ESCOLA ESTADUAL ABBC
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA
PROFESSOR (A): ANA PAULA PANTOJA BENTES
SÉRIE: 3º ANO
1- A CRISE DE 1929
INTRODUÇÃO
A crise de 1929, foi uma crise na Bolsa de Valores de
Nova York que desencadeou a Grande Depressão e que
persistiu ao longo da década de 1930, terminando
apenas com a Segunda Grande Guerra (1939-45). É
considerado o pior e mais longo período de recessão
econômica do século XX, responsável pelo desemprego,
queda da produção industrial e dos preços de ações em
diversos países.
Antecedentes da crise: a prosperidade dos EUA
A partir de 1921, os Estados Unidos entraram em rápida
expansão econômica fornecendo empréstimos e
investimentos aos mercados externos da Europa e da
América Latina. O crescimento industrial garantiu alto
índice de emprego e baixou os preços dos bens de
consumo. A elevação dos salários e a expansão das
vendas a crédito também impulsionaram a classe média
a comprar mais produtos, entre eles, automóveis,
rádios, fogões e geladeiras.
A prosperidade econômica, marcada pela produção em
série para o consumo em massa, não era, contudo,
partilhada por toda população norte-americana. Havia
grande concentração de renda nas mãos de poucos. Em
1929, por exemplo, os 13% de norte-americanos mais
ricos detinham cerca de 90% da riqueza do país.
Enquanto isso, metade da população vivia abaixo da
linha da pobreza, a maioria constituída por negros.
A superprodução de 1925
A partir de 1925, uma crise de superprodução agrícola e
industrial começou a frear o crescimento industrial e
agrícola dos EUA. No campo, o uso de tecnologias
agrícolas (colheitadeiras, tratores, fertilizantes e outros)
resultou em enormes colheitas, excedendo as
necessidades de mercados. A superprodução agrícola
aumentou os estoques de alimentos e mercadorias
derrubando seus preços. A saída foi diminuir a
produção e demitir trabalhadores. No fim de 1928, já
havia 4 milhões de desempregados nos EUA. Mas a
facilidade de obter empréstimos dava aos
desempregados a ilusão de que tudo se resolveria.
A falsa euforia da venda de ações
Como estratégia para ampliar seus investimentos, as
empresas aceleraram a abertura de seu capital para
acionistas. As indústrias químicas, elétrica e mecânica
dos Estados Unidos davam sinal de contínuo
crescimento e a população se sentia confiantes em
investir no mercado financeiro.
Tudo indicava que comprar ações de empresas bem-
sucedidas era uma boa maneira de fazer com que uma
pequena quantidade de dinheiro resultasse em grandes
rendimentos. Os bancos ofereciam empréstimos a juros
baixos, possibilitando a qualquer pessoa comprar ações
na Bolsa de Valores.
A especulação financeira
Em 1928, as ações dos Estados Unidos valorizaram em
ritmo descompassado ao crescimento da economia do
país. Em julho daquele ano, a produção industrial
americana já havia começado a cair e, no entanto, a alta
das ações na Bolsa de Valores de Nova York continuou
a ser mantida artificialmente, baseada em pura
especulação e não em investimentos reais.
Poucos prestavam atenção à real situação financeira
das companhias que vendiam ações no mercado. A
atitude geral dos acionistas era vender as ações quando
elas subiam de valor e comprar ações de outra empresa
mais promissora.
A quebra da Bolsa de Valores
No dia 24 de outubro, as ações na Bolsa de Valores de
Nova York caíram drasticamente e tornou-se notícia em
todo o mundo com o crash ou quebra da Bolsa. O 24 de
outubro ficou conhecido como Quinta-feira Negra. O
medo de perder tudo o que tinham aplicado fez muitos
acionistas vendessem seus títulos a baixos preços. Os
valores das ações despencaram nos dias seguintes,
chegando ao desastre total no dia 29, a Terça-feira
Negra.
Milhares de acionistas perderam, da noite para o dia,
grandes somas em dinheiro, e muitos foram à miséria.
Diante do alto risco de quebra também dos bancos, as
pessoas correram para tirar seus depósitos. O efeito
disso foi a falência de bancos em todo o país e das
empresas que deles dependiam. Como consequência,
milhões de trabalhadores foram demitidos aumentado o
já alto número de desempregados no país.
O círculo vicioso da crise
O desemprego significou a queda do consumo e a ruína
de comerciantes e industriais. Os preços despencaram.
Indústrias, lojas e escritórios fecharam. A crise piorou a
situação dos pequenos fazendeiros e trabalhadores
rurais. Não havia compradores para seus produtos, que
acabam apodrecendo às toneladas nos campos e nos
celeiros. Sem renda, não podiam pagar suas dívidas e
perdiam suas terras, que eram tomadas pelo bancos.
Sobreveio o período da Grande Depressão que durou
até o final da década de 1930. Como resposta à crise, o
governo norte-americano reduziu drasticamente suas
importações e cortou os empréstimos e os
investimentos no comércio exterior. O resultado foi a
derrocada financeira de muitos países da Europa e da
América Latina entre 1930 e 1932.
 Efeitos da crise
• O empobrecimento repentino e o clima de
pessimismo nos Estados Unidos e na Europa
afetaram a credibilidade da população na
democracia liberal. Greves, passeatas e
agitações ocorreram em muitos países,
especialmente na França e na Alemanha.
• Ganharam força os movimentos de extrema-
direita (Nazifascismo) que propunham a
implantação de um governo forte e antiliberal
em que o Estado controlasse a economia.
• A crise de 1929 afetou também o Brasil. Os
Estados Unidos eram o maior comprador do
café brasileiro. Com a crise, a importação deste
produto diminuiu muito e os preços do café
brasileiro caíram. Para que não houvesse uma
desvalorização excessiva, o governo brasileiro
comprou e queimou toneladas de café.
• O descrédito no capitalismo fez crescer os
movimentos de extrema-esquerda que tomaram
por modelo a Rússia comunista, o único país a
não sofrer os efeitos da crise de 1929.
• Renunciando ao liberalismo econômico, o
Estado passou a interferir na economia
regulando a produção e a distribuição de
produtos, e impondo regras protecionistas para
resguardar a economia nacional de mercadorias
e capitais estrangeiros.
• Nos Estados Unidos, o governo de Franklin
Roosevelt adotou, em 1933, o New Deal (Novo
Acordo) – um conjunto de medidas de
intervenção direta do Estado na economia.
O New Deal
• Devido à crise de 1929 que os Estados Unidos
da América enfrentavam foi criado o New
Deal (novo acordo), com o intuito de o estado
intervir na economia, onde este era liberal, ou
seja, norte americanos viviam o
chamado liberalismo econômico onde o estado
não intervém nas atividades econômicas. Este
foi o maior fator para o fim do capitalismo
liberal.
• O “novo acordo” foi um conjunto de medidas
criado no governo de Franklin Delano Roosevelt
(1933-1945), que foi inspirado nas ideias do
economista John Keynes onde visava tomar
medidas econômicas que garantissem o pleno
emprego dos trabalhadores. Keynes defendia,
também, uma redistribuição de lucros para que
o poder aquisitivo dos consumidores
aumentasse de acordo com o desenvolvimento
dos meios de produção.
Principais Medidas
• O New Deal abrangia a agricultura, a indústria e
a área social. Entre as principais medidas
estavam:
• Concessão de empréstimos aos fazendeiros
arruinados para que pagassem as suas dívidas
e reordenassem a produção;
• Controle da produção visando à manutenção
dos preços dos produtos;
• Fixação dos preços de produtos básicos, como
carvão, petróleo, cereais etc.
• Realização de diversas obras públicas, para a
criação de novos empregos, visando os
milhões de desempregados.
• Aumento do salário dos empregados;
• Jornada de trabalho de 8 horas;
• Legalização dos sindicatos;
• Erradicação do trabalho infantil;
• Criação da previdência social;
• Este programa não liquidou totalmente a crise
econômica, mas manteve a estabilidade. A
partir de 1935, a economia do país voltou a se
estabelecer, mas só se restabeleceu totalmente
com a Segunda Grande Guerra.
2- O NAZIFASCISMO
Totalitarismo
▪ A falta de esperança somada à destruição a partir da 1ª
Guerra Mundial e as crises econômicas trouxeram uma
onda de insatisfação e de contestações populares em
muitos países europeus.
▪ Entre as elites, havia o temor de revoluções
socialistas, como aconteceu na Rússia.
▪ Em alguns países, políticos e partidos autoritários
ganham notoriedade e tornam-se uma alternativa para
conter o avanço socialista.
Características:
- O grupo é prioritário;
- Os chefes conduzem a comunidade;
- Os inimigos são os responsáveis pelos problemas
existentes.
- Governo centralizado
- Partido único
- Culto ao líder
- Nacionalismo extremo
- Contra o liberalismo e o socialismo
- Militarismo
- Educação dirigida
- Líder carismático
- Expansionismo territorial
- Fim das liberdades
- Aniquilação dos inimigos
- Forte propaganda
- Censura
 Fascismo italiano
▪ Depois da 1ª Guerra Mundial, a Itália estava em grave
situação, com a morte de mais de 600 mil pessoas e
uma
enorme dívida externa.
▪ A Itália não ganhou territórios prometidos pela Tríplice
Entente caso entrasse na Guerra.
▪ Benito Mussolini (1883-1945) fundou em 1919 os
Fascio de combate que deu origem ao partido
fascista.
Defendendo um nacionalismo extremo e a subordinação
do indivíduo ao Estado, Mussolini prometia que, sob
seu governo, a Itália reviveria as glórias do Império
Romano. “Crer, obedecer, combater”
Marcha sobre Roma
▪ Em 1921, o movimento fascista italiano transformou-se
no Partido Nacional Fascista.
▪ Em poucos meses, já contava com 300 mil filiados
obedientes ao Duce (chefe) Benito Mussolini.
▪ Em 1922, liderou a Marcha sobre Roma: com milhares
de camisas-negras vindos de várias partes da Itália,
invadiu a capital para exigir o poder.
Fascismo italiano
A palavra fascismo vem do italiano fascio (feixe). A
força da união militar, inquebrável (uma vara só pode
ser facilmente
quebrada, mas várias juntas não).
Governo de Mussolini (1922-1943)
▪ O rei Vitor Emanuel III cedeu à pressão e convidou
Mussolini para ser primeiro-ministro.
▪ Em 1924 os fascistas venceram as eleições
parlamentares com uso de violência e fraudes.
▪ Mussolini implantou a ditadura: fechou jornais; criou
uma polícia secreta, que prendia e assassinava os
adversários; proibiu todos os partidos de oposição.
▪ Tratado de São João de Latrão, 1929: acordo de
Mussolini com o Papa Pio XI. Reconhecia o Vaticano
como Estado independente. Em compensação, a Igreja
reconhecia que o governo fascista era legítimo.
▪ O governo de Mussolini também usou a educação para
divulgar suas ideias.
▪ A escola tinha por função preparar física e moralmente
os futuros soldados da Itália.
▪ Através do rádio, o Duce “falava de perto” aos
italianos.
▪ Já o cinema era usado para fabricar e divulgar
imagens que mostravam uma Itália sem fome, sem
conflitos e com uma população satisfeita, saudável e
voltada para o esporte.
▪ A Itália sediou e venceu a Copa do Mundo de futebol
de 1934.
Ascensão do Nazismo
Alemanha após a 1a Guerra
▪ Cerca de 2 milhões de mortos e 4 milhões de feridos.
▪ Pesadas cláusulas do Tratado de Versalhes, que
obrigavam a ceder territórios e pagar indenizações.
▪ Com a saída do monarca Guilherme II, o país se tornou
uma república parlamentarista.
▪ Desemprego, inflação e crescimento da pobreza.
- O governo alemão recorreu à impressão de dinheiro,
mas isso gerou hiperinflação.
- Em outubro de 1923 a inflação era de 20,9% ao dia. As
mercadorias dobravam de valor a cada 3,7 dias.
Hitler e o nazismo
▪ Em 1920, Hitler assumiu a liderança do Partido dos
Trabalhadores Alemães e mudou o nome para Partido
Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazi).
▪ Discurso nacionalista extremado, de ódio aos judeus e
comunistas.
▪ Ainda em 1920, criou as SA (Seções de Assalto),
grupos paramilitares para agir contra os adversários.
▪ Programa do partido nazista
“Exigimos a reunião de todos os alemães numa grande
Alemanha [...]. Exigimos [...] a abolição dos tratados de
paz de Versalhes e de Saint-Germain. Exigimos terras
(colônias) para alimentar o nosso povo e nelas instalar a
nossa população excedente. [...] Só pode ser membro
do povo aquele que possui sangue alemão. [...] A
atividade do indivíduo não deve prejudicar os interesses
da comunidade. [...] Deve o Estado empreender uma
reorganização radical de todo o nosso sistema de
educação popular.”
Putsch (golpe) de Munique [1923]
▪ Tentativa de tomar o governo através de um golpe, na
cidade de Munique, com apoio das SA.
▪ Hitler foi condenado a 5 anos de prisão, dos quais
cumpriu apenas 9 meses.
▪ Enclausurado, escreveu o livro Mein Kampf (Minha
Luta), onde expôs suas ideias políticas, baseadas em:
totalitarismo, nacionalismo, racismo, antissemitismo e
expansão territorial.
A ascensão dos nazistas
▪ A popularidade dos nazistas aumentou entre os
trabalhadores com promessas de aumentos salariais,
reforma
agrária, fim de dívidas dos camponeses.
▪ Também cresceu entre os empresários, com medo da
força política dos comunistas.
▪ Hitler voltou a se apresentar como “salvador da
pátria”.
“Basta com a corrupção!
Vote Nacional-socialistas!”
Mão nazista esmaga comunistas e judeus.
Na eleição de parlamentar de 1932, os nazistas tiveram
quase 40% dos votos.
Hitler no poder
➢ Janeiro de 1933: o presidente da República, Paul von
Hindenburg, nomeou Hitler chanceler (chefe de
governo)
da Alemanha.
➢ Fevereiro de 1933: o prédio do Reichstag
(Parlamento alemão) foi incendiado. Os nazistas
culparam os
comunistas. Onda de perseguições. Mais de 100 mil
pessoas presas.
➢ Com apoio do Parlamento, Hitler iniciou perseguição
e eliminação de opositores.
➢ Agosto de 1934: o presidente Hindenburg morreu.
Hitler unificou os cargos de presidente e primeiro-
ministro.
➢ Hitler declarou-se Führer, ou seja, líder do Império
Alemão (Terceiro Reich).
➢ Hitler implantou a ditadura: fechou sindicatos,
jornais e partidos políticos, ordenou a queima de livros,
perseguiu os judeus e grupos minoritários, estabeleceu
a censura.
➢ Investimento na indústria de base, em obras públicas
e desenvolvimento da indústria de armas.
➢ Parceria com grandes empresários, que aumentaram
seus lucros.
➢ Além das SA (grupos paramilitares), foram criadas a
Gestapo (polícia política) e a SS (guarda de elite).
Responsáveis pelas perseguições a quem fosse
opositor.
➢ Forte propaganda. Joseph Goebbels, ministro da
propaganda, apresentava Hitler como salvador.
➢ Artistas, intelectuais e cientistas deixaram o país.
➢ Criação da juventude hitlerista: treinar militar e
ideologicamente alemães de 10 a 18 anos, de ambos os
sexos, para os interesses nazistas.
➢ Jogos Olímpicos de 1936: tentativa de mostra da
superioridade da raça ariana.