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Mediação Família/
Escola
Profª Marlene Beckhauser de Souza
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª Marlene Beckhauser de Souza
S729d
Souza, Marlene Beckhauser de
Diagnóstico e mediação família/escola. / Marlene Beckhauser de
Souza – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
187 p.; il.
ISBN 978-65-5663-903-1
ISBN Digital 978-65-5663-900-0
1. Dificuldade na aprendizagem. - Brasil. II. Centro Universitário
Leonardo da Vinci.
CDD 370
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático Diagnóstico
e Mediação Família/Escola! A disciplina tem, como objetivo, sistematizar os
conhecimentos relativos a diferentes áreas e as relações com o diagnóstico
e a intervenção psicopedagógica institucional, voltados à família e à escola.
Ainda, promover o aprofundamento teórico a respeito das dificuldades de
aprendizagem e das implicações nesses ambientes.
Desejamos que você aproveite ao máximo este material, e que ele lhe
proporcione bons momentos de aprendizagem e de aprofundamento teórico.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 126
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 185
UNIDADE 1 —
1
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
AS TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO DE
FAMÍLIA AO LONGO DOS ANOS
1 INTRODUÇÃO
2 FUNÇÃO DA FAMÍLIA
A partir da segunda metade do século XX, a estrutura e o funcionamento
familiares vêm se modificando. As mudanças ocorridas nos campos da economia,
da política e da cultura, sofridas pela sociedade moderna, afetaram, diretamente,
os aspectos pessoais e sociais da instituição família.
3
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
4
TÓPICO 1 — AS TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO DE FAMÍLIA AO LONGO DOS ANOS
NOTA
5
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
6
TÓPICO 1 — AS TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO DE FAMÍLIA AO LONGO DOS ANOS
NOTA
Wallon foi o primeiro teórico a levar não só o corpo da criança, mas, tam-
bém, as emoções dela para dentro da sala de aula. Fundamentou muitas ideias em quatro
elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inte-
ligência e a formação do eu.
NOTA
7
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
E
IMPORTANT
8
TÓPICO 1 — AS TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO DE FAMÍLIA AO LONGO DOS ANOS
E
IMPORTANT
9
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
NOTA
11
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
TUROS
ESTUDOS FU
12
TÓPICO 1 — AS TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO DE FAMÍLIA AO LONGO DOS ANOS
13
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
DICAS
14
TÓPICO 1 — AS TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO DE FAMÍLIA AO LONGO DOS ANOS
NOTA
15
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
Percebe-se que a parceria entre família e escola não se reduz a meras reu-
niões formais, as quais se pautam em reclamações ou contatos rápidos, nas quais
a escola sugere que os pais resolvam os problemas apresentados pelos filhos. Ao
contrário, esses contatos devem ocorrer regularmente, em situações positivas e
negativas, permitindo, assim, uma participação efetiva da família no dia a dia es-
colar das crianças, o que promove as estabilidades emocional e significativa para
todos os envolvidos, em especial, ao jovem.
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As bases dos princípios éticos e morais, também, são aprendidas no seio familiar.
17
• As dificuldades de aprendizagem estão relacionadas ao ambiente familiar.
18
AUTOATIVIDADE
19
3 Os Transtornos Específicos da Aprendizagem deixaram de ser subdividi-
dos em transtornos de leitura, de cálculo, de escrita e outros, especialmente,
pelo fato de que indivíduos com esses transtornos, frequentemente, apre-
sentam déficits em mais de uma esfera de aprendizagem. De acordo com
isso, coloque V para as sentenças verdadeiras e F para as sentenças falsas:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) V – V – V.
20
cluem leitura exata e fluente de palavras isoladas, compreensão da leitura,
expressão escrita e ortografia, cálculos aritméticos e raciocínio matemático
(solução de problemas matemáticos) (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSO-
CIATION, 2014). Nesse contexto, aponte os sete problemas de aprendiza-
gem mais comuns que se manifestam, atualmente, no ambiente escolar, pe-
los alunos, além das características.
FONTE: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de trans-
tornos mentais (DSM-5). Tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento et al. 5. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3p1cbga. Acesso em: 24 abr. 2021.
21
22
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
AS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS E AS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, pensando na maneira através da qual o processo de
ensino-aprendizagem formal aconteceu ao longo da história da humanidade,
neste tópico de estudo, faremos um breve resgate teórico das principais concep-
ções pedagógicas, analisando as perspectivas ao processo de aprendizagem e ao
desenvolvimento escolar da criança.
O fracasso escolar, caracterizado pelo “não aprender”, não deve ser visto
de maneira isolada, sem se considerarem as condições sociais, as quais, por sua
vez, determinam as condições da qualidade do ensino oferecido ao aprendiz, pois
o ato de ensinar está, diretamente, ligado com a construção do ato de aprender.
E
IMPORTANT
23
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
24
TÓPICO 2 — AS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
NOTA
25
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
1.1) Tradicional – Foi a primeira a ser instituída no Brasil por motivos históri-
cos. Nessa tendência o professor é a figura central e o aluno é um receptor passi-
vo dos conhecimentos considerados como verdades absolutas. Há repetição de
exercícios com exigência de memorização.
1.3) Renovadora não diretiva (Escola Nova) – Anísio Teixeira foi o grande pio-
neiro da Escola Nova no Brasil. É um método centrado no aluno. A escola tem o
papel de formadora de atitudes, preocupando-se mais com a parte psicológica
do que com a social ou pedagógica. E para aprender tem que estar significativa-
mente ligado com suas percepções, modificando-as.
26
TÓPICO 2 — AS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
27
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
NOTA
28
TÓPICO 2 — AS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
29
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
Outra valiosa contribuição deixada sobre essa temática foi a teoria de Vy-
gotsky, que se dedicou aos estudos das funções psicológicas superiores, consti-
tuídas pela maneira como o pensamento humano surge, na interação dos fatores
biológicos com os fatores históricos e culturais. Segundo Nogueira (2012, p. 37):
Vygotsky buscava a compreensão do desenvolvimento dos processos
psicológicos, os quais se dividem em elementares (reações automáti-
cas, ações reflexas e associações simples – origem biológica) e funções
psicológicas superiores (capacidade de planejamento, memória e ima-
ginação. [...] Os processos psicológicos superiores não são inatos, eles
se originam nas relações entre indivíduos humanos e se desenvolvem
ao longo do processo de internalização de formas culturais de compor-
tamento. Diferem, portanto, dos processos psicológicos elementares
(presentes na criança pequena e nos animais). Dessa forma, Vygotsky
se dedicou ao estudo das chamadas funções psicológicas superiores,
que consistem no modo de funcionamento tipicamente humano. Tais
funções constituem o homem ao longo de sua história, enquanto espé-
cie humana e como história individual.
FIGURA 7 – APROPRIAR-SE
31
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
TUROS
ESTUDOS FU
32
TÓPICO 2 — AS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Encontrar soluções para os problemas que afetam a vida dos alunos, pro-
fessores e dinâmica familiar, exige uma análise de todo o cotidiano escolar. Além
disso, é necessário conhecer três elementos importantes à implantação dos proje-
tos interventivos, que contemple todos os envolvidos nesse processo: o currículo,
a pedagogia e o sistema de avaliação da escola, pois, enquanto não for compreen-
dido o processo de aprendizagem de cada aluno, em especial os que apresentam
dificuldades de aprendizagem, o quadro de fracasso escolar não será revertido.
33
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A queixa pedagógica deve ser analisada por três perspectivas: a social, a es-
colar e a individual.
• Freud foi o criador da psicanálise e acreditava que a mente humana era co-
mandada por pensamentos inconscientes e/ou reprimidos.
35
• Para Sara Paín, a constituição do sujeito se dá por diferentes dimensões: física,
biológica, afetiva, relacional, funcional, cultural e social.
36
AUTOATIVIDADE
37
( ) Para Piaget, a acomodação se refere à modificação desses esquemas mentais
para resolver as situações problemas criando um novo esquema ou transfor-
mando os atuais pelas experiências novas causadas pela interação com o objeto.
( ) De acordo com Piaget os processos psicológicos superiores não são inatos,
eles se originam nas relações entre indivíduos humanos e se desenvolvem ao
longo do processo de internalização de formas culturais de comportamento.
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
a) ( ) Vygotsky.
b) ( ) Skinner.
c) ( ) Piaget.
d) ( ) Freud.
38
que vão ensinar) e conhecê-lo como tal. Não aprendemos de qualquer um,
aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar.
Com base nessa afirmação, discorra uma análise da figura a seguir:
FONTE: FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada. Trad. Iara Rodrigues. Porto Alegre: Ar-
tes Médicas, 1991.
39
40
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
CONCEITUANDO A APRENDIZAGEM E O
ENSINO
1 INTRODUÇÃO
Para iniciar, convidamos você, acadêmico, a responder aos seguintes
questionamentos: O que é aprender? O que é ensinar? Quem aprende? Quem ensina?
Como se aprende? Como se ensina? O que é necessário para aprender? E para ensinar?
41
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
DICAS
De acordo com o mesmo autor (PIAGET, 1996 apud FERREIRA, 2020, p. 75):
“o aprendizado não constitui de modo algum exceção a essa definição, porque ao
adquirir novos condicionamentos e novos hábitos, o ser vivo assimila os sinais e or-
ganiza esquemas de ação que se impõem e ao mesmo tempo se acomodam ao meio”.
42
TÓPICO 3 — CONCEITUANDO A APRENDIZAGEM E O ENSINO
43
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
44
TÓPICO 3 — CONCEITUANDO A APRENDIZAGEM E O ENSINO
NOTA
45
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
Segundo Ferreira (2020), o maior legado deixado por Freud foi a descoberta
do inconsciente, e foi com base nesse conceito que ele descreveu também sobre
consciência e pré-consciência:
- Inconsciente – é o sistema do aparelho psíquico que abriga o campo
dos pensamentos, no qual repousam desejos e ações não claramente
reconhecidos ou admitidos.
- Pré-consciente – é o sistema que mantém, os conteúdos acessíveis
para a consciência, pois de alguma forma, eles são possíveis de acessar.
- Consciente – é o sistema psíquico que recebe o contato com os mun-
dos exterior e interior do sujeito. É no campo da consciência que per-
cebemos o mundo exterior, raciocinamos e focamos nossa atenção
(FERREIRA, 2020, p. 86).
Para concluir, Paín (1985, p. 19) afirma que “podemos considerar que a
aprendizagem reúne num só processo a educação e o pensamento, já que ambos
se possibilitam mutuamente no cumprimento do princípio de realidade”.
46
TÓPICO 3 — CONCEITUANDO A APRENDIZAGEM E O ENSINO
NOTA
47
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
NOTA
Barbosa (2001) apud Oliveira (2014, p. 52) explica que o diagnóstico psico-
pedagógico deve permitir ao psicopedagogo “construir um olhar e uma escuta
diferenciada, voltada para o ensinar/aprender, que possibilite o conhecimento
de sintomas, a análise deles e a busca de solução para os problemas estudados”.
48
TÓPICO 3 — CONCEITUANDO A APRENDIZAGEM E O ENSINO
49
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
NOTA
NOTA
50
TÓPICO 3 — CONCEITUANDO A APRENDIZAGEM E O ENSINO
NOTA
51
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
NOTA
O “ensinante mediador” se refere àquele que medeia, que intervém, sua fun-
ção não é a de propor soluções, mas de intermediar e facilitar o processo.
52
TÓPICO 3 — CONCEITUANDO A APRENDIZAGEM E O ENSINO
53
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Alicia Fernández
- Vou aprender a nadar – diz Silvina com a alegria de seus seis anos recém-feitos.
- Vai nadar? – intervém a irmã, três anos mais jovem.
- Não, vou aprender a nadar.
- Eu também vou brincar na piscina.
- Não é o mesmo. Eu vou aprender a nadar, diz Silvina.
- O que é aprender?
- Aprender é... como quando papai me ensinou andar de bicicleta. Eu queria mui-
to andar de bicicleta. Então... papai me deu uma bici... menor do que a dele. Me
ajudou a subir. A bici sozinha cai, tem que segurar andando...
- Eu fico com medo de andar sem rodinhas.
- Dá um pouco de medo, mas papai segura a bici. Ele não subiu na sua bicicleta
grande e disse “assim se anda de bici”... não, ele ficou correndo ao meu lado
sempre segurando a bici... muitos dias e, de repente, sem que eu me desse conta
disso, soltou a bici e seguiu correndo ao meu lado. Então, eu disse: Ah! Aprendi!
Uma mulher que escutava a conversa de longe não pôde deixar de ver a alegria
com que foi pronunciado “aprender”, que se transfere para o corpo da mais moça
e surge no brilho dos seus olhos.
- Ah! Aprender é quase tão lindo quanto brincar – respondeu.
- Sabe, papai não fez como na escola. Ele disse “Hoje é o dia de aprender a andar
de bicicleta”. Primeira lição: andar direito. Segunda lição: andar rápido. Terceira
lição: dobrar. Não tinha um boletim onde anotar: muito bem, excelente, regular...
porque se tivesse sido assim, são sei, algo nos meus pulmões, no meu estômago,
no coração não me deixaria aprender.
54
TÓPICO 3 — CONCEITUANDO A APRENDIZAGEM E O ENSINO
[...]
Não é por acaso que Silvina escolhe como exemplo ou, melhor ainda,
como paradigma de uma cena de aprendizagem uma situação na qual quem en-
sina é seu pai.
Quero dizer que assim se posicionam muitos desses pais que, tendo per-
dido aquele antigo lugar de ensinante, não descobriram ainda um modo deferen-
te de revalorizar o referido lugar.
55
UNIDADE 1 — FAMÍLIA, ESCOLA E APRENDIZAGEM NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA
56
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
57
• A ação/intervenção psicopedagógica permite, ao aprendente, encontrar, ou reen-
contrar o prazer de aprender e ao ensinante a recuperação do prazer em ensinar.
CHAMADA
58
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – F - V.
b) ( ) V – F – V - F.
c) ( ) V – V – F - F.
d) ( ) F – F – V - V.
2 Para se ter aprendizagem é necessário ter ensino, e para que isso ocorra é
preciso que haja uma relação entre ensinante e aprendente, sem deixar de
incluir nesse processo a instituição escolar, pois nesse espaço encontram-se
todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, sendo que a
aprendizagem pode ser formal ou informal. Analise as sentenças a seguir,
de acordo com o que Fernández (1991) afirma:
59
II- Por ensinantes entendo tanto o docente ou a instituição educativa, como
o pai, a mãe, o amigo ou quem seja investido pelo aprendente e/ou pela
cultura, para ensinar.
III- Necessariamente, nas dificuldades de aprendizagem que apresenta um
sujeito, está envolvido também o ensinante. Portanto, o problema de
aprendizagem deve ser diagnosticado, prevenido e curado, a partir dos
dois personagens e no vínculo.
4 Fernández (1991, p. 32) diz o seguinte: “Por ensinantes entendo tanto o do-
cente ou a instituição educativa, como o pai, a mãe, o amigo ou quem seja
investido pelo aprendente e/ou pela cultura, para ensinar. Necessariamen-
te, nas dificuldades de aprendizagem que apresenta um sujeito, está en-
volvido também o ensinante. Portanto, o problema de aprendizagem deve
ser diagnosticado, prevenido e curado, a partir dos dois personagens e no
vínculo”. Considerando a atuação do psicopedagogo escolar/institucional,
disserte sobre essa citação.
FONTE: FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada. Trad. Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1991.
60
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. I. Instrumentos para diagnóstico psicopedagógico clínico e
institucional. Trad. Luciana Isabel de Almeida. Curitiba: InterSaberes, 2020.
61
LIBÂNEO, J. C. Didática: teoria da instrução e do ensino. In: LIBÂNEO, J. C.
Didática. São Paulo: Cortez, 1994. Cap. 3. p. 51-76. (Coleção Magistério: Série
Formação do Professor).
NOVA ESCOLA. Nova Escola.org. c2021. Henri wallon. Disponível em: https://
novaescola.org.br/conteudo/7229/henri-wallon#. Acesso em: 15 set. 2021.
62
UNIDADE 2 —
DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO
FAMILIAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
63
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
64
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Para realizar o diagnóstico psicopedagógico escolar e compreender as informa-
ções que se apresentam nos históricos de não aprendizagem dos estudantes, o psicope-
dagogo institucional utiliza diferentes instrumentos em busca de pistas que apontarão
as possíveis fraturas processuais na relação do sujeito com o conhecimento.
65
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
66
TÓPICO 1 — O OLHAR E A ESCUTA DA PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR
67
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
NOTA
68
TÓPICO 1 — O OLHAR E A ESCUTA DA PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR
E
IMPORTANT
69
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
Assim, cabe ao psicopedagogo escolar ficar atento aos fatos visíveis para
compreender aquilo que não se apresenta diretamente nas fraturas do discurso,
para a partir dessa análise identificar a causa dos problemas de aprendizagem
que se manifestam por meio dos sintomas das dificuldades de aprendizagem.
NOTA
visão, poderíamos afirmar que o diagnóstico pode ser visto “lato sen-
su” como uma “pesquisa-ação”, que possibilitará ao terapeuta aventar
sempre hipóteses provisórias que irão sendo confirmadas, ou não, ao
longo do processo (WEISS, 2012, p. 31).
71
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
Monero e Solé (2000 apud FERREIRA, 2020, p. 217) recomendam algumas re-
flexões para auxiliar a realização de um assessoramento psicopedagógico mais eficaz:
- Conhecer as escolas e suas necessidades.
- Ter clara as dimensões epistemológicas que norteiam os diferentes
enfoques da intervenção psicopedagógica e definir quais desses são
os mais adequados para a realidade da escola que propõe assessorar.
- Perceber os diferentes sistemas ou departamentos que integram a es-
cola, as equipes que foram constituídas (de diretores, de professores,
grupos de alunos por séries e suas famílias).
- Identificar os tipos de vínculos que o assessor estabelece com a escola
– se é funcionário da instituição ou se é contratado temporariamente.
No primeiro caso, há necessidade de manter permanente distancia-
mento profissional para poder observar e caracterizar a realidade que
se apresenta com clareza e, assim, propor as mudanças necessárias.
Por sua vez, no segundo caso, é preciso tomar o cuidado para não cair
nas armadilhas da relação “cliente-prestador de serviços”, uma vez
que a escola contratante é o cliente.
73
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
74
TÓPICO 1 — O OLHAR E A ESCUTA DA PSICOPEDAGOGIA ESCOLAR
DICAS
No filme Um Sonho Possível, Michael Oher, um jovem negro, filho de uma mãe
viciada e morador de rua, e com boa vocação para o esporte, é avistado, pela família de Leigh
Anne Tuohy, andando em direção ao estádio da escola para dormir longe da chuva e do frio.
Ao ser convidado para passar uma noite na casa da família milionária, Michael não tinha ideia
de que aquele dia mudaria para sempre a vida dele. Com a ajuda da nova família e de uma
tutora dedicada, ele percebe o potencial como estudante e jogador de futebol americano.
75
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
76
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
77
• A prática de assessoria psicopedagógica deve seguir e atender aos critérios
éticos profissionais.
78
AUTOATIVIDADE
79
II- A causa do fracasso escolar está ligada à estrutura individual e familiar da
criança e, portanto, há a indicação de intervenção psicopedagógica espe-
cializada de caráter terapêutico, onde busque libertar e mobilizar a circu-
lação patológica do conhecimento familiar.
III- Os problemas de aprendizagem-sintoma podem aparecer em qualquer
situação socioeducativa e em todas as classes sociais, porém é necessário
que se diferencie problema de aprendizagem-sintoma e o sistema socioe-
ducativo que é o responsável pela construção da modalidade de aprendi-
zagem do sujeito e pela causa do impedimento do aprender.
3 Sobre a ética profissional Monero e Solé (2000) indicam alguns critérios que
consideram pertinentes. De acordo com os autores mencionados, analise as
sentenças a seguir e coloque V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – F – V.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – V – F.
80
nados à natureza orgânica, a problemas de origem individual específica e/
ou familiar, sem uma disfunção orgânica, e/ou se essas dificuldades que
têm origem no próprio processo de escolarização. Suponha que você seja
psicopedagogo e tenha sido convidado por uma escola para fazer a ava-
liação psicopedagógica em uma turma de 3º ano do Ensino Fundamental.
A turma é composta de 25 alunos, a turma, no geral, vem apresentando
comportamento desinteressado e dispersivo, além de dificuldades com re-
lação aos conteúdos escolares, há cerca de um mês, após a substituição da
professora titular, afastada por problemas de saúde. Com base nessas infor-
mações, elabore uma proposta de avaliação diagnóstica psicopedagógica e
respectiva sugestão de um plano de intervenção com o objetivo de ajudar a
professora substituta a diminuir as dificuldades de aprendizagem apresen-
tadas pelos alunos, bem como o desinteresse dos mesmos nas aulas.
81
82
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
A FAMÍLIA E A APRENDIZAGEM
ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO
83
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
84
TÓPICO 2 — A FAMÍLIA E A APRENDIZAGEM ESCOLAR
85
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
FIGURA 6 – HIPERACOMODAÇÃO-HIPOASSIMILAÇÃO
86
TÓPICO 2 — A FAMÍLIA E A APRENDIZAGEM ESCOLAR
FIGURA 7 – HIPOASSIMILAÇÃO-HIPERACOMODAÇÃO
FIGURA 8 – ASSIMILAÇÃO-ACOMODAÇÃO
87
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
88
TÓPICO 2 — A FAMÍLIA E A APRENDIZAGEM ESCOLAR
89
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
90
TÓPICO 2 — A FAMÍLIA E A APRENDIZAGEM ESCOLAR
NOTA
Segundo Escott (2001), a maioria das pessoas não tem uma compreensão
científica do próprio corpo, mas possui uma imagem do corpo elaborada, não a par-
tir dos conhecimentos aprendidos na escola, mas sim através da maneira de vivê-lo.
91
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
Não é por acaso, que a Educação Física não tenha uma importância maior
no currículo escolar. O processo histórico, tem mostrado através dos tempos que
há uma lógica no sistema escolar de que as crianças não podem raciocinar se mo-
vendo, não podem refletir jogando e não podem pensar fantasiando.
A Educação Física não foge às características gerais das outras discipli-
nas. Na maioria das vezes, as aulas desenvolvem-se com o objetivo de
disciplinar o corpo, por meio de movimentos mecânicos repetitivos,
isolados, sem sentido para o aluno, dissociados de afetos e lembran-
ças, presos a padrões e transmitidos por comando do professor. Enfim,
as aulas conduzem os alunos à passividade e à submissão, desencora-
jando a criatividade e a reflexão (ESCOTT, 2001, p. 131).
92
TÓPICO 2 — A FAMÍLIA E A APRENDIZAGEM ESCOLAR
E
IMPORTANT
93
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
95
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
NOTA
96
TÓPICO 2 — A FAMÍLIA E A APRENDIZAGEM ESCOLAR
97
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
98
• Embora as dificuldades de aprendizagem afetem a inteligência, não se pode
considerá-las um déficit cognitivo.
99
AUTOATIVIDADE
100
( ) A investigação do processo psicomotor na criança deverá se dar da forma
mais espontânea possível, como: da observação durante o jogo, a brinca-
deira, as tarefas cotidianas em sala de aula, no pátio/recreio ou mesmo
mediante a solicitação de algumas atividades específicas.
a) ( ) V – F – V.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – V – F.
3 Desde o princípio até o fim, a aprendizagem passa pelo corpo. Uma aprendi-
zagem nova vai integrar a aprendizagem anterior; ainda quando aprendemos
as equações de segundo grau, temos o corpo presente no tipo de numeração
e não se inclui somente como ato, mas também como prazer; porque o prazer
está no corpo, sua ressonância não pode deixar de ser corporal, porque sem
signo corporal de prazer, esse desaparece. O corpo coordena e a coordenação
resulta em prazer, prazer de domínio (FERNÁNDEZ, 1991). Assinale a única
alternativa que complementa o pensamento exposto:
FONTE: FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada. Trad. Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1991.
101
FONTE: Fernández (2001, p. 83)
102
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A ação psicopedagógica nas instituições educacionais, atualmente, vem
ganhando mais espaço, sobre tudo, por atuar de modo preventivo na busca in-
cessante da redução do fracasso escolar uma vez que a escola se configura num
espaço onde a construção do conhecimento deve ser entendida por um processo
que acontece na relação entre professor e aluno, embora envolva as demais rela-
ções sociais a que o estudante pertença.
103
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
Segundo Weiss (2012, p. 31), podemos dizer que o que é percebido pelo indi-
víduo ou pelos outros é chamado de sintoma, o qual é, portanto, “o que emerge da
personalidade em interação como sistema social em que está inserido o sujeito”. Assim,
o problema manifestado pelo aluno numa determinada escola, turma ou em relação a
um professor, não pode se manifestar de forma clara em outro contexto escolar.
104
TÓPICO 3 — O FRACASSO ESCOLAR E OS IMPACTOS NO AMBIENTE FAMILIAR
NOTA
106
TÓPICO 3 — O FRACASSO ESCOLAR E OS IMPACTOS NO AMBIENTE FAMILIAR
107
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
108
TÓPICO 3 — O FRACASSO ESCOLAR E OS IMPACTOS NO AMBIENTE FAMILIAR
110
TÓPICO 3 — O FRACASSO ESCOLAR E OS IMPACTOS NO AMBIENTE FAMILIAR
NOTA
111
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
NTE
INTERESSA
O objetivo das provas projetivas psicopedagógicas é o de analisar, por meio do desenho, que
vínculos o aluno possui com a aprendizagem. Nesse sentido, por meio do desenho, seria
possível diagnosticar possíveis obstáculos à aprendizagem. O desenho faz parte do desen-
112
TÓPICO 3 — O FRACASSO ESCOLAR E OS IMPACTOS NO AMBIENTE FAMILIAR
113
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
114
TÓPICO 3 — O FRACASSO ESCOLAR E OS IMPACTOS NO AMBIENTE FAMILIAR
Cada desenho produzido pela criança não deve ser analisado de forma
isolada, mas sim, de maneira contextualizada, lembrando sempre que o objetivo
é o de identificar possíveis obstáculos à aprendizagem dos alunos.
115
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
LEITURA COMPLEMENTAR
Márcia Ferreira
Quando tem diante de si um aluno que corre pela sala o tempo todo e não
sabe pular amarelinha, ou uma criança que vê o tudo o que se passa na sala e não
sabe copiar do quadro, talvez pense que não quer estudar ou fazer a atividade.
O ESQUEMA CORPORAL
Ter esquema corporal significa ter consciência do próprio corpo. Muitas ve-
zes, o professor de pré-escola trabalha bastante o esquema corporal com bonecos e
desenhos. A criança decora nomes das partes do corpo, mas não possui consciência
do seu próprio corpo. Uma maneira simples de avaliar o esquema corporal é mandar
desenhar a figura humana numa situação. Por exemplo, na escola, na família, em que
a criança tenha de desenhar mais de uma figura. O que o professor analisará?
Por exemplo: figura sem mão, ou somente a criança sem mão, ou apenas
ela com olhos; ou todas as figuras estereotipadas; ou porta fechada; figuras de
fora, ou cada figura num cômodo da casa; ou a criança não consegue fazer uma
figura completa, ou a figura está pontilhada.
116
TÓPICO 3 — O FRACASSO ESCOLAR E OS IMPACTOS NO AMBIENTE FAMILIAR
A LATERALIDADE
E o que é lateralidade?
O professor põe sobre a mesa uma caixa com lápis de cor, folhas de papel,
tesouras, e diz:
Vamos brincar! Vamos ver qual grupo (ou fila) termina primeiro!
Um integrante de cada grupo (ou fila):
· Pega lápis de cor, folha e tesoura.
· Volta à carteira e desenha uma bola (o professor determina o tamanho do
desenho).
· Pinta a bola.
· Recorta a bola.
· Passa ao colega do lado, que levará o desenho à mesa e repetirá a tarefa,
encerrada quando todos do grupo (ou fila) terminarem.
O que avaliar?
117
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
não conseguir organizar o próprio caderno, escrevendo cada coisa em uma pági-
na, de cabeça para baixo e para cima, deixando os cadernos sujos, com orelhas,
rasgados, ou usando escrita espelhada, revelando dificuldades no desenvolvi-
mento da percepção.
A INTERAÇÃO ESPACIAL
Como avaliar? Proponha à criança desenhar sua casa e sua escola. O que
observar?
A COORDENAÇÃO DINÂMICA-MANUAL
118
TÓPICO 3 — O FRACASSO ESCOLAR E OS IMPACTOS NO AMBIENTE FAMILIAR
A COORDENAÇÃO VISUAL-MOTORA
Por exemplo:
O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
O DESENVOLVIMENTO SENSORIAL
119
UNIDADE 2 — DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO FAMILIAR
ORIENTAÇÃO TEMPORAL
120
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
121
• Existem diversos recursos, técnicas e metodologias que podem ser adotados,
tanto na avaliação quanto na intervenção pedagógica e/o psicopedagógica.
• As técnicas projetivas são um dos recursos que podem ser utilizados na esco-
la, para a investigação dos vínculos de aprendizagem.
CHAMADA
122
AUTOATIVIDADE
123
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – V – V.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – V – F.
124
5 Vamos imaginar: um grupo de crianças na faixa etária entre nove e 10 anos,
da escola em que você trabalha, tem apresentado comportamento diferen-
te em relação às demais crianças. Professores e gestores, dessa instituição
estão preocupados porque esse grupo está apresentando baixo rendimento
escolar, além de terem sido considerados agressivos e desobedientes com
os professores e demais pessoas que trabalham nessa escola, de um modo
geral. A professora responsável pela turma está prestes a aposentar, já can-
sada de lidar com situações como essa pede a sua ajuda para promover uma
intervenção com essas crianças.
125
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: M. Fontes, 2007.
126
MACHADO, A. M. Psicologia escolar: em busca de novos rumos. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2010.
127
128
UNIDADE 3 —
MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO
ESCOLAR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
129
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
130
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO
AMBIENTE ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO
A intervenção psicopedagógica pode ser entendida como uma interferên-
cia realizada pelo psicopedagogo com o intuito de melhorar as relações com a
aprendizagem. Ela deverá incidir sobre as dificuldades específicas do sujeito, a
fim de que se possa sanar e/ou minimizar os sintomas apresentados no diagnós-
tico. A intervenção deve ser baseada em estratégias que auxiliem o aprendiz a
recuperar os déficits escolares e a organização de rotinas de estudo, bem como
envolver a todos, professores, colegas de sala de aula e família, nesse processo
frente às condições do aprendente.
O não aprender na escola é uma das causas do fracasso escolar, sendo esse
uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola. Desse
modo, o fracasso escolar nos remete a um “olhar atento”, visando o interesse e o
prazer do aluno e do professor no processo ensino-aprendizagem, isto é, o pró-
prio fracasso pode causar falta de confiança em si mesmo, com seus subsequentes
efeitos negativos sobre a aprendizagem. Raramente as dificuldades de aprendiza-
gem têm origens apenas cognitivas. Sendo assim, as necessidades individuais de
aprendizagem não podem ser definidas por apenas um fator, estando ele próprio
– aprendiz – no meio familiar ou no ambiente escolar.
131
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
132
TÓPICO 1 — A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO AMBIENTE ESCOLAR
Vale a pena relembrar que todo esse processo ocorre na articulação das
instâncias do organismo, do corpo, da inteligência e do desejo que constituem o
mover-se do sujeito aprendente, além dos vínculos que consegue estabelecer com
os outros aprendentes e com os seus ensinantes.
133
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
FIGURA 2 – APRENDER
NOTA
134
TÓPICO 1 — A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO AMBIENTE ESCOLAR
Mais do que ensinar conteúdos de conhecimento: ser ensinante implica abrir es-
paços para que a aprendizagem aconteça. O aprendente precisa de adultos – pais, profes-
sores – que acreditem em seu potencial, que lhe proporcione autonomia e autoria.
135
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
NTE
INTERESSA
136
TÓPICO 1 — A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO AMBIENTE ESCOLAR
No que já sou e
No quero vir a ser...
Eu não sou você
Você não é eu
Mas somos um grupo, enquanto
somos capazes de, diferencialmente,
eu ser eu, vivendo com você e
Você ser você, vivendo comigo.”
137
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
Para Fernandéz (1991), muitas vezes, o fracasso escolar pode intervir como
fator desencadeante de um problema de aprendizagem que, de outro modo, não
teria aparecido.
ATENCAO
139
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
140
TÓPICO 1 — A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO AMBIENTE ESCOLAR
relações entre ele e sua família. Nessa perspectiva, a imparcialidade sem pre-
ceitos ou preconceitos na escuta, interpretação, reflexão e intervenção, criando e
recriando espaços, é fundamental.
E
IMPORTANT
O professor precisa estar preparado para lidar com essas diversidades, pro-
curando reciclar seu conhecimento, rever o cotidiano e refletir criticamente a realidade,
buscando os fatores envolvidos. Cada criança mostra-se como um ser único, com capaci-
dades, limitações, motivações, habilidades, atitudes e interesses específicos.
141
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
E
IMPORTANT
142
TÓPICO 1 — A INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NO AMBIENTE ESCOLAR
143
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
144
AUTOATIVIDADE
145
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – V – V.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – V – F.
146
5 As escolas enfrentam um grande desafio: lidar com as dificuldades de
aprendizagem e ao mesmo tempo traçar uma proposta de intervenção ca-
paz de contribuir para a superação dos problemas de aprendizagem dos
alunos. Dessa forma, defende-se a importância do Psicopedagogo Institu-
cional, como um profissional qualificado, que se baseia principalmente na
observação e análise profunda de uma situação concreta, no sentido de não
apenas identificar possíveis perturbações no processo de aprendizagem,
mas para promover orientações didático-metodológicas no espaço escolar
de acordo com as características dos indivíduos e grupos. Acerca do expos-
to, argumente sobre a contribuição e importância do trabalho psicopedagó-
gico no espaço escolar.
147
148
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A família é a instituição que deve assegurar a criação e educação dos fi-
lhos, pois é nesse ambiente que a criança terá as primeiras trocas de experiências,
conhecerá seus primeiros sucessos e fracassos, medos e frustrações. Dessa forma,
cabe a família a função essencial de socialização e desenvolvimento da persona-
lidade da criança, configurando o seu percurso intelectual, emocional e social.
Será na família, também, que a criança desenvolverá o conceito de aprendizagem,
iniciativa e criatividade, bem como o senso de identidade pessoal, que está dire-
tamente relacionado à sua identidade familiar.
149
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
De acordo com Polity (2004), para se obter um quadro mais amplo que
possibilite um entendimento maior das dificuldades de aprendizagem precisamos
considerar que o indivíduo pertence a um contexto familiar (vertical), com perspec-
tivas e heranças próprias desse contexto e de um contexto atual (horizontal).
E
IMPORTANT
Esse processo ocorre nas vivências do dia a dia, na medida em que pais e
filhos comunicam-se de maneira transparente e sincera, falando de suas percep-
ções, suas dúvidas, objetivos, emoções, aprendendo uns com os outros.
151
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
FIGURA 9 – LIBERDADE
E
IMPORTANT
Criar filhos não significa torná-los perfeitos, pois os pais têm muitas dúvidas e es-
tão sujeitos a muitas falhas; mas o que é necessário é tentar identificar os conflitos e desfazê-
-los, aprendendo a conviver com essas situações. Através dos conflitos os pais desenvolvem
a percepção de si mesmos e de seus filhos. Essas situações estimulam pais e filhos a instalar
um diálogo verdadeiro, expondo o entendimento e sentimento em relação às experiências
cotidianas. Por outro lado, aspectos fundamentais do processo educativo revelam que os
pais devem ter respeito sobre o que o filho sente, mas cabe a eles negar com firmeza e de-
terminação as atitudes que possam contrariar o que desejam para a educação de seus filhos.
Todos esses aspectos citados e muitos outros, são fundamentais para que
o desenvolvimento da criança se efetive. Portanto, a família necessita da ajuda
dos profissionais na aquisição desses conhecimentos básicos e essenciais para
que possa cumprir seu papel de facilitadora do processo de aprendizagem de
seus filhos, através de comportamentos mais adaptativos.
152
TÓPICO 2 — A MEDIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA FAMILIAR NA VISÃO DA TEORIA SISTÊMICA
NOTA
153
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
154
TÓPICO 2 — A MEDIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA FAMILIAR NA VISÃO DA TEORIA SISTÊMICA
FIGURA 10 – EMPATIA
155
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
ATENCAO
FIGURA 11 – SUPORTE
156
TÓPICO 2 — A MEDIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA FAMILIAR NA VISÃO DA TEORIA SISTÊMICA
157
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
158
AUTOATIVIDADE
I- Criar filhos não significa torná-los perfeitos, pois os pais têm muitas dúvi-
das e estão sujeitos a muitas falhas; mas o que é necessário é tentar identifi-
car os conflitos e desfazê-los, aprendendo a conviver com essas situações.
II- Através dos conflitos os pais desenvolvem a percepção de si mesmos e de
seus filhos. Essas situações estimulam pais e filhos a instalar um diálogo
verdadeiro, expondo o entendimento e sentimento em relação às experi-
ências cotidianas.
III- Os aspectos fundamentais do processo educativo revelam que os pais
devem ter respeito sobre o que o filho sente, mas cabe a eles negar com
firmeza e determinação as atitudes que possam contrariar o que desejam
para a educação de seus filhos.
IV- Todos esses aspectos citados e muitos outros, são fundamentais para que
o desenvolvimento da criança se efetive.
159
( ) De acordo com Polity (2004), para se obter um quadro mais amplo que
possibilite um entendimento maior das dificuldades de aprendizagem,
precisamos considerar que o indivíduo pertence a um contexto familiar
(vertical), com perspectivas e heranças próprias desse contexto e de um
contexto atual (horizontal).
( ) Conforme Martins (2001, p. 28), “essa problemática gera nos pais senti-
mentos de angústia e ansiedade por se sentirem impossibilitados de lidar
de maneira acertada com a situação”.
( ) Num processo educativo os pais experienciam a necessidade de um tra-
balho de autoanálise, de reestruturação de seus comportamentos, cren-
ças, sentimentos e desejos. Os pais precisam conquistar, em relação a si
mesmos, primeiramente, o que querem que os filhos sejam: justos, disci-
plinados, honestos, responsáveis (GRUNSPUN, 1985).
a) ( ) V – F – V.
b) ( ) V – V – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – V – F.
160
5 A inserção de uma equipe multidisciplinar na Política de Educação impõe à
categoria o desafio de construir uma intervenção qualificada, que tenha como
um dos princípios éticos fundamentais; o posicionamento em favor de equida-
de e justiça social, assegurando a universalidade de acesso aos bens e serviços
relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática.
Uma equipe multidisciplinar com psicólogo, psicopedagogo, assistente social,
orientador educacional, supervisor escolar, entre outros, são profissões vincu-
ladas às políticas públicas e a garantia de direitos, por isso acreditar na atuação
de uma equipe multidisciplinar, como forma de efetivar a política educacional,
é de muita importância. Para compreender melhor a atuação de cada um des-
ses profissionais que compõe as equipes multidisciplinares, descreva sobre a
função de cada um dos profissionais citados (psicólogo, psicopedagogo, assis-
tente social, orientador educacional e supervisor escolar).
161
162
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS DE
ENSINO
1 INTRODUÇÃO
2 CONTRIBUIÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS
A Psicopedagogia busca a compreensão do processo de aprendizagem
ao desenvolver um olhar e uma postura psicopedagógica diante desse processo
no qual se compreende que, cada criança tem sua própria maneira de aprender.
Assim, é importante que o psicopedagogo promova a interação de toda a equipe
escolar na mediação do conhecimento.
163
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
FIGURA 12 – TÉCNICA
164
TÓPICO 3 — ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS DE ENSINO
FIGURA 13 – MATERIAL
FIGURA 14 – ESTRATÉGIA
165
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
Contudo, de maneira geral, uma regra pode ser seguida: na medida que
a psicopedagogia vê a aprendizagem como interface entre inteligência e desejo,
razão e emoção, objetividade e subjetividade, a estratégia que for seguida deverá
sempre alternar ambos os campos privilegiando aquele que mais necessita ser
trabalhado em cada caso particular.
ATENCAO
FONTE: PIAGET, J. O nascimento da inteligência da criança. Editora Crítica: São Paulo, 1986.
166
TÓPICO 3 — ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS DE ENSINO
Bossa (1994) afirma ainda que a psicopedagogia pode oferecer, dentre suas
atribuições, auxílio à família do aluno quanto à percepção sobre a aprendizagem
de seus filhos. O psicopedagogo, em parceria com a escola, deve buscar resgatar
a presença da família no processo educacional do aluno, demonstrando que
é preciso respeitar as diferenças dos filhos, complementando dessa forma o
trabalho da escola.
167
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
DICAS
FIGURA 16 – AUTONOMIA
169
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
FIGURA 18 – VAMOS LÁ
170
TÓPICO 3 — ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS DE ENSINO
Três pontos:
Por exemplo: figura sem mão, ou somente a criança sem mão, ou apenas
ela com olhos; ou todas as figuras estereotipadas; ou porta fechada; figuras de
fora, ou cada figura num cômodo da casa; ou a criança não consegue fazer uma
figura completa, ou a figura está pontilhada.
171
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
O professor põe sobre a mesa uma caixa com lápis de cor, folhas de papel,
tesouras e diz:
— Vamos brincar! Vamos ver qual grupo (ou fila) termina primeiro!
O que avaliar?
172
TÓPICO 3 — ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS DE ENSINO
Como avaliar?
O que observar?
FIGURA 20 – QUANDO?
173
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
O que observar?
Observar o quê?
Por exemplo:
174
TÓPICO 3 — ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS DE ENSINO
• Observar como a criança copia do quadro: quantas palavras ela consegue co-
piar sem se perder: uma? duas? três? quantas? Quantas linhas ela consegue
copiar sem se perder, sem se desconcentrar?
175
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
176
TÓPICO 3 — ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS DE ENSINO
LEITURA COMPLEMENTAR
Por ser interno, esse processo se mostra, ou melhor, não se mostra obser-
vável na maior parte dos seus momentos. Aprendizagem não se resume à mu-
dança de comportamentos observáveis, o que torna a avaliação dessa aprendiza-
gem algo, no mínimo, subjetivo. Esse problema teria fim se, por exemplo, nossos
alunos ficassem com a testa verde toda vez que aprendessem o conteúdo dado.
Imagine a cena: “Coordenadora, dei uma aula fundamental! Todos os alunos es-
tavam com a testa verde ao final da aula!”
Outra questão essencial ligada ao ato de aprender é que tem a ver com a
concepção filosófica de afirmação da vida, já que aprender implica abrir-se ao futu-
ro. Só aprende quem tem amanhã. Aprender implica, como dizia Paulo Freire, ter
esperança. Só aprende quem sonha, e só sonha quem tem esperança. Logo, antes
de ensinar, precisamos verificar se nossos alunos sonham e que esperanças eles
constroem com esses sonhos. No final das contas, que esperanças eles depositam
no ato de estudar e aprender coisas novas. Desconsiderar esse aspecto é candidatar-
-se à frustração. É ignorar a essência do papel da aprendizagem que é tornar o ho-
mem cada vez mais humano. O professor, ao perceber seus alunos sem sonho, deve
177
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
Existem pessoas para as quais o ato de aprender não suscita sensações posi-
tivas, nem negativas. Elas simplesmente aprenderam coisas, mas esse ato não gerou
nenhuma vinculação emocional relevante. Esse estilo é comum entre pessoas que
não foram suficientemente estimuladas ou não se sentiram recompensadas pelo
ato de aprender. Para elas, aprender é uma ação quase neutra, necessária para vi-
ver, mas desprovida de emoção. Realizam suas tarefas de forma irrefletida e, quan-
do é necessário, “aprendem” coisas novas e continuam a viver. São pessoas que
costumam se motivar muito mais pelo convívio do que pelo desafio de aprender.
178
TÓPICO 3 — ESTRATÉGIAS PSICOPEDAGÓGICAS DE ENSINO
179
UNIDADE 3 — MEDIAÇÃO E INTERVENÇÃO ESCOLAR
A terceira e última parte de uma aula deve ser dedicada à estrutura cognitiva,
ou seja, o professor deve propor atividades que evidenciem se o conceito foi, de fato,
construído, desafios que exijam a aplicação do conceito para que sejam vencidos. É
hora, também, de levar o aluno a realizar novas relações e reorganizar o conceito.
180
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Pais que participam ativamente das atividades escolares de seus filhos, contri-
buem para que eles tenham desempenho escolar mais satisfatórios.
CHAMADA
181
AUTOATIVIDADE
182
-concreta, que é baseada na representação mental dos objetos e organiza
as relações e operações entre eles; uma inteligência lógico-formal, capaz
de lidar com operações de operações, capaz de pensar sobre operações,
onde os objetos reais e materiais não têm importância.
IV- Caso seja a estrutura dramática ou desejante que produz as dificuldades
no aprendiz, o psicopedagogo deverá escolher a melhor estratégia para
cada intervenção, analisando os sintomas, o contexto familiar e social e as
possibilidades cognitivas do seu aprendente, adotando técnicas e empre-
gando materiais que possam contribuir para a superação dessas dificulda-
des, permitindo que a criança possa expressar seus sentimentos por meio
das mais variadas e formas de linguagem.
a) ( ) V – V – V.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – V – F.
183
4 Segundo Fernandéz (1991), a família de crianças que apresentam problemas
de aprendizagem, frequentemente funciona como um bloco dissociado no
qual o pensar de forma diferente se torna ameaçador e implica em exclusão
e perda. Por esse motivo, a mesma autora propõe que a família seja inclusa,
no processo ensino-aprendizagem escolar de seus filhos. Diante desse pen-
samento, aponte algumas possibilidades de intervenções psicopedagógicas
que podem ser desenvolvidas no ambiente familiar de crianças com dificul-
dades de aprendizagem.
FONTE: FERNANDÉZ, A. A inteligência aprisionada. Trad. Iara Rodrigues. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1991.
184
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, L. I. Instrumentos para diagnóstico psicopedagógico clínico e insti-
tucional. Trad. Luciana Isabel de Almeida. Curitiba: InterSaberes, 2020. E-book.
185
FAGALI, E. Q. Por que e como a psicopedagogia institucional? Revista da Asso-
ciação Brasileira de Psicopedagogia, São Paulo, v. 17, n. 46, p. 37-41, 1998.
186
PAÍN, S. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. 4. ed. Porto
Alegre, RS. Artes Médicas, 1985.
187