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O Entreguerras

Crise de 1929
▪ Proposta do Capítulo: saber um pouco mais sobre a “Era dos
Extremos”.

▪ Assuntos estudados:
- O impacto da Primeira Guerra Mundial
- A Crise de 1929

A Europa destruída: o impacto da Primeira Grande Guerra

▪ Saldo da Guerra:
- Economias devastadas e uma geração frustrada
- 10 milhões de mortos em combate, 5 milhões d desaparecidos e 7
milhões de feridos e mutilados

▪ O preço da guerra foi muito elevado para os países europeus. Não


se mediram esforços, nem controlaram gastos com os combates.
▪ Na verdade, imaginava-se que os custos da guerra seriam pagos
pelo inimigo derrotado.
O Capitalismo à bancarrota: “se nem tudo
sucumbia, certo é que tudo adoecia”
▪ Os impactos econômicos da Guerra não estão relacionados apenas aos
negócios financeiros, mas também à dinâmica social, cultural e política.

▪ Década de 1920: Europa destruída pelos conflitos


Estados Unidos como a potência imperialista

▪ Os E.U.A surgiram como o país com a maior capacidade produtiva.

▪ O papel assumido pelos E.U.A transformou o mundo inteiro e trouxe um


novo patamar com o surgimento e a consolidação do capitalismo.

▪ O American Way of Life estendeu à Europa modelos comportamentais,


costumes, modas e gostos variados.
A partir da análise das imagens,
defina com suas palavras o que, para
você significa “American Way of
Life”?
▪ Para pensar: a produção estadunidense aumentou 60% e a renda
nacional cresceu 42%!!

▪ O crescimento não diminuiu a desigualdade social. Esse é um


erro muito comum: imaginar que crescimento do PIB ou da renda
per capita diminui as desigualdades sociais. Apenas 1/3 da
população atingiu o nível médio de vida.

▪ Entre o restante da população estavam os agricultores: durante


a guerra, contraíram empréstimos para incrementar a produção.

▪ Além das dívidas, sofriam com a concorrência dos produtores


canadenses, australianos e argentinos, aumentando a
desvalorização dos preços.

▪ É nesse contexto que há a Crise de 1929. Vamos entender o


que foi o “crack” da Bolsa de Nova York.
A CRISE DE 1929
A economia possuía bases sociais frágeis.

Baixos salários Grandes Em 1929, 1% da


e muitos desigualdades população detinha 45%
desempregados da riqueza nacional.

Em meados da década de 1920, a Europa reassume o controle de seus


mercados e disputa com os americanos o mercado internacional.

Crise de superprodução ou subconsumo

Agricultores perdem Bolsa de Valores


as terras hipotecadas. superaquecida
O crash da Bolsa
▪ Setembro de 1929: 40% do valor das operações do mercado
financeiro americano eram especulativas.
▪ 29 de outubro de 1929: 13 milhões de ações ficaram encalhadas na
Bolsa de Valores de Nova York.
▪ A crise de 1929 foi uma Crise de superprodução e o subconsumo.
Imensos estoques de mercadorias se acumularam sem
compradores.

▪ A especulação financeira fez com que ações de companhias


praticamente quebradas fossem vendidas a preços exorbitantes.

▪ Sem a regulamentação do Estado, o capitalismo oligopolista levou


o mundo à beira da ruína.
➢ Consequências:

➢ Falência de 9.000 bancos;


➢ Falência de 85 mil empresas;
➢ Queda de 85% no valor das ações (1929-32);
➢ Redução salarial de 60%;
➢ Desemprego: 13 milhões, somente nos EUA;
➢ Financiamento de Regimes Totalitários;
➢ Crise econômica e recessão mundial.
Uma fila de desempregados espera a distribuição de comida por uma instituição de caridade.
Oferta de trabalho por 1 dólar por semana (1930).
“Sopa dos pobres”.
“Sopa dos pobres”.
“Hoovervilles”.
Eram bairros-de-lata
e foram assim
chamados por ironia
ao presidente
Herbert Hoover
“Hoovervilles”.
Marcha contra o desemprego (Inglaterra).
Ku Klux Klan (KKK) é um movimento racista,
fundado em 1865 nos E.U.A., que apoia a
supremacia branca e o protestantismo. A
KKK, no seu período mais forte, actuou
principalmente na região sul dos E.U.A., em
estados como o Texas e o Mississipi.
O IMPACTO DA CRISE NA
AMÉRICA LATINA
• Os países da América Latina também foram gravemente
afetados pela Grande Depressão. Argentina e Brasil, por
exemplo, tinham suas economias baseadas na exportação de
gêneros primários, como trigo, carne bovina e café. Além disso,
parte importante do capital investido nesses países era de
origem estrangeira, principalmente dos Estados Unidos, da Grã-
Bretanha e da França.
• Com a expansão da crise e a drástica redução das importações
estadunidenses e europeias, os preços dos gêneros primários
caíram de forma abrupta, prejudicando as economias latino-
americanas. Além disso, diante da crise, os investidores
estrangeiros diminuíram drasticamente o volume de capitais
aplicados na América Latina.
ARGENTINA E BRASIL
• Entre o final do século XIX e a crise de 1929, a Argentina tinha
a economia mais próspera da América Latina e uma das
rendas per capita mais elevadas do mundo. Sua riqueza estava
concentrada nas exportações de trigo (37%) e carne bovina
(39%). As vendas desses produtos já vinham se desacelerando
desde 1925, mas, com o início da Grande Depressão, caíram
drasticamente.
• Apesar dos impactos da crise, o governo argentino adotou
medidas para recuperar rapidamente a economia do país. A
partir de 1932, sob uma bandeira nacionalista, a Argentina
iniciou sua industrialização por substituição das importações. A
produção industrial de bens de consumo voltada para o mercado
interno foi o motor do crescimento econômico argentino, ainda
que o trigo e a carne continuassem liderando as exportações do
país.
ARGENTINA E BRASIL
• O caso brasileiro não foi muito diferente do argentino. Na
década de 1920, o café representava 69% das exportações do
país, seguido da borracha e do algodão, ambos com 2,5%. Diante
da crise, a economia brasileira foi profundamente afetada pela
queda das exportações. Por isso, nos anos 1930, o governo de
Getúlio Vargas tomou medidas para diversificar a produção
agrícola e promover a industrialização por substituição das
importações.
• De modo geral, os países da América Latina criaram mecanismos
reguladores da economia para superar os efeitos da crise de
1929. Fundaram instituições financeiras de controle do crédito,
do câmbio e da inflação, como os Bancos Centrais, elevaram as
tarifas de importação e investiram na industrialização nacional.
Em outras palavras, começaram a construir um Estado
intervencionista para combater os efeitos da política de livre
mercado.
Villa Desocupación, na cidade de Buenos Aires, na Argentina, em foto de
1932. O bairro foi formado por pessoas desabrigadas em decorrência da
crise mundial de 1929.
Utilização do café como combustível (Brasil).
O New Deal (Novo Acordo)
• Para tentar solucionar a crise, o presidente
norte-americano criou uma política
econômica para tentar solucionar a crise que
afetou os E.U.A.
• Ela tinha como base:
– Subsídios aos agricultores,
– Incentivos a obras públicas,
– Política de proteção ao trabalhador (Seguro
desemprego)
– Controle sobre a especulação bancária.
Estados Unidos da América

O presidente dos E.U.A., Franklin Roosevelt, incrementou, a partir de inícios de 1933, uma
nova política económica, o New Deal (Nova Distribuição), que defendia o intervencionismo
do Estado na economia baseada nas teorias do economicista inglês John Keynes.

Objetivos: diminuir o desemprego para aumentar o poder de compra e, como tal, o


consumo.

Medidas:
▪ concessão de indenizações aos agricultores que reduziram as suas áreas de cultivo a
fim de diminuírem a produção;
▪ concessão de créditos agrícolas para pagamento de dívidas;

▪ fixação dos níveis de produção e dos preços de venda ao público;

▪ criação de legislação para controlar a actividade da Bolsa e dos Bancos;

▪ realização de grandes obras públicas (barragens, canais, escolas, estradas, pontes,


caminhos-de-ferro…) para combater o desemprego;
▪ diminuição do horário de trabalho para 40 horas semanais;
▪ estabelecimento do salário mínimo nacional;

▪ criação do Welfare State (Estado Providência) ou segurança social: subsídios de


desemprego, de doença, de velhice e de invalidez.

Resultados:
▪ diminuição do desemprego (baixou cerca de 50% entre 1933 e 1937);
▪ aumento da produção industrial;
▪ recuperação da economia e reforço do poder do Estado (proteccionista).
Enfim, o que percebemos é que o Estado estava
interferindo na economia, ditando as regras,
o que de certa forma ocorre em muitos
momentos de crise econômica.

Franclin Delano Roosevelt, candidato do Partido Democrata, foi eleito Presidente em 1933.
Construção da barragem de Wilson, no Alabama.
Construção de uma barragem no rio Tennessee.
Construção de saneamento ao abrigo do programa Works Progress Administration (WPA).
Atividades
Livro didático página 87
Exercícios: 1 e 2

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