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Sebastião Pla

Professor da Universidade Pedagógica Nacional do México e professor de Ensino de História da


Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Nacional Autônoma do México. Doutor em Pedagogia
pela Universidade Nacional Autônoma do México e graduado em História pela Universidad Iberoamericana.
Especializou-se no ensino de história no ensino médio e entre suas produções mais importantes estão
os livros Aprendendo a Pensar Historicamente. A escrita da história no ensino médio e Cidadania e
competitividade no ensino de história. Os casos do México, Argentina e Uruguai, 1990-2006 (no prelo).
Também publicou artigos em revistas de pesquisa e divulgação no México, Venezuela, Argentina e
Espanha. É fundador e codiretor do Seminário Permanente de Investigação sobre Ensino de História e
Ciências Sociais da Universidade Pedagógica Nacional. Membro do Sistema Nacional de Investigadores,
nível I.

Resumo

Na história, enquanto conhecimento disciplinar, lógica para demonstrar a riqueza e a complexidade


existe uma lógica binária entre pesquisa e ensino do ensino de história como campo de pesquisa.
que coloca o segundo numa posição marginal em Para isso, são discutidos conceitos como didática
relação ao primeiro, apesar de ambos serem da história, ensino de história, ensino de história e
práticas constitutivas do trabalho do historiador. ensino de história. Da mesma forma, trata-se de
Este posicionamento hierárquico reduz o ensino definir a fronteira entre as disciplinas que ocupam
de história a uma simples transmissão de o ensino de história, bem como apontar alguns
conhecimentos dos investigadores a amplos problemas metodológicos e teóricos que nos
setores da população, razão pela qual é permitem compreender melhor os processos de
normalmente considerado um campo infértil para construção de significados sobre o passado
a investigação. Este artigo pretende romper com dentro da escola.
esta

Palavras chave:
Ensino de história, pesquisa em ensino de história, didática da história, educação histórica, ensino
de história

Data de recebimento: Data de aceitação:


julho de 2011 dezembro de 2011
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O ensino de história como


Objeto de Pesquisa
Sebastião Pla

Professor da Universidade Pedagógica Nacional do México e Ensino de História. Ph.D. D. em Pedagogia pela Universidade
Nacional Autônoma do México. Bacharel em História pela Universidade Ibero-Americana. Especializou-se no ensino de
história no ensino secundário e entre seus livros mais importantes estão Aprendendo a Pensar Historicamente. A escrita
da história no bacharelado e Cidadania e competitividade no ensino de história. Os casos do México, Argentina e Uruguai
1990-2006 (no prelo). Também publicou artigos em revistas de pesquisa e transmissões no México, Venezuela, Argentina
e Espanha. É fundador e codiretor do Seminário Permanente de Investigação em Ensino de História e Ciências Sociais
da Universidade Pedagógica Nacional. Membro do Sistema Nacional de Pesquisadores Nível I.

Abstrato

Na História, enquanto disciplina, existe uma lógica binária a riqueza e complexidade do ensino de História como
entre pesquisa e ensino. Essa lógica coloca o ensino campo de pesquisa. Para atingir esse objetivo o artigo
numa posição marginal em relação à pesquisa, embora discute conceitos como Didática da História, Ensino
ambos os aspectos da disciplina constituam práticas de História, Educação Histórica e Ensino de História.
centrais para o historiador. Procura também situar o ensino de História na fronteira
A hierarquia reduz o ensino de História a uma simples de diversas disciplinas e evidenciar alguns problemas
transmissão de conhecimento de pesquisadores para metodológicos e teóricos que nos permitem
amplos segmentos da população. compreender melhor os processos de construção de
É por isso que o ensino de História é normalmente sentido sobre o passado na escola.
considerado um campo infértil de pesquisa. Este arti-

pretende quebrar esta lógica e demonstrar

Palavras-chave:
Ensino de História, Pesquisa em Ensino de História, Educação Histórica, Didática da História,
Ensino de História

Submissão final: Aceitação:


Julho de 2011 Dezembro de 2011
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Ensinar história como


objeto de pesquisa
Sebastião Pla

INTRODUÇÃO
5 a conjunção das habilidades penje,
6
sação e representações sociais, e
pesquisa em ensino As características do pensamento
a história passou por várias derrotas histórico7 diversificaram as metodologias de
O teros no México e no mundo. Com pesquisas e objetos de estudo.
relativa certeza, pode-se ter certeza de que foi No México, aproximadamente 20
a partir da década de 1970 –com os anos,8 ensino de história encontrado
estudos na Inglaterra de Dennis Shemilt–1 também um impulso significativo e
que a pesquisa contemporânea em ensino incipiente, apesar de o primeiro grande
de história começou. A partir daí, pesquisa sobre a história dos livros
pedagogos, psicólogos e em de texto data de 1970. 9 Eles foram estudados
Em menor grau, os historiadores concentraram seus os melhores mecanismos para renovar o
esforços para investigar, compreender e diversos materiais didáticos do Parala - o
10
explicar os diversos processos que são piada da história,
vivenciados no ensino desta disciplina função de escrita de histórico
dentro e fora dos sistemas escolares. construir interpretações sobre o passado
Primeiro, procurou-se incluir a metodologia dentro da escola, 11 e também seives-
dos historiadores nos programas de preocupados com a formação de
estudo; 2 Ao mesmo tempo, atenção professores e o significado atribuído ao
focado no desenvolvimento cognitivo de toria. 12 ensino de história, mas predominam em
pensar históricamente desde una pers- No nosso país, estudos deontológicos
pectiva psicogenética de origen piage- sem bases empíricas sólidas
tiano3 y, a partir de la última década del
século XX , temas como a didática da
5
história, 4 diversas perspectivas socioculturais 6
Barton y Levstik, Ensino, 2004.
Carretero e Castorina, Construção, 2010.
para os processos de ensino e aprendizagem 7
Wineburg, Histórico, 2001.
8
Plá, “Veinte”, no prelo.
9
Vázquez, Nacionalismo, 2000; Galván, “Heróis”,
1
Shemilt, “Formal”, 1976, pp. 1998, e Mendoza, Cultura, 2009.
2 Ibidem. 10
Lerner, “Como”, 1997, pp. 44-53.
3 11
Ballard, Novo, 1971. Plá, Aprenda, 2005.
4 12
Benejam y Pagés, "Ensino", 1997. Trejo, “Ensino”, 2009, pp. 39-44.

Seqüência [163] não. 84, setembro-dezembro de 2012


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rico. 13 Comparado com o que acontece pode-se indagar sobre a construção de


Em outros países como França, Espanha, significados sobre o passado dentro
Inglaterra, Itália, Estados Unidos, Argentina e escola tro.
Brasil, ainda estamos em
uma etapa formativa ou, em qualquer caso,
inicial ou fundacional. Isso se deve à A RELAÇÃO ENTRE PESQUISA
indefinição apresentada no ensino de E ENSINAR
história como campo de pesquisa e
à relação hierárquica que existe no Existe uma lógica binária, no sentido
imaginário dos historiadores entre os Derridiano, 14 entre a pesquisa histórica
pesquisa histórica e ensino profissional e o ensino de história. Assim,
história como práticas de trabalho constrói-se um pensamento dicotômico no
profesional. qual os termos
Neste artigo tento confrontar esses dois são categorizados e definidos em relação a
problemas da seguinte forma: um significante percebido como central.
caminho: definir o ensino de história como
um campo de pesquisa baseado em O centro se constitui como tal, marginalizando
da relação que existe (íntima e estranha aquilo que não coincide com ele, e definindo
ao mesmo tempo) entre a produção de e fixar, de forma mais ou menos rígida, o
conhecimento da historiografia profissional e a jogo de opostos binários. Os opostos
história ensinada muito além do Os binários estabelecem uma ordem conceitual,
fronteiras universitárias. Esta inter-relação classificam e organizam tudo o que existe e
É muito mais complexo do que é acontece no mundo. quinze
tende a assumir, já que pode ser um
trampolim para a problematização do Esta hierarquia de lógica binária é
ensino de história ou constituindo um sério facilmente transferível para o relacionamento
obstáculo ao seu desenvolvimento. Tudo dependeentre as duas práticas fundamentais de
como queremos conceber fronteiras tarefa do historiador, pesquisa
16
aspectos disciplinares da história, sejam eles e ensino. A primeira (pesquisa) é
rígidos, estáveis e claramente definidos ou valorizada como central e a segunda
flexíveis, porosos e indefinidos. para chegar ao meu
14
objetivo analisar a relação binária pesquisa/ Para uma exposição detalhada da lógica binária,
ensino; Eu defino o significante consulte Derrida, Grammatology, 2005.
15
ensinando acima da didática ou Yébenes, Derrida, 2008, p. 152.
16
ensinar história; Aponto o caráter fronteiriço Claro que há também a difusão
da história como uma parte importante da tarefa
da pesquisa em ensino de história; Discuto
historiador profissional. Mas este não evita
algumas categorias analíticas que têm sido
lógica binária em relação à pesquisa, uma vez que
utilizadas para Em princípio refere-se à disseminação do conhecimento
entender o ensino de história profissional, não à construção de diferentes lógicas de
e, finalmente, número de olhares possíveis e significação do passado. Além disso, como será visto
práticas metodológicas a partir das quais Mais tarde, a divulgação e o ensino da história partilham
uma categoria geral que é a dos usos públicos da história.
13 Sánchez, Reencontro, 2004. história.

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(ensino) encontra sua identidade significativa juntos; isto é, além disso os historiadores
em relação a ele. É isso também são filhos de seu tempo, o lugar
geralmente percebe o ensino, em Social implica compromissos económicos,
como prática, apenas como transmissão de sociais e políticos, por isso escrever
resultados de pesquisa da história é forçada a respeitar
historiográfico. Essa percepção leva muitas posições que entram em jogo
algumas consequências negativas para o na interpretação do passado e na sua
ensino de história, como a sua subvalorização representação escrita. Nesse mesmo sentido,
como prática profissional e o lugar social tem sido marcado como
sua negação como objeto de investigação. um espaço asséptico, aparentemente isolado
Uma parte importante da relação binária das suas diversas influências, tão
pesquisa/ensino reside na declara-se neutra, ocultando assim componentes
maneiras pelas quais cada um deles produz básicos da produção de seus
conhecimento histórico. Entre eles estão conhecimento. A segunda característica
semelhanças e diferenças que os unem, mas é que esta aparente neutralidade
que os tornam também particulares. Ele requer um conjunto de regras que permitam e
pensamento de Michel de Certeau pode proíbam, que incluam e excluam, o que pode
ajude-nos a esclarecer esta circunstância. ser considerado pesquisa
Este historiador francês definiu o histórica o no. 18 As condições do local
operação historiográfica como a combinação social determinar de onde o
de práticas científicas, de uma historiador e os regulamentos internos de como
escrita e um lugar social. 17 O primeiro deve fazê-lo.
aspecto refere-se a um conjunto de O México não ficou isento desta
técnicas analíticas (disciplina), a segunda preocupação com a natureza política
trata-se da construção de um texto com passa pela escrita da história. Já
aspectos formais e linguísticos particulares Desde a década de quarenta do século XX,
(literatura) e o terceiro, que é o que Edmundo O'Gorman afirmava que
meinteresaresaltaraquí,alascondiciones
político, socioeconômico e cultural elevação da história à “dignidade de
aqueles em que se desenvolve a pesquisa ciência”, nada mais é do que o refinamento técnico
histórica profissional. de pesquisa que dá origem a uma metodologia
O lugar social em que ocorre renovada, mas que, no entanto,
o conhecimento profissional foi formado […] está toda ella animada e inspirada por
no Ocidente desde o nascimento de os propósitos pragmáticos e de interesse próprio de
disciplinas na primeira metade do século historiador. O que acontece é que o novo
XIX. É parte constitutiva do conhecimento metodologia […] esconde cada vez mais aqueles
19
historiográfico. Sua lógica operacional propósitos.
interno tem, entre outras, duas características
que considero relevantes. O primeiro é Anos mais tarde, seguindo Certeau,
a relação entre o lugar do conhecimento ou lugar Enrique Florescano voltou a levantar a questão
epistemológico com a sociedade como um todo
18
Ibid., pág. 81.
17 19 O'Gorman, Crise, 1947, pp. 41-42.
Certeau, Redação, 2010, p. 68.

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 165


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problema da ligação entre o conhecimento fundamentos históricos dentro da escola


profissional da história, o conhecimento científico tem ligações irredutíveis com a historiografia
e o poder, destacando que a institucionalização profissional, mas também é
da história profissional caracterizado por estar fora dele, possuir uma
Entre suas consequências está o distanciamento lógica diferente e, por isso, suscetível de se
dos acontecimentos presentes pelos historiadores tornar objeto
em busca de de investigação.
de uma “objetividade” nítida, ao ponto de
negar suas próprias formas de produção.
O exposto repensa as funções sociais do NOMEIE UM CAMPO DE PESQUISA
historiador, entre as quais está o ensino de
história, uma vez que “o Apesar da falta de conceituação
condição de uma consciência mais clara do do ensino de história como objeto
Por que a história implica tanto? da pesquisa no México, seu reconhecimento
domínio de procedimentos científicos como parte constituinte da identidade do notório
porque as condições sociais no historiador. Além do mais, o
20
que sua produção seja realizada.” próprio status de emprego dos graduados
Michel de Certeau, apesar de revelar a história exige isso. De acordo com o último
com extraordinária clareza as formas de atualização do Observatório do Trabalho de
produção de conhecimento histórico profissional, o Ministério do Trabalho e Previdência Social
também parece impossível (STPS), 20,7% dos licenciados em História são
romper completamente com a lógica binária de professores de
pesquisa/ensino. Em certos ensino médio, 4,9% trabalham como docente
Quase o mesmo acontece com O'Gorman no ensino médio e 9,9% como professores
e Florescano. No entanto, esses autores estudantes universitários, ou seja, um pouco mais de
Eles nos dão a diretriz para pensar o ensino de terço dos historiadores não sabe
história como uma prática dedicado à pesquisa21 , mas ao ensino, e um
também condicionado por formas particulares quarto o faz longe
ambientes universitários. 22
de produção de conhecimento Para este
sobre o passado, no qual eles entram em jogo trabalho pressionam o imenso
políticas educacionais, memórias coletivas, a maioria dos diplomas de bacharelado da história
múltiplas identidades, posicionamentos as principais universidades estaduais e
práticas historiográficas e docentes na universidade nacional 23 com a ministração
misturar-se na sala de aula para configurar
vários significados para a história. O resultado
21
Apenas 10,7% dos graduados universitários o fazem.
ted, ao contrário do que você pode supor
graus de história.
A lógica binária pesquisa/ensino não é um 22
Além disso, 50% estão na categoria de
conhecimento hierarquicamente inferior ao da
outros e outros 4,5% para o ensino primário e alfabetização.
historiografia.
profissional, mas é simplesmente diferente. Esta
23 A exceção mais relevante é a Universidade
produção particular de conhecimento Universidade Autônoma de Morelos já que outras universidades, como
a Universidade Autônoma da Cidade do México, a
20
Florescano, "Breve", 1997, p. 62. Universidade Autônoma de Guerrero, Universidade

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titulação de disciplinas denominadas didática, pesquisa, ensino e divulgação de


26
ensino ou ensino de história. conhecimento histórico”; já que “a
Além disso, em vários casos, estes assuntos exigência natural do historiador vem
27 Esses
são crimpados com opções de terminal que de ensino e pesquisa”.
incluem tópicos como aprendizagem Três exemplos mostram as oportunidades
a história, os instrumentos de avaliação e profissionais de divulgação, pesquisa e ensino
Habilidades de ensino. 24 Contexto de trabalho para jovens historiadores.
A identidade profissional do historiador joga um O segundo aspecto que pode ser extraído
jogo de vaivém entre o dos perfis de graduação é a concepção de
interior da disciplina voltada para a pesquisa e ensino, didática ou ensino de
o exterior, voltado para a história. A Escola Nacional de Antropologia
ensino. Mas o que está sendo entendido desculpa e história (ENAH) chegou ao fim
para didática ou ensino de história? oferecer aos seus alunos as ferramentas para
Os perfis de graduação dos diferentes que possam “ensinar e transmitir
As universidades são uma boa fonte de conhecimento histórico através
28
procure olhar para as concepções de ensino ou prática docente”, que é traduzido para o
para a didática da história. Dois capacidade de conceber “projetos, programas,
São os elementos que mais aparecem textos, antologias e recursos didáticos de apoio
reiteração. Os primeiros são os campos de ao ensino e
inserção profissional do historiador, ou seja, aprendizagem em instituições de ensino. 29
pesquisa, divulgação e ensino: Na Universidade Autônoma de Chiapas
Procuramos “formar profissionais na (UNACH) a situação não é muito diferente:
campo da história com espírito inovador e crítico O jovem historiador “terá uma formação didática
que, com adesão a princípios que lhe permitirá ingressar na área do ensino
éticos, são capazes de atuar em
nas áreas de pesquisa, ensino e história universal, do México e de Chiapas”,
difusión”; 25 para que o aluno ao final da 30
isto é, você será capaz de “projetar novos
graduação obtenha “conhecimentos teórico- modelos dentro da área de ensino
práticos para a realização de atividades de história, nos níveis básico e intermediário
superior”. 31 Um terceiro exemplo que de-
Universidade Autônoma de Colima, Universidade Estadual de Juárez
mostra a separação entre pesquisas
de Durango, Universidade Autônoma de Coahuila e o e o ensino é apresentado pela Universidade de
Universidade Autônoma de Nayarit, eles não possuem diploma Quintana Roo (UQROO) ao incluir entre
de história. A Universidade Autônoma de San Luis os objetivos do curso para formar
Potosí tem disciplina de Pedagogia do professores no ensino de história e
Ciências Sociais. 24
historiadores capazes de desenvolver pesquisas
A variedade é ampla. Essas universidades
que atualmente têm uma opção de terminal ou área
26
de especialização, entre outras, são a Universidade de UNICACH, Licenciatura, 2011.
27
Sonora, a Universidade de Guadalajara, a Universidade UAS, Bacharelado em História, 2011.
28
Universidade Autônoma de Nuevo León, a Universidade Benemérita ENAH, Licençatura, 2011.
Autónoma de Puebla, a Universidade Juárez del 29 Ibidem.
30
estado de Tabasco e o Instituto Mora. UACH, Licenciatura, 2011.
25
UAC, Bacharelado, 2011. 31 Ibidem.

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 167


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questões históricas, especialmente de história ñado (conhecimento escolar). Esta última


32
regional. refere-se à categoria analítica de
O ensino da história é – no transposição didática cunhada por Yves
33
programas de graduação de universidades Cavallard, que descreve um relacionamento
mexicanas – uma viagem ao campo triangular entre o professor, o aluno e o
trabalho e conhecimento prático e técnico. Este saber. A didática da história seria a conversão
conhecimento não parece exigir reflexão do conhecimento disciplinar produzido
profunda, pois é por historiadores ao conhecimento acessível
na fronteira do conhecimento disciplinar, às vezes para os alunos. Este processo vincula
dentro, muitas vezes fora. Essa carência chama conhecimento histórico, conhecimento pedagógico e
a atenção, se for levada em conta conhecimento psicológico sobre o desenvolvimento cognitivo
que os historiadores têm uma forte nitivo dos alunos. Ensinar é
tradição de reflexão sobre sua prática de centra-se no professor, a didática no
pesquisa graças à teoria da história e da instrumentos mediadores entre o conhecimento
historiografia. Você pode incluir conhecimento sábio e ensinado, então
o ensino de história neste auto- de uma forma ou de outra, tão significativas,
reflexão? Acho que sim e o primeiro passo parecem insuficientes para enquadrar
seria modificar as concepções que em os processos em que a história vive
ocasiões que os historiadores têm sobre o as aulas.
ensinar história. pode ser iniciado A educação histórica , por sua vez, é
discutindo as diferenças entre quatro hoje um conceito que ganhou
termos: ensino, didática, educação força no ensino da pesquisa
histórica ou didática. cada um deles piada da história. No México, a educação
implica diferentes visões sobre as diferentes histórica foi introduzida no
disciplinas educativas, os processos de escolas normais e não em cursos de história.
interação em sala de aula e o papel do Apesar disso, do meu
diferentes conhecimentos disciplinares, especialmente ponto de vista ainda está preso na lógica
especial a história. pesquisa/ensino binário e termina
Ensinar história é um termo sendo mais uma proposta de transposição
raramente e refere-se a ser didática. Em inglês, ensinar é frequentemente
professor, à identidade docente, ou seja, usado como sinônimo.
contém elementos ontológicos e práticos história e educação histórica, mas em autores
facilmente identificáveis. Sujeito destaques como Samuel Wineburg e Peter
central no processo educacional é o professor Sessenta e quatro as diferenças se aprofundam.
e como tal requer conhecimentos disciplinares Ambos, de formas diferentes, se perguntam:
e didáticos específicos, bem como princípios que história na escola para quê?
éticos de comportamento. futuro da sociedade? A grande maioria de
muito particular. Sua relação com o conhecimento pesquisa em ensino de história visa melhorar
a disciplina permanece hierárquica e, portanto, as práticas
geral é um transmissor de conhecimento sábio
(conhecimento disciplinar) saber ensinar 33
Chevallard, Transposição, 1991.
34
Wineburg, Historical, 2001, e Seixas, Theoriz-
32 UQROO, Bacharelado , ing, 2006.

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ética dentro da sala de aula. Por esta razão, ambos linguística específica, relações de poder
Os autores respondem que devemos ensinar dentro da escola e o papel desempenhado
educação histórica, ou seja, todo pelos diferentes sujeitos no processo
de habilidades cognitivas que podem ser educativo. Da mesma forma o passado ou melhor
desenvolvidas através do método científico Os passados que disputam um lugar
do historiador. É uma resposta didática hegemônico nas salas de aula provêm de
baseada em pesquisas sérias e aprofundadas múltiplas fontes, como as metanarrativas36
que demonstraram como esses correntes nacionais, historiográficas, memórias
habilidades (localização espacial e temporal coletivas, histórias locais, culturas juvenis e
da fonte e a contextualização do tradições docentes, entre outras. As relações
documento, entre outros) requerem um hierárquicas que
processo de ensino formal e sistemático, sem ocorrem entre eles não depende da
o qual não são alcançados níveis complexos cientificidade ou não do conhecimento, mas da
de pensamento histórico. Esta afirmação, de sentido escolar que lhe é concedido. A
origem psicológica, é cada vez mais configuração final é uma ação política. Em
mais aceito no ambiente de ensino Em outras palavras, a construção de
da historia; Contudo, ao estabelecer significados sobre o passado no âmbito
como o núcleo da relação pesquisa/pesquisa a escola não é apenas uma prática periférica
ensinando o método do historiador, deixe da pesquisa histórica profissional, mas pode
além dos usos públicos da história ser observado como um
e as várias maneiras de designar o passado conhecimento histórico específico, que
dentro da escola. Tem vínculos com a historiografia profissional,
Ensino, didática e educação histórica mas também se distancia dela.
Existem três campos de pesquisa que Vários podem pular rapidamente
pode ser incluído em um conceito mais argumentos contrários a essas abordagens,
amplo: o ensino de história. Para entre eles a ausência de aprendizagem e o
É preciso olhar para isso sob uma perspectiva problema da horizontalidade
múltipla que desloca a lógica das relações entre o conhecimento científico e
pesquisa/ensino binário. Eu entendo conhecimento não científico. Assim como o
ensinando construção de história conceito de ensino de história inclui
de significados sobre o passado dentro formação de professores, produção de
a escola. Esta construção está localizada, 35 materiais didáticos e a relação entre o
histórica e culturalmente, na qual entra conhecimento historiográfico profissional e
em primeiro plano a instituição escolar que
36
norma e disciplina formas particulares de Lyotard, Pós-modernidade, 2005. Para este autor
pense a história, regras que respondem Em francês, as metanarrativas são “precisamente as
de acordo com o momento histórico às lógicas narrativas que têm uma função legitimadora ou
legitimadora” (p. 31), mas ao contrário dos mitos, “as
curriculares, linguísticas e extralin-
metanarrativas não procuram a referida legitimidade num ato”.
fundação original, mas num futuro que deve ser
35 O situado refere-se ao fato de que todo processo produzir, ou seja, uma ideia a ser realizada” (p. 30). No
de aprendizagem e significado ocorrem nas práticas No sentido de Lyotard, o ensino da história seria
condições sociais específicas que de uma forma ou de outra os tanto uma metanarrativa (a formação do cidadão ideal)
condicionam. e um mito (legitimação numa origem fundacional).

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 169


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história na sala de aula também inclui oeste americano, demonstrou como


aprendendo, mas esse aprendizado é legitimidade concedida a diferentes fontes
localizado dentro de uma instituição específica narrativas secundárias e históricas sobre
que é a escola e regulamenta seu A história americana foi diferente
tempos e seus conhecimentos com a intenção entre estudantes de origem afro-americana e
de ensinar, treinar, disciplinar e outras aqueles de origem caucasiana.
tantas outras coisas. Portanto, a aprendizagem Enquanto o primeiro concedeu o
é condicionada pela instituição. família o primeiro lugar como fonte de
Mas isto, ao contrário do que poderia ser credibilidade das interpretações históricas, para
penso, não nega o papel ativo do aluno na professores da segunda série e para
aprendizagem, pois ao reconhecer fontes primárias na terceira série, os alunos
e validar múltiplos passados que são significados caucasianos colocaram livros de
dentro da escola, ou seja, a horizontalidade texto, professores e livros acadêmicos
(pelo menos conceitual) de como principais referências de legitimidade do
os diferentes conhecimentos históricos, considere conhecimento histórico, “porque
É essencial que a investigação reconheça, por os 'especialistas' escreveram os livros didáticos
exemplo, a cultura jovem e os professores que estudaram na universidade,
como parte do significado do passado são eles que detêm o conhecimento oficial
dentro da escola. 37
sobre o passado.”
Pesquisa em ensino Ou seja, a legitimidade do conhecimento
A história pode ter o propósito de analisar livros histórico disciplinar na escola não é
didáticos, mas exclui os processos de ensino e ministrado apenas pela instituição de ensino, mas
aprendizagem, se não pela estrutura hierárquica do conhecimento
observar os processos de interação dentro da sala dentro da sociedade, mesmo no
de aula. Você pode perguntar sobre conhecimento classe social e o grupo étnico ao qual pertence.
disciplina como forma de pensar, mas fica Isso nos leva a questionar sobre a relação entre
incompleta se não estudar sua relação com as pesquisa e ensino e por que
múltiplas histórias que entram história na escola como um conhecimento mais
em jogo. Você pode observar o desenvolvimento de amplo, condicionado por
habilidades cognitivas, mas empobrece múltiplos fatores que vão além dos limites
sua análise se ela não incluir suas ações em disciplinares.
espaços de ensino específicos. Para O ensino de história, estando em
olhar para esta complexidade, necessariamente em certa medida fora do conhecimento
Devemos repensar as fronteiras disciplinares, disciplinar, se entendido como a construção de
seus métodos e desenhar categorias analíticas significados sobre o passado dentro da escola,
para responder ao objeto complexo. pode ser enquadrado nos usos
38
de estudo que estamos analisando aqui. audiências da história no presente.

37
Epstein, “Sociocultural”, 1997, p. 30.
ENTRE FRONTEIRAS DISCIPLINARES
38 Pesquisa em ensino de história
Como uso da história no presente, afasta-se
Em uma investigação de Terrie Epstein outro campo de pesquisa sobre a história da
realizado em uma escola secundária no meio educação e o próprio ensino da história.

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Esta expressão, propagada pelos escritos de toriografia profissional. Sob este critério
Jurgüen Habermas desde os anos Podemos assumir que os estudantes afro-africanos
década de oitenta do século passado, refere-se a Americanos abusam da história
consciência histórica como responsabilidade ria, porque consideram que os livros didáticos
ética para com o presente e especialmente e a historiografia profissional não conta “toda a
sobre a função social dos historiadores história”43 da escravidão ou
res. 39 A difusão do conceito tentou ser violação repetida dos direitos civis, ou
limitado aos usos políticos da história, entendida que a construção temporal das narrativas
como um olhar investigativo. históricas dentro do Exército Zapatista de
gação na qual torna os contextos políticos e Libertação Nacional e as suas relações com
sociais inseparáveis das formas de organizações comunitárias também estão erradas;
44 enquanto
conhecimento e representação do passado- 40 No entanto, é surpreendente
que
fazer. que a interpretação caucasiana da história na
Esses estudos dão pouca atenção ao escola, baseada na validação do conhecimento
escola, porque se os significados sobre científico e sua
o passado depende dos contextos sociais e A transposição didática é um bom uso de
políticos em que ocorrem, acontece a história. As fontes históricas dentro
o mesmo acontece com os historiadores, com das escolas são muito mais do que a produção
políticos e, claro, com professores de historiadores, mesmo esta
e os alunos, como tão claramente queda a veces en segundo plano. Si quere- mos
41 convertir a la enseñanza de la his-
comprovado Epstein. Talvez esta omissão
se deva ao pouco conhecimento do história em um objeto de pesquisa, mais
contextos de ensino e aprendizagem dentro das além da transposição didática, o
salas de aula, mas também à relação dicotômica formação de identidade nacional ou de-
em que está hierarquizada desenvolvimento de habilidades cognitivas em
um conhecimento sobre outro, como acontece com nossos alunos, é necessário reconhecer
Eric Hobsbawm expressa isso claramente: “Quer outras formas válidas de construção
você goste ou não, historiadores profissionais significados dentro da escola. Se quisermos
produzem o material. permanecer numa posição que
prêmio para não profissionais usarem coloca acima do conhecimento científico sobre o
bem ou mal". 42 passado, pelo menos vale a pena
O ensino de história é uma história Vale a pena tentar, a partir da ciência, aprofundar-
toria não profissional, deslegitimada como se nas formas de construção, boas ou más
produção de conhecimento histórico. Por dependendo de como se deseja julgá-las,
portanto, professores, alunos, pais, funcionários significados sobre o passado dentro
educacionais, bem como não da instituição escolar.
os profissionais, se seguirmos Hobsbawm, Claro que não está sendo negado
utilizam bem ou mal a produção da história. importância e valor da produção
científico, antes, o que proponho é Habermas,
39 “Concerning”, 1988, pp. 40-50. veja o ensino de história como Hartog e Revel, Usages, 2001.
40
41 43
Epstein, Interpretação, 2009. Epstein, “Sociocultural”, 1997.
42 44
Hobsbawm, História, 1998, p. 270. Baschet, "História", 2001, pp. 55-74.

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 171


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uso público da história no presente, com seus dano". 45 As informações são coletadas com
abusos, suas exclusões e suas entrevista em profundidade como a seguinte: “Eu:
democratizando possibilidades. Isto significa que Você se lembra de alguma coisa que aconteceu naquela
devemos investigar as diferentes inter-relações de dia, você sabe alguma coisa sobre a história de 9 de julho?
passados que /L: Mais ou menos/E: O que você lembrar./L:
46 o “E:
são ministrados dentro da escola, para poder “Que durante toda a escola primária eu tive eventos”,
assim entender o que acontece em nossas salas Você diz que antes do país se chamar Argentina
de aula e posteriormente modificar o os indígenas eram argentinos, por quê?/M: Como
práticas de diferentes contextos escolares e o território é
processos de ensino agora Argentina, acho que sempre foi
e aprendizagem. O ensino de história tem Argentina./E: E eram argentinos?
foi tradicionalmente um metarelato, mas mesmo que eles não soubessem disso?/M: Exatamente.” 47
Isto é confrontado na sala de aula, com as Os autores desta e de muitas outras entrevistas
tradições pedagógicas dos professores, a reveladoras concluem sobre o personagem
historiografia profissional, as histórias comunitárias ontológico, territorial e a-histórico do
dos alunos, as formas culturais e história dentro da escola.
históricas de ser adolescentes, finalidades
processos educacionais, de desenvolvimento Mostramos como essa “incorreção”
cognitivo e de escolarização. Em cada sala de aula, em também é produzido, “existe”: revelamos
cada comunidade escolar, a posição hierárquica evidências e analisamos seus traços no plano
ocupada por cada um desses elementos em cognitivo e, finalmente, descobrimos que é
relação aos demais varia e “incorreto” aquilo que, porque está ao serviço
Portanto, a construção de significados sobre o de formação da identidade, dificulta a
passado pode ser diferente. Sem desenvolvimento da compreensão histórica de
Contudo, é notável que os esquemas estudantes e inibe a sua capacidade como
48
interpretações interpretativas da história são necessárias cidadãos políticos.
mas insuficiente. O ensino de história, como objeto
de pesquisa, é O pensamento de Mario Carretero tem
Situa-se entre várias fronteiras disciplinares, razão experimentei um deslize desde o início
pela qual requer uma perspectiva interdisciplinar. desde a última década do século XX até hoje.
Sua perspectiva cognitivista introduziu
Novo exemplo. Em um estudo de aspectos culturais na construção do
Mario Carretero e Miriam Kriger analisam o papel conhecimento histórico dentro da escola,
das cerimônias escolares especialmente em relação à identidade nacional.
na formação da identidade nacional Seu núcleo analítico começa
Na Argentina. Com base na categoria analítica de da psicologia e relaciona-a com a história, o que
representação social cunhada por lhe permite estar constantemente em ambos os
Serge Moscovici, o objetivo é descrever lados das fronteiras.
como as cerimônias escolares, como
prática identitária, “está articulada com a 45 Carretero e Kriger, “Ensino”, 2010, p. 63.
ensino disciplinar da história e intervém na 46
Ibid., pág. 69.
formação do pensamento 47
Ibid., pág. 71.
48
história de estudantes e futuros cidadãos Ibid., pág. 80.

172 SEBASTIÁN PLA


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disciplinas, com notável conforto em os identitários que competem por lugares


a primeira. A relação se estabelece afirmando hegemônicos entre os jovens, muito
que o pensamento histórico não é além dos estados nacionais. Por
um pensamento natural e, portanto, divertido Por último, a pedagogia, claro, não é
ção do ensino de história está em Ele não se limitaria ao que é certo ou errado,
o desenvolvimento de habilidades cognitivas embora às vezes seja difícil para ele fazê-lo.
que permitem ao aluno desenvolver evitá-lo, mas à lógica curricular, ao seu vínculo
pensamento critico. A introdução de com outras disciplinas, à formação docente e
o político (refletido nas cerimônias escolares) às próprias finalidades
são incorreções em comparação com o educação dos sistemas escolares
pensamento histórico “correto”, ou seja, nacional.
os esquemas interpretativos dos historiadores. O ensino de história, entendido
Em última análise, pareceria como uso público (e é quase inerente
que o problema do ensino de história se uso político) da história, rompe com o
resolve com uma boa transposição lógica binária da investigação do passado e
didática. do ensino da disciplina, uma vez que
Mas sua pesquisa revela mais aspectos O conhecimento que entra em jogo na sua
do que a incorreção ou a correção do significação é múltiplo e incontrolável.
pensamento histórico. A partir da análise política para
de o trabalho do historiador. Além disso,
discurso, o político e a política49 são ensinar história envolve estudar o tempo
considerados inerentes à configuração presente a partir de esquemas
discursiva ou aos significados dentro de um perspectivas interpretativas mais amplas do que
organização social. Portanto, as questões aquelas oferecidas pela historiografia profissional. Para o
seriam: que posicionamento político apontar o caráter fronteiriço do ensino de
envolve a história na escola e a de história e apontar o presente como um tempo
pesquisa?Quais são as origens dos de pesquisa, não
significados que ocupam o Pretendo retirá-lo do olhar da historiografia
diversos significantes (indígenas, competências, profissional; Pelo contrário, considero
argentinos) na construção de necessário que os historiadores
significados sobre o passado na escola? observá-lo como um uso da história, cuja
Por sua vez, a teoria da história poderia origem não é necessariamente
ajudar na investigação do artigo a produção de historiadores. A
legitimador dos metarelatos ou da história das implicações desta perspectiva, é a
com letra maiúscula e as pequenas histórias exigência de construção de categorias
ou histórias com letras minúsculas, permitindo analíticas particulares para o ensino de
investigar o conhecimento disciplinar como a história como objeto de pesquisa.
legitimação de um determinado conhecimento
histórico. Ou a antropologia facilitaria questões
sobre culturas TRAÇOS PARA O DESENHO DE CATEGORIAS
juventude, histórias de vida, modelos ANALÍTICAS

49 Para uma maior explicação da situação política e Quando Ronald Evans, após suas observações
política, consulte a próxima seção. sobre as práticas dos professores

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 173


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da história percebeu a estreita relação entre são práticas de ensino, mas também
crenças, lógica curricular, tradições foram abertas discussões sobre o pensamento
historiográfica e a influência das filiações histórico, consciência histórica, definição
políticas existentes, decidiu desenhar uma de noções históricas, narrativa histórica, escrita
tipologia. Ele distinguiu cinco tipos da história em elaula, relação entre ensino de
dos professores: a) o contador de histórias, história e memória coletiva, conhecimento
que considera a narração como parte prévio e
fundamental da transmissão de um representações sociais entre outros. Cada
conhecimento sem problemas do passado um deles é definido a partir das origens
que pouco ou nada questiona o conhecimento diversas disciplinas: as habilidades de
prévio dos alunos; b) o historiador científico, O pensamento, por exemplo, tem uma forte
que promove a ideia de marca da psicologia cognitiva, enquanto a
a história é um problema que se resolve com categoria do pensamento histórico tenta
análise, interpretação e explicação, ou seja, aproximar o que
baseia-se no conhecimento disciplinar; possível à teoria e às práticas de
c) o reformador relativista, que considera historiografia profissional. Obviamente, esta
história como conhecimento central abordagem tem diferentes graus
para a transformação do mundo contemporâneo, e baseia-se em diversas correntes históricas.
razão pela qual é altamente influenciado Muitas vezes, forçado pela
devido à sua posição política ou religiosa; d) o caráter fronteiriço do ensino de
filósofo cósmico, que entende história, posições são combinadas
à história como uma série de padrões e historiográfico e psicológico para definir os
ciclos de progresso e declínio ou, em palavras componentes de um determinado
de Evans, metanarrativas e e) o eclético, que categoria. Em geral, todos eles partem de
pensa que a história deve ser ensinada de ideias bastante claras sobre o que é.
múltiplas maneiras, como contar aconselhável ensinar e aprender dentro
histórias, ser crítico do presente e confiar no da escola. Aqui, dada a extensão do
conhecimento científico para o texto, descreverei a categoria de pensar
formação da identidade individual e historicamente, para depois tentar
coletivo. 50 Embora possam ser identificados trazem à tona outras duas construções
essas práticas e funções de ensino teóricas: o discurso histórico escolar e
de história e às vezes há professores conhecimento histórico escolar .
que preferem um ao outro, é difícil Talvez o estudo mais significativo, embora
classifique cada professor em um, porque não o primeiro, sobre o pensamento
eles passam de um para outro inconscientemente histórico nos jovens foi o realizado
durante seu trabalho docente. por Samuel Wineburg. Este pesquisador,
Além do gosto pela lataxonomia, psicólogo de origem, realiza um exaustivo
que Evans apresenta é a necessidade de estudo comparativo entre jovens
buscar categorias analíticas que nos permitam bacharelado e especialistas (historiadores)
explicar a partir da lógica interdisciplinar no uso de fontes primárias. Por meio
para o ensino de história. Neste caso de uma série de exercícios concentra a
atenção nas habilidades cognitivas usadas
50
Evans, “Concepções”, 1991, pp. 61-94. pelos historiadores para questionar

174 SEBASTIÁN PLA


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53
Alafuente, exercício que os adolescentes não os passados. Joana Pagés, quem pode
fazem. Estas habilidades são a localização incluído neste grupo, publicou um breve estudo
espacial e temporal da fonte; comparativo entre os escritos
a contextualização do documento; o pelo marroquino Mostafa Hassani Hidrisi, o
leitura profunda; a utilização do próprio Suíço Charles Heimberg, os canadenses
conhecimento para interpretar a fonte; Robert Martineau e Stéphane Levesque
a capacidade de destacar silêncios; e a minhas investigações. Todos aceitam que
capacidade de corroborar interpretações com pensamento histórico desenvolvido por
novas fontes. Essas habilidades historiadores é um pensamento complexo
Permitem-nos ir e voltar entre o familiar e o e talvez o mais sofisticado para se pensar
estranho, entre o particular e o passado, tornando-o inútil e até mesmo
o universal. 51 Carretero, resumindo o É difícil tentar tirá-lo das salas de aula. Sem
O pensamento de Wineburg afirma que Contudo, embora seja reconhecido
metodologia como algo importante (Martineau,
para construir um “olhar” histórico, é Levesque), também se destacam
É necessário que estas duas dimensões [o conceituações relevantes, como
familiar e o estranho] entrem em jogo para causalidade, tempo histórico, intertextualidade e
organizar significativamente as relações entre narração (Heimberg, Pagés, Plá) e o peso da
o passado e o presente formando agentes linguagem na
sociais e não espectadores passivos do constituição da epistemologia da história
mundo. 52 (Hassani, Plá, Martineau). Todas essas
concepções, incluindo aquelas originadas pela
Ou seja, estes autores consideram necessário psicologia cognitiva, concentram-se em
desenvolver as competências do em aprender e ensinar
o método do historiador como base para história, permitindo-nos vislumbrar
alcançar o pensamento histórico (administrar o complexidades da construção de significados
estranho e o familiar do passado e sobre o passado dentro do
do presente). Ambos são representativos escola.
daquilo que aqui se chamou de educação Em um esforço para preencher essa lacuna
histórica. Quero lançar a mesa de discussão dois
De outra perspectiva, sem figura categorias analíticas inter-relacionadas que, do
centro tão notório e sem o poder hegemônico meu ponto de vista, nos permitem dar
em pesquisa como o mencionado acima, são os diretrizes para delinear outro olhar sobre o campo
pesquisa em ensino de história. Essas categorias
pesquisadores que relacionam o pensamento são fala
histórico para o desenvolvimento da historiografia histórico escolar e o do conhecimento histórico
profissional, mas a partir de aspectos conceituais escola. Ambos tentam apontar o
e não meramente metodológicos. É características do ensino de história como ação
Isto é, não é tanto uma forma de perguntar sobre política, ou mais precisamente, apontando os
o passado, mas uma maneira de pensar sobre o aspectos políticos e políticos
como características inerentes, na medida em que
51
Wineburg, Histórico, 2001, p. 5.
52 53
Carretero e Krieger, “Ensino”, 2010, p. 59. Páginas, “Desenvolvimento”, 2009, pp. 67-92.

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 175


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pensar que sem ela a história perde o seu são antagônicas, mas ambas são suscetíveis
funcionar no ambiente escolar. Para de serem transformadas em práticas de
Chantal Mouffe, a política ensino diário dentro da escola, dependendo
de momentos históricos
É a dimensão do antagonismo que considero constitutiva e eventos conjunturais de que estamos
das sociedades humanas. falando. Mas há também as posições
nas, embora eu entenda “política” como o historiográficas, as histórias
conjunto de práticas e instituições através informais, a mídia, histórias pessoais e
do qual uma certa ordem é criada, códigos extras
organizando a coexistência no contexto einterlinguística da instituição escolar
54
do conflito derivado da política. que disputam um lugar de destaque
acima dos outros. Para as possibilidades de
Essa organização, essa ordem política, articulação de diferentes significados
se estabelece a partir de relações de poder, sobre o passado dentro da escola, eu tenho
o que resulta em algumas formas denominado discurso histórico escolar.
de exclusão. Chamo as práticas articulatórias do
discurso histórico escolar de conhecimento
Práticas articulatórias através história da escola. o ensino de história
que estabelece uma certa ordem e é a acção política através da qual
o significado das instituições sociais é estabelecido Trata-se de ocultar, mitigar ou excluir
são “práticas hegemônicas” [mas isso os diferentes antagonismos inerentes
ordem] é suscetível de ser desafiado por para interpretações do passado dentro
práticas contra-hegemônicas. 55 da escola. Esta redução de antagonistas
permite-nos ordenar, por exemplo, em
Transferiu os construtos teóricos de a mesma narrativa a figuras históricas
Mouffe para ensinar história antagônicas e até mesmo fazendo-as
consegue entender política como tudo participar da mesma causa. O resultado
aquilo que é capaz de ser articulado em uma Podem ser metanarrativas nacionais
cadeia de significados sobre constituídas por uma epistemologia política.
o passado ou o passado na escola. Mas construções particulares ou muito históricas
Estas visões do passado podem muitas vezes diverso. Mas também são ações políticas
ser antagónicas entre si, por exemplo. a relação binária entre pesquisa e
Por exemplo, a lógica dos ritos escolares, ensino, bem como a mera transposição
baseados em aniversários repetitivos, promove Didática da metodologia da pesquisa histórica
um tempo cíclico do passado, um para as salas de aula. Essa articulação acaba
historia magistra vitae, enquanto a introdução formando conhecimento, mas não como algo
de competências sustentadas incorreto na
na metodologia da história promove relação com a ciência histórica ou com uma
tempos lineares. Essas formas de conceber o democracia ideal ou tentações de usos
56 sino como for-
tempo histórico e o tempo acadêmico políticos da história,
mais particular do passado que eles têm
54
Mouffe, Torno, 2009, p. 16.
55 56
Ibid., pág. 25. Hartog e Revel, Usos, 2001, p. 14.

176 SEBASTIÁN PLA


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têm a ver com a historiografia profissional, mas lares, posições historiográficas, histórias diversas
que também estão fora dela. que são introduzidas no
As articulações do político no sala de aula, se enquadram no ensino de
política da história dentro da escola- termina história. Que relações de poder se estabelecem
referindo-se ao poder e entre psicologia e história
seus mecanismos de inclusão e exclusão. como uma ciência para legitimar certas formas
No ensino de história, o poder mais conhecimento histórico dentro do
pode ser compreendido de uma forma mais sala de aula? Como o contexto cultural influencia
complexo do que uma simples imposição de e histórias locais no significado
versões estaduais da história ou crença de diferentes eventos históricos
que os livros didáticos são os fiéis dentro del aula?, ¿cómo los códigos lin- güísticos
imagem da história que está sendo ensinada. Tem y extralingüísticos son parte de
Tem também a ver com as formas de controlo do a formação de significados sobre
professor dentro da sala de aula, com as suas Como a memória coletiva constitui parte do
estratégias didácticas, com os seus mecanismos de pensamento histórico?
avaliação, fins educacionais, condições materiais dentro da escola? são exemplo de
e gestão educacional questiona que essas categorias analíticas
em que já são realizadas as interpretações eles podem aumentar. Para resolvê-los é
informais de professores e alunos que entram necessário passar ao campo das ferramentas
em sala de aula. O exercício metodologias de pesquisa.
do poder, em suas diferentes ramificações
dentro da sala de aula, acaba selecionando
práticas hegemônicas, mas ao mesmo tempo FERRAMENTAS METODOLÓGICAS
O tempo abre a possibilidade, dependendo das
diferentes conjunturas, de espaços contra- Quando Linda Levstik57 perguntou sobre o
hegemónicos. Seguindo um pouco da sociologia diferentes interpretações sobre o passado
da educação, podemos dizer que Estudantes neozelandeses de origem europeia
ensinar história pode fazer parte e maori, eventos selecionados
de reprodução cultural ou instrumento de acontecimentos históricos que considerou relevantes, aplicou
resistência e educação crítica. uma série de entrevistas, fiz atividades
O poder, entendido em sua complexidade sessões grupais e individuais baseadas em
Como articulador do político na política, tem imagens e análises curriculares desenvolvidas. De
aspectos negativos, mas possibilidades Da mesma forma, Keith Barton58 aplicou uma
construtivas, por exemplo, uma série de entrevistas para comparar o impacto
ensino de história mais democrático. das histórias familiares e dos contextos políticos
As categorias analíticas do discurso histórico e religiosos com a história
escolar e do conhecimento histórico escolar escolaridade das crianças irlandesas. Para entender
permitem-nos formular diversas questões para a construção do pensamento histórico
ensinar história como objeto em adolescentes Samuel Wineburg59 com-
de investigação. Da relação binária pesquisa/
ensino ao exercício do poder dentro da sala de 57 Levstik, "Bem", 1999.
aula por 58
Barton, “História”, 2009, pp. 13-2
do professor, passando por lógicas curriculares 59
Wineburg, Histórico, 2001.

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 177


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interrompeu as estratégias de leitura de fontes processos de ensino e aprendizagem e


primárias entre especialistas e novatos, e Peter outros descontextualizaram as práticas
60
Seixas realizou pesquisas em grande escala para para aprofundar processos cognitivos ou
observe a opinião dos canadenses de representações sociais sobre alguns
sobre diferentes controvérsias historiográficas conteúdos históricos específicos. Para
em seu país. Para explicar a escrita do interpretá-los, foram utilizadas ferramentas
história em sala de aula, construí um tipo ideal metodologias de etnografia, psicologia,
de escrita de história especializada, realizei sociologia, pedagogia, linguística e, claro,
investigações autobiográficas e me baseei história. Mais uma vez, a construção do ensino
na pesquisa-ação como ferramenta metodológica de história como objeto de
que permitiu realizar
61
realizar trabalhos de corte longitudinal. A pesquisa ultrapassa as fronteiras disciplinares
Por sua vez, Isabel Barca, regressando ao da história profissional. Mas
Jürgen Rüsen, constrói outra ideia de narração Ao mesmo tempo, esta variedade de origens
para analisar textos escolares disciplinares, de métodos de interpretação e
na construção da representação de obtenção de dados, e de
62
história universal em Portugal. De igual criação de fontes, refletem a impossibilidade
Dessa forma, a pesquisa em sala de aula de de convertê-lo em um conhecimento disciplinar
Antoni Santisteban transforma a didática em específico, dono de uma língua e
Metodologia de Pesquisa. 63 A história um método particular, isto é, eles afirmam sua
oral tem sido utilizado para compreender o condição inerente ao conhecimento fronteiriço.
impacto da história profissional nas formas Embora indefinidamente ou mais
de pensar e ensinar história no México64 ou bem mutável, de acordo com as relações
nas relações entre memória coletiva fazer entre referente empírico, categorias
65
e ensino de história no Peru. análises, questões de pesquisa e
Cada uma dessas investigações criou metodologia selecionada, ensino
suas fontes baseiam-se em metodologias a história apresenta dois problemas aqui
variadas e provêm de múltiplas fontes básico e um paradoxo. O primeiro assunto
disciplinares. escritos foram usados trata do referente empírico, ou seja, da
escolares, documentos históricos, entrevistas possibilidade de constituir inevitavelmente
em profundidade, questionários extensos as fontes do
escala, planos de estudo, livros didáticos e objeto de investigação. O segundo aspecto
estratégias de ensino, entre outros. Em alguns, fala sobre as ferramentas metodológicas
os contextos de sala de aula do que podem ser utilizadas para
a criação da fonte. No final há um
60
paradoxo entre o ensino de história como
Seixas, Ercikan e Gosselin, “Questionar”, pp.
objeto de pesquisa e como
58-66.
61 prática, à qual os defensores ferrenhos da
Plá, Aprenda, 2005.
62
educação histórica podem ter de responder:
Barca, “Estudos”, 2008, pp. 47-55.
63 Se o método do historiador (seja ele qual for)66
Santisteban, González e Pagés, “Investigação”,
2009, pp.
64 66
Trejo, “Ensino”, 2009, pp. 39-44. A discussão sobre as características
65 particulares do método histórico é longa e demasiado extensa.
Trinity, “Espaço”, 2004, pp. 11-4

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é insuficiente para compreender os objetos mudando ao mesmo tempo seu lugar e sua
doença. 67
processos de ensino e aprendizagem
da história hoje, como é possível
que seja o conteúdo principal do ensino? É Mas este gesto que o historiador faz para
útil ensinar algo que não pode ser preencher e dar forma a ideias ou hipóteses
explique-se? configuradas a priori é precedido por
As fontes de pesquisa em geralmente uma operação técnica: a criação
o ensino de história se aproxima e de arquivos. O historiador reorganiza o que já
Eles se afastam daqueles construídos por estava deixado de lado com
historiografia profissional. Desde o surgimento anterioridade.
da escola dos Annales tudo é O ensino também deixa de lado
capaz de ser história, de se tornar alguma coisa, mas esse objeto difere em
em fonte histórica: documentos oficiais, vários componentes das fontes da historiografia
anúncios, planos de estudo, imagens, pedras, profissional. Também a pesquisa
prédios escolares e da configuração de significados sobre
inúmeros objetos materiais. A este o passado dentro da escola exige
imenso acúmulo de objetos potenciais de um processo técnico que o separa, mas
transformá-los em “documentos”, o Este processo não precede a investigação,
o historiador tenta observá-los de uma forma mas é uma de suas partes constituintes.
original, inovador, através de uma questão de A operação técnica e criação do
investigação. A partir disso e fontes fazem parte do mesmo processo. Em
da ideia, hipótese ou modelo que relacionamento com a fonte o objeto é uma
subjacente, o historiador inicia um processo interação que está ocorrendo ou pelo menos
de seleção, uma isso simplesmente aconteceu, não que tenha
acontecido. O que se estuda faz parte de um processo histórico
gesto de pôr de lado, de reunir, de converter isso não terminou. Daí a sua condição
em “documento” alguns objetos distribuídos inalienável da situação. Mas não só
de outra forma […] Na realidade consiste Que, ao estudar o uso da história na
na produção dos documentos do fato o presente dentro da escola o que
coletar, transcrever ou fotografar o dito pesquisador tem que separar não são alguns
vestígios de outros para transformá-los em
expor aqui. Basicamente, os autores se concentram na documentos, mas deve deixar de lado
análise de fontes primárias e de textos geralmente o que te interessa numa referência instantânea
escritos. Contudo, é inevitável lembrar e que tem grande probabilidade de não deixar
o tom irônico com que Hyden White definiu o marca, de não terminar
método dos historiadores do século XIX que, entre em qualquer arquivo. Esta referência oferece
ciência e arte, “consiste no estudo de alguns
inúmeras fontes: as mais óbvias e as
línguas, em trabalhar e viajar através de arquivos, e em
os últimos são os livros didáticos e
execução correta de alguns exercícios que
familiarize-se com livros e períodos em sua área. Para o
os planos de estudo, talvez com sorte
alguns cadernos de estudante, mas o mais rico
outros, uma experiência geral dos assuntos humanos,
leituras em campos periféricos, autodisciplina e horas são os momentos
na área de trabalho é tudo o que é necessário.” Branco,
67
“Peso”, 1982, p. 23-3 Certeau, Redação, 2010, pp. 85-8

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 179


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da interação de conhecimentos e da produção Como converter um assunto em fonte?


de interpretações sobre o passado dentro da Como converter situações de sala de aula
escola, seja por meio Na referência empírica: Como transformar
escrita, isto é, através da oralidade uma estratégia didática e seus produtos em
dentro da sala de aula. No primeiro caso, o fontes de pesquisa? O
fonte é sempre o sujeito (professor, aluno, pedagogia, psicologia, psicanálise, história
etc.) que produz significados oral e etnografia poderiam
sobre o passado e, em segundo lugar, sobre dê-nos uma resposta, embora, claro,
a instituição e suas práticas e objetos. Eles não são os únicos. Apesar de sua pluralidade
Assim como na pesquisa historiográfica, metodologia, considero três como as mais
o que interessa ao pesquisador relevante: observação etnográfica para
Está atrás da fonte. Por exemplo, sim compreender como a instituição limita,
Nossa questão de pesquisa concentra-se nas prescreve, proíbe e legitima certas formas de
relações entre as versões interpretação do passado dentro
familiar da história e da história escolar, a da escola; a entrevista aprofundada
informação não é colocada em um entender como alunos e professores
documento; é, digamos assim, dentro entendem e querem dizer
do assunto e portanto deve ser extraído história dentro da escola; e pesquisa didática,
através de instrumentos específicos. ou seja, a produção
Da mesma forma, se o interesse do aluno de fontes (por exemplo, a redação do
estiver nas formas de legitimação da história como parte da construção do
conhecimento histórico dentro da sala de aula, conhecimento histórico escolar), de
os “dados” são encontrados nos mecanismos de do uso deliberado de estratégias de ensino.
avaliação, nas formas de controle e na É óbvio que se o meu interesse for
o papel desempenhado pelo livro didático. livros didáticos ou planos curriculares
Ou se quisermos estudar as relações Estas ferramentas metodológicas não servem
temporais entre o tempo do ciclo escolar e o para nada, mas o que me interessa é
tempo linear da história escolar, nossas é o impacto de uma reforma curricular
fontes podem ser os aniversários, o na sala de aula ou interação entre os alunos
rituais escolares e noções de tempo e livro didático em contextos escolares, essas
história que professores e ferramentas metodológicas assumem
estudantes. A construção da fonte depende, novamente validade. É necessário lembrar
tanto da pesquisa no ensino de história quanto que a metodologia está condicionada
da história para a referência empírica, as questões
escrita profissional, sua relação com pesquisa e categorias teóricas
Questões de pesquisa. No entanto, por se usado. O que é relevante aqui é o
tratar de uma fonte tão passageira, por exemplo distanciamento do metodológico na
oralidade dentro da escola, não há ensinando história com história
operação técnica nos termos de Certeau, escrita profissional, pois é através
que os coloca de lado diante do metodologia que realiza a operação técnica
investigador. Esta criação de fonte de reserva e constituição do
requer metodologias de fonte diretamente da referência empírica
as ciências humanas e sociais. estudada e não de seus vestígios.

180 SEBASTIÁN PLA


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Pode-se afirmar que a investigação do uso Podemos definir um campo de pesquisa


público da história dentro da escola já possui complexo e inexplorado no México.
um processo para O ensino de história, como objeto de pesquisa,
a priori de deixar de lado a fonte no momento refere-se à
em que limitamos a investigação a interações complexas de significados
realidades escolares. No entanto, isso sobre o passado que ocorre dentro do
declaração – que à primeira vista parece escola. O resultado é conhecimento
estar um pouco certo – é incorreto, uma vez que o história escolar que não equivale ao
A escola não separa objetos para preservá- conhecimento profissional, mas isso não significa que seja
los, como seria o caso de um arquivo, mas é falso ou incorreto. Ele é dono de uma
parte constituinte da configuração de epistemologia particular.
significados sobre o passado dentro de um Investigue esta epistemologia
área especifica. A instituição é quem requer categorias analíticas variadas e
Regula o passado e suas formas de ensino. É ferramentas metodológicas que são
por isso que é mais a referência empírica Eles se aproximam e se afastam ao mesmo
aquela parte da operação técnica do tempo da historiografia profissional. Isto é porque
investigação. Sem isso, não poderíamos falar ensinar história nunca perde
ensinando história como tem sido sua ligação com a produção do conhecimento
compreendido ao longo deste artigo. histórico dos historiadores, mas
tomando fontes teóricas e metodológicas
isso o sobrecarrega muito. Assim, psicologia,
O ENSINO DA HISTÓRIA etnografia, pedagogia e
COMO OBJETO DE PESQUISA a história oral, entre outros, fornece elementos
para criar fontes caracterizadas por sua
O lugar que um campo de pesquisa ocupa transitoriedade e oralidade, ao mesmo tempo
dentro do espectro de uma disciplina está que oferecem ao pesquisador uma série de
intimamente ligado ao ferramentas metodológicas (como
hierarquias que ocorrem dentro. No entrevista em profundidade, observação
caso do ensino de história, tem sido etnografia e intervenções didáticas) para
pude observar como a lógica binária interpretá-los. Esta condição
pesquisa/ensino que existe em imposta pelo referente empírico facilita a
a identidade dos historiadores, deixa pesquisa em ensino
este último em lugar marginal em relação ao a história pode ser catalogada por
primeiro, apesar de fazer parte muitos como ecléticos, isto é, frágeis e
constitutivo das práticas do pesquisador. Como sem apoio disciplinar. No entanto, isso
tal, não é considerado digno variedade metodológica e teórica oferece
a ser investigado, uma vez que se trata apenas do antes a oportunidade de criar modelos
transmissão de conhecimento acadêmico para interpretativa complexa e congruente
massas desinformadas, sem pensamento sob estreita vigilância epistemológica que
histórico e conhecimento “verdadeiro” sobre o melhor explica a história nos ambientes
passado. Contudo, quando tentamos romper escolares.
com a lógica binária e O ensino de história, como
ver além da transmissão do conhecimento, uso público da história no presente,

O ENSINO DE HISTÓRIA COMO OBJETO DE PESQUISA 181


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É uma ação política. Desistir da pesquisa -Roadman, Mario e Joseph A. Castorina, O


sobre suas características significa construção do conhecimento histórico. Ensino,
deixar de fora da reflexão historiográfica narração e identidades, Paidós, Argentina, 2010.
para o principal espaço de socialização do -Carretero Mario e Miriam Kriger, “Ensinar História
conhecimento histórico, bem como o local e Identidade Nacional através das Efemérides
onde outras formas de interpretar o passado Escolares” em Mario Carretero e José A. Castorina, A
são sistematicamente construídas. Construção do Conhecimento Histórico. Ensino,
Mas acima de tudo, elimina uma possível Narrativa e Identidade, Paidós, Argentina, 2010, pp.
autorreflexão sobre uma parte constitutiva da 54-8
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