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FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS

CONSTANTINO NERY

SÉRGIO AUGUSTO CORRÊA VINHOTE

SAÚDE MENTAL NO AMBIENTE ESCOLAR

MANAUS – AM

2023
SÉRGIO AUGUSTO CORRÊA VINHOTE

SAÚDE MENTAL NO AMBIENTE ESCOLAR

Relatório individual do Projeto


de Extensão, feito pelo Curso de
Psicologia da Faculdade Estácio do
Amazonas, como requisito para
obtenção de nota final da disciplina
Psicologia, Ética e Direitos Humanos.
Orientador Acadêmico: Prof. Dr.
Marcelo Souto da Silva.

MANAUS – AM

2023

1. Relato de Experiência Individual


Organizar, de forma escrita, as aprendizagens construídas. O relato precisará
conter, obrigatoriamente:

a) INTRODUÇÃO/CONTEXTUALIZAÇÃO: explicitar a experiência/projeto


vivido e contextualizar a sua participação;

b) OBJETIVOS: apresentar de forma clara os objetivos da experiência;

c) METODOLOGIA: descrever como a experiência foi vivenciada: local;


sujeitos/públicos envolvidos; período; detalhamento das etapas;

d) RESULTADOS E DISCUSSÃO: detalhar a expectativa e o vivido;


descrever o que foi observado e o que resultou a experiência; explicitar como
se sentiu, as descobertas/aprendizagens, facilidades, dificuldades e
recomendações, caso necessário;

e) REFLEXÃO APROFUNDADA/CONCLUSÃO SOBRE AS ATIVIDADES


VIVÊNCIADAS: discorrer sobre a relação entre a experiência vivida e a teoria
estudada.

OBSERVAÇÃO: Exige-se que todo o processo de desenvolvimento do


projeto de extensão seja documentado e registrado através de evidências
fotográficas ou por vídeos, tendo em vista que o conjunto de evidências
não apenas irá compor a comprovação da realização das atividades, para
fins regulatórios, como também poderão ser usadas para exposição do
projeto em mostras acadêmico-científicas e seminários de extensão a
serem realizados pelas IES.

INTRODUÇÃO
O projeto realizado pelo grupo tinha por objetivo a conscientização de
estudantes do Ensino Médio acerca da importância da saúde mental nesse
período decisivo de suas vidas, uma vez que os mesmos estão em uma época
crítica de mudanças, onde se faz importante o desenvolvimento da maturidade
dos mesmos, virtude essa que só pode se obtida por meio do equilíbrio interno
de suas diversas necessidades.
A integrante Willianny entrou em contato com a Escola Estadual Prof. Eliana
de Freitas Morais (CMPM VII), que se mostrou disponível para a realização do
trabalho. Não foi possível realizar a visita técnica por conta da indisponibilidade
da escola em abrir um espaço na sua programação, além do que a instituição
deixou aberto a possibilidade de tratar qualquer assunto que julgássemos
importante, não necessitando atender nenhuma demanda de um tema
específico.
Portanto, a equipe se organizou e assim seguiu para a realização do projeto,
porém, ao chegar na instituição de ensino onde iríamos atuar, estava havendo
naquele mesmo dia um simulado apenas com os alunos do 3° ano do Ensino
Médio. Nosso plano inicial era realizar a palestra em duas turmas, uma do 1° e
outra do 2° ano, porém naquela manhã os alunos do 3° ano estavam
realizando uma prova geral, e os do 1° sequer tinham comparecido à escola.
Tal erro ocorreu por conta da falta de atenção da profissional que marcou uma
data em que ocorreria um evento obrigatório e que duraria o turno inteiro, não
atentando nem mesmo quando confirmou a data dias antes com a integrante
do grupo responsável pela aquisição do local onde iríamos atuar.
Em sequência, quando o último integrante chegou à escola e ficou a par da
situação, decidimos tentar remarcar para outro dia, porém apareceu outro
problema, pois os dias disponíveis para a remarcação acabaram sendo 30 e 31
de outubro, o que acabou tornando inviável o projeto naquela escola pois, além
de ficar muito perto do dia de entrega do relatório final, seriam véspera de data
festiva ou data festiva, onde provavelmente teria outro evento na escola
impossibilitando a execução do projeto no local.
Após descartarmos a nossa opção inicial de local de projeto, outro integrante
do grupo sugeriu uma outra escola, que felizmente, após uma visita dele, se fez
o local ideal para a execução do projeto.
No projeto, a minha participação foi de inicialmente, junto com todos os outros
membros do grupo, debater sobre os temas que o professor abordou em sala
de aula e, decidindo em conjunto, e também com o direcionamento do
professor Marcelo, estabelecer o tema do projeto a partir de um propósito
socialmente relevante.
Além disso, contribuí com a produção dos cartões que foram entregues às
turmas ao final da apresentação, assim como a elaboração e organização da
apresentação de slides apresentada em sala de aula. Na apresentação em si,
fui o responsável por introduzir e expor aos alunos os questionários que tinham
por objetivo pontuar fatores que poderiam estar afetando seu bem-estar físico e
mental.

OBJETIVO
O objetivo do projeto era expor aos alunos conceitos inerentes à saúde
mental, e a partir daí desenvolver ideias essenciais para a criação de hábitos
benéficos à saúde mental, e também indicar costumes ou padrões de
comportamento que venham a ocasiona mal-estar psíquico.
Além disso, a intenção do projeto era nos aproximarmos de uma determinada
realidade, no caso, a realidade escolar, a partir do ponto de vista não só dos
alunos ali presentes, mas também dos profissionais ali operantes, e visualizar
as necessidades que tal ambiente apresenta.
Em relação a isso, se mostrou muito benéfica a mudança de escola, pois isso
nos proporcionou adentrar em dois ambientes distintos, o primeiro com uma
disciplina observavelmente mais rígida, por ser um colégio da polícia militar,
desde a segurança até a existência de uma psicóloga atuante, e o segundo
uma escola estadual, visivelmente com menos apoio do que a visitada
anteriormente, e que inclusive não possuía uma psicóloga fazendo parte da
equipe pedagógica.

METODOLOGIA
Segundo o teórico Abraham Maslow, o ser humano tem dentro de si uma
hierarquia de necessidades, necessidades essas que vão desde o campo
pessoa até o âmbito mais coletivo de suas relações com o mundo a sua volta,
e que possuem a função de equiparar cada prioridade conforme o seu nível de
necessidade, indo das mais básicas, que são as necessidades fisiológicas, até
às mais complexas, no caso das necessidades de estima ou status e de
autorrealização, e que cada uma delas contribui (no caso de satisfação) ou
prejudica (não-realização) o bem-estar existencial do indivíduo.
Ainda segundo essa corrente, é primordial não apenas a realização de cada
etapa, mas também o respeito à hierarquia de necessidades, indo sempre da
mais simples (e mais urgente de ser satisfeita) até às mais complementares (e
mais difíceis/custosas de serem atendidas). Como exemplo prático e pertinente
à realidade de nosso trabalho, nosso integrante Sullyvan na sua fala afirmou
que o aluno que deixa de ter notas boas na escola muitas vezes tem por motivo
algum problema mais complicado do que simplesmente a falta de vontade de
estudar, ou seja, no ambiente escolar, o mau desempenho acadêmico de um
aluno dificilmente se dá por uma “pura” falta de interesse, no sentido de que o
desânimo expressado por ele seja “espontâneo”, uma consequência sem
causa.
Há, além dos fatores cognitivos, que baseados numa visão simplista são
facilmente identificados como o único problema, diversos outros fatores que
devem ser levados em conta na hora de identificar uma causa de
comportamento. E, baseados na observação da realidade da escola visitada,
mas também sabendo que essa realidade é a da maioria das escolas,
principalmente as de Ensino Público1, nós trouxemos a eles conselhos práticos
referentes a tomadas de decisão, combate à insegurança e construção de
responsabilidade individual e social.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Muita coisa pôde se concluir a partir da execução do projeto, e acabamos
aprendendo muito mais do que esperávamos.
Um dos principais pontos observados foi a diferença de receptividade entre os
alunos do 1° e 3° ano do Ensino Médio. Enquanto os estudantes do 3° ano
demonstraram pouco interesse no geral, os do 1° ano foram, com o passar do
tempo, sendo mais receptivos, participando ativamente da palestra
respondendo perguntas e dando opiniões sobre determinados tópicos.
Uma das hipóteses do desinteresse dos alunos da 3a série pode ser o fato de
que a data do projeto acabou ficando muito próximo do Enem e de outros
processos seletivos, e que por causa disso, o interesse deles estava voltado às
provas iminentes. Além disso, foi observada uma resistência visivelmente
presente em jovens que estão prestes ou que acabaram de completar a
maioridade, que é possivelmente fruto da ansiedade pré-vestibular já citada,
além de outros fatores individuais que variam de pessoa para pessoa.
O 1° ano, por outro lado, que inicialmente mostrou certo desinteresse por
meio de conversas paralelas, acabou aceitando cada vez mais as informações
que tínhamos a oferecer. Por meio deles, por exemplo, confirmamos a suspeita
de que a escola não possuía psicóloga, e em como o assunto que estávamos
abordando, que era tão importante, tinha sido tratado anteriormente somente
uma vez na vida acadêmica deles e por uma professora regular.
Isso mostra a deficiência da presença de profissionais psicólogos nas escolas
públicas, principalmente naquelas onde a sua presença se faz mais necessária,
que são as áreas de vulnerabilidade social.
Outro ponto a se observar é a diferença de realidade anteriormente citada. As
duas escolas são públicas, mas o simples fato de uma ser da rede estadual e a
outra ser um colégio da polícia faz toda a diferença no tangente à segurança,
estrutura e apoio pedagógico. Além disso, a receptividade por parte dos alunos
é um indicativo da necessidade dos mesmos desse tipo de assistência, assim
como da abertura deles ao apoio psicossocial que, embora pequeno, nós
ofertamos.

CONCLUSÃO
Com a realização do projeto foi possível realizar a conscientização que
pretendíamos fazer, mas foi muito mais do que isso. Conseguimos ter acesso
ao ponto de vista do nosso público-alvo, que não possui acesso à assistência
psicológica, uns porque caem no senso comum de que só quem vai ao
psicólogo é louco, outros porque mesmo sabendo da importância de tal apoio,
procura a ajuda, mas a ajuda não vem.
Portanto, de pouco vale as reformas no sistema educacional, reformas nas
estruturas físicas das escolas, se o que é mais urgente está sendo
negligenciado, que é o acompanhamento psicopedagógico do aluno, que
buscaria as verdadeiras causas de um possível mau desempenho escolar, ou
mais ainda, um problema social, econômico, que eventualmente evoluiria para
uma desordem psicopatológica no jovem, tudo isso podendo ser evitado se as
suas necessidades básicas fossem atendidas.
E o que se origina disso é, pelo fato de não se ter um profissional qualificado
para realizar esse apoio, muitas vezes essa assistência inexiste ou acaba
sendo praticada por profissionais de outras áreas, no caso da nossa escola, foi
relatado que uma professora regula acabava fazendo esse apoio psicológico e
pedagógico em muitas desses adolescentes, e por causa disso, ficando
sobrecarregada por fazer um trabalho que originalmente não cabia a ela.
Infelizmente, é uma realidade vivida na maioria das escolas públicas.
Outra conclusão que tiramos é que nenhuma teoria é absoluta, todas tem
seus pontos fracos e fortes, podendo ser úteis em um cenário, mas não em
outro. Um exemplo é o tipo de abordagem que usamos com os estudantes,
misturamos Psicologia Existencial com Behaviorismo, além da Psicologia
Positiva, entre outros, alternando entre conselhos (dicas e técnicas de controle
da ansiedade) e escutas (perguntas sobre a opinião deles sobre determinada
ideia, além da participação espontânea deles), pois devemos dar atenção à
particularidade de cada indivíduo, sua autonomia como é defendido
principalmente pela Psicologia Social Contemporânea, assim como Ian Parker
(noção de subjetividade dentro do âmbito social), Sílvia Lane (partir da
realidade dos alunos para um conhecimento significante), mas também sem
deixar de lado a objetividade, uma vez que o intuito não apenas do psicólogo,
mas do profissional da saúde como um todo é a restauração do bem-estar do
paciente, ou no mínimo o mais próximo do antigo estado possível.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 Breves considerações, comentários e ideias acerca de uma


Psicologia Social Critica. Periódicos Eletrônicos em Psicologia, 2016.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttex.
Acesso em: 29/10/2023.

 Desempenho escolar para além do comportamento do aluno.


Faculdade de Medicina UFMG, 2017. Disponível em:
https://www.medicina.ufmg.br/desempenho-escolar-para-alem-do-
comportamento-do-aluno/. Acesso em: 29/10/2023

 Psicologia Humanista: o que é, conceitos, objetivo e psicólogos.


Psitto, 2023. Disponível em: https://www.psitto.com.br/blog/psicologia-
humanista/. Acesso em: 29/10/2023

 Sílvia Lane: uma contribuição aos estudos sobre a Psicologia


Social no Brasil. Periódicos Eletrônicos em Psicologia, 2009.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pi.
Acesso em: 29/10/2023

ANEXOS

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