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CADERNO DE REFERÊNCIA

DE CONTEÚDO
APRESENTAÇÃO

Seja bem-vindo ao estudo de Metodologia da História I. Nesta disciplina,


você refletirá sobre a maneira pela qual se construiu o saber histórico e sobre as diversas
metodologias utilizadas na escrita da História até meados do século 20.

Nesta parte, chamada Caderno de Referência de Conteúdo (CRC), você


encontrará, nas quatro unidades em que se divide a disciplina, o conteúdo básico a ser
estudado durante as seis semanas propostas para o desenvolvimento de nossa temática.
As atividades e interatividades a serem realizadas encontram-se no Caderno de atividades
e interatividades (CAI).

No decorrer das unidades, você será capaz de compreender o que é História,


para que ela serve e qual o seu papel na reconstituição dos acontecimentos passados.
Perceberá que o historiador é um homem de seu tempo, que faz perguntas para entender
seu presente. Além disso, terá um panorama sobre as principais escolas históricas e linhas
de pesquisa que surgiram com o passar do tempo.

Enfim, conhecerá os principais procedimentos metodológicos aplicados na


elaboração do conhecimento histórico, para que possa perceber que, dependendo do
tipo de análise empregada pelo historiador, os mesmos temas da História apresentam
diferentes abordagens.

Não se esqueça de que, na educação a distância, é essencial sua participação


na realização das atividades propostas. A interação com seus colegas e com seu tutor, por
meio de ferramentas como o Fórum e a Lista, são aspectos importantíssimos para que sua
aprendizagem seja significativa.

Como futuro professor e pesquisador, é importante que você saiba interpretar


um documento histórico e ensinar seus futuros alunos a fazê-lo também. Além do mais,
é necessário que você desenvolva a capacidade de ler um texto histórico de maneira
crítica, identificando a metodologia empregada pelo autor. Assim, seu trabalho docente
será mais profícuo e significativo na construção de uma educação mais justa e inclusiva
para todos.

Ótimos estudos!
INTRODUÇÃO À DISCIPLINA

AULA PRESENCIAL

Objetivos
• Conhecer e entender a organização da disciplina
Metodologia da História I, bem como as formas de
participação para a compreensão e o aprendizado dos
conteúdos.

• Relacionar os conceitos fundamentais necessários


para o estudo da disciplina e que são essenciais para o
acompanhamento das unidades.

• Definir os parâmetros do significado do estudo da História


e suas relações com as outras Ciências Humanas, bem
como a análise de fontes e documentos históricos.

• Abordar como se deram essas relações e análises na


construção das escolas históricas até a metade do século
20.

Conteúdo
• Apresentação geral da estrutura de desenvolvimento da
disciplina e dos temas e discussões mais relevantes sobre
a Metodologia da História.
O QUE É, PARA QUE

UNIDADE 1
SERVE E COMO SE
ESCREVE A HISTÓRIA?

Objetivos
• Estudar o significado, para que serve e como se escreve
a História na perspectiva dos autores contemporâneos
desta disciplina.

• Enumerar sobre os métodos utilizados pelo historiador


ao longo do tempo.

Conteúdos
• Significado(s) de História.

• Os documentos e a interpretação: o método em


questão.

• A História e as outras Ciências Humanas.


UNIDADE 1
Licenciatura em História

ATENÇÃO!

1
Ao iniciar seus estudos sobre
a metodologia da História,
é importante considerar as
INTRODUÇÃO
seguintes técnicas que poderão
potencializar sua aprendizagem: Nesta unidade, iremos estudar os conceitos e os significados atribuídos ao termo
• tente estabelecer um horário e
lugar fixo para o estudo; “História”. Abordaremos, ainda, o que é e para que serve estudar História, além de refletir
• procure ter à mão todos os sobre qual é o papel desse exercício intelectual na sociedade.
recursos e materiais de que
irá necessitar;
• participe ativamente do estudo: Em seguida, procuraremos elucidar como se escreve a História, de que maneira
com compreensão, atenção e se pesquisa e se constrói uma visão historiográfica e qual é o espaço da reconstituição e
concentração;
• faça as reflexões sugeridas;
da interpretação dos fatos históricos.
• distribua os períodos de estudo
racionalmente. Por fim, discutiremos as relações entre a História e as outras Ciências Sociais,
como a Antropologia, Sociologia, Economia, Política etc.

Resumindo, o objetivo é perceber os significados fundamentais de uma


abordagem histórica, demonstrando seus métodos, suas técnicas, o lugar da interpretação
e as relações com as outras Ciências Humanas.

Então, dedique-se à leitura e tenha muita concentração!

2 SIGNIFICADO(S) DE HISTÓRIA
Qualquer pessoa que fosse inquirida com a pergunta “O que é História?” se
sentiria, geralmente, à vontade para responder. Possivelmente, ela diria que História é
aquilo que aconteceu em tempos passados e consideraria essa resposta suficientemente
clara para elucidar a dúvida. Mas será mesmo que isso é o suficiente para concluir o
significado de História? Vejamos.

A exemplo da língua francesa, e ao contrário da língua inglesa, italiana e


alemã, a língua portuguesa utiliza a palavra “História” para designar coisas diferentes.
Exemplificando: as palavras em inglês “history” e “story”, em italiano “istoria” e “storia” e
em alemão “geschichte” e “historie” são termos utilizados para designar o acontecimento
e a narração deste, respectivamente. É dessa diferença, que não é registrada pela língua
portuguesa, que vamos tomar como base para iniciar nossos estudos.

Portanto, nosso objetivo nesta unidade é demonstrar que a definição de História


como fatos que aconteceram no passado não é suficiente. Essa disciplina exige uma
definição que lhe permita uma abordagem muito mais abrangente e complexa.

É evidente que a História se refere sim a todo o acontecimento humano no


ATENÇÃO!
Não é necessário que você tempo. Desse modo, todos os povos possuem História, desde os clãs pré-históricos até
disponibilize na Sala de Aula as modernas e complexas sociedades tecnológicas dos dias atuais, pois todos eles agiram,
Virtual, em ferramentas como
criaram, pensaram, sonharam, lutaram...
o Portfólio, a Lista ou o Fórum,
as suas reflexões. O momento
PARA VOCÊ REFLETIR serve Todas as pessoas que participaram das sociedades humanas realizaram atos
para contextualizar os temas e
conceitos abordados na unidade, sociais, em coletividade. Logo, fizeram História.
elaborando sua opinião sobre o
assunto. Entretanto, essa definição de História não encerra todos os significados do
termo. Assim, podemos dizer que um segundo aspecto importante para se definir a
PARA VOCÊ REFLETIR: História é a narrativa dos acontecimentos passados. Ou seja, a História significa, também,
Você acha que em seu país, em
seu estado, em sua cidade, há a reconstituição dos acontecimentos humanos no tempo.
a preocupação da preservação
da memória das coisas e dos
acontecimentos da História?

CRC • • • © Metodologia da História I


4 Claretiano – Batatais
UNIDADE 1 Licenciatura em História

É bom lembrarmos que nem todos os povos que fizeram História se preocuparam
em reconstituí-la, em narrá-la. Muitos, na verdade, procuraram explicar seu passado de
outras formas, utilizando-se, por exemplo, dos mitos.

Na definição de Borges (1995, p. 10-11):

a primeira forma de explicação que surge nas sociedades primitivas é o mito,


sempre transmitido em forma de tradição oral, ou seja, os mitos eram contados
de geração a geração, preservando-se na memória daquele povo por meio
da transmissão oral. A historiadora Vavy Pacheco afirma ainda que “o mito é
sempre uma história com personagens sobrenaturais, os deuses. Nos mitos os
homens são objetos passivos da ação dos deuses, que são responsáveis pela
criação do mundo (cosmos), da natureza, pelo aparecimento dos homens e
pelo seu destino”. Assim, os mitos contam em geral a história de uma criação,
do início de alguma coisa. É sempre uma história sagrada.

Podemos, então, dizer que várias civilizações procuravam explicações para seu
passado e para sua origem fora da História.

Nesse sentido, povos como do Egito Antigo, da Mesopotâmia, ou das civilizações


indígenas da América nunca escreveram a História de seu povo, mas procuraram explicar
suas origens por meio de outros mecanismos, como o mito.

É claro que esses povos primitivos, como já dissemos, tiveram História, uma
vez que houve acontecimentos humanos ao longo do tempo; contudo, nunca produziram
História, pois não registraram nem narraram os acontecimentos presenciados e vivenciados
por eles.

Dessa forma, podemos afirmar que a História, nesse segundo sentido, nasce na
Grécia Antiga entre os séculos 6º e 5º a.C. A partir desse momento, o homem passou a
sentir necessidade de registrar os fatos do passado, procurando ser fiel a eles.

Sobre a evolução desse processo até os dias atuais, isto é, como o homem
escreveu e escreve sua História, veremos nas próximas unidades. O que nos interessa no
momento é definir que História tem esse duplo caráter: acontecimento humano no tempo
e reconstituição desses acontecimentos por meio da escrita sobre o passado.

Desse modo, o trabalho do historiador é registrar os fatos, ser fiel a eles, mas,
também, buscar interpretá-los, reconstituindo o passado de maneira a dar-lhe sentido.
Assim, toda História escrita é uma análise do passado, mas com as preocupações do
presente.

Nos termos colocados por Carr (1996, p. 79), “não há indicador mais significativo do
caráter de uma sociedade do que o tipo de História que ela escreve ou deixa de escrever”.

Podemos, então, estudar os diferentes modos como o passado foi interpretado,


reconstruído. A esse estudo chamamos historiografia, ou seja, a História da História.

É importante ressaltar que não há uma só maneira de se olhar para o passado,


PARA VOCÊ REFLETIR:
de forma que o historiador pode estudar essas diferentes visões de um povo, de um Em seu cotidiano, quando
momento ou de um pesquisador para as memórias, para os fatos e relacionamentos que várias pessoas narram um
acontecimento do passado,
constituem a História. cada uma delas faz isso de uma
maneira diferente, apesar de o
Com base nas afirmações de Carr (1996) – de que é indicativo o modo como uma fato ser o mesmo. Reflita sobre
isso...
sociedade escreve ou deixa de escrever sua História –, concluímos que a historiografia, a
História da História, é um aspecto essencial das sociedades humanas e pode revelar suas
visões de mundo.

© Metodologia da História I • •• CRC 5


Batatais – Claretiano
UNIDADE 1
Licenciatura em História

Voltando à definição, podemos dizer que historiografia é o estudo do conjunto


dos textos produzidos com a intenção de reconstituir o passado, isto é, os textos de
História. Assim, todas as obras que procuram reconstruir o passado são passíveis da
análise historiográfica.

O que faremos nesta disciplina é analisar a construção do texto histórico ao


longo do tempo, buscar entender os métodos de investigação e de seleção de fontes,
compreender o porquê e de que forma isso aconteceu ao longo do tempo. Enfim, nosso
objetivo é reconstituir a História da História para analisar os limites e as possibilidades de
seu futuro na sociedade.

Como escreveu Carr (1996, p. 63), História é “um processo contínuo de interação
entre o historiador e seus fatos, um diálogo interminável entre o passado e o presente”.
Assim, é impossível construir uma “História definitiva” ou “História verdadeira”, uma
“História única”, pois o historiador lida a todo o momento com essa dualidade de, por um
lado, reconstituir o passado, e, por outro, interpretá-lo.

Essa interpretação do passado é feita sempre da perspectiva do presente,


apesar de baseada em fatos já ocorridos. É nessa tensão entre o documento
histórico e a sua interpretação, entre o presente e o passado, que se constrói
a História.

Esse mecanismo de tensão entre passado e presente, de múltiplas interpretações


do documento histórico, mantém a História viva e original a todo o momento e seduz
qualquer pessoa que tenha alguma curiosidade sobre a relação do homem com seu
passado.

Uma das obras fundamentais, porém inacabada, para a definição do que é e


para que serve a História é a que foi escrita pelo historiador francês Bloch, entre os anos
de 1943 e 1944, época em que estava preso pelos nazistas durante a ocupação da França
pelos alemães na época da Segunda Guerra Mundial.

Bloch, brilhante fundador da Revista Annales, em 1929, marco da historiografia


mundial, como veremos na disciplina Metodologia da História II, foi assassinado em
um campo de extermínio nazista, em Lyon, no dia 16 de junho de 1944. Como diz o
historiador Jacques Le Goff (2001, p. 15), “Marc Bloch deixava inacabado em seus papéis
INFORMAÇÃO:
Aprofunde seus conhecimentos um trabalho de metodologia histórica composto no final de sua vida, intitulado Apologie
com a leitura da obra: BLOCH, de l’histoire”.
Marc. Apologia da História ou O
ofício do Historiador. Prefácio de
Jacques Le Goff. Rio de Janeiro: Nesse texto, Bloch (2001) define os aspectos fundamentais do trabalho de um
Jorge Zahar, 2001. historiador e, especialmente, a maneira como se escreve a História, aspectos que iremos
abordar no tópico seguinte.

Para que serve a História?

Bloch (2001, p. 43) dá alguns indicativos que podem auxiliar na resposta para
essa questão: “mesmo que a história fosse julgada incapaz de outros serviços, restaria
dizer, a seu favor, que ela entretém”.

Mas, evidentemente, o autor vai além dessa observação. Afirma que a História só
sobrevive se mantiver seu caráter estético, ou seja, sua beleza poética. Assim, a História
caminha entre a beleza e o rigor conceitual, entre o texto bem escrito, por um lado, e o
bem construído teoricamente, por outro. A História é “uma ciência em marcha” e, além
disso, está “na infância”, pois necessita ser (re)pensada a todo o momento, algo que à
época de Bloch estava apenas começando.

CRC • • • © Metodologia da História I


6 Claretiano – Batatais
UNIDADE 1 Licenciatura em História

Define o eminente historiador que o objeto da História, ou seja, aquilo que ela
deve investigar, não é uma entidade metafísica como “o tempo”, mas sim o
homem e, mais precisamente, os homens no tempo, suas ações e práticas em
todas as suas manifestações.

Nesse sentido, para Bloch (2001), onde houver seres humanos, existirá História
e, assim, algo a ser elucidado pelo historiador. Além disso, ele diz que somente um
historiador atento ao presente, conhecedor de seu tempo, pode inquirir, satisfatoriamente,
os homens do passado, pois “o presente bem referenciado e definido dá início ao
processo fundamental do ofício de historiador: compreender o presente pelo passado e,
correlativamente, compreender o passado pelo presente” (BLOCH apud LE GOFF, 2001,
p. 25).

Para encerrar essa primeira abordagem sobre o que significa o estudo da História,
gostaríamos de citar uma metáfora de Carr. Segundo ele, em um determinado momento,
os historiadores definiam que História era um amontoado de fatos. Portanto,

os fatos estavam disponíveis para os historiadores nos documentos, nas


inscrições, e assim por diante, como os peixes na tábua do peixeiro. O
Historiador deveria reuni-los, depois levá-los para casa, cozinhá-los, e então
servi-los da maneira que o atrair mais (CARR, 1996, p. 45).

Essa concepção, nos últimos 50 anos, vem sendo substituída por uma mais
condizente com a realidade da produção histórica, isto é:

os fatos na verdade não são absolutamente como peixes na peixaria. Eles


são como peixes nadando livremente num oceano vasto e algumas vezes
inacessível; o que o historiador pesca dependerá parcialmente da sorte, mas
principalmente da parte do oceano em que ele prefere pescar e do molinete que
ele usa – fatores estes que são naturalmente determinados pela qualidade de
peixes que ele quer pegar. De um modo geral, o historiador conseguirá o tipo de
fatos que ele quer. História significa interpretação (CARR, 1996, p. 49).

Resumindo, de acordo com as orientações de Carr (1996) e de Bloch (2001),


podemos considerar que História é o ramo do conhecimento que estuda os homens no
tempo e que o papel do historiador é reconstituir o passado, interpretando-o a partir do
presente. Fazer História é, pois, relacionar, a todo o momento, passado e presente; é
reconstituir o passado explicado pelo presente baseado nas perspectivas de mundo do
próprio historiador.

3 DOCUMENTOS E SUAS INTERPRETAÇÕES: O MÉTODO EM


QUESTÃO
Durante boa parte do século 19 e início do século 20, os documentos históricos
considerados válidos eram apenas os escritos e os oficiais, isto é, os pertencentes a
instituições governamentais.

Essa etapa da produção histórica, conhecida como positivismo, veremos em


detalhes na Unidade 3. Gostaríamos de assinalar, neste momento, que a produção histórica,
durante um bom tempo, atendeu a essas perspectivas. No entanto, isso vem mudando nas
últimas décadas, tanto nos tipos, como na forma de se utilizar os documentos históricos.

Mas, afinal, o que é documento histórico? O que, na História, é digno de registro?


Todo fato humano pode se tornar um fato histórico? E quanto ao trabalho do historiador,

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Batatais – Claretiano
UNIDADE 1
Licenciatura em História

de que maneira ele seleciona e analisa os documentos e o que para ele se configura um
fato histórico? Essas são as questões que iremos abordar neste tópico.

Borges (1985, p. 48) lembra que, “desde que existem sobre a Terra, os homens
estão em relação com a natureza (para produzirem sua vida) e com os outros homens.
Dessa interação é que resultam os fatos, os acontecimentos, os fenômenos que constituem
o processo histórico”. Desse modo, o objetivo fundamental do historiador deve ser a
reconstituição do passado. Para isso, são necessários levantamentos e estudos de fontes
documentais desse passado.

Nesse sentido, fontes ou documentos históricos são todos os registros possíveis


de serem pesquisados e analisados; em outras palavras, são todos os materiais de
determinada época que permitem sua utilização na construção da História de um
determinado grupo social, ou seja, fontes de caráter escrito, visual, oral, material, sonoro
etc. Mas essas fontes não são quase nada sozinhas.

Os documentos históricos só se configuram como tais quando os historiadores lhes


INFORMAÇÃO!
Podemos concluir, então, que os atribuem um significado, um sentido, pois, até esse momento, são simples objetos que só se
documentos históricos não são transformam em registro de uma época ou contexto quando são analisados.
absolutos, não falam por si, ou
seja, que eles dependem de uma
análise do historiador. Dessa forma, os acontecimentos humanos só podem tornar-se fatos históricos
no instante em que os registros documentais desses acontecimentos são analisados e
considerados numa análise histórica. Vejamos um exemplo:

Imagine, num exercício de análise contrafactual, que, por acaso, os nazistas


ATENÇÃO!
tivessem vencido a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Acreditamos que,
Toda vez que aparecerem datas
entre parênteses na frente de um para isso acontecer, eles nunca poderiam ter perdido a longa luta travada em
nome, como, por exemplo, René Stalingrado, na União Soviética.
Descartes (1596-1650), estamos
fazendo referência ao período em
que viveu determinado pensador.
Possivelmente, se os nazistas tivessem ganhado aquela batalha, os feitos de
bravura dos soldados soviéticos que encaravam um exército mais bem equipado
e mais preparado para a guerra, a boa estratégia de resistência elaborada pelos
comandantes do exército vermelho russo, o massacre sofrido por boa parte
da população local, entre outros, seriam fatos humanos não registrados pela
História da maneira como hoje são. A narrativa histórica seria outra porque
os registros documentais desses acontecimentos não seriam preservados, os
interesses em contar essa História não seriam os mesmos e a possibilidade de
fazê-lo, mesmo que se quisesse, seria muito menor do que é hoje.

Assim, fica claro que narrar o passado é um exercício de reflexão sobre os


documentos históricos, sobre os registros que temos do passado, mas não apenas isso.
Devemos sempre nos perguntar sobre as motivações e razões para a preservação de
determinados fatos e não de outros.

Evidentemente, as fontes documentais são um aspecto fundamental da pesquisa


histórica; no entanto, elas não podem ser tomadas como algo que expressa a “verdade
absoluta” sobre aquele momento ou fato histórico estudado.

É bom lembrar que quem produz o documento está imbuído de sua visão de
mundo, de sua forma de interpretar a situação em que se envolveu, de maneira que não
é neutro nem está acima dos fatos para julgá-los com “imparcialidade”. Como afirma Carr
(1996, p. 55), “os fatos e os documentos são essenciais ao historiador. Mas que não se
tornem fetiches”.

CRC • • • © Metodologia da História I


8 Claretiano – Batatais
UNIDADE 1 Licenciatura em História

Em contrapartida, o historiador não pode cair na tentação de negar o documento,


de apenas valorizar a interpretação que construiu em sua mente, de buscar adaptar a
realidade que estuda aos interesses de sua visão de mundo.

Novamente, podemos nos apoiar em Carr para elucidar essa relação entre
documento e interpretação dos fatos.

Para ele, “o historiador começa com uma seleção provisória de fatos e uma
interpretação, também, provisória, a partir da qual a seleção foi feita”. Enquanto está
trabalhando no tema, “tanto a interpretação e a seleção quanto a ordenação de fatos
passam por mudanças sutis e talvez parcialmente inconscientes, através da ação recíproca
de uma ou da outra”. Por isso, “o historiador e os fatos históricos são necessários um ao
outro”, pois “o historiador sem seus fatos não tem raízes e é inútil; os fatos sem seu
historiador são mortos e sem significado” (CARR, 1996, p. 65).

Logo, essa ação mútua de historiador sobre os fatos e estes sobre o historiador
“envolve a reciprocidade entre presente e passado, uma vez que o historiador faz parte do
presente e os fatos pertencem ao passado” (CARR 1996, p. 65).

Portanto, todo registro do passado humano é um documento histórico. Esse


documento, se analisado e criticado satisfatoriamente, permite que aquele
acontecimento por ele registrado se transforme em fato histórico.

O que vai se tornar registro histórico ou não depende do contexto e dos


interesses que a História produzida representa; o que, por fim, nos leva à última questão,
que é o trabalho do historiador na relação entre fato e interpretação.

Certa vez, perguntou-se o historiador Schaff (1978, p. 66) o seguinte:

Se apesar dos métodos e das técnicas de investigação aperfeiçoadas,


os historiadores não só julgam e interpretam as mesmas questões e os
mesmos acontecimentos em termos diferentes, mas ainda selecionam e
até mesmo percebem e apresentam diferentemente os fatos, será possível
que esses historiadores façam simplesmente uma propaganda camuflada
em lugar de praticar ciência?

O autor construiu essa questão baseado na ideia de métodos e técnicas de


investigação, algo que procuramos elucidar anteriormente. Mas esses métodos e técnicas,
na provocação do autor, não seriam apenas formas de esconder uma visão de mundo já
cristalizada e que a investigação histórica só serviria para confirmar?

Inicialmente, vale ressaltar que os métodos e técnicas científicas dos


historiadores diferem em muitos aspectos daqueles utilizados, por exemplo, pelos físicos
e pelos matemáticos; mas, mesmo para esses, o conhecimento é relativo, na medida em
que está formulado com base em convicções do sujeito e do contexto em que ele está
inserido. Assim, ter convicções não é nenhum problema.

A questão fundamental nesse debate é elucidar onde estaria o erro do qual um


historiador deve fugir para evitar que seu trabalho perca o valor que deve ter. O historiador
Febvre, cofundador da Revista Annales, a qual fizemos referência anteriormente, diz que
o anacronismo é o pecado mortal do historiador.

Para ele, o termo “anacronismo” refere-se à situação em que o historiador atribui


ao personagem, ou contexto histórico que estuda, uma visão que não era possível de se
ter naquele momento em que os fatos ocorreram. Ao cometer esse erro, o historiador
analisa os fatos com base nos resultados do processo de seu estudo, esquecendo-se de
que os personagens não poderiam ter a mesma clareza dos acontecimentos.

• CRC
© Metodologia da História I • •
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Batatais – Claretiano
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Licenciatura em História

Febvre utilizou-se desse argumento para estudar a obra do escritor francês do século
INFORMAÇÃO:
Para aprofundar seus estudos 16, Rabelais, que muitos historiadores diziam ser ateu. Entretanto, Febvre (1989) demonstrou
acerca desse assunto, sugerimos que era impossível ser ateu no século 16 na Europa, utilizando-se de diversos meios para isso,
a leitura das seguintes obras:
Lucien Febvre. Olhares sobre a demonstrando que aqueles que diziam isso estavam sendo anacrônicos.
História. Lisboa: Edições ASA,
1996. Para Novais (2005), que é um dos mais importantes historiadores brasileiros, o
Lucien Febvre. Combates pela
História. Lisboa: Presença, 1989. problema do anacronismo aparece de maneira cristalina em um tipo de História específico:
a chamada História “Nacional”, que tem por objeto a nação e o Estado Nacional. Vejamos
como ele apresenta o problema:

O anacronismo, que, no dizer de Lucien Febvre, constitui pecado mortal


do historiador, torna-se, no caso da história “nacional”, uma dificuldade
quase insuperável. É que a tentação é por demais intensa de se fazer
a história do povo na “sua vontade de ser nação”... No caso do Brasil,
Estado-nação de passado colonial, esta dificuldade ainda sobe de ponto,
e se consubstancia na idéia de que a nação estava já inscrita na viagem
“fundadora” de Pedro Álvares Cabral, quer dizer, como se a colonização
se realizasse para criar a nação, e o chamado “período colonial” vai sendo
reconstituído como algo tendente a forjar a independência, num curioso
exercício de profecia do passado (NOVAIS, 2005, p. 331).

Observamos no exemplo trazido por Novais (2005) que o anacronismo pode


comprometer toda a estrutura de pesquisa e desenvolvimento da produção histórica de
um tema amplo como a História de um país.

Fazendo uma retomada de nossas ideias, o erro do anacronismo consiste em


acreditar que os personagens de determinada época têm a mesma visão e a mesma
clareza dos fatos que o historiador pode ter, analisando-os de outra época. No caso
exemplificado por Novais (2005), o anacronismo significa pensar que os colonos tinham
a visão clara de uma nação futura, o que sabemos, hoje, que acabou se concretizando,
mas os homens daquela época, do Brasil colonial, não poderiam saber, pois viviam sua
realidade de colônia.

Portanto, o historiador que, atravessando os problemas da abordagem do passado,


evitou cometer anacronismos está muito mais próximo de fazer uma boa História.

Na procura por essa boa História, além de ter que selecionar documentos e
fatos históricos para reconstituir o passado e procurar estabelecer fios condutores para
uma interpretação satisfatória dos acontecimentos humanos, o historiador deve fugir
da tentação de atribuir aos protagonistas dos acontecimentos que estuda o
conhecimento dos resultados de sua ação, na medida em que é impossível que estes
o saibam e, portanto, impossível, também, analisá-los dessa perspectiva.

Em contrapartida, ao se tentar fugir do anacronismo, deve-se tomar cuidado,


também, com o relativismo absoluto em História.

Assinalando aquilo que escreveu o historiador inglês Hobsbawm (1998, p. 8),


“sem a distinção entre o que é e o que não é assim, não se pode fazer história”. No
entanto, “o modo como montamos e interpretamos nossa amostra escolhida de dados
verificáveis (que pode incluir não só o que aconteceu, mas o que as pessoas pensaram a
respeito) é outra questão”. Assim, nunca podemos perder de vista que a História tem sim
sua objetividade e que ela está no fato histórico.

Para ilustrar, voltemos ao exemplo que utilizamos anteriormente sobre a Segunda


Guerra Mundial: ela aconteceu e a Alemanha nazista foi derrotada. A questão que fica ao
historiador é como e por quê. A partir dessas perguntas, selecionamos as fontes históricas,
reconstituímos como aconteceu o fato e procuramos argumentar por que foi assim.

CRC • • • © Metodologia da História I


10 Claretiano – Batatais
UNIDADE 1 Licenciatura em História

A demanda social do historiador, então, será esta: atender às necessidades ATENÇÃO!


Caso tenham ficado dúvidas
de preservação da memória social. em relação a algum conceito
apresentado, você pode recorrer
a um dicionário de História,
realizar uma pesquisa na internet

4
ou, ainda, entrar em contato com
HISTÓRIA E OUTRAS CIÊNCIAS HUMANAS seu tutor.

PARA VOCÊ REFLETIR:


Como lembra o historiador francês Dosse (2003), a profissionalização do Você acha que a produção
historiador, já que sua disciplina foi tornada acadêmica no século 19, e a ascensão das de História é a expressão da
Verdade?
outras Ciências Sociais (Economia, Sociologia, Política, Antropologia) ao longo dos séculos
19 e 20 fizeram que a História sofresse muitos impactos tanto dessas Ciências Sociais
quanto da mais antiga ciência humana, a Filosofia, a qual, quando nasceu, não era apenas
humana, mas, também, física e matemática.

Assim, estabelecer os fios de relação, nem sempre amistosa, entre a História e


as outras Ciências Humanas é um aspecto essencial para se entender o papel do discurso
historiográfico no cenário da produção de pensamento nas áreas humanas.

Novamente, o historiador brasileiro Novais (2005, p. 277-278), abre caminho


para a compreensão da relação entre História e as outras Ciências Sociais:

A História (...) é um domínio do saber muito antigo, anterior à ciência,


à universidade, e obviamente às Ciências Sociais. Tão antigas como a
História só a Filosofia e as artes. Todo livro de História da História diz
isso, mas nem sempre tiram as implicações teóricas desse fato. Primeira
implicação: se de fato é assim, é possível estudar o impacto da História
das Ciências Sociais na História, e não o inverso. Não é possível estudar o
impacto da História na Sociologia; existe o impacto da Sociologia sobre a
História. A segunda implicação é que a História não responde às demandas
sociais semelhantes ao que ocorre com as outras ciências. Pode-se
associar o aparecimento da Sociologia na segunda metade do século 19
ao aparecimento da sociedade urbana industrial moderna. O aparecimento
da Economia está diretamente relacionado à Revolução Industrial. Já a
História está associada à criação da memória.

É evidente, nas palavras de Novais (2005), uma primeira distinção fundamental


entre a História e as outras Ciências Sociais: estas estão associadas ao desenvolvimento
e ao aumento da complexidade da sociedade pós-Revolução Industrial; já a História é
muito mais antiga e corresponde a uma outra demanda da sociedade: a de preservação
da memória social.

O historiador brasileiro designa uma segunda distinção importante entre História e


Ciências Sociais: “(...) o campo da História é indelimitável. Qual é seu objeto? É o acontecer humano
em qualquer tempo e em todo o espaço, só o futuro não é seu objeto. O que caracteriza esse objeto?
A impossibilidade de delimitá-lo – não se sabe onde é que ele acaba” (NOVAIS, 2005, p. 379).

Se a História, por seu lado, tem um objeto não delimitado, o grande debate
dentro das Ciências Sociais é justamente saber onde delimitar os seus objetos. Qual é a
fronteira que divide a Sociologia da Antropologia, por exemplo?

Apesar do ataque que a História sofreu das outras Ciências Sociais, o fundamental
é que, do ponto de vista do objeto, temos uma vantagem comparativa: o objeto da
História é toda a ação humana no tempo.

Por causa dessa amplitude de seu objeto, foi possível que, no momento em
que ocorreu uma crise das Ciências Sociais no último quarto do século 20, a História
respondesse a essa crise com uma ampliação dos objetos de estudo, dedicando-se a
temas que antes estavam negligenciados (o sexo, o amor, a família, a criança, a mulher, PARA VOCÊ REFLETIR:
entre outros), como veremos na disciplina Metodologia da História II. Você acha que a História pode
ser considerada o carro-chefe
das Ciências Sociais?

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Licenciatura em História

Fica claro, portanto, que a História é um ramo do conhecimento muito mais antigo
que as Ciências Sociais e responde a outras demandas. Além disso, o objeto de estudo da
História é muito mais amplo e abrange todo o acontecimento humano no tempo.

Assim, a História tem compromisso potencial de reconstituir as ações humanas


em todas as suas esferas de existência: econômica, política, social, cultural e mental. Já
as Ciências Sociais são recortes dessa realidade.

É evidente que o historiador não reconstitui a totalidade da História, mas


parcelas dela, por isso que Veyne (s/d.) escreveu que não existe apenas “História”, mas
INFORMAÇÃO: sim “História de”. A preposição depois do substantivo é o recorte do objeto infinito do
Sugerimos a leitura da seguinte
obra para o aprofundamento historiador.
de seus estudos: VEYNE, Paul.
Como se escreve a História. Talvez você esteja se perguntando: mas isso significa que a História não necessita
Lisboa: Edições 70, s/d.
das Ciências Sociais?

A resposta é não; na verdade, uma é necessária à outra. O historiador


moderno enxerga-se como cientista; portanto, ele acredita que é necessário explicar.
Fundamentalmente, é utilizando-se dos conceitos criados pelos cientistas sociais que o
historiador explica o que reconstitui. Ao mesmo tempo, se os cientistas sociais ficarem
apenas na abstração conceitual, não conseguem demonstrar a aplicabilidade desses
conceitos. Assim, ele necessitam da História para comprovar que são eficazes.

Em resumo, o historiador explica para reconstituir e o cientista social reconstitui


para explicar. As demandas sociais que os fizeram surgir explicam essa diferença e,
ao mesmo tempo, o sentido de necessidade de apoiar-se um no outro.

O francês Braudel (1992), um dos historiadores mais importantes do século 20,


INFORMAÇÃO:
Para saber mais sobre o assunto
escreveu, em um artigo publicado em 1958, sobre a necessidade de encontrar-se um caminho
em questão, leia: BRAUDEL, de diálogo entre as diversas ciências do homem. Para ele, esse diálogo poderia partir da
Fernand. História e Ciências dimensão das diversas temporalidades que a existência social compreende.
Sociais: a longa duração. In:
______. Escritos sobre a História.
2. ed. São Paulo: Perspectiva, Mas o que significa “diversas temporalidades”?
1992, p. 39-78.
Vejamos um texto do autor apresentado em seu clássico estudo de 1946,
intitulado O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrânico na Época de Filipe II, que nos ajudará
a compreender essa expressão.

Esta obra divide-se em três partes, cada uma das quais pretende ser uma tentativa de
explicação de conjunto.

A primeira trata de uma história, quase imóvel, que é a do homem nas suas relações
com o meio que o rodeia, uma história lenta, de lentas transformações, muitas vezes
feita de retrocessos, de ciclos sempre recomeçados [...].

Acima desta história imóvel, pode distinguir-se uma outra, caracterizada por um ritmo
lento: se a expressão não tivesse sido esvaziada do seu sentido pleno, chamar-lhe-
íamos de bom grado história social, a história dos grupos e agrupamentos. Qual a
influência dessas vagas de fundo no conjunto da vida mediterrânica, eis a pergunta
que a mim próprio pus na segunda parte da minha obra, ao estudar, sucessivamente,
as economias, os Estados, as sociedades, as civilizações, e ao tentar, por fim, e para
melhor esclarecer a minha concepção de história, mostrar como todas estas forças
profundas atuam no complexo domínio da guerra. [...]

E, finalmente, a terceira parte, a da história tradicional, necessária se pretendermos uma


história não à dimensão do homem, mas do indivíduo, uma história dos acontecimentos
[...], a da agitação de superfície, as vagas levantadas pelo poderoso movimento das marés,
uma história com oscilações breves, rápidas, nervosas (BRAUDEL, 1995, p. 25).

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Assim, para o autor, a temporalidade histórica teria diversos níveis de existência:


o tempo de longa duração, o de média duração e o de curta duração.

O tempo longo seria aquele em que as transformações são muito lentas, quase
imóveis, no qual o fundamental está na relação “homem e espaço”. Já o tempo de média
duração seria aquele em que as transformações ocorrem no nível das estruturas sociais,
com movimentos longos, resultando em grandes sínteses econômicas, sociais, políticas,
culturais. Por fim, o tempo curto, o tempo jornalístico, seria o tempo do registro imediato,
o tempo das paixões, dos acontecimentos e da instantaneidade.

Observamos, pois, que cada uma das Ciências Sociais ajusta-se mais a um
determinado tempo do que a outro, e, na relação desses tempos, seria possível estabelecer
o contato entre as diversas ciências do homem. A História seria, nesse sentido, o carro-
chefe do processo, na medida em que ela, como vimos, é a ciência social que melhor
compreende o homem no tempo.

5 CONSIDERAÇÕES
Nesta primeira unidade, procuramos discutir os conceitos básicos do significado
da ciência histórica. Inicialmente, analisamos o significado do termo “História”; em
seguida, procuramos dar conta das questões sobre o método de pesquisa e de estudo da
História.

Além disso, procuramos relacionar como se constrói o discurso histórico com


base na documentação existente e como avaliar e criticá-la.

Por fim, procuramos discutir a relação, nem sempre amistosa, mas necessária,
entre a História e as outras ciências humanas.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLOCH, M. Apologia da História ou O ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,


2001.
BORGES, V. P. O que é História? 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
BRAUDEL, F. História e Ciências Sociais: a longa duração. In: ______. Escritos sobre a
História. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1992.
______. O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico na época de Filipe II. 2. ed. Lisboa:
Dom Quixote, 1995.
CARR, E. H. Que é História? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
DOSSE, F. A História. Bauru: Edusc, 2003.
FEBVRE, L. Olhares sobre a História. Lisboa: Edições ASA, 1996.
_______­­­_. Combates pela História. Lisboa: Presença, 1989.
HOBSBAWM, E. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
NOVAIS, F. A. Aproximações: estudo de história e historiografia. São Paulo: Cosac Naify,
2005.
SCHAFF, A. História e Verdade. São Paulo: Martins Fontes, 1978.
VEYNE, P. Como se escreve a História. Lisboa: Edições 70, s/d.

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Anotações

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