A DEPRESSÃO MUNDIAL DOS ANOS 1930

PROFESSORA DRA REGINA GADELHA

A DEPRESSÃO MUNDIAL DOS ANOS 1930
Professora Dra. Regina Gadelha

I – A CRISE MUNDIAL

CONTRAÇÃO RÁPIDA E VIOLENTA DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

(NÍVEL DA PRODUÇÃO)
• URSS: EM JULHO 1932, QUEDA DE 38% DA PRODUÇÃO
INDUSTRIAL EM RELAÇÃO A 1929.
EXEMPLO: AÇO 120 milhões de toneladas (1929)
↓ 50 milhões de toneladas (1932).

PREÇOS ATACADO = QUEDA DE 30% DO PREÇO DOS PRODUTOS

MANUFATURADOS E DE 50% DO PREÇO DAS MATÉRIAS PRIMAS.
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• EUA e CANADÁ: 12 anos de crise e queda de preços (a queda

foi mais forte nos países em que o crédito era maior).
• ALEMANHA/POLÔNIA: Queda mais forte em países que
haviam sofrido crise monetária após a I Guerra Mundial e
tiveram que contrair empréstimos externos para voltar a
crescer.
• GRÃ-BRETANHA: Forte crise, em consequência à persistente
crise estrutural da economia do pós-guerra.
• FRANÇA: Crise menos forte em países que haviam tido lento
crescimento industrial nos anos 20.
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2 - DESORGANIZAÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

• Queda de 2/3 do valor do Comércio Internacional em relação

a 1929 → o volume das trocas declina desde 1930 e atinge
seu ponto máximo em 1932.

• Os paliativos tradicionais – protecionismo e desvalorizações

monetárias, destinados a reduzirem os preços dos produtos
exportados, são inúteis.
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3 - A RETOMADA DAS TROCAS INTERNACIONAIS

• A retomada das trocas se dará desde 1934, mas o ritmo de

crescimento do comércio dos gêneros agrícolas e dos produtos
manufaturados somente se daria em 1939, vésperas da II
Guerra Mundial.

AS MUDANÇAS SÃO ESTRUTURAIS - AS TROCAS SÃO MAIS

LIMITADAS
• Dentro de ZONAS MONETÁRIAS, fracamente protegidas,
formam-se blocos: bloco da libra esterlina; bloco do dólar;
bloco do franco; bloco do yen.
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• No quadro de Acordos bilaterais:

→ trocas ou compensação das balanças de dois países
(clearing);
→ a generalização do dumping aumenta a concorrência e as
tentativas de controle internacional, para normatizar as relações
comerciais fracassam (Londres, 1933);
→ os nacionalismos econômicos e as barreiras aduaneiras fariam
renascer a desconfiança nas intenções dos parceiros
internacionais.
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II - A CRISE SOCIAL (As estatísticas abrangem somente os trabalhadores

regularmente empregados nos setores industrial e terciário, excluindo os
empregos parciais e de meio-período, e as multidões asiáticas de
subempregados).
1. PROGRESSÃO DO DESEMPREGO:
Nos EUA, Canadá e Europa o desemprego passa de 10 milhões
(1929) para 30 milhões (1932).
1932: EUA = 15 milhões de desempregados; ALEMANHA = mais
de 6 milhões; GRÃ-BRETANHA = mais de 3 milhões.
2. CRISE DA AGRICULTURA: Ruína e falência dos produtores;
retorno à produção de subsistência; fazendas hipotecadas em
mãos dos bancos que passarão a desenvolver uma agricultura
mecanizada etc.
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A CRISE AGRÍCOLA

• A superabundância dos gêneros comestíveis não consegue

reabsorver a destruição dos estoques.

• A baixa das vendas afetou toda a agricultura mundial, da

pequena produção do Japão ao leste europeu até os grandes
latifúndios cerealistas da América do Norte, como a Cotton
Belt dos EUA, às fazendas de café de São Paulo e plantações
de borracha da Indochina, Java, Malásia, etc.
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• Após 1929 são destruídos no mundo inteiro cerca de 900 000

vagões de trigo e 150 vagões de arroz.

• Nos EUA foram mortos 6 milhões de porcos, 600.000 vacas e

destruídos 20 milhões de toneladas de carne em conserva; na
Argentina foram mortos 550.000 carneiros; na Holanda, 200.000
vacas leiteiras; no Brasil são recolhidos e queimados 32 milhões de
sacas de café; em Cuba, 13 milhões de toneladas de cana-de-
açúcar.

• Os preços em atacado dos produtos agrícolas dos Estados Unidos e

do Canadá são reduzidos em 2/3 do valor: Na Bolsa de New York, o
preço do trigo cai de US$ 148,00 (1928) para US$ 44,50 (1933); em
LIVERPOOL-GB, o preço do trigo será o menor do século.
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3. AS CLASSES MÉDIAS
• Falência dos rentistas de classe média, atingidos pelas
desvalorizações monetárias.
• Falências de Comerciantes, Pequenos Industriais e
Artesãos, que não resistem à concorrência das grandes
firmas, nem possuem crédito ou apoio bancário
necessários.
• Quebra de profissionais liberais: médicos, dentistas,
advogados, professores, intelectuais etc.
• Queda e redução dos salários de funcionários públicos.
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AS CONSEQUÊNCIAS DA CRISE DE 1929:

1 – O ESTADO é chamado a intervir.
2 - 1936 - KEYNES publica a Teoria Geral, onde questiona as
premissas do liberalismo econômico → o Estado é chamado a
intervir.

ATENÇÃO
– Keynes não propõe dirigismo nem práticas de
planejamento e permanecerá sempre um liberal.
– Nos EUA, entre 1932 e 1933, tecnocratas americanos
(anteriores ao New Deal - Franklin D. Roosevelt) pregam o
dirigismo econômico sobre a economia mundial.
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Segunda a teoria keynesiana:

• A taxa de desemprego somente será reabsorvida através de

um grande crescimento da demanda de bens de consumo.

• Isto somente pode ocorrer através de uma política de

investimentos massivos, aumento da circulação monetária e
de despesas orçamentárias da parte do governo, bem como
do auxílio seletivo às empresas mais dinâmicas.
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3 – Surgimento de totalitarismos

As classes médias e, mesmo, grande parte do operariado

revelam-se vulneráveis às pregações xenofobistas (nacionalistas
ou anticapitalistas) e racistas, incluindo práticas de intolerância
contra minorias e estrangeiros → estes movimentos preparam o
advento político de regimes totalitários (NAZISMO E FASCISMO)
e prenunciam o clima e as condições que levarão à II Guerra
Mundial.
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– Na ALEMANHA, Hitler, em nome do Nacionalismo-

Socialismo alemão, prega o Capitalismo e a Empresa
Privada ao lado do dirigismo estatal, onde o Estado tanto
fixa taxas e impostos, como salários, empregos, lucros e
investimentos. A produção somente é livre na aparência.

– Após 1930, recrudesce a concorrência entre os trustes e os

cartéis mundiais → Alemanha, Itália e Japão preparam os
caminhos que conduzirão as nações à II Guerra Mundial.