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TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
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Nas palavras de Ferreira (2021, p. 48), o AEE “é, portanto, um serviço que
não substitui a classe regular, mas, soma ao serviço nela oferecido”.
Na referida política, define-se a Educação Especial como uma
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I – Alunos com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo
prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial.
II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que
apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento
neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na
comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição
alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett,
transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos
sem outra especificação.
III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que
apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas
do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual,
liderança, psicomotora, artes e criatividade.
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Compreende-se que, caso a escola não disponha de Sala de Recursos
Multifuncional e de professor especializado para atender estudantes com altas
habilidades/superdotação, por exemplo, o AEE poderá acontecer em outra escola
ou mesmo em Centro de Atendimento Educacional Especializado.
Dessa forma, as SRM são espaços organizados na própria escola regular,
dotados de mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de
acessibilidade que auxiliam na promoção da escolarização e no atendimento às
necessidades educacionais específicas dos alunos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação (Brasil, 2009).
No entanto, pesquisas como a de Figueiredo e Silva (2022) indicam
discrepâncias entre a realidade das escolas públicas e a prescrição legal contida
no Documento Orientador do Programa de Implantação das Salas de Recursos
Multifuncionais do MEC, como espaços que apresentem condições de
acessibilidade, demonstrando lacunas nas organizações de trabalho.
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Para a realização das atividades do atendimento educacional
especializado, o capítulo V da Lei n. 9.394/1996 determina que os sistemas de
ensino devem assegurar aos estudantes público-alvo da Educação Especial
professores especialistas para o AEE, bem como prover capacitação aos
professores do ensino regular (Brasil, 1996).
Conforme a Resolução n. 4/2009, em seu art. 13, são atribuições do
professor do AEE
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A exigência de diagnóstico clínico dos estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento, altas
habilidades/superdotação, para declará-lo, no Censo Escolar, público
alvo da educação especial e, por conseguinte, garantir-lhes o
atendimento de suas especificidades educacionais, denotaria imposição
de barreiras ao seu acesso aos sistemas de ensino, configurando-se em
discriminação e cerceamento de direito. (Brasil, 2014, p. 3)
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A Lei n. 13.146/2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (LBI), acrescenta à definição dessa resolução, além dos
impedimentos de longo prazo, os quais, “em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas” (Brasil, 2015, p. 1).
A definição que a LBI nos traz é um marco importante na concepção de
deficiência, visto que nos indica que a deficiência não está na pessoa, mas na
interação desta com o ambiente, com a sociedade, provocando o impedimento e
obstruindo sua participação.
O AEE para estudantes com deficiência, ofertado pelas redes públicas ou
privadas de ensino, auxiliam no suporte necessário para a sua aprendizagem. No
dizer de Ferreira (2021, p. 49), o
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Fonte: Brasil, 2008; Resolução n. 4/2009; Turchiello; Silva; Guareschi, 2014.
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TEMA 4 – AEE PARA ESTUDANTES COM TEA
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necessidades específicas desse segmento da Educação Especial (Bersch;
Machado, 2014).
Em relação à CAA, no dizer de Togashi e Walter (2016), “o incentivo à
comunicação é essencial para o desenvolvimento social e cognitivo de indivíduos
com TEA que venham apresentar disfunções na fala, contribuindo para facilitar no
processo da sua inclusão escolar”. Para as mesmas autoras, a busca por
mecanismos alternativos que facilitem e proporcionem a comunicação contribui
para a diminuição da lacuna da criança com TEA e seus possíveis interlocutores.
No Estado do Paraná, particularizando o atendimento aos estudantes com
TEA, Bortolotto (2022) discorre, em sua tese de doutorado, a trajetória histórica-
legal da criação do serviço para o Professor de Apoio Educacional Especializado
(PAEE), reafirmando o compromisso do serviço na mediação do processo de
ensino-aprendizagem diante da desafiante realidade da escolarização de crianças
e jovens com o diagnóstico clínico de autismo no espaço escolar público estadual.
De acordo com a mesma autora, a oferta de PAEE em 2008, ou seja, um professor
de apoio para o estudante com TEA exclusivamente em sala de aula comum para
a complementação pedagógica no próprio turno escolar, apresenta-se como um
diferencial na política educacional brasileira.
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superdotação” criada pelo polémico Decreto 7611/11 e
irresponsavelmente reiterada pelas legislações posteriores,
desrespeitando a Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), da qual deveriam emanar as
leis educacionais. Certamente não foram profissionais próximos à
Educação que redigiram esses dispositivos, porque se já era difícil fazer
que os educadores e a própria sociedade compreendessem o conceito
de Altas Habilidades/Superdotação e aceitassem essa identidade nas
pessoas que o apresentam, agora ficou ainda mais difícil fazê-lo, porque
é necessário explicar que Altas Habilidades e Superdotação têm o
mesmo significado. (Pérez, 2018, p. 13-14)
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Na SRM recomendamos a prática do enriquecimento curricular,
comumente utilizado por grande parte das escolas brasileiras usando como base
teórica e metodológica de suas práticas o Modelo Triádico de Enriquecimento
Curricular proposto por Renzulli (2014). De acordo com esse modelo são
ofertados três tipos de atividades: Tipo I (atividades exploratórias gerais que não
fazem parte do currículo); Tipo II (treinamento de habilidades e aprendizado de
técnicas e recursos); Tipo III (desenvolvimento de produtos ou projetos,
investigação de problema real).
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REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão
da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF,
2015. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 15 jan. 2023.
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PÉREZ, S. G. P. B. Prefácio: que aconteceria se... In: PAVÃO, A. C. O.; PAVÃO,
S. M. O.; NEGRINI, T. (org.). Atendimento Educacional Especializado para as
Altas Habilidades/Superdotação. Santa Maria: FACOS-UFSM, 2018, p. 9-16.
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TURCHIELLO, P.; SILVA, S. S. M.; GUARESCHI, T. Atendimento Educacional
Especializado. In: SILUK, A. C. P. (org.). Atendimento Educacional
Especializado: contribuições para a prática pedagógica. Santa Maria: UFSM,
Laboratório de Pesquisa e Documentação, 2014, p. 32-74. Disponível em:
<https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/391/2019/04/Atendimento-Educacional-
Especializado-Contribui%C3%A7%C3%B5es-para-a-Pr%C3%A1tica-
Pedag%C3%B3gica.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2023.
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