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Salvador
2022
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Salvador
2022
1. Tema
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2. Justificativa
O estudo das roupas, muitas vezes, foi interpretado de maneira errônea como
um objeto de pesquisa relacionado às futilidades e frivolidades do universo feminino.
Todavia ressaltamos que as pesquisas sobre o vestuário possuem uma série de
significados e interpretações ligadas às diversas áreas do conhecimento, incluindo a
história, onde se tornou uma preciosa fonte documental. Sobre a importância do
estudo do vestuário para a construção histórica, o historiador Daniel Roche afirma:
1
ROCHE, Daniel. A cultura das aparências: uma história da indumentária. São Paulo: Senac, 2007.
P.35
2
Assim como a pintura e a fotografia, consideramos a literatura como uma forma de expressão
artística.
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É correto afirmar que o vestuário, sendo uma das formas mais aparentes do
consumo e mais evidente na questão de status social e de gênero – útil para
sustentar ou destruir fronteiras simbólicas -, desempenha um importante papel na
construção social da identidade, onde os atores sociais, em diferentes épocas,
notam suas posições nas camadas sociais. Sobre esse aspecto, a historiadora
Daniela Calanca expõe:
A partir do relato acima, vimos que modernização não era uma “mão única”.
As classes dominantes queriam as reformas e saudavam as transformações como
marcas de civilidade e de modernidade, mas queriam que permanecessem os
costumes e hábitos. Sobre esse argumento, a autora Kátia Mattoso expõe:
6
TAVARES. Luís Henrique Dias. História da Bahia. Salvador: EDUFBA, 2008. P.304.
6
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ALENCAR, Luiz Felipe de. (Org). História da Vida Privada no Brasil 2: Império, a corte e a
modernidade nacional. Rio de Janeiro: Companhia das Letras. 1997. p. 147.
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Palavra francesa que os brasileiros se apropriaram para designar artigos de higiene e de beleza.
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Consideramos a moda como gostos que distinguem indivíduos entre classes. Para se sentir
pertencente a um determinado grupo social, as elites lançam códigos de distinção. É notório que
esses códigos nascem no topo da pirâmide social e gotejam para as demais camadas.
7
Contudo, temos que lembrar que assim como na capital da República, Rio de
Janeiro, as ideias de civilidade também já estavam sendo difundidas e eram
noticiadas pelos jornais de Salvador.
Os impressos foram produtos forjados a partir de representações
contextualizadas da realidade. Eles podem revelar lutas simbólicas pelo poder de
representar, muitas alicerçadas por ideologias, afirmando a memória de distintos
grupos sociais. De acordo com o historiador Roger Chartier, o campo das
representações pode incluir as formas de pensar, sentir e agir, transformando-se em
máquina de fabricar respeito e submissão. Portanto, vejo a importância dos
periódicos para a pesquisa, pois são com eles que podemos “identificar o modo
como, em diferentes lugares e momentos, uma realidade social é construída,
pensada, dada a ler”10.
Constatamos que as noções de boas maneiras, de civilidade e de polidez,
que foram difundidos pelas classes dominantes da cidade, já se faziam presente
bem antes do período estudado. O historiador Wanderley Pinho descreve, nos seus
estudos11, que no período do Segundo Reinado, os costumes das classes
abastadas de Salvador mostravam-se refinados e totalmente entrosado com as
influências europeias.
Ressaltamos que a publicidade enalteceu o perfil dos objetos e foi
indispensável na propagação dos produtos e dos lançamentos de bens de consumo
europeus na cidade de Salvador, levando ao consumidor o desejo de posse! Assim,
os periódicos vendiam o estilo, principalmente, o francês de decorar, de comer e
principalmente vestir. Portanto, a busca por novidade passa a ser a mola precursora
da dinâmica da moda, inserindo, a partir disso as mulheres de classes mais
abastardas na dinâmica da urbe. Deste modo, afirmamos, mais uma vez, sobre a
importância das fontes impressas, pois, com seus anúncios, os jornais atingiram um
público que detinha capital tendo como propósito o consumo de bens relacionado à
moda. Os produtos são transformados em imagens conforme os princípios dos
novos tempos. É importante esclarecer que os periódicos foram determinantes para
as profissionais da moda, uma vez que a propaganda dos ateliês e serviços de
costura deixava alguns comércios mais conhecidos e requisitados do que outros.
Portanto era imprescindível o envolvimento da publicidade nos negócios que
10
CHARTIER, Roger. A história cultural, entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1988 p.16- 17
11
PINHO, Wanderley. Salões e Damas do Segundo Reinado. São Paulo: Livraria Martins Editora,
1970.
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2. Delimitação do Problema
3. Objetivos
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VIEIRA, Claudia Andrade. Imagens reveladas, diferenças veladas: relações de gênero na dinâmica
do espaço público na cidade do Salvador. Salvador: EDUNEB, 2017. P 16
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4. Considerações teórico-metodológicas
5. Fontes
6. Bibliografia
Jornais
A Lanterna
Almanak das Familias
Correio de Notícias
Diário de Notícias
Jornal de Notícias
Tribuna Popular
Revistas
A Estação
L’Ilustration
ALENCAR, Luiz Felipe de. (Org). História da Vida Privada no Brasil 2: Império, a
corte e a modernidade nacional. Rio de Janeiro: Companhia das Letras. 1997.
12
AZEVEDO. Thales de. As regras do Namoro à Antiga. São Paulo: Ática, 1986.
LEITE, Márcia Maria da Silva Barreiros. Educação, Cultura e Lazer das Mulheres
de Elite em Salvador, 1890-1930. Dissertação de Mestrado. Salvador: UFBA, 1997.
MATTOSO, Kátia. Bahia século XIX – Uma Província no Império, Editora Nova
Fronteira. 1992.
7. Cronograma
MÊS/ATIVIDADE JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
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Confecção do projeto x
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Apresentação do
projeto x
Levantamento
Bibliográfico x x x x
x x x
Coleta de fontes x x x
x
Escolha do Orientador
x
x x x x x
Escolha das Fontes
x
x
Reunião com o Orienta-
dor
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Análise e interpretação
dos dados
x x x
Redação
x x x
x x
Revisão da redação
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x x
Confecção dos Slides
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Preparação para a
Apresentação
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