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ENSINO DE HISTÓRIAE O CONHECIMENTO HISTÓRICO
CONTEMPORÂNEO
1.ENsINO DE HIsTÓRIA: sABER HIsTÓRICO EsCOLAR; sELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO
DE CONTEÚDOs HIsTÓRICOs; METODOLOGIAs DO ENsINO DE HIsTÓRIA; E TRABA-
LHO COM DOCUMENTOs E DIfERENTEs LINGUAGENs NO ENsINO DE HIsTÓRIA
Professor(a), este primeiro tópico do edital foca na prática mesmo do nosso ofício, des-
tacando as diferenças entre o saber histórico acadêmico e o saber histórico escolar, como
selecionar e organizar os conteúdos a serem trabalhados, as metodologias que podem e/ou
devem ser aplicadas no processo de ensino/aprendizagem da história e a utilização de docu-
mentos na prática do ensino.
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O aumento do fluxo de dados a partir da popularização da internet criou uma expectativa posi-
tiva de que o acesso à rede mundial de computadores possibilitaria a democratização da informa-
ção. De fato, hoje, “dar um google” permite acessar informações antes somente encontradas em
bibliotecas, o que contribui e muito para a realização de pesquisas no processo de ensino aprendi-
zagem. Contudo, há um verdadeiro bombardeio de conteúdos sobre as pessoas cotidianamente.
Parte deles produzidos, inclusive, pelos próprios usuários e propalados por algoritmos de inteligên-
cias artificiais. Evidencia-se, portanto, a interferência das redes sociais e das mídias tradicionais na
formação de conceitos caros à História. Daí o revisionismo e a propagação do senso comum.
A instituição escolar possui certa autonomia em relação à demanda social que legitima sua
função. Os professores elaboram seus instrumentos de trabalho, suas modalidades de interven-
ção, suas práticas profissionais que constituem uma cultura própria da escola. A aceitação da
existência de uma cultura própria da escola levou a aprofundamentos a respeito do ensino das
disciplinas escolares e a formas pelas quais se apresentavam, originando a discussão sobre a
transposição didática, isto é, a origem e a transformação do saber para que ele seja ensinado.
O saber histórico escolar é um conjunto de saberes que os professores ensinam em sua
atividade docente, partindo de um paradigma no qual ele é agente produtor desse saber, mas
dentro da especificidade da experiência educativa escolar. Um saber que se difere do saber
científico de referência, uma vez que é criado a partir das necessidades e injunções do proces-
so educativo.1 É constituído pelos materiais didáticos e as diversas formas de comunicação
escolar apresentadas no processo pedagógico.
Produzido na escola, visa o protagonismo do aluno que carrega consigo toda a influência
conceitual/cultural que recebe no cotidiano também fora da escola. É um saber que leva em
conta a realidade do aluno que, por sua vez, deve nele encontrar significado e significância.
O objetivo da História na escola não é “transformar os alunos em mini-historiadores
profissionais”:
É ajudá-los a perceber como as interpretações históricas são baseadas na evidência, que as explica-
ções não são o mesmo que afirmações factuais singulares, e que está na natureza da história haver
diversas versões do passado, embora nada disto signifique que a História é apenas uma questão de
opinião. A formação histórica revela e define fundamentalmente os procedimentos da consciência
histórica ou conhecimento histórico dando algumas indicações básicas sobre se dá essa formação:
em todos os processos de aprendizagem que tem a história como objeto e que não se destinam, em
primeiro lugar, à obtenção de competência profissional. Trata-se de um campo a que pertencem
inúmeros fenômenos do aprendizado histórico: o ensino de História nas escolas, a influência dos
meios de comunicação de massa e os fatores da vida humana prática (família, instituições e cole-
gas), entre outros.2
1 MONTEIRO, Ana Maria. “A história ensinada: algumas configurações do saber escolar”. In: . HISTÓRIA & ENSINO.V. 9,
Revista do Laboratório de Ensino de História da Universidade Estadual de Londrina. Londrina: Editora da UEL, 2003. p. 9-35.
2 ABUÃ, Kalia Maria. Processos de construção do saber histórico escolar. In: . HISTÓRIA & ENSINO, Londrina, v. 11, jul.
2005 p. 26.
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Se os alunos elaborarem conceitos apenas de acordo com sua experiência vivida, se não
tiverem a possibilidade de vivenciar movimentos e conceitos históricos, colocados em ques- tão
na sala de aula, não formalizarão o conhecimento histórico. Os indícios fornecidos pelos textos
históricos, sejam eles o texto expresso pelo professor, pelo manual didático, ou pela utilização
de outras fontes, se concretizam no momento em que outros elementos da apren- dizagem
entram em jogo, como analogia e a empatia. Nesses termos, a utilização das mais variadas
fontes, como veremos no tópico 1.3 desta aula, oportuniza ao aluno compreender como o
conhecimento histórico é construído.
As novas propostas curriculares, nesse sentido, objetivam desenvolver nos alunos um co-
nhecimento do tempo histórico não limitado do tempo cronológico, sugerindo a análise da histó-
ria local ou da “história do lugar”. Pretende-se, assim, estabelecer analogias entre o mais próximo
e a história nacional, regional e geral ou mundial. Ainda, propõe a apresentação do conteúdo por
meio de problemas, questões situadas no presente vivenciado, de modo a buscar respostas no
passado e dar ao aluno a compreensão de que o estudo da História favorece a leitura e o conhe-
cimento sobre a sociedade atual. Noutros termos, possibilitando desconstruir a ideia de que a
disciplina de História trata apenas do passado e não se relaciona ao real vivido pelos alunos.
O conhecimento científico e o conhecimento escolar se cruzam na escola. É no ambiente
escolar que os alunos apreendem maneiras de pensar o passado e os ajudarão a se orientar
no tempo com suas vivências como seres temporais.
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DICA
PCN x DCNs: Os PCNs são apenas referências curriculares,
en- quanto as DCNs são leis, dando as metas e objetivos a
serem buscados em cada curso.
3 Novo Ensino Médio. Itinerários Formativos: Ciências Humanas e Sociais aplicadas. Publicado em 29/06/2021 às 15h40.
Atualizado em 12/07/2021 às 10h36. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/novo-ensino-medio/itinerarios-formati- vos-
do-novo-ensino-medio/ciencias-humanas-e-socias-aplicadas. Acesso em 04/10/2021.
4 Ministério da Educação: BNCC. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_ver-
saofinal_site.pdf. Acesso em 04/10/2021.
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No Ensino Médio, o aluno estudará Ciências Humanas e Sociais Aplicadas por meio de
um olhar articulado da Filosofia, Geografia, História e Sociologia. Sendo o aprofundamento
de conhecimentos estruturantes para aplicação de diferentes conceitos em contextos sociais e
de trabalho, estruturando arranjos curriculares que permitam estudos em relações sociais,
modelos econômicos, processos políticos, pluralidade cultural, historicidade do universo, do
homem e natureza, dentre outros, considerando o contexto local e as possibilidades de oferta
pelos sistemas de ensino.
Nesse contexto, portanto, no Ensino Médio o estudante desenvolverá capacidade de esta-
belecer diálogos entre indivíduos, grupos sociais e cidadãos de diversas nacionalidades, sabe-
res e culturas distintas. Elemento essencial para a aceitação da alteridade e a adoção de uma
conduta ética em sociedade. Para tanto, define habilidades relativas ao domínio de concei- tos
e metodologias próprios dessa área. As operações de identificação, seleção, organização,
comparação, análise, interpretação e compreensão de um dado objeto de conhecimento são
procedimentos responsáveis pela construção e desconstrução dos significados do que foi se-
lecionado, organizado e conceituado por um determinado sujeito ou grupo social, inserido em
um tempo, um lugar e uma circunstância específicos.
De posse desses instrumentos, espera-se que os jovens elaborem hipóteses e argumentos
com base na seleção e na sistematização de dados, obtidos em fontes confiáveis e sólidas. A
elaboração de uma hipótese é um passo importante tanto para a construção do diálogo como
para a investigação científica, pois coloca em prática a dúvida sistemática – entendida como
questionamento e autoquestionamento, conduta contrária à crença em verdades absolutas.
Nesse sentido, a Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas favorecerá o protagonismo
juvenil, investindo para que os estudantes sejam capazes de mobilizar diferentes linguagens
(textuais, imagéticas, artísticas, gestuais, digitais, tecnológicas, gráficas, cartográficas etc.),
valorizar os trabalhos de campo (entrevistas, observações, consultas a acervos históricos etc.),
recorrer a diferentes formas de registros e engajar-se em práticas cooperativas, para a
formulação e resolução de problemas.
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Veja um mapa mental com os preceitos da BNCC para a História. Dê um zoom porque são
muitas informações condensadas, mas são fundamentais para que internalize o necessário à
realização da prova:
Figura 1https://www.mindmeister.com/pt/1274984431/preceitos-da-base-nacional-comum-curricular-bncc?fullscreen=1
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são dos conteúdos da História. Além disso, ela é criticada por ser eurocêntrica e focar apenas
nos aspectos e acontecimentos diretamente relacionados ao continente europeu. Atualmente,
existem historiadores que debatem alternativas ao uso excessivo da cronologia como ferra-
menta de ensino e estudo da história.
Com a implementação do Novo Ensino Médio, em 2022, o professor de História deverá
construir o currículo com base nos chamados itinerários formativos (linguagens e suas tecno-
logias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências hu-
manas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional) de maneira interdisciplinar com
as outras Ciências Humanas (Geografia, Filosofia e Sociologia). Isso demandará a organização
do currículo por eixos temáticos, limitando a utilização da divisão clássica da História.
Como vimos no tópico anterior do edital, nem tudo o que é produzido no campo da ciência
é ensinável. Dito assim, a tentativa de “transportar” pesquisas desenvolvidas mais recente-
mente nas universidades para a sala de aula pode se revelar incompatível.
Nesses termos, a História Temática busca a quebra da linearidade ilusória dos modelos
tradicionais e a estruturação do conteúdo em torno de temas: conceitos, visando adaptar as-
suntos aos interesses e necessidades dos alunos e, não menos importante, desenvolver uma
concepção de História. Dessa maneira, evita-se ensinar um currículo exaustivo de toda a Histó-
ria. Com a História Temática, para atingir os objetivos cognitivos deve se fazer recortes temá-
ticos que encontrem significado e significância na vida do estudante.
A premissa da História Temática, portanto, é de que, se não há logro em ensinar TODA a
História, a compreensão de conceitos, temáticas, processos históricos, diacronia e sincronia
são importantes para que o aluno consiga ler informações históricas no futuro, ainda que não
tenham sido tratadas durante a educação básica.
A partir de um eixo temático ou tema gerador, o ensino de história modifica a concepção de
tempo tradicional, cientificista, segundo a qual é necessário conhecer os fatos tal qual eles re-
almente aconteceram. Nesse sentido, a ciência histórica ganha maior valor, pois não se limita à
memorização de fatos. Antes, focaliza no processo histórico, nas permanências e rupturas, na
capacitação do aluno em ler e debater a história de posse de ferramentas conceituais.
Outra possibilidade de seleção de conteúdos se dá com a História Regressiva. Muito uti-
lizada nos primeiros ciclos do ensino fundamental, entende que é o presente que determina o
estudo do passado, buscando as origens dos processos que interferem no presente. Tomando o
aluno como centro da experiência, trata de assuntos que lhe interessam, de uma realidade
específica que explica sua própria vida e os fenômenos que a afetam.
Tomando a História através de eixos temáticos, oportuniza-se o recorte de conteúdos que
se aproximam mais dos alunos do que a História linear da divisão clássica: sobre a historiogra-
fia pode-se trabalhar temas como o cotidiano, o imaginário ou a história local; se o recorte for
político, por exemplo, pode-se trabalhar o multiculturalismo, a cidadania, o racismo, etc. Ainda,
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se a opção for por trabalhar conceitos, pode-se analisar a temporalidade, o passado como
construção do presente ou as diacronias nos processos históricos.
Com o Novo Ensino Médio sendo implementado em 2022, a linearidade perderá espaço, já
que o trabalho se dará em conjunto com as outras disciplinas das Ciências Humanas através
de “eixos formativos”. É preciso, nesse sentido, para uma boa escolha dos conteúdos a serem
ministrados, um compromisso com os alunos, motivo principal de todo o processo de ensino/
aprendizagem. Cabe aos professores, portanto, através de suas práticas na seleção dos conte-
údos, serem os sujeitos da mudança a que as DCNs e a BNCC elencam.
As escolhas dos livros didáticos se dão pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático
(PNLD), com participação dos professores das escolas públicas. Desenvolvido pelo governo
federal brasileiro, atende escolas públicas de educação básica. Seu objetivo é disponibilizar
livros e materiais didáticos de qualidade de forma gratuita para as instituições de Educação
Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e Ensino Médio.
Errado.
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-metodológica que o professor terá subsídios para construir uma prática pedagógica significa-
tiva para o aluno5.
Contudo, independentemente das opções teórico‐metodológicas, há consenso em torno do
tempo, do homem e do espaço como elementos fundamentais para que a história ocorra,
condição essencial para que o conhecimento histórico seja produzido. Nesses termos, é im-
prescindível que esses conceitos sejam trabalhados.
No caso da metodologia de ensino da História, ela se relaciona com a História enquanto
ciência e as ciências pedagógicas. Assim, a edificação do ensino de História tem sua origem
na metodologia da história. O que as difere, como vimos, é que os procedimentos metodológi-
cos se dão em conjunto com os alunos com objetivos delimitados visando a compreensão do
processo de construção desse conhecimento.
Para tanto, grosso modo, é preciso seguir alguns passos, quais sejam:
• Elege-se uma problemática (tema, período histórico);
• Tem-se o tempo como categoria principal (como o assunto em estudo foi enfrentado
por outras sociedades);
• Dialoga-se com o tempo por meio das fontes (utiliza-se o livro didático, mapas, imagens,
músicas, documentos);
• Utilizam-se instrumentos teóricos e metodológicos (conceitos, formas de proceder);
• Constrói-se uma narrativa/interpretação/análise (pede-se um texto, um debate, uma peça
teatral, uma redação, uma prova).
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• Imaginação;
• Empatia e Sensibilidade: análise de obras artísticas, filmes, teatro.
Para preparar uma aula de História, o professor deve se atentar às exigências pedagógicas
como os aspectos lógicos do conteúdo, os aspectos psicológicos que estimulem a capaci-
dade cognoscível do aluno, os aspectos pedagógicos ligados à seleção do método de ensino
adequados a aula.
Assim, ainda merece destaque que existem 4 tipos de aulas de história:
• Aula de preparação e introdução de conteúdo;
• Aula de apresentação de novos conteúdos (aula nova);
• Aula de consolidação;
• Aula de controle/Avaliação.
O ensino de História pode contribuir para o desenvolvimento pessoal e social do indivíduo não ape-
nas pelo conteúdo formativo do saber histórico, mas também pela metodologia adotada. Práticas
educativas apoiadas em metodologias implicativas que apelem à participação ativa do aluno como
sujeito que aprende, tais como o ensino pela descoberta a partir da análise e crítica de fontes, o tra-
balho de projeto centrado em problemas, o estudo independente e outras práticas autorreguladoras
de aprendizagem contribuem para o desenvolvimento do raciocínio crítico e da autonomia pessoal
do aluno, que são componentes essenciais da educação cívica.6
O ensino de História, em nossos dias, não pode se restringir ao chamado “giz e lousa”.
Nosso aluno é fruto da sociedade midiática, convive com a informação rápida da Internet e o
bombardeio de imagens oriundos da TV. Não se trata de “aposentar” o livro ou a exposição oral,
mas, sim, de atualizar os instrumentos e a linguagem para que se possa, de fato, estabelecer
um vínculo de comunicação com os educandos.
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damentais para que a história ocorra, condição essencial para que o conhecimento histórico
seja produzido. Esses elementos indispensáveis à história são
a) a divindade, o acaso e a intencionalidade.
b) a vontade, a coragem e a consciência.
c) o homem, o tempo e o espaço.
d) o tempo, a natureza e o divino.
e) o espaço geográfico e a reflexão.
Não há como realizar uma investigação histórica sem que haja esses três elementos.
Letra c.
O objetivo central do uso de novas estratégias, em sala de aula, deverá sempre ser a busca
por uma linguagem que possibilite uma melhor compreensão das dimensões da problemática
histórica pelos alunos.
A metodologia e os recursos usados no ensino de História devem oportunizar ao aluno a
percepção de que a História é social, coletiva, uma produção humana, e que o professor é um
mediador no processo de elaboração conceitual do educando. Ademais, possibilita ao aluno
compreender como se produz o conhecimento histórico.
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Muito fácil. Essa é pra gabaritar. A adoção de outras fontes para o trabalho didático não exclui
a utilização do livro didático, de mapas ou de aulas expositivas.
Letra a.
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dições que fundaram aquela civilização. Portanto, escreviam história. Todavia, o processo de
escrita esteve relacionado com a mitologia, com uma narrativa do sobrenatural.
Somente com os gregos Heródoto e Tucídides é que a história ganhou uma organização
sistemática. O objetivo dos primeiros historiadores gregos era não deixar os fatos e feitos de
sua época caírem no esquecimento, como defendeu Heródoto, o pai da história.
Herdeiros culturais dos gregos, os historiadores romanos desenvolveram sua própria histo-
riografia. Entre eles, destaque para Cícero, Políbio e Tácito. Esse último, inclusive, mencionou
em uma de suas obras a presença de Jesus de Nazaré na Palestina, província do Império Ro-
mano na época. Os judeus, por sua vez, desenvolveram sua historiografia com Flávio Josefo,
autor da História Hebraica. Ainda na antiguidade, o cristão Eusébio de Cesareia escreveu a
História Eclesiástica. Na Idade Média, houve uma historiografia cristã, ligada à Igreja
Católica, uma historiografia islâmica e uma historiografia renascentista, como a produzida
por Maquia- vel e Guicciardini.
Contudo, somente a partir do século XIX é que a história passou a ser considerada uma
disciplina dita científica, com métodos próprios e com a particularidade de sua escrita.
Desde a Idade Moderna, na Alemanha, a história já estava presente nas universidades. Des-
se modo, surgiram trabalhos que reuniam e transcreviam as fontes de maneira sistemática.
É o caso do “Monumenta Germaniae Historica”, a partir de 1819. A partir de então, a
história ganha uma dimensão erudita, pretendendo rivalizar com as demais ciências.
Na França, a história foi tratada como uma disciplina intelectual distinta de outros gêneros
literários desde o começo do século, quando os historiadores se profissionalizaram e funda-
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ram os arquivos nacionais franceses (1808). Em 1821, fundou-se a “Ècole nationale des
Char- tes”, primeira grande instituição para o ensino da História no país.
O historiador positivista francês Fustel de Coulanges, em 1860, escreveu que “a história
não é uma arte, é uma ciência pura, como a física ou a geologia”. Nesses termos, o desenvol-
vimento da ciência histórica esteve marcado pela influência das ideologias em voga no século
XIX, como o liberalismo de Alexis de Tocqueville e François Guizot. Também fora influenciada
pelo nacionalismo e pelo racismo do darwinismo social e da “missão civilizadora” que “justifi-
cou” a corrida imperialista.
Diante dos conflitos que levaram às unificações italiana e alemã, Coulanges e Mommsen
buscaram encontrar as qualidades de seu povo com a fundação das grandes histórias nacio-
nais. Michelet, por seu turno, contribuiu igualmente para a definição da nação francesa contra a
ditadura dos Bonaparte, em sua “História da Revolução Francesa” (1847-1853). A partir da
Terceira República Francesa (1870 e 1940), o ensino da História foi utilizado como instrumento
de propaganda para formação dos cidadãos.
Portanto, é no século XIX que ocorrem as mudanças mais significativas, pelo menos até
então, na maneira de conceber a história e escrevê-la. Aliás, tenho que destacar que as bancas
focam suas questões sobre historiografia a partir da elevação da História à categoria de ciência
acadêmica no século XIX, o que ganha maior notoriedade com o alemão Leopold Von Ranke.
Adepto das análises e das racionalizações do positivismo de Auguste Comte (fundador da so-
ciologia), seu lema era “escrever a História tal como foi”. Criticou a chamada Filosofia da histó-
ria, particularmente a praticada por Hegel, afirmando que a mesma ignorava o papel do agente
humano na história. Contudo, a metodologia de história encabeçada por Ranke sofre críticas por
negar a reflexão sobre as fontes. Apesar de desenvolver uma sistematização racional e necessá-
ria das fontes, se limitava às suas descrições, sem que houvesse uma discussão sobre questões
econômicas, políticas e/ou sociais do contexto em que estas fontes foram produzidas.
Por tal constatação, o historiador e cofundador da Escola dos Annales, Fernand Braudel,
considerou as ideias de Ranke ingênuas, tediosas e ultrapassadas.
Outro nome importante e que é muito cobrado nas provas de concursos é o de Karl Marx. O
filósofo alemão baseou sua explicação histórica para as relações sociais em pilares economi-
cistas. Para explicar o impacto da economia na vida social, Marx utiliza-se de ferramentas como o
materialismo histórico dialético. Esse método é caracterizado pelo movimento do pensamen-
to através da materialidade histórica da vida dos homens em sociedade, isto é, trata-se de des-
cobrir (pelo movimento do pensamento) as leis fundamentais que definem a forma organizativa
dos homens durante a história da humanidade. A essas formas de organização, relacionadas à
maneira como o homem modifica o ambiente através do trabalho no tempo e no espaço para
sua sobrevivência, Marx chamou de modos-de-produção: comunal, asiático (servidão coletiva),
escravista, feudal, capitalista. Ainda, propôs que os operários tomem os meios-de-produção
(ferramentas, fábricas, matéria prima…) e implantem uma ditadura do proletariado, num modo-
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No ano em que a revista foi lançada, a situação europeia não era das melhores, pois havia
uma grave crise econômica e política, como reflexo do fim da Primeira Guerra Mundial. Após o
hiato da Segunda Guerra Mundial, Fernand Braudel continuou a editar a revista e recorreu, pela
primeira vez, à geografia, à economia e à sociologia para desenvolver a sua tese de “economia-
-mundo” (o exemplo clássico é “O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico na época de Filipe II”).
O papel do testemunho histórico muda com a Escola dos Annales: permanece no centro das
preocupações do historiador, mas já não é o objeto, senão o que se considera como um útil para
construir a história e que pode ser obtido em qualquer domínio do conhecimento. Uma conste-
lação de autores mais ou menos próximos à “Annales” participa dessa renovação metodológi-
ca, que preenche as décadas centrais do século XX (Georges Lefebvre, Ernest Labrousse).
A visão da Idade Média mudou completamente após uma releitura crítica das fontes, que
têm a sua melhor parte justamente no que não mencionam (Georges Duby). Privilegiando a
longa duração ao tempo curto da história dos eventos, muitos historiadores propõem repen- sar
o campo da história a partir dos “Annales”, entre eles Emmanuel Le Roy Ladurie ou Pier-
re Goubert.
Querido(a), a Escola dos Annales rompeu com a pretensão positivista de limitar a escrita da
história ao relato de fatos. Dessa maneira, abriu-se um leque de possibilidade de investigações
como descreve a afirmativa.
Certo.
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Outros historiadores franceses, alheios aos “Annales”, que também se destacaram na nova
história são Philippe Ariès, Jean Delumeau e Michel Foucault. Este último, nas fronteiras da
filosofia, descreve a história dos temas da vida quotidiana, como a morte, o medo e a sexuali-
dade. Os integrantes da Nova História pretendem que a história escreva sobre todos os temas,
e que todas as perguntas sejam respondidas.
A história das mentalidades apresentou, como principais precursores, dois grandes histo-
riadores ligados à escola dos Annales: Marc Bloch e Lucien Febvre. O primeiro publicou, em
1922, Os Reis Taumaturgos, uma obra comparativa que examinava a relação entre a crença no
poder curativo dos reis e a autoridade das grandes dinastias francesas e inglesas. Lucien Feb-
vre, por seu turno, publicou O Problema do Ateísmo no Século XVI: a religião de Rabelais, obra
na qual já defendia a tese da História como estudo interdisciplinar.
A história das mentalidades é uma modalidade historiográfica que privilegia os modos de
pensar e de sentir dos indivíduos de uma mesma época. Segundo Michel Vovelle, é o estudo
das mediações e da relação dialética entre, de um lado, as condições objetivas da vida dos
homens e, de outro, a maneira como eles a narram e mesmo como a vivem. Por outro lado,
segundo Robert Mandrou, a história das mentalidades é uma história centrada nas visões de
mundo. Já para Roger Chartier, a história das mentalidades é uma história do sistema de cren-
ças, de valores e de representações próprios a uma época ou grupo.
As definições da história das mentalidades ajustavam-se à necessidade de explicar o que
de mais fundo persiste e dá sentido à vida material das sociedades, qual seja, as ideias que
os indivíduos formam das suas condições de existência que comandam de forma imperativa a
organização e o destino dos grupos humanos. Nesses termos, perguntava Lucien Febvre,
haveria uma “mentalidade coletiva”? Existiriam modos de sentir e de pensar que fossem co-
muns a Cristovão Colombo e ao mais humilde marinheiro de suas caravelas? Esta pergunta
foi retomada a partir dos anos 1960 e começou a se formar mais claramente como uma nova
orientação da pesquisa histórica a partir de autores como Philippe Ariés, Robert Mandrou e
Michel Vovelle.
Ainda, a história das mentalidades associou-se também ao conceito de “longa duração” ou
“tempo longo”, característico da escola dos Annales. Tal como o compreendia Fernand Brau-
del, as mentalidades constituiriam um padrão de pensamento ou de sensibilidade que mudaria
muito lentamente, vindo a formar uma estrutura de longa duração. Objetos típicos da história
das mentalidades seriam as sensibilidades do Homem diante da morte (Philippe Ariès,
Michel Vovelle), a história dos grandes medos dos seres humanos nos diversos períodos
(Jean Delu- meau), da feitiçaria (Robert Mandrou) e tantas outras que, à época em que
começa a aflorar a História das mentalidades, pareciam constituir temáticas exóticas para os
historiadores que se dedicavam a temas historiográficos mais tradicionais.
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Também merece destaque o papel dos Estados Unidos como anfitrião dos intelectuais eu-
ropeus antes e depois da Segunda Guerra Mundial, como foi o caso de Mircea Eliade, o maior
renovador da história das religiões ou história das crenças (“O sagrado e o profano”, “O mito do
eterno retorno”).
Já na Inglaterra, a história marxista influenciou e recebeu contribuições de autores como
E. P. Thompson, Eric Hobsbawm, Perry Anderson, Maurice Dobb, Christopher Hill,
Rodney Hil- ton, Paul Sweezy, John Merrington, entre outros.
Fundado em 1952, a Past & Present é amplamente reconhecida como a principal publica-
ção histórica do mundo de língua inglesa. Portanto, tem status comparável à “Revue des An-
nales”. A tendência marxista na historiografia inglesa deve ser entendida a partir do contexto da
Segunda Guerra Mundial, em que surgiu o Grupo de Historiadores do Partido Comunista da
Grã-Bretanha
Eric Hobsbawm é um dos historiadores ingleses mais estudados e cobrados em concur-
sos, sejam eles para professores de história, seja para outras carreiras do serviço público ou
mesmo no ENEM. Entre sua vasta obra, destacamos aqui “As Eras”: A era das revoluções, A era
do Capital, A era dos impérios e A era dos extremos – o breve século XX.
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Eric Hobsbawn, com suas “eras”, retrata a ascensão da burguesia ao poder, o avanço do ca-
pitalismo, a formação dos impérios industriais europeus no século XIX e os extremos que se
desenrolaram no século XX. São livros referenciais para explicar o mundo contemporâneo.
Certo.
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A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas
com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, mo- dos
de vida ou outros aspectos da história contemporânea.
Certo.
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Podemos concluir que entre os historiadores não pairam dúvidas quanto à importância que a
categoria tempo tem em seu ofício. Quando deslocamos nossas análises para o contexto
escolar, deparamo-nos com algumas peculiaridades. Nos manuais de livros didáticos para pro-
fessores identifica-se, frequentemente, a intenção dos autores em apresentar para o professor
a importância que a categoria tempo tem para o conhecimento histórico.
Numa concepção cíclica, não existe apenas um início para a história, mas vários, com fatos
que se sucedem e se repetem ou que impõe rupturas. Desse modo, o conceito de ciclo foi, pelo
menos parcialmente, utilizado para o tratamento das temporalidades pela história econômica
no início do século XX. Assim, a temporalidade linear e a cíclica constituíram um antagonismo
que demonstrou a dificuldade teórica em definir as fronteiras da história, já que o próprio con-
ceito de tempo, seja físico, social ou histórico, forma um conjunto único, inseparável, que exige
uma visão do conhecimento totalizante.
Isto posto, a temporalidade é mais que uma produção humana, é uma ferramenta da histó-
ria. O tempo, contextualizado pelos historiadores, torna-se temporalidade em narrativas linea-
res ou cíclicas, com dinâmicas determinadas pela corrente teórica adotada no processo.
Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou linear, “presentificado” ou
projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, forma de apreensão do real e
do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto de partida para a
compreensão da relação Homem – Natureza e Homem – Sociedade na perspectiva ocidental.
Avaliar a noção de tempo histórico que se adota em uma pesquisa é fundamental para o bom
exercício da pesquisa histórica, seja ela na academia ou em sala de aula. É necessário de- finir
previamente, em razão do método adotado, qual é a noção de tempo que se utilizará na pes-
quisa histórica. Nesse sentido, é importante tratarmos de dois conceitos, quais sejam: sincronia
e diacronia. Por sincronia, em história, entende-se o conjunto dos fatos considerados como
formando um sistema, num momento dado de uma evolução, sendo a diacronia, por seu turno,
considerada como a sucessão de sincronias. Por sincronia, entende-se ainda, em termos tem-
porais, uma simultaneidade de acontecimentos e de fatos que aconteceram ao mesmo tempo.
Quando trabalhamos com a sucessão dos acontecimentos, entramos no universo das cro-
nologias e dos processos que definem a forma diacrônica. Nesse caso, a palavra é a lineari-
dade e a sucessão dos acontecimentos. Isso pode ser observado na organização dos índices
dos livros didáticos de História, em que os séculos ou as décadas e os anos são apresentados
numa sucessão linear (diacrônica).
Entretanto, quando precisamos sincronizar os acontecimentos, quando comparamos épo-
cas ou avaliamos as práticas culturais, sem colocar em primeiro plano os aspectos da crono-
logia ou da evolução delas, tendemos a adotar a noção sincrônica do tempo histórico. Nesse
caso, o que importa é a sincronia das diferentes épocas ou práticas sociais, sem levar em conta
a evolução ou a sucessão. Estuda-se a vida privada, por exemplo, em diferentes épocas sem pre-
ocupação com a linearidade do tempo. A comparação é, portanto, o fundamento da sincronia.
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Todas estas transformações marcaram as relações dos homens com o passado, e atuam
em seu presente tanto em seus atos como nas formas de percepção do passado: do mito à
História, do tempo cíclico ao linear progressivo, do tempo teleológico (relaciona um aconteci-
mento com seu efeito final) ao devir, da causalidade primária sequencial cronológica às tempo-
ralidades braudelianas (longa duração); da passagem do tempo da natureza ao tempo social,
do tempo do trabalho natural ao tempo do trabalho industrial.
Exercitar-se nessas escolhas de pensar sobre a noção de tempo histórico que se está operan-
do é importante para a prática profissional e para os bons resultados da pesquisa. Ao trabalhar
com o tempo passado, o historiador precisar enfrentar essa reflexão. Sobretudo, porque o tempo
histórico é uma construção social, uma abstração indispensável, mas de difícil entendimento.
Qualquer que seja a temporalidade escolhida pelo historiador, ela passa a integrar o objeto
de estudo desde a seleção do tema, na escolha das fontes (escritas, iconográficas, objetos
tridimensionais), no viés analítico do campo e no conceitual teórico selecionado.
A temporalidade escolhida fica interiorizada no objeto e os marcos de periodização, datas
iniciais e finais do estudo, são apenas recortes temporais, que devem guardar coerência inter-
na, e não elementos de explicação causal. Assim, o século XX pode ser longo ou curto, depen-
dendo dos critérios do autor e dos elementos selecionados para dar significação e conteúdo
ao que pretende estudar.
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Essa questão aborda todas as temáticas que foram trabalhadas ao longo da aula. Já lhe serve
para memorização do que será cobrado. A única alternativa errada é a “b”, pois o conceito de
tempo histórico, como acabamos de estudar no tópico “História e temporalidade”, depende
necessariamente da concepção de história aplicada, da metodologia de análise da história.
Letra b.
Querido(a), chegamos ao final da parte teórica de nossa aula. Na sequência, estude o resu-
mo e os mapas mentais. Faça todos os exercícios tendo em mente que eles ajudarão a fixar o
conteúdo e a entender como as bancas cobrarão esse conhecimento.
Ah, não se esqueça de avaliar a aula. Seu feedback é muito importante para que continue
elaborando um material que atenda às suas expectativas e necessidades.
Nos encontraremos novamente na nossa próxima aula.
Mantenha o foco!
Abraços,
Professor Daniel
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RESUMO
Saber histórico: Científico, acadêmico.
Saber histórico escolar: conjunto de saberes que os professores ensinam em sua atividade
docente, partindo de um paradigma no qual ele é agente produtor desse saber, mas dentro da
especificidade da experiência educativa escolar
Seleção e organização de conteúdos históricos;
• Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (1997);
• Diretrizes Curriculares Nacionais – DCNs (2002);
• Conselho Nacional de Educação (CNE);
• Base Nacional Curricular Comum BNCC: eixos temáticos. Aluno como protagonista.
Metodologia do ensino de história:
• Elementos fundamentais: tempo, homem, espaço;
• Elege-se uma problemática (tema, período histórico);
• Tempo como categoria principal (como o assunto em estudo foi enfrentado por outras
sociedades);
• Diálogo com o tempo por meio das fontes (utiliza-se o livro didático, mapas, imagens,
músicas, documentos);
• Utilização instrumentos teóricos e metodológicos (conceitos, formas de proceder);
• Construção de uma narrativa/interpretação/análise (pede-se um texto, um debate, uma
peça teatral, uma redação, uma prova).
Trabalho com documentos e diferentes linguagens no ensino de história.
Cuidado com as fontes: podem apresentar uma versão deturpada da história.
• Livro didático;
• Imagens: fotos, obras de arte, charges, desenhos, mapas;
• Literatura;
• Museu;
• Música;
• Televisão/ Cinema: Intenções do remetente, meio e o código da mensagem, reações do
receptor;
• Redes sociais: memes, “bolhas sociais”, canais do youtube;
• Memória: entrevistas.
Saber histórico e historiografia:
• Origem: Grécia. Heródoto e Tucídides;
• Século XIX: Leopold Von Ranke + Fustel de Coulanges. História positivista. Apenas listar
e sistematizar os fatos;
• Materialismo histórico dialético: Karl Marx;
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• Escola dos Annales, 1929. Lucien Febvre e Marc Bloch. Tirar do fato ou da fonte algo a
mais. A história é o estudo do homem no tempo. Interdisciplinaridade;
Nova História:
• Aprofunda a discussão iniciada pelos Annales. Pierre Nora e Jacques Le Goff, Philippe
Ariès, Jean Delumeau e Michel Foucault;
• História das mentalidades: Michel Vovelle, Robert Mandrou, Roger Chartier;
• Fernand Braudel: “longa duração” ou “tempo longo”;
• História Cultural;
• Renascimento da história política: René Rémond, década de 1970.
Gerações da Escola dos Annales:
Primeira Geração
• Marc Bloch e Lucien Febvre. Apologia da História.
Segunda Geração dos Annales
• Fernand Braudel. Longa duração.
Terceira Geração
• Jacques LeGoff e Pierre Nora e a interdisciplinaridade.
Quarta Geração
• Georges Duby e Jacques Rével e a História Cultural.
Estados Unidos:
• Nova história económica: Robert Fogel e Douglass North;
• Estudos de caso;
• World History: Comparação das diferenças e semelhanças entre regiões do mundo. Ar-
nold J. Toynbee.
Inglaterra: Publicação Past & Present. Marxismo. E. P. Thompson, Eric Hobsbawm, Perry An-
derson, Maurice Dobb, Christopher Hill, Rodney Hilton, Paul Sweezy, John Merrington.
Itália: micro-história: Giovanni Levi e Carlo Ginzburg.
Espanha: Hispanismo francês e Hispanismo anglo-saxão.
História excêntrica: revisionismo/ negacionismo.
História e temporalidade:
• Tempo cronológico: físico, relógio;
• Tempo histórico: forma de contar o tempo a partir da ação dos seres humanos na Terra,
pelas experiências que um povo, nação ou toda humanidade passaram;
• Temporalidade: possui diferentes significados em diferentes contextos. É, para a Histó-
ria, o conjunto de acontecimentos relacionados que influenciam o modo como os seres
humanos se organizam. Linear ou cíclica, diacrônica ou sincrônica.
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MAPAS MENTAIS
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QUESTÕES
001. (QUADRIX/PREFEITURA DE CRISTALINA-GO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2018)
Tanto quanto a vida humana, a ciência histórica é dinâmica e se renova continuamente. Nessa
pers- pectiva, diferentemente da antiga concepção segundo a qual a história tem no passado
sua exclusiva razão de ser, hoje o modo mais adequado para defini‐la seria o(a)
a) estudo das ações humanas no presente.
b) análise dos fatos voltada para o futuro.
c) ciência que estuda a natureza.
d) ciência que estuda os homens no tempo.
e) exame aprofundado das relações sociais.
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nha das condições necessárias para oferecer aos seus alunos um material didático‐pedagógi- co
diversificado e o apoio de outras áreas do conhecimento. Assim, uma aula de história mais
interessante e educativa poderia envolver o(a)
a) uso de obras literárias e de música.
b) exclusiva utilização de fontes primárias.
c) abandono do livro didático.
d) definitiva exclusão dos mapas.
e) opção por apenas aulas expositivas.
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Uma característica marcante da nova história, na esteira das inovações trazidas pela Esco-
la dos Anais, foi o radical afastamento da história em relação às demais ciências humanas e
sociais.
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012. O saber histórico escolar, na sua relação com o saber histórico, compreende, de modo
amplo, a delimitação de três conceitos fundamentais: o fato histórico, o sujeito histórico e o
tempo histórico. Levando em consideração a concepção progressista de ensino, assinale a
alternativa CORRETA:
a) Os fatos históricos são aqueles relacionados aos eventos políticos, às festas cívicas e às
ações de heróis nacionais.
b)A complexidade dos fatos e as perspectivas subjetivas das vivências pessoais impede que o
estudo do tempo histórico seja dimensionado.
c) Os sujeitos da história são os personagens que, no uso de suas capacidades extraordiná-
rias, desempenham ações individuais heroicas.
d)O tempo histórico diz respeito ao estudo do tempo cronológico (calendário e datas), reper-
cutindo uma compreensão factual da história.
e) O sujeito histórico, como agente de uma ação social individual ou coletiva, cria os sentidos
que resultam na produção dos valores políticos, culturais, éticos e estéticos de uma sociedade.
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influência se estendeu nas décadas seguintes, atingindo várias partes do mundo. Nascia ali
um movimento de renovação historiográfica conhecido como Escola
a) dos Annales (Anais).
b) inglesa.
c) marxista.
d) positivista francesa.
e) dialética alemã.
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Quem confunde uma foto com costumes de uma época pode cometer o engano de pensar
que pessoas fotografadas em estúdios no século XIX se vestiam diariamente com roupas
apertadas, bem passadas e aprumadas ou que as crianças não podiam sorrir e tinham de se
comportar como pequenos adultos. Ao lidar com essa fotografia em sala de aula, o professor
de História deve ter alguns cuidados, conforme alertado pelo texto, bem como observar alguns
princípios metodológicos e adotar certos procedimentos de análise, tais como
a)considerar o registro fotográfico como uma expressão da realidade, dos hábitos e costu- mes
de um povo, uma vez que os retratos, mesmo em estúdio, reproduzem o cotidiano da- quela
época.
b)investigar a técnica utilizada e analisar a foto como uma obra de arte por seu valor estético,
visto que seu caráter subjetivo é um obstáculo para sua utilização como documento histórico.
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c) expor os valores e as formas de sociabilidade vigentes entre os escravos negros, para que
os alunos compreendam o gestual espontâneo captado pela câmera.
d)levar em conta o público a que a foto se destina, pois, em se tratando do público europeu,
culto e exigente, não resta dúvida de que fotógrafo se empenhou em fazer uma obra fidedigna
e correta.
e)motivar os alunos a “lerem a imagem” observando o máximo de detalhes possível, compa-
rando com outras fotos do período, do mesmo autor, e formulando hipóteses interpretativas a
serem checadas por meio de pesquisa mais ampla.
Entre 1933 e 1945, 50 garotos de um orfanato no Rio de Janeiro foram escravizados na fazen-
da Cruzeiro do Sul, no interior de São Paulo. Os meninos nunca receberam salários e, por
vezes, eram submetidos a castigos corporais. Não tinham nomes, eram chamados por
números e viviam sob vigilância constante. O dono da fazenda, então conhecido como
simpatizante do nazismo, marcava com a suástica os tijolos de todas as suas construções, o
lombo do gado e a bandeira da propriedade. As histórias desses meninos apareceram em
vestígios deixados pela documentação da época, como o livro de registros do orfanato, as
fotografias, os tijolos encontrados nos escombros da fazenda e na memória de alguns de seus
sobreviventes, como o senhor Aloísio Silva. Chamado de menino “vinte e três”, hoje com oitenta
e nove anos de ida- de, ele ainda produz suas narrativas sobre aqueles dias terríveis. Alice
Melo. Entre a suástica e a palmatória. In: Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 8, n.o
88, jan./2013, p. 16-8 (com adaptações).
Tendo o texto e as imagens precedentes como referências iniciais, julgue o seguinte item.
A partir de uma análise historiográfica baseada no texto e nas imagens apresentadas, não se
sustenta a afirmação de que o proprietário da fazenda Cruzeiro do Sul era um “simpatizante
do nazismo”.
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Excerto I
Vale ressaltar o quanto é imprescindível distinguir a matéria-prima do trabalho dos historiado-
res (a fonte primária) do produto acabado ou semiacabado (fonte secundária e fonte terciária).
Neste viés, importa notar a diferença entre a fonte e o documento e o estudo das fontes docu-
mentais: a sua classificação, prioridade e tipologia (escritas, orais, arqueológicas); o seu trata-
mento (reunião, crítica, contraste), e manter o devido respeito a essas fontes, principalmente
com a sua citação fiel. A subjetividade é uma singularidade da ciência histórica.
Excerto II
A Historiografia é o equivalente a qualquer parte da produção historiográfica, ou seja: ao con-
junto dos escritos dos historiadores acerca de um tema ou período histórico específico. Por
exemplo, a frase: “é muito escassa a historiografia sobre a vida cotidiana no Japão na Era
Meiji” quer dizer que existem poucos livros escritos sobre esta questão, uma vez que até ao
momento ela não recebeu atenção por parte dos historiadores, e não porque esse objeto de
estudo seja pouco relevante ou porque haja poucas fontes documentais que proporcionem
documentação histórica para fazê-lo.
Após a leitura dos dois excertos, analise as afirmativas a seguir, assinale a que complementa
estes excertos iniciais com argumentos corretos sobre a reflexão do historiador frente à re-
flexão deste, em detrimento da objetividade, subjetividade e sua inter-relação com o mundo
científico e com a sociedade:
a)A reflexão sobre a possibilidade ou impossibilidade de um enfoque objetivo conduz à ne-
cessidade de superar a oposição entre a objetividade (a de uma inexistente ciência “pura”,
que não seja contaminada pelo cientista) e subjetividade (implicada nos interesses, ideolo-
gia e limitações do cientista), com o conceito de intersubjetividade, que obriga a considerar a
tarefa do historiador, como o de qualquer cientista, como um produtor social, inseparável do
restante da cultura humana, em diálogo com os demais historiadores e com toda sociedade
como um todo.
b)A reflexão sobre a possibilidade ou impossibilidade de um enfoque subjetivo conduz à ne-
cessidade de superar a oposição entre a subjetividade (a de uma inexistente ciência “pura”) e
objetividade (implicada nos interesses, ideologia e limitações do cientista), com o conceito de
(trans)subjetividade, que obriga a considerar a tarefa do historiador, como o de qualquer cien-
tista, como um produtor social, inseparável do restante da cultura humana, em diálogo com os
demais historiadores e com toda sociedade como um todo.
c)A reflexão sobre a possibilidade ou impossibilidade de um enfoque metafísico conduz à
necessidade de superar a oposição entre a materialidade (a de uma inexistente ciência “pura”,
que não seja contaminada pelo cientista) e imaterialidade (implicada nos interesses, ideologia e
limitações do cientista), com o conceito de interobjetividade, que imputa ao historiador o ofí- cio,
como o de qualquer cientista, como um produtor social, inseparável do restante da cultura
humana, em diálogo com os demais historiadores e com toda sociedade como um todo.
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foi utilizado para este gênero tendo se optado pela língua coloquial, embora o Latim tem se
mostrado preponderante.
e) A historiografia medieval estagnou-se tendo em vista que esta foi elaborada por hagiógra-
fos, cronistas, membros do clero episcopal próximos ao poder, ou pelos monges. Escrevem-
-se genealogias, áridos anais, listas cronológicas de acontecimentos ocorridos nos reinados
dos seus soberanos (anais reais) ou da sucessão de abades (anais monásticos); “vidas” (bio-
grafias) de carácter edificante, como as dos santos Merovíngios, ou, mais tarde, dos reis da
França, e “histórias” que contam o nascimento de uma nação cristã, exaltam uma dinastia ou,
inversamente, fustigam os ignóbeis de uma perspectiva religiosa.
045. O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante.
Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo. Um vapor, uma gota d’ água, é o
bastante para matá-lo. Mas, quando o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre
do que o que o mata, porque sabe que morre; e a vantagem que o universo tem sobre ele, o
universo a ignora. (PASCAL, Blaise. Pensamentos, XI).
O texto do matemático e filósofo Pascal diz que o homem é nobre porque sabe que morre.
“Saber que se morre”, do ponto de vista da temporalidade humana, do tempo propriamente
histórico, quer dizer:
a) ser meramente animal, como todos os outros.
b) não ser consciente da morte, como é o universo.
c) ser inteligente é ser imortal.
d) ter consciência da própria finitude.
e) não conseguir dominar o universo.
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046. Muitos estudiosos de textos míticos e religiosos, como o romeno Mircea Eliade, assina-
lam que há uma diferença crucial entre o modo como a tradição clássica, greco-romana, e a
tradição judaico-cristã veem o tempo humano. Essa diferença consiste no fato de que, na cul-
tura clássica e na cultura judaico-cristã, prevalecerem, respectivamente, as concepções:
a) do tempo reencarnado e do eterno retorno.
b) do desenvolvimento linear e da eternidade cíclica.
c) do eterno retorno e do tempo cíclico.
d) do desenvolvimento linear e do eterno retorno.
e) do eterno retorno e do desenvolvimento linear.
047. Quando Napoleão Bonaparte estava no Egito, no fim da década de 1790, durante as guer-
ras revolucionárias, ele disse aos seus soldados, apontando com o braço às Pirâmides do Vale
de Gizé: “Vejam, homens, 40 séculos vos observam”. Considerando que há um antigo provér-
bio egípcio que diz “Os homens temem o tempo, mas o tempo teme as pirâmides”, é correto
dizer que:
a) a frase de Napoleão faz referência à engenhosidade dos engenheiros egípcios.
b)a frase de Napoleão faz referência não à resistência da materialidade física das Pirâmides,
mas às várias gerações humanas que elas representam.
c) a frase de Napoleão ressalta o medo que os franceses tinham do Vale de Gizé.
d) a frase de Napoleão faz referência ao observatório astronômico da Pirâmide de Quéops.
e) a frase de Napoleão não tem sentido histórico algum.
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d)à concepção de tempo na Idade Média, na qual os sacerdotes esperavam pelo Juízo Final,
pelo fim dos tempos e pela reintegração do Homem com a Eternidade.
e) à concepção de tempo cíclico, herdada da cultura indiana pelos intelectuais europeus do
século XIX.
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GABARITO
1. d 37. b
2. E 38. e
3. c 39. e
4. a 40. e
5. b 41. E
6. C 42. a
7. E 43. c
8. C 44. c
9. C 45. d
10. b 46. e
11. e 47. b
12. e 48. c
13. C 49. c
14. E 50. a
15. C 51. c
16. E 52. a
17. E
18. C
19. E
20. e
21. a
22. b
23. C
24. C
25. E
26. C
27. E
28. E
29. b
30. c
31. e
32. a
33. d
34. a
35. c
36. a
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GABARITO COMENTADO
011. (QUADRIX/PREFEITURA DE CRISTALINA-GO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2018) O
tra- balho com documentos históricos de variada natureza em sala de aula pode trazer
resultados muito positivos para a formação do aluno, sobretudo porque esse tipo de atividade
a) permite ao aluno sentir‐se muito mais importante que o professor.
b) incentiva a memorização como elemento central do processo de aprendizagem.
c) elimina a natural compulsão de se extrair conclusões pessoais sobre o passado.
d) distancia o presente vivido pelo aluno do passado a que o documento se refere.
e) dá ao aluno a possibilidade de compreender como se produz o conhecimento histórico.
O trabalho com análise de fontes históricas, das mais variadas origens, possibilita o protago-
nismo do aluno na construção do conhecimento histórico, na prática de aplicação de metodo-
logias da ciência histórica.
Letra e.
012. O saber histórico escolar, na sua relação com o saber histórico, compreende, de modo
amplo, a delimitação de três conceitos fundamentais: o fato histórico, o sujeito histórico e o
tempo histórico. Levando em consideração a concepção progressista de ensino, assinale a
alternativa CORRETA:
a) Os fatos históricos são aqueles relacionados aos eventos políticos, às festas cívicas e às
ações de heróis nacionais.
b)A complexidade dos fatos e as perspectivas subjetivas das vivências pessoais impede que o
estudo do tempo histórico seja dimensionado.
c) Os sujeitos da história são os personagens que, no uso de suas capacidades extraordiná-
rias, desempenham ações individuais heroicas.
d)O tempo histórico diz respeito ao estudo do tempo cronológico (calendário e datas), reper-
cutindo uma compreensão factual da história.
e) O sujeito histórico, como agente de uma ação social individual ou coletiva, cria os sentidos
que resultam na produção dos valores políticos, culturais, éticos e estéticos de uma sociedade.
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René Rémond foi um historiador francês, especialista em economia política. Publicou diversas
obras de história, em especial sobre a História Contemporânea. Foi secretário-geral da Juven-
tude Estudantil Católica francesa, em 1943. Desde 1981, é presidente da Fundação Nacional
das Ciências Políticas.
Certo.
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Veja o exemplo do historiador Marco Antônio Villa, que trabalhou em rádios e, pelo menos até
a data de publicação desta aula, é comentarista da TV Cultura.
Certo.
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diferença, entre tantas que poderiam ser aqui listadas, é no trato do fato histórico: enquanto a
história positivista (Leopold Von Ranke) se limita a sistematizar os fatos de forma linear, na
contemporaneidade os historiadores buscam a reflexão, ultrapassando o fato em si.
Errado.
Ao contrário, a história cultural ganha maior expressividade a partir dos anos de 1980.
Errado.
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que se apoiava em fatos, datas, grandes nomes e heróis. Com Lucien Febvre, ele foi um dos
criadores da moderna historiografia conhecida como Escola dos Anais (Annales).
Relativamente às transformações pelas quais passou a produção e a escrita do conhecimento
histórico a partir das primeiras décadas do século XX, julgue o item seguinte.
A conhecida expressão “toda história é contemporânea” sepulta a ideia de ser o passado obje-
to de investigação por parte do historiador.
Na verdade, não sepulta essa ideia, e sim, traz uma mudança na forma de olhar o passado,
como objeto de investigação histórica, tomando a contemporaneidade como ponto de partida
para a análise do passado ou, ao contrário, tomando o passado para explicar o presente. Ou,
ainda, utilizando do tempo síncrono para comparar a contemporaneidade com outros períodos
da história.
Errado.
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A Escola dos Annales tem como marco a criação da “Revue des Annales” em 1929.
Letra a.
O fato histórico continua sendo objeto de estudo primeiro da história. Contudo, tem-se em
conta que o fato histórico é produzido por sujeitos históricos, segundo Marc Bloch, e deve-se
entender que a história estuda o homem no tempo, ou, como destacado na alternativa, os ho-
mens no tempo.
Letra b.
Aqui, a banca destaca a crítica que a história tradicional, positivista, recebe a partir do advento
dos Annales.
Certo.
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Lembre-se de que existem vários métodos historiográficos e sua seleção não impede o trata-
mento de regionalidades ou da história oral.
Certo.
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O preceito de que o professor deve relacionar o conteúdo das aulas de história a aspectos da
experiência cotidiana dos estudantes representa uma dificuldade para a abordagem de temas
religiosos.
As aulas presenciais são importantes, inclusive, para que o professor aja como facilitador,
provocador, de modo que o aluno consiga fazer leituras racionais das informações que recebe
diariamente através da internet.
Errado.
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A crítica externa diz respeito à materialidade do documento (papel, fotografia, pintura, escultu-
ra…) enquanto a crítica interna verifica as informações contidas ou expressas nesse documento.
Letra b.
Burke não descarta a história escrita pela narrativa das estruturas, mas entende que é neces-
sário aprofundar a investigação, visando enriquecer o conhecimento produzido nesta análise.
Letra c.
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b)o esforço da busca pela verdade histórica, de forma a se afastar do senso comum e conferir
maior legitimidade às narrativas históricas gestadas em meio às lutas sociais e influenciadas
pelos interesses dos agentes privados.
c)a pequena importância da tradição oral e a predominância dos documentos escritos entre os
seus fundamentos, que permitem a essa memória sobreviver sem sofrer grandes transfor-
mações ao longo do tempo.
d)o cuidado extremo com a localização dos acontecimentos no tempo e no espaço, de forma a
conferir verossimilhança às narrativas, e a atenção aos métodos de pesquisa e investigação
histórica.
e)o apego a acontecimentos fundadores no contexto de um determinado grupo ou comuni-
dade e a simplificação da noção de tempo, fazendo apenas grandes diferenciações entre o
passado e o presente.
De acordo com Le Goff, a memória coletiva não é dotada da racionalidade científica da história
e, portanto, carece do conhecimento histórico para sua elucidação.
Letra e.
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Se o homem é filho de seu tempo, isso implica em que ele seja influenciado pelas estruturas de
sua época. Nesse sentido, é por influência das necessidades do presente que é realizada a es-
colha metodológica e as questões que deverão ser abordadas no ofício da escrita da história.
Letra a.
Essa questão é de interpretação. O trecho “como a humanidade passou do homem das ca-
vernas para o astronauta” revela a pergunta a que se refere o autor. O que se deve buscar é a
compreensão das mudanças e rupturas.
Letra d.
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do e representado. (...) Este é um aspecto fundamental que o professor deve levar em conta
e remete a duas armadilhas no uso do cinema em sala de aula: o anacronismo e o efeito da
super-representação fílmica. (Marcos Napolitano. Como usar o cinema na sala de aula, p. 38)
As armadilhas citadas referem-se
a)às interpretações do passado que podem ser distorcidas pelos valores do presente e a quan-
do a narrativa de um filme histórico é vista como a própria verdade histórica.
b) à condição geral da produção cinematográfica, voltada ao lazer, o que não permite o seu uso
didático, e à recorrência de obras com assuntos de pouco interesse escolar.
c)à limitação temática dos filmes históricos incapazes de dialogar com as tensões do presen- te
e à linguagem complexa do cinema para os estudantes da escola básica.
d)à oferta quase exclusiva de filmes comerciais, que não trazem elementos para o debate es-
colar, e aos conceitos históricos recriados de forma estereotipada.
e) às análises históricas que desconsideram as lideranças políticas e aos roteiros cinemato-
gráficos que não são fiéis à verdade histórica oficialmente estabelecida.
O historiador deve ter o cuidado de entender que a obra fílmica pode estar distorcida a partir de
interpretações de seus produtores.
Letra a.
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Como vimos, o saber histórico escolar possui dinâmica própria. É o saber que se desenvolve
na escola envolvendo os materiais (livro didático, mapas…) e os sujeitos participantes do pro-
cesso de ensino/aprendizagem. O saber histórico produzido nas universidades influencia o
saber histórico escolar e vice-versa.
Letra c.
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A alternativa que indica a possibilidade de trabalho com a história temática, com a sincronia em
história.
Letra e.
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Quem confunde uma foto com costumes de uma época pode cometer o engano de pensar
que pessoas fotografadas em estúdios no século XIX se vestiam diariamente com roupas
apertadas, bem passadas e aprumadas ou que as crianças não podiam sorrir e tinham de se
comportar como pequenos adultos. Ao lidar com essa fotografia em sala de aula, o professor
de História deve ter alguns cuidados, conforme alertado pelo texto, bem como observar alguns
princípios metodológicos e adotar certos procedimentos de análise, tais como
a)considerar o registro fotográfico como uma expressão da realidade, dos hábitos e costu- mes
de um povo, uma vez que os retratos, mesmo em estúdio, reproduzem o cotidiano da- quela
época.
b)investigar a técnica utilizada e analisar a foto como uma obra de arte por seu valor estético,
visto que seu caráter subjetivo é um obstáculo para sua utilização como documento histórico.
c) expor os valores e as formas de sociabilidade vigentes entre os escravos negros, para que
os alunos compreendam o gestual espontâneo captado pela câmera.
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d)levar em conta o público a que a foto se destina, pois, em se tratando do público europeu,
culto e exigente, não resta dúvida de que fotógrafo se empenhou em fazer uma obra fidedigna
e correta.
e)motivar os alunos a “lerem a imagem” observando o máximo de detalhes possível, compa-
rando com outras fotos do período, do mesmo autor, e formulando hipóteses interpretativas a
serem checadas por meio de pesquisa mais ampla.
Há de se ter cuidado no trato de fontes como a fotografia, pois os sujeitos retratados podem ter
usado roupas diferentes das que usam diariamente, por exemplo. Daí a necessidade de “ler a
imagem” e confrontá-la com outras informações.
Letra e.
Entre 1933 e 1945, 50 garotos de um orfanato no Rio de Janeiro foram escravizados na fazenda
Cruzeiro do Sul, no interior de São Paulo. Os meninos nunca receberam salários e, por vezes, eram
submetidos a castigos corporais. Não tinham nomes, eram chamados por números e viviam sob
vigilância constante. O dono da fazenda, então conhecido como simpatizante do nazismo, mar-
cava com a suástica os tijolos de todas as suas construções, o lombo do gado e a bandeira da
propriedade. As histórias desses meninos apareceram em vestígios deixados pela documenta-
ção da época, como o livro de registros do orfanato, as fotografias, os tijolos encontrados nos es-
combros da fazenda e na memória de alguns de seus sobreviventes, como o senhor Aloísio Silva.
Chamado de menino “vinte e três”, hoje com oitenta e nove anos de idade, ele ainda produz suas
narrativas sobre aqueles dias terríveis. Alice Melo. Entre a suástica e a palmatória. In: Revista de
História da Biblioteca Nacional, ano 8, n.o 88, jan./2013, p. 16-8 (com adaptações).
Tendo o texto e as imagens precedentes como referências iniciais, julgue o seguinte item.
A partir de uma análise historiográfica baseada no texto e nas imagens apresentadas, não se
sustenta a afirmação de que o proprietário da fazenda Cruzeiro do Sul era um “simpatizante do
nazismo”.
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Essa é pra gabaritar. Ora, se existem suásticas moldadas nos tijolos, obviamente, havia a “sim-
patia” do dono da fazenda pelo nazismo.
Errado.
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tista, como um produtor social, inseparável do restante da cultura humana, em diálogo com os
demais historiadores e com toda sociedade como um todo.
c)A reflexão sobre a possibilidade ou impossibilidade de um enfoque metafísico conduz à
necessidade de superar a oposição entre a materialidade (a de uma inexistente ciência “pura”,
que não seja contaminada pelo cientista) e imaterialidade (implicada nos interesses, ideologia e
limitações do cientista), com o conceito de interobjetividade, que imputa ao historiador o ofí- cio,
como o de qualquer cientista, como um produtor social, inseparável do restante da cultura
humana, em diálogo com os demais historiadores e com toda sociedade como um todo.
d)As digressões sobre as possibilidades ou impossibilidades de diversos enfoques objetivos
conduzem à necessidade de harmonizar a aparente oposição entre a objetividade e a subjeti-
vidade, com o conceito de intersubjetividade, que obriga a considerar a tarefa do historiador,
como sendo superior a qualquer outro cientista uma vez que este como um produtor social,
inseparável do restante da cultura humana, em diálogo com os demais historiadores e com
toda sociedade como um todo, produz ciência a partir de fontes históricas.
e)As digressões sobre as possibilidades inerentes a diversos enfoques objetivos conduzem à
necessidade de compreender que há uma aparente oposição entre a objetividade e a subjetivi-
dade, com o conceito de intersubjetividade, que obriga a considerar a tarefa dos historiadores,
como sendo equânimes a qualquer outro cientista, uma vez que este como um produtor social,
inseparável do restante da cultura humana, em diálogo com os demais historiadores e com toda
sociedade como um todo, produz ciência a partir de fontes históricas materiais e imateriais.
Filho de seu tempo, o historiador escreve a história de acordo com a subjetividade que in-
ternalizou.
Letra a.
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Qian e alcançou uma definição clássica de história tipificada, oficial, que estabeleceu um pa-
drão repetido sucessivamente pelos historiadores dos períodos seguintes, de vinte e cinco
“histórias tipificadas”.
c)O surgimento da História é equivalente ao da escrita, mas a consciência de estudar o pas-
sado ou de deixar para o futuro um registro da memória é uma elaboração mais complexa do
que as anotações dos templos da Suméria. As estelas e relevos comemorativos de batalhas
na Mesopotâmia e no Egito já são algo mais aproximado.
d)O contato de Roma com o mundo Mediterrâneo, primeiro com Cartago, mas sobretudo com
a Grécia, o Egito e o Oriente, foi fundamental para ampliar a visão e utilidade do seu gênero
histórico. Os historiadores (quer romanos quer gregos) acompanharam os exércitos nas cam-
panhas militares, com o objetivo declarado de preservar a sua memória para a posteridade, de
recolher informações úteis e de justificar as suas ações. A língua culta, o idioma grego, não foi
utilizado para este gênero tendo se optado pela língua coloquial, embora o Latim tem se
mostrado preponderante.
e)A historiografia medieval estagnou-se tendo em vista que esta foi elaborada por hagiógra- fos,
cronistas, membros do clero episcopal próximos ao poder, ou pelos monges. Escrevem-
-se genealogias, áridos anais, listas cronológicas de acontecimentos ocorridos nos reinados
dos seus soberanos (anais reais) ou da sucessão de abades (anais monásticos); “vidas” (bio-
grafias) de carácter edificante, como as dos santos Merovíngios, ou, mais tarde, dos reis da
França, e “histórias” que contam o nascimento de uma nação cristã, exaltam uma dinastia ou,
inversamente, fustigam os ignóbeis de uma perspectiva religiosa.
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A posição de Bloch, um dos autores fundadores da Escola dos Annales, implica em reconhecer
que, para o objeto da história buscar as suas formas ou formulações iniciais, estabelece uma
série de mitologias que tendem a obscurecer o processo histórico.
Letra c.
045. O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um caniço pensante.
Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo. Um vapor, uma gota d’ água, é o
bastante para matá-lo. Mas, quando o universo o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre
do que o que o mata, porque sabe que morre; e a vantagem que o universo tem sobre ele, o
universo a ignora. (PASCAL, Blaise. Pensamentos, XI).
O texto do matemático e filósofo Pascal diz que o homem é nobre porque sabe que morre.
“Saber que se morre”, do ponto de vista da temporalidade humana, do tempo propriamente
histórico, quer dizer:
a) ser meramente animal, como todos os outros.
b) não ser consciente da morte, como é o universo.
c) ser inteligente é ser imortal.
d) ter consciência da própria finitude.
e) não conseguir dominar o universo.
Saber-se mortal, segundo Pascal, é ser mais nobre que todo o universo. Assim, Pascal reafirma
a compreensão mais profunda que se pode ter daquilo que vem a ser o tempo histórico. Ser um
ente histórico é saber ter consciência da própria finitude, da própria morte. Por isso, o homem
produz cultura. Ao contrário dos outros animais (que não sabem que morrem), o homem preci-
sou e ainda precisa desenvolver sistemas simbólicos que deem sentido à sua existência finita.
Letra d.
046. Muitos estudiosos de textos míticos e religiosos, como o romeno Mircea Eliade, assina-
lam que há uma diferença crucial entre o modo como a tradição clássica, greco-romana, e a
tradição judaico-cristã veem o tempo humano. Essa diferença consiste no fato de que, na cul-
tura clássica e na cultura judaico-cristã, prevalecerem, respectivamente, as concepções:
a) do tempo reencarnado e do eterno retorno.
b) do desenvolvimento linear e da eternidade cíclica.
c) do eterno retorno e do tempo cíclico.
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A concepção greco-romana de tempo é a do eterno retorno, ou cíclica, isto é, o tempo não era
encarado como algo progressivo, que pudesse culminar em um fim último, que seria a reali-
zação integral do destino humano na Terra. Os homens, portanto, estavam presos, em vida e
depois da morte, a uma forma de tempo que retorna incessantemente sob novas formas. Para
a tradição judaico-cristã, ao contrário, o tempo é um desenvolvimento linear, que tem um co-
meço (Gênesis) e terá um fim último (o Juízo, O Reino da Glória). O tempo, então, seria
apenas uma forma de passagem terrena da alma imortal em direção ao contato com o Eterno.
Letra e.
047. Quando Napoleão Bonaparte estava no Egito, no fim da década de 1790, durante as guer-
ras revolucionárias, ele disse aos seus soldados, apontando com o braço às Pirâmides do Vale
de Gizé: “Vejam, homens, 40 séculos vos observam”. Considerando que há um antigo provér-
bio egípcio que diz “Os homens temem o tempo, mas o tempo teme as pirâmides”, é correto
dizer que:
a) a frase de Napoleão faz referência à engenhosidade dos engenheiros egípcios.
b)a frase de Napoleão faz referência não à resistência da materialidade física das Pirâmides,
mas às várias gerações humanas que elas representam.
c) a frase de Napoleão ressalta o medo que os franceses tinham do Vale de Gizé.
d) a frase de Napoleão faz referência ao observatório astronômico da Pirâmide de Quéops.
e) a frase de Napoleão não tem sentido histórico algum.
Napoleão não faz referência aos “40 séculos” apenas para ressaltar meramente o tempo cro-
nológico natural, mas, sim, para dizer aos seus soldados que, ao lutarem naquela região, 40
séculos de tradição humana, representada pelas resistentes pirâmides, estariam observando
e testemunhado os feitos históricos que eles próprios, os franceses, estavam realizando no
Egito, no início do século XIX.
Letra b.
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O texto faz referência à concepção de tempo histórico nascida com a Revolução Francesa, so-
bretudo com os jacobinos, como Robespierre, que pregava a “aceleração do tempo histórico”
por meio da revolução. Essa é uma concepção de que a história pode ser moldada, de que o
futuro pode ser construído. Essa visão do tempo histórico, positivista, dominou as ideologias
políticas do século XIX e a primeira metade do século XX.
Letra c.
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Essa também é pra gabaritar. No Paleolítico, os homens eram nômades, caçadores e coleto-
res. Com a descoberta da agricultura, o homem abandona o nomadismo e se torna sedentário,
produtor de seu alimento.
Letra c.
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A Tradição Oral caracteriza-se pelo testemunho transmitido oralmente de uma geração para
outra. Já a História Oral não pode ser confundida com História de Vida. Esta última é um relato
autobiográfico, em que a escrita está ausente, e, portanto, não pode ser chamada de autobio-
grafia. História Oral Temática, em geral, é feita com um grupo de indivíduos em torno de um
determinado evento ou movimento vivido por todos.
Letra c.
Ora, se abre o leque de fontes para análise, também se abre um leque de possibilidades de
alternativas analíticas.
Letra a.
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