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■ INTRODUÇÃO
Durante muito tempo ao longo da história das psicoterapias, os pacientes com
desregulação emocional intensa com histórico de comportamentos suicidas crônicos e
com automutilações não letais (AMNLs) foram denominados como “pacientes
difíceis”, “manipuladores” e “não respondentes à psicoterapia”. Isso ocorria por dois
grandes motivos:
■ OBJETIVOS
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Aa ■ ESQUEMA CONCEITUAL
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O presente artigo, por não ter como principal foco discutir as evidências científicas da
DBT, assim como apresentar todos os estudos que compõem essa ampla base em
evidências dessa terapia, irá apresentar um breve resumo dos ensaios clínicos
randomizados feitos por diferentes grupos de pesquisa em distintos locais do mundo.
A escolha por apresentar um resumo somente dos ensaios clínicos randomizados
deve-se, justamente, a esses estudos serem a maior fonte de evidência científica para
uma determinada abordagem de tratamento.8
do mundo. O fato de a DBT ter evidência demonstrada, não somente no grupo que a
comportamentos suicidas;
abandonos de tratamento;
ideação suicida;
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sintomas depressivos;
desesperança;
AMNL;
uso/abuso de substâncias;
uso de internações e emergências psiquiátricas;
pensamentos autoinvalidantes;
sintomas ansiosos;
transtornos alimentares;
expressões extremadas de raiva;
sintomas dissociativos;
comportamentos autodestrutivos;
uso de medicações psicotrópicas;
transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
■ MODELO BIOSSOCIAL
Em função da histórica falta de diálogo e, consequentemente, de integração, entre as
teorias psicológicas e biológicas para transtornos da personalidade, em especial para o
TPB, Linehan afirma que é de fundamental importância pensar em um modelo mais
integrador para o TPB. Na verdade, o próprio nome do transtorno em si já é fonte de
descontentamento e questionamento pelos profissionais que trabalham com a DBT.
Isso se deve ao fato de que os comportamentos extremos e problemáticos desses
pacientes comumente funcionam como estratégias para regular o próprio
processamento emocional, e não como uma série de oscilações entre sintomas
“neuróticos” e “psicóticos”, como o termo borderline sugere.28
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muito mais
É consenso entre os profissionais que trabalham com DBT de que seria JW
O modelo biossocial postula que pacientes com TPB possuem, biologicamente, uma
intensa vulnerabilidade emocional, a qual deve ser entendida como uma característica
inerente a todos os seres humanos, tendo em vista que todas as pessoas são, em
algum grau, vulneráveis ao próprio processamento emocional. Contudo, esses
pacientes teriam naturalmente uma vulnerabilidade aumentada para as suas emoções.
Isso se expressaria por três características específicas:
fazendo com que ela interprete a sua expressão privada como diferente de seus pares
e inválida. Além disso, outra consequência visível desse processo é que, como a
criança não tem os seus problemas emocionais reconhecidos,
ela acaba não JW
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A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
JW
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta correta.
Comentário:
Aa
É muito comum que as práticas psicoterápicas com pacientes, naturalmente,
possam levar os terapeutas ao esgotamento ou até ao burnout, ou seja, a
construção de um tratamento realmente efetivo para essa população deve,
inevitavelmente, levar em consideração todos os fatores influenciadores.
Desde 1991, a Dra. Marsha Linehan desenvolveu um tratamento
estrategicamente pensado para lidar com todos os desafios. Assim, deu-se o
surgimento da DBT, a qual acabou demonstrando-se eficaz e efetiva para o
tratamento dos pacientes com desregulação emocional intensa, focando na
construção de uma vida que valha a pena ser vivida pelo paciente, mas sem
deixar de descuidar do cuidador, ou seja, do próprio terapeuta.
Resposta correta.
Comentário:
A) Apenas a I.
B) Apenas a I e a II.
JW
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta correta.
Comentário:
Aa
Linehan e sua equipe perceberam que a TCC-padrão apresentava três
importantes problemas na sua aplicação para pacientes cronicamente suicidas
e com AMNL: em primeiro lugar, o enfoque maciço na mudança,
característico das estratégias da TCC-padrão, é notado como eminentemente
invalidante pelas pacientes; em segundo lugar, era notório que, sem
intencionalidade, os pacientes reforçavam seletivamente os seus terapeutas
quando estes administravam intervenções não efetivas; e, em terceiro lugar, a
intensidade e a sobreposição de problemas inviabilizavam a plena prática da
TCC-padrão. Esse terceiro componente foi constatado a partir da visão de
que os terapeutas individuais não conseguiam enfrentar os comportamentos
que necessitavam ser reduzidos e ao mesmo tempo ensinar as habilidades
que seriam fundamentais para esses pacientes.
Resposta correta.
Comentário:
Linehan e sua equipe fizeram uma intensa revisão de quais procedimentos da
TCC-padrão eram realmente efetivos e quais não eram. Assim, foi visualizada
a necessidade de se acoplarem “novas” estratégias às comumente utilizadas
pela TCC-padrão. Dessa forma, foram incluídos os procedimentos de
aceitação, o mindfulness, as estratégias dialéticas e estilísticas. As últimas
duas possuem a função de manter o “movimento” dialético entre o paradoxo
central da DBT, que é aceitação versus mudança.
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A) V – V – F.
B) V – F – V.
C) F – V – F.
D) F – F – V.
Aa
Resposta correta.
Comentário:
Resposta correta.
Comentário:
É crucial o entendimento de que a relação transacional entre a vulnerabilidade
emocional e os ambientes invalidantes acabam sendo o pano de fundo para o
surgimento da desregulação emocional. Assim, cabe salientar que ela não é
apenas a soma de um fator biológico e outro ambiental, mas sim uma relação
transacional na qual uma variável acaba influenciando a outra ao longo do
tempo.
Resposta correta.
Comentário:
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afetiva e os problemas com a raiva intensa são critérios que envolvem
em cinco grandes áreas de desregulação. Assim, evidencia-se que a labilidade
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Aa ■ HIERARQUIA DE ALVOS PRIORITÁRIOS NA TERAPIA COMPORTAMENTAL
DIALÉTICA
Para a DBT, é muito claro o que se deve dar prioridade em termos dos temas a serem
trabalhados em sessão. O que é razoável se pensar que pacientes com TPB podem
apresentar muitos problemas e dar a sensação nos terapeutas de que estão apenas
“apagando incêndios”. Com isso, é importante que o terapeuta e o paciente em DBT
tenham muito claro quais são as prioridades durante uma sessão.
A premissa é simples, para que haja psicoterapia, é necessário que o paciente esteja
vivo; se não estiver, a terapia não surtirá efeito. Por isso, sempre que houver algum
comportamento de crise suicida, será o tópico principal da sessão individual. Caso não
ocorrer, é necessário averiguar, junto ao paciente, algum ato parassuicida que seja
potencialmente letal.2,30
uso de substâncias;
comportamento sexual de risco;
dificuldades financeiras extremas;
relacionamento abusivos com parceiros ou familiares;
comportamentos disfuncionais relacionados à escola ou ao emprego;
comportamentos relacionados à moradia, como residir em um albergue, em carros
ou em casas lotadas;
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comportamentos relacionados à saúde mental, como hospitalizações psiquiátricas e
uso inadequado de fármacos;
comportamentos que possam estar relacionados a outros transtornos mentais,
como depressão, pânico.
Além dos alvos primários, a DBT também possui uma hierarquia de alvos
secundários. Eles envolvem a promoção da modulação emocional, da
autovalidação, da tomada de decisões e dos juízos realistas, associadas à redução
de comportamentos que levam a crises, à promoção da experiência emocional e da
solução ativa dos problemas, à expressão precisa das emoções e à redução da
dependência do comportamento com o humor.2
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módulos de tratamento;
hierarquia de alvos prioritários e secundários; JW
estágios de tratamento.
A estrutura da DBT deve atender as cinco funções básicas da DBT, que são as
seguintes:
melhorar a motivação;
melhorar as capacidades;
garantir a generalização;
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melhorar o ambiente;
manter as habilidades e a motivação dos provedores do tratamento.
A DBT, como o próprio nome já coloca, é dialética, ou seja, por mais organizada
e estruturada que ela seja (e, de fato, é uma abordagem altamente organizada e
estruturada), ela deve ter a flexibilidade de se movimentar dialeticamente
conforme o contexto necessite no momento.31
O protocolo exige uma série de módulos que são impossíveis de serem executados
por uma única pessoa adequadamente. Isso é de fundamental importância, tanto que
foi justamente esse o problema que Linehan percebeu em seu trabalho com pacientes
cronicamente suicidas e com AMNL, que era impossível um terapeuta conseguir lidar
com todas as crises inexoráveis dos pacientes borderline e ainda assim ensinar
habilidades para lidar com elas.2,5,31,32
A equipe de DBT tem o compromisso primordial de zelar para que todos os seus
integrantes estejam vivenciando a DBT, para que, assim, possam ser efetivos no
trabalho com os pacientes.31
terapia individual;
treinamento de habilidades;
consultoria por telefone;
supervisão de terapeutas;
tratamentos auxiliares.
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Terapia individual
ocaso na
O terapeuta individual é o profissional responsável por gerenciar DBT. JW
Outros membros da equipe que trabalham com o mesmo paciente são extremamente
importantes, mas é o terapeuta individual que trabalhara o comprometimento do
paciente com a DBT em geral (terapia individual, grupo de habilidade, consultoria por
telefone e tratamentos auxiliares) e é ele que é o responsável por supervisionar e
montar a formulação de caso da DBT.
Aa Treinamento de habilidades
Dentro da estrutura dos diferentes modos da DBT, o grupo de habilidades é de
fundamental importância para o seu desenvolvimento adequado. Isso se deve ao
entendimento de que grande parte dos problemas de pacientes com desregulação
emocional são oriundos de um déficit de habilidades básicas. Assim, Linehan
desenvolveu quatro grupos de habilidades que são fundamentais para pacientes com
desregulação emocional, a saber:31,32
mindfulness;
efetividade interpessoal;
regulação emocional;
tolerância ao mal-estar.
Para a DBT, o contato entre paciente e terapeuta por telefone possui três objetivos:
Quando ligar? Deixar claro quando é uma crise em que possa ser necessário ajuda
do terapeuta. Trabalhar com o paciente quais são as situações de crise com
impulsos suicidas, impulsos de automutilação ou qualquer comportamento-
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problema que a dupla tenha identificado. Ainda sobre quando ligar, as ligações
devem ocorrer sempre antes dos comportamentos-problema definidos pela dupla.
Não se objetiva que a atenção do terapeuta se torne um reforço para os
comportamentos-problema.
O que esperar de uma ligação? Deixar claro para o paciente que o papel do
terapeuta é auxiliá-lo a colocar em prática o plano de crises previamente montado
pela dupla em terapia individual e utilizar as habilidades aprendidas no
treinamento de habilidades.
Regra das 24 horas: após o auxílio por telefone, é importante que a próxima
ligação ocorra somente após 24 horas, para evitar que o terapeuta seja um
reforçador de crises, salvo se for combinado algum retorno anterior a isso com o
terapeuta.
Deixar claro que, após uma tentativa de suicídio ou uma automutilação grave que
possa colocar em risco a vida, o contato telefônico deve ser com os serviços de
emergência, como o SAMU, e não com o terapeuta. O motivo é simples: após
esse tipo de comportamento, o que o paciente necessita é socorro médico, e o
objetivo da DBT é trabalhar a efetividade.
As ligações devem ser sempre feitas para o terapeuta individual, e não para outros
membros da equipe, a não ser que ocorra uma combinação anterior para caso de
impossibilidade do terapeuta (como viagens, por exemplo), quando se pode
combinar um terapeuta suporte.
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O ideal para iniciar uma equipe é ter, pelo menos, três integrantes
comprometidos em aprender DBT. Inicialmente, a equipe pode constituir-se em
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um grupo de estudos; posteriormente, oferecer um grupo de treinamento de
habilidades para seu grupo de pacientes, para, enfim, iniciar os atendimentos
individuais em DBT. É importante que se escolham os papéis da equipe, como o
líder, o observador e o anotador.
Uma estrutura completa de reunião de equipe sempre inicia com uma prática de
5 minutos de mindfulness entre a equipe.2 Após a prática de mindfulness,
relembram-se os acordos entre a equipe, para, então, lerem-se as anotações da
última reunião e, depois, fazer uma agenda dos tópicos importantes. A agenda
necessita obedecer à hierarquia de alvos prioritários da DBT, como risco de
suicídio, que antecede ao risco de abandono de terapia, que antecede
comportamentos que interfiram na qualidade de vida do paciente.2,30
Tratamentos auxiliares
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os módulos de tratamento;
a hierarquia de alvos prioritários e secundários;
os estágios de tratamento.
A) V – V – V – F.
B) V – V – F – V.
C) V – V – F – F.
D) V – F – V – F.
Resposta correta.
Comentário:
melhorar a motivação;
melhorar as capacidades;
garantir a generalização;
melhorar o ambiente;
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Resposta correta.
Comentário:
O protocolo exige uma série de módulos que são impossíveis de serem
executados por uma única pessoa adequadamente. Isso é de fundamental
importância, tanto que foi justamente esse o problema que Linehan percebeu
em seu trabalho com pacientes cronicamente suicidas e com AMNL, que era
impossível um terapeuta conseguir lidar com todas as crises inexoráveis dos
pacientes borderline e ainda assim ensinar habilidades para lidar com elas. O
terapeuta individual é o profissional responsável por gerenciar o caso na DBT.
Outros membros da equipe que trabalhem com o mesmo paciente são
extremamente importantes, mas é o terapeuta individual que trabalhará o
comprometimento do paciente com a DBT em geral (terapia individual, grupo
de habilidade, consultoria por telefone e tratamentos auxiliares) e é ele o
responsável por supervisionar e montar a formulação de caso da DBT.
Linehan desenvolveu quatro grupos de habilidades fundamentais para
pacientes com desregulação emocional, a saber:
mindfulness;
efetividade interpessoal;
regulação emocional;
tolerância ao mal-estar.
11. Para qual procedimento da DBT os terapeutas devem estar sempre atentos
para que não entrem em “burnout” com os seus pacientes?
A) Análise em cadeia.
B) Análise de soluções.
C) Observação de limites pessoais.
D) Observação dos limites dos familiares dos pacientes.
Resposta correta.
Comentário:
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Aa ■ DILEMAS DIALÉTICOS DA TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA E
DIALÉTICAS DO TERAPEUTA
Um dos pontos teóricos centrais da DBT versa sobre os dilemas dialéticos que se
impõem sobre os pacientes com TPB, em função da complexa relação entre a
necessidade em lidar com a intrínseca vulnerabilidade emocional e a convivência com
ambientes inerentemente invalidantes. São justamente os dilemas que se colocam
mediante esses fatores que fazem os pacientes se alternarem entre as intensas
tentativas de regular as próprias emoções por dois mecanismos básicos:6
inibição;
expressões extremadas.
Uma apresentação adequada dos dilemas dialéticos e de sua natureza está presente
na Figura 2.
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Muitas pessoas que não possuem diagnóstico de TPB no seu dia a dia
apresentam respostas emocionais extremas. No entanto, essas pessoas
apresentam recursos de enfrentamento que são efetivos para lidar com os seus
problemas, ou seja, essas pessoas, ao longo de sua história desenvolvimental,
tiveram um ambiente que as favoreceu na aprendizagem de estratégias efetivas
para lidar com situações onde ocorrem emoções extremas.2,6
Ao contrário do que foi mencionado, os pacientes com desregulação emocional, além
de apresentarem emocionalidade extremada, ainda foram educados em ambientes
naturalmente invalidantes. As consequências dessa educação resultam na
incapacidade de confiar nas próprias experiências privadas e no aprendizado, por
parte do paciente, de lidar mais com um sistema de punição para modificar seus
comportamentos do que com um sistema de reforços. Dessa forma, os pacientes
acabam internalizando o próprio ambiente invalidante, ou seja, eles começam a
autoinvalidar as suas próprias respostas emocionais e a buscar ativamente no
ambiente qual é a forma “adequada” de agir, de sentir e de pensar.2,6
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Uma relação com um paciente com TPB tem grandes chances de tornar-se
de terapeutas DBT em formação é a utilização indiscriminada de procedimentos
iatrogênica caso o ambiente terapêutico não seja validante, embora um erro comum
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validantes. Cabe salientar que, em DBT, valida-se o que é válido e se invalida o que é
inválido, como será explicado mais à frente.6
O paciente X refere ao terapeuta que não foi bem em uma prova e diz que isso se
deve ao fato de ele ser burro. Então, o terapeuta rebate: “Você não é burro,
conversamos muitas vezes de evidências que mostram como você já foi inteligente
e talentoso em sua vida [...]”. Essa é uma típica situação em que um terapeuta bem
intencionado invalida a experiência do paciente. O paciente X já estava
percebendo-se como incompetente por não ter tido um bom resultado em uma
avaliação. Além disso, alguém fala que, mais do que isso, ele não tem capacidade
para avaliar o seu próprio desempenho, ou seja, novamente a sua experiência
interna e privada foi invalidada.2,6
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psiquiatra sobre o assunto. Dessa forma, cabe ao terapeuta de DBT saber ao certo
quando deve estar mais orientado para a mudança e lutar contra a passividade ativa
ou quando deve trabalhar a construção de novas habilidades e aceitar que o paciente JW
Pelo processo de luto ser de dor emocional, não é à toa que os pacientes podem
se tornar “lutofóbicos”. Infelizmente, tal estratégia possui consequências
aversivas, como exacerbar o efeito de situações estressantes em um contínuo
ciclo da sensação de perda.2,6
Como um grande resumo do dilema dialético crises inexoráveis versus luto inibido,
pode-se afirmar que o paciente sofre dois grandes paradoxos:2
o primeiro, que é difícil, se não impossível, é ele inibir reações de luto ou trauma
ao mesmo tempo em que se encontra em um estado de crise perpétua;
o segundo é que as estratégias de inibição podem ser efetivas a curto prazo, mas
a longo prazo acabam justamente aumentando o padrão de crises contínuas.
Dilema dialético das crises inexoráveis versus luto inibido para o terapeuta
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12. Um dos pontos teóricos centrais da DBT versa sobre os dilemas dialéticos
Aa que se impõem sobre os pacientes com TPB, em função da complexa relação
entre a necessidade em lidar com a intrínseca vulnerabilidade emocional e a
convivência com ambientes inerentemente invalidantes. São justamente os
dilemas que se colocam mediante esses fatores que fazem os pacientes se
alternarem entre as intensas tentativas de regular as próprias emoções por
dois mecanismos básicos, que são:
A) passividade e inibição.
B) inibição e expressões extremadas.
C) expressões extremadas e emocionalidade intensa.
D) emocionalidade intensa e inibição.
Confira aqui a resposta
A) V – V – V – V.
B) V – F – V – V.
C) V – V – F – F.
D) V – F – F – V.
Confira aqui a resposta
14. O fato de um paciente com TPB muitas vezes apresentar um padrão que
oscila entre ter emoções mais sensíveis, mais intensas e com retorno mais
lento à linha de base, assim como muitos pensamentos autoinvalidantes,
configuram qual dilema dialético dentro da DBT?
A) Passividade ativa versus competência aparente.
B) Crises inexoráveis versus luto inibido.
C) Vulnerabilidade emocional versus autoinvalidação.
D) Independência versus dependência.
Confira aqui a resposta
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A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Confira aqui a resposta
17. Sobre a hierarquia dos alvos prioritários na DBT, que prioridade deve vir logo
após os comportamentos que interferem na qualidade de vida?
A) Comportamentos que coloquem em risco a vida do paciente.
B) Promoção das habilidades fundamentais.
C) Comportamentos que coloquem em risco a vida do paciente.
D) Aumento do respeito pelo self.
Confira aqui a resposta
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26/09/2023, 18:49 TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA - SECAD
uma ampla revisão de técnicas e abordagens terapêuticas para o TPB. Muitas das
estratégias encontradas aqui são oriundas da prática de diversos modelos
terapêuticos. Contudo, alguns grupos de técnicas, como as estratégias dialéticas, são
específicas da DBT. A seguir, é feita a apresentação dessas estratégias terapêuticas.
ESTRATÉGIAS DIALÉTICAS
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Primeiramente, é essencial lembrar que a principal dialética da DBT é a da
aceitação versus mudança. Assim, o papel do terapeuta é saber transitar entre
estratégias e posturas que favoreçam o paciente a aceitar radicalmente a sua
realidade como ela é e os procedimentos de mudança, como se o terapeuta
estivesse dançando com o paciente. Nesse sentido, a DBT possui um
grupamento de estratégias que favorece esse movimento entre a aceitação e a
mudança, que são as estratégias dialéticas.
Penetrar no paradoxo
Em alguns dilemas terapêuticos, como, por exemplo, o terapeuta necessitar de férias e
o paciente não concordar por achar que vai sofrer, adotar uma posição paradoxal
auxilia pequenos insights, promovendo uma postura menos rígida cognitiva ou
comportamentalmente. O paradoxo para o dilema seria: “Sim, seria melhor para você
se eu não viajasse, mas mesmo assim necessito viajar!”. O terapeuta valida a
percepção da paciente, mas não abre mão de sua posição.2,6,30
Usar metáforas
O uso de histórias para ensinar o pensamento dialético é utilizado há muito tempo por
diversos autores em psicoterapia. Claro que o uso excessivo de tal estratégia pode
transformar a terapia em autoajuda, mas as metáforas são uma forma de
confrontação suave para diversas situações. Por exemplo, um paciente que se recusa
a adotar técnicas de exposição para seus medos e questiona se a exposição é o
procedimento mais adequado, pode responder com a seguinte metáfora: “Quando
uma casa está em chamas, parece razoável ficarmos sentados em um canto?” A
resposta seria: “Não, o melhor seria enrolar-se em um cobertor molhado e atravessar
as chamas.”.2,6,30
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ao
Na técnica do advogado do diabo, o terapeuta argumenta favoravelmente padrão
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Alongamento
Aa
O alongamento consiste em levar uma afirmação extremada do paciente mais a
sério que o próprio.2,6,30
Um bom exemplo de alongamento seria uma ameaça suicida. O paciente poderia
ameaçar: “Caso você tire férias agora, eu posso me matar.”. Com isso, o terapeuta
pode responder: “Isso é grave, talvez devamos colocar em prática todos os
procedimentos de crise, acionar sua rede de apoio e pensarmos em internação.”.2,6,30
É fundamental informar que o alongamento é uma técnica em que é preciso ter
cautela para não parecer irônico com o paciente e que ela pode ser feita em qualquer
aspecto, seja ele situacional, cognitivo, emocional ou comportamental.2,6,30
Avaliação dialética
A avaliação dialética refere-se ao terapeuta conduzir o paciente a analisar o que eles
podem ter deixado de perceber em alguma dada situação, ou seja, o terapeuta
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É
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É importante esclarecer que, por mais que a validação seja naturalmente associada à
DBT, diversas psicoterapias utilizam esse grupamento de estratégias, como a
abordagem centrada na pessoa, de Carl Rogers. No entanto, existem três elementos JW
a constante procura pelo que existe de válido nas respostas dos pacientes;
a definição de seis níveis de validação, conforme apresentado no Quadro 2;
a aplicação da validação de forma explícita (verbal) e implícita (funcional).
Quadro 2
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NÍVEIS DE VALIDAÇÃO
ESTRATÉGIAS ESTILÍSTICAS
As estratégias estilísticas são focadas no estilo de comunicação do terapeuta e são a
representação em si da essência dialética na comunicação na DBT.
comunicação recíproca;
comunicação irreverente.
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Reformular de
comunicação do paciente, porém de uma forma
maneira
completamente não esperada pelo paciente.
heterodoxa
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
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férias e o paciente não concordar por achar que vai sofrer, adotar uma posição
paradoxal auxilia pequenos insights, promovendo uma postura menos rígida
cognitiva ou comportamentalmente. O paradoxo para o dilema seria:
A) “Você quer realmente que eu fique e não viaje?”
B) “Preciso viajar mesmo que você não concorde.”
C) “Sim, seria melhor para você se eu não viajasse, mas mesmo assim necessito
Aa viajar.”
D) “Você está correto e não vou viajar.”
Confira aqui a resposta
21. Qual dos seguintes itens NÃO é caracterizado com um dos efeitos da
validação?
A) Fortalecer a relação terapêutica.
B) Aprovar todos os comportamentos do paciente.
C) Reforçar o que há de sábio na experiência do paciente.
D) Reduzir a ativação emocional do paciente.
Confira aqui a resposta
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■ EXEMPLO CLÍNICO
O presente exemplo clínico envolve o atendimento de um paciente que será
JW
o paciente relatava não conseguir ligar para o terapeuta antes das crises,
aumentando o número de automutilações ao longo da semana;
o paciente não conseguia colocar em prática técnicas de regulação emocional
e atenção plena em suas crises fora do consultório.
Em supervisão de equipe, foi orientado que o terapeuta psicoeducasse o
paciente em relação à “curva das emoções” e ao modelo biossocial. Em seguida,
orientasse que, no topo dessa curva, existe uma zona da “falta de controle” e
que, para que o paciente consiga executar a ligação, era necessário fazê-la antes
da curva. Com isso, foi apresentado o protocolo de crises com uma unidade
subjetiva de mal-estar (USM).
Foi combinada uma análise em cadeia das situações de crise, utilizando sempre
USM, para que fossem identificados sinais e sintomas que antecedem uma crise
e o nível desses sinais e sintomas que ainda estivessem na zona de “devo ligar
agora”. Com isso, auxiliar o paciente na aquisição de habilidades para que possa
cumprir com a combinação de chamadas telefônicas e para que, com a
consultoria por telefone, auxiliasse a paciente a generalizar as habilidades
aprendidas em terapia.
25. O fato de o paciente do exemplo clínico não conseguir fazer a ligação para o
terapeuta antes das crises é
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B) validação.
C) avaliação comportamental.
D) mudança comportamental.
JW
31. Caso o terapeuta insistisse para o paciente seguir tentando e não trabalhasse
a falta de habilidades em fazer as ligações, seria possível considerar que ele fez
uma intervenção
A) invalidante.
Aa
B) validante, pois aceitou o problema do paciente.
C) dialética.
D) invalidante e dialética.
Confira aqui a resposta
33. Caso o paciente do exemplo clínico não consiga ligar para o terapeuta, seria
possível mudar a combinação de ele ligar após o comportamento-problema?
A) Sim. Isso auxiliaria a motivar a continuar a terapia, apesar do fracasso.
B) Não. A atenção do terapeuta poderia ser um reforçador para o problema.
C) Sim. A atenção do terapeuta pode ser um reforçador do comportamento de
ligar para pedir ajuda.
D) Não. O terapeuta não deve dar atenção a essa limitação do paciente.
Confira aqui a resposta
■ CONCLUSÃO
Apesar de a DBT apresentar, há mais de duas décadas, efetividade terapêutica em
pacientes cronicamente suicidas, com AMNL e grupos borderline, ainda é um modelo
pouco difundido em nosso País. O fato de ser um protocolo de tratamento modular
exigindo a formação de uma equipe auxilia não só aos pacientes, mas também aos
profissionais da saúde mental.
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Assim, a DBT mostra-se uma abordagem interessante e útil de ser introduzida não
somente na prática clínica privada, mas também na prática da saúde pública, uma vez
que ela não só é uma abordagem efetiva de tratamento; ela também é um modelo de JW
Cabe salientar que a DBT em si não pode ser vista única e exclusivamente como uma
abordagem terapêutica focada na prevenção ao suicídio ou à AMNL.
Aa
A DBT possui procedimentos para a prevenção ao suicídio ou à AMNL; contudo, o
seu objetivo é construir uma vida plena com base nos valores pessoais dos pacientes,
e, por uma questão de lógica, necessita-se, em primeiro lugar, que os pacientes
estejam vivos para que eles possam elaborar essa construção. Isso é muito
importante, até porque, se o foco for apenas a prevenção de suicídio, não se estará
tratando o problema em si, mas sim o método de solução de problemas utilizado pelo
paciente, ou seja, inevitavelmente o paciente acabará tentando o suicídio novamente.
Atividade 1
Resposta: B
Comentário: É muito comum que as práticas psicoterápicas com pacientes,
naturalmente, possam levar os terapeutas ao esgotamento ou até ao burnout, ou seja,
a construção de um tratamento realmente efetivo para essa população deve,
inevitavelmente, levar em consideração todos os fatores influenciadores. Desde 1991,
a Dra. Marsha Linehan desenvolveu um tratamento estrategicamente pensado para
lidar com todos os desafios. Assim, deu-se o surgimento da DBT, a qual acabou
demonstrando-se eficaz e efetiva para o tratamento dos pacientes com desregulação
emocional intensa, focando na construção de uma vida que valha a pena ser vivida
pelo paciente, mas sem deixar de descuidar do cuidador, ou seja, do próprio
terapeuta.
Atividade 2
Resposta: C
Comentário: A história da DBT, inevitavelmente, perpassa todo o histórico de sua
criadora, a Dra. Marsha Linehan. Durante o seu treinamento em terapia
comportamental, sob a supervisão dos doutores Marvin Goldfried e Gerald Davidson,
Linehan estava estudando a aplicação da TCC-padrão para mulheres cronicamente
suicidas e com AMNL. Ao longo desse trabalho e pela supervisão com os seus
colegas, Linehan percebeu que a maior parte de suas pacientes preenchiam critérios
diagnósticos para TPB.
Atividade 3
Resposta: C
Comentário: Linehan e sua equipe perceberam que a TCC-padrão apresentava três
importantes problemas na sua aplicação para pacientes cronicamente suicidas e com
AMNL: em primeiro lugar, o enfoque maciço na mudança, característico das
estratégias da TCC-padrão, é notado como eminentemente invalidante pelas
pacientes; em segundo lugar, era notório que, sem intencionalidade, os pacientes
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Atividade 4
Resposta: B
Comentário: Linehan e sua equipe fizeram uma intensa revisão de quais
Aa procedimentos da TCC-padrão eram realmente efetivos e quais não eram. Assim, foi
visualizada a necessidade de se acoplarem “novas” estratégias às comumente
utilizadas pela TCC-padrão. Dessa forma, foram incluídos os procedimentos de
aceitação, o mindfulness, as estratégias dialéticas e estilísticas. As últimas duas
possuem a função de manter o “movimento” dialético entre o paradoxo central da
DBT, que é aceitação versus mudança.
Atividade 5
Resposta: B
Comentário: Para a DBT, a necessidade de ser fundamentada em evidências
científicas não atende somente à demanda da preocupação em evidenciar que a
intervenção é, de fato, efetiva, mas também como fonte de argumentação que as
equipes de DBT utilizam para motivar e convencer os pacientes a se comprometerem
com a abordagem de tratamento.
Atividade 6
Resposta: B
Comentário: É crucial o entendimento de que a relação transacional entre a
vulnerabilidade emocional e os ambientes invalidantes acabam sendo o pano de fundo
para o surgimento da desregulação emocional. Assim, cabe salientar que ela não é
apenas a soma de um fator biológico e outro ambiental, mas sim uma relação
transacional na qual uma variável acaba influenciando a outra ao longo do tempo.
Atividade 7
Resposta: D
Comentário: Pode-se afirmar que os sintomas componentes do TPB podem ser
alocados em cinco grandes áreas de desregulação. Assim, evidencia-se que a
labilidade afetiva e os problemas com a raiva intensa são critérios que envolvem
diretamente a desregulação emocional, enquanto os relacionamentos caóticos e o
medo de abandono estariam agrupados na desregulação interpessoal.
Atividade 8
Resposta: C
Comentário: Pode-se dizer que a DBT pode ser dividida em três estruturas:
os módulos de tratamento;
a hierarquia de alvos prioritários e secundários;
os estágios de tratamento.
Atividade 9
Resposta: B
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melhorar a motivação; JW
melhorar as capacidades;
garantir a generalização;
melhorar o ambiente;
manter as habilidades e a motivação dos provedores do tratamento.
Atividade 10
Resposta: A
Aa Comentário: O protocolo exige uma série de módulos que são impossíveis de serem
executados por uma única pessoa adequadamente. Isso é de fundamental
importância, tanto que foi justamente esse o problema que Linehan percebeu em seu
trabalho com pacientes cronicamente suicidas e com AMNL, que era impossível um
terapeuta conseguir lidar com todas as crises inexoráveis dos pacientes borderline e
ainda assim ensinar habilidades para lidar com elas. O terapeuta individual é o
profissional responsável por gerenciar o caso na DBT. Outros membros da equipe que
trabalhem com o mesmo paciente são extremamente importantes, mas é o terapeuta
individual que trabalhará o comprometimento do paciente com a DBT em geral
(terapia individual, grupo de habilidade, consultoria por telefone e tratamentos
auxiliares) e é ele o responsável por supervisionar e montar a formulação de caso da
DBT. Linehan desenvolveu quatro grupos de habilidades fundamentais para pacientes
com desregulação emocional, a saber:
mindfulness;
efetividade interpessoal;
regulação emocional;
tolerância ao mal-estar.
Atividade 11
Resposta: C
Comentário: Com relação à questão, trabalhar com pacientes que possuem múltiplos
problemas graves pode acabar sendo muito desgastante para os terapeutas. Assim, é
crucial que os terapeutas desenvolvam habilidades de autocuidado. Na DBT, a
principal estratégia para lidar com isso é o desenvolvimento de limites pessoais, assim
como a observação desses limites.
Atividade 12
Resposta: B
Comentário: Um dos pontos teóricos centrais da DBT versa sobre os dilemas
dialéticos que se impõem sobre os pacientes com TPB, em função da complexa
relação entre a necessidade em lidar com a intrínseca vulnerabilidade emocional e a
convivência com ambientes inerentemente invalidantes. São justamente os dilemas
que se colocam mediante esses fatores que fazem com que os pacientes alternem
entre as intensas tentativas de regular as próprias emoções por dois mecanismos
básicos: inibição e expressões extremadas.
Atividade 13
Resposta: B
Comentário: Existem três grandes dilemas dialéticos:
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Atividade 14
Resposta: C
Comentário: A vulnerabilidade emocional versus autoinvalidação reflete o dilema de
ao mesmo tempo ter emoções mais sensíveis, intensas e com retorno ao estado de
calma mais lento versus a tendência desses pacientes de constantemente se
Aa autoinvalidarem.
Atividade 15
Resposta: A
Comentário: Em DBT, valida-se o que é válido e invalida-se o que é inválido.
Atividade 17
Resposta: B
Comentário: A hierarquia dos alvos prioritários na DBT é a seguinte:
Atividade 18
Resposta: D
Comentário: O papel do terapeuta é saber transitar entre estratégias e posturas que
favoreçam o paciente a aceitar radicalmente a sua realidade como ela é e os
procedimentos de mudança, como se o terapeuta estivesse dançando com o paciente.
Nesse sentido, a DBT possui um grupamento de estratégias que favorece esse
movimento entre a aceitação e a mudança, que são as estratégias dialéticas. As
estratégias dialéticas servem para que o terapeuta possa ensinar e modelar padrões
de comportamentos dialéticos. A mensagem a passar para os pacientes é: a realidade
não é absoluta e ela está em constante transformação.
Atividade 19
Resposta: C
Comentário: Em alguns dilemas terapêuticos, como, por exemplo, o terapeuta
necessitar de férias e o paciente não concordar por achar que vai sofrer, adotar uma
posição paradoxal auxilia pequenos insights, promovendo uma postura menos rígida
cognitiva ou comportamentalmente. O paradoxo para o dilema seria: “Sim, seria
melhor para você se eu não viajasse, mas mesmo assim necessito viajar!”. O terapeuta
valida a percepção da paciente, mas não abre mão de sua posição.
Atividade 21
Resposta: B
Comentário: Em relação à questão, coloca-se um ponto fundamental das estratégias
de validação, que é o fato de que a validação não é concordar com o paciente.
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Resposta: D
Comentário: A questão reflete os seis níveis das estratégias de validação, que são
Com relação ao nível VI, ele não é só o mais importante, mas também deve sempre
estar presente em todos os níveis de validação, sendo um pré-requisito para utilizar de
forma adequada essa estratégia.
Atividade 23
Resposta: A
Comentário: A estratégia de “mergulhar onde os anjos temem passar” possui a função
de impactar e fazer com que o paciente saia de uma postura polarizada onde ele se
encontre naquele momento. Essa estratégia faz parte das comunicações irreverentes
e envolve um pano de fundo validante e de compaixão em sua aplicação.
Atividade 24
Resposta: B
Comentário: Pelo trecho, pode-se verificar que o paciente está comprometida a falar
sobre os assuntos de hierarquia da DBT, mas esbarra na falta de habilidades que deve
ser suprida nesse momento de terapia.
Atividade 25
Resposta: C
Comentário: É provável que o paciente não tenha conseguido colocar em prática as
habilidades de manejo aprendidas na terapia, pois ainda não apresentou habilidade de
perceber seu processamento interno em relação a suas emoções.
Atividade 26
Resposta: A
Comentário: Antes de entrar na fase 2 de exposição a memórias traumáticas, é
importante que o paciente tenha aprendido um bom repertório de habilidades de
regulação emocional e tolerância ao mal-estar. Deve-se lembrar de que as fases não
são fixas. Nada impede de um paciente entrar em fase 2, mas necessitar voltar para a
1.
Atividade 27
Resposta: C
Comentário: Não ligar para o terapeuta, em si, não é a causa da letalidade, mas
interfere na generalização de habilidades necessárias para cumprir os objetivos
terapêuticos.
Atividade 28
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Resposta: B
Comentário: Inserir um repertório comportamental e ensinar habilidades são
intervenções de mudanças. Não que não seja importante validar a dificuldade do JW
paciente, mas o ato de ensinar habilidades pode-se classificar como uma intervenção
de mudança.
Atividade 29
Resposta: C
Comentário: Pode-se dizer que não ligar antes de um comportamento-problema pode
interferir na terapia, e que a entrevista de emprego certamente auxiliaria na qualidade
Aa de vida do paciente. Mas, seguindo a hierarquia da DBT, comportamentos que
interferem na terapia vêm antes de comportamentos que interferem na qualidade de
vida.
Atividade 30
Resposta: C
Comentário: A análise em cadeia é uma intervenção comportamental que auxilia as
tomadas de decisão seguintes para se pensar em uma análise de solução de
problemas.
Atividade 31
Resposta: A
Comentário: Não perceber a falta de habilidades de um paciente pode ser uma forma
de reproduzir os ambientes invalidantes que diziam para os pacientes que não
tentavam o suficiente, culpando-os pelos seus insucessos, sem fornecer orientação o
suficiente.
Atividade 32
Resposta: B
Comentário: Quando a ligação ocorrer com o objetivo de manejar um
comportamento-problema, é papel do terapeuta orientar o paciente para executar
tarefas aprendidas em terapia. Ligações com o fim de melhorar o relacionamento-
problema podem ser combinadas, mesmo que o comportamento-problema não
ocorra.
Atividade 33
Resposta: B
Comentário: Além de a atenção agir como um reforço positivo, se o comportamento-
problema for letal, deve-se instruir que a primeira ligação a ser realizada é para os
serviços de emergência, buscando atendimento médico, pois, nesse caso, é o que é
mais efetivo.
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26/09/2023, 18:49 TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA - SECAD
Aa
ARTIGO
Marcar como concluído psicofarmacologia
e terapia
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