
DAS CIDADES, IPT, 2007b) e tem a finalidade de subsidiar o gerenciamento dos riscos,
estabelecendo parâmetros técnicos e sociais em conjunto com o corpo técnico da Prefeitura
Municipal de Barra Mansa (RJ), a fim de promover maior segurança à população.
Os acidentes geológicos e geotécnicos associados a movimentos de massa
(escorregamentos) são fenômenos envolvendo movimentos coletivos de solo e/ou rocha,
que provocam danos ao homem e/ou a suas propriedades. No contexto das áreas urbanas
no Brasil, existem diversos municípios com áreas de risco de escorregamentos envolvendo
assentamentos precários, cujas comunidades encontram-se vulneráveis a alguma
possibilidade de perda ou dano, seja de caráter social ou econômico.
A análise do conceito de risco (R), que fundamentará os estudos, pode ser feita a partir do
seguinte modelo:

Essa expressão mostra que o risco (R) é a probabilidade (P) de ocorrência de um acidente
associado a um determinado perigo ou ameaça (A) e que pode resultar em consequências
(C) danosas às pessoas ou bens, em função da vulnerabilidade (V) do meio exposto ao
perigo e que pode ter seus efeitos reduzidos pelo grau de gerenciamento (G) colocado em
prática pelo poder público e/ou pela comunidade.
Os fatores que compõem a avaliação e análise de risco serão simplificados, agrupados e
avaliados de forma qualitativa, a partir de observações diretas em campo, conforme
métodos e técnicas já adotadas em projetos similares, como no mapeamento das áreas de
risco realizado na cidade de São Paulo pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas em 2010
(MACEDO, E.S.; SANTOS, L.P.; CANIL, K.; SILVA, F.C.; LANÇONE, R.B.; MIRANDOLA,
F.A.; COSTA, R.N., 2011).
Nesse sentido serão avaliados os seguintes fatores, considerados como essenciais à
análise do risco:
 Tipologia do processo esperado e a sua probabilidade ou possibilidade de ocorrência;
 Vulnerabilidade dos elementos sob risco; e
 Potencial de danos.
A probabilidade de ocorrência dos fenômenos de instabilidades será estimada a partir da
identificação e análise de feições e características do terreno, indicadoras de maior ou
menor grau de suscetibilidade, natural e/ou induzida pelas formas de uso e ocupação do
terreno.
A vulnerabilidade dos assentamentos urbanos será analisada segundo a qualidade
construtiva intrínseca aos diferentes padrões construtivos (alvenaria, madeira e misto), e a
maior ou menor capacidade relativa dessas casas e seus moradores de sofrer danos em
caso de escorregamento.

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O potencial de dano será uma estimativa da dimensão dos efeitos danosos (pessoas
vitimadas e edificações destruídas), pela probabilidade de ocorrência de uma dada tipologia
de escorregamentos na área de risco. Para fins de análise de risco, estima-se o número de
moradias que poderiam ser atingidas caso ocorram escorregamentos.
Os principais elementos de análise a serem considerados incluirão:
 Características morfológicas e morfométricas do terreno (altura e inclinação de
vertentes e taludes – naturais, de corte e aterro);
 Materiais geológicos e perfil de alteração (solo residual, saprolito, rocha alterada,
coberturas coluvionares);
 Estruturas geológicas (foliação, fraturas e outras descontinuidades geológicas);
 Evidências de movimentação (cicatrizes de escorregamentos, trincas no terreno,
degraus de abatimento, inclinação de árvores);
 Cobertura do terreno (solo exposto, vegetação, culturas, lixo, entulho lançado e
aterro); e
 Condições associadas às águas pluviais, concentração de águas superficiais e
surgências d’água.
Nas áreas indicadas pelo município serão executados trabalhos de mapeamentos de risco
por meio de investigações geológico-geotécnicas de superfície, visando identificar os tipos
de movimentos gravitacionais de massa (Tabela 3.1.1-1).

Tabela 3.1.1-1. Tipos de movimentos gravitacionais de massa (Augusto Filho, 1992)


PROCESSOS CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO/ MATERIAL/ GEOMETRIA
 Vários planos de deslocamento (internos)
 Velocidades muito baixas a baixas (cms/ano) e decrescentes com a
profundidade
RASTEJO (CREEP)
 Movimentos constantes, sazonais ou intermitentes
 Solo, depósitos, rocha alterada/fraturada
 Geometria indefinida
 Velocidades médias (m/h) a altas (m/s)
 Pequenos a grandes volumes de material
 Geometria e materiais variáveis:
ESCORREGAMENTOS (SLIDES) o PLANARES: solos pouco espessos, solos e rochas com um plano de
fraqueza
o CIRCULARES: solos espessos homogêneos e rochas muito fraturadas
o EM CUNHA: solos e rochas com dois planos de fraqueza
 Sem planos de deslocamento
 Movimento tipo queda livre ou em plano inclinado
 Velocidades muito altas (vários m/s)
QUEDAS  Material rochoso
(FALLS)  Pequenos a médios volumes
 Geometria variável: lascas, placas, blocos, etc.
o ROLAMENTO DE MATACÃO
o TOMBAMENTO
 Muitas superfícies de deslocamento (internas e externas à massa em
movimentação)
 Movimento semelhante ao de um líquido viscoso
CORRIDAS  Desenvolvimento ao longo das drenagens
(FLOWS)  Velocidades médias a altas
 Mobilização de solo, rocha, detritos e água
 Grandes volumes de material
 Extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas

Os trabalhos de investigações geológico-geotécnicas de superfície também visarão a


identificação dos condicionantes dos processos de instabilização (Tabela 3.1.1-2).

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Tabela 3.1.1-2. Tabelas dos condicionantes dos processos de instabilização. (MINISTÉRIO DAS
CIDADES, IPT, 2007b).
CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL
 Talude natural, de corte, de aterro
 Altura dos taludes
 Distância das moradias com relação os topo e base dos taludes
 Declividade / Inclinação do talude
 Presença de estruturas em solo/rocha desfavoráveis
 Presença de blocos de rocha/matacões/paredões rochosos
 Presença de lixo/entulho
OCORRÊNCIA DE ÁGUA NO SETOR
 Concentração de água de chuva em superfície
 Lançamento de água servida em superfície
 Presença de fossas, rede de esgoto, rede de água
 Surgências d’água
 Vazamentos
OCORRÊNCIA VEGETAÇÃO NOS TALUDES OU NO SETOR
 Presença de árvores
 Presença de vegetação rasteira
 Presença de área desmatada
 Presença de área de cultivo

Tabela 3.1.1-2. Tabelas dos condicionantes dos processos de instabilização. (MINISTÉRIO DAS
CIDADES, IPT, 2007b). (Continuação)
EVIDÊNCIAS DE MOVIMENTAÇÃO
 Presença de trincas na moradia
 Presença de trincas no terreno
 Presença de inclinação de árvores, postes, muros
 Presença de degraus de abatimentos
 Presença de cicatrizes de escorregamentos
 Presença de feições erosivas
 Presença de muros/paredes “embarrigados”

Desta forma, serão identificados os processos de instabilização predominantes, delimitando


e caracterizando os setores de risco. Aos setores de risco serão atribuídas as
probabilidades de ocorrência de processos de instabilização.
Os critérios de julgamento da probabilidade de ocorrência dos processos de instabilização
do tipo escorregamentos em encostas ocupadas, bem como os parâmetros analisados para
o desenvolvimento dos trabalhos, são apresentados na Tabela 3.1.1-3.

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Tabela 3.1.1-3. Critérios utilizados para determinação dos graus de probabilidade de ocorrência de
processos de instabilização do tipo escorregamentos em encostas ocupadas. (MINISTÉRIO DAS
CIDADES, IPT, 2007b).
GRAU DE
DESCRIÇÃO
PROBABILIDADE
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e o
nível de intervenção no setor são de BAIXA POTENCIALIDADE para o desenvolvimento de
processos de escorregamentos e solapamentos. NÃO HÁ INDÍCIOS de desenvolvimento de
Risco 1 - Baixo
processos de instabilização de encostas e de margens de drenagens. É a condição menos
crítica. Mantidas as condições existentes, NÃO SE ESPERA a ocorrência de eventos destrutivos
no período de 1 ano.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e o
nível de intervenção no setor são de MÉDIA POTENCIALIDADE para o desenvolvimento de
processos de escorregamentos e solapamentos. Observa-se a presença de ALGUMA(S)
Risco 2 - Médio
EVIDÊNCIA(S) de instabilidade (encostas e margens de drenagens), porém incipiente(s).
Mantidas as condições existentes, É REDUZIDA a possibilidade de ocorrência de eventos
destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de 1 ano.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e o
nível de intervenção no setor são de ALTA POTENCIALIDADE para o desenvolvimento de
processos de escorregamentos e solapamentos. Observa-se a presença de SIGNIFICATIVA(S)
Risco 3 - Alto
EVIDÊNCIA(S) de instabilidade (trincas no solo, degraus de abatimento em taludes, etc.).
Mantidas as condições existentes, é PERFEITAMENTE POSSÍVEL a ocorrência de eventos
destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de 1 ano.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e o
nível de intervenção no setor são de MUITO ALTA POTENCIALIDADE para o desenvolvimento
de processos de escorregamentos e solapamentos. As evidências de instabilidade (trincas no
solo, degraus de abatimento em taludes, trincas em moradias ou em muros de contenção,
Risco 4 - Muito Alto árvores ou postes inclinados, cicatrizes de escorregamentos, feições erosivas, proximidade da
moradia em relação à margem de córregos, etc.) SÃO EXPRESSIVAS E ESTÃO PRESENTES
EM GRANDE NÚMERO E/OU MAGNITUDE. É a condição mais crítica. Mantidas as condições
existentes, é MUITO PROVÁVEL a ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de
chuvas intensas e prolongadas, no período de 1 ano.

3.1.2 Mapeamento das áreas de risco a inundações do Município


O mapeamento das áreas de risco suscetíveis a enchentes ou a inundações será realizado
utilizando as informações fornecidas pela prefeitura, conforme apresentado na Tabela 3.1
(área BM-073). Serão mapeados pontos com presença de processos de erosão marginal e
solapamento de margens em locais ocupados para identificação dos condicionantes de
instabilização (MINISTÉRIO DAS CIDADES, IPT, 2007b) indicados na Tabela 3.1.2-1.

Tabela 3.1.2-1. Tabelas dos condicionantes dos processos de instabilização (MINISTÉRIO DAS
CIDADES, IPT, 2007b).
CARACTERIZAÇÃO DAS MARGENS DE CÓRREGO
 Tipo de canal (natural/sinuoso/retificado)
 Distância da margem
 Altura do talude marginal
 Altura de cheias
 Trincas na superfície do terreno

Esta metodologia propõe:


 A identificação do cenário hidrológico presente em cada área a ser investigada, de
acordo com os critérios descritos na Tabela 3.1.2-2 abaixo:

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Tabela 3.1.2-2. Cenários e códigos do processo hidrológico (adaptado de MINISTÉRIO DAS
CIDADES, IPT, 2007b).
PROCESSO HIDROLÓGICO CENÁRIO
Processo Hidrológico 1 (C1) Enchente e inundação lenta de planícies fluviais
Processo Hidrológico 2 (C2) Enchente e inundação com alta energia cinética
Enchente e inundação com alta energia de escoamento e capacidade de transporte
Processo Hidrológico 3 (C3)
de material sólido

 Avaliação da vulnerabilidade da ocupação urbana de acordo com seu padrão


construtivo, de acordo com os critérios especificados na Tabela 3.1.2-3.

Tabela 3.1.2-3. Critérios para avaliação de vulnerabilidade e respectivos códigos (adaptado de


MINISTÉRIO DAS CIDADES, IPT, 2007b).
VULNERABILIDADE CENÁRIO
Baixo padrão construtivo, onde predominam moradias construídas com madeira,
Alta vulnerabilidade de acidentes
madeirite e restos de material com baixa capacidade de resistir ao impacto de
(V1)
processos hidrológicos.
Baixa vulnerabilidade de acidentes Médio a bom padrão construtivo, onde predominam moradias construídas em
(V2) alvenaria, com boa capacidade de resistir ao impacto de processos hidrológicos.

 O perigo oferecido pelos processos, que são deflagrados principalmente pelas chuvas,
em relação à distância das moradias ao eixo de drenagem. Deve-se considerar o tipo
de processo ocorrente na área e o raio de alcance deste processo. A classificação da
periculosidade oferecida pelo processo em relação à distância está apresentada na
Tabela 3.1.2-4.

Tabela 3.1.2-4. Classificação da periculosidade oferecida pelo processo em relação à distância do


eixo da drenagem e respectivos códigos (adaptado de MINISTÉRIO DAS CIDADES, IPT, 2007b).
PERICULOSIDADE CENÁRIO
Alta periculosidade (P1) Alta possibilidade de impacto direto, considerando o raio de alcance do processo.
Baixa periculosidade (P2) Baixa possibilidade de impacto direto, considerando o raio de alcance do processo.

Após definidos os níveis relativos de risco pelos critérios supracitados, o risco pode ser
definido obedecendo-se os arranjos apresentados a seguir, nas Tabelas 3.1.2-5 e 3.1.2-6.
Os resultados obtidos por estes arranjos permitem a determinação da probabilidade de
ocorrência (classificada de baixa a muito alta) de enchentes ou inundações, apresentada
sob a forma de um grau de risco (classificado de 1 a 4), conforme demonstrado na Tabela
3.1.2-7.

Tabela 3.1.2-5. Grau de risco preliminar segundo arranjo entre cenários hidrológicos e
vulnerabilidade das habitações (adaptado de MINISTÉRIO DAS CIDADES, IPT, 2007b).
C1 C2 C3
V1 M A MA
V2 B M A

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Tabela 3.1.2-6. Grau de risco final, segundo arranjo considerando os cenários hidrológicos,
vulnerabilidade das habitações e periculosidade do processo segundo a distância das moradias ao
eixo da drenagem (adaptado de MINISTÉRIO DAS CIDADES, IPT, 2007b).
P1 P2
C1 x V1 M B
C1 x V2 B B
C2 x V1 A M
C2 x V2 M B
C3 x V1 MA A
C3 x V2 A M

Tabela 3.1.2-7. Grau de probabilidade de ocorrência de instabilizações devido a enchentes ou


inundações (adaptado de MINISTÉRIO DAS CIDADES, IPT, 2007b).
GRAU DE
DESCRIÇÃO
PROBABILIDADE
a) Enchentes e inundações com baixa energia cinética e baixo poder destrutivo (C1)
atingindo moradias de bom padrão construtivo (V2), situadas em área com alta possibilidade de
impacto direto do processo (P1);
b) Enchentes e inundações com baixa energia cinética e baixo poder destrutivo (C1)
atingindo moradias de baixo padrão construtivo (V2), situadas em área com baixa possibilidade
de impacto direto do processo (P2);
Risco 1 - Baixo
c) Enchentes e inundações com baixa energia cinética e baixo poder destrutivo (C1)
atingindo moradias de baixo padrão construtivo (V1), situadas em área com baixa possibilidade
de impacto direto do processo (P2);
d) Enchentes e inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo (C2) atingindo
moradias de bom padrão construtivo (V2), situadas em área com baixa possibilidade de impacto
direto do processo (P2).
a) Enchentes e inundações com alta energia cinética, alta capacidade de transporte de
material solido e elevado poder destrutivo (C3) atingindo moradias de bom padrão construtivo
(V2), situadas em área com baixa possibilidade de impacto direto do processo (P2);
b) Enchentes e inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo (C2) atingindo
moradias de baixo padrão construtivo (V1), situadas em área com alta possibilidade de impacto
direto do processo (P2);
Risco 2 - Médio
c) Enchentes e inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo (C2) atingindo
moradias de bom padrão construtivo (V2), situadas em área com alta possibilidade de impacto
direto do processo (P1);
d) Enchentes e inundações com baixa energia cinética e baixo poder destrutivo (C3)
atingindo moradias de baixo padrão construtivo (V1), situadas em área com alta possibilidade de
impacto direto do processo (P1).
a) Enchentes e inundações com alta energia cinética, alta capacidade de transporte de
material solido e elevado poder destrutivo (C3) atingindo moradias de baixo padrão construtivo
(V1), situadas em área com baixa possibilidade de impacto direto do processo (P2);
b) Enchentes e inundações com alta energia cinética, alta capacidade de transporte de
Risco 3 - Alto material solido e elevado poder destrutivo (C3) atingindo moradias de bom padrão construtivo
(V2), situadas em área com alta possibilidade de impacto direto do processo (P1);
c) Enchentes e inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo (C2) atingindo
moradias de baixo padrão construtivo (V1), situadas em área com alta possibilidade de impacto
direto do processo (P2).
a) Enchentes e inundações com alta energia cinética, alta capacidade de transporte de
Risco 4 - Muito Alto material solido e elevado poder destrutivo (C3) atingindo moradias de baixo padrão construtivo
(V1), situadas em área com alta possibilidade de impacto direto do processo (P1).

3.1.3 Indicação de diretrizes para o gerenciamento das áreas de risco por


meio de medidas estruturais
A partir da identificação das situações de risco e setorização dos graus de risco a processos
de escorregamentos de cada área mapeada serão indicadas alternativas de intervenções
para a redução das condições de risco.
A seleção dos tipos de intervenções estruturais mais apropriados à solução e/ou
minimização das situações de risco tem como objetivo orientar a execução de um conjunto
de obras de engenharia e intervenções de cunho urbanístico, a ser desenvolvidas a curto e
médio prazo. Como principais intervenções estruturais a serem propostas para as áreas
mapeadas, citam-se:

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a) Serviços de Limpeza e Manutenção: Os serviços de limpeza e manutenção podem ser
resumidos como os serviços de retirada de entulho, lixo, depósitos de aterro e restos
vegetais presentes; e serviços de recuperação e limpeza, com a desobstrução de
sistemas e canais de drenagem, águas servidas, redes de esgoto e vias de acessos
existentes. A remoção de bananeiras em trechos de taludes de corte e encostas naturais
imediatamente a montante de ocupações de encosta também faz parte dos serviços de
limpeza, visando reduzir o comprometimento das condições de estabilidade das
encostas. Correspondem a serviços manuais ou utilizando-se maquinário de pequeno
porte. Esses serviços visam reduzir a possibilidade de ocorrência de escorregamentos,
atuando principalmente na retirada de material em situação instável na encosta e na
manutenção de estruturas de contenção e drenagem presentes na área.
b) Drenagem Superficial: A implantação do sistema de drenagem superficial pode ser
executada por meio de calhas, canaletas, tubulação, escadas hidráulicas, rápidos, caixas
de transição, de areia, etc. Estes serviços visam mitigar os riscos de escorregamentos
decorrentes pela concentração de águas superficiais em taludes. A implantação deste
sistema garante a ordenação do fluxo de escoamento, controlando sua energia, evitando
a erosão e infiltração no solo, o que, na maioria dos casos, deflagra o processo de
escorregamento. Este tipo de intervenção geralmente acompanha a implantação do
sistema de coleta de esgotos, uma vez que em grande parte das áreas de risco verifica-
se o lançamento de águas servidas e esgoto em superfície, contribuindo para agravar a
situação.
c) Proteção Superficial de Encosta: O sistema de proteção superficial das encostas ou
margens de córrego corresponde à utilização de plantio de vegetação, tela argamassada,
biomanta, asfalto, entre outros, na superfície do talude. A função deste sistema é
proteger os taludes e margens de canais cujo solo encontra-se exposto, minimizando os
riscos de erosão, solapamento ou escorregamento. Sugere-se que o sistema de proteção
superficial esteja integrado ao sistema de drenagem superficial, uma vez que geralmente
há a concentração do fluxo nos casos de proteções impermeabilizantes. Desta forma, a
proteção superficial é uma intervenção que mitiga os riscos de erosão, solapamento e
escorregamento, aumentando a resistência e impermeabilidade do terreno.
d) Contenções de Encostas: A contenção de encosta pode ser executada por meio de
estruturas de contenção do tipo muros de flexão ou de gravidade, cortinas, chumbadores,
tirantes, etc. A função desses sistemas é a de aumentar a estabilidade de encostas e
amortecer a movimentação de blocos de rocha, mitigando os riscos de escorregamento
ou movimentação do material.
e) Obras de Terraplenagem: As obras de terraplenagem dizem respeito à alteração da
geometria do terreno por meio da execução de cortes ou aterros localizados, visando a
obtenção de taludes com ângulos de inclinação menores e, consequente, aumento da
estabilidade. Estas obras podem estar combinadas com as contenções localizadas,
proteções superficiais, bem como integradas com o sistema de drenagem e acesso. Sua
função é mitigar o risco de escorregamento de taludes ou margens de canais.
f) Melhorias nos Acessos: Faz parte das obras de melhorias nos acessos a execução de
escadarias, calçadas, asfaltamento de ruas, etc. Estas melhorias integram-se com o
sistema de drenagem superficial e seu principal objetivo é garantir acesso mais seguro à
área.
g) Remoções de Moradias: As remoções definitivas ocorrem quando o nível de risco no qual
a área habitada se encontra é muito alto, e a relação custo X benefício para execução de
obras estruturais é de ordem superior em relação ao valor da remoção.

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3.1.3.1 Estimativa de custos e priorização das intervenções
Definidas as intervenções estruturais, poderão ser estimados os custos envolvidos a partir
de valores agregados por tipo de serviço ou por metro linear de intervenção. Em geral esses
custos não incluem BDI ou quaisquer tipos de taxas ou impostos. São valores globais, que
correspondem a uma ordem de grandeza para orientar a prefeitura quanto às demandas
mais imediatas e podem ser utilizados como um dos critérios para a hierarquização dos
setores para intervenção.
Para a hierarquização dos setores podem ser consideradas diferentes variáveis como:
 Grau de risco;
 População beneficiada;
 Custo da intervenção;
 Situação legal das áreas;
 Dimensão da área a ser tratada;
 Demandas anteriores da população;
 Tempo de moradia;
 Viabilidade técnica da intervenção;
 Viabilidade financeira; e
 Interface com outros projetos.

A partir dessas variáveis básicas, diversas relações poderão ser adotadas para a
hierarquização das obras, como a densidade habitacional no setor (população por área);
relação custo benefício (população beneficiada por custo da intervenção), custo por área,
etc. Ainda é possível considerar modelos de decisão mais elaborados, com atribuição de
notas e pesos às variáveis consideradas. Em qualquer hipótese, é importante considerar o
grau de risco como variável determinante, para evitar distorções na aplicação dos recursos
retardando a solução dos problemas mais imediatos.
Para a priorização das intervenções recomendam-se os critérios adotados no Município de
São Paulo, como referência para a decisão do governo local (SÃO PAULO, 2003),
considerados os fatores designados na Tabela 3.1.3.1-1.

Tabela 3.1.3.1-1. Critérios para a priorização das intervenções


1.ª prioridade: probabilidade muito alta
2.ª prioridade: probabilidade alta
1. Nível de probabilidade
3.ª prioridade: probabilidade média
4.ª prioridade: probabilidade baixa
1.ª prioridade: setor de grande porte
2. Porte do setor 2.ª prioridade: setor de médio porte
3.ª prioridade: setor de pequeno porte
1.ª prioridade: custo baixo: Fácil
3. Facilidade para intervenção em função da estimativa
2.ª prioridade: custo médio: Médio
de custo/ moradia
3.ª prioridade: custo alto: Difícil

Sob o ponto de vista da tipologia de intervenção, vale ressaltar que a prioridade máxima é a
execução das remoções ou relocação de famílias de moradias em situação considerada
crítica. O principal critério para a definição da necessidade de remoção será a identificação

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de situações críticas, nas quais há sinais evidentes de processos de instabilização passíveis
de rápida evolução. Assim, as situações de risco mais críticas, que definem a necessidade
de remoção preventiva, caracterizam-se pelo agravamento do grau de risco muito alto face
às condições estruturais destas moradias e/ou pelas condições do processo de
instabilização a que já estão submetidas.

3.1.4 Indicação de diretrizes para o gerenciamento das áreas de risco por


meio de medidas não estruturais
Como medidas complementares para incrementar o tempo de resposta para o
enfrentamento das situações de riscos, por meio de um plano específico para
gerenciamento de áreas de risco que conta com as seguintes atividades:
a) Mapeamento das Áreas de Risco: O mapeamento de risco consistirá na identificação dos
riscos e na delimitação das áreas de sua ocorrência. É executado por meio de trabalhos
de campo durante os quais é avaliada tanto a probabilidade (ou possibilidade) de
ocorrência de processos destrutivos (escorregamento ou deslizamento) quanto as
consequências sociais e/ou econômicas resultantes (MINISTÉRIO DAS CIDADES, IPT,
2007). O mapeamento é baseado em critérios, métodos e procedimentos de campo da
forma mais precisa possível, incluindo cuidadoso registro das observações realizadas e
um indispensável conhecimento do processo em análise. Sugere-se que, por meio do
acompanhamento do trabalho e pela realização do Curso de Treinamento para os
técnicos municipais, este modelo seja adotado para a atualização deste mapeamento em
anos vindouros, pois considerando a dinâmica da ocupação, a evolução natural dos
processos e as intervenções para recuperação das áreas de risco, futuramente haverá
alterações nos cenários hoje observados. Considerando a dinâmica dos processos
naturais e das intervenções antrópicas, faz-se necessário reavaliar pelo menos a cada
um ou dois anos o mapeamento de risco. Sugere-se que esta atividade seja realizada
com a participação dos membros do NUDEC, uma vez que estarão devidamente
treinados e capacitados para o trabalho, porém de alguma forma supervisionados por
técnicos especialistas na área, preferencialmente da própria Prefeitura Municipal. Para a
operação do Plano Municipal de Defesa Civil e ou PPDC, o Município deve ter o
conhecimento da localização de todas as áreas de risco de seu território.
b) Ações de Fiscalização e Controle de Riscos: O trabalho de gerenciamento deverá incluir
algumas ações quanto à fiscalização e controle das áreas de risco. Dessa forma, será
fundamental realizar visitas periódicas e sistemáticas em todas as áreas de risco do
município. As equipes técnicas devem ser preferencialmente constituídas por
profissionais com diferentes formações e atribuições (geólogos, engenheiros, arquitetos,
assistentes sociais, etc.) e que atuam nas diversas secretarias da Prefeitura Municipal
(Trânsito; Defesa Civil; Social; Obras; Urbanismo e Habitação; Educação; Meio Ambiente,
Agricultura e Pesca; Planejamento, Economia e Gestão; etc.), mas que de alguma forma
estão envolvidos com a questão das áreas de risco. Esses profissionais têm o papel de
observar a evolução das situações de perigo que foram em algum momento identificadas
ou identificar e registrar novas situações de risco. Ainda, têm como responsabilidade
orientar os moradores sobre ações e obras corretivas e preventivas. Se for necessário,
inibir (por meio de notificação, intimação ou interdição) intervenções que possam induzir
ou agravar situação de perigo aos moradores (construção de moradias, de taludes de
corte de altura e inclinação excessiva, lançamento de águas servidas em superfície,
lançamento de lixo, etc.). Preferencialmente, as equipes responsáveis pelo
monitoramento das áreas de risco devem ser compostas pelos mesmos agentes públicos
envolvidos no gerenciamento de riscos, para que esses adquiram maior conhecimento
sobre a área e para que passem a ser reconhecidos pelos moradores. Pode ser criado

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também um plantão de atendimento público e outros canais permanentes de
comunicação com os moradores das áreas de risco para apresentação de demandas de
manutenção, solicitação de vistorias e informação sobre problemas que podem causar
risco.
c) Ações Preventivas: devem estar em consonância com o Plano Diretor do Município,
destacando a atualização permanente do mapa de riscos, a indicação de áreas que
devam ser congeladas, etc.;
d) Atendimentos Emergenciais: Uma política municipal de gerenciamento de riscos deverá
ser bem planejada e estruturada, pois assim, sua ação de pronto atendimento de
acidentes ou de situações em que um acidente esteja na iminência de acontecer será
mais eficiente. Nas situações de emergência, a familiaridade das equipes municipais com
as áreas de risco e a capacidade de localizar e analisar, em campo, pontos de perigo
previamente identificados, podem ser determinantes para salvar vidas. Para tanto, a
municipalidade deve sempre ter como referência o seu mapa ou cadastro de riscos e
estar preparada para as operações de atendimento e socorro. Para esta ação devem ser
definidas as atribuições e procedimentos a serem executados pelos funcionários e
secretarias da administração pública envolvidos; os equipamentos necessários; as
estruturas de apoio (Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência; redes de comunicação; formas de registros de ocorrência e de notificação;
equipes de socorro e resgate; formas de contato com a imprensa; avaliação de impactos
e danos; providências para reabilitação, isolamento ou interdição da área atingida;
recursos materiais necessários para as equipes operacionais; refúgios ou abrigos para os
casos de necessidade de remoção temporária ou definitiva e suporte para seu
funcionamento; e suporte legal para a operação (notificação, definição legal das
atribuições e procedimentos de apoio jurídico se necessário);
e) Estabelecimento de Abrigos: para famílias removidas preventivamente ou em função de
acidentes: Durante os atendimentos emergenciais, o estabelecimento de abrigos para
famílias removidas preventivamente ou em função de acidentes é fundamental. Podem
ser usados os equipamentos públicos (escolas, centros esportivos, etc.); estes, porém,
não são medidas muito adequadas, pois o provisório pode virar definitivo e o município
terá que enfrentar outros problemas. O ideal é preparar abrigos momentâneos, que
consistem em espaços públicos ou privados utilizados para receber famílias por uma
noite ou poucos dias, quando ocorre o agravamento de alguma situação de risco ou um
acidente. Enquanto a família fica abrigada provisoriamente em um local seguro, é
realizada vistoria para avaliação da situação de risco (possibilidade de novos
escorregamentos na área, situação da moradia). Esta avaliação deve indicar se é
possível recuperar imediatamente a segurança do local ou minimizar a possibilidade de
acidente com uma intervenção emergencial, após a qual os moradores poderão retornar
à moradia ou indicar a remoção temporária no caso da intervenção proposta necessitar
de um período mais longo para sua execução. Sugere-se avaliar a relação custo x
benefício da intervenção (obra ou remoção definitiva) e adotar a medida que melhor
aprouver. Tanto na remoção temporária quanto definitiva, a família pode ser abrigada em
alojamentos construídos especialmente para este fim ou em moradias cujo aluguel é
pago pela Prefeitura (bolsa aluguel, bolsa moradia). Caso a remoção seja definitiva as
famílias devem ser incluídas em programas habitacionais gerenciados pela Prefeitura
Municipal.
f) Formação dos Núcleos de Defesa Civil: a proposta de formação de Núcleos de Defesa
Civil - NUDECs em áreas de risco no município deve-se consolidar a partir da
identificação e avaliação das áreas de risco aos processos gravitacionais de massa e de
enchentes ou inundações. Este trabalho deve ser fundamentado na construção de uma
rede de informações com a participação comunitária como um dos agentes do processo

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(desenvolvimento sócio-organizativo). Os indivíduos devem sentir-se efetivamente
envolvidos no problema e assim compartilhar a responsabilidade pela solução. Para isso
é necessário haver investimento nesta participação popular a partir de uma abordagem
integrada e interdisciplinar, capacitação dos moradores, educação e comunicação social.
Neste sentido, é preciso inicialmente “conhecer o problema”, que significa abordar a
questão dos riscos geológicos de forma integrada e interdisciplinar e os possíveis
cenários de risco previstos para cada uma das áreas que serão alvo da implementação
das NUDECs. Devem ser informadas as atuais políticas públicas destinadas e/ou
implementadas para gerenciamento das áreas de risco, destacando as parcerias, quando
houver. Além disso, realizar treinamentos para os moradores, chamando a atenção para
os sinais de perigo e indícios de possíveis acidentes, de modo que a informação chegue
à Defesa Civil Municipal em tempo hábil para a realização de uma ação preventiva. A
consolidação do NUDEC se faz por meio da gestão compartilhada, onde os membros se
reconhecem como sujeitos do processo e participam das ações integradas junto ao poder
público. Os NUDECs participam no diagnóstico, acionam a prefeitura, orientam
moradores e multiplicam informações que o plantão da área de risco repassar, ou seja,
compartilham decisões e soluções. Conhecer o perfil dos membros do NUDEC é
essencial para definir o papel de cada um nas ações que estiverem previstas nos planos.
Identificar e sensibilizar as lideranças comunitárias para criar os canais de comunicação
com a comunidade é uma boa forma de despertar nos moradores a motivação para ser
incluído nesta tarefa; e
g) Planejamento das Atividades Técnico-Sociais: restritas a trabalhos de caráter informativo
visando à mobilização das comunidades beneficiadas: O esclarecimento à população
sujeita a riscos, por meio de cartilhas, para a identificação de sinais de instabilidade
geotécnica, gerenciamento e ações a ser tomadas diante de situações de risco, para
procedimentos preventivos, e ações de autodefesa é fundamental. Sem o envolvimento
da população, dificilmente se avançará na redução dos riscos, principalmente porque a
maior parte desses é gerada pela ocupação urbana irregular e por intervenções
humanas.

3.1.5 Curso de treinamento – Capacitação dos agentes públicos municipais


O município deve ter uma equipe qualificada, apta a realizar o monitoramento de riscos e a
tomar medidas adequadas à sua gestão.
Dessa forma, um dos produtos deste PMRR é exatamente a realização de um curso de
capacitação para os agentes públicos da Prefeitura Municipal de Barra Mansa.
O objetivo específico do curso de capacitação para a equipe de técnicos municipais é
proporcionar condições para garantir, com qualidade, a continuidade das medidas
implementadas e das indicadas pelo PMRR. Entre as medidas implementadas pelo PMRR,
está o mapeamento de riscos. Desta forma, a equipe técnica municipal deverá ser
qualificada para realizar a atualização contínua do mapeamento de riscos. Por outro lado, o
PMRR também recomendou uma série de medidas destinadas à prevenção, preparação,
mitigação e planejamento de respostas a desastres, ou seja, medidas de gestão integrada
de riscos e desastres. Portanto, a equipe municipal deverá, também, ser qualificada para
elaborar e operar um sistema de gerenciamento de riscos.
Deste modo, o curso de capacitação da equipe técnica municipal em mapeamento e gestão
de risco será estruturado conforme a publicação intitulada “Mapeamento de Riscos em
Encostas e Margem de Rios” (Ministério das Cidades/Instituto de Pesquisas Tecnológicas,
2007), tendo como conteúdo a metodologia de mapeamento de áreas de risco de
escorregamentos desenvolvida pelo IPT e pelo Ministério das Cidades do Governo Federal.

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O curso deverá ser oferecido para os técnicos da Prefeitura que atuam na gestão de risco,
para dar continuidade aos trabalhos de mapeamento, monitoramento e gerenciamento de
risco, devendo envolver o total de 16 horas-aula, entre atividades práticas e teóricas,
abordando o mapeamento e a gestão do risco, fundamentadas nas condições próprias do
município. O conteúdo básico do curso proposto compreende:
 Introdução ao gerenciamento de áreas de risco;
 Conceitos básicos de risco e de áreas de risco;
 Identificação, análise e mapeamento de áreas de risco de escorregamentos; e
 Análise de risco e mapeamento de áreas de risco em setores de encosta e de baixada.
Após o encerramento do curso de capacitação, será desenvolvido um processo de avaliação
que envolve:
 Avaliação do curso por todos servidores que participaram, através da aplicação de um
questionário, prévia e criteriosamente preparado; e
 Avaliação do curso pelos responsáveis, através da técnica da observação
(sistematizada e planejada) dos participantes e de critérios e métodos específicos.
Finalmente, como produto dessa etapa, será elaborado e apresentado o “Relatório de
Avaliação do Curso”, com cópia a ser encaminhada ao Ministério das Cidades.
Além do curso acima, recomenda-se que a Administração Municipal desenvolva um
programa de requalificação continuada para agentes e técnicos de Defesa Civil.

3.1.6 Planejamento das atividades técnico-sociais – Participação comunitária


na gestão das intervenções estruturais
Toda e qualquer proposta relacionada ao gerenciamento de riscos urbanos deve ter como
diretriz indispensável à participação da sociedade civil, especialmente as comunidades
envolvidas.
Em relação às medidas estruturais indicadas pelo PMRR e incorporadas pela Administração
Municipal, a participação e integração das comunidades beneficiadas pelas obras devem ser
estimuladas desde a sua aprovação. Dessa maneira, sugere-se que sejam realizadas
nessas comunidades, palestras ou oficinas para apresentar o projeto aprovado,
esclarecendo sua finalidade, importância, custos e investimentos, população beneficiada,
cronograma e apresentar propostas de participação da comunidade no acompanhamento
das obras e posteriormente na sua manutenção.
Após a execução da obra, novamente deve-se convocar as comunidades, para através de
oficina ou palestra:
 Capacitar a população beneficiária para o uso e apropriação adequados das obras
realizadas;
 Estimular e organizar os moradores para a consolidação das melhorias introduzidas
pela intervenção realizada; e
 Informar a comunidade sobre outras medidas complementares necessárias para
manter estável a situação de risco. A Administração deve, posteriormente, realizar
oficinas e visitas de caráter social visando essas e outras demandas.

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16
A Prefeitura deve envolver os agentes executores das obras em todas essas atividades.
Esta prática estimula o controle social sobre os investimentos públicos e sobre a gestão das
obras implantadas na comunidade.
Além das intervenções estruturais, o município deve desenvolver um programa especifico de
ações preventivas, voltado às comunidades sujeitas a riscos. Assim, devem ser previstas
uma série de atividades socioeducativas destinadas à informação da população, através de
palestras, oficinas, cartilhas, boletins, dirigidos ao conhecimento dos processos perigosos, à
identificação de sinais de instabilidade geotécnica, dos procedimentos preventivos e das
ações de autoproteção a serem tomadas diante de situações de risco.
As atividades ligadas às comunidades de áreas de riscos devem contar com a participação
dos servidores que rotineiramente lá exercem suas atividades como, por exemplo, os
agentes comunitários de saúde. Novamente, sugere-se a criação dos NUDECs, atores e
parceiros fundamentais no gerenciamento das áreas de risco.
Sem o envolvimento da população, dificilmente se avançará na redução dos riscos, até
porque a maior parte desses é gerada pela ocupação urbana irregular e por atividades
humanas.
De acordo com o cronograma geral do projeto, na etapa denominada Realização de
Audiência Pública, será apresentado um cronograma das propostas e atividades a serem
desenvolvida juntamente com os representantes de setores organizados da sociedade,
membros do legislativo, ministério público, órgãos e setores públicos com interface com o
PMRR.

3.1.7 Estratégias para o levantamento de fontes potenciais de recursos para a


implementação das intervenções prioritárias, no âmbito dos governos
federal, estadual e municipal
Será necessário construir uma estratégia para o levantamento de fontes potenciais de
recursos para implantação das intervenções prioritárias, no âmbito dos governos federal,
estadual e municipal, com posterior envio do Plano de acordo com as diretrizes do órgão
financiador, para cadastro, análise e possível financiamento.
Uma importante fonte de recursos para a implementação de intervenções para a redução do
risco é o próprio orçamento do município (Plano Plurianual –PPA), que expressa a vontade
política da gestão para com a solução do problema. Garantida alguma regularidade, esses
recursos, mesmo que de pequena monta, garantem serviços essenciais de desobstrução de
drenagens, corte de árvores, regularização e revegetação de taludes, pequenos serviços de
recuperação de microdrenagem, entre outros. Essas intervenções regulares, credibilizam a
gestão e atraem o interesse da população local que, na maioria das vezes, se envolve com
a própria execução do serviço e passa a colaborar na manutenção da benfeitoria.
Entretanto, nos municípios onde a degradação das áreas de encostas, agravou-se ao longo
de décadas de ocupação inadequada, com ocorrência de perdas materiais e humanas nos
períodos chuvosos, é indispensável atrair recursos de fontes diversas para enfrentar a
recuperação dessas áreas e a redução do risco de acidentes em um horizonte de 10 a 15
anos. Esse período tem se mostrado plausível para os municípios que realizaram seus
PMRR’s adotarem nos seus Planos de Investimentos.
Outra questão importante a considerar, no quesito financiamento, é a necessidade de
potencializar o efeito da aplicação de recursos provenientes de políticas públicas, como
saúde, habitação, saneamento, urbanização, turismo, além daqueles especificamente
destinados, como defesa civil e redução de riscos, nas três esferas de governo. Muitas
vezes, à falta de uma visão integradora, projetos financiados, por exemplo, pelo

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PRODETUR, para a melhoria da infraestrutura de áreas estratégicas para o turismo local,
deixam de inserir na sua concepção o componente da redução de risco; projetos de
habitação popular em áreas de morros, que não incluem o tratamento das encostas em seu
entorno, é outro exemplo de dissociação, onde a solução habitacional não inclui o
tratamento das encostas.
Os principais Programas atualmente em pauta, com possíveis fontes de recursos para a
redução do risco, são executados através do Ministério das Cidades, em especial pela
Secretaria de Programas Urbanos, direcionados para soluções habitacionais, fundiárias, de
drenagem e saneamento básico, entre outros.
Destacam-se os Programas: Habitação de Interesse Social; Urbanização, Regularização e
Integração de Assentamentos Precários; Plano Estratégico Municipal para Assentamentos
Subnormais (PEMAS); Habitar Brasil-BID; Programa de Arrendamento Residencial (PAR);
Pró-Moradia; Pró-Municípios; Saneamento para Todos; Drenagem Urbana Sustentável.
O Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil,
executa os Programas de Prevenção para Emergências e Desastres – PPED e Resposta
aos Desastres – PDR, onde o primeiro prevê além de capacitação, o investimento em obras
para prevenção de risco.
O Ministério da Saúde é a pasta de governo com programas de maior continuidade ao longo
dos últimos anos. Através da FUNASA e da ANVISA, são desenvolvidos os Programas:
Saneamento Ambiental; Saúde da Família (PSF) – Agentes Comunitários de Saúde;
Agentes de Saúde Ambiental.
Outros Planos e Programas de caráter regional, estadual, metropolitano e municipal, são
específicos de cada local, devendo ser identificados por cada município interessado. Podem
ser citados alguns programas estruturadores como o Viva o Morro, da Região Metropolitana
do Recife, gerenciado pela Agência CONDEPE/FIDEM, que pode ser visto no endereço
eletrônico: http://www.condepefidem.pe.gov.br/programas/viva_morro/apresentacao.asp,
que define critérios e repassa recursos do OGU para execução de obras de redução de
risco. Esses recursos foram obtidos através de emendas parlamentares destinadas a esse
fim, pelas bancadas estaduais na Câmara Federal. A Região Metropolitana do Recife iniciou
em 1997 um movimento junto à bancada do Estado de Pernambuco para a destinação em
bloco, de emendas parlamentares para obras de redução de risco, que evoluiu em 2005
para uma rubrica específica no OGU, através do Ministério de Integração Nacional.

3.1.8 Elaboração de diretrizes para realização da audiência pública


Dentre as já citadas diretrizes do Ministério das Cidades para a gestão de riscos urbanos,
tem relevância aquela que preconiza a “informação pública e a capacitação para
autoproteção”. A nova Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, disciplinada pela
recente Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012, formaliza como diretriz a “participação da
sociedade civil” (Art. 4º, inc. VI); estabelece como objetivo “orientar as comunidades a adotar
comportamentos adequados de prevenção e de resposta em situação de desastre e
promover a autoproteção” (Art. 5º, inc. XIV) e determina que compete aos municípios
“manter a população informada sobre áreas de risco e ocorrência de eventos extremos” (Art.
8º, inc. IX).
Desta forma, deverá ser organizada uma Audiência Pública com as comunidades
identificadas como expostas a riscos, agentes públicos, órgãos públicos e com a sociedade
civil em geral, na qual será apresentado e discutido o PMRR, enfocando os pressupostos
conceituais e procedimentais do trabalho, os resultados obtidos no mapeamento, a
proposição das intervenções estruturais necessárias, com a respectiva estimativa de custos

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e indicação de fontes de recursos, planejamento de ações não estruturais para redução de
riscos e as estratégias de implementação e consolidação do plano.
Paralelamente, por ser um instrumento de participação e controle social, a Audiência
Pública, compromete a Administração em ouvir reivindicações, esclarecer dúvidas,
incorporar sugestões e estreitar e ampliar parcerias para a implementação e
acompanhamento do PMRR.
Na realidade, a Audiência Pública tem, formalmente, a função de validar e legitimar o plano
perante a sociedade civil.
É importante destacar que a Audiência Pública não deve ser a única oportunidade e forma
de participação popular e integração social, durante todo o processo do PMRR (da
formulação à consolidação).
Cada município deve ter seus próprios mecanismos de relacionamento com a comunidade,
que devem ser exercitados e ampliados ao longo do processo de elaboração, durante o
mapeamento de risco, quando a população das áreas com risco pode interagir de modo
direto com as equipes técnicas e, depois, acompanhando a implementação e a posterior
consolidação do PMRR. No entanto, existem, historicamente, diversas experiências muito
bem sucedidas com a criação de NUDECs (Núcleo Comunitário de Defesa Civil) em que
moradores das comunidades suscetíveis a desastres, sob a orientação, de técnicos da
Prefeitura, são capacitados e treinados para exercerem, na forma de voluntariado, ações
preventivas e preparatórias de proteção e defesa civil.
As propostas de organização e mobilização das comunidades afetadas por situação de
riscos serão retomadas nos itens abaixo.
Segue sugestão de roteiro prático para a organização e realização da Audiência Pública:

3.1.8.1 Coordenação
Inicialmente deve ser criada uma coordenação com a participação de representantes da
Administração Municipal e da Consultoria.

3.1.8.2 Reunião Preliminar


Nesta reunião da coordenação, com a presença de pessoas que irão participar da
organização do evento, deverão ser definidos: data, local adequado e horário para a
Audiência Pública.
Nesta ocasião, também, devem ser selecionadas autoridades, técnicos e especialistas,
lideranças comunitárias, e representantes de Instituições públicas e privadas, que devam
ser pessoalmente convidadas. A participação do Prefeito Municipal deve ser previamente
assegurada e a data do evento deve ser definida em conjunto com o Gabinete do Prefeito.
Deve ser organizada uma pauta preliminar do evento, a composição da mesa, deve ser
criteriosamente decidido quem terá direito à voz, a sequência e duração das falas.
Também deverá ser acertado o tempo de duração das intervenções técnicas dos
representantes da Consultoria e da Administração.
Deve ser definido o responsável pela presidência e condução da audiência, bem como
escolher um responsável por secretariar o evento, elaborar o Relatório e providenciar
encaminhamentos.
Deve-se providenciar que o evento também seja registrado por fotos.

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3.1.8.3 Convites/convocação
É preciso ter em consideração que o diagnóstico dos riscos urbanos e os planos de ação
para sua redução e erradicação são assuntos de interesse de toda a cidade. Portanto
devem ser convidados, além das comunidades diretamente envolvidas pelo estudo,
representantes de setores organizados da sociedade civil, a Câmara Municipal, o Ministério
Público, as Instituições de Ensino, Imprensa, etc.
Para convocar os representantes das comunidades de áreas de risco, sugere-se que sejam
aproveitados os agentes públicos que normalmente tem contato com essas comunidades,
como por exemplo, Agentes Comunitários de Saúde. Se houver NUDECs no município, eles
devem ser mobilizados para tal convocação.
Além disso, é fundamental para seu sucesso, que as ações de redução de riscos de
desastres integrem-se às demais políticas setoriais do município. Neste sentido, é essencial
a presença de todos os órgãos da Administração que devam interagir com as medidas de
proteção e defesa civil e de gestão de riscos de desastres (por exemplo, Trânsito, Defesa
Civil, Assistência Social, Obras e Serviços, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Saned,
Eletropaulo, Educação, Saúde, Meio Ambiente, Planejamento e Gestão, assistência social,
educação, etc.). Sugere-se que os representantes de tais órgãos sejam formalmente
convocados pelo Prefeito ou pelo Secretário de Habitação.

3.1.8.4 Escolha do local e data


O local para a realização da Audiência deve ser de fácil acesso, bem servido de transporte
público, seguro e confortável, e que disponha de boas condições de luz, som e
equipamentos para exibição de audiovisuais.
A data e horário a ser escolhidos deve contemplar a disponibilidade de tempo,
principalmente dos moradores das comunidades afetadas.

3.1.8.5 Divulgação
Para garantir a divulgação do evento, deve-se promovê-lo em todos meios de comunicação
(rádios, jornais, TV, internet) e através da elaboração de cartazes, painéis e faixas.
Sugere-se que a coordenação elabore um release para a imprensa. Deve-se utilizar dos
meios que a Secretaria de Comunicação dispõe.
Para as comunidades suscetíveis à riscos de desastres, recomenda-se que em todas elas
haja ampla distribuição de material de informação e divulgação.

3.1.8.6 Preparação Final


Antes do início do evento é necessário checar se as instalações estão de acordo: mesa,
cadeiras suficientes, sistemas de som e imagem, microfones para a mesa e para o público.
Sugere-se “decorar” o local com material alusivo ao tema (“banners”, faixas, cartazes, etc.).

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3.1.8.7 Desenvolvimento da Audiência Pública
Os itens abaixo sugeridos para o desenvolvimento do evento devem ser previamente
preparados e detalhados pela coordenação.
 Composição da Mesa;
 Abertura da Audiência Pública;
 Intervenções de integrantes da Mesa;
 Intervenções de técnicos da Consultoria e da Prefeitura;
 Intervenções do público; e
 Encerramento da Audiência Pública.

3.1.8.8 Elaboração do relatório da Audiência Pública com a matriz de alternativas de


ação.
Tanto para uso do relatório acima, como para elaboração de uma memória municipal,
sugere-se que todas as etapas (da preparação a realização) da Audiência Pública sejam
devidamente registradas nas diversas modalidades: cópias de documentos como relatórios,
panfletos e convites distribuídos, cartazes, listas de presença, fotos e filmes de todos os
eventos relacionados ao PMRR em geral e à Audiência Pública em particular.

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4 EQUIPE TÉCNICA
4.1 Prefeitura Municipal de Barra Mansa (RJ)
Giovane Moreira – Diretor Executivo da SUSESP – Superintendência de Obras e Serviços
Públicos do Município de Barra Mansa
Antônio Lopes – Agente da Defesa Civil Municipal de Barra Mansa

4.2 PANGEA – Geologia e Estudos Ambientais Ltda.


Oswaldo Yujiro Iwasa – Geólogo / Gerente de Projeto – CREA/SP 0600518079
Carlos Frederico de Castro Alves – Geólogo Sênior – CREA/SP 5060824529
Fernando Machado Alves – Geólogo Pleno – CREA/SP 5062119280
Pedro Machado Simões – Geólogo Pleno – CREA/SP 5060927396
Vital Yuiti Assano – Geólogo Sênior – CREA/SP 0600618556
Beatriz Antonucci Forny – Geóloga Júnior – CREA/RJ 2012108766
Gabriel Fontanella – Geólogo Júnior – CREA/PR 132011/D
Larissa Neves Lago – Geóloga Júnior – CREA/RJ 2012125212
Murilo Ducat Semkiw – Geólogo Júnior – CREA/PR 1712082400
Natália Rafaela de Almeida – Geóloga Júnior – CREA/SP 5063645268
Rasec Almeida dos Santos – Geólogo Júnior – CREA/RJ 2013121362
Alexandre Norio Asato – Engenheiro Civil Pleno – CREA/SP 5061692743
Flávio Farah – Arquiteto e Urbanista Sênior – CREA/SP
Mariana Fagundes – Geógrafa Plena – CREA/SP 5062821457
Emi Shibata – Geógrafa Plena
Maria Cecília Manoel – Geógrafa Júnior
Anna de Andrade Dieguez – Geógrafa Trainee

São Paulo, 26 de dezembro de 2013.

_________________________
Oswaldo Yujiro Iwasa
CREA 0600518079

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5 CRONOGRAMA FÍSICO FINANCEIRO DO PROJETO
VALOR TOTAL VALOR PARCIAL VALORES/MESES TOTAL POR
FASE ESPECIFICAÇÃO DO PRODUTO VALOR VALOR set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 ETAPA
UN. QUANT. % % (R$)
(R$) (R$) 10,35% 25,68% 25,68% 23,23% 15,04% 0,00%
Ação Única:
ETAPA 1 Apresentação da Carta de Riscos associados a
ELABORAÇÃO DA Escorregamentos e do Mapa de Riscos do 3.600,00 1,42% 3.600,00
METODOLOGIA DE Município
TRABALHO UN 1 26.200,00 10,35% 26.200,00
Detalhamento da Metodologia e da Proposta 5.200,00 2,05% 5.200,00
DETALHADA Sensibilização da Comunidade 2.400,00 0,95% 2.400,00
Atividades Didáticas 15.000,00 5,93% 15.000,00
Ação Única:
Análise crítica e atualização do Mapeamento
56.000,00 22,13% 20.000,00 20.000,00 16.000,00
de Risco Feito pelo DRM/RJ
Soluções geotécnicas em complementação à
ETAPA 2 Carta de Riscos associados a 78.400,00 30,98% 25.000,00 25.000,00 28.400,00
ELABORAÇÃO DA Escorregamentos (DRM/RJ)
REVISÃO DO PLANO Consolidação do Plano Municipal de Redução
MUNICIPAL DE UN 1 194.870,00 77,00% 194.870,00
de Riscos, com a definição de critério de
REDUÇÃO DE RISCOS priorização das intervenções, elaboração de
54.400,00 21,50% 20.000,00 20.000,00 14.400,00
ordem de prioridade de intervenções e
levantamento de possíveis fontes para
captação de recursos
Curso de Treinamento dos Técnicos Municipais 6.070,00 2,40% 6.070,00
Ação Única:
Mobilização comunitária 6.000,00 2,37% 6.000,00
ETAPA 3 Realização de audiência pública com as
REALIZAÇÃO DE comunidades envolvidas e demais setores 22.000,00 8,69% 22.000,00
AUDIÊNCIA PÚBLICA UN 1 32.000,00 12,64% 32.000,00
interessados
Produção de uma Matriz de Alternativas de
4.000,00 1,58% 4.000,00
Ação
26.200,00 65.000,00 65.000,00 58.800,00 38.070,00 0,00 253.070,00

BARRA MANSA, 05/09/2013


Local/ Data PANGEA GEOLOGIA E ESTUDOS AMBIENTAIS LTDA. SUSESP - Superintendência de Obras e Serviços Públicos
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23
6 REFERÊNCIAS TÉCNICAS E BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, C.S. (Org.); MACEDO, E.S. (Org.); OGURA, A.T. (Org.). Mapeamento de
Riscos em Encostas e Margem de Rios. 1. ed. Brasília: Ministério das Cidades/Instituto de
Pesquisas Tecnológicas, 2007. v. 1. 176 p.
MACEDO, E.S.; SANTOS, L.P.; CANIL, K.; SILVA, F.C.; LANÇONE, R.B.; MIRANDOLA,
F.A.; COSTA, R.N.. Mapeamento de risco em assentamentos precários no município de São
Paulo (SP). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA E
AMBIENTAL, 13, 2011, São Paulo. Anais... São Paulo: ABGE, 2011. v. 1 CD. p. 1-10.
MINISTÉRIO DAS CIDADES, INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO – IPT. Mapeamento de riscos em encostas e margem de ríos.
Organizadores: Celso Carvalho, Eduardo Soares de Macedo, Agostinho Tadashi Ogura.
Brasília: Ministério das Cidades; Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, 2007b.
SÃO PAULO, Prefeitura do Município. Secretaria Municipal das Subprefeituras. Política
municipal de gerenciamento de riscos ambientais em áreas de ocupação precária. São
Paulo: Assessoria de Comunicações /SMSP, 60p. 2003.

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Anexo 1 - Desenhos

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580000 581000 582000 583000 584000 585000 586000 587000 588000 589000 590000 591000 592000 593000

7526000

7526000
Localização do Município de Barra Mansa no Estado do Rio de Janeiro

7525000

7525000
BM-072
Quatis

7524000

7524000
7523000

7523000
7522000

7522000
Município de Barra Mansa e Áreas Mapeadas.

7521000

7521000
Barra
Mansa

7520000

7520000
7519000

7519000
7518000

7518000
Legenda
7517000

7517000
Áreas de Risco
Limite Municipal
Limite Municipal de Barra Mansa
7516000

7516000
Escala Gráfica
0 375 750 1.500 2.250 3.000
Metros

Datum: SIRGAS 2000


7515000

7515000
Projeção: Universal Transversa de Mercator - UTM. Fuso 23º S

Volta
Redonda
7514000

7514000
7513000

7513000
7512000

7512000
Relação das Áreas de Risco Indicadas no Município de Barra Mansa, RJ

BM-001
BM-003
7511000

7511000
BM-002

BM-005
BM-004

BM-006
7510000

7510000
BM-008
BM-007

BM-009 BM-010
BM-077
BM-011
BM-012
7509000

7509000
BM-022

BM-013 BM-023

BM-024

BM-026 BM-028
BM-014 BM-029
BM-025 BM-027
BM-030
BM-031
BM-054
7508000

7508000
BM-015 BM-032

BM-033
BM-053
BM-016
BM-036 BM-055

BM-017 BM-056
BM-034 BM-035
BM-060
BM-058 BM-059
BM-057 BM-061
BM-063
BM-062
BM-037
7507000

7507000
BM-044

BM-038 BM-064

BM-039

BM-040 BM-065
BM-018
BM-066
BM-067
BM-019
7506000

7506000

BM-042
BM-075 BM-073

BM-068
BM-021 BM-020
BM-074
BM-076
BM-045 BM-069

BM-070
BM-071
7505000

7505000

BM-049
BM-041

BM-043
7504000

7504000

BM-073a

BM-046

BM-047

BM-048
7503000

7503000

BM-050

BM-051 BM-052
7502000

7502000
7501000

7501000
7500000

7500000

580000 581000 582000 583000 584000 585000 586000 587000 588000 589000 590000 591000 592000 593000

Mapa de Localização das Áreas de Risco Indicadas no Município de Barra Mansa, RJ

Código Regea Responsável Técnico Data Escala Desenho

1742-R1-13 Oswaldo Yujiro Iwasa 26/Dezembro/2013 1:25.000 01


CREA - SP: 0600518079
Ass.
Anexo 2 - Anotação de Responsabilidade Técnica – ART

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