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PASQUALETO, Olívia de Quintana Figueiredo
GENGHINI, Edna Barberato
Professora-conteudista
OLÍVIA DE QUINTANA FIGUEIREDO PASQUALETO é mestra e doutoranda
em direito do trabalho e da seguridade social pela faculdade de direito da Universidade
de São Paulo. Especialista em docência no ensino superior pelo Centro Universitário
SENAC. Graduada em direito pela faculdade de direito de Ribeirão Preto
(Universidade de São Paulo). Bolsista de doutorado do programa The Ryoichi
Sasakawa Young Leaders Fellowship Fund (Sylff) em 2019. Foi bolsista de iniciação
científica e de treinamento técnico nível III com apoio da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Pesquisadora voluntária no núcleo de
pesquisa e extensão "O trabalho além do trabalho: dimensões da clandestinidade
jurídico-laboral", desenvolvido na faculdade de direito da Universidade de São Paulo.
Pesquisadora-colaboradora do Núcleo de Direito Global e Desenvolvimento da
Direito-SP (FGV). Associada ao Instituto Rede de Pesquisa Empírica em Direito
(REED). Advogada. Atualmente é professora da graduação e pós-graduação
(Educação a Distância/UNIP interativa) da Universidade Paulista.
Professora-colaboradora/coordenadora
Edna Barberato Genghini, Professora Universitária desde 2002. Atualmente
no exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de três cursos ao nível de
Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional, Docência para o Ensino
Superior e em Formação em EaD, pela UNIP EaD, onde também atua como
Professora Adjunta, nas modalidades SEI e SEPI. É Diretora e Psicopedagoga da
Mentor Orientação Psicopedagógica desde 1991. Possui graduação em Economia
Doméstica – Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André (1980), em
Pedagogia pela Universidade Guarulhos (1985), Pós-graduação em Psicopedagogia
pela Universidade São Judas (1987), Mestrado em Ciências Humanas pela
Universidade Guarulhos (2002) e pós-graduação Lato Sensu em Formação em
Educação a Distância pela UNIP – Universidade Paulista (2011). É autora e coautora
de livros Textos para os cursos de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia
Institucional, Docência para o Ensino Superior e Formação em Educação a Distância
da UNIP – EaD. Áreas de Interesse: Neurociências – Educação Inclusiva –
Psicopedagogia Clínica e Institucional – Formação e Gestão em Educação a Distância
– Formação de Docentes para o Ensino Superior.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6
UNIDADE I .................................................................................................................. 8
1. ENSINO SUPERIOR NO BRASIL: ORIGENS E PANORAMA ATUAL............. 8
1.1 Origens históricas do ensino superior no Brasil ................................................ 8
1.2 Dados sobre a expansão do ensino superior no Brasil ................................... 16
1.3 O avanço do ensino a distância (EaD) no Brasil ............................................. 20
2. A ESTRUTURA DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO ............................... 26
2.1 Organização do ensino superior no Brasil ...................................................... 26
2.2 Modalidades de ensino superior ..................................................................... 35
2.3 Princípios e propostas da educação superior ................................................. 37
3. REGULAMENTAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL ........................ 56
3.1 Noções jurídicas introdutórias ......................................................................... 56
3.2 Legislação do ensino superior no Brasil ......................................................... 59
3.3 Legislação do ensino superior no Brasil aplicada ao EaD .............................. 69
4. POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO SUPERIOR.................................. 76
4.1 Estratégias e projetos para a expansão do ensino superior ........................... 81
4.2 Democratização do acesso ao ensino superior e inclusão social ................... 89
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 93
ANEXO 1 ................................................................................................................... 96
APRESENTAÇÃO
Olá, aluno(a)!
Seja bem-vindo(a)!
6
sobretudo a partir do avanço dos cursos de ensino a distância.
“Devore” seu livro-texto. Ele foi elaborado com carinho e dedicação para seu
aprendizado!
Bom trabalho!
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UNIDADE I
8
Assim, a educação não era um direito de todos. Pelo contrário. Havia o ensino
com vistas à catequização religiosa e esse sim era direcionado às camadas pobres,
sobretudo aos indígenas; e havia a educação quase exclusiva dos ricos e que, muitas
vezes, se daria fora do país.
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Quando chegou ao Brasil, a família real percebeu que precisaria de
profissionais prontos para atendê-la, e, naquele momento, ir estudar em Lisboa, que
estava tomada por Napoleão, era impossível. Soma-se a essa necessidade a
solicitação de muitos comerciantes para ser criada uma universidade no Brasil, com a
qual dispunham-se a colaborar com um significativo aporte financeiro (Soares, 2002,
p. 25).
Dessa forma, criaram-se alguns cursos e instituições – que ainda não eram
universidades – que atenderiam algumas dessas demandas. Em Salvador, foi criado
o curso de “cirurgia, anatomia e obstetrícia”. Posteriormente,
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Imagem 1 – Reprodução do decreto imperial de 11 de agosto de 1827, pintado na Sala da
Congregação da faculdade de direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco,
que criou os primeiros cursos jurídicos no país
Para conhecer um pouco mais sobre a história dos cursos jurídicos no país, leia o
artigo abaixo, publicado na Revista FAPESP:
ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. Para formar homens de leis. In: Revista FAPESP,
ed. 260, out, 2017, São Paulo. Disponível em:
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/10/25/para-formar-homens-de-leis/>. Acesso em: 10
fev. 2019.
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Vale mencionar que as duas faculdades, além de serem os únicos centros de
formação jurídica brasileiros até então, tiveram papel importante na formação
intelectual do país, com influência na política, na literatura, na luta por direitos etc.
“Tratava-se de um sistema voltado para o ensino, que assegurava um diploma
profissional, o qual dava direito a ocupar posições privilegiadas no restrito mercado
de trabalho existente e a assegurar prestígio social” (SAMPAIO, 1991, p. 3).
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letras, mas com uma orientação própria e grande autonomia. A Universidade
do Brasil terminou por não cumprir o destino de universidade clerical ao qual
estava destinada, mas sua faculdade de filosofia jamais chegou a
desenvolver o ambiente de efervescência intelectual e de pesquisa científica
que foram a marca da faculdade paulista. (Sampaio, 1991, p. 10)
Dessa forma, sobretudo por não estar sob o comando do governo federal e pela
sua marcada autonomia, a Universidade de São Paulo, criada em 1934, representou
“um divisor de águas na história do sistema brasileiro de educação superior” (Soares,
2002, p. 30), trazendo, para seu corpo docente, professores pesquisadores
estrangeiros, sobretudo da Europa.
Inicia-se, assim, uma superação do modelo tradicional de ensino superior
existente até então no Brasil, incluindo (para além do ensino) a pesquisa científica
como atividade central nas universidades.
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Durante os sucessivos governos militares, deu-se início a um projeto
desenvolvimentista autoritário, com um processo amplo de
internacionalização da economia. Apesar da relativa expansão do sistema de
ensino superior público, ele se mostrava incapaz de aumentar suas
matrículas, fenômeno este que mobilizou intensamente as organizações
estudantis, visando à sua ampliação. O aumento da demanda por ensino
superior, neste período, foi provocado pelos setores médios urbanos, que
passaram a disputar a promoção nas burocracias públicas e privadas por
meio do investimento maciço na escolarização e na obtenção de um diploma
de ensino superior (NEVES; MARTINS, 2016, p. 97).
A demanda pelo ensino superior foi atendida não apenas pelas instituições
públicas, mas também por instituições privadas, que ganhavam força e começavam a
se multiplicar pelo país.
Dessa forma, conforme salientam Neves e Martins (2016, p. 99), o Brasil
solidificou seu sistema de ensino superior contando com dois segmentos: um público
e um privado, abarcando atualmente um complexo sistema de instituições de ensino
superior (IES) públicas (instituições federais, estaduais e municipais) e privadas
(instituições confessionais, particulares, comunitárias e filantrópicas).
A estrutura do ensino superior foi institucionalizada na Constituição Federal de
1988, com destaque para a garantia constitucional do direito à educação. Ao longo
das discussões na Assembleia Nacional Constituinte, a garantia do direito à educação
foi muito festejada.
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Imagem 2 – Capa do Jornal da Constituinte,
n.º 48, de 23 a 29 de maio de 1988, em que o direito à educação vira manchete
1
Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade-
legislativa/legislacao/Constituicoes_Brasileiras/constituicao-
cidada/publicacoes/Jornal%20da%20Constituinte/n-%2048%20-
%2023%20a%2029%20maio%201988.pdf. Acesso em: 11 fev. 2019.
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estrutura de ensino superior, serão analisadas com mais atenção nas unidades
seguintes.
Neste período, próximo à entrada em vigor da Constituição Federal de 1988,
não podemos deixar de citar a criação da Universidade Paulista (UNIP), reconhecida
pela Portaria n.º 550/88, cujas atividades tiveram início em 9 de novembro de 1988.
Desde então, a UNIP tem expandido sua atuação no ensino superior, inclusive com a
oferta de cursos de graduação e pós-graduação na modalidade de ensino a distância.
Os dados do INEP sobre as IES são disponibilizados desde o ano de 1996, ano de
entrada em vigor da LDB e que será o ponto de partida para a nossa análise (já que não há
dados anteriores).
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Gráfico 1 – Dados extraídos das sinopses estatísticas da educação superior produzidas pelo INEP
IES
3000
2500
2000
1500
1000
500
Inep, 2018.
Gráfico 2 – Dados extraídos das sinopses estatísticas da educação superior produzidas pelo
Inep
IES
Públicas Privadas
12%
88%
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Ainda de acordo com o INEP (2018):
Você sabia que universidade, centro universitário e faculdade não são sinônimos?
Embora no dia a dia, muitas vezes, utilizemos tais expressões como sinônimos, elas não são
iguais. Veremos a diferença entre cada uma delas com maior atenção na próxima unidade,
mas, desde já, pense a respeito a partir do seguinte esclarecimento retirado da página
eletrônica do Ministério da Educação (MEC):
De acordo com o Decreto n.º 5.773/06, as instituições de educação superior, de acordo com
sua organização e respectivas prerrogativas acadêmicas, são credenciadas como:
I - faculdades;
II - centros universitários; e
III - universidades
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As instituições são credenciadas originalmente como faculdades. O credenciamento
como universidade ou centro universitário, com as consequentes prerrogativas de
autonomia, depende do credenciamento específico de instituição já credenciada, em
funcionamento regular e com padrão satisfatório de qualidade.
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lato sensu, conforme dados da Associação Brasileira de Educação a Distância
(ABED).
Em outras palavras, temos um grande contingente de estudantes no ensino
superior brasileiro. Até aqui pudemos observar um panorama acerca do ensino
superior no Brasil. Espero que tenha sido possível perceber que estamos estudando
um nível de ensino que abarca uma grande quantidade de instituições e de alunos.
De forma proposital, ainda não abordamos especificamente o ensino superior
a distância. Isto será feito no item seguinte, no qual estudaremos o avanço do EaD e
seu crescente papel no desenvolvimento do ensino superior brasileiro.
Como vimos, o ensino superior no Brasil cresceu muito nas últimas duas
décadas. Em parte, esse avanço se deve também ao aumento da oferta de cursos na
modalidade a distância. De acordo com o artigo 1.º do Decreto 5.622/2005, que
regulamenta tal modalidade de ensino, a educação a distância é a
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brasileiras, governamentais ou não, têm sido caracterizadas pela
descontinuidade dos projetos e por certo receio em se adotar procedimentos
rigorosos e científicos de avaliação.
Nas últimas décadas, o EAD tomou um novo impulso com o uso das
tecnologias tradicionais de comunicação, como o rádio e a televisão,
associadas aos materiais impressos enviados pelo correio, o que favoreceu
a disseminação e a democratização do acesso à educação em diferentes
níveis, permitindo atender à grande massa de alunos.
Alguns programas de EAD marcaram sua história. Dentre estes pode-se
destacar, na década de 30 a 40: a fundação da Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro Roquete-Pinto (1930); a Rádio-Escola Municipal Rio de Janeiro
(1934); o Instituto Rádio Técnico Monitor, em São Paulo, instituição privada
que oferecia cursos profissionalizantes (1939); a Universidade do Ar, da
Rádio Nacional voltada para o professor leigo / Instituto Universal Brasileiro
(1941).
Na década de 50 destacaram-se: em 1954, a Universidade do Ar, criada para
treinar comerciantes e empregados em técnicas comerciais no Serviço Social
do Comércio (SESC) e no serviço Nacional de Aprendizagem (SENAC); o
Sistema Rádio Educativo Nacional (SIRENA) passa a produzir programas
transmitidos por diversas emissoras (1957); a Arquidiocese de Natal no Rio
grande do Norte lançou um sistema de radiodifusão, cujo sucesso inspirou a
criação do Movimento Nacional de Educação Básica (MEB), em 1958.
Nos anos 60 foram destaque: o Movimento Nacional de Educação de Base,
concebido pela Igreja e patrocinado pelo Governo Federal (1961); a
solicitação do Ministério da Educação de reserva de canais VHF e UHF para
a TV Educativa; a criação da Fundação Centro Brasileiro de Televisão
Educativa na UFRJ/ Fundação Padre Landell de Moura – FEPLAM – RGS/
TV Universitária de Recife – Pernambuco (1967); a Fundação Maranhense
de Televisão Educativa (1969) e o Decreto n.º 65.239, de 1969, que criou o
Sistema Avançado de Tecnologias Educacionais – SATE, em âmbito federal.
Na década de 70, destacam-se: a Associação Brasileira de Teleducação
(ABT) ou Tecnologia Educacional/Projeto Minerva, em Cadeia Nacional; a
fundação Roberto Marinho inicia a educação supletiva à distância para
primeiro e segundo graus; o Programa Nacional de Teleducação (PRONTEL);
o Projeto Sistema avançado de Comunicações Interdisciplinares (SACI); a
Emissora de Televisão Educativa (TVE) do Ceará; o Projeto de Piloto de
Teledidática da TVE; Projeto Logos – MEC; Telecurso do 2.º grau; Fundação
Centro Brasileiro de Televisão Educativa/ MEC; Projeto Conquista;
Programas de alfabetização – (Movimento Brasileiro de Alfabetização,
MOBRAL).
Nos anos 80: a Universidade de Brasília cria os primeiros cursos de extensão
à distância; curso de pós-graduação tutorial à distância; TV Educativa do
Mato Grosso do Sul; Projeto Ipê; TV Cultura de São Paulo; Fundação
Nacional para Educação de Jovens e Adultos.
Na década de 90: Telecurso 2000 e Telecurso Profissionalizante – Fundação
Roberto Marinho e SENAI; TV Escola – Um Salto para o Futuro; Programa
Nacional de Informática na Educação (PROINFO); Canal Futura – canal do
conhecimento; Criação do Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa –
SINRED; Sistema Nacional de Educação à Distância SINEAD;
PROFORMAÇÃO – Programa de Formação de Professores em Exercício.
(HERMIDA; BONFIM, 2006, p. 173-174).
21
n.° 9.394 de 20 de dezembro de 1996, conhecida como de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional; a formação, em 2000, da Rede de Educação Superior a Distância
(UniRede), consórcio que reúne instituições públicas do Brasil comprometidas na
democratização do acesso à educação de qualidade por meio da educação a
distância; a criação da Universidade Aberta do Brasil em 2005.
A partir do trecho transcrito acima e dos marcos apresentados no parágrafo
anterior, podemos concluir que o ensino a distância no país tem uma história
relativamente recente se compararmos aos primórdios da educação presencial. Além
disso, embora tenha havido uma série de iniciativas promotoras do ensino a distância
ao longo do último século, a modalidade EaD não recebia o devido respaldo legal e
era vista com preconceito por muitos, que a enxergavam como uma modalidade de
ensino inferior.
Essa visão deturpada do EaD tem mudado com o avanço das novas
tecnologias da informação e comunicação (NTICs), sobretudo após a entrada em vigor
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e do Decreto n.º 5.622 de
19 de dezembro de 2005 (os quais serão objeto de nosso estudo nas unidades
seguintes).
O crescimento da educação a distância é realidade no Brasil (e no mundo). De
acordo com o censo da educação superior de 2017, feito pelo INEP (2018),
22
Considerando os nossos estudos ao longo desta unidade, vimos que a
educação a distância tem avançado rapidamente no Brasil, sobretudo na última
década.
Você já pensou quais as razões para esse crescimento? A quais fatores você
atribuiria esse crescente sucesso da EaD?
Reflita sobre esses possíveis motivos e elabore um pequeno texto com suas
conclusões, relacionando-as com a charge abaixo:
Bom trabalho!
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Nesta unidade, estudamos os aspectos históricos da educação superior no
Brasil, analisando suas origens e seu processo de evolução ao longo dos anos.
Ficou claro, ao olhar para a história, que o início da educação superior brasileira
foi marcado pela presença quase exclusiva das elites nas IES. Com o tempo, o ensino
superior foi se abrindo (embora saibamos que, até os dias de hoje, nem todos
conseguem ter acesso à educação, especialmente a educação superior no nosso
país).
Além dos aspectos históricos, analisamos também o panorama da educação
superior no Brasil, examinando a seu rápido crescimento nas últimas décadas.
Por fim, passamos para a análise do avanço do EaD no Brasil, sendo esta a
modalidade de ensino que mais cresce no país.
Espero que você tenha aprendido bastante e esteja motivado(a) a ir adiante.
25
UNIDADE II
Além de explicitar que a educação é um direito (artigo 6.º, CF), a partir do seu
artigo 205, a Constituição Federal especifica como tal direito será garantido, indicando
primeiramente que a educação é um direito de todos, dever do Estado e da família e
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho (artigo 205, CF). Ressalta-se, portanto, que a educação
é um direito de todos e é de responsabilidade não só do Estado, mas da família
também, devendo ser incentivada por toda a sociedade.
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A educação, no âmbito no ensino, seguirá os seguintes princípios,
estabelecidos no artigo 206 da CF:
• Título I: Da educação
• Título II: Dos princípios e fins da educação nacional
• Título III: Do direito à educação e do dever de educar
• Título IV: Da organização da educação nacional
• Título V: Dos níveis e das modalidades de educação e ensino
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• Título VI: Dos profissionais da educação
• Título VII: Dos recursos financeiros
• Título VIII: Das disposições gerais
• Título IX: Das disposições transitórias
BRASIL. Lei n.º 9.394 sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 18 fev. 2019.
Assim, indica que educação possui um significado mais amplo, que vai além da
frequência às instituições de ensino, abrangendo os processos formativos que
ocorrem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil, nas
manifestações culturais.
Ainda, neste primeiro artigo, a LDB frisa que irá disciplinar tão somente a
educação escolar, “que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em
instituições próprias” e que deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
Em seu “Título II”, a LDB, em seu artigo 2.º, retoma o conteúdo do artigo 205
da Constituição Federal, dispondo que a educação é dever da família e do Estado,
devendo inspirar-se pelos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana e ter por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
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Em seguida, a LDB apresenta os princípios norteadores da educação nacional
em seu artigo 3.º, transcrito a seguir:
29
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com
características e modalidades adequadas às suas necessidades e
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de
acesso e permanência na escola;
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde;
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e
quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental
mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que
completar 4 (quatro) anos de idade. (Brasil, 1996)
Ainda em relação a este título que estamos analisando, vale mencionar que,
em que pese seja dever do Estado garantir o direito à educação, (i) também é dever
dos pais ou responsáveis “efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir
dos 4 (quatro) anos de idade” (artigo 6.º, LDB) e (ii) o ensino é livre à iniciativa privada,
desde que atendidas as condições especificadas no artigo 7.º da LDB.
O “Título IV” disciplina a organização da educação nacional, estabelecendo que
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem organizar, em regime
de colaboração, os respectivos sistemas de ensino (artigo 8.º e seguintes, LDB),
atribuindo responsabilidades a cada um dos entes federativos (União, Estados,
Distrito Federal e Municípios).
Além desses, também possuem suas responsabilidades especificadas na LDB:
os estabelecimentos de ensino (artigo 12) e os docentes (artigo 13).
O “Título V” trata dos níveis e das modalidades de educação e ensino (artigo
21, LDB), abordando a educação básica (artigos 22 a 38 da LDB), a educação
profissional (artigos 39 a 42 da LDB), a educação superior (artigos 43 a 57 da LDB) e
a educação especial (artigos 58 a 60 da LDB).
O “Título VI” se refere aos profissionais da educação, apontando requisitos para
ingresso na carreira, regras para a formação de professores e estratégias para a
valorização dos docentes (artigos 61 a 67 da LDB).
O “Título VII” disciplina a alocação de recursos públicos destinados à educação,
dispondo sobre a fonte, repasse e aplicação de tais recursos, conforme artigos 68 a
77 da LDB.
O “Título VIII”, em seus artigos 78 a 86 da LDB, traz algumas disposições gerais
sobre a educação no Brasil, com destaque para o fomento à educação intercultural
dos povos indígenas (artigos 78 e 79, LDB), a inclusão do “Dia da Consciência Negra”
no calendário escolar (artigo 79-B, LDB), o fomento do ensino a distância (artigo 80,
LDB), a organização de cursos ou instituições de ensino experimentais (artigo 81,
LDB), a realização de estágios (artigo 82, LDB), o ensino militar (artigo 83, LDB), o
aproveitamento discente em tarefas de ensino e pesquisa na educação superior
(artigo 84, LDB), a obrigatoriedade do concurso público para docentes de instituições
públicas (artigo 85, LDB) e a integração das universidades no Sistema Nacional de
Ciência e Tecnologia (artigo 86, LDB).
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Por fim, o “Título IX” estabelece algumas disposições transitórias para serem
efetivadas a partir da publicação da LDB, conforme disposto nos artigos 87 a 92 de tal
lei.
Chegamos ao fim desta análise mais estrutural da LDB. Espero que tenha
conseguido compreender quais são os principais pontos tratados por essa lei, tão
importante para o sistema educacional brasileiro.
A partir de agora, iremos analisar com mais atenção os artigos 43 a 57,
pertencentes ao Título V da LDB sobre o ensino superior.
Conforme artigo 21 da LDB, a educação escolar é composta dos seguintes
níveis: educação básica (formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino
médio) e educação superior.
O esquema abaixo nos ilustra essa composição da educação escolar:
EDUCAÇÃO
ESCOLAR
EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO
BÁSICA SUPERIOR
EDUCAÇÃO
INFANTIL
ENSINO
FUNDAMENTAL
ENSINO MÉDIO
31
a) cursos sequenciais por campo do saber – e não uma área de conhecimento
e suas habilitações – de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que
tenham concluído o ensino médio ou equivalente e atendam às exigências da
instituição de ensino;
b) cursos de graduação, que envolvem a área de conhecimento e suas
habilitações, são destinados a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou
equivalente e tenham sido aprovados em processo seletivo;
c) cursos e programas de pós-graduação compreendendo programas de
mestrado e doutorado, cursos de especialização e aperfeiçoamento, ofertados a
candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das
instituições de ensino;
d) cursos de extensão abertos a candidatos que atendam aos requisitos
estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.
Os cursos e programas de pós-graduação são divididos nas seguintes modalidades: lato sensu (com
duração mínima de 360 horas, compreende programas de especialização e inclui os cursos
designados como Master Business Administration (MBA) e stricto sensu (compreende programas de
mestrado e doutorado abertos a candidatos).
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VII – promover a extensão aberta à participação da população visando à
difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da
pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
VIII – atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação
básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização
de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão
que aproximem os dois níveis escolares (Brasil, 1996).
33
Para compreender melhor esse tripé que corresponde aos pilares da universidade, sugiro a
leitura do artigo indicado abaixo, intitulado “Refletindo sobre os três pilares de sustentação das
universidades: ensino-pesquisa-extensão”, de autoria de Maria Helena Silva Costa Sieutjes.
SIEUTJES, Maria Helena Silva Costa. Refletindo sobre os Três Pilares de Sustentação
das Universidades: ensino-pesquisa-extensão. In: Revista de Administração Pública, v. 33, n. 3,
1999. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/7639/6177. Acesso
em: 22 fev. 2018.
34
2.2 Modalidades de ensino superior
35
Decreto 9.057/2017, que regulamenta itens da LDB, a educação a distância
éa
(c) Há, ainda, uma alternativa que mescla as duas modalidades acima.
Trata-se da modalidade semipresencial ou híbrida, isto é, com partes do curso
ministradas presencialmente e partes a distância.
3
Disponível em: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2016/07/22/jundiai-tem-mais-de-25-mil-vagas-para-
diversos-cursos-a-distancia/. Acesso em: 1 mar. 2019.
36
MEC) permite que até 40% da carga horária seja ofertada a distância, desde que
observados alguns requisitos legais.
Na modalidade a distância, também existe a possibilidade do ensino híbrido: as
atividades são desenvolvidas predominantemente a distância, mas há alguns
encontros presencias na instituição de ensino ou em seus polos de apoio, onde os
alunos podem ter algum contato com o docente e seus colegas.
Independentemente da modalidade, seja presencial, seja a distância, deve-se
zelar pela qualidade no ensino; buscar a igualdade de condições para o acesso à
educação; permitir a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber; respeitar a liberdade; valorizar o profissional da
educação, vincular educação, trabalho e prática sociais; considerar a diversidade; e
criar instrumentos para a efetivação do direito à educação.
Como vimos, a educação superior no Brasil tem como base normativa central
a LDB e uma série de outras normas – nacionais e internacionais – que oferecem
alicerce jurídico ao ensino superior.
Neste momento, abordaremos uma das normas internacionais que
influenciaram o pensar do ensino superior. Trata-se da “Declaração Mundial sobre a
Educação Superior para o século XXI: visão e ação”, elaborada pela UNESCO em
1998.
De acordo com tal Declaração,
37
Trata-se de uma tríade que resume as missões do ensino superior, ilustrada na
figura a seguir.
EDUCAR
FORMAR PESQUISAR
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tecnológica, assim como os estudos acadêmicos nas ciências sociais e
humanas, e a atividade criativa nas artes;
d) contribuir para a compreensão, interpretação, preservação, reforço,
fomento e difusão das culturas nacionais e regionais, internacionais e
históricas em um contexto de pluralismo e diversidade cultural;
e) contribuir na proteção e consolidação dos valores da sociedade,
formando a juventude de acordo com os valores nos quais se baseia a
cidadania democrática e proporcionando perspectivas críticas e
independentes a fim de colaborar no debate sobre as opções estratégicas e
no fortalecimento de perspectivas humanistas;
f) contribuir para o desenvolvimento e melhoria da educação em todos os
níveis, em particular por meio da capacitação de pessoal docente.
(UNESCO, 1998) (grifos nossos)
39
Neste particular, vale notar que a Declaração atribui um importante papel à
educação superior, conferindo o poder de opinar sobre problemas éticos, culturais e
sociais de forma independente e identificar e tratar problemas que afetam o bem-estar
das sociedades. Isso é possível dado o seu dever de ética e rigor científico e
intelectual.
A partir de seu artigo 3º, a Declaração apresenta eixos necessários de serem
observados para possibilitar uma nova visão da educação superior. Esses eixos
temáticos foram sistematizados na tabela abaixo:
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possível, sem distinção de idade e sem
qualquer discriminação.
c) Como consequência, o rápido e amplo
aumento da demanda pela educação superior
exige, quando procedente, que em todas as
políticas futuras referentes ao acesso à
educação superior dê-se preferência a uma
aproximação baseada no mérito individual, tal
como definida no artigo 3, item “a” supra.
d) Deve-se facilitar ativamente o acesso à
educação superior dos membros de alguns
grupos específicos, como os povos
indígenas, os membros de minorias culturais
e linguísticas, de grupos menos favorecidos,
de povos que vivem em situação de
dominação estrangeira e pessoas portadoras
de deficiências, pois estes grupos podem
possuir experiências e talentos, tanto
individualmente como coletivamente, que são
de grande valor para o desenvolvimento das
sociedades e nações. Uma assistência
material especial e soluções educacionais
podem contribuir para superar os obstáculos
com os quais estes grupos se defrontam,
tanto para o acesso como para a continuidade
dos estudos na educação superior.
41
elaboração de políticas e adoção de decisões,
tanto na educação superior como na
sociedade.
42
uma diversidade de situações como para
poder reorientar suas atividades.
b) A educação superior deve reforçar o seu
papel de serviço extensivo à sociedade,
especialmente as atividades voltadas para a
eliminação da pobreza, intolerância,
violência, analfabetismo, fome, deterioração
do meio ambiente e enfermidades,
principalmente por meio de uma perspectiva
interdisciplinar e transdisciplinar para a
análise dos problemas e questões
levantadas.
c) A educação superior deve ampliar sua
contribuição para o desenvolvimento do
sistema educacional, especialmente por meio
do melhoramento da formação do pessoal
docente, da elaboração de planos
curriculares e da pesquisa sobre a educação.
d) Finalmente, a educação superior deve
almejar a criação de uma nova sociedade –
não violenta e não opressiva – constituindo-
se de indivíduos altamente motivados e
íntegros, inspirados pelo amor à humanidade
e guiados pela sabedoria e o bom senso.
43
e a formação no próprio trabalho. Dentro do
marco de sua função de previsão, as
instituições de educação superior podem
contribuir para a criação de novos trabalhos,
embora esta não seja a sua única função.
d) Desenvolver habilidades empresariais e o
senso de iniciativa deve tornar-se a
preocupação principal da educação superior,
a fim de facilitar a empregabilidade de
formandos e egressos que crescentemente
serão chamados para deixar a situação de
buscar trabalho para assumirem, acima de
tudo, a função de criar trabalho. As
instituições de educação superior devem
assegurar a oportunidade para que
estudantes desenvolvam suas próprias
habilidades plenamente com um sentido de
responsabilidade social, educando-os para
tornarem-se participantes plenos na
sociedade democrática e agentes de
mudanças que implementarão a igualdade e
a justiça.
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b) As instituições de educação superior têm
que educar estudantes para que sejam
cidadãs e cidadãos bem informados e
profundamente motivados, capazes de
pensar criticamente e de analisar os
problemas da sociedade, de procurar
soluções aos problemas da sociedade e de
aceitar responsabilidades sociais.
c) Para alcançar estas metas, pode ser
necessária a reforma de currículos, com a
utilização de novos e apropriados métodos
que permitam ir além do domínio cognitivo
das disciplinas. Novas aproximações
didáticas e pedagógicas devem ser
acessíveis e promovidas a fim de facilitar a
aquisição de conhecimentos práticos,
competências e habilidades para a
comunicação, a análise criativa e crítica, a
reflexão independente e o trabalho em equipe
em contextos multiculturais, em que a
criatividade também envolva a combinação
entre o saber tradicional ou local e o
conhecimento aplicado da ciência avançada e
da tecnologia. Estes currículos reformados
devem levar em conta a questão do gênero e
o contexto cultural, histórico e econômico
específico de cada país. O ensino das normas
referentes aos direitos humanos e educação
sobre as necessidades das comunidades em
todas as partes do mundo devem ser
incorporados nos currículos de todas as
disciplinas, particularmente das que
preparam para atividades empresariais. O
pessoal acadêmico deve desempenhar uma
função decisiva na definição dos planos
curriculares.
d) Novos métodos pedagógicos também
devem pressupor novos métodos didáticos,
que precisam estar associados a novos
métodos de exame que coloquem à prova não
somente a memória, mas também as
faculdades de compreensão, a habilidade
para o trabalho prático e a criatividade.
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ensino e aprendizagem que assegurem as
condições profissionais e financeiras
apropriadas ao profissional, garantindo assim
a excelência em pesquisa e ensino, de acordo
com as provisões da recomendação referente
ao Estado do Pessoal Docente da Educação
Superior aprovado pela Conferência Geral da
UNESCO em novembro de 1997. Para este
fim, deve ser dada mais importância à
experiência internacional. Ademais, devido à
função que a educação superior desempenha
na educação continuada, deve considerar-se
que a experiência adquirida fora das
instituições constitui uma qualificação
relevante para o pessoal relacionado à
educação superior.
b) Todos os estabelecimentos de educação
superior devem estabelecer diretrizes claras,
preparando professores nos níveis pré-
escolar, primário e secundário, incentivando a
inovação constante nos planos curriculares,
as práticas mais adequadas nos métodos
pedagógicos e a familiaridade com os
diversos estilos de aprendizagem. É
indispensável contar com pessoal
administrativo e técnico preparado de
maneira adequada.
c) Os responsáveis pelas decisões nos
âmbitos nacional e institucional devem
colocar os estudantes e suas necessidades
no centro das preocupações, devendo
considerá-los como os parceiros e
protagonistas essenciais responsáveis pela
renovação da educação superior. Isto deve
incluir o envolvimento de estudantes em
questões que afetem o nível do ensino, o
processo de avaliação, a renovação de
métodos pedagógicos e programas
curriculares no marco institucional vigente, a
elaboração de políticas e a gestão
institucional. Na medida em que os
estudantes tenham direito a organizar-se e a
ter representantes, deve ser garantida a sua
participação nestas questões.
d) Devem ser desenvolvidos a orientação e os
serviços de aconselhamento em cooperação
com organizações estudantis para ajudar os
estudantes na transição para a educação
superior em qualquer idade, levando em
conta as necessidades de categorias cada
vez mais diversificadas de educandos. Além
daqueles que ingressam na educação
superior procedentes de escolas ou
estabelecimentos de ensino, deve-se ter em
conta as necessidades dos que abandonam a
educação ou retornam a ela em um processo
de educação continuada. Este apoio é
importante para assegurar uma boa
adaptação de estudantes aos cursos,
46
reduzindo assim a evasão escolar.
Estudantes que abandonam seus estudos
devem ter oportunidades adequadas de
reingressar na educação superior no
momento que lhes pareça conveniente e
oportuno.
Por fim, após abordar temas que devem ser priorizados na promoção da
educação superior, em seus artigos finais, a Declaração apresenta a seção nomeada
de “da visão à ação”, definindo algumas estratégias necessárias de serem
implementadas. São elas:
47
estabelecimentos de educação superior e o
mundo do trabalho, assim como entre
estudantes de cada país e de distintos países.
As novas tecnologias de informação são um
importante instrumento neste processo
devido ao seu impacto na aquisição de
conhecimentos teóricos e práticos.
48
países, assim como no interior destes no que
diz respeito ao acesso a novas tecnologias de
informação e de comunicação e à produção
dos correspondentes recursos;
d) adaptar estas novas tecnologias às
necessidades nacionais, regionais e locais
para que os sistemas técnicos, educacionais,
administrativos e institucionais possam
sustentá-los;
e) facilitar, por meio da cooperação
internacional, a identificação dos objetivos e
interesses de todos os países,
particularmente os países em
desenvolvimento, o acesso equitativo e o
fortalecimento de infraestruturas neste campo
e a difusão destas tecnologias por toda a
sociedade;
f) seguir de perto a evolução da sociedade do
conhecimento, garantindo, assim, a
manutenção de um alto nível de qualidade e
de regras que regulamentam o acesso
equitativo a esta sociedade;
g) considerar as novas possibilidades abertas
pelo uso das tecnologias de informação e
comunicação e perceber que são, sobretudo,
as instituições de educação superior as que
utilizam essas tecnologias para modernizar
seu trabalho, e não as novas tecnologias que
se utilizam de instituições educacionais reais
para transformá-las em entidades virtuais.
49
o governo, os parlamentos, os estudantes e a
sociedade em geral.
c) A meta suprema da gestão deve ser
implementar a missão institucional por meio
da garantia de uma ótima qualidade na
educação, formação, pesquisa e prestação
de serviços de extensão à comunidade. Este
objetivo requer uma administração que
demonstre visão social, incluindo a
compreensão de questões globais e
habilidades gerenciais eficientes. A liderança
em educação superior é, portanto, uma
responsabilidade social de primeira ordem e
pode ser fortalecida significativamente por
meio do diálogo com todos os envolvidos na
educação superior, especialmente
professores e estudantes. A participação
docente nos órgãos diretivos das instituições
de educação superior deve ser levada em
conta no marco institucional e estrutural
vigente, sempre considerando a necessidade
de se manter as dimensões de ditos órgãos
em níveis razoáveis.
d) É indispensável fomentar a cooperação
norte-sul com vistas a se obter o
financiamento necessário para fortalecer a
educação superior nos países em
desenvolvimento.
50
a) O princípio de solidariedade e de uma
autêntica parceria entre instituições de
educação superior em todo o mundo é crucial
para que a educação e a formação em todos
os âmbitos motivem uma compreensão
melhor de questões globais e do papel de
uma direção democrática e de recursos
humanos qualificados para a solução de tais
questões, além da necessidade de se
conviver com culturas e valores diferentes. O
domínio de múltiplos idiomas, os programas
de intercâmbio de docentes e estudantes e o
estabelecimento de vínculos institucionais
para promover a cooperação intelectual e
científica devem ser parte integrante de todos
os sistemas de educação superior.
b) Os princípios de cooperação internacional
com base na solidariedade, no
reconhecimento e apoio mútuo, na autêntica
parceria que resulte, de modo equitativo, em
Compartilhar conhecimentos benefício mútuo, e a importância de
teóricos e práticos entre países e compartilhar conhecimentos teóricos e
continentes práticos em nível internacional devem guiar
as relações entre instituições de educação
(artigo 15) superior em países desenvolvidos, em países
em desenvolvimento, e devem beneficiar
particularmente os países menos
desenvolvidos. Deve-se ter em conta a
necessidade de salvaguardar as capacidades
institucionais em matéria de educação
superior nas regiões em situações de conflito
ou submetidas a desastres naturais. Por
conseguinte, a dimensão internacional deve
estar presente nos planos curriculares e nos
processos de ensino e aprendizagem.
c) Deve-se ratificar e implementar os
instrumentos normativos regionais e
internacionais relativos ao reconhecimento de
estudos, incluindo os que se referem à
homologação de conhecimentos,
competências e aptidões dos formandos,
permitindo que estudantes mudem de curso
com maior facilidade e tenham mais
mobilidade dentro dos sistemas nacionais e
na sua movimentação entre eles.
51
internacionais, acompanhados de cursos de
curto prazo no exterior, especializados e
intensivos. Deve-se considerar a necessidade
de criar um ambiente que atraia e mantenha
o capital humano qualificado por meio de
políticas nacionais ou acordos internacionais
que facilitem o retorno, permanente ou
temporário, de especialistas altamente
treinados e de investigadores muito
competentes aos seus países de origem. Ao
mesmo tempo, devem ser dirigidos esforços
para que se implemente um processo de
“ganho” de talentos por programas de
colaboração que favoreçam, em virtude de
sua dimensão internacional, a criação e o
fortalecimento de instituições que facilitem a
utilização plena das capacidades endógenas.
A experiência acumulada através do
Programa UNITWIN, das Cátedras UNESCO
e dos princípios que figuram nos convênios
regionais sobre o reconhecimento de títulos e
diplomas de educação superior têm, quanto a
isto, especial importância.
52
Depois de compreender o conteúdo da Declaração Mundial sobre Educação
Superior no Século XXI, sistematizado ao longo do item 2.3, reflita:
(i) na sua experiência – como discente e como docente –, você já observou
ou buscou a concretização dos objetivos traçados para o século XXI?
(ii) na sua percepção, estamos próximos de efetivar as diretrizes da
Declaração? O que nos falta?
Reflita sobre as questões propostas e elabore um pequeno texto para
sistematizar suas considerações.
Bom trabalho!
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Nesta unidade, estudamos a estrutura do ensino superior no Brasil.
Iniciamos com uma análise macroscópica da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), que dispõe sobre as diretrizes que orientam a educação
brasileira e traça a organização do ensino superior no nosso país.
Depois de compreendida a normativa trazida pela LDB, com destaque para os
artigos que tratam da educação superior, analisamos as modalidades de oferta do
ensino superior:
• presencial: discente e docente encontram-se fisicamente na instituição de
ensino, realizando atividades síncronas;
• a distância: discente e docente desenvolvem suas atividades em tempos e
espaços distintos, sem necessidade de estarem presentes fisicamente na instituição
de ensino; realizam atividades assíncronas;
• semipresencial (ou híbrido): trata-se de modalidade que mescla as duas
anteriores, oferecendo parte das atividades de forma presencial e parte a distância.
55
UNIDADE III
4 A expressão “fontes do direito”, nesse contexto, está sendo utilizada para designar a origem do direito,
isto é, onde ele nasce e pode ser consultado. Podemos entender “fontes” como os instrumentos a partir
dos quais o direito se manifesta, emana.
56
jurídico. Como uma bússola, norteiam o direito. Podem ou não estar
previstos em lei;
57
Constituição Federal
Leis
Fontes autônomas
Costumes
Essa é a regra geral da hierarquia das fontes do direito. De acordo com essa
regra geral, a Constituição Federal encontra-se no topo do nosso ordenamento
jurídico e, por isso, é chamada de “lei maior”. Assim, todas as demais fontes –
infraconstitucionais – devem estar de acordo com a Constituição Federal, sob pena
de serem consideradas infraconstitucionais.
Em relação a essa hierarquia, importante observar que nem todos os ramos ou
subáreas do direito a consideram de forma rígida. No direito do trabalho, a regra é a
hierarquia dinâmica das fontes, já que prevalece aquela que for mais favorável ao
trabalhador (salvo exceções previstas em lei, observados os limites constitucionais).
Quarto (e último apontamento a ser feito): é necessário fazer o seguinte alerta:
todas essas fontes do direito não estão perfeitamente sistematizadas e alocadas em
um único código ou portal do governo. Pelo contrário, elas se encontram espraiadas
pelo ordenamento jurídico.
Assim, quando se quer consultar determinada lei, deve-se recorrer ao Diário
Oficial (ou às páginas eletrônicas do Congresso Nacional ou Palácio do Planalto);
quando se quer entender o que a jurisprudência entende sobre determinado tema, é
necessário consultar a base jurisprudencial na página eletrônica dos tribunais (a
exemplo do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior
do Trabalho etc.); quando se pretende conhecer as Portarias do Ministério da
Educação, é necessário buscar tal informação em sua página eletrônica.
Considerando tal multiplicidade de fontes e locais de consulta, buscaremos,
nesta unidade, centralizar as informações sobre regulamentação do ensino superior
(aplicada ao EaD) a fim de sistematizar a base normativa sobre o tema.
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Para que seja possível compreender mais a fundo o conceito de fontes do direito,
sugerimos a leitura do texto abaixo sobre as “fontes do direito”.
DINIZ, Maria Helena. Fontes do Direito. In: Enciclopédia Jurídica da PUCSP, Tomo
Teoria Geral e Filosofia do Direito, Ed. 1, jun. 2017. 1996. Disponível em:
<https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/157/edicao-1/fontes-do-direito>. Acesso
em: 15 mar. 2019.
Vale lembrar que tal direito social (em qualquer nível – inclusive na educação
superior), de acordo com o texto constitucional, deve ser pautado pelos seguintes
princípios constitucionais (artigo 206, CF):
59
A LDB trata da educação superior, mais especificamente, em seu Título V, nos
artigos 43 a 57, como indicado na unidade anterior. Vamos, neste momento, analisar
cada um desses artigos, retomar aspectos já abordados anteriormente e aprofundar
alguns pontos.
De acordo com a LDB, em seu artigo 43, a educação superior tem por
finalidade:
60
específica, em que o aluno recebe um diploma ao final do curso ou de (ii) de
complementação de estudos, em que os alunos apenas fazem determinadas matérias
e não expedem diplomas, e sim certificado;
b) cursos de graduação: envolvem área de conhecimento e suas habilitações;
são destinados a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e
tenham sido aprovados em processo seletivo. Conforme o MEC, os cursos
considerados de graduação são: os bacharelados, as licenciaturas e os tecnólogos.
Os bacharelados proporcionam a formação exigida para que se possam exercer as
profissões regulamentadas por lei ou não. A licenciatura habilita para o exercício da
docência em educação básica (da educação infantil ao ensino médio). Os tecnólogos
são de graduação com características especiais, e obedecerão às diretrizes contidas
no Parecer CNE/CES nº 436/2001, bem como conduzirão à obtenção de diploma de
tecnólogo;
61
PÓS DOUTORADO
P
STRICTO SENSU
Ó
S
-
G DOUTORADO
R
A
D
EDUCAÇÃO U MESTRADO
A MESTRADO
SUPERIOR PROFISSIONAL
Ç
Ã
SENSU
LATU
O
CURSOS DE
ESPECIALIZAÇÃO
CURSOS DE
GRADUAÇÃO
CURSOS SEQUENCIAIS CURSOS DE EXTENSÃO
ENSINO MÉDIO
ENSINO
EDUCAÇÃO BÁSICA
FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO INFANTIL
62
§ 4º É facultado ao Ministério da Educação, mediante procedimento
específico e com aquiescência da instituição de ensino, com vistas a
resguardar os interesses dos estudantes, comutar as penalidades previstas
nos §§ 1 e 3 deste artigo por outras medidas, desde que adequadas para
superação das deficiências e irregularidades constatadas.
§ 5º Para fins de regulação, os Estados e o Distrito Federal deverão adotar
os critérios definidos pela União para autorização de funcionamento de curso
de graduação em Medicina.
63
titulação, abrangendo a qualificação profissional do docente e o tempo de
casa do docente, de forma total, contínua ou intermitente.
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos,
demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação
específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter
abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos
sistemas de ensino.
§ 3º É obrigatória a frequência de alunos e professores, salvo nos programas
de educação a distância.
§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período noturno,
cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos no período
diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, garantida
a necessária previsão orçamentária.
64
Ainda, quanto ao ingresso na educação superior, o artigo 51 da LDB determina
que as instituições de educação superior credenciadas como universidades, ao
deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão em
conta os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino médio, articulando-se
com os órgãos normativos dos sistemas de ensino.
Neste particular, importante salientar que atualmente as instituições de ensino
têm utilizado o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e, consequentemente o
desempenho do educando em tal exame como critério de seleção para ingresso na
educação superior.
Em seu artigo 52, a LDB trata das universidades como instituições
pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de
pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam
por:
65
§ 1º Para garantir a autonomia didático-científica das universidades, caberá
aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos
orçamentários disponíveis, sobre:
I – criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
II – ampliação e diminuição de vagas;
III – elaboração da programação dos cursos;
IV – programação das pesquisas e das atividades de extensão;
V – contratação e dispensa de professores;
VI – planos de carreira docente.
§ 2º As doações, inclusive monetárias, podem ser dirigidas a setores ou
projetos específicos, conforme acordo entre doadores e universidades.
§ 3º No caso das universidades públicas, os recursos das doações devem
ser dirigidos ao caixa único da instituição, com destinação garantida às
unidades a serem beneficiadas.
66
I – propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim
como um plano de cargos e salários, atendidas às normas gerais pertinentes
e os recursos disponíveis;
II – elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas
gerais concernentes;
III – aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos
referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os
recursos alocados pelo respectivo poder mantenedor;
IV – elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;
V – adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas peculiaridades de
organização e funcionamento;
VI – realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação do
poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e
equipamentos;
VII – efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem
orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho.
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a
instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a
pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público.
67
V – possuírem programa de iniciação científica com projeto orientado por
docentes doutores ou mestres, que pode incluir programas de iniciação
profissional ou tecnológica e de iniciação à docência;
VI – terem obtido Conceito Institucional – CI maior ou igual a quatro na
avaliação externa in loco realizada pelo Inep, prevista no § 2º do art. 3º da Lei
n.º 10.861, de 14 de abril de 2004; e
VII – não terem sido penalizadas em decorrência de processo administrativo
de supervisão nos últimos dois anos, contado da data de publicação do ato
que penalizou a IES (Brasil, 2017).
Para além das normas gerais citadas acima, há inúmeras outras normas e
orientações – dentre leis, decretos, portarias etc. – que balizam as atividades no
ensino superior, a exemplo daqueles que autorizam o funcionamento de instituições
de ensino, determinam disciplinas obrigatórias em determinados cursos, limitam o
número de orientandos por orientador nos cursos de pós-graduação lato sensu etc.
68
No entanto, para nós, interessa conhecer tais diretrizes gerais, pois são a base
normativa para todos os níveis e cursos de ensino superior (as demais normas, que
podem ser consultadas na página eletrônica do MEC, são voltadas para questões
muito específicas, a exemplo da norma que regulamenta os cursos de enfermagem,
por exemplo, e serão de interesse daqueles que lidam com tais especificidades).
69
O decreto permite que a educação básica e a educação superior sejam
ofertadas na modalidade a distância, desde que observadas as condições de
acessibilidade que devem ser asseguradas nos espaços e meios utilizados (artigo 2º,
Decreto nº 9.057/2017) e as leis e instruções expedidas pelo MEC (artigo 3º, Decreto
n.º 9.057/2017).
As atividades presenciais (a exemplo de avaliações, estágios, tutorias, práticas
de laboratório, defesa de trabalhos) serão realizadas na sede da instituição de ensino,
nos polos de educação a distância (unidade descentralizada da instituição de
educação superior, no País ou no exterior, para o desenvolvimento de atividades
presenciais relativas aos cursos ofertados na modalidade a distância, conforme artigo
5º do Decreto n.º 9.057/2017.
Tais polos terão infraestrutura física, tecnológica e de pessoal adequada aos projetos
pedagógicos dos cursos ou de desenvolvimento da instituição de ensino, sendo
vedadas a oferta de cursos superiores presenciais em instalações de polo de
educação a distância e a oferta de cursos de educação a distância em locais que não
estejam previstos na legislação) ou em ambiente profissional (artigo 4º, Decreto nº
9.057/2017).
70
Posteriormente, nos artigos 8º a 10, o Decreto nº 9.057/2017 dispõe sobre a
oferta de cursos na modalidade a distância na educação básica.
A partir de seu artigo 11, o Decreto em análise dispõe sobre a oferta de cursos
na modalidade a distância na educação superior, objeto central desta unidade e um
dos pontos altos de toda a disciplina.
O artigo 11 do Decreto nº 9.057/2017, dispõe que as instituições de ensino
superior privadas deverão solicitar credenciamento para a oferta de cursos superiores
na modalidade a distância ao Ministério da Educação, de acordo com as seguintes
orientações
7Observa-se que os processos previstos no caput observarão, no que couber, a disciplina processual
aplicável aos processos regulatórios da educação superior em geral, nos termos da legislação
específica e das normas expedidas pelo Ministério da Educação.
71
Quanto às instituições de ensino credenciadas para a oferta de educação
superior na modalidade a distância que detenham a prerrogativa de autonomia dos
sistemas de ensino federal, estaduais e distrital, não haverá necessidade de
autorização para funcionamento de curso superior na modalidade a distância.
Deverão, no entanto, informar o Ministério da Educação quando da oferta de curso
superior na modalidade a distância, no prazo de sessenta dias, contado da data de
criação do curso, para fins de supervisão, de avaliação e de posterior reconhecimento
(artigo 14, Decreto nº 9.057/2017)8.
Observa-se que, quanto aos cursos de pós-graduação lato sensu na
modalidade a distância, haverá a possibilidade de realização das atividades
presenciais realizadas em locais distintos da sede ou dos polos de educação a
distância (artigo 15, Decreto nº 9.057/2017).
Quanto à criação de polos de educação a distância, o artigo 16 dispõe que:
8 De acordo com o artigo 17 do Decreto ora analisado, “observado o disposto no art. 14, os pedidos de
autorização, de reconhecimento e de renovação de reconhecimento de cursos superiores na
modalidade a distância, ofertados nos limites dos Estados e do Distrito Federal nos quais estejam
sediadas as instituições de ensino dos sistemas estaduais e distrital, deverão tramitar nos órgãos
competentes de âmbito estadual ou distrital, conforme o caso, aos quais caberá a supervisão das
instituições de ensino. Parágrafo único. Os cursos das instituições de ensino de que trata o caput cujas
atividades presenciais forem realizadas fora do Estado da sede da instituição de ensino, estarão
sujeitos à regulamentação do Ministério da Educação”.
72
de ensino, exclusivamente para fins de funcionamento de polo de educação
a distância, na forma a ser estabelecida em regulamento e respeitado o limite
da capacidade de atendimento de estudantes.
§ 1º A parceria de que trata o caput deverá ser formalizada em documento
próprio, o qual conterá as obrigações das entidades parceiras e estabelecerá
a responsabilidade exclusiva da instituição de ensino credenciada para
educação a distância ofertante do curso quanto a:
I - prática de atos acadêmicos referentes ao objeto da parceria;
II - corpo docente;
III - tutores;
IV - material didático; e
V - expedição das titulações conferidas.
§ 2º O documento de formalização da parceria de que trata o § 1º, ao qual
deverá ser dada ampla divulgação, deverá ser elaborado em consonância
com o Plano de Desenvolvimento Institucional de cada instituição de ensino
credenciada para educação a distância.
§ 3º A instituição de ensino credenciada para educação a distância deverá
manter atualizadas junto ao Ministério da Educação as informações sobre os
polos, a celebração e o encerramento de parcerias, na forma a ser
estabelecida em regulamento, a fim de garantir o atendimento aos critérios
de qualidade e assegurar os direitos dos estudantes matriculados.
73
Depois de analisar as principais bases normativas da educação superior,
inclusive, aquelas aplicadas à EaD, reflita:
(iii) as finalidades da educação superior, estabelecidas na LDB, podem ser
atingidas por cursos ofertados na modalidade a distância?
(iv) a educação a distância pode ser mais eficaz para a concretização de
alguma(s) dessas finalidades? Justifique sua resposta.
Reflita sobre as questões propostas e elabore um pequeno texto para
sistematizar suas considerações.
Bom trabalho!
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74
Nesta unidade, estudamos a legislação que regulamenta o ensino superior no
Brasil, inclusive as diretrizes sobre a educação a distância.
Iniciamos com algumas observações sobre os mecanismos e instrumentos
jurídicos que temos à nossa disposição, com destaque para as fontes do direito e a
hierarquia existente entre elas. Ressaltamos que a Constituição Federal está situada
no topo do ordenamento jurídico e ilumina a criação e interpretação de todas as
demais normas.
Depois de compreendidas essas notas jurídicas introdutórias, passamos ao
estudo mais aprofundado da LDB, com destaque para os artigos 43 a 57 que tratam
da educação superior e o Decreto nº 9.235/2017.
Por fim, estudamos a principal norma que regulamenta a educação a distância
no país, qual seja, o Decreto nº 9.057/2017, que trata das condições que devem ser
observadas para a oferta de cursos de nível superior na modalidade a distância.
Até breve!
75
UNIDADE IV
76
Política pública é uma estratégia pensada para solucionar um problema de
interesse público. Essa estratégia é elaborada, geralmente, pelo poder público (via
Poder Executivo ou Poder Legislativo) – algumas vezes auxiliado pela sociedade civil
– e é dividida em uma série de etapas e organizada por inúmeras regras.
Trata-se de um conjunto de programas, ações e planos que visam concretizar
determinado direito para a sociedade.
77
Imagem 2 – Farmácia popular
SPTrans, sd11.
78
Imagem 4 – Minha casa, minha vida
79
educação, com programas de apoio à permanência estudantil,
democratização do acesso ao ensino, dentre outras estratégias para auxiliar na
concretização do direito à educação, a exemplo do “Programa Universidade para
Todos”, mais conhecido como ProUni;
Imagem 6 – ProUni
Prouni2018, 201914
14
Disponível em: https://prouni2018.inf.br/site-prouni-2019/. Acesso em: 30 mar. 2019.
80
4.1 Estratégias e projetos para a expansão do ensino superior
P4 Notícias, 201715.
A. Sistema de cotas
O atual sistema de cotas na educação foi instituído no Brasil pela Lei n.º
12.711/2012, com a finalidade de garantir o acesso de grupos historicamente
excluídos a universidades federais e a instituições federais de ensino técnico de nível
médio. Esta lei estabelece que determinada porcentagem de vagas existentes nessas
instituições de ensino deverá ser direcionada a certos grupos.
Conforme o artigo 1º da Lei n.º 12.711/2012,
81
A lei observa que, no preenchimento das vagas descritas acima, 50% deverão
ser reservados aos estudantes oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5
salário mínimo per capita.
Observa, ainda, a lei, em seu artigo 3º, que
82
Assim, a lei prevê a sua própria revisão a fim de (re)adequar tal ação afirmativa de
acordo com as necessidades futuras.
Desde a sua edição até os dias atuais, a Lei n.º 12.711/2012, conhecida como lei de
cotas, divide opiniões: (i) de um lado, há aqueles favoráveis à criação de cotas, pois entendem
que é uma forma de permitir o acesso de grupos historicamente discriminados à educação;
(ii) de outro, há quem entenda que as cotas são uma forma de discriminação de grupos não
previstos na lei e que fazem com que o preconceito em face dos grupos previstos na lei
permaneça.
Imagem 8 – Cotas
83
§ 1º A bolsa de estudo integral será concedida a brasileiros não portadores
de diploma de curso superior, cuja renda familiar mensal per capita não
exceda o valor de até 1 (um) salário mínimo e 1/2 (meio).
§ 2º As bolsas de estudo parciais de 50% (cinquenta por cento) ou de 25%
(vinte e cinco por cento), cujos critérios de distribuição serão definidos em
regulamento pelo Ministério da Educação, serão concedidas a brasileiros não
portadores de diploma de curso superior, cuja renda familiar mensal per
capita não exceda o valor de até 3 (três) salários mínimos, mediante critérios
definidos pelo Ministério da Educação.
§ 3º Para os efeitos desta Lei, bolsa de estudo refere-se às semestralidades
ou anuidades escolares fixadas com base na Lei n.º 9.870, de 23 de
novembro de 1999.
§ 4º Para os efeitos desta Lei, as bolsas de estudo parciais de 50% (cinquenta
por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) deverão ser concedidas,
considerando-se todos os descontos regulares e de caráter coletivo
oferecidos pela instituição, inclusive aqueles dados em virtude do pagamento
pontual das mensalidades. (Brasil, 2015)
Imagem 9 – ProUni
Brasil, sd17.
84
(III) a professores da rede pública de ensino, para os cursos de licenciatura,
normal superior e pedagogia, destinados à formação do magistério da educação
básica, independentemente da renda a que se referem os §§ 1º e 2º do art. 1º desta
Lei.
instituído pela Lei n.º 10.260, de 12 de julho de 2001, que tem como objetivo
conceder financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos,
com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC e ofertados por
instituições de educação superior não gratuitas aderentes ao programa.
(MEC)
Imagem 10 – FIES
FIES, sd18.
O FIES, embora tenha passado por uma série de mudanças recentemente, não
pode ser utilizado para cursos na modalidade a distância.
85
O Programa de Bolsa Permanência (PBP), criado em 2013 (Portaria n.º
189/2013 do Ministério da Educação), é uma política pública voltada a concessão de
auxílio financeiro aos estudantes, sobretudo, aos estudantes quilombolas, indígenas
e em situação de vulnerabilidade socioeconômica matriculados em instituições
federais de ensino superior e assim contribuir para a permanência e a diplomação dos
beneficiados (MEC).
Imagem 11 – PBP
Unilab, sd19.
I. possuir renda familiar per capita não superior a um 1,5 salário mínimo;
II. estar matriculado em cursos de graduação com carga horária média superior
ou igual a 5 (cinco) horas diárias;
19
Disponível em: http://www.unilab.edu.br/noticias/2017/07/25/programa-de-bolsa-permanencia-abre-
inscricoes-para-estudantes-indigenas-e-quilombolas-a-partir-de-1o-de-agosto/. Acesso em: 31 mar.
2019.
20
O disposto nos incisos I e II não se aplica aos estudantes indígenas ou quilombolas.
86
III. não ultrapassar dois semestres do tempo regulamentar do curso de
graduação em que estiver matriculado para se diplomar;
IV. ter assinado Termo de Compromisso;
V. ter seu cadastro devidamente aprovado e mensalmente homologado pela
instituição federal de ensino superior no âmbito do sistema de informação do
programa.
Imagem 12 – Reuni
MEC, sd21.
87
Dessa forma, busca-se ampliar o acesso à educação de nível superior pública,
preocupando-se com a qualidade do ensino ofertado e com a democratização desse
acesso.
Imagem 13 – UAB
22
Disponível em: https://vestibular.mundoeducacao.bol.uol.com.br/ensino-distancia-ead/universidade-
aberta-brasil-uab.htm. Acesso em: 31 mar. 2019.
88
Ao plantar a semente da universidade pública de qualidade em locais
distantes e isolados, incentiva o desenvolvimento de municípios com baixo
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (IDEB). Desse modo, funciona como um eficaz instrumento
para a universalização do acesso ao ensino superior, minimizando a
concentração de oferta de cursos de graduação nos grandes centros urbanos
e evitando o fluxo migratório para as grandes cidades.
89
de vista, a educação na modalidade a distância corresponderia a uma
“mercantilização”.
E você, já pensou sobre isso? O que pensa sobre a educação a distância no
ensino superior? Acha que tal modalidade pode ser uma alternativa viável para a
ampliação do acesso ao ensino superior e inclusão social?
Para que você possa ter mais argumentos e consiga fundamentar sua opinião,
recomendamos a leitura a seguir:
Bom trabalho!
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91
Nesta unidade, nos dedicamos ao estudo das políticas públicas existentes no
Brasil que buscam democratizar o acesso ao ensino superior e promover a inclusão
social.
Iniciamos esclarecendo o que se entende por políticas públicas e dando alguns
exemplos sobre políticas públicas voltadas a diversas áreas, tais como saúde,
transporte, moradia, trabalho e educação.
Posteriormente, passamos ao estudo pormenorizado de programas existentes
no Brasil que buscam efetivar o direito à educação no ensino superior, com destaque
para:
(A) sistema de cotas;
(B) Programa Universidade para todos (ProUni);
(C) Fundo de Financiamento Estudantil (FIES);
(D) Programa de Bolsa Permanência (PBP);
(E) Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI);
(F) Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Por fim, concluímos nossa unidade e nossa disciplina com uma reflexão sobre
a democratização do acesso ao ensino superior e a inclusão social.
Espero que nossos estudos tenham sido proveitosos e possam ter estimulado
sua reflexão crítica acerca da educação superior no Brasil, inclusive na modalidade a
distância.
92
REFERÊNCIAS
ANDRADE, R. O. Para Formar Homens de Leis. In: Revista FAPESP, ed. 260, out.,
2017, São Paulo. Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/10/25/para-
formar-homens-de-leis/. Acesso em: 10 fev. 2019.
______. Lei n.º 9.394 sobre as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 1996.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm. Acesso em: 18
fev. 2019.
93
HERMIDA, J. F.; BONFIM, C. R. S. A Educação a Distância: história, concepções e
perspectivas. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n. especial, p. 166-181, ago.
2006. Disponível em:
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/revis/Especial/Final/art11_22e.pdf. Acesso
em: 11 fev. 2018.
INEP. Censo Superior da Educação – Notas estatísticas 2017. 2018. Disponível em:
http://download.inep.gov.br/educacao_superior/censo_superior/documentos/2018/ce
nso_da_educacao_superior_2017-notas_estatisticas2.pdf. Acesso em: 11 fev. 2018.
______. Novo FIES. Disponível em: http://fies.mec.gov.br. Acesso em: 30 mar. 2019.
94
RIBEIRO, P. R. M. História da Educação Escolar no Brasil: notas para uma reflexão.
In: Paideia, n. 4, fev./jul., 1993. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X199300010 00 03.
Acesso em: 6 fev. 2019.
TODOS PELA EDUCAÇÃO. O que é uma política pública e como ela afeta a sua
vida? Disponível em: https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/o-que-e-uma-
politica-publica-e-como-ela-afeta-sua-vida. Acesso em: 30 mar. 2019.
95
ANEXO 123
Unidade Instituições
Federação Geral Total Federal Estadual Municipal Particular Total Federal Estadual Municipal Particular Total Federal Estadual Municipal Particular
Norte 34 9 6 2 0 1 4 0 0 0 4 21 2 1 1 17
Rondônia 8 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 7 0 0 0 7
Acre 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Amazonas 11 1 1 0 0 0 3 0 0 0 3 7 1 1 0 5
Roraima 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pará 8 3 1 1 0 1 1 0 0 0 1 4 1 0 0 3
Amapá 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Tocantins 3 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 1
Nordeste 97 26 10 12 0 4 10 0 3 0 7 61 3 1 11 46
Maranhão 4 2 1 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 0
Piauí 6 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 4
Ceará 8 5 1 3 0 1 1 0 0 0 1 2 0 0 0 2
R. G. do Norte 5 2 1 1 0 0 2 0 0 0 2 1 1 0 0 0
23
Fonte: INEP. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior. Acesso em: 11 fev. 2018.
96
Paraíba 8 2 1 1 0 0 1 0 0 0 1 5 0 0 0 5
Pernambuco 33 4 2 1 0 1 0 0 0 0 0 29 0 0 11 18
Alagoas 8 1 1 0 0 0 4 0 3 0 1 3 0 1 0 2
Sergipe 3 2 1 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1
Bahia 22 6 1 4 0 1 1 0 0 0 1 15 1 0 0 14
Espírito Santo 25 1 1 0 0 0 3 0 1 0 2 21 0 1 3 17
Rio de Janeiro 95 15 4 1 0 10 21 0 0 0 21 59 3 0 1 55
Sul 122 29 6 5 5 13 10 0 0 2 8 83 3 14 6 60
Paraná 58 7 1 4 0 2 2 0 0 0 2 49 1 14 5 29
Santa Catarina 21 7 1 1 5 0 2 0 0 2 0 12 0 0 1 11
R. G. do Sul 43 15 4 0 0 11 6 0 0 0 6 22 2 0 0 20
Centro-Oeste 94 10 4 2 0 4 16 0 0 4 12 68 0 12 9 47
M.G. do Sul 22 2 1 0 0 1 4 0 0 0 4 16 0 0 0 16
Mato Grosso 23 3 1 1 0 1 4 0 0 0 4 16 0 0 1 15
Goiás 36 3 1 1 0 1 6 0 0 4 2 27 0 12 8 7
Distrito Federal 13 2 1 0 0 1 2 0 0 0 2 9 0 0 0 9
97
Anexo 2 – Sinopse estatística da educação superior – 2017
1.1 Número de instituições de educação superior, por organização acadêmica e localização (capital e interior),
segundo a unidade da federação e a categoria administrativa das IES - 2017
Unidade da Instituições
Federação /
Categoria Total Geral Universidades Centros Universitários Faculdades IF e CEFET
Administrativ
a Total Capital Interior Total Capital Interior Total Capital Interior Total Capital Interior Total Capital Interior
Brasil 2.448 874 1.574 199 86 113 189 79 110 2.020 679 1.341 40 30 10
Fede
ral 109 65 44 63 31 32 - - - 6 4 2 40 30 10
Esta
dual 124 33 91 39 18 21 1 1 - 84 14 70 - - -
Muni
cipal 63 - 63 4 - 4 7 - 7 52 - 52 - - -
98
Pública 24 20 4 15 13 2 1 - 1 1 - 1 7 7 -
Fede
ral 17 15 2 10 8 2 - - - - - - 7 7 -
Esta
dual 5 5 - 5 5 - - - - - - - - - -
Muni
cipal 2 - 2 - - - 1 - 1 1 - 1 - - -
Rondônia 34 14 20 1 1 - 2 1 1 30 11 19 1 1 -
Pública 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual - - - - - - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 32 12 20 - - - 2 1 1 30 11 19 - - -
Acre 11 10 1 1 1 - - - - 9 8 1 1 1 -
Pública 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
99
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual - - - - - - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 9 8 1 - - - - - - 9 8 1 - - -
Amazonas 20 20 - 3 3 - 3 3 - 13 13 - 1 1 -
Pública 3 3 - 2 2 - - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 17 17 - 1 1 - 3 3 - 13 13 - - - -
Roraima 7 7 - 2 2 - 1 1 - 3 3 - 1 1 -
Pública 3 3 - 2 2 - - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
100
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 4 4 - - - - 1 1 - 3 3 - - - -
Pará 54 22 32 6 4 2 2 1 1 45 16 29 1 1 -
Pública 6 4 2 5 3 2 - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 5 3 2 4 2 2 - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 48 18 30 1 1 - 2 1 1 45 16 29 - - -
Amapá 15 14 1 2 2 - - - - 12 11 1 1 1 -
Pública 3 3 - 2 2 - - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
101
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 12 11 1 - - - - - - 12 11 1 - - -
Tocantins 24 11 13 2 2 - 3 1 2 18 7 11 1 1 -
Pública 5 3 2 2 2 - 1 - 1 1 - 1 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal 2 - 2 - - - 1 - 1 1 - 1 - - -
Privada 19 8 11 - - - 2 1 1 17 7 10 - - -
Pública 66 26 40 32 15 17 - - - 23 1 22 11 10 1
Fede
ral 29 19 10 18 9 9 - - - - - - 11 10 1
Esta
dual 15 7 8 14 6 8 - - - 1 1 - - - -
Muni
cipal 22 - 22 - - - - - - 22 - 22 - - -
102
Privada 451 216 235 7 7 - 27 19 8 417 190 227 - - -
Maranhão 45 24 21 3 3 - - - - 41 20 21 1 1 -
Pública 3 3 - 2 2 - - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 42 21 21 1 1 - - - - 41 20 21 - - -
Piauí 44 29 15 2 2 - 1 1 - 40 25 15 1 1 -
Pública 3 3 - 2 2 - - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 41 26 15 - - - 1 1 - 40 25 15 - - -
103
Ceará 72 37 35 7 3 4 7 4 3 57 29 28 1 1 -
Pública 7 3 4 6 2 4 - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 4 2 2 3 1 2 - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 3 1 2 3 1 2 - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 65 34 31 1 1 - 7 4 3 57 29 28 - - -
Rio Grande
do Norte 28 16 12 4 2 2 2 2 - 21 11 10 1 1 -
Pública 5 3 2 3 1 2 - - - 1 1 - 1 1 -
Fede
ral 3 2 1 2 1 1 - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 2 1 1 1 - 1 - - - 1 1 - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 23 13 10 1 1 - 2 2 - 20 10 10 - - -
Paraíba 42 25 17 3 1 2 2 1 1 36 22 14 1 1 -
104
Pública 4 2 2 3 1 2 - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 3 2 1 2 1 1 - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 - 1 1 - 1 - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 38 23 15 - - - 2 1 1 36 22 14 - - -
Pernambuco 106 35 71 5 4 1 7 4 3 92 26 66 2 1 1
Pública 28 4 24 4 3 1 - - - 22 - 22 2 1 1
Fede
ral 5 3 2 3 2 1 - - - - - - 2 1 1
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal 22 - 22 - - - - - - 22 - 22 - - -
Privada 78 31 47 1 1 - 7 4 3 70 26 44 - - -
Alagoas 29 20 9 3 2 1 3 3 - 22 14 8 1 1 -
Pública 4 3 1 3 2 1 - - - - - - 1 1 -
105
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 2 1 1 2 1 1 - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 25 17 8 - - - 3 3 - 22 14 8 - - -
Sergipe 18 13 5 2 1 1 - - - 15 11 4 1 1 -
Pública 2 1 1 1 - 1 - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 2 1 1 1 - 1 - - - - - - 1 1 -
Esta
dual - - - - - - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 16 12 4 1 1 - - - - 15 11 4 - - -
Pública 10 4 6 8 2 6 - - - - - - 2 2 -
Fede
ral 6 3 3 4 1 3 - - - - - - 2 2 -
106
Esta
dual 4 1 3 4 1 3 - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Fede
ral 36 15 21 19 5 14 - - - 6 4 2 11 6 5
Esta
dual 90 17 73 8 5 3 1 1 - 81 11 70 - - -
Muni
cipal 30 - 30 2 - 2 3 - 3 25 - 25 - - -
Pública 23 5 18 13 2 11 - - - 4 1 3 6 2 4
Fede
ral 17 3 14 11 1 10 - - - - - - 6 2 4
Esta
dual 3 2 1 2 1 1 - - - 1 1 - - - -
107
Muni
cipal 3 - 3 - - - - - - 3 - 3 - - -
Espírito
Santo 78 23 55 2 1 1 4 2 2 71 19 52 1 1 -
Pública 5 3 2 1 1 - - - - 3 1 2 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 1 - - - - - - - 1 1 - - - -
Muni
cipal 2 - 2 - - - - - - 2 - 2 - - -
Privada 73 20 53 1 - 1 4 2 2 68 18 50 - - -
Rio de
Janeiro 136 71 65 17 9 8 18 8 10 98 52 46 3 2 1
Pública 27 12 15 6 3 3 1 1 - 17 6 11 3 2 1
Fede
ral 12 8 4 4 2 2 - - - 5 4 1 3 2 1
Esta
dual 13 4 9 2 1 1 1 1 - 10 2 8 - - -
Muni
cipal 2 - 2 - - - - - - 2 - 2 - - -
108
Privada 109 59 50 11 6 5 17 7 10 81 46 35 - - -
Pública 101 12 89 9 4 5 3 - 3 88 7 81 1 1 -
Fede
ral 5 2 3 3 1 2 - - - 1 - 1 1 1 -
Esta
dual 73 10 63 4 3 1 - - - 69 7 62 - - -
Muni
cipal 23 - 23 2 - 2 3 - 3 18 - 18 - - -
Pública 31 9 22 21 7 14 2 - 2 2 - 2 6 2 4
Fede
ral 17 7 10 11 5 6 - - - - - - 6 2 4
Esta
dual 9 2 7 9 2 7 - - - - - - - - -
Muni
cipal 5 - 5 1 - 1 2 - 2 2 - 2 - - -
109
Paraná 189 59 130 15 5 10 16 8 8 157 45 112 1 1 -
Pública 13 3 10 10 2 8 1 - 1 1 - 1 1 1 -
Fede
ral 4 3 1 3 2 1 - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 7 - 7 7 - 7 - - - - - - - - -
Muni
cipal 2 - 2 - - - 1 - 1 1 - 1 - - -
Santa
Catarina 93 14 79 13 2 11 11 - 11 67 11 56 2 1 1
Pública 8 3 5 4 2 2 1 - 1 1 - 1 2 1 1
Fede
ral 4 2 2 2 1 1 - - - - - - 2 1 1
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal 3 - 3 1 - 1 1 - 1 1 - 1 - - -
Privada 85 11 74 9 - 9 10 - 10 66 11 55 - - -
Rio Grande
do Sul 123 38 85 21 4 17 7 3 4 92 31 61 3 - 3
110
Pública 10 3 7 7 3 4 - - - - - - 3 - 3
Fede
ral 9 2 7 6 2 4 - - - - - - 3 - 3
Esta
dual 1 1 - 1 1 - - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 113 35 78 14 1 13 7 3 4 92 31 61 - - -
Pública 19 11 8 9 4 5 1 - 1 4 2 2 5 5 -
Fede
ral 10 9 1 5 4 1 - - - - - - 5 5 -
Esta
dual 5 2 3 3 - 3 - - - 2 2 - - - -
Muni
cipal 4 - 4 1 - 1 1 - 1 2 - 2 - - -
Mato Grosso
do Sul 28 11 17 5 3 2 2 1 1 20 6 14 1 1 -
Pública 4 2 2 3 1 2 - - - - - - 1 1 -
111
Fede
ral 3 2 1 2 1 1 - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 - 1 1 - 1 - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 24 9 15 2 2 - 2 1 1 20 6 14 - - -
Mato Grosso 59 19 40 3 2 1 2 1 1 53 15 38 1 1 -
Pública 3 2 1 2 1 1 - - - - - - 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 1 - 1 1 - 1 - - - - - - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 56 17 39 1 1 - 2 1 1 53 15 38 - - -
Goiás 89 28 61 4 2 2 5 2 3 78 22 56 2 2 -
Pública 8 3 5 3 1 2 1 - 1 2 - 2 2 2 -
Fede
ral 3 3 - 1 1 - - - - - - - 2 2 -
112
Esta
dual 1 - 1 1 - 1 - - - - - - - - -
Muni
cipal 4 - 4 1 - 1 1 - 1 2 - 2 - - -
Privada 81 25 56 1 1 - 4 2 2 76 22 54 - - -
Distrito
Federal 64 64 - 2 2 - 7 7 - 54 54 - 1 1 -
Pública 4 4 - 1 1 - - - - 2 2 - 1 1 -
Fede
ral 2 2 - 1 1 - - - - - - - 1 1 -
Esta
dual 2 2 - - - - - - - 2 2 - - - -
Muni
cipal - - - - - - - - - - - - - - -
Privada 60 60 - 1 1 - 7 7 - 52 52 - - - -
113