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A origem da desigualdade entre os homens

● Rousseau começa com uma carta à República de Genebra, querendo prestar uma
homenagem pública

● Ele passa a descrever como seria um país em que gostaria de viver: em que todos se
conhecessem e respeitassem, e por isso o amor à pátria se trataria muito mais de um
amor ao cidadão do que à terra em que residem; em que os cidadãos fossem “não só
livres, mas dignos de sê-lo”.

● Ainda no tópico acima, ele cita que gostaria de um Estado em que o direito de legislar
fosse comum a todos os cidadãos, mas diz que não como os plebiscitos romanos, que
excluíam os chefes de Estado e os magistrados das deliberações. Ele teria proposto
que apenas os magistrados pudessem ter o direito de propor novas leis, para que o
povo desse seu consentimento.

● “... é principalmente a grande antiguidade das leis que as torna sacrossantas e


veneráveis …”

● Partindo para o prefácio, ele começa citando a importância da inscrição no templo de


Delfos (conhece-te a ti mesmo) para buscar a resposta da questão proposta pelo livro,
pois “como conhecer a fonte da desigualdade entre os homens se não a começar por
conhecer a si mesmos?”. A partir de tantas mudanças que ocorreram até o presente
momento na história do homem, como conhecer nossa verdadeira natureza se tais
mudanças apenas nos afastaram de nosso estado original?

● “É de tanto estudar o homem que somos deixados sem condição de conhecê-lo”, pois
todo progresso da espécie humana a distancia de seu estado original, considerando
que nunca paramos de buscar novos conhecimentos, e é nessas mudanças sucessivas
da constituição humana que se deve buscar a origem das diferenças entre os homens.

● Rousseau passa a falar da discrepância de ideias que os filósofos possuem sobre o


tema, uma vez que os antigos utilizam a palavra “lei” se referindo apenas a relações
gerais entre os seres animados, para sua comum conservação. Já os filósofos
modernos só reconhecem como “lei” regras prescritas a seres morais, livres e
inteligentes, ou seja, apenas aos homens se aplicaria a lei natural.

● Tendo tantas divergências sobre o que seria uma “lei natural”, seria difícil convir
sobre uma boa definição para o termo. Utiliza-se muito um meio que Rousseau julga
como cômodo e arbitrário para definir termos: elaboram-se regras em que acreditam
que resultaria no bem comum da sociedade humana, e chamam de lei natural o seu
conjunto, usando como justificativa a crença de que aquilo resultaria em um bem
comum, portanto sem provas.

● “Deixando de lado, portanto, todos os livros científicos que só nos ensinam a ver os
homens tal como eles se fizeram …”

● Rousseau considera que os animais não fazem parte da lei natural, pois, desprovidos
de luz e de liberdade, não conseguem reconhecer a existência dessa lei; no entanto,
pontua que por estarem até certo ponto à nossa natureza humana por conta de sua
sensibilidade, considera que eles também devem participar do direito natural, e que o
homem está sujeito a uma espécie de deveres para com os animais por isso.

● Ainda sobre o tópico acima, diz: “De fato, parece que, se sou obrigado a não fazer
nenhum mal a meu semelhante, é menos porque ele é um ser racional do que porque é
um ser sensível, qualidade que, sendo comum ao animal e ao homem, deve pelo
menos dar àquele o direito de não ser maltratado inutilmente por este.”

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