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Disciplina: Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Sala de Recursos

Multifuncional (SRM)

Autores: Esp. Paola Zanini Kern Alves

Revisão de Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva / D.ra Maria Tereza Costa

Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso

Ano: 2017

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Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em
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FICHA CATALOGRÁFICA

ALVES, Paola Zanini Kern.

Atendimento Educacional Especializado (AEE) e Sala de Recursos


Multifuncional (SRM) / Paola Zanini Kern Alves. – Curitiba, 2017.

20 p.

Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva / Maria Tereza Costa.

Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso.

Material didático da disciplina de Atendimento Educacional


Especializado (AEE) e Sala de Recursos Multifuncional (SRM) –
Faculdade São Braz (FSB), 2017.

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Atendimento Educacional
Especializado (AEE) e Sala de
Recursos Multifuncional (SRM)

ANO

2017

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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO

Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!

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nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão
Universitária.
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas
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Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e
estudantes.

Bons estudos e conte sempre conosco!


Faculdade São Braz

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Apresentação da disciplina

Esta disciplina objetiva proporcionar algumas diretrizes e orientações, as


quais permitirão a aplicabilidade de práticas educacionais igualitárias para todos.
Sabe-se que todos têm direito a educação escolar, independentemente de suas
diferenças, que devem ser respeitadas. Todos têm direito a matrícula, sem
exceção, no Ensino Público e Privado, independentemente da faixa etária, é o
que nos diz a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDBEN 9394/96) e
a Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. A educação inclusiva
é apoiada por diversas leis e diretrizes que preveem, a pessoa com deficiência,
o direito de ser incluída na rede regular de ensino e também assegurar a sua
permanência no sistema.

Nesse contexto, “[...] cabe à escola encontrar respostas educativas para


as necessidades de seus alunos e exigir dela uma transformação [...]”
(MANTOAN, 2003, p. 68). Dessa forma, a inclusão na escola é um processo de
adaptação, na qual ela organiza-se e transforma-se, para poder inserir os alunos
com deficiência no seu espaço escolar, exercendo o seu papel democrático de
escola para todos.

É necessário que, nessa escola inclusiva, toda a equipe pedagógica se


envolva num só objetivo, ou seja, a inclusão das classes especiais junto com as
classes regulares. As diferenças deixam de existir e se transformam em
oportunidades para o aperfeiçoamento e enriquecimento dos processos de
ensino e aprendizado para ambos os lados.

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Aula 1 – O ensino regular e o AEE a partir da Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

Apresentação da aula 1

Nesta aula o foco será na importância do Atendimento Educacional


Especializado (AEE) a partir dos objetivos principais da Política Nacional da
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

1. O ensino regular e o AEE a partir da Política Nacional de Educação


Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

O Atendimento Educacional Especializado (AEE), chega para auxiliar a


inclusão dos alunos no ensino regular, ajudando no desenvolvimento da
superação dos seus limites. O objetivo do AEE é propiciar condições e liberdade
para que o estudante que possua alguma NEE possa contribuir para o seu
desenvolvimento como um todo, como a pessoa com deficiência visual com o
braille, o surdo com a Língua Brasileira de Sinais, o estudante com Deficiência
Intelectual com o desenvolvimento cognitivo, o Transtorno Global do
Desenvolvimento (TGD) / Transtorno do Espectro Autista (TEA [Transtornos do
Espectro Autista conforme DSM-5/ Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais - 5ª edição]), com o professor de apoio, etc. Assim poderá
ser promovido o acesso e as condições para uma educação de qualidade.

A Constituição Federal de 1988 traz explícito o direito ao Atendimento


Educacional Especializado para as pessoas com deficiência, na rede regular de
ensino, assim como também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB nº 9.394/96). Porém, é na Diretriz Nacional para a Educação Especial na
Educação Básica de 2001, no artigo 2º que:

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às


escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com
necessidades especiais, assegurando as condições necessárias para
uma educação de qualidade para todos (BRASIL, 2001).

Deve-se levar em consideração que o AEE vem para identificar, elaborar


e organizar os recursos pedagógicos e de acessibilidade para que todos os
estudantes com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) possam ter pleno
acesso na sociedade em que estão inseridos, sendo essa a sua principal

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característica. A Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva assegura para esses estudantes o direito ao acesso, a
participação e a aprendizagem nas escolas regulares, garantindo o atendimento
educacional especializado. De acordo com as novas diretrizes:

A educação especial é definida como modalidade de ensino que


perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, que disponibiliza
recursos e serviços, realiza o AEE e orienta quanto a sua utilização no
processo do ensino aprendizagem nas turmas comuns do ensino
regular (BRASIL, 2008, S/p.).

Assim, para que o estudante tivesse garantido o seu acesso no ensino


regular, em 2008, criou-se o Decreto 6571/2008 afirmando que o AEE passava
a ser um conjunto de atividades e recursos de acesso pedagógico, o qual
contemplaria ou suplementaria a formação dos estudantes no ensino regular
(BRASIL, 2008).

Nesse contextos pode-se concluir que que o Atendimento Educacional


Especializado para os alunos com NEE refere-se à forma pelo qual o estudante
trata todo o seu aprendizado, ou seja, o educando precisa ser estimulado e
provocado, de modo que esse conhecimento possa se tornar consciente e
interiorizado. E cabe a este professor assumir a posição de investigador,
disposto a um aprendizado em conjunto com seu aluno.

Importante
As escolas são obrigadas a oferecer vagas para alunos
com deficiência? Elas precisam de alguma licença para
oferecer essas vagas?

Não há necessidade de licença da Secretaria de Educação, uma vez que


nossa lei maior, a Constituição Federal, determina no Art. 205 que a
educação é direito de todos, e a Resolução do CNE/CEB nº 2/2001, a
qual define as diretrizes nacionais para a educação especial na educação
básica, determina que as escolas do ensino regular devem matricular
todos os alunos em suas classes comuns, com os apoios necessários.
Esse apoio pode constituir parte do atendimento educacional
especializado (previsto no Art. 208 da Constituição Federal) e pode ser
realizado em parceria com o sistema público de ensino.
Qualquer escola, pública ou particular, que negar matrícula a um aluno
com deficiência comete crime punível com reclusão de 1 (um) a 4
(quatro) anos (Art. 8º da Lei nº 7.853/89).

Fonte: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/31872

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Amplie Seus Estudos
SUGESTÃO DE LEITUTA
Para ampliar os seus conhecimentos leia o artigo Diferenciar
para incluir: a educação especial na perspectiva da educação
inclusiva, de autoria de Maria Teresa Eglér Mantoan. O artigo
traz importantes considerações à respeito do AEE na
perspectiva da Educação Inclusiva.
Link: http://diversa.org.br/artigos/diferenciar-para-incluir-a-
educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva/

Resumo aula 1

Nesta aula abordou-se a Educação Especial e a sua integração no Ensino


Regular com o Atendimento Educacional Especializado (AEE), o qual oferece
diferentes alternativas pedagógicas de atendimento, de acordo com as
especificidades de cada estudante, encontrando as potencialidades e as
diferentes acessibilidades de aprendizagens.

Atividade de Aprendizagem
Você acredita que é possível termos um sistema educacional
igualitário para todos? Como você acredita que acontece a inclusão
no local aonde você trabalha? Discorra sobre o assunto.

Aula 2 – Identificação de necessidades, habilidades e potencialidades dos


estudantes com NEE, com elaboração do plano de atendimento

Apresentação da aula 2

Nesta o foco será na identificação e na realização do encaminhamento


correto de um estudante com NEE matriculado na rede regular de ensino.

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2. Identificação de necessidades, habilidades e potencialidades dos
estudantes com NEE, com elaboração do plano de atendimento

Vale recordar que o AEE deve acontecer dentro das Salas de Recursos
Multifuncionais e que deve ser pautado nas habilidades e competências do
educando. Assim, o professor poderá realizar as adequações nos diferentes
ambientes em que esse estudante com NEE está inserido.

O papel desse professor na Sala de Recursos é de facilitar a busca de


conhecimentos, é ele quem organiza as mais diferentes situações de
aprendizagens. Por isso a escola deve adequar-se a esses educandos, assim
como o currículo básico também. Ele deve sair do tradicional, deve assumir uma
educação transformadora.

Contudo, o AEE, e o professor devem ter em mente a necessidade de suprir


as condições de aprendizagens de cada estudante, superando as barreiras
antes existentes. E a escola para todos requer uma dinâmica curricular que
permita ajustar o fazer pedagógico às necessidades dos alunos.

2.1 Identificação

Para se identificar um educando com NEE, deve-se investigar as variáveis


que interferem no processo ensino aprendizagem, compreendendo a origem dos
problemas de aprendizagem dos educandos indicados. Após a investigação, o
professor/pedagogo deverá solicitar de acordo com as NEE:

 Deficiência Intelectual (avaliação pedagógica/psicopedagógica,


mais a avaliação psicológica);
 Deficiência Física Neuromotora (avaliação médica e a avaliação
pedagógica/psicopedagógica);
 Transtorno Global do Desenvolvimento/Transtorno do Espectro
Autista (avaliação psiquiátrica ou neurológica, mais a avaliação
pedagógica/psicopedagógica);
 Altas Habilidades ou Superdotação (avaliação pedagógica/psi-
copedagógica);
 Deficiência Visual (avaliação médica (cegueira ou baixa visão);
 Surdez (avaliação médica).

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Já com os alunos encaminhados, a escola, o pedagogo e o professor da
Sala de Recursos (SRM), deverão elaborar o Plano de Desenvolvimento
Individual de cada educando.

2.2 Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)

PDI é um documento elaborado pelo professor do AEE com auxílio do


pedagogo da escola. O PDI tem como objetivo o registro de dados da avaliação
do estudante com NEE e todo o plano de intervenção pedagógica especializado
que será desenvolvido na Sala de Recursos Multifuncionais.

A primeira parte do PDI é a avaliação do educando com NEE que irá ser
atendido na Sala de Recursos. O professor então precisa identificar quais são
os elementos facilitadores e as barreiras que estão dificultando a aprendizagem
deste educando. Também identifica as necessidades educacionais vinculadas
aos estudantes avaliados, como por exemplo, a descoberta da dificuldade visual
além do intelectual.

Feito esta parte da avaliação, o professor da Sala de Recursos irá elaborar


o PDI correspondente ao educando avaliado, que servirá para superar ou
compensar as barreiras de aprendizagem diagnosticadas, tanto dentro da
escola, como na sala de aula e na família.

Após realizada avaliação, elabora-se o plano pedagógico que se destina a


auxiliar o educando a desenvolver suas competências através de um currículo
que atenda às suas necessidades educacionais, utilizando-se de recursos e
metodologias diferenciadas nesse processo ensino-aprendizagem.

Nessa etapa, se trata da organização do atendimento especializado,


orientações que amenizam as barreiras de aprendizagens na escola, as áreas
que serão trabalhadas e como serão trabalhadas metodologicamente.

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Veja o modelo a seguir:

1- Dados do educando:
Nome: Data de nascimento:
Série/Ano: Período: ( ) manhã ( ) tarde
Professor (a) regente: Professor (a) AEE:
Diagnóstico: Médico:
Data: Início do atendimento:
2- Organização do atendimento:
Período do atendimento: ( ) manhã ( ) tarde
Frequência:
Tempo de atendimento:
Composição de atendimento: ( ) individual ( ) grupo

3- Objetivos:

4- Objetivos específicos:

5- Atividades a serem desenvolvidas:

6- Seleção de materiais a serem produzidos:

7- Materiais existentes na sala:

8- Materiais que necessitam ser adquiridos:

9- Profissionais da escola que receberão orientações:

10- Avaliação:

Fonte: Elaborado pelo autor (2017).

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Saiba Mais
COMO FAZER UMA ADAPTAÇÃO CURRICULAR
Elementos curriculares e modalidades adaptativas
Objetivos:
 Eliminação de objetivos básicos.
 Introdução de objetivos específicos,
complementares e/ou alternativos.
Conteúdos:
 Introdução de conteúdos específicos,
complementares ou alternativos.
 Eliminação de conteúdos básicos do
currículo.
Metodologia e Organização didática:
 Introdução de métodos e procedimentos
complementares e/ou alternativos de ensino
e aprendizagem.
 Organização a Introdução de recursos
específicos de acesso ao currículo.
Avaliação:
 Introdução de critérios específicos de
avaliação.
 Eliminação de critérios gerais de avaliação.
 Adaptações de critérios regulares de
avaliação.
 Modificação dos critérios de promoção.
(MANJÓN, op. cit., 1995, p. 89)

Amplie Seus Estudos


SUGESTÃO DE LEITURA- ARTIGO
Amplie seus conhecimentos lendo o artigo Sala de recursos
no processo de inclusão do aluno com deficiência intelectual
na percepção dos professores, de autoria de Esther Lopes e
Maria Cristina Marquezine. O artigo traz uma pesquisa
desenvolvida em uma escola de Ensino Fundamental,
analisando a percepção dos professores sobre a importância
da SRM e do AEE, no processo de inclusão do aluno com
deficiência intelectual no ensino regular.
Link:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141
3-65382012000300009

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Resumo aula 2

Nesta evidenciou-se que o AEE constitui um serviço especializado


complementar ao ensino-aprendizagem do educando com NEE, cabendo a
escola e aos professores identificarem as diferenças de seus alunados, para
atendê-los afim de promover o seu pleno desenvolvimento, utilizando o Plano de
Desenvolvimento Individual.

Atividade de aprendizagem
Ao receber um aluno que apresenta dificuldade de atenção e
concentração (distrai-se facilmente e sabe apenas escrever o
seu nome), está no 3º ano e era aluno de Classe Especial.
Discorra à respeito dos encaminhamentos à serem tomados à
esse Aluno.

Aula 3 - Critérios para a implantação e desenvolvimento de ações das Salas


de Recursos Multifuncionais (SRM) - Tipologia e funcionamento das Salas
de Recursos Multifuncionais (SRM)

Apresentação da aula 3

Nesta aula serão elucidadas as formas de criação e de trabalho em uma


Sala de Recursos Multifuncionais, assim como também a parte burocrática, a
qual faz com que ela funcione em harmonia com a pedagógica.

3. Critérios para a implantação e desenvolvimento de ações das Salas de


Recursos Multifuncionais (SRM) - Tipologia e funcionamento das Salas de
Recursos Multifuncionais (SRM)

Atualmente, “o incluir” vem tentar harmonizar a sociedade e valorizar as


diferenças existentes no seu interior, buscando a igualdade de oportunidades e
direitos. Os educandos com NEE ocupam seus lugares na escola e o mais
importante é devemos entender que incluir não é invadir o espaço do outro, é
respeitá-los.

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Nesse contexto do AEE para alunos com Deficiências, TGD/TEA, Altas
Habilidades ou Superdotação, Surdez e Deficiência Visual, vale lembrar que
todos os serviços devem organizar-se para que sejam complementares aos
serviços educacionais comuns, com vistas à autonomia e independência do
educando, na escola e fora dela. Esse trabalho é desenvolvido nas denominadas
Salas de Recursos Multifuncionais (Tipo I e Tipo II). As SRM Tipo I são para os
educandos com Deficiência Intelectual, Deficiência Física Neuromotora,
TGD/TEA e Altas Habilidades ou Superdotação. As SRM do Tipo II são para os
educandos com Deficiência Visual.

A implementação da Salas de Recursos Multifuncionais (Tipo I e II), nas


escolas devidamente autorizadas por órgãos competentes das Secretarias de
Educação Estadual e Municipal, se dão em horários distintos das salas de aulas
comuns e devem ser equipadas com materiais e equipamentos específicos,
adequados e com acessibilidade. O trabalho pedagógico pode ser realizado
individualmente ou em pequenos grupos:

Ele pode ser realizado em grupos, porém atento para as formas


específicas de cada aluno se relacionar com o saber. Isso também não
implica em atender a esses alunos, formando grupos homogêneos com
o mesmo tipo de problema (patologias) e/ou desenvolvimento. Pelo
contrário, os grupos devem se constituir obrigatoriamente por alunos
da mesma faixa etária e em vários níveis do processo de conhecimento
(MEC/SEESP, 2007, p.19).

A matrícula do aluno na SRM deve estar condicionada a do ensino regular


da própria escola ou de outra. É importante esclarecer que essa sala não
constituiu ensino particular, nem reforço escolar ou repetição de conteúdos da
classe comum. Assim, o professor especializado em Educação Especial deve
dispor de metas e procedimentos educacionais diferentes do ensino comum,
mas sempre articulado com a vida escolar do aluno, pois a barreira à
aprendizagem deve se constituir em um trabalho de colaboração entre todos os
envolvidos no processo ensino aprendizagem.

Portanto, o trabalho pedagógico do professor na Sala de Recursos


Multifuncionais deve orientar-se para:

 Realizar atividades que estimulem o desenvolvimento dos


processos mentais: atenção, percepção, memória, raciocínio,
imaginação, criatividade, etc;

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 Proporcionar ao aluno o conhecimento de seu corpo, levando-o a
usá-lo como instrumento de expressão consciente na busca de sua
independência e na satisfação de suas necessidades;
 Fortalecer a autonomia dos alunos para decidir, opinar, escolher e
tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações;
 Propiciar a interação dos alunos em ambientes sociais, valorizando
as diferenças e não a discriminação;
 Preparar materiais e atividades específicas para o desenvolvimen-
to da aprendizagem dos alunos. (MEC/SEESP, 2006, p.23 –
adaptado).

Cabe ao professor da SRM as seguintes atribuições:

 Identificar, elaborar e produzir recursos pedagógicos;


 Elaborar e executar plano de atendimento educacional especiali-
zado;
 Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na SRM;
 Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos
pedagógicos na sala de aula comum;
 Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de
estratégias;
 Orientar professores e famílias sobre recursos pedagógicos;
 Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva: Tecnologia da
Informação e Comunicação, Comunicação Alternativa, soroban,
softwares, etc;
 Estabelecer articulação com os professores da sala de aula
comum;
 Promover atividades e espaços de participação da família, equipe
multidisciplinar e equipe da escola regular. (Diretrizes Operacionais
da Educação Especial para o AEE na Educação Básica, 2008).

Assim, em uma escola que adota os princípios do paradigma inclusivo, o


papel da Sala de Recursos Multifuncionais (Tipo I e II) é fundamental, uma vez
que possibilita, através de intervenções pedagógicas adequadas, responder as
necessidades educacionais do aluno.
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Importante

Sala de Recursos Multifuncional Tipo I: é um serviço de


apoio complementar especializado, de natureza peda-
gógica, ofertado a estudantes que apresentam Deficiência
Intelectual, Deficiência Física Neuromotora, Transtornos
Globais do Desenvolvimento e Transtornos Funcionais
Específicos, matriculados na Rede Pública de Ensino. O
encaminhamento dos estudantes para as SRM - tipo I se
efetiva a partir da avaliação psicoeducacional no contexto
escolar. Esta avaliação deverá ser realizada pelo professor
e/ou pedagogo da escola, enfocando aspectos relativos à
aquisição da língua oral e escrita, interpretação, produção
de textos, sistemas de numeração, cálculos, medidas, entre
outros, bem como as áreas do desenvolvimento, consi-
derando as habilidades adaptativas, práticas sociais e
conceituas.
Fonte:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/
conteudo.php?conteudo=674

Sala de Recurso Multifuncional Tipo II: Funciona em


escolas da rede pública estadual de ensino e têm como
objetivo oferecer apoio complementar especializado,
visando complementar e suplementar a escolarização de
alunos público-alvo da educação especial que apresentam
deficiência visual.
Fonte:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/
conteudo.php?conteudo=687

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SUGESTÃO DE LEITURA

Amplie seus conhecimentos lendo o artigo A Literatura Infantil


e o jogo na Sala de Recursos Multifuncional: uma prática
pedagógica, de autoria de Keula Maqueli Closs. O artigo traz
considerações importantes à respeito das práticas pedagógicas
realizadas na Sala de Recursos Multifuncional.

Link:
http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/18708_10458.pdf

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Resumo Aula 3

Nesta aula evidenciaram-se as características da Sala de Recursos


Multifuncionais Tipo I e II, evidenciando que o seu principal objetivo é apoiar a
organização e a oferta do AEE de forma complementar ou suplementar aos
estudantes com Deficiência Intelectual, Deficiência Física Neuromotora,
TGD/TEA, Altas Habilidades ou Superdotação, Surdez e Deficiência Visual
assegurando-lhes acesso a aprendizagem.

Atividade
Discorra à respeito da importância da Sala de Recursos
Multifuncionais para a vida de uma pessoa na idade escolar
com alguma Necessidade Educacional Especial.

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Resumo da Disciplina

Nesta disciplina evidenciou-se que o AEE vem como um instrumento


capaz de estabelecer as condições de aprendizagem do estudante e a sua
relação com a aprendizagem dos conteúdos acadêmicos. O Plano de
Desenvolvimento Individual deve permitir uma análise do desempenho
pedagógico, oferecendo oportunidades para novas estratégias e oportunizando
aos estudantes, a alcançarem os objetivos propostos.

Todo trabalho pedagógico da Sala de Recursos Multifuncionais deverá


partir das potencialidades, possibilidades, capacidades, necessidades e
problemas de aprendizagem específicas de cada estudante. Cabe ao professor
especialista da SRM identificar as necessidades dos estudantes visando a
construção do PDI, organizar o cronograma de atendimento pedagógico,
acompanhar o desenvolvimento pedagógico, etc.

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Referências

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estatístico de transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica:
MEC/SEESP, 2008.
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MEC/SEESP, 2004.
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Sinais – Libras.
______________. Ministério da Educação, Secretaria Educação Especial.
Decreto nº 5.296 de 2/12/2004.
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______________. Sala de Recursos Multifuncional: espaço para
Atendimento Especializado. Brasília: MEC/SEESP, 2006.
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da Educação Inclusiva – versão preliminar. Brasília: setembro 2007.
_____________. Congresso Nacional. Constituição de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em
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Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, Sec. De Ed.
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_______________. Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o
Atendimento Educacional Especializado. Brasília, Sec. de educação
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CORREIA, L.M. Alunos com necessidade Educacionais Especiais na
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FÁVARO, E.A.G.; PANTOJA, L.M.; MANTOAN, M. T.E. Atendimento
Educacional Especializado – aspectos legais e orientações pedagógicas.
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FREIRE. P. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra. 17 Ed. Rio de Janeiro: Paz
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MANJÓN, D.G.; GIL, J.R. & GARRIDO, A.A. Adaptaciones curriculares ñ
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MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar. O que é? Por que? Como fazer? São
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Intelectual. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
POKER, R.B.; MARTINS, S.E.S.O.; OLIVEIRA, A.A.S. et.al. Plano de
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REGO, T. C. Vygotsky – Uma perspectiva histórico-cultural da educação.
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SASSAKI, R.K. Inclusão – construindo uma sociedade para todos. Rio de
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__________. Declaração Mundial sobre Educação para todos: satisfação
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Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas


páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em
cobrança de direitos autorais.

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