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Ao Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da Cidade de Bauru;

Julio Cesar Guerra Filho, brasileiro, vivendo em união estável, motorista do


município de ubirajara, portador da cédula de identidade de numero RG
43.029.826.2 e do CPF 357.765.818.50, com endereço à Rua Sebastião Pereira
Dias, número 55, na cidade de Ubirajara, nesta estado de São Paulo,em
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado,
propor a presente Reclamação trabalhista face ao MUNICÍPIO DE
UBIRAJARA/SP, CNPJ sob nº 46.231.882/0001-05, com sede na Praça Porcino
Antonio de Lima, nº. 530, Bairro Centro, CEP. 17.440-000, Ubirajara/SP, pelos
fatos e fundamentos que passa a expor:

01- O Reclamante é funcionário da reclamada, e exerce a função de


motorista, o que inclui em suas funções a coleta dos alunos escolares;

02- A reclamada, no período anterior ao prazo prescricional, e diante da


extenuante jornada de trabalho, considerando o número insuficiente de
funcionários, fazia o pagamento na ordem de 40 horas extras mensais, ainda
que o sua jornada excedesse as citas 40 horas extras;l

03- Em 2017, a municipalidade suspendeu o pagamento das horas extras,


restabelecendo-as em 2019.

04- Sua jornada no ano de 2017 e 2018, foram as mais extenuantes, ou seja,
entrava por volta de 05:00 e 06:00, fazendo a coleta dos alunos que iriam
entrar no primeiro turno, sendo que depois os levava novamente, ou seja
após o turno das aulas, o que durava em ate as 13:30 ou 14:00, e ao final do
dia buscava os alunos que iriam estudar no período noturno, isso era por
volta de 17:15 e a chegada na escola ocorreu por volta de 18:40, ficando a
disposição e os levando-os de volta ao final da jornada letiva, o que
perdurava até 00:00 e 1:00;
05- Quando não estava no transporte de alunos, fazia os demais serviços
inerentes aos motoristas no curso do dia, como transporte de idosos,
pacientes e serviços gerais.

06- Neste período os funcionários também não gozavam do horário de


almoço, e considerando que não houveram os pagamentos, recorre-se a
prestação jurisdicional.

DAS IRREGULARIDADES E FUNDAMENTOS:


● neste tópico inicial discorrer sobre o piso salarial da categoria;

a- O Reclamante recebia como título de salário mensal a quantia de


R$ 1.100,00 (mil e cem reais), entretanto o valor determinado no piso
estadual é de R$1.183,33 devendo este ser aplicado como base
salarial do Reclamante por ser mais benéfico.

PISO NORMATIVO E SALÁRIO MÍNIMO ESTADUAL. Havendo


discrepância entre o piso normativo e o salário mínimo
estadual previsto para categoria profissional do autor,
deverá prevalecer aquele que for mais favorável ao
empregado.
(TRT-1 - RO: 00007174920105010247 RJ, Relator: Antonio
Carlos Areal, Data de Julgamento: 18/10/2011, Quinta
Turma, Data de Publicação: 27/10/2011). (grifamos).

b- Considerando o descrito no item 04 dos fatos, temos que a jornada deve


ser apresentada de forma líquida, ou seja, os períodos que excedem as 44
horas semanais, ou seja, as horas a disposição e horas extras;

No que refere-se às horas à disposição, o reclamante ficava à disposição no


período entre as 19:00 hs e 22:30 hs, nos termos do artigo 4o da CLT.

Considerando o período entre fevereiro de 2017 e novembro de 2017 e


fevereiro de 2018 a novembro de 2018, temos um total de 22 meses.
considerando a média de 3,5 horas, temos um total de 385 horas à
disposição, considerando sempre um total de 05 dias por semana.

Considerando o valor do salário regional, temos que o débito a cerca das


horas a disposição é na ordem de R$ 3.103,10, considerando o salário R$
1.183,33 / 220 + 50% x 385, nos termos do artigo 4o da CLT;

No que refere-se às horas extras, temos que se consideramos a jornada entre


05:30 e 14:30, teríamos às 08 horas diárias, o que excede seriam horas extras
no termos do artigo 59 da CLT, ou seja, das 14:30 as 19:00 e das 22:30 as
00:30, o que perfaz na média 6,5 horas por dia, o que perfaz o montante de
2.860 horas extras, que devem ser acrescidas de 50%, o que soma o importe
de R$ 23.023,00, nos parâmetros descritos no item “b”, para efeitos de
cálculos;

Entre 22:00 e 00:30, deveriam ser pagos o adicional noturno, ou seja, 25%, ou
seja o valor de R$ 2,01 por hora a título de adicional noturno, o que soma o
importe de R$ 1.768,00, nos termos do artigo 73 da CLT;

b- Considerando que o Reclamante trabalhava de segunda à sexta-feira,


das 5:00h às 1:00h, sem intervalo intrajornada, deve o Reclamado arcar com
o pagamento da hora de descanso acrescido da multa de 50%, prevista no
art. 71 da CLT, ou seja, o valor e quantidade da hora, acrescido de 50%,
multiplicado por 20 dias ao mês, vezes meses, o que perfaz o montante de
R$ 4.805 (1100/220 + 50% x 20 x 20 x 24).

c- considerando a habitualidade em que as horas extras foram prestadas,


requer que seja incluído no salário do reclamante, nos termos da súmula 191
do TST, bem como repercute nas demais verbas, considerando a
habitualidade como as horas extras eram realizadas, requer que estes
valores refletem sobre FGTS, INSS, Férias, ⅓ de férias e 13o salário, bem como
na forma da Súmula qual atribui-se o valor de R$ 10.500,00, que poderá ser
recalculado com base e nos termos da r.sentença;

Neste sentido também se posiciona a jurisprudência:


REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS. Havendo labor em
sobrejornada de forma diária, são devidos os reflexos em DSR's e
feriados, aviso prévio, férias acrescidas de 1/3, 13º salários, FGTS
+ 40% e PLR. O parágrafo primeiro da cláusula oitava dos
instrumentos normativos colacionados aos autos assegura o
pagamento dos reflexos das horas extras prestadas durante
toda a semana nos repousos semanais remunerados, "inclusive
sábados e feriados", vantagem contratual da categoria que
não pode ser ignorada. Dentre os direitos fundamentais dos
trabalhadores, previstos na Constituição Federal, está o
reconhecimento da força normativa dos instrumentos coletivos
como fonte jurídica de direitos entre os acordantes (CF, art. 7º,
inciso XXVI). A previsão de norma mais benéfica em instrumento
normativo não pode, portanto, deixar de ser aplicada, inclusive
em observância ao princípio de aplicação da norma mais
favorável ao empregado, norteadora do direito laboral. Sendo
assim, as horas extras laboradas diariamente, deferidas no
julgado originário, deverão gerar reflexo, também, aos sábados.
As horas extras habituais integram o salário por previsão legal
(artigo 7º, Lei 605/49). Nesta integração, como a jornada
suplementar é habitual, o descanso pela hora extra também é
uma parcela salarial habitual. A Súmula 172 do TST e a nova
redação dada à alínea a da Lei 605/49, pela Lei 7.415/85
determinam que as horas extras habitualmente prestadas
devem integrar o DSR, mesmo que o trabalhador preste serviços
por hora, por dia, por semana, quinzena ou mês. Quanto aos
reflexos, a r. sentença já fixou que não devendo ser calculados
os reflexos dos DSR´s majorados em razão da integração das
horas extras nas demais parcelas contratuais e rescisórias, não
havendo nada a deferir. Rejeito.

(TRT-2 10015195420195020031 SP, Relator: FRANCISCO FERREIRA


JORGE NETO, 14ª Turma - Cadeira 1, Data de Publicação:
27/11/2020)
Assim, pelo exposto requer:

● Que seja a Reclamada notificada da presente ação, para querendo


apresente defesa dentro do prazo legal, sob pena de revelia e
confissão;
● Seja a ação julgada procedente e que seja declarado o piso do
Estado de São Paulo, como o piso válido para o Reclamante e este
seja a referência para os demais cálculos e reflexos;
● seja a Reclamada condenada aos seguintes pagamentos:

Considerando o valor do salário regional, temos que o débito a cerca das


horas a disposição é na ordem de R$ 3.103,10, considerando o salário R$
1.183,33 / 220 + 50% x 385, nos termos do artigo 4o da CLT;

No que refere-se às horas extras, temos que se consideramos a jornada entre


05:30 e 14:30, teríamos às 08 horas diárias, o que excede seriam horas extras
no termos do artigo 59 da CLT, ou seja, das 14:30 as 19:00 e das 22:30 as
00:30, o que perfaz na média 6,5 horas por dia, o que perfaz o montante de
2.860 horas extras, que devem ser acrescidas de 50%, o que soma o importe
de R$ 23.023,00, nos parâmetros descritos no item “b”, para efeitos de
cálculos, qual reitera-se pela condenação;

Entre 22:00 e 00:30, deveriam ser pagos o adicional noturno, ou seja, 25%, ou
seja o valor de R$ 2,01 por hora a título de adicional noturno, o que soma o
importe de R$ 1.768,00, nos termos do artigo 73 da CLT,qual reitera-se pela
condenação;

Que, considerando a habitualidade em que as horas extras foram prestadas,


requer que seja incluído no salário do reclamante, nos termos da súmula 191
do TST, bem como repercute nas demais verbas, considerando a
habitualidade como as horas extras eram realizadas, requer que estes
valores refletem sobre FGTS, INSS, Férias, ⅓ de férias e 13o salário, bem como
na forma da Súmula qual atribui-se o valor de R$ 10.500,00, que poderá ser
recalculado com base e nos termos da r.sentença, qual reitera-se pela
condenação;

Pela condenação aos pagamento no que tange a diferença entre o salário


mínimo do Estado de São Paulo, e o Salário Mínimo Federal, que no curso
dos ultimos 05 anos soma o importe de R$ 2.000,00;

● requer pela produção de todos os meios de prova admitidos em


direito, bem como o depoimento pessoal das partes e testemunhas
em momento apropriado;
● que sejam deferidos os benefício da justiça gratuita, considerando
que o reclamante é pobre na acepção jurídica do termo, sem
condições de arcar com as custas processuais e honorário de
advogado pelo principio da sucumbencia;
● requer pela condenação aos honorário de advogado pelo principio
da sucumbencia;
● Dá se o valor a causa em R$ 29.626.10

Nestes termos pede o deferimento

Fernão/SP, 20 de janeiro de 2022

GERONIMO RODRIGUES DOS SANTOS


OAB/SP 409.103

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