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Posto isso, rejeitando as arguições contidas em preliminares, acolho parcialmente os pedidos

formulados por Carlos Mário Ciarlariello, reclamante, para condenar solidariamente 1ª- HA
Ciarlariello EPP e 2ª- Espólio de Aroldo Alberto Ciarlariello, reclamada, a pagar:

1.saldo de salário de abril de 2021 de R$ 2.581,33, aviso-prévio indenizado na proporção da Lei


12.506 de 13/10/2011, sendo no mínimo de 30 dias, projetado para todos os fins, com FGTS sobre o
aviso-prévio na forma da S. 305 do TST no valor de R$ 10.486,66, metade das férias dobradas de
2015/2016, 2016/2017, 2017/2018 e 2018/2019, metade das férias simples 2019/2020 e férias
proporcionais integrais de 2020/2021, todas com acréscimo de 1/3 constitucional sobre o valor
integral das férias, 13º salários integrais 2017 a 2020 e proporcionais 2021,depósito das parcelas do
FGTS do período não quitado em conta vinculada, com acréscimo da indenização de 40% sobre
todos os depósitos realizados ou que deveriam ter sido realizados pela empregadora, sem prejuízo das
multas administrativas em favor do Órgão gestor, com liberação de guia do Seguro-Desemprego;

2.Adicional de insalubridade no valor do salário-mínimo e reflexos;

3.Horas extras e reflexos;


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4.Horas integrais de intervalo intrajornada do art. 71, § 4º da CLT (1h por dia) até 10/11/2017, com
natureza salarial e reflexos nas demais verbas do contrato, também até esta data, sendo devidas apenas
as diferenças da hora reduzida a partir de 11/11/2017, quando a verba passou a ter natureza
indenizatória, não refletindo, a partir da vigência da Reforma Trabalhista nas demais parcelas do
contrato;

5.número de horas reduzidas aquém da 11ª hora entre duas jornadas e de 35ª do DSR, por analogia ao
art. 71, § 4º da CLT, com natureza salarial e reflexos nas demais verbas do contrato até 10/11/2017 e
depois disso a verba passou ater natureza indenizatória, não refletindo, a partir da vigência da Reforma
Trabalhista nas demais parcelas do contrato;
6.Multas dos arts. 467 e 477, §8º da CLT;

8.Indenização por dano moral no valor de R$ 10.000,00;

9.Honorários sucumbenciais na base de 15% sobre os pedidos acolhidos/deferidos que resultar da


liquidação da sentença, em favor da patrona do reclamante. Tudo na forma da fundamentação, que
contém todos os parâmetros a serem observados no presente dispositivo (inclusive prescrição,
quando expressamente reconhecida), não se justificando questionamentos posteriores,
especialmente se não tiverem como objetivo sanarem vícios (omissões/contradições/obscuridade),
quando não serão conhecidos e não interromperão o prazo recursal, sendo o montante apurado em
regular liquidação de sentença, do modo que seja mais eficaz para fixação do valor do título, exceto se
a decisão já estiver com os valores liquidados.

O valor da condenação, parcela a parcela, deverá ser corrigido monetariamente desde a data de
inadimplemento de cada verba, até o momento do efetivo pagamento, independentemente da data em
que a reclamada eventualmente venha a depositar o montante da condenação, fixando, para
efeito de correção monetária, o temo “a quo”, como sendo a data de vencimento de cada obrigação,
ou seja, a partir do momento em que a obrigação se torna exigível, mesmo porque só incorre em mora
o devedor que não efetuar o pagamento no tempo devido (art. 397 do CPC e S. 381 do TST).

incidência do IPCA-E, mais juros TRD, na fase prejudicial e sua substituição, a partir do ajuizamento
da ação, pela Taxa Selic, vedada sua cumulação com outros índices de atualização monetária, tudo nos
termos da fundamentação.

O imposto de renda é encargo de empregado e empregador, cabendo a este último o cálculo, a dedução
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e o recolhimento, conforme Lei 12.350, de 20/12/2010.

Quanto às incidências previdenciárias, a reclamada será responsável pelo recolhimento das


contribuições sociais a ela atinentes e também daquelas devidas pelo reclamante, autorizando-se a
retenção da importância que a este couber e observando o limite máximo do salário de contribuição,
recolhendo-se individualmente as guias, embora todas de uma só vez, correspondente a cada mês em
que houve a omissão patronal, viabilizando a consideração dos recolhimentos para fins de fixação do
valor da aposentadoria ou revisão de benefício.

Tratando-se, no entanto, de empresa submetida ao regime de desoneração de folha, aplique-se a regra


da Lei nº 12.546/201, que substituiu parte das contribuições previdenciárias da folha de salários pela
receita bruta ajustada.

As contribuições sociais devem incidir sobre as parcelas com natureza de salário de contribuição
deferidas nesta sentença, nos termos do artigo 214 do Decreto 3048/99.É deferida a assistência
judiciária gratuita em favor do autor (S.457 do TST e S. 33 do TRT da 15ª Região).
A terceira reclamada, Ignês Martins de Oliveira Ciarlariello, responderá subsidiariamente pelas
verbas principais, inclusive honorários advocatícios e periciais (se houver condenação), pelas custas
processuais e pelos recolhimentos previdenciários e fiscais, exceto anotação na CTPS.

Em oito dias deverá a reclamada anotar a Carteira de Trabalho do reclamante (admissão, dispensa,
salário e função), na forma da S. 39 do TRT 15ªRegião sob pena de, omitindo-se, fazê-lo a Secretaria
da Vara que, nesta situação, oficiará ao órgão da Superintendência do Trabalho local – Ministério da
Fazenda. No mesmo prazo, deverá entregar ao reclamante guia para os o erguimento dos depósitos do
fundo de garantia, devidamente regularizados, sob pena de responder pelo importe equivalente,
quitando ainda a indenização de 40%sobre o montante.

A reclamada se responsabiliza pela integralidade dos depósitos do fundo de garantia, sob pena de
responder pelo importe equivalente. Também deverá entregar em oito dias a Comunicação de
Dispensa competente para a utilização do Seguro-Desemprego.

Considerando a complexidade da matéria, o grau de zelo profissional, as peculiaridades regionais


e despesas do ato o lugar, bem como o tempo exigidos para a prestação do serviço, os honorários
periciais ficam a cargo da parte sucumbente que, no caso vertente a reclamada (§ 1º do art. 790-B da
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CLT e art. 3º da Resolução 66/2010), fixado em R$ 2.000,00, valores atualizáveis a partir desta data,
na forma da OJ 198 da SDI-1 do TST, dos quais devem ser abatidos eventuais adiantamentos.
Custas processuais, no valor de R$ 2.000,00 (observado o piso e o teto do art. 789 da CLT),

ISTO POSTO, decide este relator conhecer do recurso interposto por H. A. CIARLARIELLO,
rejeitar as preliminares e, no mérito, dar-lhe parcial provimento para excluir da condenação o
pagamento do 13º salário proporcional de 2015 e o integral de 2016 e do intervalo do art.
384, da CLT, além de estabelecer como base de cálculo do adicional de insalubridade o
valor do salário-mínimo federal e determinar a incidência do IPCA-E, mais juros TRD, na
fase pré-judicial e sua substituição, a partir do ajuizamento da ação, pela Taxa Selic, vedada
sua cumulação com outros índices de atualização monetária, tudo nos termos da
fundamentação. Rearbitrado em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) o valor da condenação.
Custas já recolhidas a maior (fls. 383/387).

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