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RELATO DE EXPERIÊNCIA

TÍTULO: CENTRALIZADO, LETRA MAIÚSCULA E EM NEGRITO, FONTE 12

Fernanda Viccini da Silva1


Keli Thais Saggin2
Noemi da Silva3

Eixo Temático: Processo de ensino e de aprendizagem.

Palavras-chave: Residência Pedagógica. Docência. Experiência.


Incluir de 3 a 5 palavras-chave separadas por ponto.

O presente relato de experiência contém como referências base desta produção textual
os estudos teóricos desenvolvidos ao longo do projeto Residência Pedagógica, acrescido das
vivências das estudantes acima citadas, que será descrita de modo mais generalizado,
englobando aspectos que marcaram a trajetória percorrida envolvendo as escolas-campo e a
universidade, descrevendo na sequência apontamentos sobre os impactos, aprendizados e os
desafios encontrados ao longo do tempo, neste caso, especificamente do período inicial das
atividades do programa, no mês de outubro de 2022, até a presente data da produção deste
relato de experiência, no mês de maio de 2023.
O Programa de Residência Pedagógica é um programa de aperfeiçoamento pessoal de
nível superior – CAPES, com intuito de aperfeiçoamento na formação inicial dos professores
da educação básica nos cursos de licenciatura com os seguintes objetivos; fortalecer e
aprofundara formação teórico-prática de estudantes de curso de licenciatura, contribuir para a
construção de identidade profissional docente de licenciandos, estabelecer
corresponsabilidade entre a instituição do ensino superior, redes de ensino e escolas na
formação inicial de professores, valorizar a experiencia dos professores da educação básica na
preparação dos licenciandos para a sua futura atuação profissional, induzir a pesquisa
colaborativa e a produção acadêmica com base nas experiências vivenciadas em sala de aula.

1 Instituição e endereço eletrônico (e-mail).


2 Instituição e endereço eletrônico (e-mail).
3 Instituição e endereço eletrônico (e-mail).
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A nossa experiência no Programa de Residência Pedagógica ocorreu na Escola
Municipal Professora Ana Bocchi Macagnan, que está localizado na rua Vereador Romeu
Lauro Werllang, 2414 no bairro Industrial em Francisco Beltrão.
Os sujeitos participantes de nossa experiência que estamos vivenciando são a
professora e coordenadora do Programa de Residência Pedagógica Vanice Sbardelotto com
experiência na área de Educação: docência, coordenação, assessoria pedagógica, formação
continuada de docentes na educação básica e educação superior. Na equipe pedagógica está a
diretora Meri Terezinha Menegazzo Bruzamarello que está na gestão da escola a cinco anos, a
pedagoga Juceliane Chiapetti Deodato está a dois anos no cargo como assessora pedagógica e
de direção, também acompanha o trabalho dos professores, planejamentos, salas de aulas,
atividades extraclasses, atende aos alunos, país e funcionários.
Em sala de aula acompanhamos a professora Valdenice Silva, que é a regente da
turma, nesta sala é composta por 22 alunos, mas nesta instituição há quase 370 alunos. Somos
em cinco discentes que estão no Programa de Residência nesta instituição, sendo duas do 4°
ano e três do 3° ano do curso de Pedagogia.
Fomos muito bem recebidos pela Professora Valdenice e seus alunos, sendo que já
fomos apresentadas como professoras, trazendo um pouco de segurança a nós, nos primeiros
dias que fomos para a sala de aula ficamos fazendo observação, de como a professora
aplicava sua aula e como era os alunos, organização de sala que é feito de pelos próprios
alunos juntamente com a professora e de forma que estejam ao alcance dos mesmos.
Em um encontro seguinte do programa foi na UNIOESTE para contarmos como foi
esse primeiro contato com a escola utilizando como base CALLAI, 2005 - “Aprendendo a ler
o mundo: a geografia nos anos iniciais do ensino fundamental”. A leitura do mundo é
fundamental nos anos iniciais da escolaridade, vai além de mapas, é a vida do aluno no
cotidiano, a sociedade ideal que ele está imposto, com os limites da natureza e sociedade,
entender a busca pela sobrevivência no espaço e necessidade na humanização do ser humano.
Como ressalta CALLAI,2005, p. 228:
“Fazer a leitura do mundo, é a leitura da vida, construído cotidianamente e que
expressa tantos as nossas utopias, como os limites que nos são postos, sejam eles do
âmbito da natureza, sejam do âmbito da sociedade.”

É preciso dar condições para a criança para que ela conheça as paisagens,
identificando, descrevendo, registrando e analisando, assim ela pode compreender o “eu” no

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mundo, que é muito complexivo, indo além da sua vida, família, escola, rua, bairro, cidade.
Pois assim, é produzido um conhecimento que legítimo, como afirma CALLAI,2005, p. 231:
É preciso que haja concepções teórico metodológicas capazes de permitir o
reconhecimento do saber do outro, a capacidade de ler o mundo da vida e
reconhecer a sua dinamicidade, superando o que está posto como verdade absoluta.
É preciso trabalhar com a possibilidade de encontrar formas de compreender o
mundo, produzindo um conhecimento que é legítimo. (CALLAI,2005, p.231).

A ideia de alfabetizar através do espaço vivido pela criança, valorizando seus relatos,
torna algo significativo e prazeroso para a aprendizagem, assim compreendendo o “eu” e o
“outro” em diferentes situações, a geografia pode descrever lugares e ensinar o nome deles,
neste momento que a ela aprende a ler e a escrever, assim transformando este conhecimento
importante para o ensino das crianças.
E quando a criança compreende o mundo e a realidade ela pode desde cedo
desenvolver um pensamento crítico, “partindo do fato de que a gente lê o mundo ainda muito
antes de ler a palavra, a principal questão é exercitar a prática de fazer a leitura do mundo. Ao
chegar à escola, a criança vai aprender a ler as palavras, mas qual o significado destas, se não
forem para compreender mais e melhor o próprio mundo?” (CALLAI, 2005, p.233).
O segundo texto que estudamos foi de Newton Duarte “Os conteúdos escolares e a
ressurreição dos mortos”, e conforme fomos fazendo as observações e inserções, foi
relacionando com as aulas que participavam, este texto fala sobre as relações entre a
concepção de mundo e a educação escolar, que a escola é uma instituição que não está
separada da sociedade, que sempre está voltado à educação, mas também tem compromisso
com o ser humano e com o mundo, tendo a função libertadora do sujeito.
Apesar de cada uma das estudantes carregar consigo desafios e dificuldades vividas ao
longo do projeto Residência Pedagógica que se fazem específicas a sua individualidade e
dependem de aspectos pessoais, de personalidade e das diferentes ou nulas experiências com a
docência nos anos iniciais do ensino fundamental, este relato de experiência será descrito
abrangendo elementos que convergiram entre as experiências, ressaltando-se que cada
acadêmica/docente viveu em sua singularidade o projeto.
Um grande desafio enfrentado inicialmente foi familiarizar-se com o modo como
planeja-se uma aula para os anos iniciais, todo professor (e todas as profissões) não nascem
sabendo o que se deve fazer, mas sim aprendem por meio de suas vivências, e em um
primeiro contato é natural que o sentimento de estar perdido se faça presente, o exercício da

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prática é quem constrói a facilidade em realizar planos de aula, este aspecto ao longo do
tempo tornou-se menos confuso, mas não mais simples, pelo fato de que a busca por uma aula
provocativa e envolvente gera inquietação.
Quanto ao momento em sala de aula, uma dificuldade enfrentada, quanto menor a
experiência, diz respeito a segurança em atuar na docência, em agir ao longo da inserção com
os alunos e com o próprio conhecimento em si, o medo das infinitas possibilidades de
situações que possam ocorrer e que, mesmo com o planejamento todo detalhado e organizado,
estão fora de controle pois não há como prever. Neste aspecto está inerente as condições de
realização do projeto Residência Pedagógica, posto que a frequência de idas as escolas-campo
e o rápido desenvolvimento das crianças, altera de forma muito veloz os saberes que elas têm
apropriando-se, gerando-se dúvidas ao planejar pensando no grau de dificuldade que atingirá
neles.
Outro aspecto referente ao momento em sala de aula apontado por parte das estudantes
é a dificuldade em superar a timidez, posto que essa característica de personalidade gera
maior apreensão e enrijecimento na postura docente, isto trata-se de um processo de vivência
que está sendo trabalhado ao longo das inserções, para que não haja vergonha ao falar, agir e
consequentemente, expor-se nas aulas e diante dos estudantes, com a finalidade de acarretar
mais segurança na prática.
Em relação aos impactos que enfrentamos, podemos destacar em relação ao
planejamento e a prática desse planejamento, pois muitas vezes não conseguimos realiza-lo de
fato como foi planejado, por inúmeros fatores, com isso, destacamos a necessidade da
flexibilidade e a adaptação de acordo com a turma. Através disso, podemos ressaltar que
essas vivências proporcionou a oportunidade de amadurecer em termos de conhecimento
cientifico com as reuniões e discussões acerca de temas relacionados com a nossa prática, e
bem como em termos de saber lidar com as adversidades encontradas em sala de aula.

Considerações finais
Diante das experiências, acreditamos que o Programa de Residência Pedagógica,
contribuiu para constituição da nossa identidade docente, como também para formação
profissional, tornando-os futuros professores reflexivos da sua própria prática. Pois
possibilitou que nós residentes tivessem o contato com os conhecimentos apreendidos durante

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a sua formação inicial e nas reuniões de planejamento do programa, sendo assim foi possível
identificar a importância para prática docente a articulação entre a teoria e a prática.
O programa possibilitou pensar nossas ações de regência desde o começo, ou seja, da
observação da turma para um primeiro contato, a compreensão das necessidades de cada
turma, a construção do plano de aula, a organização dos recursos e a própria regência. Foi
possível entender como se organiza o cotidiano da sala de aula e como desejamos insistir em
perspectivas e práticas que valorizem os indivíduos e os saberes. Também foi possível pensar
nas limitações que a sala de aula ainda encontra, seja pela quantidade de aluno, pela
burocracia que o professor precisa dar conta, ou mesmo pela limitação dos recursos.
O momento das inserções, ou seja, da aplicação das atividades propostas, nos revelou
a necessidade de voltar a pensar pela perspectiva da criança, percebendo como ela interpreta o
que propomos para elas, como significa e ressignifica coisas, objetos, situações e afins. É
possível olhar de forma crítica para o processo e compreender que é necessário em que a
nossa prática necessita ser emancipadora, e não reprodutora de práticas tradicionais.
Por fim, ressalta-se através das inserções, como um desafio diário do processo da
docência no projeto, a cobrança pessoal para que o modo de falar, as atividades
desenvolvidas, os materiais utilizados, as discussões levantadas, as dúvidas sejam sanadas e
tudo que está inerente ao processo de ensino-aprendizagem seja realizado e concluído da
melhor forma possível, permitindo que os estudantes alcancem os objetivos traçados, está
trata-se da verdadeira busca por dar o seu melhor todas as vezes.

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Referências:
CALLAI, Helena Copetti. APRENDENDO A LER O MUNDO: A GEOGRAFIA NOS ANOS
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. Cad. Cedes, Campinas, Vol. 25, n. 66, p. 227 - 247,
maio/ago. 2005.
DUARTE, Newton. Os conteúdos escolares e a ressurreição dos mortos: contribuição à
teoria histórico-crítica do currículo. Campinas: Autores Associados, 2016.

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