Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO JÚIZO FEDERAL DA 1ª VARA DA SUBSEÇÃO

DE (NOME DA CIDADE) SEÇÃO JUDCIÁRIA DE (NOME DO


ESTADO).

JAQUELINE FIT, brasileira, casada, oficial de cartório, portadora da


carteira de identidade nº _____, e do CPF nº ______, residente e
domiciliada na Localidade Rural de ______, nº_____, Bairro ____, no
município de ____, CEP ____-___, vem respeitosamente à Vossa
Excelência, por seus procuradores infra-firmados, conforme
procuração anexa e endereço ao rodapé indicado, propor a presente:

AÇÃO PARA REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE


APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

(Exclusão de fator previdenciário)

Em desfavor do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,


Autarquia Federal com CNPJ nº 29.979.036/0314-53, situada na Rua
____, nº ___, CEP ___-__, Bairro ____, Município de ____, pelos
fatos e fundamentos de direito aduzidos:

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

A parte autora é pessoa humilde que sobrevive dos rendimentos


como pequena agricultora familiar (cf. extrato de benefício em
anexo).

Nos termos exigidos pela legislação aplicável à espécie, a parte


autora firmou declaração de hipossuficiência econômica, fatos que
somados legitimam a concessão dos benefícios legais da justiça
gratuita conforme adiante pleiteado pela parte, em especial pela
aplicação ao caso do IRDR n. 25 do E. TRF 4ª Região.

II – DOS FATOS

Em restritíssima síntese, pode-se afirmar que esta inicial traz a


apreciação do juízo à questão da não consideração pelo INSS dos
períodos URANOS como AUXILIAR DE CARTÓRIO entre 05/1981 a
10/1984.

No caso, a parte autora é segurada aposentada pelo INSS, sob as


regras do Regime Geral da Previdência Social, com benefício de
espécie 42 e NB 42/001.

Em 01.11.2016 (DIB – data de início do benefício) a parte autora


teve deferida sua aposentadoria junto ao INSS, a qual foi concedida
com Renda Mensal Inicial de R$ 2.287, 95 reais, referente ao
coeficiente de 100%, pelo tempo de serviço apurado de 31 anos, 00
meses e 00 dias, na DIB, entretanto, com aplicação de fator
previdenciário de 0,6439, o que reduziu a média dos 80% maiores
salários de contribuição de R$ 3.553,27 reais para R$ 2.287,95 reais
(Carta de concessão com memória de cálculo extrato de RMA em
anexos).

Como se observa nos documentos acostados aos autos, o INSS não


reconheceu os períodos laborados pela parte autora com AUXILIAR
DE CARTÓRIO, situação que elevaria o tempo de serviço no
requerimento administrativo de 01.11.2016 e ainda, elevaria a regra
de cálculo denominada “PONTOS”, para 85 pontos.

Assim, os requisitos para concessão de aposentadoria por tempo de


contribuição INTEGRAL sem incidência do FATOR PREVIDENCIÁRIO
no cálculo da aposentadoria em 11/2016 são: carência mínima
urbana de 180 parcelas; tempo de serviço mínimo de 30 anos para a
segurada mulher, e somatória de tempo de serviço e idade igual a 85
nos ou pontos (para a segurada melhor).

Vejamos que; a autora possui direito adquirido a aposentadoria por


tempo de contribuição integral e sem aplicação de fator
previdenciário desde a DER 01.11.2016, visto que atendeu todos
requisitos acima, situação que será detalhada nos tópicos adiante
relacionados.

A) DOS PERÍODOS DE ATIVIDADE URBANA COMO AUXILIAR


DE CARTÓRIO

À parte autora nos períodos de 01.05.1981 a 30.10.1984,


exerceu atividades urbanas como AUXILIAR DE CARTÓRIO junto
ao Cartório de Registro de Imóveis de P S, em regime celetista,
situação ratificada pela seguinte prova documental:
1º) Declaração da Titular do Cartório de Registro de Imóveis
informado que a autora trabalhou para referido órgão entre maio
de 1981 até outubro de 1984;

2º) Cópia dos livros do cartório de registro de imóveis que atestam


a letra da autora com confecção de documentos cartoriais nos
anos de 1981 a 1984;

Ademais, sobre os livros cartoriais e destaque foi realizada


perícia grafotécnica por perito especializado e certificado que
atestou: “Por fim, conclui-se, que os lançamentos gráficos
questionados, inseridos no papel-suporte das cópias de transcrição
do registro imobiliário (em anexo), decorrem do mesmo punho
escritor dos lançamentos padrões inseridos no termo de coleta de
material padrão (em anexo). Ou seja, decorrem do mesmo punho
escritor da pessoa de JAQUELINE. Portanto, os lançamentos são
autênticos quanto à personalidade de quem os executou.”

Assim, além da robusta prova documental e pericial, a autora


comprovará sua atividade urbana como auxiliar de cartório dos
períodos em destaque, através de depoimentos de testemunhas
da época, para que, ao final, seja declarado por sentença, ser
verdadeiro o alegado e que tal tempo é computável como tempo
de serviço para fins previdenciários.

B) CONCLUSÃO

Em conclusão, à parte autora contava na data do requerimento


administrativo de 01.11.2016 com 31 anos, 00 mês e 00 dia de
tempo de serviço pela contagem do INSS.

Desta forma, somando-se a este tempo o acréscimo do tempo de


atividade como auxiliar de cartório a serem reconhecidas
judicialmente: 03 anos e 06 meses:

CARTÓRIO 01.05.1981 30.10.1984 1.260 3 6

Assim, a autora no requerimento administrativo (DER) de 01 de


novembro de 2016, possuía: a) A idade mínima; possuindo tempo de
serviço superior a 30 anos, o requisito etário é dispensado; b) A
carência mínima de 373 meses para o ano de 2016; c) E o tempo de
serviço superior a 30 anos para aposentadoria integral – destacamos
que a segurada atingiu o tempo de serviço total de 34 anos e 06
meses no requerimento administrativo de 01 de novembro de 2016,
conforme demonstra a somativa dos períodos reconhecidos
administrativamente e os períodos urbanos como auxiliar de cartório
em destaques; d) E a pontuação (idade + tempo de serviço) superior
a 85 pontos para aposentadoria – destacamos que a segurada atingiu
o tempo de serviço total de 34 anos e 06 meses, e a idade de 52
anos, 01 mês e 21 dias no requerimento administrativo de 01 de
novembro de 2016, possuindo total de 86 anos, 07 meses e 21 dias
em 01.11.2016.

Em suma, em 01.11.2016, a autora possuía à carência mínima de


180 meses exigida pelo art. 25, II, da Lei n. 8.213/91, e o tempo de
serviço de mais de 30 anos, tendo direito adquirido a aposentadoria
integral nos termos da Lei n. 8.213/91, e a pontuação (idade +
tempo de serviço) superior a 85 pontos, situação que legitima a
concessão de benefício sem aplicação de fator previdenciário.

III – FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

1. Da atividade urbana na condição auxiliar de cartório de


registro de imóveis

Os funcionários de cartórios extrajudiciais diferem dos servidores


cartorários judiciais, diante de serem regidos por lei específica que os
equiparam aos judiciais em relação aos seus direitos obrigações,
entretanto, são remunerados pelos titulares dos cartórios a exemplo
dos empregados privados regidos pela CLT.

Motivo pelo qual o regime jurídico dos servidores do foro


extrajudicial e considerado de natureza híbrida, mesmo antes da
Constituição Federal de 1988 e da Lei n. 8.935/94.

Assim, o argumento de que a autora no período de regência (1981-


1984) era servidora pública não procede, visto que exercia função de
empregada do cartório sem assinatura de sua CTPS, tão verdadeira a
afirmação que a partir do ano de 1985 a segurada passou a ter
registro em CTPS em Cartório de Registro Imobiliário de R R/SC, e
em 1987 no Cartório de Registro Imobiliário de P S/SC, esse objeto
dessa inicial.

Deste modo, nos períodos de 1981 a 1984 existiam igualdades


laborais em relação aos períodos de 1985 e 1987, assim, a segurada
tem direito à averbação do período correspondentes como tempo de
serviço, para fins previdenciários nos termos dos julgados relatados.

Você também pode gostar