Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRINCIPIOS BÁSICOS
DE
SISTEMÁTICA
VEGETAL
Elaboração:
INDÍCE
1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 3
2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO............................................................. 4
2.1. Classificação por hábito das plantas................................................................ 5
1-INTRODUÇÃO
Objetivos da Sistemática
• Classificação
Trata de agrupar os vegetais e ordená-los em categorias hierárquicas, segundo as
afinidades naturais ou graus de parentesco.
• Nomenclatura
Relaciona-se com as designações científicas aplicadas as plantas e com os termos
referidos às categorias ou aos grupos taxonômicos utilizados pela Sistemática
Vegetal.
4
• Identificação
• Consiste em fazer a indicação nominativa de qualquer material botânico, após ser
verificada sua equivalência com outro exemplar conhecido e previamente
denominado.
2. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
Nas primeiras fases do desenvolvimento da taxonomia vegetal, a classificação,
quase sempre foi fundamentada no estudo dos fragmentos das plantas, a partir de
caracteres morfológicos. Atualmente a classificação baseia-se em dados, a classificação
baseia-se em dados fornecidos pela morfologia, pela estrutura anatômica, em
informações ecológicas e fitogeográficas, registros paleontólogos e pesquisas genéticas.
Os agrupamentos de plantas devem ser considerados como o passo inicial para o seu
arranjo em grupos, segundo estruturação própria de qualquer sistema de classificação,
de modo a serem ordenados em uma seqüência hierárquica.
As formas de classificação das plantas foram mudando conforme os avanços da
ciência, desta forma, vamos abordar as principais etapas de avanços e mudanças nos
sistemas de classificação.
5
Baseados nas formas de relações entre as plantas, nesta as plantas são agrupadas
por afinidade. Surgiu devido o enorme contingente de novas espécies que eram oriundas
de países tropicais e chegavam aos institutos de pesquisas na Europa. Isso estimulou o
conhecimento mais detalhado da morfologia vegetal. Os pesquisadores da época
acreditavam no plano divino, na ideia do criacionismo.
Jean de Lamarck (1744-1829) - criou uma chave para identificação das plantas
da França e a teoria de que “modificações ambientais provocam modificações na
estrutura dos órgãos, e que essas modificações tem caráter hereditário”;
Antoine Laurent de Jussieu (1686-1758) - ordenou as plantas considerando o
número de cotilédones, estrutura das sementes e pela soma dos caracteres vegetativos e
reprodutores;
Augustin Pyrame de Candolle (1778-1841) - acentuou que a anatomia e não a
fisiologia devia ser a base da classificação de plantas; constituem méritos desses
sistemas a distinção entre plantas vasculares e a separação das talófitas, assim como a
correta ordenação e delimitação de muitas famílias. Porém houve limitações em função
das Pteridófitas entre as Monocotiledôneas.
Sistema de A. P. de Candolle.
Classe I- DICOTYLEDONEAE – ( 4 subclasses)
Classe II- MONOCOTYLEDONEAE
Subclasse – Phanerogamae (21 ordens)
Subclasse- Cryptogamae (05 ordens)
Classe III- ACOTYLEDONEAE (Celulares)
7
Sistemas de Cronquist
Magnoliatae (dicotiledôneas)
Subclasses: Magnoliidae, Hamamelidae, Caryophyllidae, Dilleniidae, Rosidae e
Asteidae, subordinando a elas 56 ordens e 295 famílias, num totalde165.000 espécies.
Liliatae (monocotiledôneas)
Subclasses: Alismatidae, Aracidae, Commelinidae e Liliidae, compreendendo 18
ordens, 61 famílias e cerca de 55.000 espécies.
O estado atual do conhecimento da natureza é insuficiente para elaborar uma
classificação filogenética perfeita. Os estudos filogenéticos são mistos, combinando
dados naturais e filogenéticos.
3- NOMECLATURA BOTÂNICA
3.1. Código de nomenclatura botânica
As primeiras tentativas neste sentido são encontradas no livro Fundamenta
Botânica, que foi publicado por Linneus em 1736, onde estão descritos os primeiros
princípios de nomenclatura botânica.
Augustin de Candolle em 1883, publicou Théorie Elémentaire de la Botanique
baseado na proposta de nomenclatura de Linneus.
A partir de 1867, quando se reuniu em Paris, o primeiro Congresso Internacional
de Botânica, os trabalhos de Candolle foram discutidos, revisados e recomendadas
como o melhor Guia de Nomenclatura Botânica.
Os nomes científicos são utilizados amplamente nas áreas biológicas, especialmente
no campo da Sistemática, define padrões e regras para que haja uma organização.
Os Códigos de Nomenclatura Botânica são revistos e atualizados periodicamente
nos Congressos Internacionais de Botânica, onde cada nova edição do Código anula as
precedentes. A edição mais recente do Código Botânico foi editada em 2017, adotado
pelo Congresso Internacional de Botânica, realizado em em Shenzhen, China, em julho
de 2017.
9
a) Divisão:
Representa a categoria que fica logo abaixo do reino, sendo formada por um conjunto
de classes, embora em determinadas situações haja necessidade de incluir categorias
intermediárias e subdivisões.
b) Classe
c) Ordem
d) Família
Constituída em geral por mais de um gênero, é uma categoria comumente tratada com
maior interesse nos textos de Botânica Sistemática, sua descrição é feita com extensão
bastante abrangente, de modo a contemplar características do gênero. Os nomes das
famílias são formados pelo radical de um dos gêneros, acrescido da terminação aceae.
Algumas exceções são consignadas pelo Código de Nomenclatura, para oito famílias,
que tinham nomes tradicionais anteriores à vigência do Código.
Exemplos:
e) Gênero
f) Espécie
A partir de Linneus foi adotado o sistema de nomenclatura binária, onde as plantas são
cientificamente designadas por um conjunto de duas palavras latinas ou latinizadas,
correspondentes ao nome genérico e ao epíteto específico.
Exemplo:
Theobroma cacao L.
A primeira palavra (nome genérico) indica o gênero a que pertence a espécie e a
segunda palavra (epiteto específico), permite designar espécies diferentes dentro de um
mesmo gênero.
3.6. Ortografia
• As categorias que vão de Reino até Gênero são designadas por uma só palavra,
escrita com a inicial maiúscula.
• As espécies são designadas por um binômio, formado pela união do nome
genérico (prenome) a um epíteto específico, escrito com inicial minúscula.
Epíteto é qualquer palavra subsequente (abaixo) ao nome genérico;
• O epíteto deve ser um adjetivo e concordar gramaticalmente com o gênero e
usualmente apresenta as seguintes terminações: -ensis, -nus, -inus, ou icus
(bahiensis);
• Tautônimos são proibidos, onde o nome genérico igual ao epíteto;
• Quando o epíteto for composto por duas ou mais palavras estas devem ser
ligadas por hífem: Atropa bella-dona– Solanaceae;
• A origem híbrida é indicada pelo uso do sinal de multiplicação X ou pela
adição do prefixo “notho-” (do grego nothosque significa híbrido). Assim temos:
Agrostis stolonifera L. x Polypogonmons peliensis (L.) Desf. para designar a
origem hibrida.
• Publicação efetiva: Segundo o Código uma publicação é efetiva somente pela
distribuição de matéria impressa (através de venda, intercâmbio ou doação) a
instituições com bibliotecas acessíveis aos botânicos em geral.
14
3.7. Tipificação
A aplicação de nomes de táxons no nível de família ou abaixo é determinada por
meio de tipos nomenclaturais. Chama-se TYPUS, o espécime conservado no herbário,
do qual se fez a diagnose original. Tipo nomenclatural é o elemento ao qual o nome de
um táxon está permanentemente ligado.
4. IDENTIFICAÇÃO.
A chave pode ser organizada com maior ou menor abrangência. Em outras palavras,
pode incluir plantas consideradas em função da flora mundial, ou casos de vegetais de
uma área limitada. Por outro lado, nem sempre objetiva a identificação de espécies, já
que muitas vezes é estruturada para determinação de grupos pertencentes a categorias
diferentes (chave de gênero, chave de família).
O resultado a que se chega com o uso de qualquer chave de identificação, deve ser
objetivo de análise ou de estudo crítico, mediante consulta a um texto que contenha a
descrição do táxon encontrado. Principalmente tratando-se de conclusão obtida com o
uso de chaves para determinação de espécies, é ainda recomendado comparar o
resultado alcançado, com exsicatas do herbário anteriormente identificado ou com
estampas porventura existentes.
16
4.2. Herbário
O herbarium foi fundado em 1895, é o terceiro mais antigo do Brasil, atualmente possui
cerca de 230.000 amostras de plantas desidratadas (exsicatas) registradas, especialmente
do grupo das Angiospermas, além de algumas Gimnospermas e um grande acervo de
Pteridófitas, Briófitas e Fungos, abrangendo também 3.000 tipos nomenclaturais
(amostras utilizadas na descrição de uma espécie nova (MPEG, 2015).
O herbarium foi fundado em 1945, ainda no antigo Instituto Agronômico do Norte, pelo
engenheiro agrônomo João Murça Pires (composto por 193 mil exsicatas, abrigando
ainda uma xiloteca com 8 mil amostras de madeira, uma carpoteca com 700 frutos
17
desidratados e 289 em meio líquido, uma fototeca com cerca de 30 mil fotografias de
tipos e uma coleção de tipos nomenclaturais com aproximadamente 2 mil amostras
(SOUSA et.al., 2013)
O herbário foi fundado e 1954, atualmente possui um precioso acervo com mais de
217.000 registros, dentre eles cerca de 1.300 typusnomenclaturais, uma coleção de mais
de 25.000 fototipos. Carpoteca, com cerca de 2.500 frutos e Xiloteca, representada
por 10.445 amostras de madeira. Pertence à categoria de Herbário Regional e, como tal,
cerca de 90% de seu acervo é composto por representantes da flora Amazônica
Brasileira e de outros países da bacia Amazônica, representando a maior coleção de
plantas da Amazônia e o quinto maior herbário brasileiro (INPA, 2015).
Fonte:(MARTINS-SILVA (2002).
b) Ficha de Campo
Devem ser anotadas as características da planta que não serão observadas após a
desidratação do material, tais como: altura e circunferência da planta, hábito, forma da
árvore, disposição dos ramos, forma do tronco, tipo de base do tronco, características
da casca, exsudação, coloração das flores e tamanho, textura e cor dos frutos, tipo de
odor, denominação local e uso (MARTINS-SILVA (2002).
- Estufa.
- No campo, o processo de secagem inicia-se nas próprias prensas, pela troca constante
ou diárias das folhas de jornal ou colocadas ao sol, por 05 ou 06 dias, em posição tal
que favoreça a penetração dos raios solares.
• Materiais
- Cartolina, cola, fitas estreitas de papel.
- Carimbo de herbário
- Envelope pequeno
- Papel pequeno
- Papel madeira
• Método de montagem
- Fixa-se o material, sobre uma cartolina, colocando-o com auxílio de fitas estreitas e
papel.
- Na parte inferior, lado direito será colocado a ficha com as informações necessárias.
- A exsicata deverá ser protegida por uma capa de papel branca, que contém na frente e
na base o nome científico acompanhado de seu respectivo autor.
- A capa branca deverá ser envolvida por uma capa de papel madeira que na sua parte
frontal inferior, deverá indicar o gênero.
Assim qualquer reconstrução filogenética contará com apenas uma parte das
espécies que existem e existiram. Por outro lado só conhecemos uma parte ínfima das
características biológicas de todos os grupos. Assim o conhecimento da evolução dos
organismos limita-se aos táxons e aos caracteres amostrados.
Atualmente foi lançado a quarta versão do sistema de classificação das plantas com
flor (angiospérmicas), essencialmente baseado em estudos de filogenia molecular,
desenvolvido pelo Angiosperm Phylogeny Group (APG). Este sistema de taxonomia
das plantas foi publicado em 2016.
Quando comparado com os sistema APG III, o sistema APG IV reconhece 5 novas
ordens (Boraginales, Dilleniales, Icacinales, Metteniusales e Vahliales), bem como
algumas novas famílias, resultando num total de 64 ordens e 416 famílias de
angiospérmicas.[
Bibliografia
SOUSA, H. J. R.; MARTINS- SILVA, R.C. V.; FILER, D.L.; XAVIER, S.R.; FOURO,
A.M.M..Base de dados do Herbário IAN da Embrapa Amazônia Oriental.Belém,
PA : Embrapa Amazônia Oriental, 2013. 43 p.
28