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SECRETARIA DE ESTADO DE

EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS


DEFICIÊNCIA INTELECTUAL - APRENDIZAGEM E
DESENVOLVIMENTO
Claudine S. Alves - Fisioterapeuta
Pós-graduada em Fisioterapia Neurológica
Especialização em Educação Especial e Inclusiva
Paula Borges Miranda
Terapeuta Ocupacional
Pós graduada em Educação Especial Inclusiva
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Áreas cerebrais
responsáveis pela
consolidação do
conhecimento.
A Construção Histórica do Conceito de Deficiência
Mental

❏ As expressões referentes ao deficiente mental ao longo do tempo foram se modificando, débil


mental, imbecil,idiota, oligofênico, retardado, entre outras foram utilizadas. O que se evidencia
em todas elas é o rótulo do intelectualmente diferente, que é empregado por educadores e
profissionais da educação.
❏ A concepção de deficiência mental como patologia, gerada pela teoria positivista, resistiu ao
tempo e até meados do século XX era praticamente a única formalmente aceita, tanto pela
comunidade científica, quanto pelos profissionais atuantes na área. Segundo esta concepção, a
normalidade é estabelecida por uma média e vincula-se à saúde e a anormalidade, à
doença.(BUENO,2004,p.58)
❏ Skrtic(1996) existem dois modelos teóricos diferenciados de normalidade/anormalidade, o
modelo patológico, originado na medicina, e o modelo estatístico, fruto da psicologia.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

HISTÓRICO

❏ Ao final do século XIX (início XX) , Alfred Binet (1857 -1911) fundamentado em teorias
essencialmente empiristas, desenvolveu um teste para aferir o nível de inteligência, denominado
teste do Quociente Intelectual (QI).

❏ Tais formulações de Binet foram ,posteriormente superadas pela Teoria das Inteligências
Múltiplas de Howard Gardner.

❏ Por volta de 1960-1970 , verifica-se um salto qualitativo da neurociência(área relativa aos


estudos do cérebro), somado aos avanços da ciência cognitiva(estudo da mente), com as teorias
cognitivas em pauta, a ideia que emerge é a de que a própria pessoa é responsável pela
construção do seu conhecimento através de suas interações com o meio.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

❏ A AAMR(Associação Americana de Deficiência Mental) considera também que a


conceitualização da deficiência mental não pode se basear somente pelos resultados dos testes
de inteligência, expressos por meio do Quociente de inteligência (QI).

❏ Para essa associação, para caracterização da deficiência mental deve-se levar em


consideração, além do QI, as dificuldades de comportamentos adaptativos dos sujeitos, além de
só considerar um indivíduo deficiente mental se ela ocorrer durante o período de
desenvolvimento, isto é, antes dos 18 anos.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

❏ A Organização Pan-Americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde realizaram um


evento(no qual o Brasil participou) em Montreal, Canadá, em outubro de 2004, evento que
aprovou o documento DECLARAÇÃO DE MONTREAL SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL.

❏ A expressão deficiência intelectual foi oficialmente utilizada já em 1995, quando a Organização


das Nações Unidas, realizou em Nova York o simpósio chamado INTELLECTUAL DISABILITY:
PROGRAMS, POLICIES, AND PLANNING FOR THE FUTURE ( Deficiência Intelectual:
Programas, Políticas e Planejamento para o futuro).
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

DEFINIÇÃO

❏ Incapacidade caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual e no


comportamento adaptativo, e está expressa nas habilidades práticas, sociais e conceituais,
originando-se antes dos dezoito anos de idade. (AAMR,2006)
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

IDIOTIA
RETARDO DEFICIÊNCIA
OLIGOFRENIA
MENTAL INTELECTUAL
DEMENTIA
ATÉ 2013 APÓS 2013
SEC. XVI

❏ CID-10 (Classificação Estatística Internacional de doenças e Problemas relacionados à saúde)


define como : RETARDO MENTAL
❏ DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) nomeia como : DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
❏ CID - 11 Utilizará o termo DESORDEM DO DESENVOLVIMENTO - 1 de Janeiro de 2022
DSM -5 - MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE
TRANSTORNOS MENTAIS
DSM - 5

➢ Publicação da Academia Americana de Psiquiatria (AAP)


➢ Passa por atualizações periódicas desde final dos anos
1960
➢ Indicado para médicos, não médicos e profissionais de
saúde
➢ Atualizado em 2014
CONCEITO DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Durante muito tempo, a definição, avaliação e classificação de deficiência mental eram ligadas à aferição, por meio de
testes padronizados ( psicométricos ) do coeficiente de inteligência(QI )- índice que calcula a inteligência pela relação
entre a idade mental mental do sujeito e sua idade cronológica.

DSM- 2013 AAMR 2002

LEVE 55-69 LEVE 51-75

MODERADO 40-54

SEVERO 25-39 SEVERO < 50

PROFUNDO < 24
DSM -5 - MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE
TRANSTORNOS MENTAIS
DSM-5

❏ - Sintomas e aparecimento devem ocorrer durante o período de


desenvolvimento
❏ - Perfil crônico e persiste na vida adulta
❏ - Co-ocorre junto a outros transtornos de neurodesenvolvimento e
psiquiátricos : atenção!!!!
❏ - Mudança de nome: RM>>>>DI
(alinhar com OMS, AAIDD e Departamento de Educação dos EUA)
CID 10 CÓDIGO INTERNACIONAL DE DOENÇAS

CID- 10- Abreviação da Classificação Internacional de Doenças, Décima Revisão)

❏ Classificação publicada e revisada pela OMS

❏ Fornece uma estrutura de base etiológica

❏ Todas as doenças estão catalogadas por alfanúmeros (ex: F70)

❏ Sistema para designar códigos estatísticos para condições de saúde

❏ Retardo Mental : capítulo 6 (Transtornos Mentais e Comportamentais)


DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO CID-10

F70. Deficiência Intelectual Leve

❏ Amplitude aproximada do QI entre 50 e 69 (em adultos, idade mental de 9 a menos de 12


anos). Provavelmente devem ocorrer dificuldades de aprendizado na escola. Muitos adultos
serão capazes de trabalhar e de manter relacionamento social satisfatório e de contribuir para
a sociedade.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO CID-10

F71. Deficiência Intelectual Moderada

❏ Amplitude aproximada do QI entre 35 e 49 (em adultos, idade mental de 6 a menos de 9 anos).


Provavelmente devem ocorrer atrasos acentuados do desenvolvimento na infância, mas a
maioria dos pacientes aprendem a desempenhar com algum grau de independência quanto aos
cuidados pessoais e adquirir habilidades adequadas de comunicação e acadêmicas. Os adultos
necessitarão de assistência em grau variado para viver e trabalhar na comunidade.
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO CID-10

F72. Deficiência Intelectual Grave

❏ Amplitude aproximada de QI entre 20 e 40 (em adultos, idade mental de 3 a menos de 6


anos). Provavelmente deve ocorrer a necessidade de assistência contínua.

F73. Deficiência Intelectual Profunda

❏ QI abaixo de 20 (em adultos, idade mental abaixo de 3 anos). Devem ocorrer limitações
graves quanto aos cuidados pessoais, continência, comunicação e mobilidade
CIF (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE
FUNCIONALIDADE

CIF

descreve a funcionalidade e a
incapacidade relacionadas às
condições de saúde,
identificando o que uma
pessoa “pode ou não pode
fazer na sua vida diária”, tendo
em vista as funções dos
órgãos ou sistemas e
estruturas do corpo, assim
como as limitações de
atividades e da participação
social no meio ambiente onde
a pessoa vive.
CIF (CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE
FUNCIONALIDADE

INCAPACIDADE

DISFUNÇÃO (ORGÂNICA E/OU LIMITAÇÃO DAS ATIVIDADES RESTRIÇÃO NA FATORES AMBIENTAIS


DA ESTRUTURAÇÃO DO CORPO) PARTICIPAÇÃO SOCIAL ( FACILITADORES OU
BARREIRAS)
CID 10 e CIF

a CID-10 e a CIF são complementares, e os utilizadores são estimulados a usar em conjunto esses
dois membros da família de classificações internacionais da OMS

. A CID-10
proporciona um “diagnóstico” de doenças, perturbações ou outras condições de saúde, que é
complementado pelas informações adicionais fornecidas pela CIF sobre funcionalidade.
Diagnóstico

❏ Não é feito através de exames específicos ex: Ressonância , Tomografia etc...


❏ Diagnóstico e intervenção precoce
❏ Multi e Transdisciplinar
❏ Por Observação- ( neuro - psicólogos- Fono, Fisio, T.O psicopedagogos etc…

❏ Observação clínica:
❏ funcionalidade no ambiente ( social, acadêmico, conceitos e praticidade)
❏ Histórico familiar,(80 A 90 )
❏ Gestação e Parto
❏ Desenvolvimento Neuropsicomotor
❏ Sinais Sindrômicos
❏ TESTES DE AVALIAÇÃO ESTRUTURADA
❏ Testes psicométricos realizados por psicólogos , neuropsicólogos
Causas e Fatores de risco

De acordo com a Associação Americana de Retardo Mental (LUCKASSON,1992)

Pré-natais

➢ Que incidem desde a concepção até o início do trabalho de parto:


❏ Desnutrição materna,
❏ má assistência gestacional, doenças infecciosas,
❏ consumo de álcool e drogas pela mãe
❏ poluição ambiental
❏ fatores genéticos decorrentes de alterações cromossômicas numéricas ou
estruturais(Síndrome de Down, Síndrome de Martin Bell, entre outras) e alterações gênicas
(erros inatos do metabolismo: fenilcetonúria, Síndrome de Willians, esclerose tuberosa, entre
outras)
Causas e Fatores de risco

Perinatais

➢ Que incidem desde o início do trabalho de parto até o trigésimo dia de vida do bebê.

❏ Anóxia
❏ Traumas de parto
❏ prematuridade e baixo peso
❏ icterícia grave em recém-nascidos e
❏ Kernicterus( incompatibilidade de RH/ABO)
Causas e Fatores de risco

Pós natais

que incidem do trigésimo dia de vida ao final da adolescência.

● Desnutrição
● desidratação grave
● carência de estímulo global
● infecções (meningoencefalites,sarampo, etc)
● intoxicações exógenas
● acidentes (trânsito,afogamento,choques, quedas, etc..)
● infecções e outros
CAUSAS DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

GENÉTICA
40-60% Inespecífico

Associada a alguma Down

SINDRÔMICAS Síndrome: X-Frágil


Willians- Beurer

Causa provocada por aspectos neurológicos, Prematuridade


biológicos, ambientais, comportamentais sem Alcoolismo
NÃO SINDRÔMICAS
relação com síndrome ou alteração cromossômica. Pobreza extrema
Quando Suspeitar de Causa Genética na DI

➢ História familiar
➢ Crianças com alterações físicas (manchas, deformações,
➢ microcefalia, olhos-orelhas-pele, etc)
➢ Atraso global de desenvolvimento desde tenra idade
➢ Autismo
➢ Epilepsias de difícil controle
➢ Distúrbio de Linguagem e de Comunicação
➢ Atraso no Desenvolvimento neuropsicomotor
➢ Atraso na fala
➢ Dependência excessiva
➢ Pobreza de recursos
➢ Assimbolia( perda da capacidade de apreciar pelo tato a forma e a natureza de um objeto)


Hipotonia
➢ Dificuldade de abstrair, imaginar, aprender algo, imaginar e reproduzir, generalização
(Quintela e cols., 2017)
Síndromes Genéticas mais comuns

● Down ● Smith-Magenis
● X-Frágil ● Velocardiofacial
● Willians-Beurer ● Rubinstein-Taybi
● Cornélia de Lange ● CHARGE
● Angelman ● Mucopolissacaridoses
● Prader-Willi E aproximadamente mais 900 descritas…
● Turner (AAMR, 2002)
● Neuroectodermoses
● Patau
● Rett
● Distrofias musculares
Síndrome de Down

❏ A Síndrome de Down é uma condição genética, definida por um cromossomo 21 extra nas
células do corpo, conhecido também por trissomia do 21.
❏ Dentro das células, existem os cromossomos que carregam informações sobre o
indivíduo, sendo que cada um tem 46 cromossomos, já aqueles com Síndrome de Down
possuem 47.
❏ Na fecundação resultante de 23 óvulos e 23 espermatozóides , há origem de feto com 46
cromossomos. Na condição, ocorre um erro na divisão celular que resulta na presença
adicional de um terceiro cromossomo do par 21 nas células, muitas vezes isso ocorre na
formação do óvulo ou espermatozóide que contém um cromossomo 21 a mais.
DIAGNÓSTICO

❏ Durante a gravidez, o ultrassom morfológico que avalia a translucência


nucal, medida na região da nuca do feto, ajuda a estimar a presença da
síndrome, que só é confirmada com os exames de amniocentese e
biópsia do vilo corial. Após o nascimento, um exame clínico do cariótipo
(estudo dos cromossomos) pode comprovar a Síndrome de Down.
CARACTERÍSTICAS

❏ Olhos amendoados
❏ Rosto arredondado
❏ Mãos menores com dedos mais curtos
❏ Prega palmar
❏ Orelhas pequenas
❏ Dificuldades motoras
❏ Língua protusa (para fora da boca)
❏ Estatura baixa
❏ Doenças cardíacas
❏ Comprometimento intelectual
Síndrome x Frágil

❏ Depois da Síndrome de Down, é a causa genética mais frequente de deficiência - fica em torno
de 1 em cada 200 pessoas. Pode afetar vários membros da mesma família.
❏ Trata-se de um gene FMR1, importante na produção de proteína FMRP. Esta proteína é
necessária no processo de transmissão neuronal.
❏ A doença é mais comum em homens porque as mulheres,tendo dois cromossomo X ,
apresentam duas cópias do gene FMR1.
❏ A Síndrome do X Frágil é uma doença genética transmitida pelos pais e causa
Deficiência Intelectual e atraso no desenvolvimento.
❏ É a causa mais comum de D.I em meninos, afetando 1 em cada 4.000. É menos
comum em meninas , cerca de 1 em cada 8000.
❏ Os meninos apresentam sintomas mais graves do que as meninas.
❏ A SÍNDROME DO X FRÁGIL É UMA CONDIÇÃO CRÔNICA E NÃO TEM CURA.
Síndrome do X Frágil

SINTOMAS :

❏ Atrasos no desenvolvimento
❏ Deficiências Intelectuais e de aprendizagem - as crianças com SXF podem apresentar
dificuldade para aprender novas habilidades.
❏ Ansiedade
❏ Sintomas semelhantes ao Autismo( dificuldades nas interações sociais , não faz contato visual,
aversão ao toque)
❏ Dificuldade para entender a linguagem corporal
❏ Hiperatividade
❏ Convulsões
❏ Depressão
❏ Dificuldade para dormir
Síndrome do X Frágil

Características Físicas:

❏ Orelhas grandes
❏ Mandíbula proeminente
❏ Rosto alongado
❏ Queixo saliente
❏ Juntas flexíveis
❏ Pé chato
Síndrome do X Frágil

CAUSA
❏ É causada por um defeito no gene FMR1, localizado no cromossomo X.
❏ A mutação no gene FMR1 impede que ele produza adequadamente uma proteína
chamada FMRP, essencial para o funcionamento do sistema nervoso.
❏ A proteína FMRP é responsável pelo desenvolvimento das conexões entre as células
nervosas e a maturação das sinapses.
❏ Em geral, por volta dos 3, 4 anos as crianças recebem o diagnóstico, que é feito
através de um exame de sangue de DNA, chamado FMR1 que estão associadas a
Síndrome do X frágil.
Síndrome de Williams

❏ Foi descrita pelos médicos J.C.P. Williams, em 1961 ; e Beuren , em 1962, por isso que em
alguns lugares a síndrome recebe o nome de Williams Beuren
❏ A síndrome de Williams se caracteriza como uma falha ou uma desordem no cromossomo 7.
❏ Crianças de ambos os sexos são afetadas
❏ Ela ocorre pela ausência de 21 genes do cromossomo 7. ( Ele é responsável pela formação de
elastina, a proteína que forma as fibras elásticas.
Síndrome de Williams

SINTOMAS:
❏ Estatura aquém para a idade
❏ Dentes espaçados
❏ Peito escavado
❏ hipotonia
❏ baixo peso ao nascer
❏ baixo timbre de voz
❏ Déficit de atenção
❏ Atraso no desenvolvimento cognitivo
❏ excesso de cálcio no sangue
❏ Problemas renais
ASSOCIAÇÕES

❏ Hiperatividade
❏ Déficit de atenção
❏ Autismo
❏ Transtorno de Linguagem
❏ Psicoses
❏ Epilepsias
❏ Síndromes Genéticas e Encefalopatias
Comorbidades mais comuns na DI

❏ TDAH (30-39%)
❏ TEA (28-30%)
❏ Paralisia Cerebral (19,8%)
❏ Transtorno de Ansiedade(10%)
❏ Ingestão de substância não alimentares
❏ Distúrbios do Sono (30%)
❏ Epilepsia
TDAH e DI

❏ Comorbidade mais frequente


❏ Leva principalmente a problemas sociais e acadêmicos
❏ Dificuldades de leitura e escrita
❏ Piora habilidades em memória operacional em DI Limítrofes e Leve
❏ Demora para se ajustar em regras e rotinas : maior risco de transtorno de conduta!
❏ Mais agressividade, TOD, sintomas depressivos e alterações no sono
( Ahuja e Cols.; 2013)
Epilepsia e DI

❏ Tende a ser mais difícil de controlar e costumam persistir na fase adulta:


❏ ocorrem bem mais em DI (cada 5 crianças com DI uma tem epilepsia)
❏ Medicações são essenciais e imprescindíveis e devem haver protocolos específicos
❏ Piora com a severidade e na fase idosa (em portadores de Down e Alzheimer)
❏ Padrão de eletroencefalograma e perfil de comportamento associado `a DI : pode
revelar uma síndrome.

(Robertson e cols., 2015)


Epilepsia e DI

❏ Associação frequente com Autismo e síndromes genéticas


❏ Deve-se investigar malformações ou sequelas de infecções e de parto
❏ Pode ser o primeiro sinal na DI que leva os pais ao médico : investigar as causas e
outras comorbidades.
❏ Alguns estudos mostram risco maior de problemas de comportamento e distúrbios
emocionais

(Kerr e cols., 2009; Robertson e cols., 2015)


Autismo e DI

❏ Prevalência de Autismo no DI : 28-30% ( e mais em meninos 3:1)


❏ Cada 1000 pessoas, 2 tem DI + Autismo
❏ DI e Autismo: confusão constante na clínica e escolarização difícil
❏ Mais severa a DI maior chance de Autismo : pode chegar a 72%
❏ DI com TEA : mais problemas de humor, agressividade e desajustes sociais

(Bryson e cols., 2008)


AUTISMO X DI

AUTISMO DEFICIÊNCIA INTELECTUAL


❏ Desinteresse e incapacidade ❏ Tem interesse social mas problemas
social cognitivos para iniciar e manter
❏ Não imita relação social
❏ Atrasos de linguagem mais ❏ Imita e procura imitar para poder
severos e regressivos e evolução aprender e fazer atividades sociais
lenta e muitas vezes nula ❏ Atrasos de linguagem leves e
❏ Não compartilha e não inicia um evolução satisfatória
processo de comunicação ❏ Compartilha e inicia comunicação mas
❏ Contato visual pobre ou nulo com pobreza de repertório
❏ Presença de estereotipias e ❏ Tem contato visual normal
interesses restritos exagerados ❏ Não tem estereotipias
CONCEITO DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

O conceito de deficiência Intelectual mais divulgados nos meios educacionais no Brasil e adotado nos
documentos oficiais têm como base o sistema de classificação da American Association For Mental
Retardation (AAMR, 2002)- Associação Americana de Retardo Mental. Segundo esta definição:
Deficiência Mental é caracterizada por:

limitações significativas no funcionamento intelectual global, acompanhadas por

dificuldades acentuadas no comportamento adaptativo,

manifestadas antes dos dezoito anos de idade.

Na recente atualização em 2002, a AAMR conceitua deficiência mental como uma condição
envolvendo cinco dimensões (áreas) que se referem a diferentes aspectos do desenvolvimento do
indivíduo, do ambiente em que vive e dos suportes de que dispõe : habilidades intelectuais;
comportamentos adaptativo; participação; interação e papel social; saúde; e contexto (AAMR,2006;
CARVALHO & MACIEL, 2003; ALMEIDA, 2004; ALONSO, 2006; 2006a)
AS HABILIDADES INTELECTUAIS

DIMENSÃO I - As Habilidades Intelectuais são avaliadas por meio de testes de inteligência ou


outros não padronizados. Referem-se à:
❏ capacidade de raciocínio ,
❏ planejamento,
❏ solução de problemas,
❏ pensamento abstrato,
❏ compreensão de ideias complexas,
❏ rapidez de aprendizagem e
❏ aprendizagem por meio de experiências.
COMPORTAMENTO ADAPTATIVO

DIMENSÃO II - COMPORTAMENTO ADAPTATIVO -É definido como o “conjunto de habilidades


conceituais, sociais e práticas adquiridas pela pessoa para corresponder às demandas da vida
cotidiana (CARVALHO & MACIEL,2003, p.151)

Habilidades Conceituais - os Habilidade Prática - Independência Habilidade Social - diz respeito


aspectos acadêmicos, cognitivos e de nas atividades de vida diária: Alimentar,
aos comportamentos considerados
comunicação, como a leitura e escrita, andar sozinho, usar condução pública,
socialmente apropriados ou
conceitos de dinheiro e a ter hábitos de higiene etc
esperados para a faixa etária:
linguagem(receptiva e expressiva)
Relacionar com outras pessoas de
forma adequada,expressar desejos,
defender direitos e interesses,
observar regras e normas etc..
PARTICIPAÇÃO - SAÚDE - CONTEXTO

DIMENSÃO III - PARTICIPAÇÃO, INTERAÇÃO E OS PAPÉIS SOCIAIS

❏ Como ele vive no seu local de moradia (bairro, cidade, região)


❏ Atividades desenvolvidas por ele : trabalho, estudo, lazer, participação em associações, etc…

DIMENSÃO IV - SAÚDE
❏ Suas condições orgânicas : diagnóstico clínico e etiologia, bem como os aspectos físicos e
mentais atuais.

DIMENSÃO V - CONTEXTO
❏ Condições inter-relacionadas nas quais as pessoas vivem o seu cotidiano.
❏ o ambiente social imediato ( a pessoa e sua família)
❏ a vizinhança, a comunidade ou as organizações que proporcionam serviços de educação, apoio
etc..
❏ os padrões abrangentes da cultura, da sociedade, das influências sociopolíticas.
DÉFICITS FUNCIONAIS

DÉFICITS EM FUNÇÕES INTELECTUAIS

RACIOCÍNIO JUÍZO

APRENDIZAGEM
PLANEJAMENTO ACADÊMICA

PENSAMENTO
ABSTRATO

SOLUÇÃO DE APRENDIZAGEM
PROBLEMAS PELA EXPERIÊNCIA
DÉFICITS FUNCIONAIS

DÉFICITS EM FUNÇÕES ADAPTATIVAS

FRACASSO PARA ATINGIR PADRÕES DE DESENVOLVIMENTO E SOCIOCULTURAIS EM


RELAÇÃO À INDEPENDÊNCIA PESSOAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL.

FUNCIONAMENTO LIMITADO EM UMA OU MAIS ATIVIDADES DIÁRIAS : COMUNICAÇÃO,


PARTICIPAÇÃO SOCIAL E VIDA INDEPENDENTE.
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Comunicação: é a habilidade que realça o inter-relacionamento


entre as pessoas e tem por objetivo a compreensão e expressão
das informações mediante as condutas das
mesmas(falar,escrever,gesticular, expressar-se corporalmente)
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Autocuidado: habilidade relacionada à conduta


pessoal,à própria preservação e a organização
da pessoa, ou seja,a higiene, a alimentação e a
aparência. A habilidade relaciona-se tanto com
a imagem do homem como também com o
autoconceito.
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Vida Doméstica: habilidade que se reporta à


atividade da pessoa quando no lar, tais
como:cuidado com vestimentas, com os
afazeres domésticos, com a manutenção e
com os bens pessoais etc...
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Habilidades Sociais/Interpessoais:
referem-se à interação e
intercomunicação com as e mais
pessoas, reconhecendo os sentimentos
e fornecendo feedback. Nesta habilidade
é realçada a importância de ter amigos
e ser aceito por estes; flexibilidade
adaptativa, ao cumprimento das leis, à
apresentação de comportamento sexual
e social adequado.
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Uso de Recursos Comunitários: referem-se


a como fazer compras no supermercado e nas
lojas;utilizar-se de transporte coletivos; ir a
consultórios médicos, hospitais;frequentar
bibliotecas, parques,cinemas e outros lugares
de uso público.
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Autossuficiência: saber priorizar; fazer


escolhas; planejar horários; iniciar e finalizar
tarefas quando solicitadas; pedir auxílio
quando necessário etc..
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Habilidades Acadêmicas: reportam-se


ao aprendizado escolar, utilizando-se da
capacidade intelectual na resolução e
aplicação de conhecimento. Por exemplo:
escrita, leitura,conceitos básicos de
cálculo, geografia, conhecimento do meio
ambiente e social.
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Trabalho: Obtenção e manutenção de um trabalho


na comunidade. Saber cumprir os horários
predeterminados; buscar ajuda quando necessário;
fazer uso do dinheiro corretamente e locomover-se
com independência tanto para ir para o trabalho
quanto para voltar.
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Lazer: motivação e interesse por


ocupações ligadas ao
entretenimento.Saber utilizar do
tempo livre, de forma individual ou na
companhia de outras pessoas, visando ao
divertimento e à distração.
FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO

❏ Saúde e Segurança: relacionados a


hábitos saudáveis , com prioridade na
alimentação e prevenção de doenças ; leis,
normas e regras que regem uma vida mais
organizada.
CID-11: alterações na definição e adoção de descrições
complementares

Grupo de condições anormais de


desenvolvimento caracterizado ● Raciocínio lógico e perceptual
por significantes prejuízos ● Buscar conhecimento
cognitivos associados com ● Representação simbólica
limitações e aprendizagem e ● Problemas de compreensão verbal,
habilidades adaptativas. ● Memória operacional deficitária
● Baixa velocidade de processamento de
informações
● Aprendizagem acadêmica e prática
Prejuízos cognitivos presentes ● Limitações na capacidade de absorver
conceitos, habilidades sociais e uso dos
mecanismos comuns da comunidade
● Problemas no manejo de suas emoções,
conflitos, motivação e má resposta `às
experiências negativas
● Condição crônica para toda vida
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
INTELECTUAL (CID11)

COM INÍCIO NO PERÍODO DE DESENVOLVIMENTO

DOMÍNIO
INTELECTUAIS CONCEITUAL

DÉFICITS FUNCIONAIS SOCIAL


ADAPTATIVOS

PRÁTICO
Três áreas do funcionamento adaptativo:

• Conceitual
• Social
• Prático

Domínio conceitual (acadêmico): áreas importantes para o desempenho escolar, como memória,
linguagem, leitura, escrita, raciocínio matemático, aquisição de conhecimentos práticos, soluções
de problemas e julgamento em situações novas;

Domínio social: habilidades de percepção de pensamentos, sentimentos e experiências dos


outros, empatia, habilidades de comunicação interpessoal, de amizades e julgamento social;

Domínio prático: aprendizagem e autogestão em diversos contextos, como cuidados pessoais,


autocontrole, organização de tarefas escolares e profissionais, entre outros.

(APA, 2013)
A CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde, 10ª edição) define o transtorno como Retardo Mental; no
entanto, a CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde, 11ª edição) utilizará o termo Desordem do Desenvolvimento
Intelectual. Como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais) já se encontra em vigor e nomeia como Deficiência Intelectual, optou-se por
utilizar este termo no presente trabalho

❏ É um dos transtornos neuropsiquiátricos mais comuns em crianças e


adolescentes e sua taxa de prevalência fica entre 1% a 3% da população jovem.
No Brasil, estima-se que 1,6% da população seja acometida.
❏ A DI é conceituada como um transtorno com início no período do
desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto intelectuais quanto
adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático. Três critérios devem ser
preenchidos:
A – Déficits em funções intelectuais;
B – Déficits em funções adaptativas;
C – Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do
desenvolvimento.
Nível de Domínio conceitual Domínio social Domínio prático
gravidade

Leve crianças em idade escolar apresentam dificuldade mostra-se imaturo nas relações e julgamento Em tarefas complexas da vida diária podem
em aprender habilidades acadêmicas , leitura, sociais, pode haver dificuldade em perceber pistas necessitar de apoio.
escrita … necessitando de apoio. sociais dos pares. corre o risco de ser manipulada
adultos: pensamento abstrato, função executiva e pelos outros
habilidades acadêmicas como leitura, controle de
dinheiro estão prejudicadas.
O indivíduo pode funcionar de acordo com a idade
nos cuidados pessoais. Precisa de algum apoio
nas tarefas complexas da vida diária na
comparação com os pares. Na vida adulta, os
Comparado aos indivíduos na mesma faixa etária apoios
Para crianças em idade escolar e adultos, existem com desenvolvimento típico, o indivíduo mostra-se costumam envolver compras de itens para a casa,
dificuldades em aprender habilidades acadêmicas imaturo nas relações transporte, organização do lar e dos cuidados
que envolvam leitura, escrita, sociais. Por exemplo, pode haver dificuldade em com os filhos, preparo de alimentos nutritivos,
matemática, tempo ou dinheiro, sendo necessário perceber, com precisão, pistas sociais dos pares. atividades bancárias e controle do dinheiro.
apoio em uma ou mais áreas para o alcance das Comunicação, conversação e linguagem são mais As habilidades recreativas assemelham-se às dos
expectativas associadas à idade. Nos adultos, concretas e companheiros de faixa etária, embora o juízo
pensamento abstrato, imaturas do que o esperado para a idade. relativo ao bem-estar e à organização da
função executiva (i.e., planejamento, Podem existir dificuldades de regulação da recreação precise de apoio. Na vida adulta, pode
estabelecimento de estratégias, fixação de emoção e do comportamento de uma conseguir
prioridades e flexibilidade cognitiva) e memória de forma adequada à idade; tais dificuldades são emprego em funções que não enfatizem
curto prazo, bem como uso funcional de percebidas pelos pares em situações sociais. Há habilidades conceituais. Os indivíduos em geral
habilidades acadêmicas (p. ex., leitura, controle do compreensão limitada do risco necessitam de apoio para tomar decisões de
dinheiro), estão prejudicados. Há uma abordagem em situações sociais; o julgamento social é cuidados de saúde e decisões legais, bem como
um tanto concreta a problemas e soluções em imaturo para a idade, e a pessoa corre o risco de para aprender a desempenhar uma profissão de
comparação com indivíduos na mesma faixa etária ser manipulada pelos outros forma competente. Apoio costuma ser necessário
(credulidade). para criar uma família.
Nível de Domínio conceitual Domínio social Domínio prático
gravidade

Leve Em crianças pré-escolares, pode não haver Comparado aos indivíduos na mesma faixa O indivíduo pode funcionar de acordo com a
diferenças conceituais óbvias. Para crianças etária com desenvolvimento típico, o idade nos cuidados pessoais. Precisa de
em idade escolar e adultos, existem indivíduo mostra-se imaturo nas relações algum apoio
dificuldades em aprender habilidades sociais. Por exemplo, pode haver dificuldade nas tarefas complexas da vida diária na
acadêmicas que envolvam leitura, escrita, em perceber, com precisão, pistas sociais comparação com os pares. Na vida adulta,
matemática, tempo ou dinheiro, sendo dos pares. Comunicação, conversação e os apoios
necessário apoio em uma ou mais áreas linguagem são mais concretas e costumam envolver compras de itens para a
para o alcance das expectativas associadas imaturas do que o esperado para a idade. casa, transporte, organização do lar e dos
à idade. Nos adultos, pensamento abstrato, Podem existir dificuldades de regulação da cuidados
função executiva (i.e., planejamento, emoção e do comportamento de uma com os filhos, preparo de alimentos
estabelecimento de estratégias, fixação de forma adequada à idade; tais dificuldades nutritivos, atividades bancárias e controle do
prioridades e flexibilidade cognitiva) e são percebidas pelos pares em situações dinheiro.
memória de curto prazo, bem como uso sociais. Há compreensão limitada do risco As habilidades recreativas assemelham-se
funcional de habilidades acadêmicas (p. ex., em situações sociais; o julgamento social é às dos companheiros de faixa etária, embora
leitura, controle do dinheiro), estão imaturo para a idade, e a pessoa corre o o juízo relativo ao bem-estar e à organização
prejudicados. Há uma abordagem um tanto risco de ser manipulada pelos outros da recreação precise de apoio. Na vida
concreta a problemas e soluções em (credulidade). adulta, pode conseguir
comparação com indivíduos na mesma faixa emprego em funções que não enfatizem
etária habilidades conceituais. Os indivíduos em
geral
necessitam de apoio para tomar decisões de
cuidados de saúde e decisões legais, bem
como para aprender a desempenhar uma
profissão de forma competente. Apoio
costuma ser necessário
para criar uma família.
Nível de Domínio conceitual Domínio social Domínio prático
gravidade

Moderado
Durante todo o desenvolvimento, as O indivíduo mostra diferenças marcadas em O indivíduo é capaz de dar conta das
relação aos pares no comportamento social e necessidades pessoais envolvendo alimentar-se,
habilidades conceituais individuais ficam vestir-se, eliminações e higiene como adulto,
bastante atrás das dos companheiros. na comunicação durante o desenvolvimento
ainda que haja necessidade de período
Nos pré-escolares, a linguagem e as A linguagem falada costuma ser um recurso prolongado de ensino e
primário para a comunicação de tempo para que se torne independente nessas
habilidades pré-acadêmicas
social, embora com muito menos áreas, talvez com necessidade de lembretes. Da
desenvolvem-se lentamente. Nas
complexidade que a dos companheiros. A mesma forma, participação em todas as tarefas
crianças em idade escolar, ocorre lento capacidade domésticas pode ser alcançada na vida adulta,
progresso na leitura, na de relacionamento é evidente nos ainda que seja necessário longo período de
escrita, na matemática e na laços com família e amigos, e o indivíduo aprendizagem, que um apoio continuado tenha
compreensão do tempo e do dinheiro ao pode manter amizades bem-sucedidas na que ocorrer para um desempenho adulto.
longo dos anos vida e, por vezes, relacionamentos Emprego independente em tarefas que
necessitem de habilidades conceituais e
escolares, com limitações marcadas na românticos
comunicacionais
comparação com os colegas. Nos na vida adulta. Pode, entretanto, não limitadas pode ser conseguido, embora com
adultos, o desenvolvimento de perceber ou interpretar com exatidão as necessidade de apoio considerável de colegas,
habilidades pistas sociais. O julgamento social e a supervisores e outras pessoas para o manejo das
capacidade expectativas sociais, complexidades de trabalho
acadêmicas costuma mostrar-se em um
de tomar decisões são limitados, e responsabilidades auxiliares, como horário,
nível elementar, havendo necessidade de transportes, benefícios de saúde e controle do
com cuidadores tendo que auxiliar a pessoa
apoio para todo emprego de habilidades nas decisões. Amizades com companheiros dinheiro. Uma variedade de habilidades
acadêmicas no trabalho e na vida com desenvolvimento normal costumam recreacionais
pessoal. Assistência contínua diária é ficar afetadas pelas limitações de pode ser desenvolvida. Estas costumam
necessária para a realização de tarefas demandar
comunicação e sociais. Há necessidade de
apoio e oportunidades de aprendizagem por um
conceituais cotidianas sendo que outras apoio social e de comunicação significativo longo período de tempo. Comportamento
pessoas podem assumir integralmente para o sucesso nos locais de trabalho. mal-adaptativo está presente em uma minoria
essas responsabilidades pelo indivíduo. significativa, causando problemas sociais.
Nível de Domínio conceitual Domínio social Domínio prático
gravidade

Grave O indivíduo necessita de apoio


Alcance limitado de habilidades A linguagem falada é bastante para todas as atividades
conceituais. Geralmente, o limitada em termos de vocabulário cotidianas, inclusive refeições,
indivíduo tem pouca compreensão e gramática. A fala pode ser vestir-se, banhar-se e eliminação.
da linguagem escrita ou de composta de palavras ou Precisa de supervisão
conceitos que envolvam números, expressões isoladas, com possível em todos os momentos. Não é
quantidade, tempo e dinheiro. Os suplementação por meios capaz de tomar decisões
cuidadores proporcionam grande alternativos. A fala e a responsáveis quanto a seu
apoio para a solução de problemas comunicação têm foco no aqui e bem-estar e dos demais. Na vida
ao longo da vida. agora dos eventos diários. A adulta, há necessidade de apoio e
linguagem é usada para assistência contínuos nas tarefas
comunicação social mais do que domésticas, recreativas e
para explicações. Os indivíduos profissionais. A aquisição
entendem discursos e de habilidades em todos os
comunicação gestual simples. As domínios envolve ensino
relações com familiares e pessoas prolongado e apoio contínuo.
conhecidas constituem fonte de Comportamento mal-adaptativo,
prazer e ajuda. inclusive autolesão, está
presente em uma minoria
significativa.
Nível de Domínio conceitual Domínio social Domínio prático
gravidade

profundo As habilidades conceituais costumam envolver O indivíduo apresenta compreensão muito O indivíduo depende de outros para todos os
mais o mundo físico do que os processos limitada da comunicação simbólica na aspectos
simbólicos. A pessoa pode usar objetos fala ou nos gestos. Pode entender algumas do cuidado físico diário, saúde e segurança,
de maneira direcionada a metas para o instruções ou gestos simples. Há ampla ainda que possa conseguir participar também
autocuidado, o trabalho e a recreação. expressão dos próprios desejos e emoções de
Algumas pela comunicação não verbal e não simbólica. algumas dessas atividades. Aqueles sem
habilidades visuoespaciais, como A pessoa aprecia os relacionamentos prejuízos
combinar e classificar, baseadas em com membros bem conhecidos da família, físicos graves podem ajudar em algumas
características cuidadores e outras pessoas conhecidas, tarefas
físicas, podem ser adquiridas. A além de iniciar interações sociais e reagir diárias de casa, como levar os pratos para a
ocorrência concomitante de prejuízos motores a elas por meio de pistas gestuais e mesa.
e sensoriais, porém, pode impedir o emocionais. Ações simples com objetos podem constituir a
uso funcional dos objetos. A ocorrência concomitante de base para a participação em algumas
prejuízos sensoriais e físicos pode impedir atividades
muitas atividades sociais. profissionais com níveis elevados de apoio
continuado.
Atividades recreativas podem envolver,
por exemplo, apreciar ouvir música, assistir a
filmes,
sair para passear ou participar de atividades
aquáticas, tudo isso com apoio de outras
pessoas.
A ocorrência concomitante de prejuízos físicos
e
sensoriais é barreira frequente à participação
(além
da observação) em atividades domésticas,
recreativas
e profissionais. Comportamento
mal-adaptativo
está presente em uma minoria significativa.
FILME - “O MILAGRE NA CELA 7”
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO

Momento de reflexão:

Por que você acha que


o/a estudante com deficiência intelectual não
aprende?
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL:APRENDIZAGEM E
DESENVOLVIMENTO
❏ A noção de aprendizagem está, em sua origem, associada à ideia de apreensão de
conhecimentos e, neste sentido,só pode ser compreendida em função de determinada
concepção de conhecimento.
❏ Três possibilidades de definição de Aprendizagem:
“Aprendizagem é mudança de comportamento resultante do treino ou da experiência
“Aprendizagem é apreensão de configurações perceptuais através de insights
“Aprendizagem é organização de conhecimentos como estruturas, ou rede construídas a partir
das interações entre sujeito e meio de conhecimento ou práticas sociais.
O conhecimento segundo Piaget, não está nem no sujeito, nem no objeto exclusivamente, mas
é construído pela interação indissociável entre ambos.
DESENVOLVIMENTO

Existem pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky:

❏ Real (zona de desenvolvimento real) já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é
capaz de fazer por si própria;

❏ Potencial(zona de desenvolvimento potencial), ou seja, a capacidade de aprender com outra


pessoa.
DESENVOLVIMENTO

Estágios de Desenvolvimento segundo Piaget:

❏ Sensório-motor - de( 0 a 2 anos): refere -se ao exercício dos aparelhos reflexos e as reações
secundárias, como: sucção/preensão, audição/busca visual
❏ Pré- operatório - de( 2 a 7 anos): surge a linguagem , é marcado pelo egocentrismo e
surgimento do jogo simbólico.
❏ Operações Concretas -(7 a 11 anos): a criança começa descentrar sua percepção e é capaz de
iniciar articulação de ponto de vista, consegue cooperar com os outros e ter autonomia.
❏ Operações formais -(11 e 12 anos em diante): desenvolvimento do pensamento formal,
abstrato, sem necessidade de referências concretas
INTELIGÊNCIA

❏ É originada do latim (inter e elegere) e significa: “capacidade de escolha”

❏ Recentemente, alguns estudiosos sugeriram que a Inteligência possui dois fatores que se
entrelaçam:
❏ a capacidade de, a partir de uma base de conhecimento, uma pessoa decidir qual
informação é relevante;
❏ o comportamento que se define a partir de fatores externos, cognitivos e contextuais
❏ Para Piaget, o desenvolvimento intelectual tem início a partir de reflexos inatos dos bebês,
muito rudimentares.
INTELIGÊNCIA

❏ Binet e Simon, 1905 , testes de inteligência -Psicometria-aferir o quociente da inteligência (QI)


❏ Gardner - Inteligências Múltiplas:
❏ Linguística
❏ Lógico-matemática
❏ Musical
❏ Corporal- cinestésica
❏ Espacial
❏ Interpessoal
❏ Intrapessoal
❏ Naturalista
❏ Espiritual
❏ Existencial
De acordo com SANTOS, 2012:

❏ DI corresponde a um desenvolvimento incompleto do funcionamento intelectual;

❏ Caracterizada, essencialmente, por um comprometimento das faculdades que determinam o nível global
de inteligência;

❏ Funções cognitivas superiores: capacidade de aprender e compreender;

❏ SNC: capacidades de linguagem, aquisição da informação, percepção, memória, raciocínio, pensamento...


PEREIRA, et al, 2015:

❏ O aprendizado pode ser definido como a modificação de comportamentos em resposta ao meio;

❏ Aquisição de informações;

❏ A base do aprendizado é composta por diversas funções cognitivas, como atenção, percepção, gnosias,
memória, linguagem, praxia, inteligência e funções executivas, além de adequado aparato neuropsicológico;

❏ Principais aspectos: aquisição, formação, conservação e evocação de informações


FUNÇÕES EXECUTIVAS:

❏ São responsáveis pela capacidade de regulação emocional e pelo desempenho das funções
cognitivas;

❏ Se estruturam no decorrer da vida, obedecendo a uma sequência que vai da menor para a
maior complexidade: da dependência inicial para a autonomia;

❏ Não nascemos com essa capacidade, nem esta se estrutura automaticamente;

❏ Funções executivas e aprendizagem;

❏ “[...] um conjunto de funções responsáveis por iniciar e desenvolver uma atividade com objetivo
final determinado” (ROTTA, 2016)
• Atenção: sustentação, foco, fixação, seleção de dados relevantes dos
irrelevantes, evitar distratores...

• Percepção: neurossensorial (estímulos intrínsecos e extrínsecos), integrativa,


analítica e sintética;

• Memória de trabalho: localização, recuperação, manipulação, julgamento e


utilização da informação relevante;

• Controle: iniciação, persistência, esforço, inibição, regulação e auto-avaliação


de tarefas;

• Ideação: improvisação, raciocínio indutivo e dedutivo, precisão e conclusão de


tarefas;
• Flexibilização: autocrítica, alteração de condutas, mudança de estratégias,
detecção de erros e obstáculos, busca intencional de soluções;

• Metacognição: auto-organização, sistematização, automonitorização, revisão e


supervisão;

• Decisão: aplicação de diferentes resoluções de problemas, gestão do tempo


evitando atrasos e custos desnecessários;

• Execução: finalização e concomitante verificação;

• Planejamento e antecipação: priorizar, ordenar, hierarquizar tarefas visando a


atingir fins, objetivos e resultados.

FONSECA, 2014
MEMÓRIA

❏ De acordo com SOUSA & SALGADO (2015), a memória é considerada um sistema


complexo e múltiplo combinado por arranjos de codificações ou subsistemas que
permitem a armazenagem e a recuperação de informações no cérebro.

❏ Refere-se à função do SNC que permite a retenção de informações e percepções


para posterior uso;

❏ Memorização: consolidação de um conhecimento ou comportamento, que podem


ser recuperados quando necessários;

.
ESTÁGIOS, de acordo com IZQUIERDO, (2011):

1) codificação ou percepção - consiste em receber as informações por meio dos


órgão sensoriais e criar padrões de assimilação das mesmas;

2) armazenamento ou retenção - implica na manutenção das informações, isto é,


registos que são produzidos a partir da modificação das redes neurais;

3) recuperação ou evocação - corresponde à utilização do que foi armazenado,


ou seja, é o processo de lembrar aquilo que foi registrado
TIPOS DE MEMÓRIA
Podem ser classificadas quanto ao:

ESTÍMULO:
• Visuais, táteis, gustativas, olfativas e auditivas.

TEMPO DE ARMAZENAMENTO DA INFORMAÇÃO:


• Memória de trabalho
• Memória à curto e longo prazo

TIPO DE APRENDIZAGEM:
• Implícita
• Explícita
MEMÓRIA DE TRABALHO:

• Mantém e armazena as informações temporariamente;


• Favorece uma interface entre percepção, memória e ação;
• Responsável pela continuidade dos nossos atos cotidianos;
• Utilizada para solucionar situações problema (tarefas complexas e de
raciocínio).

MEMÓRIA EXPLÍCITA OU DECLARATIVA:

• Armazenam fatos;
• Sua aquisição está associada à plena intervenção da consciência;
• Através dela podemos relatar situações cotidianas (conversas do dia anterior,
acontecimentos históricos...).

SALGADO & SOUSA (2015)


MEMÓRIA IMPLÍCITA OU NÃO DECLARATIVA

• Armazenamento de habilidades motoras e condicionadas que exigem a participação consciente


para que sejam emitidas (ex: andar de bicicleta);

MEMÓRIA À CURTO PRAZO

• Estende-se dos primeiros segundos ou minutos seguintes ao aprendizado até 3 a 6 horas, o que
representa o tempo de efetivação para a memória à longo prazo;
• Tempo suficiente para que o indivíduo possa dar continuidade a alguma tarefa (“cópia
momentânea”)

MEMÓRIA À LONGO PRAZO

• Armazena grande quantidade de informações;


• Permanece por muitas horas, dias ou até anos (memória remota).

SALGADO & SOUSA (2015)


De acordo com Salgado & Sousa (2015):

• A informação deve acontecer primeiramente na memória de trabalho e


posteriormente ser passada para a memória de curta duração, sendo então,
esquecida ou passada para o armazenamento na memória de longa duração;

• Para que isso ocorra depende de alguns fatores, como : a importância dessa
informação para a pessoa, a repetição da informação e a sua codificação
adequada na memória de longo prazo.
ATENÇÃO

• Função atencional: tem um papel fundamental no desempenho das FE;

• Recebe influências multifatoriais, e sua participação é condição básica para a


realização dos objetivos determinados, intervindo em todas as suas etapas;

• Capacidade de responder predominantemente os estímulos que lhe são


significativos em detrimento de outros;
•Atenção focada / concentrada: faz alusão à nossa habilidade para focar a atenção em um
estímulo;

•Atenção sustentada / constante: a habilidade para se centrar em um estímulo ou atividade


durante um período longo de tempo (aula, palestra);

•Atenção seletiva: a habilidade para se centrar em um estímulo ou atividade na presença de


outros estímulos que desviam a atenção (ex: leitura em local público)

•Atenção alternada: a habilidade para alterar a atenção focada entre dois estímulos, duas
tarefas diferentes (ex: atividade de dirigir);

•Atenção dividida ou simultânea: a habilidade para se centrar e executar duas tarefas ao


mesmo tempo (ex: ler, copiar do quadro e compreender a explicação do professor).
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E APRENDIZAGEM!
COMO DESPERTAR ESSAS FUNÇÕES?

• Conhecer o aluno (interesses, habilidade, dificuldades, modelo de aprendizagem...);

• Associar a aprendizagem aos sentimentos ou situações que são agradáveis para o aluno;

• Dar significado. O que faz sentido aumenta a capacidade de memorização e o foco atencional;

• Reforço positivo;

• Usar palavras simples, mas não palavras infantis;


• Comando verbais claros e precisos;

• Usar exemplos concretos com frequência (diminuir a exigência da abstração);

• Confirmar se o aluno entendeu sua mensagem e discretamente peça para que ele repita;

• Estimular a memorização de sequências simples (AVD’s, auto cuidado...);

• Jogos que estimulem a atenção simultânea e seletiva

Pesquisar vídeos com dicas


• Uso da tecnologia, oferecendo o acesso à informação e comunicação, bem como poderá
obter softwares específicos que estimulem a capacidade de criação e potencializem a
aprendizagem;

• Detalhar e explanar as etapas das atividades propostas, repetidamente e de forma tranquila,


para maior compreensão e aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual;

• Proporcionar situações problemas cotidianos que valorizem os aspectos comunicativos e de


cuidados pessoais são essenciais para fortalecer a autonomia;

• Estimular a linguagem e a comunicação por meio da identificação e da imitação de sons de


músicas, personagens, instrumentos, brinquedos...
• Incentivar a identificação de objetos preferidos e pessoas próximas por meio de imagens;

• Estimular a concentração por meio de histórias infantis, fantoches, brinquedos sonoros;

• Aplicar atividades com objetos de tamanhos, formas, cores diferentes para desenvolver noções
de tamanho e permanência;

• Desenvolver a motricidade ampla e fina.


Para Vygotsky, a condição humana não é dada pela natureza, mas construída ao longo de um
processo histórico-cultural pautado nas interações entre homens e meio. Ou seja, o
desenvolvimento de qualquer pessoa, tenha ela deficiência ou não, depende das oportunidades
de aprendizagem e das relações que estabelece.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• SANTOS, D. C.O. Potenciais dificuldades e facilidades na educação de alunos com deficiência intelectual. Educ.
Pesqui., São Paulo, v. 38, n. 04, p. 935-948, out./dez. 2012.

• Antunes, Katiuscia C. Vargas. História de Vida de alunos com deficiência intelectual: percurso escolar e a
constituição do sujeito / Katiuscia C. Vargas Antunes. – 2012. 154 f.

• BRUNER, J. Atos de significação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.


__________. A cultura e a educação. Porto Alegre: Artmed, 2001

• TÉDDE, Samantha. Crianças com deficiência intelectual: a aprendizagem e a inclusão / Samantha Tédde. –
Americana: Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2012. 99 f.

• RIBEIRO, J.C.C. Deficiência Intelectual e teorias sobre a mente: será que tem alguém que não aprende?
Caderno RCC # 12. vol. 5. nº 1 março. 2008.

• ECHEVARRIA, Aurea & MAJEROWICZ, Nídia. [Org: Márcia Renise Pletsh e Allan Damasceno]. Educação Especial
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• GLAT, Rosana & ESTEF, Suzanli. Experiências e Vivências de Escolarização de Alunos com Deficiência Intelectual
Rev. bras. educ. espec. 27 • 2021 • Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-54702021v27e0184
• PEREIRA, Amanda Morão ; ARAÚJO, Carolina Rabelo; CIASCA, Sylvia Maria; RODRIGUES, Sônia das Dores. Avaliação
da Memória em crianças e adolescentes com capacidade intelectual limítrofe e deficiência intelectual leve. Rev.
Psicopedagogia 2015; 32(99): 302-13

• American Psychiatric Association (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders – DSM-5. Washington,
DC: APA.
• IZQUIERDO, I. Memória. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 133 p

• SOUSA, Aline Batista de & SALGADO, Tania Denise Miskinis. Memória, aprenidzagem, emoções e inteligência. Revista
Liberato, Nova Hamburgo, v. 16, nº 26, p. 101 – 220, jul/dez, 2015.

• ROTTA, N. T., OHLWEILER, L. RIESGO, R. S. Transtornos da aprendizagem : abordagem neurobiológica e Multidisciplinar [recurso
eletrônico]Organizadores,– 2. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2016.

• FONSECA, Vitor. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica.
Rev. Psicopedagogia 2014; 31(96): 236-53

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