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DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS

UNIDADE 2:
TEA NOS MANUAIS DE
CLASSIFICAÇÃO

Caro(a) Aluno(a)

Seja bem-vindo(a)!

Nesta segunda unidade, trataremos da Classificação Inter-


nacional de Doenças e do Manual Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais – como o TEA aparece nestes dois
manuais e também das recentes alterações. Não deixare-
mos de estudar a Classificação Francesa dos Transtornos
Mentais da Criança e Adolescente (CFTMEA, em fran-
cês) e suas contribuições.

Bons estudos!!!

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Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade. Se preferir, vá assina-
lando os assuntos, à medida que for estudando.
9 Classificação Internacional de Doenças e Problemas Rela-
cionados à Saúde;
9 F84 - Transtornos globais do desenvolvimento;
9 O novo código;
9 DSM-V e CFTMEA
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TEA E O CID

CAPÍTULO 3:
TEA E O CID

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U N ID A D E 2: TEA N O S MANUAIS DE CLASSI FI CAÇÃO
TEA E O CID

A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Re-


lacionados à Saúde (também conhecida como Classificação
Internacional de Doenças – CID 10) é uma lista publicada
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) com o objetivo de pa-
dronizar a codificação de doenças e outros problemas relaciona-
dos à saúde. A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de
doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos
anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para
ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma
categoria única à qual corresponde a um devido código.
A CID é revista periodicamente e já está em sua décima edi-
ção (CID-10). Há uma prevista substituição para a décima primei-
ra edição. A CID-11, com desenvolvimento concluso em 2018, foi
apresentada para adoção dos Estados-Membros em maio de 2019
(durante a Assembleia Mundial da Saúde), com proposta
para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022. A CID-10 havia
sido desenvolvida em 1993.
A classificação internacional de doenças cumpre a função de
oficializar o diagnóstico, sempre que o médico conclui uma ava-
liação e elabora um relatório que será enviado ao convênio, para
escola ou para buscar terapias/acompanhamentos gratuitos pre-
vistos em lei, é necessário que esteja presente o código da doença,
porque é o que a oficializa. Neste livro, encontram-se vários có-
digos e o F84 corresponde ao transtorno do espectro autista. Em
relatórios médicos este número pode vir sozinho ou pode estar
acompanhado de outro F e isto significa que há uma outra morbi-
dade associada, geralmente deficit de atenção, hiperatividade ou
deficiência intelectual.
O importante é que o CID além de, como foi explicado, va-
lidar o diagnóstico pode também causar um grande impacto nas

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TEA E O CID

famílias e na vida desta criança, pois ela carregará para sempre


no seu histórico médico aquela patologia, ainda que os sintomas
mudem, transformem-se com o passar do tempo e com as terapias.
Sendo assim, existe uma grande responsabilidade do médico ao
definir o CID, por esta mesma razão, muitas vezes, os especialistas
evitam fechar o diagnóstico, mas isso não significa que a criança
não tenha nada, muito pelo contrário, significa que apesar de haver
alguns atrasos e alguns sintomas, o médico ainda não sabe exata-
mente em que código o paciente se encaixa.
Segue a lista dos códigos presentes no CID-10:
F84 – Transtornos globais do desenvolvimento

● CID 10 – F84.0 Autismo infantil


● CID 10 – F84.1 Autismo atípico
● CID 10 – F84.2 Síndrome de Rett
● CID 10 – F84.3 Outro transtorno desintegrativo
da infância
● CID 10 – F84.4 Transtorno com hipercinesia asso-
ciada a retardo mental e a movimentos estereotipados
● CID 10 – F84.5 Síndrome de Asperger
● CID 10 – F84.8 Outros transtornos globais
do desenvolvimento
● CID 10 – F84.9 Transtornos globais não especifica-
dos do desenvolvimento

CID-11 reuni todos os transtornos que estavam dentro do es-


pectro do autismo num só diagnóstico: TEA.
Sendo assim, o código F84 que designava os Transtornos Glo-
bais do Desenvolvimento passa a ter o código 6A02 — em inglês:
Autism Spectrum Disorder (ASD) - e as subdivisões passaram a

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TEA E O CID

ser apenas relacionadas a prejuízos na linguagem funcional e defi-


ciência intelectual. O objetivo é facilitar o diagnóstico, simplifican-
do a codificação para acesso a serviços de saúde.
Observe como ficou:

● 6A02: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)


● 6A02.0: Transtorno do Espectro do Autismo sem defi-
ciência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou
ausente da linguagem funcional;
● 6A02.1: Transtorno do Espectro do Autismo com defi-
ciência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou
ausente da linguagem funcional;
● 6A02.2: Transtorno do Espectro do Autismo sem de-
ficiência intelectual (DI) e com linguagem funcio-
nal prejudicada;
● 6A02.3: Transtorno do Espectro do Autismo com de-
ficiência intelectual (DI) e com linguagem funcio-
nal prejudicada;
● 6A02.4: Transtorno do Espectro do Autismo sem de-
ficiência intelectual (DI) e com ausência de lingua-
gem funcional;
● 6A02.5: Transtorno do Espectro do Autismo com de-
ficiência intelectual (DI) e com ausência de lingua-
gem funcional;
● 6A02.Y: Outro Transtorno do Espectro do Au-
tismo especificado;
● 6A02.Z: Transtorno do Espectro do Autismo,
não especificado.

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