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Caro professor,
Se há poucos anos alguém viesse lhe falar sobre educação inclusiva, decerto você teria uma
idéia muito vaga do que isso poderia significar na teoria e na prática.
A comunidade como um todo já possui argumentos próprios sobre a freqüência de alunos com
necessidades educativas especiais nas classes comuns, graças à divulgação e discussão desse
tema pelos veículos de comunicação.....
Muito já tem sido publicado na área, desde livros que discutem as diferentes teorias que servem
como base de uma educação inclusiva, como manuais orientadores para professores e até
documentos técnicos produzidos por órgãos governamentais e pelas universidades. A realidade
das salas de aula tem se alterado nos últimos anos. Na rede pública de ensino, nos diferentes
estados brasileiros, a convivência entre alunos com e sem deficiência já é uma realidade.
Contudo, é bem verdade também, que isso não significa que todos tenham clareza teórica e
muito menos prática do que implica a proposta de educação inclusiva na realidade do sistema de
ensino...
Atualmente, não estamos mais na fase de afirmar positivamente o direito à educação de todos os
alunos, inclusive daqueles com deficiência, no sistema regular de ensino e, sim, de procurar
criativamente avançar na prática, garantindo o crescimento e desenvolvimento de todos.
Para tal é importante refletir sobre as idéias que freqüentemente ouvimos. Toda a prática é
decorrente dessas concepções.
A sua empatia e a inclusão serão marcadas para sempre na vida dessas crianças.
o professor que hoje somos, buscando uma compreensão crítica sobre como fomos formados e
sobre como essa for- mação tem influenciado nossa forma de ver o aluno e a tarefa de ensinar.
Seu planejamento, assim, deverá considerar a diversidade, estando alerta para as características
individuais, o que envolve:
• a organização do espaço e dos aspectos físicos da sala de aula;
• a seleção, a adaptação e a utilização de equi- pamentos e mobiliários de forma a favorecer
a aprendizagem de todos os alunos;
• O planejamento das estratégias de ensino que pretende adotar em função dos objetivos
peda- gógicos e conseqüentes conteúdos a serem abordados;
• A pluralidade metodológica tanto para o ensino como para a avaliação;
• A flexibilização da temporalidade.
Esta cartilha tem como objetivo contribuir com os professores, oferecendo-lhes de forma simples
e direta, elementos para a discussão das idéias existentes sobre educação inclusiva e
sensibilização dos alunos,é a você, educador, professor responsável pela formação de gerações,
destina-se este material.
No que se refere aos ajustes que cabem ao professor desenvolver e implementar para garantir o
acesso do aluno com necessidades especiais a todas as instâncias do currículo escolar,
encontram-se, de maneira geral:
Uma das primeiras responsabilidades do professor, quanto à tarefa de garantir o acesso de todos
os seus alunos ao conhecimento que lhe cabe socializar, é promover os ajustes na utilização do
espaço. Eles podem ser importantes para permitir que alunos, por exemplo, que apresentam difi-
culdades para se locomover ou que não possuem visão funcional, possam se deslocar sem
maiores riscos pela sala de aula para buscar material no armário, para interagir com a professora,
quando esta se encontra distante, ou para se reunir a colegas, para trabalho em grupo.
Para o trabalho em grupo, por exemplo, o professor poderá considerar mais producente agrupar
as carteiras de modo que uma fique “olhando” para a outra, ou seja, reajustar a posição das
carteiras, duas a duas, ou quatro a quatro. Esta providência é um ajuste mínimo, que pode em
muito favorecer o envolvimento dos alunos nas atividades propostas. Dentre eles, entretanto,
pode haver algum que apresente a necessidade de contar com um espaço diametralmente maior
para se deslocar e poder deslizar para o assento da carteira sem maiores riscos, ou com maior
autonomia. Nesse caso, o professor pode garantir que se abra um espaço mais amplo ao lado da
carteira que esse aluno vai ocupar.
Obviamente que no caso de uma sala de aula que conta com um espaço maior, a distância entre
uma carteira e outra pode ser de tal monta que torna desnecessário se promover ajustes em sua
localização. Como isto, entretanto, é exceção e não regra em nossa realidade educacional, a
efetivação de ajustes na utilização do espaço pode se mostrar freqüentemente necessária.
A organização do próprio agrupamento pode ser variada, tanto no que se refere ao tamanho dos
grupos, quanto aos critérios de homogeneidade e de heterogeneidade. Isto pode permitir con-
dições para a ocorrência de respostas diferenciadas, seja em função dos objetivos propostos, da
natureza dos conteúdos a serem abordados, das necessidades dos alunos, suas características e
interesses. A organização das atividades de aprendizagem em pequenos grupos estimula a
cooperação e a comunicação entre os alunos, o que é interessante para um aluno com
necessidades educacionais especiais.
Cabe, também, ao professor, identificar os recursos didáticos especiais que alunos seus possam
necessitar, para solicitá-los junto à direção da escola, e com ela procurar soluções para o caso do
recurso pretendido não se encontrar ainda disponível na unidade escolar.
Crie um ambiente de respeito e cooperação entre os alunos. A palavra-chave para uma sala de
aula inclusiva é respeito. Valorizar a diferença é envolver a diversidade em todas as práticas
educativas e sociais. Por isso, o professor deve dar máxima atenção à promoção do
companheirismo e das boas relações.
Harris (2011), afirma que o professor deve ter conhecimento sobre as características específicas
de cada aluno com TEA para a construção de suas aulas e sua integração nas aulas.
O maior desafio de um professor é trilhar o caminho junto ao aluno com Transtorno de Espectro
do Autismo, para que ocorra êxito no trabalho cotidiano. Nós professores precisamos trabalhar
em conjunto, conhecer e aprender com as diferenças do TEA, para assim, construir equidade e
integralidade no processo de aprendizagem desses alunos.
Com certeza, você já teve um aluno com TEA ou ouviu um colega dar relatos dos desafios
inerentes às situações corriqueiras em sala de aula.
E agora, caro educador, vamos mergulhar um pouco mais no universo dos alunos com TEA?
Se o conceito de que o aluno com TEA é de que vive em função de si mesmo, como serão as
características comuns destes alunos?
As características básicas do aluno com TEA segundo FDM, CAH (2012) são:
• Ecolalia imediata (repetição do que outras pessoas acabaram de falar) ou ecolalia tardia
(repetição do que outras pessoas falaram há algum tempo, repetição de comerciais de TV,
falas de filmes ou novelas etc.);
• Contato visual evasivo, ou seja, o aluno raramente olha nos olhos do professor, dos pais
ou de outras crianças;
• Ausência de interação social, ou seja, o aluno não brinca com outras crianças, não procura
consolo quando se machuca e parece ignorar os outros. Pode rir ou chorar, mas sempre
dando a impressão de que isso diz respeito apenas a ele mesmo; Mudanças de humor
sem causa aparente;
• Usa o outro como estratégia para conseguir o que deseja, como por exemplo, levar pela
mão outra pessoa a maçaneta da porta para que a abra;
• Eventualmente um aluno com TEA pode aprender a ler sozinho antes dos quatro anos sem
que ninguém tenha percebido como isso ocorreu.
Refletindo...
Ou seja...
A Síndrome de Asperger é uma das condições que compõem o grupo TEA. Normalmente, o
indivíduo com a síndrome conta com uma inteligência superior à média. Também é
normal que esse TEA se torne extremamente obsessivo por um objeto ou um único assunto e
passe horas discutindo e/ou falando sobre o mesmo.
Segundo Klin (2006), A síndrome de Asperger (SA) destaca-se por déficits na interação social,
por comportamentos limitados e baixo interesse em determinados assuntos. Tal síndrome
aparenta configurar um desarranjo neurobiológico que é, por várias vezes classificada como uma
Desordem de Desenvolvimento Invasivo (DDI).
Traffert (2009) apresenta algumas das habilidades que podem estar relacionadas com:
Neste contexto há que se pensar sobre adequações nas práticas pedagógicas de forma a
considerar as especificidades de cada aluno, seu tempo e seu ritmo e modo de aprender. Práticas
Pedagógicas
O aluno TEA precisa de estímulo para aprender e não ficar preso na sua imaginação, devendo
ser considerado o estímulo, parte de nós professores, através de atividades pedagógicas
envolventes e motivacionais.
O primeiro passo do professor é entender que o aluno com TEA precisa de rotina, mesmo que
ele não queira participar, a rotina faz com que ele aprenda a fazer certas atividades, participar do
grupo de colegas de modo claro e calmo.
O segundo passo do professor é transformar suas aulas em horas de prazer. Prazer em fazer,
participar, aprender, e organizar, este aluno precisa tocar, sentir para assimilar, sugerimos
atividades em que ele fará parte da construção dos conhecimentos.
Como por exemplo, o método ABA que trata de um processo utilizado no desenvolvimento das
habilidades como: cognição, comunicação e socialização. Recorre- se a observação e avaliação
do comportamento do indivíduo, a fim de promover o seu desenvolvimento e autonomia (NETO,
2013).
ALGUNS RECURSOS QUE SE PODE SER USADO COM ALUNO COM TEA E
COM TODA A TURMA:
- CAIXA DE HISTORIA
Observação: os fantoches podem ser feitos de meias, rolos de papel higiênico, cartolina, a
imaginação é do professor. Para as crianças maiores pode-se dar a dramatização corporal sem
os fantoches.
Devem ser criadas oportunidades para que o aluno com TEA reproduza falas, diálogos e outros
que visem à estimulação de fala, afinal a prática de contar histórias é rica em imagens.
Objetivo: desenvolver o estímulo pelo corpo e a socialização. Material: Cartolina, tinta, avental.
Desenvolvimento: O professor fala com os alunos na roda de conversa sobre a importância das
mãos para o corpo humano, seus formatos, diferenças e semelhanças. Após, colocar os aventais
nos alunos, pegar as tintas coloridas e as cartolinas, o professor encaminhará todos os alunos
para o espaço escolhido (local que pode sujar). Colocar no chão as cartolinas e pedir aos alunos
que pintem suas mãos usando as tintas e depois colocá-las nas cartolinas, primeiro as grandes
depois as pequenas, preenchendo os espaços que ficam. O trabalho se tronará um mosaico
colorido.
Deve-se levar em conta que o aluno com TEA pode ter algumas restrições quanto ao tato e neste
caso a atividade deve ser gerenciada o tempo todo pelo professor, atentando para o estímulo tátil
de forma segura.
Outro recurso pensando a comunicação com alunos com TEA é o PECS que é um sistema
único de comunicação desenvolvido nos EUA em 1985 por Andy Bondy, e Lori Frost. A sigla
PECS vem do inglês Picture Exchange Communication System, que em português, traduz-se em
um Sistema de Comunicação por Troca de Figuras.
O principal objetivo do PECS é viabilizar comunicação funcional, usando de estratégia não verbal
proporcionando autonomia e é baseado no livro de B.F. Skinner.
De acordo com os autores, pode-se considerar efetiva a comunicação via PECS no instante em
que o usuário seja contemplado em suas necessidades comunicacionais (BONDY; FROST,
2001).
Aspecto fundamental para a organização da vida escolar do aluno com TEA é a rotina, que deve
ser feita com o uso de imagens para garantir a compreensão de agenda diária. Sugerimos que o
“Quadro de Rotina” seja feito com textura, odores e objetos para que os alunos surdos também
possam ser contemplados, lembrando que deve ser afixado em lugar acessível e com segurança.
Sendo possível confeccionar um banco de imagens para alterações e substituições.
Não!
Possivelmente!
O aluno com TEA apresenta dificuldades de linguagem, A língua (sistema de abstrações, leis
linguísticas) é apenas um dos nortes constitutivos da linguagem e precisa ser materializada na
fala, (BAKHIN, 2014). Isso se torna um dos obstáculos para uma boa convivência, portanto a
maneira de interpretar e vivenciar o mundo é diferente de outras pessoas (MALEVAL, 2011).
Por isso, é de extrema necessidade que os responsáveis, procurem um profissional, para que por
meio de ações especializadas, possam amenizar os efeitos do transtorno.
Geralmente!
A família pode notar alguns sinais característicos desde os primeiros meses, por exemplo: o bebê
não olha quando é chamado, mostra-se com dificuldade manter contato visual, demonstra
movimentos repetitivos, demonstra apego a certos objetos; têm dificuldades na interação com
outras crianças durante as brincadeiras.
Portanto, é importante que a criança seja encaminhada para um profissional especializado, para
que ações possam ser feitas o mais cedo possível (PEREIRA; RODRIGUEZ, 2017).
Contraditório!
Algumas pessoas com TEA podem apresentar diferentes habilidades, ou dificuldades, inclusive
na questão intelectual Moraes, (2004). A verdade é que o comportamento de pais de crianças
com o TEA, e a sua vivência com outras pessoas, pode ser mais intrusivo e diretivo em função
das peculiaridades da criança o que pode permitir ou não que o aluno manifeste suas habilidades.
Não!
O que acontece é que pessoas com TEA enfrentam, além da falta de habilidade social, uma
dificuldade de processamento sensorial (processo neurológico que organiza as sensações do
próprio corpo e do ambiente). Reações que envolvem o toque, por exemplo, podem ser mais
complicadas para eles. Mas, tais características apresentam-se em diferentes níveis de
severidade nas pessoas com esse transtorno (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA,
2013).
E, assim, como sugere o Programa Son – Rise, é no conhecimento e aceitação desta condição
ao promover um trabalho de aproximação, de empatia e amorosidade que encontramos
respostas.
2. SÍNDROME DE DOWN
A Síndrome de Down foi descrita clinicamente pela primeira vez, em 1866, pelo médico britânico
John Langdon Down, e teve o nome dedicado a ele. Conforme o Hospital Israelita A. Einstein ela
ocorre devido a uma anomalia cromossômica, sendo conhecida como trissomia do 21, ao invés
de ter 46 cromossomos o resultado é de 47.
Daí ser comemorado no dia 21 de março o “Dia Internacional da Síndrome de Down” e tem como
principal objetivo conscientizar a população sobre a questão da inclusão bem como pensar
alternativas para aumentar a visibilidade social das pessoas com a Síndrome de Down.
O que víamos pouco tempo atrás, era alunos com Síndrome de Down direcionados
exclusivamente às APAEs impedidos de frequentar a escolar regular; reforçando o caráter
segregatício, antigamente conhecido como excepcional/mongoloide e impedido de usufruir os
direitos de um aluno.
Para compreendermos melhor, Dra. Beatriz Beltrame ressalta que a pessoa com Síndrome de
Down tem maior risco de ter comprometimento intelectual e atrasos no desenvolvimento podendo
ainda, ser vulnerável a problemas de saúde tais como:
Características
Por causa das pregas nas pálpebras, seus olhos são mais repuxados e geralmente são menores,
definidos como olhos amendoados. Pessoas com Síndrome de Down
apresentam outros traços peculiares, como cabeça mais achatada na parte de trás, língua
protusa, orelhas implantadas mais abaixo e menores, somente uma linha na palma da mão
limitando alguns movimentos e dificultando algumas atividades e hipotonia muscular.
E, com relação aos diretos das pessoas com síndrome de down, vejamos quais as premissas.
A Constituição Brasileira no artigo 205 define a educação como direito de todos e garante o pleno
desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho.
Em 2011 foi estabelecido no Plano Nacional dos direitos da pessoa com deficiência no artigo 3º
que, estabelece a garantia de um sistema educacional inclusivo como uma das diretrizes.
Desta forma, efetivamente a partir de 2016, começa a vigorar o Estatuto das Pessoas com
Deficiência, também chamado de Lei Brasileira da Inclusão.
Foi instituído pela lei nº 13.146 no dia 6 de julho de 2015, depois de 12 anos de tramitação no
Congresso Nacional.
O projeto original tem como autor o senador Paulo Paim e relatoria de Romário, no Senado e da
deputada Mara Gabrilli na Câmara. Encarada como um marco legal das pessoas com deficiência,
essa legislação trata das questões relacionadas aos diversos aspectos das pessoas que têm
algum tipo de limitação intelectual ou física.
O Estatuto garante a inclusão social, acesso às áreas de educação, trabalho, cultura, saúde e
esporte. O Estatuto estabelece punições para atitudes discriminatórias a essas pessoas.
Implicações Pedagógicas
Percebemos então que a luta em busca de uma equidade educacional é muito recente em nosso
país. Assim sendo é compreensível a insegurança do professor em lidar com as diversas
realidades que invadem as salas de aulas, por isso, as implicações pedagógicas merecem
destaque.
Mesmo a inclusão sendo um direito inquestionável, ainda geram muitas dúvidas por parte dos
professores, diretores, da gestão pública e dos próprios familiares.
Raquel Paganelli, mestre em educação inclusiva, ressalta que não existe uma receita pronta ou
algo que seja o ideal, para ensinar uma pessoa, com deficiência ou não, mas sim através do
conhecimento de seus alunos, valorizando e respeitando sua singularidade é que podemos ter
uma maior contribuição em todo o processo. As crianças e os adolescentes com deficiência
intelectual eram responsabilizadas pelo seu mau desempenho escolar, resultado de práticas de
educação e políticas pautadas nos paradigmas da segregação e da integração.
A exclusão era pautada com base no diagnóstico. Mas a compreensão da deficiência com base
na perspectiva médica e nos aspectos clínicos deu lugar ao modelo social. Com essa nova
perspectiva, observou-se que a deficiência não está no indivíduo, mas sim na relação entre os
impedimentos de longo prazo e barreiras que existem no ambiente.
A inclusão é fundamentada por esse novo conceito, concebendo a educação como um direito,
não somente garantindo a presença na escola, mas sim a acessibilidade, como também eliminar
os obstáculos que possam impedir a total participação dos alunos.
Ainda, segundo Raquel, para que haja o processo contínuo e dinâmico da educação inclusiva é
necessário o envolvimento de todos e também do educando. É importante que a equipe
pedagógica possa conhecê-lo bem garantindo assim sua inclusão efetiva.
Práticas Pedagógicas
Com tantas implicações pedagógicas é necessária a ação docente contemporânea para que a
chamada equidade esteja presente no dia a dia escolar, não poderíamos deixar de mencionar as
práticas pedagógicas que, de várias formas, auxiliarão no trabalho docente com aluno que é
diagnosticado com Síndrome de Down.
O acesso à informação segundo Werneck (1995) faz toda a diferença na vida de uma pessoa
com Síndrome de Down e de sua família desde o seu nascimento.
Sendo possível compreender que, assim como as outras pessoas, quem nasce com Síndrome de
Down vem ao mundo cheio de potencialidades. O desenvolvimento dessas potencialidades irá
contribuir para a inclusão dessas pessoas. Hoje são muitos os exemplos de pessoas com
Síndrome de Down que alcançaram importantes conquistas, como estudar, trabalhar, participar
de sua comunidade, viver só e se casar. É importante o conhecimento de algumas dicas para a
aprendizagem se tornar possível e ser significativa a todo e qualquer aluno.
Ainda de acordo com o autor, o aluno será sempre o ponto de partida mais importante. É
necessário conhecê-lo muito bem.
Para Pueschel (2003) conquistar a atenção dos alunos e aumentar o rendimento em sala de aula
é o objetivo de todo professor, nesse sentido, adotar práticas pedagógicas inovadoras para
alcançar resultados positivos é imprescindível. Podemos adiantar que uma educação flexível,
consciente e inovadora pode ser a chave para melhorar o processo de aprendizagem.
• Entender a área de interesse do aluno, buscando uma forma de potencializar e dar mais
valor aos eixos que mais lhe agradem;
• Cada aluno deve ser conhecido, reconhecido e valorizado individualmente, pois cada um
traz consigo o seu modo de aprender;
• Desenvolver a prática pedagógica a partir do próprio aluno, buscando diversificar as
estratégias de aprendizado;
• As atividades precisam ser prazerosas e chamar atenção;
• É necessário respeitar e aceitar o ritmo de desempenho deles;
• Brincar é uma condição essencial para o desenvolvimento da criança, possibilitando o
aprimoramento de capacidades importantes, interação com o meio, atenção, memória,
imitação, imagem, organização, limites, ordens e compartilhar;
• Pelo brincar, a criança aprende também a realizar as tarefas por si mesmo, aprende a
conviver com os outros e a relacionar-se com o mundo e, sobretudo, aprende a ser e a se
autoconhecer. É uma forma de estimular ainda a curiosidade e a autoconfiança, a
autonomia e, além disso, o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração.
• Estimulação Multissensorial
O instituto Inclusão Brasil ressalta que construção da identidade é um fenômeno muito complexo
que pode começar a partir do nascimento do bebê ou anterior ao nascimento, será estruturada
por meio de suas próprias experiências com as pessoas, através da autoimagem percebida pelos
outros.
Neste contexto, o aluno vai percebendo se tem habilidades, se é desajeitado, simpático, sensível,
tímido, amoroso, agressivo e assim irá construindo uma imagem de si mesmo, bem como sua
autoestima, as quais servirão como base para enfrentar a vida, suas relações afetivas, no
trabalho, e outras formas de relacionamentos com a sua vida.
Traçar um perfil do que a criança já adquiriu até o momento, e a partir daí buscar atividades
ideais, não se guiando apenas pela idade cronológica, mas sim de acordo com suas
possibilidades no momento.
Cada criança tem seu tempo e seu processo de aprendizagem, temos que dar a eles a
oportunidade de receber esses estímulos, porque com certeza a resposta virá.
Uma atividade que pode desenvolver a percepção sensorial é o uso da caixa sensorial que pode
ser adaptada e pensada de acordo com faixa etária e contexto.
- Caixa Sensorial
A busca por uma cura reforça a visão equivocada que a Síndrome de Down é uma doença.
II. Pessoas com Síndrome de Down adoecem com mais frequência? Verdade!
Apesar de não impedir a fala e a comunicação verbal, é comum perceber uma dificuldade de
dicção e de articulação da fala nas crianças com Síndrome de Down.
IV. Crianças com Síndrome de Down são muito agressivas ou muito carinhosas? Mito!
A prática de atividades físicas é extremamente benéfica para todas as pessoas, incluindo também
as com Síndrome de Down, visto que por conta da hipotonia é necessário propor atividades para
fortalecimento do tônus. Atentar para a questão da cardiopatia que em alguns casos afetam
algumas pessoas com Síndrome de Down.
VI. Crianças com Síndrome de Down devem frequentar somente escolas especiais? Mito!
Alunos com Síndrome de Down não apenas podem como possuem o direito de ingressar na rede
regular de ensino.
E assim, vamos aprendendo com a diversidade a partir de um cromossomo a mais! Conviver vale
a pena!
De acordo com Ricardo Ampudia (2011) do Portal da Educação a palavra deficiência visual não
significa que o indivíduo está incapacitado de enxergar, na realidade existem graus que
determinam o estado de visão da pessoa.
A deficiência visual se divide em duas situações, a cegueira total e a baixa visão vamos citar
características de cada uma delas:
Cegueira: é uma modificação crítica ou total de algumas funções básicas da visão que prejudica
irreparavelmente as condições de constatar fechos de luz, cores, tamanho, formas e movimentos
Baixa visão: é quando ocorre a perda parcial da visão comprometendo a funcionalidade do
desempenho visual, consequente de condição solitária ou ligados a alguns fatores.
Algumas especificações sobre a cegueira e baixa visão podem ser procedente de miopia,
retinopatia (quando a retina não está totalmente formada), deslocamento da retina, glaucoma
congênito, diabetes, degeneração retinianas, catarata e traumatismo oculares. Os critérios
estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) podem-se classificar em graus diferentes
da deficiência visual, tais como:
Baixa visão: classificada em leve, moderada e também a profunda, que para estabelecer um
melhor funcionamento do campo visual se indica o uso de lente de aumento, material impresso
em tamanho maior, lupas, uso de bengala com treinamento especifico e até mesmo telescópio.
Cegueira: é considerada a condição da pessoa que tem uma visão parcial na qual consegue
distinguir sombras e luz e utiliza-se do braile para escrever e ler, para acesso ao computador
precisa de programa com recurso sonoro como o dosvox e para se locomover faz-se necessário o
uso de bengala necessitando de treinamento de locomoção e mobilidade. E a cegueira que é a
condição na qual o indivíduo não enxerga absolutamente nada opta- se pelo sistema braile e a
bengala, sendo necessário orientações quando da locomoção e mobilidade bem como o uso de
tecnologia assistiva como o dosvox para acessar computadores.
Uma prática exitosa com material tátil é o “Jogo da velha” que consiste num tabuleiro com nove
divisões em alto-relevo com as peças “X” confeccionadas em feltro e as peças “O” com lixa
grossa, possuindo velcro para facilitar a colocação das peças.
O jogo é pensado para dois jogadores que alternadamente posicionam a peça na lacuna
disponível, finalizando o jogo quem conseguir realizar uma linha reta. Outra sugestão é o “Tapete
sensorial”, na perspectiva tátil, que deve ser montado a partir de moldes de pés ou mãos podendo
ser coberto por diversos tipos de texturas: lã, algodão, feijão, milho, lixa, feltro, bolsas com gel e
mediante condução do professor oportunizar ao aluno experimentar o tapete. O que faz
sentir...faz sentido!
Experiências sensoriais visando o olfato e paladar também devem ser exploradas. Neste sentido
uma proposta é produção de espaço que possibilite o contato olfativo e gustativo. Quando não é
possível visitas em ambientes naturais, estes podem ser recriados em potes contendo ervas
como hortelã, salsinha, manjericão, pétalas de rosa, frutas e outros que não comprometam a
segurança dos alunos.
Mitos & Verdades
Primeiramente ao se comunicar com um deficiente visual é importante você saber que ele é
capaz de realizar qualquer tipo de tarefa e caso ele precise de ajuda pergunte como pode ajudá-
lo. Quando for ajudá-lo, olhe para ele, fazendo isso sua voz ficará mais fácil para ele entender a
sua localização e a sua posição;
Nunca devemos segurar no braço ou cotovelo do deficiente visual, ele se sente constrangido, é
viável que você pegue sua mão e coloque em seu braço ou no seu ombro informando-o se ele
prefere o braço direito ou o esquerdo respondendo assim aos seus movimentos indicando o
caminho que ele deseja seguir;
É importante saber que deficientes visuais que utilizam o cão guia nunca devem ser distraídos
com carinho, alimentos etc. Devemos nos lembrar de que esse cão está a trabalho e tem uma
responsabilidade imensa de guiar seu dono que não enxerga.
Vale ressaltar que o decreto 6.571 de 17/09/2008 declara que o estado tem a função de dispor de
recursos financeiros e técnicos para a rede pública para que esta tenha atendimento
especializado, e os diretores e coordenadores com a função de solicitar estes recursos para o
atendimento adequado aos alunos com deficiência visual, é preciso oferecer espaços adequados
com piso tátil, lugares de locomoção sem obstáculos, lugares e objetos com descrição em braile e
como relatado no documento formulado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas -
NBR9050.
Importante lembrar que, para nós educadores, o direito a inserção, permanência e conclusão no
processo escolar está para além de orientações legais, demandando, assim da sensibilidade de
cada professor em mediar tal processo com humanização pautado no conhecimento.
Para atender a necessidades especiais comuns em alunos com deficiência visual
• Posicionar o aluno de forma a favorecer sua possibilidade de ouvir o professor;
• dispor o mobiliário da sala de forma a facilitar a locomoção e o deslo- camento do aluno, e
evitar acidentes, quando este precisar obter mate- riais ou informações do professor;
• dar explicações verbais sobre todo o material abordado em sala de aula de maneira visual;
ler, por exemplo, o conteúdo que escreve na lousa;
• oferecer suporte físico, verbal e instrucional para a locomoção do aluno, no que se refere à
orientação espacial e à mobilidade;
• utilizar os recursos e materiais adaptados disponíveis: pranchas, presilhas para evitar o
deslizamento do papel na carteira, lupa, material didático de tipo ampliado, livro falado,
equipamento de informática, ma- teriais desportivos como bola de guizo, etc.
4. deficiência auditiva
Sabe-se que uma das principais vias de construção de conhecimento sobre a realidade, de que o
homem dispõe, é a interação social, instância em que a pessoa compartilha experiências
lingüísticas, mais ou menos significativas, por meio das quais apreende o significado e a função
social dos objetos e dos fenômenos sociais.
Ora, o aluno surdo não dispõe da via auditiva para receber e responder aos estímulos que
constituem parte da comunicação social. Assim, seu acesso ao conhecimento encontra-se
intimamente ligado ao uso comum de um código lingüístico prioritariamente visual, sem o qual ele
fica limitado a acessar somente as características físicas do objeto e não as conceituais, já que é
na comunicação que o homem é exposto ao conjunto de significados associado a cada objeto ou
fenômeno social.
Vamos pensar, por exemplo, em uma criança que tenha vivido em uma comunidade que ainda
não foi alcançada com os instrumentos da vida moderna; assim, nunca teve contato com um tele-
fone. Quando, um dia, por alguma razão, sair da comunidade e for até uma vila ou a uma cidade,
pode ter a oportunidade de encontrar um; pode perguntar a alguém sobre o que é aquilo, para
que serve, como funciona, bem como pode experimentar usá-lo. Assim, poderá rapidamente
compreender sobre o que é o objeto, para que serve e como utilizá-lo, mesmo que intensamente
surpreendida. Caso essa mesma criança, entretanto, seja surda e tenha desenvolvido um
conjunto de sinais compartilhado somente por algumas pessoas de sua família, o processo
poderá ser totalmente diferente!
Imaginemos que, por alguma razão, ela tenha saído de sua comunidade pela primeira vez, e
tenha ido à mesma vila com alguém que não conhece bem os sinais necessários para com ela se
comunicar. Ao deparar com o aparelho telefônico, ele será provavelmente mais um objeto
desconhecido para ela.
Deixando de lado os aspectos emocionais que certamente estarão pre- sentes nessa situação
(especialmente pelo contato vulnerável com uma grande quantidade de coisas por ela
desconhecidas), imaginemos o que o objeto significaria para ela... sua textura, sua cor, seu
tamanho, seu formato, a sensação dele em suas mãos... mas, como iria apreender para que
serve esse objeto? Ela pode até imitar outras pessoas que tenham usado o telefone e fazer o
mesmo gesto. E daí? Que feedback ela teria para esse gesto? Nenhum, além da percepção
proveniente dos seus órgãos dos sentidos, não é verdade? Pois então, ela necessitaria da
comunicação para poder apreender e construir conhecimento acerca desse objeto. E assim seria,
com tudo o mais que constitui a realidade em que vive.
Por estar biologicamente impedida de adquirir, de forma natural (sem ensino sistematizado e
formal), a língua portuguesa, a primeira língua da criança surda torna-se uma língua constituída
de sinais, construída geralmente no ambiente familiar, e muitas vezes somente nele significativa.
É comum sermos informados que “só a mãe é que consegue falar com ele; só ela é quem
entende o que ele está querendo”.
Considerando que toda aprendizagem é mediada pela linguagem, ela será muito me- lhor
sucedida se a língua utilizada for com- partilhada por todos os que se encontram no processo
educacional.
Assim, aprender a língua portuguesa torna-se importante para o aluno surdo no Brasil como
veículo de acesso ao conhecimento sistematizado, em- bora essa não possa ser a única
possibilidade a ele oferecida.
A modalidade oral e a modalidade escrita da língua portuguesa devem ser oferecidas sem serem
impostas nem automatizadas, principalmente durante a educação infantil. Ambas, entretanto,
devem ser oferecidas paralela- mente à língua de sinais, configurando uma educação bilíngüe
(caso essa seja a opção dos pais.)
Cabe, entretanto, lembrarmos que se, por algum motivo, o aluno não foi beneficiado pelo ensino
da modalidade oral durante a educação infantil, e se estiver, principalmente, com defasagem
idade/série no período da alfa-
betização, deve-se priorizar o uso da língua de sinais e da língua portugue- sa escrita.
Não podemos nos esquecer também de que a língua portuguesa será, para o aluno surdo, uma
segunda língua, como o é para um estrangeiro que venha para o Brasil, apresentando para ele as
dificuldades que são comuns na aquisição de uma nova língua (como para qualquer outra
pessoa... para você, por exemplo!)
É necessário destacar que, seja qual for a área de conhecimento, um texto estará sempre
presente no ambiente educacional, seja ele materializado na forma oral, na forma escrita, ou na
forma sinalizada. Assim, a conversa inicial entre professor e alunos, a ordem para fazer alguma
atividade, o enunciado de operações e/ou problemas matemáticos, as piadas, a experiência
desenvolvida no laboratório, o livro didático, enfim, inúmeras situações cotidianas em sala de aula
constituem textos significativos, estruturados na língua portuguesa.
O aluno surdo poderá ter dificuldade de compreensão desses textos, o que aponta para a
necessidade de se utilizar a língua de sinais, ou outros códigos visuais. A não utilização desses
códigos poderá levá-lo à indiferença, ao isolamento, à agressividade ou ao erro. É assim que se
constrói, muitas vezes, a gradativa exclusão do aluno surdo, marginalizado por um fracasso que
não é dele, mas sim do contexto que está sendo incapaz de lhe possibilitar o aprendizado
significativo da língua oficial de seu País.
Nem sempre o método utilizado pelos professores possibilita ao aluno surdo o acesso às
experiências cognitivas do meio acadêmico. É comum encontrar tentativas de se ensinar a língua
portuguesa para alunos surdos, sem o respeito ao conteúdo vivencial envolvido,
desconsiderando-se seu contexto de produção e reduzindo a língua a um sistema abstrato, com
formas prontas, que se tenta fazer o aluno assimilar, por meio de “treinos” e repetições.
Nesse sistema, a preocupação maior do professor parece ser apresentar a estrutura gramatical,
garantindo que o aluno unicamente “fixe” a ordenação e a seqüenciação correta das palavras
sem maior compromisso com o ensino da língua viva, elaborada, criativa e comunicativa.
A língua de sinais organiza as idéias dos surdos de forma lógica diferente da organização
construída por meio do uso da língua portuguesa. Assim, o surdo acaba produzindo uma
estrutura gramatical diferente, que se reflete nas atividades escritas. Não é apenas o fato de o
surdo não receber informações auditivas que interfere nas suas práticas lingüístico discursivas
em português, mas também, o fato de a língua de sinais estar participando ativamente no
processo de elaboração discursiva. Ela, portanto, não pode ser desconsiderada ao se elaborar
qualquer juízo de valor e critério de avaliação da produção escrita de alunos surdos.
Ao se deparar com um texto elaborado por uma pessoa surda, o professor deverá manter uma
atitude diferenciada que não parta das aparentes limitações iniciais, e sim das possibilidades que
as especificidades dessa construção contemplam; que não busque o desvio da normalidade, mas
as marcas implícitas e explícitas da diferença lingüística subjacente. Segue um exemplo de uma
situação em que o aluno mostrou ter conhecimento do elemento geográfico focalizado, mesmo
não tendo conseguido expressar esse conhecimento nos padrões lingüísticos formais da língua
portuguesa:
• posicionar o aluno na sala de aula de forma que possa ver os movimentos do rosto (oro-
faciais) do professor e de seus colegas;
• utilizar a escrita e outros materiais visuais para favorecer a apreensão das informações abor-
dadas verbalmente;
• utilizar os recursos e materiais adaptados dis- poníveis: treinador de fala, tablado, softwares
educativos, solicitar que o aluno use a prótese auditiva, etc.;
• utilizar textos escritos complementados com elementos que favoreçam sua compreensão:
linguagem gestual, língua de sinais;
• apresentar referências importantes e relevantes sobre um texto (o con- texto histórico, o
enredo, os personagens, a localização geográfica, a biografia do autor, etc.) em língua de sinais,
oralmente, ou utilizando outros recursos, antes de sua leitura;
• promover a interpretação de textos por meio de material plástico (desenho, pintura, murais,
etc.) ou de material cênico (dramatização e mímica);
• utilizar um sistema alternativo de comunicação adaptado às possibilida- des e necessidades
do aluno: língua de sinais, leitura orofacial, linguagem gestual, etc.
5. deficiência mental
Geralmente constitui uma dificuldade de abstração, ou seja, uma dificuldade de operar no nível
das idéias, do raciocínio, sem contar com a presença do estímulo concreto. Essa dificuldade pode
se apresentar em vários níveis, desde as que se resolvem com algum suporte do professor ou de
algum co- lega, até as que necessitam de intenso e constante suporte em diferentes instâncias da
vida: pessoal, social, educacional, profissional, etc.
A dificuldade de abstração tem conseqüências práticas importantes na vida cotidiana da criança,
inclusive na própria aprendizagem do respeito a limites próprios à vida em comunidade.
Tais circunstâncias não podem ser ignoradas pelo professor, já que dele depende o acesso da
criança com deficiência mental a conhecimentos que lhe permitam o desenvolvimento e o
exercício da cidadania e a apreensão do conhecimento produzido e sistematizado pelo homem.
Como falar de exercício de cidadania para crianças com deficiência mental? Essa é uma questão
que freqüentemente circula nas falas de professores. Nesta conversa perguntaríamos: será que
manifestar as necessidades e desejos não é exercer a cidadania? Não seria exercício da
cidadania escolher o produto que vai adquirir no supermercado, na quitanda, tomando como base
a análise do preço e da qualidade?
• favorecer com que a criança possa locomover-se com o maior grau de autonomia possível
em sua comunidade?
• identificar e oferecer o suporte de que a criança ne- cessita para freqüentar, em segurança,
os espaços comuns que constituem a comunidade em que vive?
• assegurar-lhe conhecimento para utilização do dinheiro, ou para a busca da ajuda de que
necessita para não ser enganado?
E assim por diante... A escola regular precisa se organizar para acolher também os alunos com
deficiência mental. Além dos ganhos que eles podem obter em seu processo de desenvolvimento
e de construção do conhecimento sobre a realidade, a convivência com parceiros coetâneos, na
diversidade que constitui a escola, favorece sua socialização.
O processo de apropriação do conhecimento pelo aluno se funda- menta nos conhecimentos que
ele já traz consigo, representados tanto pelos conceitos cotidianos adquiridos informalmente,
como pelos que adquiriu em sua escolaridade anterior, quando ela ocorreu. Já quando entra na
escola sem ter tido qualquer escolarização anterior traz consigo conceitos espontâneos,
fragmentados, ligados à vida diária. Tais conceitos devem ser reorganizados e ampliados, com a
introdução dos conhecimentos formais.
Assim, faz-se essencial que o professor adote, como primeiro passo de sua relação com esse
aluno (bem como com qualquer outro), a prática de identificar os conhecimentos que ele já possui
como ponto de partida do processo de ensinar, base para a ampliação e aquisição de novos
conhe- cimentos, em qualquer unidade temática.
Alguns poderão apresentar também uma deficiência mental, o que deverá ser identificado para
que as respostas educacionais atendam a todas as suas necessidades.
As pessoas com Altas Habilidades constituem público alvo do AEE- Atendimento Educacional
Especializado de acordo com Decreto nº 6.571/08. A Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) define esta modalidade como parte transversal da
Educação Inclusiva (documento elaborado pelo grupo de trabalho nomeado pela Portaria nº
555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao ministério da Educação em 07 de
janeiro de 2008).
Para falar sobre a inclusão de alunos com Altas Habilidades, é necessário um olhar sobre as
ações educacionais nas Salas e no AEE (Atendimento Educacional Especializado).
Atualmente vemos uma geração onde as relações enfrentam mudanças, onde tudo se renova tão
rápido que fica difícil orientar caminhos, porém o professor possui papel fundamental para o
desenvolvimento e condução do processo das habilidades.
Olhar para o potencial dos sujeitos que demonstram suas ações no ambiente escolar, seus
talentos, é um dos caminhos para identificar, desenvolver e promover essas habilidades.Crianças
e jovens ainda estão em processo de desenvolvimento e muitas vezes, apesar de sua
precocidade, havendo a necessidade de serem assistidas nessa faixa etária, podem ter
desempenho expressivo em uma ou mais áreas do desenvolvimento.
Segundo, Eunice Maria Lima Soriano de Alencar, Ministério da Educação 2006, os alunos com
Altas Habilidades têm muito para contribuir com a sociedade. Alguns traços sobre os domínios
são organizados para posteriormente serem estudados; intelectual, acadêmica, liderança,
psicomotricidade e artes.
Esses alunos são reconhecidos e notados por sua capacidade acima da média para sua faixa
etária, motivação e envolvimento com o aprendizado e sua alta criatividade em ir além do
esperado. O CHA, que é um conceito proposto por Scott B.Parry, no livro “The quest for
competencies”, em 1996; muito utilizado no meio empresarial, pode contribuir para nossa ação no
fazer da sala de aula, pode trazer diversas formas práticas, para contribuir no nosso dia a dia
escolar.
No caso específico de alunos com Altas Habilidades, o CHA é a representação gráfica de como a
questão se apresenta. Os alunos com Altas Habilidades são reconhecidos por sintetizar
conhecimento, habilidade e ação gerando produtos inovadores e transformadores.
Historicamente os alunos com Altas Habilidades não encontram dificuldades ao ingressar nas
escolas, porém para identificar a capacidade e o talento desses alunos é necessário o trabalho do
AEE, em parceria com o professor através do planejamento escolar, devendo ser assumida a
prática de observação e reflexão do cotidiano educacional.
No município de Poços de Caldas em Minas Gerais, os alunos com Altas Habilidades são
atendidos pelo CEDET (Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento), idealizado pela
educadora Drª Zenita Cunha Guenther que desenvolveu a metodologia. Em 2010, com apoio da
Secretaria de Educação de Poços de Caldas, foi instalada uma sede do CEDET.
O trabalho é desenvolvido de acordo com o perfil e interesse do aluno. Nas escolas os alunos
passam por observação do professor e quando sinalizados, são indicados para frequentarem e
ter orientações de acordo com a proposta do centro e seus interesses enquanto alunos. No
CEDET voluntários ministram oficinas desde artesanato até astronomia.
• Inteligência Geral;
• Facilidade e interesse em aprender o que está no ambiente; Boa memória;
• Bom acervo de conhecimentos e informações;
• Curiosidades, interesses variados, presta atenção, descobre temas novos; Percepção
observa, repara em tudo o que acontece, comentários pertinentes; Senso de humor, coisas
imprevistas, inventa vias originais para se comunicar; Boa linguagem e vocabulário, oral e
escrito;
• Mostra interesse em material de teatro, poesias, dramatizações, canto, arte em geral;
• Interesse por livros e autores, revistas, avisos, textos em exposição; Faz cálculos e
operações, responde a puzzles, faz encaixes;
• Boa organização mental e visão do todo em desenhos e esquemas; Mostra capacidade de
tirar conclusões com base no que observa; Senso crítico, aponta erros e incongruências;
• Autocrítica, perfeccionismo, repete e refaz muitas vezes, custa a terminar; Originalidade,
fluência, muitas ideias e ações diferentes e originais; Liderança, percebe o grupo, tem boas
ideias que são aceitas;
• Segurança no grupo, confia, respeita os outros, é aceita e respeitada (GUENTHER, 2011).
Agora que você já sabe como reconhecer um aluno com Altas Habilidades, ficará mais fácil
pensar as práticas pedagógicas eficazes para o desenvolvimento do seu aluno.
Práticas Pedagógicas:
De acordo com experiências vividas por nós professores, cabe à instituição de ensino, através do
Projeto Político Pedagógico definir um trabalho de dinamização de metodologias colaborativas
que contemple a elaboração e execução de projetos entre comunidade e professores, assim as
adequações, através da prática pedagógica inovadora, desencadearão motivações e interesses
considerando as necessidades específicas dos alunos.
O professor necessita de um olhar sensível, perceber com olhar único, compreender e aceitar que
tem um aluno que é desafiador, vendo um diferencial em relação aos demais. A condução
docente é essencial para mediar o saber, lançar desafios, extrapolando os currículos, nos quais
ele pode se firmar evitando o desinteresse, às vezes, com comportamento de indisciplina e até de
hiperatividade.
Uma atividade exitosa neste contexto seria propor ao aluno com Altas Habilidades a organização
de uma feira literária. Com orientação e mediação do professor o aluno receberá instruções para
organizar o espaço, apresentações, organizar convites para as famílias, realização de estandes,
varal literário e para finalizar elaborar avaliação do evento com tabulação de dados em gráficos e
apresentação para os colegas e comunidade escolar.
Atividades que envolvam o intercâmbio entre escolas e outras cidades, para conhecimento
histórico (cultura, linguagem, hábitos, ambiente, expressões, artesanato entre outros). E, neste
caso, sugerir ao aluno que pesquise e organize o roteiro, que faça a divulgação em mídias, que
num sistema de tutoria, faça um levantamento das possíveis ações.
Há que se pensar que alunos com Altas Habilidades estarão sempre nesta condição, em todas as
fases escolares, em todo o processo desde a educação infantil ao ensino superior o que significa
que para cada momento devem-se considerar os diferentes contextos para que os desafios sejam
significativos, que façam sentido.
Adaptação de Objetivos:
Estas adaptações se referem a ajustes que o professor pode fazer nos objetivos pedagógicos
constantes de seu plano de ensino de forma a adequá-los às características e condições do aluno
com necessidades educa- cionais especiais. O professor pode priorizar determinados objetivos
para um aluno, caso essa seja a forma de atender às suas necessidades educacionais. Assim, o
professor pode investir mais tempo, ou utilizar maior variedade de estratégias pedagógicas na
busca de alcançar determinados objetivos, em detrimento de outros, menos necessários, numa
escala de prioridade estabelecida a partir da análise do conhecimento já apreendido pelo aluno, e
do grau de importância do referido objetivo para o seu desenvolvimento e a aprendizagem
significativa do aluno.
Como um exemplo desse tipo de adaptação, o professor poderá priorizar o ensino de formas
alternativas de comunicação para um aluno com paralisia cerebral espástica severa,
impossibilitado de segurar o lápis mesmo quando ele for engrossado por fita adesiva, em
detrimento do ensino da escrita com lápis, em papel. Um aluno com paralisia cerebral espástica
severa terá enorme dificuldade para executar os movimentos que são necessários para escrever
no papel. Ficar exigindo dele tais movimentos é não só frustrante e estressante, como totalmente
desnecessário, já que ele pode se comunicar por outras vias, tais como gestualmente (montando
a mensagem que deseja comunicar por meio da utilização do livro de signos), por meio da
digitação em teclado aumentado de computador, etc. Escrever, para um aluno com paralisia
cerebral espástica severa, pode ser um objetivo de extrema difi- culdade para ser alcançado;
comunicar-se, entretanto, pode ser um obje- tivo totalmente viável, desde que o professor
encontre a forma adequada para as características desse aluno, determinantes das necessidades
educacionais especiais.
No caso de alunos surdos, não oralizados, deve-se considerar a neces- sidade de se alterarem
objetivos vinculados à oralidade, adequando-os às formas de comunicação do aluno.
Adaptação de Conteúdos:
Assim, o conteúdo a ser trabalhado com o aluno será sempre delineado pelos objetivos postos no
plano de ensino. Entretanto, a ordem em que o conteúdo e suas subdivisões são apresentados, a
prioridade que o professor dará às diferentes unidades, áreas, itens e subitens do plano de
ensino, bem como a ênfase que dará a um item do conteúdo, em detrimento de outro, é de sua
competência decidir, sempre em função das necessidades especiais presentes.
Há professores que adotam sempre o mesmo ritual em sala de aula: ao chegar, fazem a
chamada, levam aquele “papo” introdutório de boas vindas e de identificação da data e do dia da
semana, recolhem as tarefas, corrigem as tarefas e passam então para a “apresentação” do novo
conteúdo; escrevem a matéria na lousa, instruindo os alunos para copiá-la. Após terminar a
atividade de passar a matéria começam a ler o que está escrito na lousa. Após terminada a
leitura, muitas vezes tida como explicação, passam exercícios para os alunos fazerem. Enquanto
eles fazem a atividade, o professor às vezes vai andando pela classe, cuidando para que a
disciplina e o silêncio se mantenham. Após o tempo que acha adequado, passa à correção dos
exercícios, às vezes na lousa, às vezes individualmente, pedindo a cada aluno que leve seu
caderno até a mesa do professor.
Quais os problemas que você veria neste tipo de procedimento? Certamente está pensando:
• Será que ele sabe qual o nível de conhecimento de cada aluno sobre esse assunto para
poder planejar quais os passos a adotar?
• Será que ficar copiando um tema da lousa favorece a aprendizagem?
• Será que esta seria a única forma de abordar esse assunto?
• Ou ainda, será que repetir, em voz alta, o que está escrito na lousa ajuda a dar significado
ao conteúdo focalizado?
• Será que o professor não poderia variar um pouco as estratégias de que se utiliza, em
função da natureza dos conteúdos que vai abordar?
• Será que uma estratégia única funciona bem com todos os alunos?
• Será que ele não poderia adotar estratégias diferentes com alunos ou grupos que delas
necessitassem, de forma que todos os alunos da classe pudessem ter a mesma oportunidade
para apreender o conhecimento que ele está querendo socializar?
Essas, dentre muitas outras, seriam questões que poderiam muito bem se aplicar à análise de
qualquer processo de ensino. Seriam também questões que podem sinalizar ajustes que vão se
mostrando necessários para atender a características específicas dos diferentes alunos em seu
processo de apreender e construir conhecimento.
Assim, por exemplo, ao partir de um objetivo de ensino “ao final desta aula os alunos deverão ser
capazes de descrever pelo menos três tipos de folhas”, o professor pode planejar utilizar-se de
um álbum de folhas, por meio do qual possa mostrar para os alunos os tipos que planejou
ensinar.
Para alunos com baixa visão, ou para alunos cegos, será certamente necessário que o professor
descreva verbal e minuciosamente as caracte- rísticas de cada folha; pode também ser
necessário favorecer com que eles manipulem folhas, mesmo que feitas em argila, de forma que
possam per- ceber suas características; já para alunos surdos, cuja perda auditiva impede a
realização de associações e análises da mesma forma que as pessoas ouvintes, recursos visuais
alternativos devem ser sempre utilizados para que não haja prejuízo na aprendizagem; assim, o
professor pode ter de utilizar textos escritos, além de mostrar as características do objeto em
questão; pode, também, ter que usar diferentes formas de comunicação, como por exemplo:
gestos, mímica, dramatização, desenhos, ilustrações, fotografias, recursos tecnológicos (vídeo,
TV, retroprojetor, computador, slides, etc.), leitura labial.
Para alunos com baixa audição, ou para aqueles que utilizam prótese auditiva (aparelho para
ouvir), talvez o professor só precise se lembrar de checar se o aluno está usando a prótese, se
ela se encontra ligada e ade- quadamente colocada.
Para alunos com grande dificuldade de abstração, a utilização do material concreto, bem como a
promoção de oportunidades diversificadas de se abordar o mesmo assunto pode ser importante
(exercícios de identi- ficação das folhas, de associação de idéias, de qualificação das caracterís-
ticas); para crianças com dificuldades de atenção concentrada, usar jogos dos quais elas gostem
para introdução e elaboração de idéias acerca dos diferentes tipos de folha existentes poderia ser
motivador e estimular a atenção necessária para os detalhes de suas características.
Alunos com deficiência mental podem necessitar tanto de atividades alternativas às originalmente
propostas, como de atividades comple- mentares.
Tais respostas, entretanto, somente poderão ser adequadas às neces- sidades dos alunos, se o
professor mantiver uma postura de atenção às peculiaridades que cada um apresenta em seu
Processo de aprendizagem:
O uso de atividades que impliquem em diferentes graus de dificuldade pode permitir diferentes
possibilidades de execução e de expressão para alunos com diferentes níveis de
desenvolvimento e de conhecimento.
Outros ajustes que também podem se mostrar adequados para responder a necessidades
educacionais especiais de alunos são: uso de tipos variados de atividades, tais como
desenvolvimento de pesquisa, elaboração e desenvolvimento de projeto, oficinas, visitas,
esclarecimento do significado de palavras que lhes sejam desconhecidas, etc.
Outra categoria de adaptação no método de ensino encontra-se repre- sentada pela adaptação
de materiais utilizados. São vários os recursos e materiais que podem ser úteis para atender às
necessidades especiais de vários tipos de deficiência, seja ela permanente, ou temporária.
O professor poderá também ter de fazer modificações na seleção de materiais que havia
inicialmente previsto em função dos resultados que esteja observando no processo de
aprendizagem do aluno. O ajuste de suas ações pedagógicas tem sempre de estar atrelado ao
processo de aprendizagem do aluno.
Outra categoria de ajuste que pode se mostrar necessária para atender a necessidades
educacionais especiais de alunos é a adaptação do pro- cesso de avaliação, seja por meio da
modificação de técnicas, como dos instrumentos utilizados. Alguns exemplos desses ajustes:
de braços e mãos se utilize do livro de signos para se comunicar, em vez de exigir dele que
escreva com lápis, ou caneta, em papel;
• possibilitar que o aluno cego realize suas avaliações na escrita braile, lendo-as então,
oralmente, ao professor;
• nas provas escritas do aluno surdo, levar em consideração o momento do percurso em que
ele se encontra, no processo de aquisição de uma 2° língua, no caso, a língua portuguesa. Nas
etapas iniciais de sua aprendizagem, ela provavelmente estará muito mais marcada pelas
características da língua de sinais, enquanto que nas etapas finais, estará mais próxima do
português, ainda que com peculiaridades. O professor, em sua avaliação, deve observar se a
mensagem tem coerência lógica, apresentando um enredo com princípio, meio e fim, em vez de
se ater unicamente à seqüência estrutural das orações. O professor poderá observar uma es-
trutura de frase menos complexa, um menor número de verbos por enunciado, um menor número
de orações e de encadeamento de frases, menos adjetivos, advérbios e pronomes, com uma
maior incidência de palavras significativas. Poderá ainda observar um vocabulário mais restrito,
tanto no que se refere ao número de palavras diferentes, como ao número total de palavras
utilizadas. Soma-se a isso uma limitação na complexidade de relações semânticas apresentadas
(objeto, sua localização, a quem pertence, etc.), sendo mais freqüente o uso de substantivos
significativos e de verbos no presente. Essas características serão mais acentuadas em alunos
que se encontram nas fases mais iniciais da aprendizagem do português. Sua identificação,
entretanto, deve servir de sinalizador para novos ajustes no planejamento do ensino para esse
aluno.
O essencial é:
1. Que o professor esteja constantemente atento a seu aluno, para identificar de que
conhecimentos ele já dispõe (relacionados com o tema de cada unidade de conteúdo), e que
necessidades educacionais apresenta;
2. Que o professor use de sua criatividade para criar formas alternativas de ensinar, que
respondam às necessidades identificadas;
3. Que o professor use continuamente da avaliação para identificar o que precisa ser ajustado
no processo de ensinar.
Algumas simulações que o professor pode fazer com alunos que nao tenha deficiencia:
• Faça com que os alunos corram com os joelhos fixados para não dobrarem, tal como
ocorre com pessoas que utilizam aparelhos nas pernas. Para isso, coloque uma revista ou jornal
em cada joelho e prenda com fita crepe atrás.
• Peça para seus alunos tentarem fazer alguma atividade manual com um ou ambos os
braços fixados junto ao corpo. Para tal, utilize uma faixa para imobilizá-los.
• Dê vendas pretas para seus alunos. Com os olhos vendados, peça para eles seguirem por
um caminho determinado, ora como acompanhante, sem a venda, ora simulando uma deficiência
visual, com a venda, utilizando uma bengala. Como todos se sentiram? O que poderia ajudá-los
nessa tarefa? Alguma vez pensou que poderia deixá-lo sozinho? Em que ocasião? Alguma vez
teve vontade de falar mais alto para confirmar que a pessoa tinha realmente ouvido você?
• Traga objetos numa caixa para que os alunos de olhos vendados adivinhem pelo tato, o
que está dentro dela.
• Traga para a sala de aula o alfabeto em Braille, o sistema de leitura e escrita que pessoas
com deficiência visual utilizam. Peça para que eles façam frases com as letras que aos poucos
vão sendo identificadas. Você pode “montar” o alfabeto em Braille usando cartões de cartolina e
botões colados nas posições representando as letras.
• Forme pequenos grupos para que cada um deles discuta uma dessas perguntas: como
você se sentiu simulando uma pessoa com deficiência visual? Você acha que ficou mais atento
para perceber os sons e sentir os objetos? Confiou no seu acompanhante? Por quê? Foi mais
difícil ter a deficiência ou ajudar quem tem? Por quê?
• Junte alunos em grupos de cinco. Peça para que apenas um deles ponha meias na mão e
as amarre com fita crepe, dificultando os movimentos dos dedos. Depois sugira que esse aluno
faça as coisas com as quais está acostumado, com os outros a observá-lo. Estimule uma
discussão sobre como todos se sentiram.
• Essa deficiência pode afetar a fala e uma forma de simular essa dificuldade é pedir aos
alunos para escreverem alguma música ou versos conhecidos. Peça para que, um a um, todos
contem para a sala o que escreveram, mas com a língua no fundo do céu da boca. Enquanto
isso, os outros tentam adivinhar o que ele está falando. Novamente solicite
que expressem seus sentimentos, se houve angústia por tentarem entender o colega e não
conseguirem, se houve distração, se zombaram dele.
• Mostre um filme para os alunos, porém, sem o som. Depois converse com eles sobre as
dificuldades e facilidades encontradas.
• Junte um grupo de cinco alunos e peça a eles para inventarem uma dramatização
pequena, porém, sem falas. Ao final da apresentação de cada grupo, peça para os alunos que
estavam assistindo falar sobre ela: o que entenderam? O que não conseguiram captar da
apresentação? Houve preocupação em serem claros nos gestos?
• Peça a um intérprete da língua de sinais para que represente situações cotidianas, como,
por exemplo, ir a uma lanchonete ou pedir informações.
• Traga folhetos com a língua brasileira de sinais e peça para que seus alunos conversem
por esse sistema, que aos poucos, vai sendo descoberto por eles. O aprendizado dessa língua
segue os mesmos passos de qualquer outra que é aprendida como segunda língua da pessoa.
D. Envolvendo a comunidade
Após essa preparação com a classe, uma reunião de pais, professores, alunos, com a presença
de um adulto com deficiência poderá ser realizada para que eventuais resistências ao ingresso de
alunos com deficiência na escola sejam eliminadas. Quando os pais percebem que seus filhos
estão compreendendo e convivendo de forma saudável e construtiva com a deficiência em seu
cotidiano escolar, geralmente aprovam e ficam satisfeitos com
a oportunidade de crescimento pessoal de seus filhos.
“O educador se eterniza em cada ser que educa”
(Paulo Freire)