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CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO
CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC
NATAL – RN
FEVEREIRO – 2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO
CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO - TCC
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Email: elisabetharaujocda@gmail.com
Dedico esse estudo a todos aqueles que,
assim como eu, mantém viva a esperança
de que através da educação contribuímos
para a construção de um futuro melhor,
digno e humano, começando por nossa sala
de aula. Que nunca nos falte coragem para
lutar pelo que acreditamos.
AGRADECIMENTOS
• Em primeiro lugar minha gratidão à Deus, por ser força, abrigo e luz. Por
permitir que eu chegasse até aqui, apesar de todas as adversidades que a
vida me proporcionou ao longo da minha caminhada terrena.
• Aos meus pais, Edna e Ribamar, e ao meu irmão Diego, por me acolherem
por toda uma vida, me devotando amor, carinho, respeito e compreensão,
sendo abrigo nas horas difíceis e alicerce para a realização de todos os
meus sonhos. Nada disso seria possível sem o incentivo, a paciência e os
conselhos de vocês. Demorarei muitas vidas para agradecer tamanho amor
e renúncia.
• À Lucas Oliveira, por sua enorme paciência, pelo apoio e respeito com as
minhas escolhas pessoais e profissionais, com as horas de ausência e pela
compreensão nos momentos de medo e insegurança. Apenas obrigada não
é suficiente para agradecer tamanho amor, companheirismo e fidelidade.
• Aos meus alunos, por serem a razão para que eu queira constantemente
melhorar em minha atuação, buscando novas formas de fazê-los aprender
sobre as coisas do mundo.
Por fim, agradeço a todos aqueles que contribuíram direta e indiretamente com
o desenvolvimento desse estudo, seja através de incentivo, dados e
informações, apoio logístico e emocional. Ninguém vence etapas sozinho, por
isso sou eternamente grata a quem se propõe a caminhar comigo.
RESUMO: Para o Ensino da Geografia, despertar no aluno o interesse e a
possibilidade de enxergar o mundo através de suas concretudes e
subjetividades, se torna condição essencial para formar um indivíduo que vê no
mundo a materialização do que se aprende também no espaço escolar, e
assim contribuir para a ressignificação de conceitos e novas aprendizagens.
Nessa tarefa de ensinar a ler o mundo, a Geografia de maneira privilegiada,
dispõe de inúmeros caminhos (teóricos e metodológicos) para fazê-lo de
maneira ímpar, sendo um deles o Trabalho de Campo, que ao ser transposto
ao do Ensino da Geografia passa a ser denominado de Estudo do Meio. Nesse
sentido, o texto que ora se apresenta é resultado de reflexões construídas
durante a disciplina de Ensino de Geografia I do curso de Licenciatura em
Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e tem como
objetivo discutir as contribuições trazidas pelo Estudo do Meio na construção
dos conhecimentos relacionados à Geografia nos anos iniciais do Ensino
Fundamental I. O estudo se ampara em autores da Geografia e da Pedagogia,
assim como nos documentos oficiais da educação – Parâmetros Curriculares
Nacionais (BRASIL, 1998) e a Base Nacional Comum Curricular para o Ensino
Fundamental (BRASIL, 2018).
ABSTRACT: For Geography Teaching, awaken in the student the interest and
possibility of seeing the world through its concreteness and subjectivities,
becomes an essential condition to form an individual who sees in the world the
materialization of what is also learned in the school space, and thus contribute
to the re-signification of concepts and new learning. In this task of teaching to
read the world, Geography in a privileged way, has innumerable ways
(theoretical and methodological) to do it in a unique way, being one of them the
Field Work, that when being transposed to that of the Geography Teaching
happens to be denominated Study of the Environment. In this way, the text
presented here is the result of reflections built during the subjects of Geography
Teaching I of Pedagogy Graduation of the Universidade Federal do Rio Grande
do Norte and aims to discuss the contributions brought by the Study of the
Environment in the initial years of Elementary School. The study is based on
authors of Geographic and Pedagogy, as well as on the official documents of
education – Parâmetros Curriculares Nacionais (National Curricular
Parameters, BRAZIL, 1998) and the Base Nacional Comum Curricular for
Elementary School (National Curricular Common Base, BRAZIL, 2018).
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 22
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INTRODUÇÃO
Inspirados nas palavras de Rubem Alves e Paulo Freire, podemos
afirmar que, ensinar Geografia é também uma forma de ensinar a ler o mundo.
Ler o mundo não apenas através do que é possível “enxergar ou avistar”, mas
sobretudo do que é possível sentir ou acessar pelos sentidos que constituem
nossas percepções. Ler o mundo por meio das cores, através dos aromas,
sabores, pelas experiências e vivências construídas no espaço da escola, da
família, do lugar em que se vive pode ser um caminho para a compreensão e
entendimento da geograficidade, também entendida como “experiência
geográfica” (DARDEL, 2011). De modo geral, o Ensino da Geografia no Ensino
Fundamental I, pode ser um caminho para despertar no aluno o encantamento
e interesse por “ver” o mundo através de suas concretudes e subjetividades, e
pode ainda, ser condição essencial para formar um indivíduo que reconhece no
mundo vivido (a partir de seus lugares), os processos, as conexões, as formas,
os fluxos e as dinâmicas materiais e imateriais que inicialmente se apresentam
no espaço, contribuindo para a construção de conceitos e novas aprendizagens
escolares e cotidianas.
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Francisco Ferrer y Guardia se correspondia com o geógrafo Eliseé Reclus, compartilhando
opiniões a respeito do tratamento burocrático e teórico oferecido às crianças durante seus
primeiros anos na escola. Uma dessas cartas pode ser encontrada na obra de Reclus, “Escritos
Sobre Educação e Geografia”, Editora Biblioteca Terra Livre, 2014.
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a partir do Estudo do Meio. Nessa lógica, o (a) professor (a) pode propor um
roteiro que contemple os principais referenciais históricos que deram origem à
cidade, provocar a reflexão dos alunos a respeito da presença de elementos
naturais e culturais da paisagem coexistindo em um mesmo espaço, ou mesmo
as mudanças e permanências das formas e funções da cidade, como uma
maneira de compreender o espaço urbano (SANTOS, 1978), com todas as
suas nuances – seus aromas, cores, fluxos, fixos, sons.
Essa experiência, entendida por Tuan (2013, p. 19) como “as diferentes
maneiras por intermédio das quais uma pessoa conhece e constrói a
realidade”, é essencial para potencializar na criança a sua imaginação e o seu
envolvimento em relacionar os lugares próximos às coisas locais com aquelas
somente imaginados que estão longe da sua realidade, pois “para uma criança
inteligente e esperta, a experiência é uma procura ativa e em que, algumas
vezes, faz extrapolações surpreendentes para além dos fatos: ela não se
prende ao que vê ou sente em sua casa e em seu bairro” (TUAN, 2013, p 45).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em uma constante busca pela melhoria do Ensino de Geografia na
educação básica, procuramos incessantes formas de chamar a atenção do
aluno para o encantamento com esta disciplina e as discussões que ela
proporciona sobre o mundo. Com isso, lutamos para que as crianças sejam
capazes de realizar a leitura do mundo, ou seja, que consigam estabelecer
relações entre o que elas são capazes de ver, sentir, perceber, e
gradativamente compreender de que forma a organização espacial influencia
no cotidiano de cada uma delas, além de estimulá-las na sua própria
identificação pessoal em relação aos lugares.
Para tanto, sugerimos nesse escrito que o Estudo do Meio seja uma
potencial metodologia de ensino e aprendizagem na Geografia, e que através
da sua prática – seja em trajetos curtos ao redor da escola – ou em caminhos
mais distantes daquilo que é dado como realidade do aluno, seu uso possa
fortalecer o aprendizado a respeito das formas da natureza e da sociedade, da
interação entre ambas e dos resultados que somos submetidos todos os dias a
partir dessa relação.
REFERÊNCIAS
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, Edusp, 1978.