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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

AURISTELA VANDERLEI DE PAULO LOPES

MEMORIAL REFLEXIVO – ESTÁGIO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA

MACEIÓ/AL

2019
AURISTELA VANDERLEI DE PAULO LOPES

MEMORIAL REFLEXIVO – ESTÁGIO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA

Memorial Reflexivo de estágio, apresentado como


requisito parcial para obtenção do título de
especialista no curso de Pós-Graduação em
Psicopedagogia Clínica e Institucional, na modalidade
à distância, do Centro Universitário Internacional
UNINTER.

MACEIÓ/AL

2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................5

2. DSENVOLVIMENTO................................................................................................5

2.1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO.....................................................................5

2.2. DADOS DO AVALIANDO.....................................................................................6

2.3. REGISTRO DA QUEIXA.......................................................................................7

2.4. REGISTROS DESCRITIVOS...............................................................................7

2.4.1. Visita à escola...................................................................................................7

2.4.2. Observação do sujeito no recreio......................................................................7

2.4.3. Observação em sala de aula.............................................................................7

2.4.4. Entrevista ou relatório dos professores.............................................................8

2.4.5. Histórico escolar................................................................................................8

2.4.6. Anamnese.........................................................................................................8

2.4.7. Observação exploratória (observação lúdica e EOCA) ....................................9

2.4.8. Elaboração do primeiro sistema de hipótese..................................................10

2.4.9. Área cognitiva..................................................................................................10

2.4.10. Área emocional..............................................................................................10

2.4.11. Área funcional................................................................................................10

2.4.12. Habilidades acadêmicas................................................................................11

2.5. INFORME PSICOPEDAGÓGICO......................................................................11

2.6. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.......................................................................17

2.7. DEVOLUTIVA AOS PAIS...................................................................................17

2.8. DEVOLUTIVA AO ALUNO.................................................................................17


2.9. DEVOLUTIVA A ESCOLA..................................................................................18

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................19

REFERÊNCIAS..........................................................................................................20

ANEXOS.....................................................................................................................21
1- INTRODUÇÃO

O diagnóstico psicopedagógico é o processo pelo qual é analisada a situação


do aluno com dificuldades dentro do contexto escola e de sala de aula, com a
finalidade de proporcionar aos professores orientações e instrumentos que
permitem modificar o conflito manifestado. Fernandez (1990) afirma que o
diagnóstico, deve ter a mesma função que a rede para um equilibrista. É ele,
portanto, a base que dará suporte ao psicopedagogo para que este faça o
encaminhamento necessário. É um processo que permite ao profissional investigar,
levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo
recorrendo, para isso, conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação
permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de investigações que se
possa decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a
investigação.
Este estágio supervisionado clínico cumpre as orientações disponíveis nas tele
aulas e material de apoio disponibilizado no AVA. Para a realização do mesmo,
segue em anexo a autorização da instituição escolhida. Ao final deste trabalho,
será dada uma devolutiva à escola e aos responsáveis do aluno, bem como
sugestões para contribuir com a aprendizagem do aluno, no intuito de um melhor
desempenho escolar.

2- OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA/ ESTÁGIO CLÍNICO

2.1- Identificação da instituição

A Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Lins de Souza, está


localizada na zona urbana. Surgiu em virtude da necessidade do aumento de
unidades escolares na região, tendo em vista o crescimento da população. Foi
construída na gestão do Prefeito Antônio Lins de Souza Filho, em 2009, vindo a
funcionar em 23 de março de 2010. Tendo como Secretário Municipal de Educação,
o senhor João Marinho.
A mesma está situada no Loteamento Fernando Mascarenhas de Brito – S/N
– Bairro Prefeito Antônio Lins de Souza (antigo Tabuleiro do Pinto) – Rio Largo – Al.,
às margens da BR – 104, próximo ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares,
entre os municípios de Messias e Maceió.
A escola funciona com uma clientela de classe sócio econômica de médio e
baixo poder aquisitivo, na sua maioria reside no mesmo bairro. Possui 06 salas de
aula, 01 sala da direção, 01 cozinha, 01 depósito para merenda, 01 laboratório de
informática, 01 secretaria, 05 sanitários sendo 02 femininos, 02 masculinos e 01
para funcionários. A escola possui também um pequeno pátio coberto.
Quanto aos recursos materiais, a escola possui: 01 fogão industrial, 01
geladeira duplex, 01 freezer, 01 bebedouro, 14 aparelhos de ar condicionados (nem
todos, porém, funcionam), sendo estes distribuídos nas salas de aula e no
laboratório de informática, não constando na direção, secretaria e na sala dos
professores.
Não possui armários para armazenar merenda no depósito (foram
improvisadas prateleiras), 01 mesa com seis cadeiras e 02 armários na sala dos
professores, 11 ventiladores distribuídos nas salas de aula, secretaria e sala dos
professores, 11 mesas e 48 cadeiras, possuem 220 carteiras em fórmica e 07 birôs,
um armário de aço, uma impressora multifuncional e 02 estantes abertas que foram
doadas. Faltam ainda estantes abertas para guardar os livros didáticos, e 01 armário
com divisórias para os professores e demais funcionários guardarem seus
pertences.
Desde a inauguração, a mesma necessita de algumas melhorias: uma
cobertura na entrada da escola, cisterna, banheiro com chuveiro, cantina,
construção de uma cozinha maior, quadra de esporte, cobertura do jardim, e uma
sala de leitura.
Quanto ao funcionamento da escola e distribuição das turmas, funciona da
seguinte forma: matutino e vespertino, respectivamente com turmas do 1º aos 5º
anos. Além de atender cinco turmas do fundamental I em cada turno, atende
também oitenta alunos do Programa Mais Educação. Estes estudam no período
integral. Sendo dividido em dois grupos de quarenta alunos: em um horário
frequentam aulas em turmas regulares, e no outro horário tem aulas de reforço em
letramento e matemática, aula de esportes, canto coral e dança.

2.2- Dados do avaliando

Nome: I. J. C. S.

Sexo: Masculino
Filiação: Pai – J. A. C. S.

Mãe – M. C. J. S.

Série: 3º ano do ensino fundamental I

Repetente: Sim

2.3 Registro da queixa

A queixa apresentada pela escola a respeito do educando I.J.C.S., o mesmo


apresenta dificuldades na aprendizagem em diversas áreas: leitura, escrita,
soletração, fala, pronúncias de algumas palavras e matemática. É uma criança que
demonstra comportamento inseguro diante das situações vividas em sala de aula ou
fora dela, por ser tímido, mas, carismático. O educando já é repetente do 3º ano e
está fora da faixa etária.

2.4 Registros descritivos

Nos tópicos a seguir, relatam-se as observações, conversas e atividades


propostas ao referido aluno.

2.4.1 Visita à escola

Ao escolher a instituição para desenvolver este estágio, realizou-se uma


prévia visita e obtive a permissão da direção para a elaboração do presente
relatório. Foi apresentada a finalidade em desenvolver atividades diversificadas com
um aluno, no intuito de contribuir no desempenho escolar do mesmo, bem como
atingir o objetivo proposto pelo curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia.

2.4.2. Observação do sujeito no recreio

O lanche acontece no refeitório da escola, após lancharem as crianças dispõe


de alguns minutos para brincarem no pátio. O referido aluno não lancha no refeitório,
ele pega o lanche e come na sala de aula. Não participa e prefere ficar observando
os colegas brincarem e nem interage com os mesmos, tem um comportamento
tímido e fechado. Totalmente distraído com um olhar distante e lento para falar.

2.4.3. Observação em sala de aula

Em sala I. J. C. S., tem organização com seus materiais, demonstrou atenção


na atividade que a professora fez no quadro, copiava tudo, escrevia no quadro – só
escreve mais não sabe ler o texto que escreveu. Não interage com a turma quando
a professora faz alguma pergunta sobre o assunto dado em sala de aula. No período
em que foi observado permaneceu o tempo todo sentado e só falou na hora de
responder a frequência (chamada). Apresenta dificuldade na aprendizagem na área
da leitura, escrita e soletração, não decora a tabuada, não conhece os símbolos e
conceitos matemáticos. O mesmo apresentou também dificuldade para absorver os
conteúdos propostos e explicações da professora.

2.4.4. Entrevista ou relatório dos professores

O educando I.J.C.S. relatado neste trabalho, cursa a turma do 3º ano de


ensino fundamental. A professora da turma apresentou alguns alunos com
problemas aparentes, entre eles o referido aluno, que foi constatado que ele não
adquiriu todas as habilidades e capacidades previstas em sua fase. Não está
alfabetizado, apresentando dificuldade na fala, na pronúncia de algumas palavras,
na soletração, na escrita e na leitura. Conhece as cores e alguns numerais.

2.4.5. Histórico Escolar

I. J. C. S. iniciou a sua vida escolar aos seis anos de idade nesta referida
escola pública, hoje cursando o 3º ano do ensino fundamental.

2.4.6. Anamnese

O educando I. J. C. S. nasceu com nove meses completo de parto normal,


pesando 3 quilos e 100 gramas, no dia 22 de outubro de 2009, na cidade de Rio
Largo – Al. Segundo a mãe do mesmo, ele começou a engatinhar com nove meses
de nascido, com um ano deu os primeiros passos e com dois anos andou mais
levando muitas quedas. Não era corajoso ao explorar um novo espaço e no mesmo
ano começou a falar. Sua alimentação foi leite materno e em seguida papinha.
Atualmente fala como como se estivesse com a língua presa e fala muito baixo. Hoje
o educando, está com nove anos, pesa 28 Kg e mede 1, 19 m. de altura.
A sua vida escolar, iniciou-se aos seis anos, estudando na Escola Municipal
de Ensino Fundamental Prefeito Antônio Lins de Souza. No início não teve muito
problema de adaptação e na referida escola se sentia amado. Sua maior dificuldade
se encontra na língua portuguesa, apresentando dificuldade de aprendizagem, e
sendo muito lento nas atividades realizadas em sala de aula, não acompanhando o
ritmo da turma. É bem calmo, nunca se envolveu com nenhum conflito com os
colegas de sala.

2.4.7. Observações exploratória (observação lúdica e EOCA)

Para Visca, a EOCA deverá ser um instrumento simples, porém rico em seus
resultados. Consiste em solicitar ao sujeito que mostre ao entrevistador o que ele
sabe fazer, o que lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer, utilizando-se de
materiais dispostos sobre a mesa, após a seguinte observação do entrevistador: “
este material é para que você o use se precisar para mostrar-me o que te falei que
queria saber de você” (VISCA, 1987, p. 72).
O entrevistador poderá apresentar vários materiais tais como: folhas de ofício
tamanho A4, borracha, caneta, tesoura, régua, livros ou revistas, barbantes, cola,
lápis, massa de modelar, lápis de cor, lápis de cera, quebra-cabeça ou ainda outros
materiais que julgar necessários. O entrevistado tende a comportar-se de diferentes
maneiras após ouvir a consigna. Alguns imediatamente, pegam o material e
começam a desenhar ou escrever, etc. Outros começam a falar, outros pedem que
lhe digam o que fazer, e outros simplesmente ficam paralisados. Neste último caso,
Visca (1987, p. 73) nos propõe “empregar o que ele chamou de modelo de
alternativa múltipla”, cuja intenção é desencadear respostas por parte do sujeito.
Visca (1987, p. 73) nos dá um exemplo de como devemos conduzir esta situação.
“Você desenhar, escrever, fazer alguma coisa de matemática ou qualquer coisa que
lhe venha à cabeça...”.
No outro extremo encontramos a criança que não toma qualquer contato com
os objetos. Às vezes se trata de uma evitação fóbica que pode ceder ao estímulo.
Outras vezes trata-se de um desligamento da realidade, uma indiferença em
ansiedade, na qual o sujeito se dobra às vezes sobre seu próprio corpo e outras
vezes permanece numa atividade quase catatônica. Logo que passei as regras para
I. J. C. S., o mesmo tomou contato com o material e pouco falo, concentrando-se em
suas atividades. Quando olhava para outra gravura, sempre perguntava o que era
para fazer.
Quanto a sua coordenação motora, observei haver dificuldade e não fez uso
dos demais materiais. Posteriormente resolveu que iria fazer um desenho e depois o
narrou para mim. O mesmo utilizou os seguintes materiais: revistas, cola, tesoura,
folha sulfite, folha com pauta e caneta. Sugeri que me contasse uma história e ele
começou com pouca vontade, dizendo: era uma vez um menino que tinha três
irmãos, Ester, Gabriel e Samuel, eles estudavam na mesma escola e era muito feliz.
Em seguida perguntei, o que mais ele queria fazer com aqueles materiais
sobre a mesa, o que ele sabia ou quisesse fazer. Ele disse que sabia fazer outras
coisas, mais estava cansado. Eu insisti um pouco mais para ele me mostrar as
outras coisas que sabia fazer, mais disse preferir não fazer nada. Então encerrei
este momento.

2.4.8. Elaboração do primeiro sistema de hipótese

A princípio o educando I. J. C. S., estava tímido e inseguro com a minha


presença, mais depois foi descontraindo. Conversando apresentei-lhe os materiais
que ele poderia usar, aí ficou mais tranquilo por já utilizá-los na escola, assim
demonstrando confiança utilizou os materiais que ele queria para desenhar, no
entanto preferiu não usar todos os materiais disponíveis. Depois, mesmo com
insegurança, ele conseguiu responder alguns questionamentos.

2.4.9. Área cognitiva

O educando apresenta certa insegurança em responder algumas perguntas lhe


dirigidas, pensando muito antes de respondê-las. É uma criança carismática e
tímida, com algumas dificuldades em expressar ideias, desejos e sentimentos.
Durante as atividades aparentou boa coordenação motora grossa, porém algumas
facilidades em desenhar. Seu raciocínio lógico é lento, no entanto necessita de um
tempo maior para passar informações para o papel.

2.4.10. Área emocional

Apresenta um bom relacionamento com as pessoas conhecidas, não


demonstrou nenhuma atitude de agressão durante o período de acompanhamento.
Atitudes inseguras o impede de se aproximar de pessoas desconhecidas em casa
ou na escola. Mesmo sendo carismático e por ser muito tímido, as vezes prefere
ficar sozinho.

2.4.11. Área funcional


O aluno apresenta-se como uma criança normal, exceto pela sua timidez.
Durante as atividades utilizou os materiais do seu cotidiano. Sua coordenação
motora fina está em construção, bem como o processo de seriação e classificação,
no entanto apresentou uma boa coordenação motora grossa. Entretanto demonstra
dificuldade em concluir as atividades.

2.4.12. Habilidades acadêmicas

As atividades foram realizadas com a leitura de imagem e o educando I. J. C.


S. soube distinguir leitura verbal da não verbal. Com as fichas de leitura, ele juntou
as sílabas muito devagar, com algumas dúvidas para formar as palavras. Na
classificação de estágios da escrita, ele apresenta está no nível silábico – alfabético,
como relatado anteriormente, não acompanha o ritmo dos alunos da sala
praticamente durante o decorrer de todas as atividades escritas, ao copiar do quadro
por exemplo, faz trocas de letras e algumas vezes possui dúvidas ao escrever em
letras cursiva. Ele apresenta dificuldades na soletração, escrita e leitura. Este aluno
demonstra melhor habilidade em alguns cálculos mentais, porém, necessita de longo
tempo para escrever. Consegue identificar com facilidade as cores e formas
geométricas, faz as atividades que a professora copia no quadro, mais infelizmente
não consegue ler o texto escrito pela professora, ficando o mesmo sem terminar e
faltando responder.

2.5 INFORME PSICOPEDAGÓGICO

I- Dados pessoais

Nome: I. J. C. S.

Data de nascimento: 22/10/2009

Sexo: masculino

Filiação: Pai – J. A. C. S.

Mãe – M. C. J. S.

Escola: Municipal de Ens. Fund. Pref. Antônio Lins de Souza

Série: 3º ano do Ensino fundamental


II- Motivo da avaliação

O educando relatado neste trabalho cursa 3º ano do ensino fundamental. A


professora da turma apresentou alguns alunos com problemas aparente, entre eles
I. J. C. S., que demonstra ter dificuldade de aprendizagem. É repetente da referida
série e está fora de faixa etária. Não adquiriu todas as habilidades e capacidades
previstas em sua fase. Apresenta dificuldade na fala e na pronúncia de algumas
palavras. Percebesse que precisa investigar e aprofundar para obter mais
informações sobre o seu estado emocional, neurológico e cognitivo.

III- Período de avaliação e número de sessões:

A avaliação de psicopedagogia se deu no período de dia 18 de fevereiro de


2019 à 28 de março de 2019. Com a realização de 11 sessões.

A avaliação teve início: dia 09 de outubro de 2018

1ª sessão: 22/02/2019 - EOCA

2ª sessão: 25/02/2019 - Anamnese com a mãe

3ª sessão: 27/02/2019 - Anamnese com aluno

4ª sessão: 11/03/2019 - Sessão lúdica

5ª sessão: 13/03/2019 – Prova Operatória

6ª sessão:19/03/2019 - Prova Operatória

7ª sessão: 19/03/2019 - Sessão Prova Projetiva

8ª sessão: 22/03/2019 - Sessão prova pedagógica

9ª sessão: 25/03/2019 - sessão prova Piajetiana

10ª sessão: 27/03/2019 - sessão prova pedagógica

11ª sessão: 28/03/2019 - sessão prova pedagógica

IV- Instrumentos utilizados

- Anamnese;

- Informação social;
- EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem;

- Provas Piagetianas: conjuntos, classificação e seriação;

- Provas Projetivas: vínculo familiar, escolar e consigo mesmo;

- Análise do material escolar.

V- Análise dos resultados

Pedagógica

É preciso investigar como se dá a construção do conhecimento através de


diferentes metodologias, pois, cada educando tem sua forma própria de adquirir
novos conhecimentos. Percebe-se que o I. J. C. S. ainda não realiza leitura de
símbolos corretamente, confunde algumas letras e tenta adivinhar o que está escrito.
É capaz de identificar as vogais e algumas consoantes.

Na escrita

Realiza apenas cópias e mesmo assim troca as letras, apresenta dificuldades em


realizar produções próprias, sendo que ainda se encontra no nível silábico-
alfabético.

Na matemática

Conhece alguns numerais e formas geométricas, não é capaz de realizar


cálculos mentais, não realiza pequenas operações de adição e subtração, como
também não formula problemas e cálculos escritos.

Na leitura

O educando apresenta muita dificuldade para ler. Ainda se encontra no nível


silábico-alfabético.

Cognitiva

Diagnóstico operatório

O que se busca é descobrir como o sujeito usa seus próprios recursos


cognitivos a serviço da expressão de suas emoções, ante os estímulos
apresentados pelo psicopedagogo. O fundamental é a leitura psicopedagógica
dessas situações e produtos, para assim detectar o que está empobrecendo a
aprendizagem ou a produção escolar.
Encontramos escolas que cometem o terrível engano de considerar
deficientes mentais alunos com graves problemas emocionais. Segundo Fernández
(1990, p.220), ainda que as técnicas projetivas, que por vezes utilizamos tenham
sido desenhadas com objetivos diferentes dos nossos, e a partir, inclusive de
fundamentos teóricos que não compartilhamos, cremos que mediante um uso mais
heterodoxo e uma interpretação de acordo com nossa modalidade, podem trazer-
nos com relativa rapidez dados sobre a articulação entre a elaboração
objetivamente.
Para o diagnóstico dos problemas de aprendizagem, não levamos
particularmente em conta os conteúdos expressos pela criança. Interessa-nos
observar a modalidade com que a Inteligência trata o objeto, reconhece-o,
discrimina-o em sua própria legalidade, sua experiência e o utiliza adequadamente.
Para o desenvolvimento das provas piagetianas, foram utilizadas as
atividades de conservação de pequenos conjuntos de elementos. Pedi que
separasse nas duas caixas os objetos da forma que ele achava correto. O educando
separou cada caixa com as figuras diferentes, uma caixa com quadrados e a outra
com círculos, sendo que cada caixa com a mesma quantidade de figuras.
Para a conservação de quantidade de líquido, apresentei-lhe dois copos de
vidro, um mais estreito e alto, o outro mais largo e baixo. Ao questionar qual caberia
mais líquido, o educando pensou por um momento e respondeu que o mais alto
caberia mais, assim entreguei-lhe duas quantidades iguais de água, na sequência
respondeu-me que o mais alto tinha mais água. Permaneci por um momento quieta
e pediu-me para medir e concluiu que nos dois copos coube a mesma quantidade
de água.
Na atividade de conservação da quantidade, através de massa de modelar,
pudemos realizar a atividade. As massas de modelar estavam em forma de bola,
com a mesma quantidade, assim como a água dos copos. Brinquei que iriamos
brincar um pouco com aquelas bolinhas.
Perguntei-lhe se havia a mesma quantidade de massinha nas duas bolas e
me respondeu que sim, continuei pedindo para mudarmos o formato das bolinhas,
amassando-as e o educando continuou dizendo ter a mesma quantidade, porém
com dúvida.
Em seguida pedi para enrolar uma, fazendo parecer uma corda grossa e
respondeu-me que esta em forma de corda parecia ter mais massa. Pedi então que
a voltasse na forma de bola e concluiu que tinha a mesma quantidade de massinha.
Em seguida dei o alfabeto móvel, depois perguntei as letras do alfabeto, o mesmo
não conhece todas as letras.

Linguagem

O educando pronuncia palavras com dificuldades, portanto sendo incapaz de


transmitir informações e entende-las de forma clara.

Afetiva: (Provas projetivas psicopedagógicas)

Para esta atividade pedi para que I. J. C. S. desenhasse sua família com lápis de
escrever (grafite) ou de cor. O educando disse que preferia somente com lápis de
escrever, assim sendo, desenhou ele, a mãe, o pai, e os irmãos, depois coloriu com
as cores bem vivas e disse que amava todos da família. Em outra folha desenhou
sua casa, uma bola, um carro e depois tentou escrever o nome dos desenhos.

Social

O educando tem dificuldade de transmitir informações pessoais, tais como:


seu nome, endereço, nome dos pais, sua idade, o esporte preferido, time que torce,
programas de TV que mais gosta, brincadeiras preferidas, nome de amigos e
parentes mais próximo e as pessoas quem mais convive.

Psicomotora

Nesta área, o educando apresenta uma coordenação motora grossa que


ainda está em construção. Tem um bom equilíbrio dinâmico: anda em linha reta,
curva ou anda com um pé na frente do outro. Não apresentou dificuldades quanto ao
seu equilíbrio estático. Na dissociação, distingui pés e mãos, abre e fecha, junta e
separa e alternadamente. Reconhece as partes do corpo, tem boa orientação
espacial e temporal.

VI- Parecer diagnóstico

Ao desenvolver o presente trabalho, com o levantamento de dados escolares


do educando, conversas e aplicação dos instrumentos investigativos, conclui-se no
momento, que seu desempenho vem progredindo lentamente e que deve ser mais
trabalhado. Com relação a área funcional, tem desenvolvimento lento de acordo com
a sua idade. Precisa ser motivado e trabalhado o seu transtorno de aprendizagem e
fonológica, pois, traz prejuízo ao educando na área afetada pela dificuldade.

VII - Prognóstico

O educando em questão tem possibilidade de desenvolver sua aprendizagem


desde que o seu ritmo seja respeitado e aproveitado. Ele necessita de um tempo
maior para decifrar a leitura e colocar o seu pensamento no papel, dificultando a
produção livre. Ainda precisa ser trabalhada atividades que estimulem a leitura e a
escrita. O mesmo possui dislexia, que é distúrbio na aprendizagem, na área da
leitura, da escrita e da soletração.

VIII- Recomendações e indicações

Precisa que a família determine algumas tarefas básicas em casa. Também


necessita de um horário para a realização das tarefas escolares. Para melhorar a
convivência e o seu desenvolvimento, os responsáveis necessitam dedicar-se e
estar mais presentes na vida do referido educando, realizando leituras de histórias
infantis ou histórias vivenciadas em família, algo que notei que não há.

2.6. - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Neste sentido, afirma: Ellis (1995, p.56) “a constituição de uma intervenção


psicopedagógica segue orientações específicas, porém, não há modelos rígidos
para tal “ importante ter em mente as finalidades traçadas ao processo, bem como
uma visão bem exercitada. O
processo, uma vez iniciado pela apresentação de uma
proposta de inclusão em educação, seguiu uma trajetória de grupo operativo e
construção de um projeto político pedagógico. O presente trabalho toma este
processo como exemplo, denotando o papel do psicopedagogo frente às demandas
educacionais futuras. Para a implementação da proposta de trabalho, a articulação
com a metodologia de pesquisa-ação confiou maior produtividade ao mesmo;
apontando a intervenção cotidiana como a mais eficaz.
A atividade lúdica compreende todos os conceitos anteriores. Para isso,
buscar também intervir através dos jogos, quando se sabe que os mesmos podem
ser utilizados com diferentes propósitos, instigando o aluno a novos desafios,
ampliando as possibilidades de desenvolvimento e instrumentação, podendo ser de
caráter competitivo quanto cooperativo. De acordo com Barbosa (2010, p.197).
No processo de atenção psicopedagógica, é possível utilizar os jogos com o
objetivo de desenvolvimento do aprendiz em diferentes aspectos ou dimensões:
raciocínio lógico, oralidade, escrita, percepção, rapidez, ritmo, motricidade, atenção,
memória e outros. Nesta perspectiva, seria viável para o aluno o jogo de dominó,
cuja finalidade é propiciar a possibilidade de progredir segundo seu próprio ritmo,
valorizando a sua motivação pessoal, desenvolver a sua capacidade de
concentração, além da criatividade, ousadia, improvisação, solidariedade e
cooperação.
Cito aqui também o jogo de xadrez e o jogo de dama para ajudar a
desenvolver a memória da criança. Essa atividade ajudará na escrita espontânea e
assim no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. A criança defronta-se
com um mundo cheio de atrações com letras, palavras, frases e textos, e se
engajará neste mundo muito mais facilmente se puder participar integralmente dele
e se o processo for transformado num grande ato lúdico participativo, inteligente e
prazeroso. Portanto, percebe-se a necessidade do lúdico, na forma de jogos e
brincadeiras, para despertar o interesse e arrebatar a atenção do mesmo, tomando
este processo recheado de significado.
Percebe-se que I. J. C. S. apresenta transtorno de neurodesenvolvimento e
Deficiência Intelectual e com prejuízo na expressão escrita – é um educando tímido
e inseguro, principalmente nas situações em que o resultado depende somente dele.
Essa timidez e insegurança impedem a sua iniciativa para executar ou encontrar
respostas nas atividades propostas e melhor convívio com a turma. A sua
aprendizagem torna-se desafiadora e requer intervenções psicopedagógicas.

2.7. DEVOLUTIVA AOS PAIS

Ao concluir este estágio, foi explicado para família de I. J. C. S. o teor do


trabalho desenvolvido mediante a queixa apresentada pela professora e equipe
pedagógica. Levando ao conhecimento da mesma, o informe psicopedagógico com
tudo que foi realizado durante o estágio, as recomendações e indicações para
favorecer o desempenho escolar do aluno. Assim conclui-se, que o educando é
uma criança que precisa de um fonoaudiólogo, pois, tem dificuldade na fala. Na
aprendizagem, precisa ser trabalhado na timidez e insegurança, dedicação a leitura
e melhorar o processo de escrita, no entanto, para que esse aperfeiçoamento ocorra
da melhor forma possível, necessita da compreensão e ajuda da família.

2.8 DEVOLUTIVA AO ALUNO

O embasamento para a realização dessa devolutiva foi à observação e as


anotações realizadas durante o período destinado as sessões de atendimento
psicopedagógico. A criança necessita ser estimulada, motivada e elogiada para
desenvolver o interesse nas atividades propostas.

2.9 DEVOLUTIVA A ESCOLA

Ao finalizar este trabalho, apresentei a conclusão do mesmo à equipe


pedagógica da escola, baseando-me a partir da queixa exposta. Assim, relatei as
observações feitas do educando, o trabalho desenvolvido, a proposta de intervenção
e a conclusão deste estágio ao nível de desenvolvimento de ensino – aprendizagem
em que se encontra o referido aluno.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estágio oportunizou a prática das teorias e conhecimentos adquiridos


durante o curso de psicopedagogia clínica e institucional. Ao desenvolver este
trabalho, pude observar e analisar que o educando tem dislexia, que é distúrbio na
aprendizagem, na área da leitura, da escrita e da soletração. Um transtorno
específico de aprendizagem.

A partir da queixa apresentada pela escola e responsáveis, acompanhei o


processo de ensino-aprendizagem e das dificuldades do educando. Assim expus o
resultado aos pais e a escola, apresentando alternativas para contribuir com um
melhor desempenho escolar do mesmo. Percebesse com este estágio a grande
importância da presença de um psicopedagogo, por intervir junto aos professores no
intuito de sanar dificuldades no aprendizado de um aluno.
REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A. C. P. C. de; SHIGUNOV V. A. atividade lúdica infantil e suas


possibilidades. Revista da Educação Física/UEM. Maringá, v. 11, n. 1, 2000.

BARBOSA, Laura Monte Serrat. Intervenção Psicopedagógica no Espaço da


Clínica. Curitiba: Ibpex, 2010.

FERNÁNDEZ, Alicia. Apostila de Estudo sobre Diagnóstico do Curso de


Psicopedagogia, 2002.

LOPES, Shiderlene Vieira de Almeida. O Processo da Avaliação e Intervenção


Psicopedagógica. Reproset, 2009.

NOGUEIRA, M. O. G.; LEAL, D. Dificuldade de Aprendizagem: Um Olhar


Psicopedagógico. Curitiba: Intersaberes, 2012.

VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas e Pautas Gráficas para a


sua Interpretação. Buenos Aires. Visca e Visca, 2008.
ANEXOS
FACHADA DA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUND. PREF. ANTÔNIO LINS DE SOUZA

PSICOPEDAGOGA DA ESCOLA
ENTREVISTA COM A PROFESSORA

REFEITÓRIO DA ESCOLA
OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA
PROVA PEDAGÓGICA
ATIVIDADE DA EOCA
PROVA PROJETIVA

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