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NOME DO CURSO

Disciplina: Fundamentos da Educação Especial

Tutor: Renata Andréa Fernandes Fantacini RA: 1119858


Aluno(a):  Leticia da Silva Baviera Turma:
Unidade: Batatais

Atividade...
2º Atividade no Portfólio
Descrição da atividade
Vimos, em nossos estudos referentes à Unidade 3 da obra Fundamentos da Educação Especial, que o público-
alvo da Educação Especial classificado como Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), previsto na Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008 (BRASIL, 2008), passa a ser
conceituado como Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais - DSM-V (APA, 2014).
Após as leituras indicadas, responda no seu Portfólio:
Quais as mudanças trazidas com essa nova nomenclatura?
Justifique a sua resposta.

O TGD, Transtorno Global do Desenvolvimento, é considerado um quadro de


alteração no desenvolvimento psicomotor, comprometimento nas relações sociais, na
comunicação ou estereotipias motoras (Brasil, 2008, P2), dentre os indivíduos com TGD
estão as pessoas com autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, Transtorno
desintegrativo da Infância (psicose) e TGD sem outra especificação.
Até então o DSM IV tem todos os transtornos e síndromes caracterizados e
diagnosticados separadamente, mesmo quando algumas projeções em seus prognósticos
se dão da mesma forma. Já no DSM, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais edição 5, APA 2014, classifica o RGD como Transtorno do Espectro Autista,
TEA.
No quadro de classificação do autismo, estão contidos em gradação, o
Autismo Atípico (conhecido também como Transtorno Global do Desenvolvimento sem
outra especificação), Autismo Alto Funcionamento, Síndrome de Asperger, Autismo
(verbal), Autismo ecolalia, Autismo não verbal, Autismo Clássico. Todos eles agora são
parte da classificação do TEA.
Essa nova estrutura deu aos clínicos uma melhoria para o desenvolvimento do
diagnóstico, com melhor uso dos especificadores e dos níveis de comprometimento, pois
desta forma tem-se a ideia incutida da maleabilidade dos quadros, tal como o nome já diz,
um espectro, pois não é um quadro fixo, podendo modificar-se ao longo do tempo, e de
acordo com condições ambientais e de apoio. No início do DSM V já há uma
justificativa:

Integração de achados científicos das pesquisas mais recentes em genética e


neuroimagem. A estrutura revisada dos capítulos baseia-se em pesquisas
recentes em neurociência e em associações genéticas entre grupos diagnósticos.
Fatores de risco genéticos e fisiológicos, indicadores prognósticos e alguns
potenciais marcadores diagnósticos encontram-se em destaque no texto. Essa
nova estrutura deve melhorar a capacidade do clínico para identificar os
diagnósticos em um espectro de transtornos baseado em circuitos neurais,
vulnerabilidade genética e exposições ambientais comuns. (APA,2014.
P.XLiii)

Pensar dessa forma abre caminhos para que nada seja descartado e para que
levemos em consideração todas as possibilidades, tendo um leque maior, e garantindo
uma sensibilidade maior com o quadro do indivíduo, uma especificidade dos critérios e
uma gama de diagnósticos mais focados.
Dentre estas propostas para revisão, foram utilizados todos os estudos tidos
até então sobre os temas, desde os mais antigos até as pesquisas mais atuais e avaliado o
impacto clínico na saúde pública. Até então, um tema tão pouco conhecido vem cada vez
mais á tona em nosso dia a dia, e com toda pesquisa e atualizações constantes nas
informações obtidas, temos no novo APA, no DSM V várias alterações de diagnósticos,
acréscimos de novos transtornos, seus subtipos e especificadores, bem como a retirada de
alguns transtornos existentes.
Para que houvessem as devidas mudanças bem pautadas na melhoria clínica e
de saúde, foram feitos uma série de testes empíricos conduzidos em 11 locais médico-
acadêmico nos EUA, onde foram avaliados a confiabilidade, viabilidade e utilidade
clínica. (DSM V 2014. P. 8).
Além do mais, os estudos para mudança da nomenclatura e todo trabalho dos
profissionais ao longo do tempo vem concomitante com as análises do perfil cultural de
cada local, pois sabe-se que o indivíduo é amplamente acometido pelo seu local de
pertencimento, tanto no seio familiar, quanto regional e nacional, podendo variar alguns
aspectos de cultura para cultura, pois estes podem ser mais ou menos aceitos, ou
dependendo da cultura local podem demorar mais ou menos para serem percebidos e
consequentemente tradados, tendo sempre em vista que quanto mais cedo se dá o apoio
ao indivíduo, melhores suas chances de desenvolvimento posteriores. Vemos assim que:
Significados, costumes e tradições culturais também podem contribuir para o
estigma ou apoio na reação social e familiar à doença mental. A cultura pode
fornecer estratégias de enfrentamento que aumentam a resiliência em resposta à
doença ou sugerir a busca de auxílio e opções de acesso à assistência à saúde
de diversos tipos, incluindo sistemas de saúde alternativos e complementares.
A cultura pode influenciar a aceitação ou a rejeição de um diagnóstico e a
adesão ao tratamento, afetando o curso da doença e sua recuperação.

A facilidade que a mudança da nomenclatura levou para o clínico, além do


comentado até antão, sobre as especificidades e maior gama de trabalho, se dá na forma
como são utilizados no sistema de saúde, e por incrível que possa parecer, causa certo
impacto. Anteriormente cada síndrome tinha um CID diferente, o CID é a Classificação
Estatística Internacional de Doenças Relacionadas com a Saúde, e cada doença tem uma
numeração usada no sistema de saúde, não só para a classificação do indivíduo para seu
futuro tratamento, mas também para existir dados reais sobre doenças.
Desta forma vemos que anteriormente ficava um pouco mais confuso de se
tratar o indivíduo com Transtorno Global Mental e as síndromes paralelas, pois sabe-se
que além de ser uma questão complicada e de alto análise a avaliação do indivíduo para
colocação de uma nomenclatura, vemos que ela é modificável, as síndromes podem tanto
serem modificadas para melhor, conforme apoio que recebem, quanto para pior com a
falta ou outros fatores ambientais e sociais, podendo variar e as vezes adquirirem
síndromes adicionais, comorbidades, e consequentemente mudando CID ou anexando
outros, dificultando a forma como os profissionais vão agir.
Agora com um único CID é possível que vários profissionais clínicos
trabalhem com a pessoa sem precisar ficar migrando cids e diagnósticos, pois tem-se uma
gama de variáveis a serem trabalhadas dentro de uma mesma projeção, e pode ser que
com o passar do tempo e mais pesquisas sejam feitas, que volte a mudar para maior
complementação, pois além de ser um campo de pesquisa recente, é muito vasto e
dependente de várias facetas paralelas que se ligam ao tema.

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