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São Paulo
2010
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São Paulo
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo conhecer os critérios utilizados pelos alunos
para classificar os professores como bons profissionais e compreender que fatores
estavam relacionados à construção desses critérios. Foram pesquisados 41 alunos
de Ensino Médio, estudantes de uma escola particular de São Paulo. Todos
responderam um questionário e sete participaram, também, de uma entrevista. O
questionário possuía sete questões, sendo cinco abertas e duas fechadas e a
entrevista foi semi-estruturada com cartões temáticos. A aplicação do questionário
ocorreu nas salas de aula, com grupos de 10 e 11 alunos voluntários de cada turma.
As entrevistas ocorreram individualmente em uma sala cedida pela escola. Os dados
levantados indicam as seguintes características que definem o bom professor para
esta amostra: explica bem a matéria; suas aulas são dinâmicas; aumenta o interesse
dos alunos pela matéria; mantém boas relações com os alunos; é preocupado com a
aprendizagem. Os fatores influenciadores dos critérios dependiam da ação do
professor e estes foram: fazer com que os alunos entendam o que é proposto, fazer
com que se interessem e participem da aula.
ABSTRACT
The present study aims at knowing the criteria used by students to rate teachers as
good professionals and understand what factors were related to the construction of
these criteria by the students. This research comprises 41 high school pupils,
students from a private institution in São Paulo. All pupils answered the questionnaire
and seven also participated in an interview. The questionnaire comprised of seven
questions, two of which were closed questions and five were open questions and a
semi-structure interview with thematic cards. It was applied in the classrooms for
groups of ten and eleven volunteers pupils of each group. The interview happened in
a room assigned by the school. Data collected in this sample revealed the following
characteristics as the most significant for the good teacher (ideal teacher): teaches
very well, his/her classes are dynamic; raises the students’ interest on the subject;
gets on well with pupils; worries with learning. The influencing factors of criteria
depended on the teachers’ action and these were: making pupils understand what is
proposed, making them interested and participate in the classes.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 7
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 10
2.1.4 Afetividade.............................................................................................. 15
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................. 22
4. RESULTADOS E ANÁLISE................................................................... 26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 62
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 64
7. APÊNDICES........................................................................................... 67
8. ANEXOS................................................................................................. 113
7
1. INTRODUÇÃO
abordados em aula e, com maior ênfase, é o professor que possui boas relações
com seus alunos. Nesse sentido, os alunos se referem a aspectos afetivos.
O estudo das características do bom professor mostra que a importância não
é seguir um modelo, mas criar seus próprios métodos de ensino, procurando adaptá-
los à realidade de suas turmas e de cada um de seus alunos, pois uma aula é boa e
promove o aprendizado quando o professor procura atender a todos, respeita e
entende o ritmo de cada um, suas dificuldades e facilidades (MORALES, 2006).
Este trabalho tem como objetivo conhecer os critérios utilizados pelos alunos
para classificar os professores como bons profissionais e compreender que fatores
estão relacionados à construção desses critérios.
O capítulo dois deste trabalho corresponde a Fundamentação teórica, o
primeiro subcapítulo intitulado “O professor e seu papel como educador”, é dividido
em três itens. Primeiramente, aborda o papel do professor de acordo com alguns
autores, suas condutas em sala de aula e a sua influência na aprendizagem. O
primeiro item envolve a questão das relações entre professores e alunos, como são
e quais as suas consequências em sala de aula. Aprofundando um pouco mais esta
questão, ainda nesse item, é apresentada a motivação e os fatores que causam a
mesma nos alunos. Por fim neste capítulo é abordada a afetividade no âmbito
escolar.
O subcapítulo dois envolve questões como o papel social da escola no
desenvolvimento psíquico e cognitivo de seus alunos. Neste é abordada a
resistência ao aprendizado, a necessidade de participação, entre outros fatores.
O subcapítulo três envolve os estudos sobre o bom professor. Neste é
apresentada, ao leitor, a literatura utilizada como base para esta pesquisa.
O terceiro capítulo deste trabalho refere-se aos procedimentos metodológicos
utilizados. Este capítulo retoma os objetivos do trabalho, explica as razões para a
aplicação do mesmo na instituição escolhida, explica quais foram os instrumentos
utilizados, a quem foram destinados e como os dados foram trabalhados e
analisados.
O quarto capítulo intitulado “Resultados e Análise” apresentou os resultados
organizados em categorias, explicando cada uma delas e suas frequências
9
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
aproveitamento dos erros que surgem durante o processo para que este faça
sentido (PECHLIYE e TRIVELATO, 2005).
Para Morales (2006) as condutas do professor influenciam tanto na percepção
que os alunos têm de seus colegas e de si mesmos como na percepção que têm do
professor e essas percepções podem ser diferentes daquela que queremos
transmitir. Segundo Solé (1998) para os alunos formarem representações de
professores o aspecto mais presente é o afetivo com relação ao respeito e afeto pelo
aluno, a disponibilidade para orientá-lo e ouvi-lo.
Como se observa, as relações e as condutas dos professores são importantes
e eles devem ter consciência da influência intelectual, moral e social que causam em
seus alunos, além do aprendizado. Ao ter consciência da intervenção que faz em um
aluno, o professor precisa respeitar as curiosidades e dificuldades do mesmo,
cultivando em si a humildade, a tolerância e a afetividade aos seus alunos, pois o
professor é comprometido com eles e com o processo formador dos mesmos
(FREIRE, 2007).
e a metodologia elaborada pelo próprio professor, bem como o gosto por ensinar um
dado tema são essenciais para comunicar aos alunos o valor da motivação
intrínseca (FITA, 2006).
Para Solé (1998), a forma como um aluno encara uma atividade, a maneira
como ele relaciona o que lhe é apresentado com o que ele já conhece e sua
intenção em realizar a tarefa são aspectos relacionados com a motivação intrínseca
e extrínseca do aluno. O fato dos alunos estarem ou não motivados a aprender ou a
apenas cumprir uma tarefa, não é responsabilidade exclusiva dele, pois a motivação
depende de características emocionais de cada aluno, suas expectativas e a
maneira como eles enxergam a si mesmos, logo a motivação não pode ser
justificada somente pelos fatores intrínsecos e extrínsecos.
A autonomia e a interação com os colegas também são aspectos importantes
na motivação dos alunos a aprender e a querer realizar uma tarefa (TAPIA, 2006).
Os professores podem priorizar a construção do conhecimento do aluno por
ele mesmo, incentivando deste modo a autonomia do aluno em criar seus próprios
conhecimentos ou podem ver o ambiente escolar como mero transmissor de
conhecimentos acumulados (CAMPOS E NIGRO, 1999). Criar alunos que saibam
pensar e tomar decisões é uma das metas do ensino logo, quando o professor
consegue fazer com que seus alunos pensem por si só, ele os ajuda a construir suas
próprias razões morais e autonomia (CARVALHO et al., 2005).
Ele deve apoiar e incentivar a autonomia do aluno, possibilitando uma
aprendizagem sem pressão, sem prêmios, incentivando a motivação interna e
construindo um ambiente de trabalho agradável (MORALES, 2006). Segundo Bizzo
(2002), permitir que o aluno, junto ao professor, tome decisões sobre a matéria,
sobre a realização de uma atividade é promover a autonomia e responsabilidade dos
alunos.
15
2.1.4 A afetividade
Dentre todos os tipos de relações que um professor pode construir entre ele e
seu aluno a afetividade é talvez a mais complexa e interessante, pois o afeto a um
professor é um dos fatores que implica no aprendizado do aluno (PERALVA e
SPOSITO, 1997). Para Zabala (2006) o processo de aprendizagem abrange os
campos cognoscitivos, afetivos e os comportamentais sendo que o componente
afetivo influencia no pensamento e na maneira como as pessoas se comportam,
devido às relações pessoais que estas estabelecem. Na percepção construtivista, é
o aluno que aprende e devido às relações cognoscitivas e afetivas este aprendizado
influencia também na formação social da pessoa (SOLÉ e COLL, 2006).
O afeto dos professores pelos alunos não pressupõe querer bem a todos os
alunos, nem querer bem de maneira igualitária, mas significa obter e seguir um
compromisso com o ensino e com os alunos. A seriedade do professor e a
afetividade com o seu trabalho e seus alunos caminham juntas (FREIRE, 2007).
Afetividade não é necessariamente uma manifestação de carinho a partir de
gestos ou elogios. Este tipo de afeto ocorre com mais freqüência por parte dos
alunos entre eles mesmos e com o professor. As relações de afeto que um professor
mantém com seus alunos são mais discretas e estão no âmbito da aproximação ao
aluno, ao conhecimento de sua realidade, demonstrando preocupação com
problemas e dificuldades do mesmo e com sua metodologia de ensino, garantindo
que sua aula seja boa para todos (CUNHA, 2001). Além das relações entre
professores e alunos, o modo como o professor vê seu trabalho e o que ele pensa
sobre ele, interfere no aprendizado do aluno (CUNHA, 2001). Dubet em entrevista
(PERALVA e SPOSITO, 1997) afirma que o aprendizado dos alunos está
relacionado ao apego que estes têm pelos seus professores e isto se deve ao fato
de que os alunos não distinguem o interesse pela disciplina do interesse pelo
professor.
16
Parsons (1990 apud Villa, 1998, p.174) diz que a aprendizagem não é
somente cognitiva, mas, também moral, ao passo que a formação dos alunos como
pessoa, suas atitudes e comportamentos, é influenciada pela função de socialização
da aprendizagem (VILLA, 1998).
Nos estudos de Cunha (2001) sobre o bom professor, a autora, após realizar
observações das aulas de alguns docentes e de entrevistá-los, definiu o conceito do
bom professor como variável e dependente do espaço, da época e do contexto
social em que está inserido. A pesquisa obteve como resultados que o bom
professor deve: gostar do que faz e de sua formação, ter preocupação com seu
método e aulas, gostar de ensinar pessoas, exercer uma reflexão constante sobre
seu trabalho e ter consciência de seu ato político e social. Na visão do aluno, é
aquele que gosta e domina o conteúdo, que possui uma metodologia que mobiliza
os alunos a se interessarem pela aula. É organizado e pontual, admite seus erros, é
compromissado com seu trabalho, expressa suas opiniões sobre os temas
abordados em aula, sobre política e sociedade. E com maior ênfase é o professor
que possui boas relações com seus alunos e, neste ponto, os alunos se referem a
aspectos afetivos.
Uma pesquisa realizada por Pasquali (1984 apud CARRIJO, 2003 p. 40)
tratou da análise da qualidade da docência do professor universitário feita pelos
alunos através de questionários respondidos pelos mesmos, que discorriam sobre a
ação do educador, a relação entre o professor e o aluno e as aulas práticas. Este
estudo obteve como resultados que o bom professor seria aquele capaz de
possibilitar um aprendizado significativo no ambiente acadêmico e de construir um
ambiente social de bom relacionamento entre professores e alunos onde o respeito
esteja presente (CARRIJO, 2003).
O estudo de Sakai (2000) abordou o perfil do professor eficiente na visão de
alunos e professores do ensino superior de instituições públicas e privadas de cinco
cursos sendo eles: Administração, Física e Matemática, Odontologia,
Processamento de Dados e Psicologia. A pesquisadora aplicou um questionário
fechado criado por Angelini e Paiva (1975) constituído por 105 pares de afirmações
sobre o bom professor. Neste questionário os participantes deveriam assinalar a
afirmativa que considerava mais importante em cada um dos 105 pares. Os dados
foram trabalhados quantitativamente e indicaram que o bom professor é o que
desperta o interesse dos alunos pela matéria, aproveita todas as oportunidades para
educar, gosta de ensinar e tem facilidade de se adaptar a novas situações.
19
em uma escola pública estadual no interior do estado de São Paulo. Sua pesquisa
foi dividida em três partes. A primeira tratou-se de um questionário fechado em que
os 473 alunos participaram e que, através do questionário, apontaram aspectos
encontrados em seus professores e nos considerados ideais. Na segunda etapa, 12
alunos participaram de uma entrevista semi-estruturada feita com cinco cartões
temáticos cujos títulos eram: meus professores como pessoa, meus professores
como profissionais, relacionamento dos professores com os alunos e o professor
ideal. Nesta etapa, os alunos liam o tema do cartão e escreviam palavras
relacionadas ao tema e depois explicavam as relações destas palavras com o
mesmo.
Na terceira etapa, foi realizado um grupo focal com nove alunos. Foram
realizados três encontros e os temas dos encontros eram os mesmos dos cartões
utilizados nas entrevistas. A pesquisadora analisou o questionário de forma
quantitativa e as entrevistas e o grupo focal qualitativamente, com análise de
conteúdo. Ela obteve como resultados que os professores reais dos alunos
apresentam-se geralmente cansados, são injustos, porém, atualizados. Com relação
ao professor ideal, os alunos apontaram que este deve equilibrar o lado profissional
e o pessoal para que possa ter um bom relacionamento com seus alunos e que deve
tratá-los como pessoas ao invés de alunos somente.
Segundo Morales (2006), a análise que mais fornece informações sobre os
bons professores é aquela feita pelos adolescentes. Eles enfatizam a competência
do professor, suas qualidades como pessoa (educado, motivado, respeitoso), a
preocupação com os alunos e com o interesse e dificuldades dos mesmos em
aprender. Além disso, valorizam docentes que elogiam e estimulam aspectos
positivos e habilidades de seus alunos.
Quando bons professores são questionados sobre quais são suas atitudes na
tentativa de justificar seu bom desempenho, a maioria realiza e enxerga na sua
profissão a capacidade de ajudar os outros, de influenciar cognitivamente,
emocionalmente, socialmente e moralmente seus alunos (MORALES, 2006).
Em todos os estudos sobre o bom professor alguns aspectos foram comuns.
Nota-se o domínio do conhecimento, o gosto pela profissão e por ensinar, a
21
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Segundo Szymanski et al. (2008), o entrevistado deve ser avisado de como se dará
a entrevista e de seu anonimato. Deve-se, também, solicitar autorização para a
gravação e explicitar a possibilidade do entrevistado fazer perguntas ao
entrevistador.
Dentre os sete alunos escolhidos para a entrevista quatro eram do 3ºB, um do
2ºA e dois do 2ºB. Durante a mesma, os alunos foram convidados a pensar e
escrever palavras-chave sobre as ações que eles esperam de um bom professor,
em situações diferentes. Essas palavras-chave criadas por eles eram uma forma de
guiá-los em seus discursos. Cada situação estava impressa em uma folha de papel
em forma de cartões.
Na primeira situação, a pesquisadora pediu aos alunos que pensassem em
ações do bom professor em relação a eles mesmos (aluno). Na segunda, eles
tinham que se referir às ações do docente em relação aos outros alunos e na
terceira, às ações em relação à aula. A quarta situação tratava das ações do
professor com relação a seus pais e a quinta referia-se às relações do professor com
outros professores. Os modelos de cartões temáticos e as palavras-chave elencadas
pelos alunos encontram-se em anexo (Anexo 1).
Durante a entrevista, a pesquisadora tirava dúvidas a respeito do discurso dos
entrevistados e fazia algumas perguntas relativas às respostas dos mesmos nos
questionários. Também foi investigado se os alunos possuíam bons professores no
colégio, de acordo com os critérios dos mesmos, e qual era o tipo de aula que eles
ministravam, levando como exemplo os tipos de aulas apresentados na questão seis
do questionário.
Merece menção o fato de que este modelo de entrevista semi-estruturada
utilizando cartões foi inspirado no trabalho de Petersen (2008), que criou quatro
cartões para uma entrevista semi-estruturada de alunos do ensino médio de uma
escola pública. Cada cartão referia-se a um aspecto sendo eles: meus professores
como pessoa, meus professores como profissionais, relacionamento dos professores
com os alunos e o professor ideal.
As entrevistas foram literalmente transcritas (Anexo 2). Elas foram utilizadas
para confrontar os dados obtidos nos questionários. Para a análise, as respostas
25
4. RESULTADOS E ANÁLISE
Em perspectiva profissional:
Gosto de física porque gosto de engenharia (aluno 4, 2ºA, grifo
nosso).
Em Procedimentos temos:
Gosto de estudar o ser humano, fazer experimentos e ver seus
resultados e acho que é importante saber sobre nosso passado
(aluno 20, 2ºB, grifo nosso).
Pode ser observado que ao elencar as razões pelas quais os alunos preferem
certas matérias as justificativas que mais apareceram foram: porque gostam do tema
abordado, porque tem facilidade e porque simplesmente gostam. Estas razões
envolvem as Categorias: Tema, Facilidade e Gosto, que foram as mais expressivas
nesta questão. Ao verificar as categorias com menor expressividade podemos notar
que a preferência por uma disciplina não depende necessariamente de uma boa
relação pessoal com o professor. A preferência também aparece pouco associada à
necessidade.
A terceira questão do questionário pedia que os alunos apontassem as razões
pelas quais preferiam alguns professores. Suas respostas e as respectivas
categorias foram organizadas em um quadro (Apêndice 5). As categorias que
apareceram nesta questão foram: Habilidade Profissional, Relação Pessoal,
Preocupação com a aprendizagem, Gosta do professor, Gosta da matéria,
Característica de personalidade e Gosto pela profissão. Segue na página seguinte o
gráfico que ilustra a frequência relativa das categorias nesta questão.
32
Por eles serem amigos e manterem uma boa relação com os alunos,
sabendo diferenciar as pessoas que são dentro e fora da sala (aluno
1, 2ºA, grifo nosso).
Pela dinâmica que eles têm com a sala e a “animação” ao dar aulas.
Sem contar com a clareza de suas explicações (aluno 18, 2ºB, grifo
nosso).
Em Comunicação/diálogo temos:
A categoria Gosta da matéria que envolve o gosto dos alunos pela matéria, foi
utilizada pelos alunos para justificar a preferência pelo professor. Também não foi
uma categoria de muita expressividade aparecendo três vezes (4,23%). Para ilustrar
a categoria temos:
Pela dinâmica que eles têm com a sala e a “animação” ao dar aulas.
Sem contar com a clareza de suas explicações (aluno 18, 2ºB, grifo
nosso).
Gestão do conteúdo:
Aquele que tem uma ótima relação com os alunos, que tenha
vontade, atenção e clareza na hora de explicar e que além de
atividades típicas, como trabalhos e provas, dê atividades diferentes
para sair da rotina (aluno 18, 2ºB, grifo nosso).
Aquele que trabalha não só com a matéria, que sabe dividir as coisas
e dar aulas mais interativas (aluno 26, 2ºC, grifo nosso).
Gestão da classe:
Em Convívio temos:
Na subcategoria Comunicação/diálogo:
Em Apoio ao aluno:
Aquele que exerce sua formação com vontade (aluno 23, 2ºC, grifo
nosso).
42
Com relação ao espaço para expor opiniões que também demonstra a preocupação
do professor com a aprendizagem, um aluno explica na entrevista:
Aluno: O aluno ele tem uma maneira de questionar o que ele acha
certo ou errado sobre a matéria. As vezes em determinada matéria,
se ele não concorda ele fala. Acho isto bem importante para abrir
este espaço para tirar dúvida também, para o aluno poder perguntar
(aluno 39, 3ºB).
43
Na fala de outro aluno durante a entrevista, ele faz uma reflexão interessante
que pode ou não ser uma possibilidade para a pouca escolha do item Preocupação
com a aprendizagem:
Aluno: A, tem dois, que eu acho que acho, a F. e o P. Acho que eles
dão uma aula diferente. Eles sabe como dominar a sala de aula,
sabem como interagir com o aluno, sabem chamar a atenção deles
para a aula, dão abertura para os alunos que não estão entendendo
perguntarem, de uma maneira que não torna o aluno tipo, é..., que
ele tinha feito uma pergunta meio obvia, eles são ótimos professores
(aluno 39, 3ºB).
que preferiam como alunos e a opção que acreditavam ser a mais próxima ao tipo
de aula de um bom professor, colocando os tipos de aula em ordem de importância
sendo o número 1, para a opção que eles mais preferiam e 3 a menos desejada.
Segundo a tabela (Apêndice 7), o tipo de aula preferida pelos alunos foi a aula
do professor C (n=22, 51,2%), a aula do professor A foi a segunda mais escolhida
(n=17, 39,5%) e a aula do professor B a menos escolhida (n=4, 9,3%). Este fato é
interessante, pois um aluno entrevistado disse nunca ter tido a aula do tipo C na
escola. Como é relatado abaixo:
Foi dito na entrevista que a maioria das aulas eram semelhantes à opção B.
Como pode ser observado abaixo na fala de um aluno durante a entrevista:
46
Aluno: A aula não pode ser monótona né, porque, não sei tem certos
professores que tem aulas meio, que eles tem uma didática mais
metódica, sabe, sempre daquele jeito, não varia, não usa recursos
pra ensinar ai a aula acaba ficando cansativa e dá sono e o aluno
não aprende não absorve nada (aluno 37, 3ºB).
Aluno: A pra não deixar a aula muito chata né, aquela aula que o
professor chega aqui e começa a dar matéria logo de cara e só sabe
falar, dar matéria acho que isso fica muito chato e dá sono (aluno 31,
3ºB).
Aluno: Então eu acho que tem que assim, se a aula tem que ser mais
teórica, tudo bem, vai ter mais teoria, mais quando pode fazer de
uma forma diferente, uma maneira mais diferente de explicar para o
aluno, uma maneira que o aluno preste mais atenção mais naquilo,
eu acho interessante também (aluno 39, 3ºB).
Gestão do conteúdo:
Domínio da matéria:
É uma aula onde os alunos têm mais autonomia, os alunos por terem
mais participação, eles comandam e controlam a aula (aluno 1, 2ºA
grifo nosso).
Pois é mais fácil de ganhar nota (aluno 12, 2ºB, grifo nosso).
50
Gestão do conteúdo:
Uma aula onde a matéria já foi pré- organizada pelo professor, mas
que desperta o interesse dos alunos e que os instiga a ter dúvidas
para serem solucionadas (aluno 34, 3ºB, grifo nosso).
51
Pois como dito na anterior, ele torna a aula mais interessante, pois
há participação e interação de todos (aluno 31, 3ºB, grifo nosso).
Porque o professor ajuda nas dúvidas dos alunos (aluno 26, 2ºC grifo
nosso).
Após a leitura dos resultados podemos observar que com relação à aula de
um bom professor os alunos levaram em conta como requisitos os mesmos aspectos
descritos na questão anterior, que são: a forma como o professor aborda o conteúdo
e como ele faz os alunos se interessarem pela matéria. Sendo secundárias, mas
também importantes a participação do aluno na aula, em seu processo de
aprendizagem e a relação pessoal, no sentido de comunicação entre professores e
alunos. Estes aspectos elucidam as categorias: Habilidade Profissional (62,5%),
sendo mencionadas neste caso as subcategorias Gestão do conteúdo (72,5%) e Faz
o aluno se interessar pela matéria (27,5%); Participação do aluno (17,18%) e
Relação Pessoal (10,9%). A preocupação com a formação e a aprendizagem não
obtiveram muita expressividade nesta questão.
Sobre a subcategoria Gestão do conteúdo, em todas as questões
apresentadas algumas das expressões mais utilizadas pelos alunos foram: aulas
dinâmicas e professor ensina, explica bem. Estas expressões tão comuns nas
respostas dos alunos são explicadas nas entrevistas como segue abaixo:
Aluno: Não uma aula muito teórica, só teoria, mas, uma aula fora da
sala, como a gente saiu agora, ou sei lá brinca com massinha,
aprende alguma coisa, tipo criançinha, a gente entra no ensino médio
53
Aluno: Ah, é ele poder explicar com uma aula com PowerPoint, por
exemplo, pegar um vídeo que mostre de uma maneira diferente
aquilo que ele teria que explicar na lousa. É... mostrar um visual,
visual ajuda muito o aluno a aprender (aluno 39, 3ºB).
Abaixo relatamos o que uma aluna diz sobre o professor que explica bem a
matéria:
Aluno: A professora de física, porque ela consegui passar a matéria,
ela passa o conteúdo da matéria, vai pro livro, explica novamente
pelo livro e depois faz os exercícios do livro, ai ela consegui te
mostrar as diversas possibilidades que você tem para chegar num
resultado, mais sem ter as mesmas coisas, tipo vários caminhos para
chegar no mesmo resultado (aluno 8, 2ºA).
14. Está disposto a conversar com a turma, propor soluções para os problemas e
escutar as propostas dos alunos.
15. Procura melhorar as aulas, as avaliações, cria atividades diferentes
Fig. 7: Frequências relativas dos aspectos que apareceram com mais expressividade
em 1º, 2º, 3º, 4º e 5º lugar.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
outros entrevistados não mencionarem este aspecto, pode ser que eles não tenham
conhecimento da função social que a escola e o professor exercem sobre eles.
A categoria Preocupação com a aprendizagem foi expressiva somente nas
questões que se referiam aos bons professores. Este fato pode estar relacionado
com a fala de um aluno durante a entrevista. Nela ele disse que a preocupação dos
professores não é mais com os alunos e suas dificuldades, a preocupação que
existe é com que eles passem no vestibular.
Nos resultados foi possível observar também que os alunos mostram não
gostar de aulas expositivas justificando que elas são cansativas, monótonas e que
dão sono. Parece que esta justificativa é uma resposta a reclamação dos
professores quando vêem os alunos dormindo durante a aula.
O presente trabalho contribui para a formação de novos professores bem
como na formação continuada, apontando um maior cuidado, preocupação e
dedicação com a forma com que os professores trabalham os conteúdos, com as
características de suas aulas, com o perfil que os alunos têm das mesmas.
Neste estudo foi explicitado pelos alunos pesquisados que a forma como o
professor trabalha o conteúdo, isto é, quando explica bem e tem aulas dinâmicas, é
essencial na tentativa de interessar os alunos ao tema, fazê-los participar, ao invés
de dormirem durante as aulas, como foi dito por alguns alunos.
64
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIZZO, N., Ciências: fácil ou difícil? 2ª edição. Ed. Ática, São Paulo, 2002. p. 47-60.
CUNHA, I. M., O bom professor e sua prática. 13ª edição, Ed. Papirus, Campinas,
2001. p. 9-126.
FREIRE, P., Pedagogia de Autonomia. 35ª edição, Ed. Paz e Terra, Rio de Janeiro,
2007. p. 59-141.
PERALVA, A.; SPOSITO, M. P., Entrevista com François Dubet. Quando o sociólogo
quer saber o que é ser professor. Revista Brasileira de Educação. São Paulo, n.5,
mai/ago. 1997.
TAPIA, A. J. & FITA, C. H., A motivação em sala de aula. O que é, como se faz. 7ª
edição, Ed. Loyola, São Paulo, 2006. p. 7- 132.
66
VILLA, G. F., A crise do professorado. Uma análise crítica. 1ª edição, Ed. Papirus,
Campinas, 1998, p. 95-134.
7. APÊNDICES
Este questionário tem como objetivo conhecer as suas opiniões sobre bons
professores, como eles deveriam ser, como deveriam ser suas aulas e o que os leva
a pensar desta maneira. Suas opiniões serão exclusivamente para fins de pesquisa,
neste caso, para uma monografia acadêmica (Trabalho de conclusão de curso de
uma aluna de Licenciatura em Ciências Biológicas). Suas respostas confidenciais à
pesquisadora. Seu nome será necessário apenas para reconhecimento da
pesquisadora, caso você seja convidado para a segunda etapa da pesquisa que
será uma entrevista. Por se tratar de uma pesquisa sobre opiniões, é necessário que
seja sincero em suas respostas. Obrigada.
Nome:
Série: Turma:
Sexo:
Questionário
68
Aula de
Como um bom
Propostas de trabalho aluno professor
O professor A dá uma aula expositiva dialogada
em que ele instiga seu aluno a ter dúvidas e vai
mediando conforme as dúvidas forem surgindo.
O professor B traz a aula pronta e expõe para
os alunos o conhecimento que acumulou durante
os anos de sua experiência.
O professor C sugere que os alunos levantem
questionamentos e dúvidas sobre um tema
específico. O professor recolhe esse material e
junto aos alunos monta pequenos projetos. Tanto
o professor quanto os alunos buscam solucionar
as questões de cada projeto.
7- Abaixo estão alguns aspectos que podem ser encontrados em um bom professor.
Escolha 5 deles e enumere-os em ordem de importância, isto é, use o número um
para o mais importante, dois para o segundo mais importante e assim
sucessivamente.
Literatura 1 (3%) 0
Inglês 0 1 (3,2%)
Filosofia 1 (3%) 0
Apêndice 10– Quadro 5: Escolha dos alunos pela aula do bom professor. Referente
à segunda parte da questão seis: A aula do bom professor é...
8. ANEXOS
1. Com você –
2. Com os outros alunos –
3. Com relação à aula –
4. Com relação a seus pais-
5. Com relação aos outros professores-
Aluno 37:
Aluno 31:
Aluno 36:
Aluno 39:
1- Respeito
2- Saber ouvir, atendê-los com precisão e respeito
3- Dinâmica
4- Honesto
5- Coerência
115
Aluno 8:
Aluno 15:
1- Respeito
2- Paciência
3- Dominar e saber explicar
4- Vem em reunião, mas nada de mais
5- Discussão sobre a sala; “união” para melhorar e para montar projetos
Aluno 16:
1- Amigo
2- Amigo
3- Sabe a matéria
4- Da mesma forma
5- companheirismo
116
1. Com você –
2. Com os outros alunos –
3. Com relação à aula –
4. Com relação a seus pais-
5. Com relação aos outros professores-
Entrevista 1- Aluno 37
“Não eu não vejo diferença nenhuma, eu acho que, é claro que eles ajudam
bastante quem tem dificuldade, quem apresenta muita dificuldade eles dão uma
atenção especial, assim como eles preparam bastante quem, quem, né já sabe mais
e tal.
“E eu não vejo diferença”
3- Com relação à aula:
“E com relação à aula, é as ações de um bom professor elas, ela tem que ser, ele
tem que ter aulas dinâmicas que são aulas pro aluno interagir, pro aluno ver que
aquilo que ta sendo passado ta sendo passado de uma forma divertida e ao mesmo
tempo que instiga a ficar interessante e o tema ser entendido né.”
Entrevistadora: E você tem aulas assim aqui?
“Tenho, tenho aulas assim aqui.” Eu tenho aulas de, pode falar a matéria?”
Entrevistadora: Pode.
“Aulas de biologia, por exemplo, são aulas instigantes que fazem a gente pensar, eu
acho que isso do fazer pensar é muito, muito presente aqui entendeu? Não é uma
aula que o professor vai dar e ta aula dada ele sempre fazem a gente questionar ,
pensar e é porque é assim que vai se construindo o conhecimento.”
“E que mais as aulas que são assim? Aulas de química, também são assim, filosofia,
sociologia fazem a gente pensar muito e é dinâmico tal.
Entrevistadora: Tem um colega seu que se refiriu muito assim “aula cansativa,
aula que dá sono” eu vi uma preocupação muito grande com isso a aula que
dá sono, monótona.
“É, então, é a aula não pode ser monótona né, porque, não sei tem certos
professores que tem aulas meio, que eles tem uma didática mais metódica, sabe,
sempre daquele jeito, não varia, não usa recursos pra ensinar ai a aula acaba
ficando cansativa e dá sono e o aluno não aprende não absorve nada.
Entrevistadora: São aquelas aulas só na lousa, assim?
“É só na lousa, lousa caderno, lousa caderno e as vezes o professor não dá nem
oportunidade do aluno questionar, de o aluno perguntar, entendeu, é só, porque tem
que interagir pra uma aula ser interessante, o aluno tem que mostrar, inclusive no
questionário eu acho que era o professor C eu não lembro sobre o que era a aula
118
dele, eu numerei como 1. É essa daqui, eu achei interessante isso, os alunos levam
dúvidas sobre um tema que eles não sabem ainda ai depois o professor faz um
projeto junto com o aluno pra construir o conhecimento a partir dele questionar
entendeu, ao invés do professor ir La e mostrar o que ele sabe e o aluno as vezes
ficar sem né, com sono querendo que a aula acabe. Acho que uma aula não pode
ser assim.”
Entrevistadora: E você tem alguma aula parecida com essa do professor C?
“Não, infelizmente nunca tive”.
Entrevistadora: Já no caso da A sim?
“Nesse caso já, uma aula expositiva dialogada eu já tive”.
Entrevistadora: E o professor B que é aquele mais na lousa?
“Aquele com a aula pronta. É então a maioria das aulas são assim aqui, a maioria,
que trás a aula pronta e vai passando a informação, a maioria é assim mesmo.”
4-Com relação aos seus pais:
“Com relação aos seus pais, a relação de bons professores com os seus pais. Eu
acho que tem que ter um compromisso com os pais também e oferece um
acompanhamento, graças, é ainda bem aqui no colégio tem isso. É a equipe
pedagógica no colégio é muito presente na relação aluno professor, pai –aluno
entendeu?Os pais eles tem, eles podem ter total acesso as notas do aluno é tudo
que, o desempenho dele na prova, no boletim, ou reunião, ele pode marcar quantas
reuniões quiser com o professor e tal entendeu, não é uma coisa que os pais não
sabem nada da vida escolar do filho, ele fica sabendo tudo pela equipe pedagógica
e pelos professores, com reuniões que são frequentes aqui no colégio, com os pais.
E, mais essa é uma educação que também vem de casa, os pais que tem que criar
uma, um diálogo com seu filho”.
Entrevistadora: Nesta questão aqui você fala sobre “forma uma relação mútua
aluno- professor”. Porque você acha, porque você colocou isso aqui, porque
você acha isso importante?
Eu acho ela importante, essa relação mútua porque os professores dão abertura pro
aluno vim e perguntar entendeu? Tirando algumas exceções que são meio
metódicas os professores te dão abertura de você, se você tá chateado, se alguma
119
“Foi Biologia, é que foi uma amostra que teve uma amostra cultural, é então, e ai
gente fez vários trabalhos que valia nota pra todas as matérias e era relacionado
com todas as matérias. Teve de biologia de português e de física.”
Entrevistadora: Então todos os professores auxiliaram vocês?
“Todos auxiliaram e todos trabalharam juntos assim como nós também então foi
aquela relação mútua que eu falei. Entendeu?”
Entrevista 2- Aluno 31
Entrevistadora: Esse brincar você diz assim, por exemplo, pegar o conteúdo e
fazer: “bom daqui o que eu posso trabalhar de uma forma que eles gostem
mais”, seria isso, de uma forma que fique mais fácil de entender?
“É mais fácil de entender, mais deixa eu ver, mais prático né, deixa eu ver, porque,
por exemplo, como eu falei português, gramática, Biologia acho que não tem muito
como brinca assim, a biologia acho que ainda tem mais os exemplos, mas tem
matérias que eu acho que são mais difíceis para achar uma dinâmica pra elas,
quando você consegue achar alguma coisa diferente, acho que fica mais legal.”
1- Com relação à você:
“Acho que muitos professores falam “A, eu me preocupo com vocês mas eu acho
que não é com os alunos em si, é com passarem de ano, não sei, alguma coisa
assim, não uma preocupação com o aluno pessoalmente, como eu posso dizer, em
vestibular, a gente no terceiro ano ta muito focado no vestibular, é tudo vestibular, e
eu acho que as vezes eles não se preocupam com a nossa dificuldade pessoal, por
exemplo eu não tenho nenhuma facilidade com biologia, biologia pra mim é coisa de
outro mundo e tem por exemplo a F, ela é ótima, mas mesmo ela falando as vezes
não dá pra entender, ai você tem que perguntar pro aluno do lado ai você vê que
tem professor que se preocupa mas, pode ser que não seja com o aluno
pessoalmente, com o que ele tem dificuldade mas com que ele passe no vestibular.”
Entrevistadora: Você acha que perdeu um pouco esse foco no aluno?
“É, e foco no vestibular.”
Entrevistadora: E você acredita que o professor não faz diferença entre os
alunos?
2- Com relação aos outros alunos:
“Eu acho que não, não sei acho que diferenças de tratamento é normal mas isso vai
do aluno com o professor não do professor com o aluno, eu acho que o professor
trata os alunos de uma mesma forma.”
Entrevistadora: Ele não faz diferença não trata um melhor que o outro?
“Não, acho que não”.
123
Entrevistadora: Neste tópico você escreveu que a aula deveria ser mais dinâmica,
com trabalhos, atividades em grupo mais com a participação do professor para não
tornar a aula sempre do mesmo jeito? Me fale sobre isso.
3- Com relação à aula:
“O professor sempre fala: “A, porque o professor não participa ele fala faz grupinho
de cinco cada um no seu canto e começa a discutir, as vezes a gente ta meio
perdido a gente ta vendo o assunto e precisa da ajuda do professor ai se ele
participa e ta lá com a gente tipo, vamo pedir ajuda, a gente conversa, e sai, sai
melhor os trabalhos as atividades.”
Entrevistadora: E aula dinâmica, o que seria uma aula dinâmica para você?
“Acho que seria o que eu falei antes, não uma aula muito teórica, só teoria, mas,
uma aula fora da sala, como a gente saiu agora, ou sei La brinca com massinha,
aprende alguma coisa, tipo criançinha, a gente entra no ensino médio e já vira adulto
aqui, para os professores a gente já tem quase dezoito anos e já é adulto.”
Entrevista 3- aluno 36
por exemplo eu não tenho dificuldade em historia pra que minha mãe vai lá falar
com ele entendeu, mais eu acho que é um erro dos pais e dos professores porque
eu acho que mesmo eu tirando 10 minha mãe tinha que ir lá ver, porque do mesmo
jeito que eu podia tirar 1 eu to tirando 10, então eu acho que ela deveria ir lá
perguntar como eu to na aula pra tirar essa nota, para ela poder falar seja assim na
aula da que você tirar um .”
Entrevistadora: Sua matéria preferia é historia, mais o professor não?
“Não, a minha professora preferida é a F., não por nada é porque a F. ela consegue
controlar a aula dela, ela não foge do foco que é o aprendizado, ela não fica
perdendo tempo com bati boca entre ela e aluno, ela consegui esclarecer minhas
duvidas e ela é uma ótima professora, porque mesmo que eu não vá muito bem em
biologia eu sei que ela esta explicando bem e se eu me esforçar eu consigo tirar
uma nota boa.”
Entrevistadora: Dos professores que você tem aqui algum deles você
considera bom?
“Eu acho que a F. é muito boa, o professor de sociologia acho que ele tem muita
coisa para passar pra gente, e o professor de historia porque ele sabe como passar
o conhecimento dele pra gente.”
Entrevistadora: Desse professores que tipo de aula eles dão?
“Olha eu acho que a aula da F. é a primeira, porque por mais que ela já venha com a
aula pronta, porque todo professor tem que vir com uma aula pronta, mais a partir do
momento que eu começo a perguntar a aula vai andando, porque ela vai explicando
ai o outro levanta a mão pra perguntar e a aula vai andando sem comprometer o
tempo, porque tem o momento de ela explicar e o de perguntar.”
Entrevistadora: E você anota o que ela fala na aula?
“O que eu consigo acompanhar eu escrevo, que nem o professor de história eu não
copio nada que tem na lousa, só que eu copio tudo que ele fala, acho que até o
respiro que ele da eu copio, tudo, a F. eu não sei porque as vezes eu fico com medo
de me desconcentrar do que ta na lousa pra depois olhar no caderno chegar na
minha casa e falar não deu pra copiar não sei o que eu vou fazer, e a vezes eu
consigo copiar o que ela fala, as vezes eu consigo copiar os dois, as vezes nenhum
126
ai eu fico com medo mais das outras aulas acho que português eu anoto bastante,
eu anoto tudo que ela fala, e só, são os que eu mais anoto o que eles falam
mesmo.”
Entrevistadora: E para estudar você usa só o seu caderno?
“Não eu uso só o meu caderno, porque como eu anoto tudo o que ele fala e como o
que ele pergunta na prova é tudo o que ele fala na aula, então eu nunca uso o livro.”
Entrevistadora: E a aula do professor de historia se enquadra em qual?
“A não sei eu acho que a aula dele mistura a A e a B, porque ele traz a aula pronta,
porque ele já sabe tudo que ele vai falar, só que as vezes as pessoas tem duvidas
sobre o que ele ta falando, só que as vezes não é uma duvida, as pessoas querem
que ele pare para ficar repetindo mil vezes aquela coisa pra gente copiar então não
é uma duvida.”
Entrevistadora: É repetitivo?
“É repetitivo, mais as vezes as pessoas tem duvida então a aula vai pelo andamento
da duvida, e se as pessoas tem muita duvida a aula da uma parada.”
5- Com relação aos outros professores:
“Eu acho que os bons professores tem que ter uma troca de informações entre eles,
que nem eles vão na sala dos professores, se um teve um problema na minha
classe com certeza ele vai falar pro outro que vai falar que teve alguma coisa, então
acho que tem que ter uma troca de informação, e as vezes eu acho que tem que ter
uma parceria, que nem o professor de matemática ele vai fazer uma coisa com o de
química para poder explorar os dois lados, então eu acho que entre eles tinha que
ter uma maior troca de informações sobre os alunos sobre as classes pra ver se eles
mesmos poderiam entender as coisas que acontecem na sua própria aula”.
Entrevistadora: Então eles vão fazer um trabalho ou uma atividade que
relacione as duas matérias?
“Uma atividade, toda semana eles vão fazer, não é uma provinha, é uma atividade
que misture química com matemática que os dois andem junto, talvez entre com
biologia e química que também anda junto, português e historia porque em
português a gente aprende algumas coisa de arte moderna, mais por enquanto é só
com matemática e química.”
127
Entrevista 4- aluno 39
“É, alguns professores ele não tem um, não sabem lidar com a sala, ou então a sala
as vezes começa um tumulto muito grande. E as vezes eles utilizam de palavras que
não são necessárias, deixando o aluno muito realmente pro abate. E eu acho que
isto não é necessário, não é partir daí que vai conseguir um, sei lá, uma relação
entre aluno e professor. Eu acho que é isto.”
Entrevistadora: Então você acredita que quando tem aquele tumulto mesmo, o
professor perde o controle e acaba dando aqueles sermões que não adiantam
nada?
“Não, só vai piorar a situação porque os alunos só vão ficar mais bravo, vão pegar
raiva dos professores e as aulas vão ser cada vez mais insuportáveis. Se o
professor tiver uma maneira de dinamizar a sala, conversar com os alunos de uma
maneira que todos entendam, não ia ter motivo para haver um desrespeito maior.”
3- Com relação à aula:
“Com relação à aula, tem que ter dinâmica, não pode ser uma aula parada, muita
teoria, o professor tem que ter a melhor maneira para poder explicar para os alunos,
porque também se ficar muito, você fala e os alunos escutam, fica meio chato. O
aluno perde a vontade de ver a aula e começa a conversar com o colega do lado,
isso é fato. Então eu acho que tem que assim, se a aula tem que ser mais teórica,
tudo bem, vai ter mais teoria, mais quando pode fazer de uma forma diferente, uma
maneira mais diferente de explicar para o aluno, uma maneira que o aluno preste
mais atenção mais naquilo, eu acho interessante também.”
Entrevistadora: Me diz uma coisa, o que é uma aula dinâmica pra você?
“Ah, é ele poder explicar com uma aula com Power-Point por exemplo, pegar um
vídeo que mostre de uma maneira diferente aquilo que ele teria que explicar na
lousa. É.., mostrar um visual, visual ajuda muito o aluno a aprender.”
4- Com relação aos seus pais:
“Com relação aos pais eu acho que você tem que ser honesto, se a situação não
esta muito boa, tem que chegar nos pais e falar assim: oh não ta muito boa, se tiver
uma solução pra melhorar, melhora e explica como é que esta a situação. Sempre
com honestidade e falar como o aluno é na sala, também falar das atitudes em que
ele tem na sala em relação ao aluno.”
129
Entrevista 5- aluno 8
algum problema que você não esta indo bem nas provas, não esta conseguindo
acompanhar a matéria. Eu acho que um professor pra ser bom tem que ter varias
características ao meu ver.”
3-Com relação à aula:
“Com relação à aula o professor tem que se interessar, tem que ser um bom
professor, dominar a matéria que ele ta fazendo, o que ele está falando, demonstrar
interesse aos alunos sobre o que ele está falando, ele tem que dar uma aula
dinâmica, não pode ficar só na teórica ou só na pratica, tem que ser dinâmica,tem
que dar trabalhos valendo note mais de uma maneira dinâmica que não fico só na
rotina de provas.”
Entrevistadora: Dinâmica seria usar diversas formas?
“Isso, por exemplo fazer uma gincana, uma brincadeira valendo nota, nesses
termos.”
4- Com relação a seus pais:
“Com relação aos meus pais eles se interessam pelos meus estudos, eles correm
atrás dos professores pra ver aonde estou tendo dificuldade, para ver se eu estou
entendendo a matéria, se eu estou precisando de algum auxilio.Em casa eles
procuram ver se eu estou fazendo as lições, se meus trabalhos estão certos, qual a
nota que eu tirei, se foi boa ou não, se não foi procurar outro caminho para
melhorar minha nota.”
Entrevistadora: E os professores tem uma comunicação com seus pais?
“Sim, eles tem porque na maioria das vezes meus pais vem na escola nas reuniões
e perguntam qual é minha dificuldade, onde que eu to bem, onde estou mal.”
5- Com relação aos outros professores
“E com relação aos outros professores eu acho que cada um tem uma maneira de
explicar, cada um tem um jeito de fazer uma prova, de acordo com a sua matéria
mostra a matéria de um outro ângulo, mais todos eles buscam uma coisa só que é o
aprendizado, mais de maneiras diferentes, mais sempre do mesmo jeito explicando,
ajudando, mostrando domínio pela matéria.”
Entrevistadora: Então para ser um bom professor tem que ter domínio da
matéria?
133
“Sim, eu acho.”
Entrevista 6- aluno 15
Entrevistadora: Então, o que você acha do bom professor com relação a você?
1- Ações de um bom professor com relação à você:
“Eu acho que ele tem que ter acima de tudo respeito de pessoa para pessoa, tem
que ter também paciência para escutar as coisas que os alunos falam e de certas
necessidades, é.... tem que ter bastante paciência mesmo para explicar a matéria,
passo por passo bem devagar.”
Entrevistadora: Você diz explicar devagar, não de repetir. Por exemplo, se os
alunos estão com dúvida, repete a matéria ou....
“Repete. Assim por exemplo vai, tem um tópico que a maioria não entendeu, ou
mesmo então que seja que só um aluno não entendeu, o professor vai, passa de
novo, explica. Assim, também não pode perder a aula explicando assim tipo, toda a
matéria, alguma matéria que não tem nada a ver.”
2- Com relação aos outros alunos:
“Com os outros alunos acho que também a mesma coisa, o que seria comigo seria
com a sala inteira.”
3- Com relação às aulas:
“Agora com relação às aulas, é, eu acho que o professor, primeiro de tudo, tem que,
saber muito da matéria em que esta explicando, porque não adianta dar o conteúdo
só superficialmente. E tem que saber explicar também. Tem que dar bastante
trabalho, lição, e assim, uma aula dinâmica também, para melhor memorização.”
Entrevistadora: O que é uma aula dinâmica?
“A, não só escrevendo na lousa, falando, escrevendo tipo, faz uma roda, faz um
trabalho, uma discussão, debate. Eu acho que assim é mais fácil de aprender, do
que ficar só naquela, forma de aula.”
4- Com relação a seus pais:
“E com relação aos meus pais, é, meus pais vem na reunião, conhecem os
professores, tudo, mais nada demais, assim que eu me lembre.”
134
Entrevista7 - aluno 16
“Em relação aos outros professores, eu acho que um professor com o outro tem que
ser companheiro, eles estão na mesma função tem os mesmos objetivos é
importante que eles sejam companheiros em primeiro momento”.
Entrevistadora:E eles tem que conversar sobre trabalho, os problemas que
estão tendo, tem que trabalhar juntos?
“Eu acho que sim, os professores tem que trabalhar uns com os outros, por que uma
matéria esta ligada a outra, a partir do momentos que eles estejam juntos no sentido
de juntar as duas matérias, faz com que os alunos juntem essas duas matérias, e
tenham uma compreensão melhor das duas matérias”.
Entrevistadora: Você acha que isso acontece aqui no colégio?Você acha isso
importante para o aprendizado?
“Acho, tem dois professores que a gente sabe que são companheiros que as
matérias tem coisas juntas e no final do anos eles fizeram um trabalho juntos ai todo
mundo junto química e biologia, eu achei muito legal, junto também historia com
literatura”.
Entrevistadora: Eles tem essa preocupação?
“Não tem essa preocupação mais as vezes acontece, e eu acho muito legal, por
exemplos as vezes tem um peça de teatro que tem a ver com historia e literatura ,
alguma palestra que tem a ver com química e alguma outra matéria, eu acho muito
legal, os professores trabalham junto para melhoria dos alunos”.
Entrevistadora pergunta sobre questões do questionário
“Não são bons mais também não são ruins, por exemplo em relação as duvidas, o
professor tem que passar o conteúdo que ele teria que passar e ai vão surgir as
duvidas e eu acho que a partir dessas duvidas podem surgir outras duvidas e essas
duvidas vão serem solucionadas no estante, mais primeiro tem que ter um conteúdo
inicial e não partir da duvida e nem fazer com que o conteúdo gere duvidas”.
Entrevistadora: Você acredita que primeiro o professor tem que expor alguma
coisa?
“Exatamente tem que passar aquilo, “olha eu vou passar isso etc”.., assim que em
que ser”
137
“Ai depois consequentemente vão vir as duvidas se ele for um bom professor, não
vão surgir tantas duvidas, mais acho que a duvida não deveria ter, por que se o
professor passar bem o que ele tem que passar, lógico que alguns alunos tem
duvida mais se ele passa bem não surgirá tanta duvida.”
Entrevistadora comenta sobre o que aluna escreveu:”Em minha opinião de um
bom professor se assemelha ao professor b, não totalmente por que não se
acumula conhecimento ele sempre esta aprendendo e se renovando com os
alunos”
“É verdade , lógico que um professor tem mais conhecimento do que eu mais eu
acho que o professor pode sempre aprender com o aluno, não só o aluno aprender
com o professor.”
Entrevistadora: Como você não se identifica com nenhum dos tipos de aula
apresentados gostaria de propor que você criasse uma proposta de aula ideal
pra você?
“Não é que eu não gostei de nenhum, mais falta alguma coisa, por exemplo uma
aula expositiva, lógico que em que ter um tempo de aula, primeiramente o professor
tem que passar seu conteúdo, e então vão surgir as duvidas, perguntas e a partir
dessas duvidas vai surgindo um conteúdo de aula, uma conversação entre os alunos
e o professor, e nesse momento o aluno aprende com o professor e o professor
aprende com o aluno, ai realmente ele expões o que ele tem que passar vão surgir
as duvidas e a partir das duvidas vai ter o conteúdo da aula.”
Entrevistadora: Por exemplo eu professor chego na sala ao invés de passar a
matéria na lousa eu chegue com uma atividade e proponha para os alunos
escrever o que sabe sobre aquela matéria, e depois disso faria uma roda ou
debate e por fim explicaria a matéria.O que você acha?
“Eu não acho certo, acho que primeiro tem que explicar a matéria ai da matéria
podemos procurar outras atividades, um debate por exemplo, mais primeira mente
deve ser passada a matéria”.
Entrevistadora: Essa então seria sua proposta?
“Sim, primeiramente o professor passa a matéria, depois vão surgindo as duvidas, e
depois disso poderia ser feita uma atividade envolvendo a matéria da aula”
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Professora Doutora Rosana dos Santos Jordão
(Orientadora – Universidade Presbiteriana Mackenzie)
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Thioni Carretti Di Siervi
(Aluna – Código de Matrícula: 407.23.41-0)