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CENTRO UNIVERSITÁRIO REGIONAL DO BRASIL

CURSO DE BACHAREL EM PSICOLOGIA

ANA CARLA DE ALMEIDA SANTOS


CARLOS ALBERTO SANTOS DE PINHO
DAYLA MARINE RISO DE SOUZA
JOSELIA DE JESUS NASCIMENTO

RELATÓRIO ESTÁGIO BÁSICO II

Salvador
2022
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ANA CARLA DE ALMEIDA SANTOS


CARLOS ALBERTO SANTOS DE PINHO
DAYLA MARINE RISO DE SOUZA
JOSELIA DE JESUS NASCIMENTO

RELATÓRIO ESTÁGIO BÁSICO II

Relatório de Estágio Básico Supervisionado II,


como atividade semestral da disciplina do curso
de Bacharelado em Psicologia 2022.1
Professor: Ricardo Neves Couto.

Salvador
2022
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1 INTRODUÇÃO

O presente relatório apresenta a experiência vivenciada no processo de estágio


curricular em Psicologia Escolar.
O estágio tem como objetivo integrar os conhecimentos científicos adquiridos
ao longo da formação, preparando o estudante para uma atuação profissional
responsável e ética, a observação foi feita no espaço de acolhimento do Colégio
Estadual Maria José Basto Silva.
Com o acompanhamento do Psicólogo Moisés e sob orientação do
professor Ricardo Neves Couto (professor da matéria de estágio II), as
observações foram feitas uma vez por semana com duração de 4 horas sendo
orientadas e supervisionadas pelo psicólogo da instituição de ensino. As observações
das aulas propriamente dita ocorreram nos dias 24 de Maio e nos dias 02, 09 e 16 de
Junho perfazendo um total de quatro observações, sendo quatro horas por dia de
visita, totalizando assim o total de 16 horas de estágio.
Aqui está presente um estudo de caso com a devida fundamentação e
compreensão.

Para o processo de formação dos estudantes, o estágio supervisionado é um


dos momentos mais marcantes e fundamentais para sua trajetória, pois possibilita ao
discente vivenciar o que foi aprendido na Universidade e deslocá-lo para terapia,
aproximando-se da realidade do seu ambiente de trabalho. Ainda que na universidade
a formação oferecida seja de suma importância, ela por si só não é suficiente para
formar e preparar o acadêmico para o pleno exercício de sua profissão. Logo, a
importância a inserção do estudante na realidade no contexto de sua profissão faz-se
necessária à para prática para sua absolvição (PIMENTA, 1995).

Segundo Almeida (1995) os estágios curriculares são divididos em três etapas:


a observação, em que o acadêmico é colocado em contato direto com o objeto de
estudo (paciente) e fica incumbido de observar a terapia ou o manuseio do profissional
destes, anotando em sua agenda o desenrolar de sua experiência; a participação do
aluno-estagiário; terapia.
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2 DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

2.1 – Observação – estrutura física/material do Colégio Estadual Maria


José Basto Silva.

Inicialmente, no dia 24 de maio fomos a campo para coletar informações sobre


a escola e a partir das observações realizadas elaboramos a caracterização da
estrutura física/material do colégio:

O Colégio Estadual Maria José Basto Silva, fica localizado na rua Professor
Arthur P De Oliveira, 88 - Silva Jardim, Alagoinhas – BA.

Fonte: http://escolas.educacao.ba.gov.br/node/12276

O colégio oferece um nível de ensino, o ensino fundamental II, que vai do 6º ao 9º


ano, totalizando quatro anos de duração. As aulas ocorrem nos períodos matutino e
vespertino. As séries do 6° e 7° ano são de 6 turmas com média de 40 alunos cada
uma e as séries do 8° e 9° ano são 5 turmas com média de 40 alunos cada.

● Funcionários

O corpo docente é composto por 20 professores, mais 12 funcionários que fazem


o trabalho de suporte e apoio na instituição de ensino.

● Infraestrutura
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A instituição conta com: alimentação escolar para os alunos, água filtrada, água
da rede pública, energia da rede pública, esgoto da rede pública, lixo destinado à
coleta periódica, acesso à Internet através de banda larga.

● Instalação de ensino

A estrutura física da instituição conta com: 12 salas de aulas, diretoria, sala de


professores, laboratório de informática, quadra de esportes descoberta, cozinha,
biblioteca, banheiro adequado à alunos com deficiência ou mobilidade reduzida,
secretária, banheiro com chuveiro, despensa e área verde.

● Equipamentos

Os professores contam com: TV, DVD, copiadora impressora, aparelho de som e


retroprojetor multimídia (Datashow).

2.2 – Observação – do psicólogo da instituição

No segundo momento, no dia 2 de junho, buscamos observar a prática e as


técnicas psicológicas adotadas pelo psicólogo e observar o cotidiano da sala de aula,
atentando para várias questões como: identificar a abordagem utilizada, os recursos
utilizados, como lhe dá com os alunos, o tipo de avaliação aplicada, receptividade dos
alunos ao psicólogo, a forma como ele trata os temas latentes na escola.

As observações foram divididas com quatro colegas de turma que dividiram


momentos de grande aprendizado e experiências práticas enriquecedoras. Após uma
conversa na sala dos professores fomos convidados a assistir uma aula onde seriam
entregues provas e médias da unidade, e podemos observar o comportamento sobre
esse exercício onde foi demonstrado os sentimentos de desprezo, tristeza,
insatisfação, surpresa e orgulho. Dentro da sala de aula a conduta era de desordem,
mesmo sendo uma entrega de notas havia alunos em pé, conversando, brincando,
mexendo no celular e até mesmo se sentando sobre a mesa. Nossa visita se encerrou
com uma apresentação a alguns funcionários, a secretária e a diretora ficando
agendado assim a 2° visita com duração maior para semana seguinte.
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2.3 – Observação – entrevista com o psicólogo

No terceiro momento, dia 9 de junho, nos reunimos com o psicólogo escolar na


sala dos professores para responder a entrevista. O local tinha alguns professores
conversando sobre uma determinada aluna que apresentava um comportamento
agressivo e que naquele dia teve um problema com uma das professoras. O local
estava barulhento, porém foi possível concluir a entrevista. O psicólogo questionou
algumas perguntas, pois dizia não serem essenciais para o nosso estado, mas
respondeu todas elas, exceto a questão envolvendo a remuneração do mesmo. Segue
abaixo na íntegra a entrevista.

1. Idade

Resposta: 54 anos.

Reação: Respondeu normalmente.

2. Formação/Especialização

Resposta: Possui formação em Filosofia, Licenciatura em Letras com língua francesa,

Graduação em Psicologia e Mestrado.

Reação: Já tinha respondido na outra entrevista.

3. Ano de formação

Resposta: Sua primeira formação concluiu com 23 anos, começou ainda nos anos 90
e terminou no começo dos anos 2000.

Reação: Questionou a necessidade desse tipo de pergunta, mas disse pra prosseguir.
Ele não falou quando concluiu cada curso, mas pesquisei e a primeira foi em Letras e
a segunda em Psicologia, conclusão 2013.

4. Instituição de trabalho

Resposta: Colégio Estadual Maria José Bastos Silva.


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Reação: Não perguntei, pois já sabíamos.

5. Carga horária

Resposta: 40h

Reação: Respondeu normalmente.

6. Público-alvo

Resposta: Pré-adolescentes e adolescentes.

Reação: Não perguntei, o colégio ensina do 6º até o 9º ano, então...

7. Forma de contratação:

Resposta: Concursado.

Reação: Respondeu normalmente.

8. Remuneração: () Entre 1 e 3 salários ( ) Entre 4 e 6 salários ( ) Entre 7 e 10 salários

Resposta: Se recusou a responder. Disse que não via a necessidade de fazer esse
tipo de pergunta. Até poderia falar o da UNIRB, mas do colégio não ia responder.

Reação: Não gostou e não insisti e nem pedi pra ele falar o da UNIRB porque o local
de estágio foi o colégio.

9. A formação acadêmica foi suficiente para a atuação na instituição atual de trabalho?

Resposta: Não pode ser suficiente, pois estamos em aprendizado contínuo.

Reação: Ele indagou sobre essa questão de não ter como deter todo o conhecimento
e estar em constante aprendizado.

10. Potencialidades e fragilidades da atuação nessa instituição/campo.


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Resposta: A potencialidade é o relacionamento entre os professores, que estão


sempre se auxiliando, já a fragilidade é a vulnerabilidade social e o contexto de
violência presente na escola.

Reação: Ele vê mais sentido nas perguntas dessa segunda parte.

11. O que levou a escolher essa profissão?

Resposta: Pobreza. Ele disse que em sua época, para as pessoas que tinham menor
condição financeira, as opções eram somente duas: ser professor ou ser policial. Ele
escolheu ser professor, mas gosta da sua profissão.

Reação: É uma pergunta que está bem ligada ao seu contexto econômico e social,
então você sente um peso nas palavras.

12. o que você acha que está por trás da violência escolar?

Resposta: O contexto social. Boa parte dos alunos são de comunidades localizadas
próximas da instituição, e eles trazem pra escola questões de lá.

Reação: Respondeu normalmente, era uma coisa que ele já tinha falado com a gente
desde o começo.

13. Quais as demandas mais recorrentes no ambiente escolar (saúde mental)?

Resposta: Automutilação, ansiedade e demandas psicológicas relacionadas a


violência sexual.

Reação: Respondeu normalmente, também já era algo que citou antes.

14. Como é o papel do psicólogo dentro de um ambiente escolar?

Resposta: O psicólogo escolar vai ter ferramentas de mediação para atender as


demandas dos alunos e fará o encaminhamento nos casos mais graves.

Reação: Respondeu normalmente.

15. Qual a importância do papel do psicólogo no ambiente escolar?


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Resposta: Justamente pela mediação, que tem ferramentas para atender as


demandas dos alunos, para depois fazer os encaminhamentos.

Reação: Respondeu normalmente.

16. Como acontece o atendimento dentro do ambiente escolar?

Resposta: Existe o projeto da clínica para atendimentos psicológicos dos alunos da


escola, porém quando surge essas questões eles ajudam como pode, levam pra
secretaria, sala dos professores... Quando não é possível ajudar, pela gravidade da
situação, ligam para a Secretaria de Educação, Caps, ...

Reação: Logo que fiz a pergunta, falei do projeto da clínica para atendimentos que
ainda está sendo preparada e ele disse que mesmo sem estar pronta eles tentam
ajudar.

17. Dentro de um cenário de violência, como você psicólogo escolar pode contribuir?

Resposta: Ele não é psicólogo escolar, ele tem formação acadêmica em Psicologia,
mas claro que pelo fato dele ser psicólogo consegue auxiliar nessas questões. Foi ele
inclusive que elaborou o projeto da clínica que teve aprovação pela Secretaria de
Educação.

Reação: Questionei isso mais uma vez pra entender melhor e ele falou que não é
psicólogo escolar. O estado não oferece um psicólogo escolar nas escolas, nem na
pública nem na privada.

Como observado na última questão, o professor/psicólogo Moisés Águiar não


exerce a função de psicólogo na escola, ele é professor, mas dá uma assistência
psicológica na escola. Após a entrevista foi marcada nossa última visita de observação
para o dia da festa junina da escola.
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2.4– Observação – festa junina da escola

Quarto e último momento de observação do estágio, 16 de junho. Logo que


chegamos na escola observamos que a mesma estava enfeitada de bandeirolas e os
alunos e professores estavam vestidos com tema junino. Nesse dia foi observado a
escola em um modo geral, não ficamos em um determinado ambiente e sim em vários
locais em período de tempos diferentes. As turmas ficaram nas salas e cada aluno
levou algo de comer ou beber para a festa. Diferente do que foi observado nos outros
dias de estágio, desordem e comportamento agressivo, nesse dia os alunos se
encontravam bem tranquilos. Alguns professores ficaram nas salas com os alunos, já
outros preferiram ficar na área reservada para eles. Ficamos a todo momento com o
professor Moisés. Sem dúvidas foi o dia que sentimos uma menor tensão no ar, tudo
foi bem tranquilo. Após finalizarmos a observação, nos despedimos dos professores
e agradecemos o acolhimento de todos.

3. Conclusão

O estágio descrito no presente relatório foi para maioria da equipe o primeiro


contato com estágio prático dentro da formação acadêmica. Embora não pudemos
observar muitos locais e turmas da escola foram momentos de grandes aprendizados.
Um dos momentos marcantes foi a conversa com o psicólogo escolar ao qual relatou
que a escola tem alto índice de automutilação entre os alunos, os crescentes casos
de violência dentro da escola também merecem atenção, pois cresce diariamente e é
observado em ambos os sexos, já no que se diz respeito a automutilação entre as
meninas o índice é mais elevado e os fatores que as levam a esses episódios são, na
sua maioria, os mesmos: violência e abuso sexual, bullying, famílias disfuncionais,
envolvimento com drogas e outras substâncias ilícitas.

Durante as visitas não foi relatado aos integrantes da equipe qualquer contato
da escola com a família e/ou vice e versa. Esse fato chamou atenção, pois com tantos
casos de desordem emocional observados nos alunos, a família deverei estar inserida
no contexto escolar, para que assim escola, psicólogo escolar e família trabalhassem
juntos para lidar com as demandas trazidas por esses alunos.
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REFERENCIAL TEÓRICO

ALMEIDA, Jane Soares de. Prática de ensino e estágio supervisionado na


formação de professores. Cad. Pesquisa, São Paulo, nº. 93 (p. 22-23), de 1995.
Disponível em: http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicadores/cp/arquivo/649.pdf.
Acesso em 18 de junho de 2022
PIMENTA, S. G. O ESTÁGIO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES: teoria e
prática. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 1995.

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