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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO


GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE JUARA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ROGÉRIO APARECIDO ANDRADE.

ENSINO E PESQUISA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:


Concepções de professores sobre pesquisa da prática pedagógica

JUARA- MT
JANEIRO/2018

1
ROGÉRIO APARECIDO ANDRADE.

ENSINO E PESQUISA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:


Concepções de professores sobre pesquisa da prática pedagógica

Projeto de pesquisa apresentado a


disciplina de Metodologia de Pesquisa
Educacional II como requisito
regulamentar obrigatório de avaliação,
sob coordenação do Prof. Dr. Jairo Luiz
Fleck Falcão referente ao semestre letivo
2018/1.

Orientadora: Prof. Ms. Rosália Araújo

JUARA-MT
JANEIRO/2018

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Ficha catalográfica

ANDRADE, Rogerio Aparecido.


Ensino e pesquisa na educação básica: Concepções de professores sobre
pesquisa na prática pedagógica – Rogério Aparecido Andrade, Juara-
MT/2018.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Pedagogia da
Faculdade de Educação e de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade
do Estado de Mato Grosso, UNEMAT.

Palavras chaves: Educação básica, concepção, pesquisa, reflexivo,


formação continuada.

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Assinada por profissional Bibliotecário

ROGÉRIO APARECIDO ANDRADE


ENSINO E PESQUISA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: CONCEPÇÕES DE
PROFESSORES SOBRE PESQUISA NA PRÁTICA PEDAGÓGICA.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Banca Examinadora do
Departamento de Pedagogia
UNEMAT- Campus Universitário de
Sinop, como requisito parcial a
obtenção do título de licenciada em
Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________________________
Profa. Ma. Rosalia de Aguiar Araújo
Orientadora
Campus Universitário de Juara -MT

____________________________________________________________
Prof. Me. Oséias Carmo Neves
Avaliador
Campus Universitário de Juara -MT

____________________________________________________________
Prof. Dr. Jairo Luis Fleck Falcão
Avaliador
Campus Universitário de Juara -MT

________________________________________________
Prof. Dr. Jairo Luis Fleck Falcão
Presidente da Banca
Campus Universitário de Juara -MT

Juara, 08 de Janeiro de 2018.

4
Dedicatória...

A minha família, em especial minha esposa Adriana que não poupou esforços para
me ajudar a superar cada desafio a mim proposto por meus professores.

Aos meus caros colegas acadêmicos por me ajudarem a não desistir quando as
dificuldades apareceram.

Enfim a todos que acompanharam minha trajetória acadêmica.

5
Agradecimentos.

Agradeço primeiramente a Deus por mais uma etapa concluída!

A todos os professores que deixaram suas aspirações em mim um pouco de suas


leituras...

À minha orientadora que não deixou que desistisse e confiou na minha capacidade
de realizar essa pesquisa.

6
Resumo

O objetivo deste trabalho é revelar como é a relação entre a pesquisa e o professor


de educação básica a partir de dados coletados sobre o tema. A relação entre
ensino e pesquisa na formação e na vivencia em sala de aula do professor da
educação básica, por sérum tema que há algum tempo vem sendo abordado na
literatura acadêmica, mas existem poucos estudos sobre como os professores
percebem ou não a pesquisa como parte crucial nesse nível de ensino. Aqui
apresentamos a proposta e alguns dos resultados desse estudo...

7
Abstract

8
Lista de siglas

9
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 04
2. 1º CAPÍTULO................................................................................. 05
3. OBJETIVOS................................................................................................... 06
3.1 Geral........................................................................................................... 06
3.2 Específicos.................................................................................................. 06
4. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 07
5. METODOLOGIA........................................................................................... 10

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 13

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1. Introdução

No início da vida acadêmica nos deparamos com a palavra ‘‘pesquisa’’, e


no decorrer do curso de Pedagogia somos incentivados a pesquisar. A
pesquisa é um dos pilares central da vida do acadêmico, mas também é
importante em todos os níveis da educação.
“Pesquisa é o processo que deve aparecer em todo trajeto educativo, como
princípio educativo que é, na base de qualquer proposta emancipatória”
(DEMO, 2002, p. 16).
DEMO nos faz refletir sobre a prática da pesquisa no âmbito escolar,

deixando clara a importância de por em prática tudo o que se aprende com os

dados levantados e os resultados obtidos, sendo assim como pesquisadores não

podemos guardar o conhecimento para si, devemos passar adiante.

“Quem ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar. Professor que

apenas ensina jamais o foi. Pesquisador que só ensina é elitista explorador,

privilegiado e acomodado.” (DEMO, 96, p. 14).

O professor deve estar constantemente em estudos, participar de formação

continuada e estar sempre aberto a novos conhecimentos, através de isso refletir

sobre sua própria prática.

O professor reflexivo é aquele que busca questões relativas com a atuação

na sala com o intuito de aperfeiçoa-las, e a partir dessas informações e pesquisas

põem em prática, não guarda esse conhecimento para si, e busca através do dia a

dia resolver os problemas com quais se depara. Diferente do pesquisador teórico,

o professor pesquisa a própria pratica, tendo caráter instrumental e utilitário

busca assim atingir da melhor forma possível os objetivos, refletindo junto aos

alunos os desafios no qual estão inseridos. Pedro Demo nos diz que

primeiramente temos que fazer a distinção entre pesquisa como princípio

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científico e como princípio educativo, é preciso trabalhar a pesquisa

principalmente como pedagogia, como educação e não apenas como técnica e

construção do conhecimento.

O que nos motivou a realizar essa pesquisa nasceu da curiosidade em


revelar como a pesquisa é percebida pelos professores da educação básica. Nesse
caso, nosso entendimento e hipótese é que o ensino e a pesquisa na educação
básica estão dissociados das práticas pedagógicas dos professores em relação a
uma ideia de pesquisa científica elaborada na universidade.
Lüdke et al (2009), ao se referir aos vários tipos de pesquisa na educação
básica, vai apontar para o distanciamento entre praticas pedagógicas e pesquisa,
muito ligado a ideia de separação da pesquisa feita na escola, da pesquisa feita na
universidade. Assim, nossa pesquisa se justificaria pela necessidade de se revelar
os motivos que “diferenciam” a pesquisa do professor da educação básica em
relação à pesquisa feita na universidade.
Nesse caso, é parte do nosso foco de pesquisa revelar a própria concepção
de pesquisa que esses professores possuem e como isso pode ser compreendido a
partir da ideia de professor-pesquisador na Educação Básica.
Outro fato motivador que despertou o interesse pelo tema foi a nossa
experiência no PIBID como bolsista em uma escola em Porto dos Gaúchos da
qual constatamos a baixa produção de artigos e pesquisas científicas dos
professores sobre suas próprias praticas pedagógicas. Essa constatação nos fez
indagar se, primeiro, ali naquela escola os professores faziam pesquisa. Segundo,
se os professores refletiam sobre suas próprias praticas de ensino em sala de aula.
Movidos por essas dúvidas que, consideramos relevantes para o
amadurecimento do debate na educação, procuramos revelar os motivos pelos
quais essa ideia de que só se faz pesquisa na universidade e não nas escolas
continua um tanto enraizada no meio educacional.
De fato, o tema da pesquisa na educação básica ainda se constitui como um
terreno pouco explorado em termos de produção científica. Nesse sentido, essa
proposta de pesquisa se justifica pela quase ausência de estudos que expliquem

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esse conjunto heterogêneo e diferenciado de percepções dos professores em
relação à concepção de pesquisa aplicada na Educação Básica.

1º CAPÍTULO

Na academia um dos pilares principais é a pesquisa, cujo objetivo principal é

produzir o conhecimento, contribuindo para o avanço da ciência e para o avanço

social.

Saber está marcadamente ligado a interesses sociais, definidos aqui


com contraposição dialéticas. Até mesmo acumular saber para cultivar
a ignorância é possível e não raro sintomático. Muitos diriam que na
televisão se faz isso com incrível competência: usam-se técnicas de
comunicação para cultivar o analfabetismo político (DEMO, 2002,
p.14) [ grifo do autor ].

A pesquisa científica é um processo de investigação que segue métodos pré-

determinados com a intenção de encontrar respostas para suas dúvidas ou

problemas. A pesquisa pode ser quantitativa, qualitativa, exploratória, descritiva e

explicativa. O objetivo da pesquisa pode ser o de desenvolver, reproduzir,

ampliar, refutar, colaborar, atualizar ou detalhar conhecimentos pré-existentes,

quase sempre com um intuito social. A pesquisa serve como base de investigação

para resolver os problemas que se encontra no meio em que estão inseridos.

Nosso problema de pesquisa girou em torno do desafio das práticas


pedagógicas da concepção do professor-pesquisador e reflexivo. A ideia da
pesquisa atrelada ao ensino ainda está envolta numa série de desafios por parte
desses professores.
Nesse caso, nossa proposta de pesquisa pretende contribuir para esse
debate em torno da centralidade da pesquisa aplicada as praticas pedagógicas dos
professores da educação básica. Logo, o problema central da nossa pesquisa esta
justamente na ausência de uma compreensão, entre os professores, da ideia da
pesquisa como instrumento da pratica pedagógica. (FAZENDA, 2004)
13
Nesse sentido, a própria concepção de professor-pesquisador nasce a partir
de uma dicotomia entre teoria e prática pedagógica. Soa até que existe uma
contradição entre o ensino em sala de aula e a produção de pesquisas na escola.
Assim, o tema da concepção de pesquisa na Educação Básica e desloca
para as práticas pedagógicas do professor-pesquisador, da qual entendemos que
produza conhecimento a partir de uma pesquisa, e que repercute na melhoria da
aprendizagem.
Portanto, se por um lado, nossa proposta de pesquisa está centrada nessa
relação entre prática pedagógica e pesquisa, por outro, entendemos que o produto
dessa relação surge a partir da pesquisa, mas só pode ser percebida como tal, se
professores da educação básica se perceberem como sujeitos reflexivos que
produzem conhecimento científico e que, experiênciam, no cotidiano escolar a
própria concepção de professor-pesquisador.

OBJETIVOS

1.1 Geral

Compreender quais são as concepções que os professores da Escola José Alves


Bezerra têm sobre pesquisa na Educação Básica para identificar que pesquisas
estão sendo desenvolvidas nas escolas.

3.2 Específicos

14
1) Verificar a formação inicial dos professores de maneira a vincular a
proposta de formação com a prática pedagógica.

2) Identificar as condições e os desafios para a realização da pesquisa no


ensino fundamental.

3) Analisar se a formação continuada na escola permeia uma reflexão do


professor pesquisador.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

O professor da Educação Básica que faz uma reflexão sobre a relação


entre a teoria e a prática, com uma postura de quem tem a competência de
construir o conhecimento, aplica na prática tudo o que buscou. Tardif (2002) nos
esclarece como deve ser a postura do professor:
Se assumirmos o postulado de que os professores são competentes,
sujeitos ativos, deveremos admitir que a prática deles não é somente
um espaço de aplicação de saberes provenientes da teoria, mas
também um espaço de produção de saberes específicos oriundos dessa
mesma prática. Noutras palavras, o trabalho dos professores de
profissão deve ser considerado como espaço prático de produção, de
transformação e de mobilização de saberes e, portanto, de teorias, de

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conhecimentos e de saber-fazer específicos ao ofício de professor
(TARDIF, 2002, p. 234).

Desde o início da vida acadêmica se fala da importância do professor-


pesquisador, mas o tema ganhou força a partir de 1990, onde em muitos textos os
autores ressaltam sua relevância, como por exemplo, em Demo (2003) se pode ver
qual é a importância de ser um professor-pesquisador quando nos diz:
É condição fatal da educação pela pesquisa que o professor seja
pesquisador. Mas que isto, seja definido principalmente pela pesquisa.
Não precisa ser um ‘profissional da pesquisa’, como seria o doutor
que apenas ou sobretudo produz pesquisa específica. Mas precisa ser,
como profissional da educação, um pesquisador. Tratando-se do
ambiente escolar, prevalece a pesquisa como princípio educativo, ou o
questionamento reconstrutivo voltado para a educação do aluno.
Todavia, este reconhecimento não pode frutificar num recuo, como se
reconstruir conhecimento pudesse ser banalizado (DEMO, 2003, p.
38).

Sabe-se que todo educador deixa alguma marca, seja ela boa ou ruim, por
isso como futuros educadores devemos tomar o cuidado para não traumatizar o
aluno. Muitas vezes educadores são apenas repassadores de conteúdos, se
encontram um aluno que os questionam além do que estão preparados a
responder, ficam sem saber como agir, pois isto não está na “cartilha”, sendo
assim cabe dizer que o educador precisa estar preparado para esses contratempos,
e nada melhor que estar em constante atualização.
O perfil do aluno de hoje não é o mesmo de uma década atrás, então não
cabe ao educador querer aplicar essa metodologia, daí a importância da pesquisa.
Sendo assim Demo (2003) deixa claro o papel do professor:
Assim como fica bem cada professor apresentar seu projeto
pedagógico próprio e mantê-lo à disposição do público na escola, é
muito significativo que cada professor apresente seus textos
científicos próprios, onde demonstra o progresso sustentando em
termos profissionais. Não será o caso privilegiar a sofisticação
acadêmica, porque está em jogo não a concorrência frente à
universidade, por exemplo, mas o aprimoramento da competência
educativa. Um resultado fundamental desta experiência será a
compreensão imediata das precariedades da aula copiada e das
didáticas meramente reprodutivas, o que permite, desde logo, rever os
caminhos surrados da escola e refazer propostas alternativas (DEMO,
2003 p. 44).

O professor tem de tomar o cuidado e preocupação para não acabar se


tornando um simples repassador de conteúdos, ficando refém dos livros didáticos,
pois eles são pensados e produzidos para serem utilizados nos grandes centros.

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Por essa razão o professor precisa ter o cuidado e a sensibilidade para conseguir
adequar os conteúdos a serem trabalhados em sala. O professor precisa estar
atento à realidade na qual estão inseridos os seus alunos, e para isso nada melhor
que fazer uma pesquisa e saber qual o perfil dos seus alunos. Com isso poderá ver
se o material didático disponível é ideal para todos, se não, pode construir o seu
próprio material didático e trabalhar os conteúdos de maneira inovadora que não
se prenda apenas ao livro didático. Demo (2003) nos deixa claro quando fala:
Desde logo, será muito importante evitar que o professor se
torne apenas usuário de material didático alheio, decaindo na
condição de mero porta-voz. Se isso suceder, o material
didático realiza exatamente o contrário do que deveria realizar,
porque, em vez de instigar o questionamento reconstrutivo,
consolida a condição de objeto de ensino. A finalidade
específica de todo o material didático é abrir a cabeça, provocar
a criatividade, mostrar pistas em termos de argumentação e
raciocínio, instigar ao questionamento e à reconstrução
(DEMO, 2003 p. 45).

A pesquisa surge quando o professor começa a fazer uma reflexão crítica


sobre a realidade do seu dia a dia, cabendo dizer aqui que o professor- pesquisador
se divide em várias categorias que se diferencia em “estar na pesquisa, fazer a
pesquisa e ser pesquisador”. (FAZENDA, 2004)
Quando se participa da pesquisa, o professor se sente parte e assim se
declara pesquisador, já quando ele faz a pesquisa, toda a responsabilidade recai
sobre ele, e se ele faz da pesquisa com certa regularidade, pode receber o status de
pesquisador. Aparentemente os nossos professores em sua maioria fazem parte do
grupo que “estão na pesquisa”, muito provavelmente pelos problemas encontrados
na função de dar as aulas.
O ato de ensinar por si só exige pesquisa, pois como ensinar sem aprender?
Isso fica explicito em Freire (1996) quando nos relata:
Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque
busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para
constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo.
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou
anunciar a novidade (FREIRE, 1996 p. 29).

O professor recorre à pesquisa, procurando responder primeiro as próprias


dúvidas, e quando conseguir sanar as suas dúvidas tem a obrigação moral de
publicá-la, dividindo assim o conhecimento com todos.

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Portanto, as menções aos autores acima, procuram situar o contexto das
discussões em torno da relação da pesquisa atrelada ao ensino na educação básica.
Nesse caso, a questão teórica aponta para a existência da pesquisa na prática
pedagógica dos professores. O que, de fato, se constitui como problema a ser
pesquisado por nós, será o desafio de se pensar o porquê dessa concepção que
diferencia pesquisa na escola da pesquisa na universidade. Nesse caso, as
concepções teóricas de professor-pesquisador será o aspecto teórico central que
conduzirá essa pesquisa.
DEMO nos faz refletir sobre a prática da pesquisa no âmbito escolar,

deixando clara a importância de por em prática tudo o que se aprende com os

dados levantados e os resultados obtidos, sendo assim como pesquisadores não

podemos guardar o conhecimento para si, devemos passar adiante.

“Quem ensina carece pesquisar; quem pesquisa carece ensinar. Professor que

apenas ensina jamais o foi Pesquisador que só pesquisa é elitista explorador,

privilegiado e acomodado.” (DEMO, 96, p. 14).

O professor reflexivo é aquele que busca questões relativas com a atuação na

sala com o intuito de aperfeiçoa-las, e a partir dessas informações e pesquisas

põem em prática, não guarda esse conhecimento para si, e busca através do dia a

dia resolver os problemas com quais se depara. Diferente do pesquisador teórico,

o professor pesquisa a própria pratica, tendo caráter instrumental e utilitário

busca assim atingir da melhor forma possível os objetivos, refletindo junto aos

alunos os desafios no qual estão inseridos. Pedro Demo nos diz que

primeiramente temos que fazer a distinção entre pesquisa como princípio

científico e como princípio educativo, é preciso trabalhar a pesquisa

principalmente como pedagogia, como educação e não apenas como técnica e

construção do conhecimento...

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Capítulo 3: Formação inicial e continuada de professores.

As crianças da atualidade nasceram na assim chamada “era digital”, e tem

contato cada vez mais cedo com a tecnologia, com isso as aulas acabam por

serem entediantes, cabe ao educador encontrar maneiras de torná-las mais

atrativas. Muitos educadores ao se formarem se acham autossuficientes e não

precisam mais ocupar a cadeira do estudante e buscar novos conhecimentos, com

isso acabam ficando “obsoletos” (ultrapassados?), não é de se estranhar que

alguns professores não gostem de aparelhos tecnológicos, quem enfrenta esses

problemas digitais geralmente são os educadores que estão atuando há mais

tempo. Para entender porque isso ocorre é preciso saber como se deu a formação

desse educador, quais foram suas bases e currículo, qual faculdade em que se

formou...

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3. METODOLOGIA

Nossa pesquisa se deu a partir dos desafios que professores possuem na


incorporação da ideia de professor-pesquisador nessa relação entre ensino e a
pesquisa no ensino fundamental.
É a partir dessa perspectiva que procuramos elucidar as concepções dos
(as) professores (as) sobre o papel da pesquisa no ensino fundamental como
experiências derivadas das estratégias pedagógicas em sala de aula.
Nesse caso, a pesquisa é parte constitutiva do fazer pedagógico do
professor. Entretanto, nossa intenção é compreender a concepção de pesquisa que
esses professores possuem acerca de suas próprias práticas pedagógicas.
Nesse sentido, nossa pesquisa teve o caráter qualitativo centrado na
relação entre pratica pedagógica e professor-pesquisador da qual sustenta a
concepção dos professores em torno da prática da pesquisa em sala de aula.
Logo, nossa intenção é a de identificar quais aspectos, pedagógicos ou
não, interferem ou dificultam os professores de conceberem a pesquisa como
elemento central no planejamento de suas aulas, da qual não difere da concepção
de pesquisa elaborada nas universidades.
Sendo assim, o professor foi sujeito central dessa pesquisa, mas sua ação
pedagógica está diretamente ligada a aspectos dos quais escapa ao seu controle e
domínio, sobretudo, por envolver a própria concepção que cada um tem de
professor-pesquisador produtor de conhecimento.

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Nesse sentido, esta pesquisa se propôs a ser qualitativa por todos os
motivos elencados acima, uma vez que envolve aspectos ligados a opinião dos
professores sobre a relação da pesquisa com suas práticas de ensino.
Para Triviños (2006, p.128) a pesquisa de caráter qualitativo “[...] tem o
ambiente natural como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento-
chave”. Esta metodologia faz com que o pesquisador tenha uma melhor
compreensão do objeto estudado permitindo a participação em todo o processo.
[...] natureza impessoal para assegurar uniformidade na avaliação de
uma situação para outra. Possui a vantagem de os respondentes se
sentirem mais confiantes, dado o anonimato, o que possibilita coletar
informações e respostas mais reais (o que não pode acontecer na
entrevista). Deve, ainda, ser limitado em sua extensão e finalidade
(CERVO, 2007, p. 53)

ANÁLISE DOCUMENTAL

PARTICIPANTES DA PESQUISA:
Professores que atuam na Educação Básica.
0-3 anos de atuação
4-6 anos de atuação
7-10 anos de atuação
Mais de 10 anos

ESCOLA CAMPO

Por ter cursado toda minha vida escolar em Porto dos Gaúchos e ter
vivenciado o cotidiano escolar, resolvi realizar a pesquisa na Escola Estadual José
Alves Bezerra, do referido município.
Para delimitar o foco da nossa pesquisa, optamos por selecionar um
grupo de professores do 1° ao 5° ano da Educação Básica, formados em
Pedagogia. A partir daí, entrevistamos 5 professores, os quais entendemos que se
constitua como amostra significativa para dar conta de uma ideia geral sobre a
concepção de pesquisa entre os professores da escola pesquisada.
Para dar conta dessa pesquisa, utilizamos como técnica de coleta de
dados a entrevista, pois segundo Minayo (2007) essa estratégia permite ao

21
pesquisador buscar informações na fala dos atores sociais em estudo. O objetivo
principal foi a obtenção de informações dos (as) entrevistados (as).
Sobre esse recurso, Gil (1987) afirma que o pesquisador pode formular
perguntas ao entrevistado com o objetivo de obter dados que interessam à
investigação e que a entrevista é uma forma de interação social e uma forma de
diálogo onde uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como
fonte de informação.
Assim, a metodologia utilizada em nossa pesquisa permitiu avançar na
compreensão dos desafios em torno do lugar da pesquisa nas concepções e
praticas pedagógicas dos professores da Educação Básica. Nesse caso, o termo
“desafios” é também utilizado em sentido metodológico, uma vez que os recursos
de coleta de dados que utilizamos procurou captar aspectos que dificultam, ou
não, dos professores se perceberem enquanto professor-pesquisador reflexivo da
qual fazem pesquisa tal qual nas universidades.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CERVO, Amado Luiz alli. Metodologia Científica. 6 ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2007.

DEMO, Pedro, 1941, Educar pela pesquisa / Pedro Demo. - 6. ed .- Campinas,


SP: Autores Associados. 2003.- (Coleção educação contemporânea)

FAZENDA, Ivani. Novos enfoques da pesquisa educacional. 5 ed. São Paulo.


Editora Cortez. 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática


educativa / Paulo Freire. – São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura)

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: atlas
1987.

LÜDKE, Menga (Et al), A pesquisa do professor da educação básica em


questão. Revista Brasileira de Educação. 2009.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e


criatividade. 29. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. (Coleção temas sociais).

TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. (3. ed.) Petrópolis:


Vozes. 2003.

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais:


a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

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