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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação


Curso de graduação em Ciências Biológicas
Aluno: Rodrigo Henrique Mortari

Resenha do texto 2, “Museus de Ciências, Coleções e


Educação: relações necessárias”

Neste artigo escrito por Martha Marandino que fez os cursos de licenciatura e
bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade de Santa Ursula em 1987,
mestrado em educação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 1994 e
doutorado também na parte de educação pela Universidade de São Paulo em 2001.
Martha participou da coordenação de educação do museu de Astronomia e Ciências
durante quatro anos (1998-2002) e atualmente é docente do Programa de Pós-graduação
da Faculdade de Educação da USP e no Programa Interunidades em Ensino de Ciências
da USP e vice-coordenadora do Museu da Educação e do Brinquedo da FEUSP.

O artigo vai tratar mais especificamente dois tipos de museus e aprofundar na questão
histórica destes e vai explicar através de fatos que aconteceram na linha evolutiva dos
museus como estes chegaram a ser da forma a qual vemos hoje. O primeiro tipo é o
Museu de Ciência e Técnica que para o autor Bragança Gil suas especificidades,
exposição e intuito são diferentes do outro tipo que é o Museu de História Natural, para
ele é preciso entender como se originaram e evoluíram cada tipo de museu. Bragança
coloca que para os Museus de Ciência e Técnica o aspecto educativo e divulgador que
envolvem o domínio de suas especificidade fornecendo os meios de as tornarem
compreensíveis por elas próprias. Já os Museus de História Natural também preocupam
com esses aspectos mas é diferente a forma com que mostram suas exibições, tem como
objetivo a investigação da natureza conforme exploram e reúnem coleções, coisa que
nos Museus de Ciência e Técnica não se trata de domínio das Ciências que exibem não
podendo ser considerados institutos de pesquisa.

Para o autor Van Praet ocorreram rupturas entre coleção e exposição na história do
museus, essas ocorreram quando passou a não ser mais objetos colecionados e sim
espécimes preparadas para fins artísticos e didáticos, outra ruptura é o fato de que as
exposições não permitem mais ao público observarem os objetos e terem as mesmas
observações que pesquisadores mas fornecer de uma forma atrativa as conclusões do
que está sendo observado, informações concluídas como ecológicas, biogeográficas,
éticas etc.

Na linha histórica vemos que ambos os museus se preocupam com a pedagogia e


didática de suas exposições, na segunda metade do século XX foram os museus de
Ciência e Técnica que conseguiram chegar mais próximos da demanda daquela época,
já os museus de História Natural partiram para o fato de buscarem suas próprias
maneiras de exposição mediando com o público, deixando as espécimes, objetos etc,
mais especificado com nomes, táxons, biogeografia, ecologia e entre outros dados
específicos, de acordo com tudo isso pode-se perceber que apesar de serem hoje em dia
mais interativos, a força de exposições continua mais intensa nesse tipo de museu.

Vale ressaltar que para compreender o papel dos Museus de História Natural e como
eles são hoje, deve-se entender os aspectos históricos que estes passaram, dentre os
acontecimentos este tipo de museu foi marcado por confrontos de diferente projetos
intelectuais, seus ideais e maneiras de exposição forma alterando com o decorrer do
tempo devido a mudança na concepção de ciência que também mudava. Visto isso, a
autora passa por alguns desses acontecimentos falando que até o século XVIII era os
Gabinetes de Curiosidades que eram diferentes entre si e retratavam coleções para
poucas pessoas e isso foi mudando, passou a ser museus científicos passando a importar
mais com objetos os quais poderiam ser representados para estudar suas funções,
estruturas etc.

Com esses processo de transformação dos museus os naturalistas tiveram mais trabalho
como etiquetar, empalhar animais, herborizar árvores entre outros meios para estudos e
exposições dentro dos museus. O museu da Idade Moderna acreditava que o mundo
poderia ser resumido em exposições sintéticas, logo depois veio Lineu fazendo com que
o estudo da coleção/organização se destacasse e também com ele veio seu sistema de
classificação animal, na mesma época veio Georges Lous L. de Buffon um dos críticos
de Lineu, dizia que os grupos taxonômicos tivessem existência afetiva o que foi
contestado e a ideia de Lineu de classificação natural continuou.

Um pouco depois o Século das Luzes trazem a discussão de fixismo e transformismo e


em seguida um marco muito importante na história dos Museus de História Natural que
foi Lamarck com suas ideias fundamentadas pelas ideias transformistas, Lamarck
elaborou a teoria evolucionista geral baseada na transformação dos seres vivos, para se
opor a Lamarck apareceu o naturalista Georges Curvier, ele foi considerado um dos
fundadores da nova Ciência que se afirma no século XIX, para ele a anatomia
comparada possuía o princípio da correlação de formas, através de um único osso ele
dizia conseguir montar e observar o animal por completo, apesar dessa ideia ser meio
que apagada com o surgimento das ideias evolucionista, continuou forte até a morte de
Curvier.

Em um contexto geral, não foi só os museus europeus que se mantiveram como


exposições importantes para a história, mas os outros museus da América Latina, das
Américas no geral em especial o Brasil, também tiveram um pé importantíssimo nessa
história, principalmente com sua riqueza de exposições, os museus brasileiros tiveram
as origens associadas a dois marcos referenciais, a transição para o século XIX, com a
crise do sistema Colonial e o período de 1870 chamado de “ebulição intelectual” do país
segundo Lopes.

A preocupação educativa a qual vai sempre se modificando assim como os museus


foram se modificando, porém, essa preocupação sempre foi presente nos museu e é
através dela que conseguimos perceber os diferentes intuitos em cada um desses tipos,
por exemplo, Museus de Ciência e Técnica se preocupam com a divulgação para vários
tipo de público já os Museus de História Natural buscam a didática das exposições
voltadas para ensino e pesquisa entre especialistas, dessa forma podemos considerar que
as coleções dos Museus de História Natural são testemunhos do desenvolvimento das
Ciências Naturais.

Lendo esse artigo consegui entender um pouco mais sobre como os Museus se
diferenciam devido ao fato de que nele a autora pega referência de vários outros autores
o que facilita muito compreender o tema central do artigo. Foi relativamente fácil
entender como que funciona a história evolutiva e histórica na concepção que temos de
museus, saber que não foi um nem dois acontecimentos que levaram a ser como é hoje,
entendi também que muitos nomes envolvidos em questões de Ciências influenciaram
em como estes museus foram se alterando, como suas ideologias e exposições foram
pulando conforme o tempo ou o aparecimento de algum nome influente da época.

Nesse artigo minha concepção de museu mudou muito e consigo enxergar que na minha
carreira como docente e até mesmo como discente esses locais carregam uma bagagem
importantíssima e é essencial ao visitar alguns desses museus saber e conseguir olhar
para esse local com a importância histórica que tem, depois de ler tive a ideia de que
sempre vou procurar passar para alunos ou até mesmo amigos, familiares etc o quanto
esses locais sofreram com mudanças para que possamos dar sua devida importância.

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