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CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO TEA

Profa. Nágila Guedes Geraldine

RESUMO

O TEA é definido como uma síndrome comportamental, que afeta o


desenvolvimento motor e psiconeurológico. Sua etiologia é considerada
multicausal, ou seja, envolve fatores genéticos, neurológicos e sociais da
criança. O reconhecimento da sintomatologia (dos sintomas) é essencial para o
diagnóstico precoce e a intervenção por profissionais competentes (PINTO et
al., 2016).
Ao longo da última década, o sistema do Manual Diagnóstico e Estático
de Transtornos Mentais (DSM-V) passou por grandes mudanças. Os EUA,
utilizam o DMS-5 (2013) e, no Brasil utilizamos a recém-publicada CID-11,
elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De modo geral, nas mudanças realizadas pelo CID-11, os critérios entre
o TEA e o DSM-5 são semelhantes. Também foram removidas condições como
a Síndrome de Asperger e o Distúrbio Pervasivo de Desenvolvimento Sem
Outra Especificação. E, a criação de um domínio amplo denominado
Transtorno do Espectro Autista (TEA), além do agrupamento dos critérios
relacionados à comunicação e à sociabilidade em uma única categoria e a
inclusão de sintomas sensoriais.
Aspectos como a inexistência de exames específicos para a síndrome;
variabilidade dos sintomas e a ausência de treinamentos específicos de
profissionais para lidar com o distúrbio retardam o diagnóstico imediato do
autismo.
O novo sistema diagnóstico admite que padrões de fascinação a
comportamentos repetitivos podem se relacionar a hiper ou hiporeatividade a
estímulos sensoriais; interesse excessivo por sons, texturas, luzes, objetos
que giram; restrição alimentar; medo de sons; indiferença à dor ou
temperaturas extremas ajudam neste diagnóstico diferencial.

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Para complementar o novo sistema diagnóstico, o manual DSM-V
aponta sobre a existência ou não de comprometimento intelectual de
linguagem concomitante ao TEA. Por outro lado, o CID-11 oferece instruções e
nomenclaturas distintas para diferenciação entre autismo com e sem
deficiência intelectual, e comprometimento de linguagem funcional, além da
gravidade de cada quadro.
A seguir é ilustrada uma tabela do DSM-IV que demonstra as três
grandes áreas de comprometimento do autismo:

Tabela 1. Lista de sintomas do Transtorno Autista, por área, de acordo com o


DSM-IV-TR (APA, 2003).

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Estudos científicos apontam que, de acordo com estudos de gêmeos
monozigóticos, o Diagnóstico de TEA tem uma herdabilidade estimada de 90%.
A maioria dos estudos familiares sugere que não segregam como um simples
distúrbio mendeliano, mas que exibem padrões consistentes com uma
característica complexa.
Vale ressaltar que, um indivíduo com TEA não é um rótulo classificatório
realizado através de um diagnóstico, não é capaz de captar a totalidade
complexa de uma pessoa, nem, muito menos, a dimensão humana irredutível
desta.
“No caso dos indivíduos com TEA, a ampla variação da expressão
sintomática requer a obtenção de informações que ultrapassem, em muito, o
diagnóstico categorial, tais como o nível de comunicação verbal e não verbal, o
grau de habilidades intelectuais, a extensão do campo de interesses, o
contexto familiar e educacional e a capacidade para uma vida autônoma”.
(BRASIL, 2015, p. 39)
Atualmente, os profissionais têm usado cada vez mais, um diagnóstico
de forma interdisciplinar, ou seja, um processo que inclui um neuropediatra e
um psicólogo com especialização em distúrbios do desenvolvimento. Dessa
forma, trabalhando em conjunto, esses profissionais podem analisar o caso
juntos e oferecerem à família informações detalhadas sobre o quadro infantil e
seu prognóstico (como perfil médico, cognitivo e adaptativo da criança).

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