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04/05/2021 A educação quilombola como resistência de suas comunidades e culturas - Centro de Referências em Educação Integral
um desafio”, diz Djey, que é aluna do 2º ano do Ensino Médio de uma escola
pública regular da cidade de Porto Alegre.
Para além das dificuldades de acesso, a jovem se queixa de aulas que não
conversam com sua identidade e cultura. “Só lembram da história e da cultura
dos quilombolas em novembro, e só na matéria de História”, conta.
Por estes motivos, diz que persiste nos estudos porque “é preciso”. Do
contrário, não estudaria. “Posso aprender muito mais com a minha comunidade,
viajando e conhecendo outros quilombos, mas eu sei que ter um diploma é muito
importante na nossa sociedade, ainda mais sendo negra e quilombola”, diz.
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Cartazes nos corredores da escola quilombola Dona Rosa Geralda da Silveira, feitos pelas crianças
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Identidade e ancestralidade
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04/05/2021 A educação quilombola como resistência de suas comunidades e culturas - Centro de Referências em Educação Integral
As várias danças africanas fazem parte da educação quilombola na escola Dona Rosa Geralda da Silveira, em São
Pedro da Aldeia (RJ).
Ela conta que com os alunos mais velhos trabalha, por exemplo, o vocabulário
próprio da comunidade. Com os mais novos, utiliza-se da literatura infantil para
contar histórias sobre a África. Ano passado, inclusive, uma mulher quilombola
foi pessoalmente contar para as crianças sobre a origem do quilombo.
Ela ressalta que nada disso seria possível sem o comprometimento das dezenas
de professores que lá trabalham. Ao chegarem, os docentes passam por uma
sensibilização ao tema, estudam o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e
as Diretrizes da Educação Quilombola, além de receberem cursos de formação
continuada.
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04/05/2021 A educação quilombola como resistência de suas comunidades e culturas - Centro de Referências em Educação Integral
“De nada adiantaria criar um PPP se os professores não levassem a sério. Mas
eles querem fazer mais pela cultura, querem estudar, conhecer, e levar isso para
as crianças”, comemora Ana Rogéria.
Mas todo esse empenho em valorizar a cultura afro-brasileira não vem sem
alguma resistência. A escola, aberta à comunidade, recebe muitos alunos de fora
do quilombo, e algumas famílias não entendem o projeto de educação em vigor,
e “acham que só ensinam macumba”, como conta a diretora, e acabam tirando os
filhos da escola.
“Eu sou negra, e sei a importância de valorizar nossa história. Por meio do
estudo, porque a nossa cultura ficou adormecida por muito tempo no ambiente
escolar, as crianças pequenas vão poder conhecer a nossa bonita história, que
nós não vamos deixar morrer”, diz Ana Rogéria.
O colégio quilombola Maria Joana Ferreira leva para as ruas o combate ao racismo
Crédito: Acervo pessoal
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04/05/2021 A educação quilombola como resistência de suas comunidades e culturas - Centro de Referências em Educação Integral
Continuidade e troca
“Nós, negros, já passamos tempo demais sem vez, sem voz. Agora vamos
mostrar que somos capazes, sujeitos de nossa própria história”, diz Rosemary
Ferreira da Silva Câmara, diretora do colégio. “E ter escolas quilombolas é
fundamental para isso, e não significa que estamos nos excluindo, como dizem,
até porque o quilombo hoje é composto por várias etnias, acolhemos a todos”,
afirma.
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04/05/2021 A educação quilombola como resistência de suas comunidades e culturas - Centro de Referências em Educação Integral
2 comentários
JOSE RAIMUNDO
25/08/2018 às 12:52
Li a matéria acima com cuidado, atenção, de um só fôlego, tal como deve ser quando se quer entender
algo, compreendê-lo na sua essência e importância. Fiquei encantado. Essa questão da educação dos
quilombolas deve se fazer presente e de mineira no centro debate. Uma pena que aqui poucos leem
uma matéria como esta. Recomendo a sua leitura!
Responder
Eyllika Milianni
23/08/2018 às 17:23
Eu acredito que a realidade nas Escolas quilombolas seja desafiadora para os professores.Gostaria de
conhecer um pouco mais sobre o projeto que é desenvolvido,embora,a realidade do Rio Grande do
Norte,seja diferente da do Rio Grande do Sul.E portanto,a formação continuada dos profissionais
deveria ter suas particularidades,o que desconheço até o momento aqui no RN.
Sou pedagoga,e trabalho em uma Escola numa comunidade de remanescentes quilombola.
Responder
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