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É BRINCANDO QUE A CRIANÇA APRENDE.

O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.

Aluna: XXXXXXXXXXXXXXX
Professora - orientadora: Monica Silva Ferreira

RESUMO:

Palavras-chave: atividades lúdicas, educação infantil, aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

As atividades lúdicas deveriam ser inseridas pelos professores como forma


de facilitador a aprendizagem, pois as atividades lúdicas na escola objetivam o maior
estímulo na busca pelo conhecimento e na maior assimilação de conteúdos,
facilitando assim o maior desenvolvimento dos alunos. Optou-se pela realização deste
trabalho sobre “O lúdico na educação infantil. Brincar uma forma de ensinar”,
objetivando a busca pela comprovação de que os benefícios desta prática terão
grande ênfase no ensino e aprendizagem na atualidade e no futuro.
A inserção de atividades lúdicas no processo de aprendizagem permite que
o educando adquira hábito de analisar, refletir e investigar questões antes de resolvê-
las, permitindo que o mesmo conclua fatos, mas que antes, aprenda a levantar
hipóteses. A questão norteadora desse estudo é: Como o lúdico pode favorecer o
desenvolvimento do aluno no processo educacional?
Para se responder à questão proposta, tem-se como objetivo geral verificar
a importância do lúdico para no processo educacional. Como objetivos específicos se
pretende promover brincadeiras para desenvolver habilidades, explorar sentimentos
e valores; Valorizar o universo lúdico, onde a criança comunica-se consigo mesma e
com o mundo; Definir brincadeiras que povoam o imaginário infantil, suas vivências e
experiências.
Quanto à metodologia aplicada nesse estudo optou-se pelo levantamento
bibliográfico relacionando importantes autores, bem como suas obras de estudos e
pesquisas sobre o brincar no processo educacional. Foram pautados autores,
comparando suas ideias e o enfoque dos mesmos, respeitando e valorizando a
diversidade entre eles. Escolhidos pela sua relevância e grande contribuição para a
efetivação do uso de brinquedos e brincadeiras no ato educativo, Piaget, Vygotsky e
Kishimoto.
Pretende-se com este trabalho justificar que a inserção da ludicidade na
aprendizagem tem importância relevante como facilitador na aprendizagem,
identificando esta ludicidade como recurso pedagógico essencial para uma
aprendizagem inovadora, destacando os prós e os contras desta prática, pois a
educação de forma apenas tradicional, já não consegue prender a atenção dos
alunos.
As brincadeiras necessariamente têm que fazer parte do universo das
crianças, pois o seu crescimento enquanto indivíduo social acontece por meio do
brincar, uma vez que no momento que o lúdico traz prazer para elas, as mesmas
conseguem assimilar melhor as coisas que existem ao seu redor e dessa forma facilita
a sua aprendizagem. As brincadeiras são tão importantes para as crianças que elas
adquirem, descobrem e redescobrem os seus sentimentos, como a alegria, a tristeza,
a dor, a saudade, bem como aprende a com vivência e a boa harmonia social através
do ato de brincar.
Sobre este assunto Craidy e Kaecher (2011, p.104) afirmam que “à medida
que a criança cresce, as brincadeiras vão tomando uma dimensão mais
socializadora”, em que os participantes se encontram, têm uma atividade comum e
aprende a coexistência com tudo que possibilita aprender, como o lidar com o respeito
mútuo, partilhar brinquedos, dividir tarefas e tudo aquilo que implica uma vida coletiva.
O brincar proporciona a troca de pontos de vista diferentes, ajuda a perceber como os
outros o vêem, auxilia a criação de interesses, comuns, uma razão para que se possa
interagir com outro.

Para a confecção dessa pesquisa foram pautados autores,


comparando suas ideias e o enfoque dos mesmos, respeitando e valorizando a
diversidade entre eles. Escolhidos pela sua relevância e grande contribuição para a
efetivação do uso de brinquedos e brincadeiras no ato educativo, pode-se destacar
Almeida (2003), Berloquin (1991), Cordazzo e Vieira (2007), Craidy e Kaecher (2011),
João e Brito (2014).

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A inclusão do lúdico como facilitador na aprendizagem não deve ser


considerado apenas para as crianças com dificuldades de assimilação dos conteúdos,
mas sim como prática pedagógica, pois Almeida (2003), destaca:

A este ato de troca, de interação, de apropriação é que damos o nome de


educação. Esta não existe por si. É uma ação em conjunta entre as pessoas
que cooperam, comunicam-se e comunga o mesmo saber. Por isso, educar
não é um ato ingênuo, indefinido, imprevisível, mas um ato histórico (tempo),
cultural (valores), social (relação), psicológico (inteligente), afetivo, existencial
(concreto) e, acima de tudo, político, pois, numa sociedade de classe,
nenhuma ação é simplesmente neutra, sem consciência de seus propósitos.
(ALMEIDA, 2003, p 18)

Brincadeiras e jogos além de serem suportes para aprendizagem


podem ser também utilizados para construir um melhor relacionamento entre
professor e aluno. Aos alunos a utilização de brincadeiras e de jogos lúdicos no
processo de aprender torna as aulas mais dinâmicas e mais motivacionais e aos
professores as aulas e o processo de aprendizagem baseado na ludicidade, possibilita
a interação entre professor e o aluno, interação esta formulada na afetividade, no
prazer e na cooperação, pois quando os professores conseguem repassar aos alunos
a vontade da inovação no processo de ensinar, estes alunos aprendem de forma mais
criativa, autônoma e de elevada criatividade. (FREITAS, 2000)
Para Friedmann (1996):

Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e


internacional, ou seja, quando alguém está jogando está executando regras
do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação
que estimulam a convivência em grupo. (FRIEDMANN, p. 22, 1996)

Os jogos, para além da componente competitiva, funcionam como


modelos de situações reais ou imaginárias. Há jogos dos mais variados tipos, desde
os de simples azar (dados e loterias) até os de mais sofisticadas estratégias, como o
xadrez. Muitos deles podem ser estudados do ponto de vista matemático, e outros
têm regras que "obrigam" os jogadores a fazer raciocínios do tipo lógico - matemático.
Outro grande estudioso que se pode citar neste artigo, como precursor das ideias da
ludicidade na aprendizagem, em especial na aprendizagem matemática foi Hoffmann
(1996) que cita:
O jogo formal ou informal faz parte da vida do homem. Um dos mais
antigos que se conhece, foi encontrado na sepultura de um rei babilônico, morto cerca
de 2600 anos antes de Cristo. Lá estavam os tabuleiros, as peças e os dados.
Infelizmente, não possuía as regras, motivo pelo qual não podemos saber como se
jogava. (HOFFMANN, 1996, p. 43)
As aulas elaboradas com atividades lúdicas fazem com que o
professor deixe de lado a máscara de “bicho papão”, aquele que sabe tudo e que não
aceita erros, para assim fazer parte da aula demonstrando prazer e alegria no ensinar.
Muito já se estudou em relação à introdução do lúdico no processo de aprendizagem
e é destacável que se os alunos têm tanta motivação para brincar, desta forma é
coerente conciliar a alegria de brincar com a necessidade de aprender. (ALMEIDA,
2003)
Para Cole (1990), dizer que a brincadeira faz parte do
desenvolvimento humano, na parte física e intelectual, favorece o desenvolvimento
afetivo e social, o relacionamento em grupo se torna mais harmonioso, e é também
um grande instrumento de educação para a vida.
Podemos utilizar a ludicidade em qualquer situação, no nosso caso
utilizamos para melhor compreensão no conhecimento, como uma ferramenta básica,
trazendo benefícios para a aprendizagem. Outro grande benefício é a referência que
o lúdico traz ao aluno, indicando a forma correta dele colocar-se em frente aos seus
problemas. (COLE, 1990)
A entrada do lúdico na aprendizagem permite que o educando analise
e pense em soluções para resolver as questões vivenciadas por ele, permitindo que o
mesmo conclua a questão sem medo de errar, pois se isto acontecer o aluno não terá
receio de iniciar a questão novamente.
É importante enfatizar que antes de o professor levar qualquer tipo de
atividade lúdica para a sala de aula, o mesmo deve fazer uma análise se o material
que será utilizado é compatível com a estrutura e com o número de alunos na sala,
pois ao expor uma aula diferenciada utilizando atividades lúdicas o professor deve
inserir todos os alunos para que os mesmos não se frustrem. (JOÃO, BRITO, 2014)
Um aspecto relevante nos jogos é o desafio genuíno que eles
provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos
façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a
potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja
desenvolver. (PCN’s, 2001, p. 49)
A partir de atividades lúdicas e dos jogos, os professores podem
utilizar estas atividades para avaliar o aprendizado dos seus alunos, pois a avaliação
dos alunos não precisam ser necessariamente em função de provas, elas podem
também ser realizadas em atividades lúdicas, visando à recreação e a aprendizagem.
A importância de atividades lúdicas, em especial, neste momento
onde a grande maiorias das escolas aderiram ao projeto de tempo integral, é de suma
importância para aprendizagem, pois aos alunos que se manterão o dia todo na
escola, não suportariam aquela educação que utilizava apenas o “quadro negro” e a
“cartilha”. (JOÃO, BRITO, 2014)
Cabe aos professores inovar, acompanhar os alunos que chegam ás
escolas cheios de informação, e mais que isso, cabe também a eles utilizarem as
informações que os alunos trazem de casa com a mídia, internet e todos os meios de
comunicação, em benefício dos próprios alunos, utilizando estas informações para
acrescentar a aula. (CORDAZZO, VIEIRA, 2007)
Existem muitos registros da existência de brinquedos e também de
sua utilização ao longo do tempo, destaca-se que os instrumentos de estudo e de
brincadeira também evoluíram e um grande exemplo disso está nos ambientes
escolares. (CORDAZZO, VIEIRA, 2007)
Para Dante (1993), os jogos como forma de dinamizar o estudo
constituem assim, excelentes oportunidades para obtenção de um bom ajustamento
emocional ou social. Em jogos as crianças são mais ativas mentalmente, pois
escolhem o que lhes interessa. Sabe-se que a quantidade de operações realizadas
pela criança ao longo de um jogo é imensamente maior do que a que poderia realizar
operando em propostas fechadas, dirigidas pelo professor.
Por mais que saibamos que as crianças quando brincam apenas o
fazem como ato de brincar, sem competir com os que estão ao seu redor, assim
mesmo elas estão descobrindo o mundo que as rodeia e participando do mundo
também.
Segundo Gadotti (1991), a criança é um ser em criação. Cada ato é
para ela uma ocasião de explorar e de tomar posse de si mesma; ou para melhor
dizer, a cada extensão a ampliação de si mesmo. E esta operação, executa-se com
veemência, com fé: um jogo contínuo. A importância decorre de conquista, uma
vibração incessante.
Segundo Craidy e Kaecher (2011), pode-se perceber que o ser
humano procurou sempre a inovação no processo de ensinar, no passado o
conhecimento era repassado ao aluno de forma muito rígida e estagnada, onde o
objetivo do estudo era somente a memorização dos conteúdos, onde este conteúdo
não era aprendido, mas sim decorado.
Nos dias pode-se enfatizar que o processo de ensinar sofreu
mudanças extremas, mas mudanças estas que apenas acrescentaram positivamente
no método de ensino e a ludicidade na forma de ensinar é um ótimo exemplo disso.
Assim é importantíssimo relatar que os profissionais da educação
desde muito tempo requerem melhorias na forma de ensinar e qualidade no aprender.
Assim, segundo Almeida (2003), o ser humano nasceu para aprender, para descobrir
e apropriar-se de todos os conhecimentos, desde os mais simples até os meios
elevados e complexos e é isto que lhe garante a sobrevivência e a interação na
sociedade como ser participativo, crítico e criativo.
Esse ato de busca, de troca, de interação, de apropriação é que
damos o nome de educação. Esta não existe por si, é uma ação conjunta entre as
pessoas que cooperam, comunicam-se do mesmo saber. Por isso, educar não é um
ato ingênuo, indefinido, imprevisível, mas um ato histórico, social, psicológico,
existencial e principalmente neutro sem propósitos. (FRIEDMANN, 1996)
A inserção da ludicidade não é um processo vago, sem meta, mas é
tão importante como qualquer outra forma de ensinar que exista. A educação lúdica
está distante da concepção ingênua de passa-tempo, brincadeira vulgar, diversão
superficial. Ela é uma ação inerente na criança, no adolescente, no jovem e adulto e
aparece sempre como forma transacional (método psicológico criado em 1956 pelo
psiquiatra Eric Berne, informalmente conhecido como AT- analise transacional, estuda
e analisa as trocas de estímulos e respostas, ou transações entre indivíduos) em
direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração constante do
pensamento individual em permutações com o pensamento coletivo. (CRAIDY,
KAECHER, 2011)
Educar ludicamente tem significado muito importante e está presente
em todos os segmentos da vida. Por exemplo, uma criança que brinca com bolinha
de gude ou de boneca com seu colega, não está simplesmente brincando e se
divertindo, está se apropriando e desenvolvendo inúmeras funções cognitivas e
sociais.
Acredita-se que se bem aplicada e compreendida a ludicidade no
processo de aprendizagem se tornará um diferencial, contribuindo para que os alunos
tornem-se mais felizes e tranquilos na hora da aprendizagem, entendendo que o
processo de aprender pode ser muito prazeroso.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, P. N. Educação Lúdica: Técnicas e Jogos Pedagógicos. Rio de Janeiro:


Loyola, 2003.

BERLOQUIN, P. 100 jogos para ensinar de forma lúdica. São Paulo: LaFonte, 1991.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto - Secretaria de Educação


Fundamental. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. Lei n. 9394,20
de dezembro de 1996. Brasília: MEC/SEF, 2001.

COLE M. Prólogo: desenvolvimento cognitivo através de jogos educativos e seus


fundamentos culturais e sociais. São Paulo: Ícone, 1990.

CORDAZZO, S. T. D.; VIEIRA, M. L. A brincadeira e suas implicações nos processos


de aprendizagem e de desenvolvimento. Revista Estud. pesqui. psicol., Rio de
Janeiro, v.7, n.1, jun. 2007.

CRAIDY, C. M; KAECHER, G. E. P. S. Educação Infantil Pra que te quero? Porto


Alegre: Artmed, 2011.

FREIRE, P. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.

FREITAS, L. C. A produção de ignorância na escola, a não aceitação dos jogos


como atividade lúdica. São Paulo: Cortez, 2000.

FRIEDMANN, A. Brincar, crescer e aprender: o resgate do jogo infantil. São Paulo:


Moderna, 1996.

GADOTTI, M. Matemática Tradicional X Matemática Lúdica: Introdução à


pedagogia do conflito. São Paulo: Cortez, 1991.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, v. 5, p. 61, 2002.

HOFFMANN, J. M. L. Novas Metodologias. Porto Alegre-RS: Mediação. 1996.

JOÃO, R. B; BRITO, M. Pensando a corporeidade na prática pedagógica em


educação física à luz do pensamento complexo. Revista Brasileira de Educação
Física e Esportes, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 263-72, jul./set. 2014.

MINAYO, M. C. S. Rev. Pesquisa social: teoria, método e criatividade, v. 27, p. 9-29,


2007.

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