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A importância do trabalho colaborativo

para garantir a aprendizagem


de todas as pessoas

Tecnologia Educacional | Gestão inclusiva: pessoa com deficiência


Créditos

Realização: Itaú Social

Iniciativa: Programa Melhoria da Educação

Parceria: Instituto Rodrigo Mendes

Consultoria de conteúdo: Cecília Almeida, Diego Barcelos, Gabriela Ikeda,


Jéssica Vassaitis, Katia Cibas, Luiz Conceição e Regina Mercurio.

Coordenação do conteúdo: Sônia Dias, Marcella Simonini, Monike Freire e


Artur Baptista

Coordenação do projeto: Juliana Yade

Design e solução de aprendizagem: Afferolab


Sumário

Introdução 01

A mudança de perspectiva acerca da


Educação Especial 02

O Atendimento Educacional Especializado:


um serviço da Educação Especial 04

Papel de gestão no trabalho inclusivo 07

Para ampliar a discussão 08


Introdução

Este livro pretende contribuir para a criação de novos canais de comunicação


e colaboração sobre a temática entre você, a equipe de implementação (Ei!)
e a rede de ensino. Partindo das conceituações abordadas anteriormente,
faremos um sobrevoo sobre a conceituação e importância da construção
da coletividade e colaboração entre a equipe escolar, identificando as
responsabilidades dos sujeitos envolvidos no trabalho inclusivo.

Como apoio, utilizaremos documentos públicos para justificar algumas


orientações, bem como descreveremos os recursos disponíveis no ambiente
escolar.

O trabalho colaborativo é uma temática extremamente relevante para a


continuidade da discussão sobre redes de proteção e diálogo. Por isso, caso
você não tenha acessado os materiais acerca dessa temática, não se esqueça
de navegar pelo guia digital “Jornada para rede de proteção e diálogo entre
educação e saúde”.

Desejamos que este trabalho em equipe seja dialógico, integrado, diverso,


interdisciplinar e intersetorial e que ele promova as melhores oportunidades de
efetivação de uma Educação Inclusiva.
A mudança de perspectiva acerca da
Educação Especial
A definição mais atual de
deficiência, de acordo com
a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com
Deficiência, dá
conta de que:

Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo


prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as
demais pessoas.

O entendimento de que não são os impedimentos no corpo das pessoas que


bloqueiam a participação plena na vida em comunidade, mas sim sua relação
com barreiras cuja natureza é social, tem consequências diretas nas muitas
formas de atuação e nos serviços oferecidos não só, mas também, pelos Estados.

O impacto dessa concepção na Educação brasileira resultou na reestruturação


dos sistemas de ensino. A tradução prática dessa ideia é que o lugar de
aprendizagem dos e das estudantes com deficiência é a sala de aula
comum, pois, até então, esse segmento social estava ou em instituições
segregadas ou em salas especiais apartadas, quando dentro da escola.
Tá na lei
O documento institucional responsável por essa
reorganização é o Decreto 7611/2011, que reorganiza a
Educação Especial como modalidade transversal a todo o
sistema de ensino — da Educação Infantil ao Ensino
Superior —, e não mais como uma modalidade específica
separada. Seu objetivo é promover o acesso, a participação plena e a aprendizagem
real dos(as) estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades/superdotação, e para isso passa a orientar as respostas que podem
ser oferecidas às especificidades e necessidades desse público na escola comum.​
Para acessá-lo, copie o endereço eletrônico e cole-o em seu navegador:

bit.ly/3im92Wc

Outro documento responsável por esse movimento é a Convenção sobre os


Direitos das Pessoas com Deficiência e, mais especificamente, o art. 24. Para
acessá-lo, copie o endereço eletrônico; e cole-o em seu navegador.

bit.ly/convencao-direitos-pcd

Através desta legislação, em todo o território nacional, potencializou-se a oferta


de serviços prestados às pessoas com deficiência nas escolas, incentivando:
a promoção do acesso;
a participação plena;
a aprendizagem real de estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

Para isso, passa a orientar as respostas que podem ser oferecidas às


especificidades e necessidades desse público na escola comum.
O Atendimento Educacional Especializado:
um serviço da Educação Especial
O Atendimento Educacional Especializado (AEE) retira a Educação Especial
de um espaço único, determinado e separado do restante e a coloca para
apoiar a inclusão nos espaços comuns da escola. Ou seja, é através dele que a
Educação Especial se concretiza como uma modalidade transversal.

Mas, para que isso fosse possível, foram necessários arranjos legislativos e
normativos tanto da gestão pública quanto da escola. Entenda:

Do ponto de vista da gestão pública:

A participação no AEE é regulada pelo mecanismo da dupla matrícula. Ou


seja, se for constatada a necessidade do serviço, esse é o mecanismo que
garante, entre outras coisas, o seu financiamento adequado e o atendimento
de estudantes no contraturno do horário escolar.

Do ponto de vista da escola:

Os serviços e o funcionamento específico do AEE devem estar apoiados e


descritos no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, o que garante que
as práticas estejam funcionando conforme a identidade de cada unidade
escolar e em consonância com o conjunto do trabalho desenvolvido. Esse
serviço também deve ser ofertado por escolas particulares, sem ônus ao
estudante e à estudante.
Para refletir!
Você se lembra de um diálogo que tivemos sobre os
paradigmas anteriores ao modelo de inclusão?

Pois bem, precisamos reconhecer que mesmo eles geraram


conhecimentos legítimos sobre estudantes público-alvo da
Educação Especial e seu atendimento e que, portanto, não
podem ser simplesmente negados.

O que o AEE permite é a mobilização desses conhecimentos — e de novos! —


para potencializar a inclusão na sala de aula comum.

E a nossa conversa sobre a importância da colaboração? Você se lembra dela?

Pois o AEE é justamente o que


nos permite instaurar um foco
de colaboração dentro da escola,
pois esses saberes específicos
chegam ao cotidiano escolar por
meio da corresponsabilização
entre o professor ou a
professora do AEE e o restante
da equipe docente.

Dessa forma, a pessoa que exerce o AEE não é a


única responsável pela inclusão na escola, mas contribui
para isso articulando o seu conhecimento e o seu trabalho
aos conhecimentos e ao trabalho de outros profissionais e
outras profissionais.
Você sabia que há um espaço destinado à (ao)
profissional responsável pelo AEE ?

Nas Sala de Recursos Multifuncionais (SRM), o professor ou a professora de


AEE produz e mobiliza recursos para auxiliar a remoção de barreiras: faz parte
de sua função produzir, junto com o estudante ou a estudante, materiais que
auxiliem a participação, além de ajudar e facilitar a utilização desses materiais e de
tecnologias assistivas, mas não faz parte do seu escopo oferecer reforço escolar.

Por esse motivo, o seu trabalho não fica encerrado aí! Como os resultados visam
à inclusão na sala de aula, ele deve ser realizado necessariamente em parceria
com os demais educadores e educadoras. E essa parceria pode incluir visitas
à sala de aula comum para observar o estudante ou a estudante no contexto
de interação com a turma, o que já é bastante diferente da interação entre duas
pessoas na SRM.
Papel da gestão no trabalho inclusivo
Como gestores e gestoras, nos importam sobremaneira aquelas práticas que
dependem menos da iniciativa individual de profissionais. O trabalho inclusivo
é um trabalho necessariamente colaborativo, pois nunca está depositado
sobre as mãos de um único profissional ou uma única profissional. Não diz
respeito somente ao professor ou à professora do AEE, nem ao professor ou
professora da sala de aula comum, nem à equipe gestora, nem aos educadores
e às educadoras da limpeza, da cozinha, da Secretaria. A inclusão acontece na
corresponsabilização de todas as pessoas envolvidas no processo escolar.

Nesse sentido, é muito importante fomentar práticas que permitam desenvolver


balanços e planejamentos conjuntos com todas as pessoas que fazem parte do
processo de ensino. E isso é o que se espera da gestão, responsabilizando-se por
oferecer momentos regulares de planejamento conjunto, tornando-os parte
da cultura organizacional da unidade.

Espaços como esses podem ser bastante produtivos


para formação em serviço ao se partir dos desafios
específicos que educadores e educadoras enfrentam no
Importante! dia a dia para aprofundar questões, desenvolver novas
práticas e reciclar conhecimentos.

Assim, a gestão pública deve estar atenta às maneiras de fomentar e apoiar


essas práticas em sua rede, oferecendo:
suporte;
opções de formação;
reconhecimento às lideranças;
demais incentivos que estiverem à sua disposição.

Afinal, o trabalho colaborativo não se resume ao trabalho imediato na escola:


nós também participamos dele!
Para ampliar a discussão
Esperamos que esses breves apontamentos possam lhe trazer um panorama
de aspectos relevantes a serem compartilhados nos momentos formativos.
Mas sabemos que o resumo que fizemos precisa ser aprofundado antes da
realização do encontro. Por isso, recomendamos que você e a Ei! realizem uma
pesquisa de materiais (artigos, notícias, charges, vídeos, músicas, entre outros)
que possam apoiar sua preparação para o encontro. Procurem na internet e nas
bibliotecas e compartilhem entre si!

Se vocês precisarem de alguma ajuda para saber por onde começar, deixamos
aqui algumas sugestões:

Documentos públicos
Para acessar os conteúdos, copie o endereço eletrônico e cole-o em
seu navegador.

Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Capítulo IV.


Disponível em: planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/
l13146.htm. Acesso em: 14 maio 2021.

Convenção e endereço eletrônico externo

Para acessar os conteúdos, copie o endereço eletrônico e cole-o em seu


navegador.

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.


Disponível em:

bit.ly/convencao-direitos-pcd
Artigos e endereços eletrônicos externos

Para acessar os conteúdos, copie o endereço eletrônico e cole-o em


seu navegador.

Atendimento Educacional Especializado (AEE): pressupostos e


desafios. Rosanna Cláudia Bendinelli. Disponível em:

bit.ly/3gMMoXZ

Atendimento Educacional Especializado (AEE) e sala comum:


trabalho colaborativo para a inclusão. Equipe Diversa. Disponível em:

bit.ly/3vqfQqF

O papel da coordenação pedagógica na educação inclusiva. Equipe


Diversa. Disponível em:

bit.ly/2RbOdTK

O projeto político-pedagógico e o atendimento educacional


especializado na perspectiva inclusiva. Sandra Paula Batistão.
Disponível em:

bit.ly/3z5Pvku
SME de SP orienta trabalho colaborativo e escuta para o AEE.
Equipe Diversa. Disponível em:

bit.ly/3aPL96q

Capítulo de livro

Espaço. Ricardo Hage. Em: Interdisciplinaridade: pensar, pesquisar,


intervir. Ivani Catarina Arantes Fazenda (org.). São Paulo: Cortez,
2014.
Tecnologia Educacional | Gestão inclusiva: pessoa com deficiência

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