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Sinais do TEA na infância

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Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais

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A compreensão da temática do Autismo passa por constantes atualizações, visto que em
concepções anteriores, já foi considerado semelhante a uma série de outros Transtornos,
dentre eles TGD, Esquizofrenia Infantil e Deficiência Intelectual. Entretanto, atualmente,
há sintomas específicos que explicam e diferenciam o TEA dos demais existentes.

Sempre que consideramos Transtornos Neurológicos, precisamos considerar também que


existem ferramentas padronizadas e com embasamento científico para realizar afirmações
e avalições relacionadas.

Em relação aos Sinais do TEA, considera-se a definição do DSM-V, que teve sua última
versão atualizada em 2013, sendo o documento mais atual validado para o Brasil.
Segundo este documento, os sintomas a serem analisados são: 1 - Déficits persistentes na
comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado
pelo que segue, atualmente ou por história prévia; 2 - Padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos
seguintes, atualmente ou por história prévia.

O DSM-V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition) é um


manual publicado pela American Psychiatric Association (APA) que descreve e classifica
transtornos mentais e comportamentais. Ele é amplamente utilizado por profissionais de
saúde mental, incluindo psiquiatras, psicólogos e médicos, como uma referência padrão
para diagnóstico e tratamento. Ele substituiu o DSM-IV-TR (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders, Fourth Edition, Text Revision) e apresenta várias mudanças
significativas em relação à edição anterior.

Algumas das principais mudanças no DSM-V incluem a reorganização e renomeação de


alguns transtornos, a inclusão de novos, a exclusão de outros e a mudança na forma como
alguns transtornos são diagnosticados. Além disso, o DSM-V inclui novas seções, como a
de transtornos do neurodesenvolvimento, que abarca distúrbios como Transtorno do
Espectro Autista e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.

É importante considerarmos que a palavra "espectro", colocada no DSM-V, se refere à


vasta diversidade de maneiras como os sintomas podem se manifestar, pois apesar de se
tratarem da mesma Competência (social, comunicação, padrões), envolvem prejuízos
diferentes. Por exemplo, pensando em habilidades sociais, encontramos pessoas com
Autismo que apresentam dificuldades no contato visual, outras no sentido figurado, outras
em iniciar ou manter uma conversação. Os padrões podem estar relacionados à
alimentação, tecidos, brinquedos, assuntos, entre outros.

O DSM-V especifica não apenas os sintomas, mas também os critérios para realizar um
diagnóstico fidedigno, sendo eles: sintomas que causam prejuízo clinicamente significativo
no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo
no presente; os sintomas devem estar presentes precocemente no período do
desenvolvimento (mas podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas
sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias
aprendidas mais tarde na vida).

Ainda no mesmo documento encontramos a maneira como são definidos os Níveis de


Apoio do TEA, não sendo adequado a utilização do termo “graus” e sim avaliar o quanto

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de ajuda/apoio a pessoa precisa em diferentes ações da vida: se comunicar, se vestir,
comer, comprar, entre outros.

Há outros sintomas muito comuns em pessoas com autismo, porém não são consideradas
atualmente critérios para fechamento de diagnóstico, ou seja, se a pessoa não apresentar
estes sintomas não indica como ausência do Transtorno do Espectro Autista, tais como
andar na ponta dos pés - transtornos de processamento sensorial, ausência de
expressões faciais - apatia, comportamentos agressivos, entre outros.

Foi liberada recentemente a última versão do CID (Classificação Internacional de Doenças)


que ainda não se tornou obrigatória no Brasil, pois está em processo de tradução. Seu
objetivo é atualizar novamente as compreensões acerca do tema e se tratando do TEA,
haverão subdivisões que detalham as características dos sintomas no momento do
diagnóstico: TEA com Deficiência Intelectual, TEA sem Deficiência Intelectual, TEA com
prejuízos na linguagem funcional, TEA com ausência de linguagem funcional.

O uso do CID para classificar e diagnosticar transtornos, incluindo o TEA, é importante


para a compreensão da prevalência desses transtornos em nível global, bem como para a
pesquisa e o desenvolvimento de tratamentos. No entanto, é importante lembrar que o
TEA é um transtorno complexo e multifacetado, e que o diagnóstico deve ser feito por um
profissional de saúde qualificado com base em uma avaliação clínica completa e
individualizada.

O importante é que estejamos sempre atualizamos e embasados de ciência para melhor


compreensão, contribuição e evolução sobre o Transtorno do Espectro Autista.

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Referências
American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos
mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. 992 p.

LACERDA, Lucelmo. Transtorno do Espectro Autista: Uma brevíssima introdução.


Editora CRV, 2017.

MONTENEGRO, Maria Augusta et al. Proposta de Padronização Para o Diagnóstico,


Investigação e Tratamento do Transtorno do Espectro Autista. Sociedade Brasileira de
Neurologia Infantil, [S.I], v. 1, n. 1, p. 1-7, set. 2021.

World Health Organization. International Statistical Classification of Diseases and


Related Health Problems: (icd). (ICD). 2023.

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