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ESPECIALIZAÇÃO
Educação Profissional Integrada à
Educação Básica na Modalidade de
Educação de Jovens e Adultos - PROEJA
LEGISLAÇÃO
EDUCACIONAL
2014
R175l Ramos, Elenita Eliete de Lima
Legislação educacional / Elenita Eliete de Lima
Ramos , Maria Alice Sens Brezinski. – 2. ed. –
Florianópolis : IFSC, 2014.
78 p. : il. ; 28 cm
Inclui Bibliografia.
ISBN: 978-85-64426-59-7
CDD: 344.8107
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4.0 Brasil, podendo a OBRA ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins
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Créditos do Livro
EDIÇÃO 2014
[ Conteúdo ]
Elenita Eliete de Lima Ramos
Maria Alice Sens Brezinski
[ Conselho Editorial ]
Departamento de Educação a Distância Ivanir Ribeiro
Eliana Cristina Bär
FICHA TÉCNICA E INSTITUCIONAL Paula Alves de Aguiar
Silvia Maria de Oliveira
[ Reitoria ]
Maria Clara Kaschny Schneider [ Design Gráfico ]
Airton Jordani Jardim Filho
[ Pró-Reitoria ]
Daniela de Carvalho Carrelas [ Design Instrucional ]
Romario Antunes da Silva
[ Chefia do Departamento de Educação a Distância - EaD/IFSC ] Stefany Bueno Miguel
Paulo Roberto Weigmann
[ Revisão Gramatical ]
[ Coordenação do Curso de Especialização em PROEJA ] Sandra Beatriz Koelling
Paula Alves de Aguiar
[ Gráficos e Tratamento de Imagens ]
[ Coordenação - Produção de Materiais Didáticos - EaD/IFSC ] Airton Jordani Jardim Filho
Ana Karina Corrêa
[ Imagens ]
[ Projeto Gráfico e Instrucional - Livros didáticos - EaD/IFSC ] Stock.XCHNG
Aline Pimentel <http://www.sxc.hu/>
Carla Peres Souza Wikimedia Commons
Daniela Viviani <http://commons.wikimedia.org/>
Elisa Conceição da Silva Rosa
Sabrina Bleicher
Prezado estudante,
Seja bem-vindo!
O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), preocupado em
transpor distâncias físicas e geográficas, percebe e trata a
Educação a Distância como uma possibilidade de inclusão. No
IFSC são oferecidos diferentes cursos na modalidade a distância,
ampliando o acesso de estudantes catarinenses, como de
outros estados brasileiros, à educação em todos os seus níveis,
possibilitando a disseminação do conhecimento por meio de seus
câmpus e polos de apoio presencial conveniados.
Sumário
Bom estudo!
O Que É
Política
Pública
Você está iniciando os estudos da Unidade Curricular Legislação
Educacional. Para entender os objetivos da unidade e, por conseguinte,
do curso, faz-se necessário conhecer um pouco sobre política e a
estreita relação que estabelece com o tema. É abordada a política
porque é dela que emerge a legislação. Conhecer conceitos, origens e o
processo da política lhe situará no contexto desta unidade curricular.
Com o entendimento sobre políticas públicas e a sua aplicação em
nosso cotidiano, você avançará nos estudos apropriando-se de
conteúdos sobre a política educacional, em específico a política de
Educação de Jovens e Adultos - EJA, com ênfase no Programa
Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação
Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA.
O Que É
Política Pública? 1
[ “É necessário que os princípios de Ao abordar o tema legislação se está fazendo menção à política
uma política sejam e, a compreensão desta questão, requer apropriar-se de alguns
justos e verdadeiros.” conceitos. Primeiramente, se você consultar o Dicionário da Língua
Demóstenes, 384 / 322 a.C. ] Portuguesa verá como definição que legislação é o “conjunto
de leis de uma nação”. (PRIBERAM, dicionário online, 2013).
Considerando que o campo dos estudos desta unidade curricular
são as leis educacionais, inicia-se com informações gerais sobre
políticas públicas para, em seguida, discorrer sobre políticas para
a educação.
A etapa de implementação da política pública traz respostas para [ As políticas públicas se concretizam
diversas dúvidas surgidas ao longo do processo de construção da por força de lei e pela capacidade
política. Formular é planejar e como todo planejamento, constitui- dos órgãos públicos de
se numa previsão. Ao colocar em prática o detalhamento das absorverem as leis. ]
ideias em torno do problema selecionado como prioridade, é que
os formuladores perceberão o quanto tais ideias são factíveis,
ou seja, se os órgãos públicos (as instituições) são capazes de
operacionalizar a política (cumprir a lei).
Da Ordem Social
Capítulo III
Da Educação, da Cultura e do Desporto
Seção I
Da Educação
...
Fonte: Constituição Federal
Principais
Marcos
Legais da
EJA
Nesta Unidade você terá a oportunidade de conhecer os principais
marcos legais referentes à ação educativa de jovens e adultos. O texto
inicia fazendo uma visita ao passado com o objetivo de verificar como
cada uma das Constituições brasileiras, anteriores a de 1988, aborda
o tema educação, especificamente a educação de adultos. A segunda
parte do texto é dedicada ao estudo da legislação atual relacionada à
Educação de Jovens e Adultos - EJA.
Principais Marcos
Legais da EJA
[ As representações sociais acerca A educação de adultos, que vêm se materializando no Brasil
da educação de jovens e adultos há pelo menos um século, foi, durante muito tempo, sinônimo
de hoje, estão alicerçadas nas de alfabetização. O conceito de educação de jovens e adultos
concepções de décadas atrás. propriamente começou a se definir nos anos 1990, levando-se em
Ou seja, “somos herdeiros diretos consideração as reflexões que vinham se fazendo no âmbito da
de um passado, que, se não for educação popular.
ressignificado, perdurará suas ideias
e convicções por gerações Como a consolidação da EJA está diretamente associada aos
que estão por vir” seus marcos legais, é oportuno, para melhor compreender esta
(SARTORI, 2011, p. 19-20). ] modalidade de ensino, revisitar o passado, pois, como afirma
Principias Marcos Legais da EJA 27
Esta visita ao passado terá como foco a forma como cada uma das
Constituições brasileiras abordou o tema educação, especialmente
a educação de adultos.
nacional. A opinião pública deste país é o magistrado último, [ O fato de o voto ser permitido
o supremo tribunal dos homens e das coisas. […] somente às pessoas alfabetizadas
A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade: pode ter motivado alguns a buscar
- A nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes sua educação escolar. Mas, em
neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra um contexto histórico marcado
de mão. 70% jazem em profunda ignorância. […] 70% dos pela libertação dos escravos e a
cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber entrada de imigrantes europeus,
por que nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, – tem-se: “[…] uma Constituição que
por divertimento. A constituição é para eles uma coisa
inteiramente desconhecida. Estão prontos para tudo: uma
coloca a alguns as possibilidades de
revolução ou um golpe de Estado. requererem seus direitos, deixando
novamente uma maioria de fora”
De fato, os algarismos não são de metáforas. Neste caso, eles (SARTORI, 2011, p. 26). ]
conseguem ilustrar muito bem o cenário educacional brasileiro
daquele período. Ainda mais considerando que o voto, na época,
estava vinculado à alfabetização, ou seja, só tinham direito ao voto
pessoas maiores de 21 anos e alfabetizadas.
Foi somente ao final da década de 1940 que a educação de [ A UNESCO, criada em 1945,
adultos veio a se firmar como um problema de política nacional, cumpria o papel de enunciar ao
mas as condições para que isso viesse a ocorrer foram sendo mundo as profundas desigualdades
instaladas já no período anterior. O Plano Nacional de Educação entre os países e alertava para o
de responsabilidade da União, previsto pela Constituição de 1934, papel que deveria desempenhar
deveria incluir entre suas normas o ensino primário integral gratuito a educação, em especial a
e de frequência obrigatória. Esse ensino deveria ser extensivo educação de adultos, no processo
de desenvolvimento das nações
aos adultos. Pela primeira vez a educação de jovens e adultos
categorizadas como “atrasadas”. ]
era reconhecida e recebia um tratamento particular (HADDAD; Di
PIERRO, 2000, p.110).
Cabe lembrar que foi nesse contexto histórico (1961 – 1964) que
se iniciou uma intensa mobilização da sociedade civil em torno da
alfabetização de adultos e educação popular, entendida como uma
formação sociocultural e política das pessoas jovens e adultas.
Entre os vários movimentos que visavam à educação popular
destacam-se:
[ Para atender esta demanda de O golpe militar de 1964 modifica as relações entre a sociedade e
analfabetos, que na década de o Estado. Este último, com um “espírito modernizador”, encara o
1960 era de 15.964.000 pessoas, analfabetismo dos adultos como um problema a ser enfrentado,
é criado o Movimento Brasileiro de pois a demanda por mão de obra qualificada tornava-se cada vez
Alfabetização (MOBRAL). ] mais crescente devido à industrialização do país.
Principias Marcos Legais da EJA 33
A criação dos Fóruns de Educação de Jovens e Adultos por todo REFLITA SOBRE A PRÁTICA
o território Nacional, os avanços na LDB em relação à concepção [ ATIVIDADE ]
de EJA e a própria criação de programas como o PROEJA foram Em sua opinião, qual a intenção do
resultados desses movimentos de resistências dos setores mais governo em ofertar cursos de curta
críticos que impulsionaram os debates e reivindicações. duração, dissociados da educação
básica e de um plano de educação
A legislação atual relacionada à Educação de Jovens e Adultos, continuada?
que será abordada a seguir, tem como referências os seguintes
documentos: a Constituição de 1988; a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB/1996); o Parecer n. 11/2000; a Resolução
n. 01/2000 e a Resolução n. 3/2010.
A Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988
A Constituição de 1988 reconheceu o direito de todos à educação [ A Constituição de 1988, por ser
ao assegurar o ensino fundamental, público e gratuito, a todos, a Constituição que substituiu as
independente da idade. A declaração do Direito à Educação é constituintes do período do governo
particularmente detalhada nessa Constituição, representando um militar (1964-1985) é um dos
salto de qualidade com relação à legislação anterior. O artigo 6º marcos legais de uma trajetória
que aborda os direitos sociais, destaca, em primazia, o direito à histórica de luta representada pela
educação: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação,
busca da democracia. ]
o trabalho […]”.
Note que o inciso I, explicita o dever do Estado para com o [ De acordo com as Diretrizes
ensino fundamental aos que “a ele não tiveram acesso na idade Curriculares Nacionais para a
própria”, ou seja, contempla os jovens e adultos que pelos mais Educação de Jovens e Adultos
variados motivos não tiveram acesso à escola ou condições de (Brasil, 2000) a expressão idade
nela permanecer. Cabe destacar que a compreensão que se tem própria, além de seu caráter
atualmente é de que todos necessitam de educação ao longo da descritivo, serve também como
vida, estando inadequada, portanto, a expressão idade própria. referência para a organização dos
sistemas de ensino, para as etapas
Observa-se, ainda nesse inciso, um avanço no que diz respeito e as prioridades postas em lei. Tal
à gratuidade e obrigatoriedade uma vez que a constituição expressão consta da LDB, inclusive
anterior, de 1967, especificava, em seu artigo 168, a gratuidade e
do art. 37. ]
obrigatoriedade dos 7 aos 14 anos, criando assim a possibilidade
DIREITO À EDUCAÇÃO
de se restringir o atendimento àquelas pessoas que se encontravam
fora dessa faixa etária. [ LEITURA COMPLEMENTAR ]
Para ter uma compreensão mais
O inciso VI se reporta à “oferta de ensino noturno regular, adequado ampla sobre a declaração do Direito à
às condições de cada um”, expressando o reconhecimento Educação na Constituição Federal de
1988 e os mecanismos introduzidos
do dever do Estado para com o ensino noturno, garantindo aos
para a sua efetivação e a intervenção
jovens e adultos que trabalham durante o dia a possibilidade de do sistema de Justiça, leia o artigo “O
frequentar o ensino regular, devendo este ensino estar adequado Direito à Educação na Constituição de
“às condições de cada um”. 1988 e seu re-estabelecimento pelo
sistema de Justiça”, de Romualdo Luiz
Portela de Oliveira, publicado em 1999
na Revista Brasileira de Educação, São
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Paulo, v. 11, p. 61-74.
Nacional de 1996
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9394 de
20 de dezembro de 1996, LDB, também representou um avanço
em relação ao processo de legalidade e legitimidade da Educação
de Adultos, em especial nos seus artigos 4o, 5o, 37o, 38o e 87o.
O Parecer n. 11/2000 e a
Resolução n. 01/2000
O parecer 11/2000 e a Resolução 01/2000, ambos do Conselho
Nacional de Educação, tratam das diretrizes curriculares nacionais
para a educação de jovens e adultos e apresentam uma nova forma
de pensar a EJA no país.
Resolução n. 3/2010
A resolução 03/2010 institui as Diretrizes Operacionais para a
educação de jovens e adultos nos aspectos relativos à duração
dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de EJA; idade
mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e
Adultos desenvolvida por meio da Educação a Distância.
É importante destacar que essa resolução mantém os princípios, [ Cabe destacar que a alteração do
os objetivos e as Diretrizes formulados no Parecer CNE/CEB nº termo supletivo por EJA representa
11/2000. Porém substitui o termo supletivo por “EJA” e amplia o mais do que uma simples mudança
alcance do disposto no artigo 7º da Resolução CNE/CEB nº 1/2000, de nome, representa uma mudança
definindo: de concepção, especialmente
no que diz respeito à busca de
a) não mais a idade mínima para a realização de ‘exames metodologias adequadas
supletivos’ mas sim a idade mínima para frequentar os cursos a esse público. ]
de EJA e para a realização de exames de conclusão de EJA do
Ensino Fundamental como sendo 15 (quinze) anos completos
(Art. 5º, 2010, sem grifos no original);
O PROEJA
Nesta Unidade você terá a oportunidade de conhecer o Programa
Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação
Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA,
cujo principal objetivo é proporcionar a elevação da escolaridade e a
qualificação profissional a jovens e adultos trabalhadores. Será também,
objetivo desta unidade fazer uma análise sobre o desafio da implantação
do PROEJA nos Institutos Federais, considerando os condicionantes
históricos da Educação profissional e da Educação de Jovens e
Adultos no Brasil.
O PROEJA 2
1
Este texto é uma adaptação de parte da tese de doutorado de Elenita Eliete de Lima Ramos defendida no ano de 2011 e disponível no banco de teses do Programa de
Pós Graduação em Educação Científica e Tecnológica da Universidade Federal de Santa Catarina.
O PROEJA 49
As alterações promovidas pelo Decreto no. 5.840/06 em relação ao REFLITA SOBRE A PRÁTICA
anterior dizem respeito, principalmente, à ampliação da abrangência [ ATIVIDADE ]
transformando o PROEJA em um Programa que não mais limita O que você entende por política de
a sua extensão ao âmbito das instituições federais de educação inclusão social e emancipatória?
tecnológica e ao nível médio. Ou seja, com as modificações abriu-se
a possibilidade de inclusão dos estudantes do Ensino Fundamental, SISTEMA S
antes restrita apenas aos estudantes do Ensino Médio, assim como [ GLOSSÁRIO ]
de serem proponentes de cursos do PROEJA os sistemas de
Sistema formado por organizações
ensino estaduais e municipais e as entidades privadas nacionais e instituições associadas ao setor
vinculadas ao Sistema S. produtivo, tais como indústrias,
comércio, agricultura, transporte e
Além dessas modificações, a edição do novo decreto subtrai cooperativas e que tem como objetivo
a exigência de uma carga horária ‘máxima’ e define uma carga melhorar e promover o bem estar
horária ‘mínima’ para as duas modalidades de cursos. A limitação de seus funcionários, na saúde e no
de uma carga horária ‘máxima’ presente no primeiro decreto foi lazer assim como ofertar Educação
Profissional.
alvo de muitas críticas, entre elas destaca-se a de Frigotto, Ciavatta
e Ramos (2005, p. 1098):
6,21%
do total de ofertas
do ensino médio
Cursos do âmbito
federal representam
apenas
Ofertas de Cursos Técnicos de
12,17% Ensino Médio no Brasil
do total de cursos
técnicos de ensino
médio no Brasil Fonte: Censo Escolar Brasileiro / 2004
33,8
30
Conforme estudos do Instituto
de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA), no Brasil, em
2007, havia 9.133.900
20 trabalhadores que
procuraram emprego.
Destes, apenas 1.676.000
possuíam experiência e
10 qualificação profissional.
Constata-se assim, uma
demanda potencial de
7.457.900
2,27 trabalhadores sem
qualificação
Vagas Demanda profissional que não tiveram
incluindo redes Potencial acesso à educação profissional
privada e pública apenas para
(municipal, estadual este seguimento e que buscam uma
e federal) da EJA
oportunidade de se inserir no
mundo do trabalho.
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) de 2006 e do Censo Escolar de 2007
O PROEJA 53
PROEJA:
o desafio da implantação
O PROEJA, segundo Lima Filho (2010) busca, o resgate da cidadania
de jovens e de adultos que não concluíram sua escolarização básica
e, por outro lado, a superação de um marco legal que separava a
educação básica da formação profissional.
Num país com uma enorme dívida social como o Brasil é desejável
que se potencializem a oferta de cursos para a EJA. Para que isso
ocorra, há de se planejar, “pensar em uma política da educação
brasileira para, inclusive, definir as instituições que estão mais
habilitadas a oferecerem tais cursos” (MOURA, 2006, p.4).
Uma tentativa realizada por parte do governo para qualificar os [ À SETEC (Secretaria de Educação
professores para atuarem com mais propriedade na execução do Profissional e Tecnológica),
Programa foi a implantação de cursos de Especialização PROEJA, compete, entre outros fins, planejar,
como este que você está cursando, ofertados por alguns Institutos orientar, coordenar e supervisionar
Federais desde 2006, em vários estados brasileiros. o processo de formulação e
implementação da política da
O documento base do PROEJA assim determina “a SETEC/ educação profissional e tecnológica;
MEC como gestora nacional do PROEJA será responsável pelo promover ações de fomento ao
estabelecimento de programas especiais para a formação de fortalecimento, à expansão e à
formadores e para pesquisa em educação de jovens e adultos” melhoria da qualidade da educação
(BRASIL, 2007a, p. 60).
profissional e tecnológica e zelar
pelo cumprimento da legislação
O desafio dos gestores, no entanto, estava em motivar os educacional no âmbito da educação
professores a frequentarem esses cursos, uma vez que muitos profissional e tecnológica. ]
deles já possuíam títulos de mestrado e doutorado, tornando tal
especialização interesse de uma minoria.
[ Para além de situar o leitor sobre Faz-se necessário direcionar o olhar para o externo do espaço
o PROEJA e seus princípios, escolar, para que este influencie as decisões internas das salas dos
buscou-se, nesta Unidade, trazer um reitores, dos diretores, chefes de departamentos e coordenadores
panorama da EP e da EJA. Acredita- de cursos. Não se trata de uma atitude impositiva, mas de decisão,
se que, tais reflexões tornam-se de comprometimento, de querer que aconteça, de perceber a
imprescindíveis no contexto importância de se ofertar uma educação que integre a formação
desse curso. ] geral e a formação profissional com elevação da escolaridade a
milhares de brasileiros e brasileiras a margem do que concebemos
como uma formação cidadã.
Considerações
Finais
Prezado estudante,
Um carinhoso abraço,
ARBACHE, Ana Paula Bastos. A formação do educador de pessoas jovens e adultas numa
perspectiva multicultural crítica. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2001.
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