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Ação de danos morais e materiais contra vizinho

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL


DE ……………….

FULANO DE TAL, brasileiro, separado judicialmente, engenheiro civil,


RG: ………………., CPF: …………, residente e domiciliado na Av.
……………….., nº ………… , CEP: …………….., ….(bairro), ……..
(cidade)…., vem, através do seu bastante procurador, propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

Em face de ………..(ré)……, residente e domiciliada na Av.


………………….., nº ………….., CEP: ………., …….(bairro)……..,
……..(cidade)………., pelos fatos e motivos que passa a expor:

DOS FATOS

O Reclamante mudou-se há pouco para o seu novo domicílio, no seu


endereço supracitado, movido pelo afã e pela expectativa de uma vida
nova, que começaria com “o pé direito”, e nada melhor para fazê-lo,
do que um novo local de moradia.

Ocorre, que para a sua surpresa e infelicidade, constatou que possui


uma vizinha, uma senhora de meia idade, que acha por bem quebrar
todos os vidros do basculante do seu banheiro, ato este,
acompanhado por xingamentos e agressões verbais profundamente
vexatórias e sem cabimento, exatamente na hora em que está
tomando banho! Por várias vezes o Reclamante fazia a sua profilaxia
corporal diária, aliás, às vezes, duas ou três vezes ao dia, quando
então era covardemente surpreendido com vassouradas e pedradas
na janela do seu banheiro. Às vezes, a reclamada também usa uma
haste de prender cortina na parede, para alcançar a sua janela, haja
vista, serem extremamente próximos um apartamento do outro, pois
trata-se de um conglomerado de quitinete, de modo que a janela de
um apartamento fica ao lado da do seu vizinho próximo.
Não satisfeita em perturbar o sossego e o silêncio do Reclamante, já
que também tem o péssimo hábito de bater com violência na parede
comum ao seu apartamento ao do quarto do mesmo, a qualquer hora
do dia ou da noite, a Reclamada está minando e deteriorando a parca
saúde mental e psicológica do Reclamante, que possui a síndrome do
pânico e sociofobia, restando o seu lar, como um refúgio seu para se
ver livre do incômodo das outras pessoas. O Reclamante possui
graves traumas da época da ditadura militar, nos anos 60, de onde
guarda resquícios da violência social e política, vivida “na pele”, haja
vista, ter sido a sua irmã brutalmente sequestrada pelos militares,
quando foi arrastada da sua casa na sua frente e dos seus familiares,
sem ser sabido o local para onde ela foi levada, causando um trauma
psicológico, causador de anos de terapia com um profissional
especializado, restando até hoje resquícios da patologia.

Urge ressaltar, que o Reclamante por várias vezes tentou dirimir o


conflito de forma amigável, sem precisar recorrer a já tão assoberbada
máquina do Poder Judiciário.

DO DIREITO

De acordo com o art. 159 do Código Civil , a Reclamante está sujeita a


reparar os danos a que deu efeito, por sua livre e espontânea vontade,
já que violou vários direitos do Reclamante.

O art. 5º, inciso X, da nossa Constituição Federal é claro: “São


invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação.”

É imprescindível a constatação do dolo da Reclamada em causar


DANOS DE CUNHO MATERIAL, quando quebra a vidraça do seu
apartamento, por várias e contínuas vezes, não adiantando o
Reclamante repor os vidros quebrados pois logo em seguida, são
novamente destruídos, assim como, DANOS DE CUNHO MORAL,
uma vez que os seus atos de violência física contra o seu imóvel, são
diretamente absorvidos pelo Reclamante porque tal ato vil é realizado
SEMPRE no momento sagrado e de relaxamento do seu banho
corporal, caindo, inclusive, os vidros quebrados pela Reclamada, em
cima da pessoa do Reclamante, por vezes, ferindo-o.

DO PEDIDO
Isto posto, requer a Vossa Excelência, seja citada a Reclamada, para
comparecer a audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento na
data marcada, e, para no prazo legal, apresentar contestação dos
fatos que ora são alegados, sob pena de revelia. Requer ainda, seja
julgado procedente o pedido da exordial para que seja condenada a
Reclamada a indenizar o Reclamante em R$ 100,00 ( cem reais ) a
título de danos materiais, assim como no valor de R$ 5.940,00 ( cinco
mil, novecentos e quarenta reais ), a título de danos morais, uma vez
que sofridas as agruras do sentimento íntimo do Reclamante,
prejudicando o seu quadro psicopatológico, atingindo a sua intimidade,
a sua dignidade humana, assim como a sua honra.

Dá-se à causa o valor de R$ 6.040,00 ( seis mil e quarenta reais ).

Para os efeitos do art.39, I do CPC, indica o endereço: Av.


……………, nº ………, bairro…., cidade……, Estado.., CEP………..

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Cidade, ...... de .............. de 20XX

Nome do(a) advogado(a)

OAB/UF

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