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DSM-V E CFTMEA

CAPÍTULO 4:
DSM-V E CFTMEA

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U N ID A D E 2: TEA N O S MANUAIS DE CLASSI FI CAÇÃO
DSM-V E CFTMEA

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Men-


tais 5.ª edição ou DSM-5 é um manual diagnóstico e estatístico
elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria com o objeti-
vo de nortear o diagnóstico de transtornos mentais. Usado por psi-
cólogos, médicos e terapeutas ocupacionais, teve sua versão atuali-
zada em maio de 2013 substituindo o DSM-IV publicado em 1994
e revisado em 2000. Desde o DSM-I (1952), esse manual tem
sido uma das bases de diagnósticos de saúde mental mais usado no
mundo apesar das duras críticas, como esclarece Caponi (2014):

“ No dia 18 de maio de 2013, foi editada a úl-


tima versão revisada do Manual de Diagnóstico
e Estatística de Transtornos Mentais (Diagnostic
and Statistical Manual of Mental Disorders), co-
nhecida como DSM-V (APA,2013). Diversas vozes
mostraram sua oposição a esta nova edição de
um manual que, repetindo o modelo das versões
anteriores, apresenta grandes fragilidades epis-
temológicas, limitando-se a elencar uma lista de
sintomas pouco claros para um conjunto cada vez
maior de patologias mentais.

A classificação francesa de transtornos mentais das crianças
e adolescentes ou CFTMEA assim como a DSM e o CID é um
sistema de classificação psicopatológica, porém com bases psica-
nalíticas estabelecidas sob a direção de Roger Misès. Este manu-
al complementa o sistema internacional (CID-10) e o Americano
(DSM) no campo da psicopatologia em crianças e adolescentes.
Lima discorre sobre o ganho que o Brasil teve com a publica-
ção do manual em sua versão traduzida da última edição francesa

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DSM-V E CFTMEA

lançada em 2012, e, segundo ela, o CFTMEA dialoga com o CID


sempre buscando correspondência:

A principal diferença entre a CFTMEA e o par DSM-CID


é que a primeira não advoga o ateoricismo, suposta marca das
últimas. Pelo contrário, está claro, em suas páginas, que a psi-
canálise é a principal chave de leitura dos fenômenos mentais
em questão. Assim, a valorização da psicodinâmica e da rela-
ção dos sintomas da criança com o meio em que ela habita, em
especial com sua família ou quem ocupa essa função, são as
marcas que Misès e seu grupo vêm imprimindo à classificação
desde o seu surgimento, como enfatizam o prefácio e a apre-
sentação da edição brasileira. A psicanálise se faz presente no
vocabulário usado na CFTMEA, seja na nomeação das cate-
gorias ou subcategorias, como “transtornos neuróticos de pre-
domínio histérico”, ou nas referências feitas à “criança pré-e-
dipiana” e aos “autoerotismos” no tópico destinado aos bebês,
ou ao “falso-self”, “campo transicional”, “posição depressiva”
e “falhas narcísicas” no grupo das “patologias limite”. Além
disso, o texto não se esquiva de fazer referência a grandes
autores, e nesse ponto não apenas àqueles mais próximos à
psicanálise, como M. Mahler e Bowby, mas também a Kanner
ou Piaget, demonstrando respeito à tradição do campo psi e
à transmissão feita na relação entre alunos e mestres, o que
parecia ter sido abandonado depois que a medicina baseada
em evidências colocou a “opinião de especialistas” nos últimos
lugares da hierarquia da produção de conhecimento clínico
científico (Greenhalgh, 2008 apud LIMA, 2019).

Os três manuais buscam facilitar o processo de diagnós-


tico das doenças, contudo o mais amplamente usado é o CID. É
muito importante para o educador, ainda que não seja habilitado
ou capaz de realizar diagnósticos que tenha conhecimento destas

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classificações, afinal as escolas são receptoras de relatórios e devem


ser competentes em compreendê-los ainda que minimamente.

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 EXERCÍCIOS PROPOSTOS - UNIDADE 2

1) Leia as proposições a seguir:


I) A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doenças –
CID 10) é uma lista publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
II) A CID tem como objetivo de padronizar a codificação de doenças e ou-
tros problemas relacionados à saúde.
III) A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma
grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circuns-
tâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças.
IV) A cada estado de saúde são atribuídas várias categorias que podem
corresponder a vários códigos.
São verdadeiras as afirmações:
(a) I, II e III;
(b) I e II apenas;
(c) III e IV apenas;
(d) I, II, III e IV;
(e) II, III e IV;

2) Sobre a Cid é correto afirmar, exceto:

(a) A CID não é revista periodicamente e está ainda em sua primeira


edição.
(b) Há uma prevista substituição para a décima primeira edição.
(c) A CID-11, com desenvolvimento concluso em 2018, foi apre-
sentada para adoção dos Estados-Membros em maio de 2019
(durante a Assembleia Mundial da Saúde), com proposta para
entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022.
(d) A CID-10 havia sido desenvolvida em 1993.
(e) A classificação internacional de doenças cumpre a função de ofi-
cializar o diagnóstico.

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EX ER C ÍC IO S PROPOSTOS - UNI DADE 2
3) São subclassificações abrangidas no F84 – CID 10, exceto:

(a) CID 10 – F84.2 Síndrome de Down


(b) CID 10 – F84.3 Outro transtorno desintegrativo da infância
(c) CID 10 – F84.4 Transtorno com hipercinesia associada a re-
tardo mental e a movimentos estereotipados
(d) CID 10 – F84.5 Síndrome de Asperger
(e) CID 10 – F84.8 Outros transtornos globais do desenvolvimento

4) Sobre o CID – 11 podemos afirmar que:


I) CID-11 reúne apenas alguns dos transtornos que estavam dentro do es-
pectro do autismo (TEA).
II) O código F84 que designava os Transtornos Globais do Desenvolvimento
passa a ter o código 6A02 — em inglês: Autism Spectrum Disorder (ASD) –
III) As subdivisões passaram a ser apenas relacionadas a prejuízos na lin-
guagem funcional e deficiência intelectual. O objetivo é facilitar o diagnósti-
co, simplificando a codificação para acesso a serviços de saúde.
São verdadeiras as proposições em:
(a) II e III;
(b) I, II e III;
(c) I e II;
(d) Apenas em I;
(e) Apenas em III.

5) Sobre os Manuais CFTMEA e o par DSM-CID podemos afirmar:


I) A psicanálise se faz presente no vocabulário usado na CFTMEA, seja na
nomeação das categorias ou subcategorias;
II) Os três manuais buscam facilitar o processo de diagnóstico das doen-
ças, contudo o mais amplamente usado é o CID;
III) DSM-5 é um manual diagnóstico e estatístico elaborado pela Associa-
ção Americana de Psiquiatria com o objetivo de nortear o diagnóstico de
transtornos mentais;
Apenas o que se diz em:
(a) I, II e III;

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(b) I e II;
(c) II e III;
(d) Apenas em III;
(e) Todas as afirmações estão incorretas.

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