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LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
São Paulo
2019
Introdução
Questões de pesquisas
Mas no âmbito da creche, o educador trabalha em sala de aula juntamente com uma
assistente. Já por existir esta pessoa que auxilia, acaba-se atribuindo ao professor a tarefa de
educar e à assistente a tarefa de cuidar.
A dicotomia entre o cuidar o educar, deve ser dissolvida desde a atuação destas duas
profissionais, a escola deve reconhecer estes novos papeis a serem desenvolvidos na educação
Porém ambas as profissionais devem ser educadoras, todas fazem parte do processo de
constituição educacional da criança. Neste sentido, assim como a educadora deve conhecer
suas atribuições, a auxiliar também precisa ter um preparo para lidar com as crianças, não
somente em questões referentes à higiene, comportamento na hora da entrada, saída ou
recreio, mas conhecer e mediar o desenvolvimento dessas crianças durante o seu aprendizado.
Tendo conhecimento do conteúdo a ser transmitido, colaborando na intencionalidade da
atividade em execução, sabendo como lidar com o comportamento e aprendizado da criança.
Estudos mostram que nas creches muitos desses profissionais assistentes não possuem
uma formação adequada, têm uma baixa remuneração, além de trabalhar muitas vezes em
condições precárias como falta de materiais e ambientes apropriados para o desenvolvimento
de suas tarefas. Historicamente essas profissionais foram designadas apenas para suprir
necessidades básicas da criança e não promover aprendizado.
Os primeiros 6 anos da criança são os mais importantes de suas vidas, pois os mesmos
devem ser bem preparados e cabe a esse grupo "professor e auxiliar" facilitar o acesso a
diferentes linguagens e como usá-las. Lidar com essas práticas requer estudo e tempo para
planejá-las.
Em 2015 foi realizado um Censo da Educação Básica, que apurou que apenas 35% das
auxiliares que atuam nas creches da rede pública possuem a qualificação para o cargo e 40%
têm a formação de ensino médio, porém somente na modalidade normal sem o magistério
como exigido por lei (MEC, 2015).
Diante das exposições acima como fica a divisão das atribuições entre o profissional
qualificado com formação superior e o profissional que possui apenas o ensino médio normal
e/ou estagiário da pedagogia que normalmente acabam ocupando o cargo de assistente de
sala perante a dicotomia do cuidar e educar.
A BNCC contempla para a educação infantil ações de cuidar, educar e brincar, pois
considera que a criança aprende e se desenvolve em todos os momentos e não apenas nas
atividades pedagógicas. Sendo assim estabeleceu Cinco Campos de experiências para nortear
o planejamento pedagógico priorizando o desenvolvimento infantil e a aprendizagem dessa
etapa da Educação Básica. Esses campos apontam as experiências e vivências necessárias
para a criança aprender e se desenvolver e cuidam para que esse aluno tenha espaço, tempo e
liberdade para se expressar.
Em uma análise mais ampla das políticas públicas que envolvem o tema, nota-se que
há tratamento distinto a depender da rede de ensino dos Municípios brasileiros. Alguns, como
Belo Horizonte, por exemplo, criaram em 2015 o posto de auxiliar, enquanto outros, como
São Paulo, não possuem esta função há cerca de 15 anos.
Além da formação não ser a adequada como preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB 1996), verifica-se que os auxiliares/ assistentes recebem salários inferiores
aos educadores, conforme revela o estudo de doutorado sistematizado abaixo:
A superação desta aparente dicotomia entre o cuidar e educar, representada pelas
funções diversas do educador e assistente passa, assim, também, por planejamento de políticas
públicas. Muitos municípios optam pela contratação de assistentes porque representam um
impacto orçamentário menor para a rede de ensino.
PRADO, Rogério. BNCC – Campos de experiências: O que a sua criança vai aprender?
Disponível em: <https://www.eusemfronteiras.com.br/bncc-campos-de-experiencias-o-que-a-
sua-crianca-vai-aprender/> . Acesso em 15 nov. 2019.