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A Crise de 1929 foi a maior crise econômica da história

dos Estados Unidos e do capitalismo. Foi iniciada pela


quebra da Bolsa de Valores de Nova York.

Acionistas norte-americanos desesperados tentando vender suas açõ es durante a


quebra da Bolsa de Nova York em 1929.

A Crise de 1929 foi a maior crise econô mica da histó ria dos Estados Unidos e
do capitalismo, causada pela superproduçã o da indú stria norte-americana, falta de
regulamentaçã o da economia, excesso de crédito e especulaçã o na Bolsa de
Valores. Essa crise fez com que milhares de empresas falissem e milhõ es de
trabalhadores perdessem os seus empregos.

Contexto histórico da Crise de 1929


A década de 1920 ficou marcada como a que deu início à maior crise econô mica da
histó ria dos Estados Unidos e do capitalismo. Entretanto, antes dessa crise de
grandes proporçõ es, essa década havia se destacado como um período de euforia
e de prosperidade sem limites na memó ria norte-americana.

Nos Estados Unidos, a década de 1920 ficou conhecida como roaring twenties,
termo que foi traduzido para o português como “loucos anos vinte”. Essa expressã o
foi usada para definir o clima da sociedade norte-americana na década de 1920.
Isso porque os Estados Unidos viviam um ciclo de prosperidade jamais visto na
histó ria do país.

A economia norte-americana estava em crescimento desde antes da Primeira


Guerra Mundial, mas com o término do conflito, os Estados Unidos assumiram
indiscutivelmente a posiçã o de maior potência econô mica do planeta. Isso porque
o país prosperou bastante com a guerra, nã o tendo sido atingido pelo combate.

Assim, a indú stria norte-americana passou a ser responsá vel pela produçã o de
grande parte das mercadorias que eram consumidas no planeta. Além disso, o país
tornou-se credor das nações européias que se recuperavam da guerra. Isso
significa que os Estados Unidos passaram a importar mercadorias e a emprestar
dinheiro em grandes volumes para a Europa, principalmente.

O avanço da economia e da indú stria norte-americana estabeleceu o que ficou


conhecido como american way of life, o “modo de vida norte-americano”. Esse
modo de vida era baseado em um alto consumo de mercadorias, muitas delas
desnecessá rias. Entre os principais bens consumidos na época estavam os
eletrodomésticos.

Essa euforia fez com que a indú stria norte-americana começasse a produzir
mercadoria desenfreada mente, sem se importar se o mercado teria condiçõ es de
absorvê-las. Além disso, o clima de entusiasmo econô mico também fez com que os
bancos passassem a realizar uma grande quantidade de empréstimos, sem se
atentar se haveria retorno e também sem regulamentaçã o sobre estes.

Por fim, a excitaçã o econô mica incentivou milhares de pessoas a investirem o seu
capital em açõ es na Bolsa de Valores. A grande quantidade de pessoas
investindo em ações fez com que o valor destas disparasse, reforçando a
sensaçã o de prosperidade.

Causas da Crise de 1929


Levando em conta esse contexto, alguns pontos podem ser destacados em relaçã o
aos fatos que motivaram a Crise de 1929:

 Aumento da produçã o sem que o mercado pudesse absorver as


mercadorias produzidas;
 Realizaçã o de um elevado nú mero de empréstimos;
 Falta de regulaçã o sobre as transaçõ es;
 Recuperaçã o da economia européia;
 Especulaçã o monetá ria.

Vamos entender esse cená rio. Primeiramente, o aumento da produçã o norte-


americana nã o foi acompanhado por medidas que permitiriam a absorçã o dessas
mercadorias. No pó s-guerra, boa parte delas era consumida pelo mercado europeu,
mas a recuperaçã o econô mica da Europa fez com que a demanda por produtos
norte-americanos diminuísse.

Além disso, havia um fato importante no pró prio territó rio norte-americano. Os
trabalhadores do país, isto é, consumidores em potencial, nã o obtiveram
conquistas salariais. Assim, o poder de compra dos trabalhadores continuava o
mesmo e, naturalmente, eles nã o tinham condiçã o de consumir tudo o que era
produzido.
Ademais, a quantidade de crédito que estava sendo disponibilizada esbarrou em
um fator: muitos nã o pagaram os empréstimos que haviam pedido. As mercadorias
empacadas e o calote nos bancos afetaram a euforia do mercado e suas
conseqü ências chegaram à Bolsa de Valores de Nova York.

No dia 24 de outubro de 1929, o clima de desconfiança fez com que 12 milhões


de ações fossem colocadas à venda. Isso colocou o mercado em pâ nico, e o
quadro se manteve no dia 28, quando 33 milhõ es de açõ es foram colocadas à
venda. No dia seguinte, 29 de outubro de 1929, a bolsa quebrou e o valor das
ações despencou.

Imediatamente, açõ es que valiam milhares de dó lares passaram a valer


absolutamente nada, e diversas empresas norte-americanas que tinham o seu
capital investido na Bolsa de Valores foram à falência. Muitas das empresas que
nã o faliram perderam parte de seu patrimô nio e precisaram demitir funcioná rios.

As demissõ es aumentavam à medida que as empresas iam falindo. Tudo isso fez
com que os empréstimos dos bancos nã o fossem pagos. Além disso, o pâ nico criado
por essa situaçã o fez com que milhares de pessoas fossem aos bancos sacar seu
dinheiro para se resguardar. Isso levou centenas de bancos à falência, pois todos os
fundos foram retirados pelos clientes.

Conseqüências da Crise de 1929

Com a Crise de 1929, milhõ es de norte-americanos perderam os seus empregos e


as suas casas, sendo obrigados a viver na rua.

A quebra da Bolsa de Nova York deu início ao período da Grande Depressão. De


1929 a 1933, os Estados Unidos viveram o pior momento da crise econô mica.
Porém, a partir de 1933, uma gradual recuperaçã o começou a acontecer no país.
De forma geral, os efeitos da Crise de 1929 foram sentidos até meados da Segunda
Guerra Mundial.

Entre as conseqü ências da Crise de 1929 destacam-se o enorme nú mero de


falências que aconteceram nos Estados Unidos, além do aumento exponencial na
taxa de desempregados no país. O desemprego nos Estados Unidos saltou de
4%, antes da crise, para 27% da populaçã o depois da quebra da Bolsa de
Valores.

O PIB do país diminuiu, a quantidade de importaçõ es e exportaçõ es teve


decréscimo, a produçã o industrial foi reduzida e o salá rio dos trabalhadores
decaiu. Além disso, os efeitos da Crise de 1929 nã o ficaram restritos aos Estados
Unidos e se espalharam por diferentes países, sobretudo os europeus.

Lá na Europa, o nú mero de desempregados aumentou consideravelmente, e as


conseqü ências da crise econô mica serviram de impulso para o crescimento de
movimentos totalitaristas, como o nazismo, na Alemanha, o fascismo, na Itá lia.

Os efeitos da Grande Depressã o só começaram a ser contornados a partir de 1933,


quando o governo norte-americano implantou o New Deal (Novo Acordo), um
programa de intervençã o do Estado na economia. O objetivo desse programa era
reaquecer a economia dos Estados Unidos. Entre as açõ es realizadas, destaca-se,
por exemplo, a criaçã o de obras pú blicas para garantir emprego aos cidadã os
norte-americanos.

Crise de 1929 no Brasil

Aqui no Brasil, o maior impacto da Crise de 1929 se deu nas exportações que o
país realizava. O Brasil era o grande produtor internacional de café e os Estados
Unidos eram o maior consumidor desse produto brasileiro. Com a crise, o
movimento do café brasileiro empacou, pois o volume das importaçõ es norte-
americanas foi reduzido drasticamente.

Assim, o preço do café despencou no mercado internacional. Os cafeicultores


pressionaram o governo brasileiro para que uma açã o fosse tomada em relaçã o a
essa situaçã o. Em 1930, Getúlio Vargas assumiu a presidência e decidiu que o
governo compraria as sacas de café dos cafeicultores e as queimaria.

Assim, o Brasil assumiria o prejuízo dos cafeicultores e ainda destruiria o café para
garantir o preço da mercadoria no mercado internacional. Além disso, foi criado
um ó rgã o responsá vel por cuidar dos negó cios do café no Brasil. Esse ó rgã o ficou
conhecido como Conselho Nacional do Café.

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