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SUMÁRIO
A ECONOMIA BRASILEIRA DE FINS DO SÉCULO XIX ATÉ A CRISE DE 1929 3
1.1. Crise monetário-financeira: Encilhamento (1889/1891). .................... 3
1.2. Metalistas versus papelistas ......................................................... 4
1.3. A Economia cafeeira e o convênio de Taubaté (1906). ...................... 6
1.4. A Crise Cafeeira, a Grande Depressão e os primórdios da
industrialização. .............................................................................. 11
2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO .................................................. 15
Certo ( ) Errado ( )
Resolução:
Se desdobrarmos as três características citadas pelo enunciado para
analisarmos individualmente:
• Crescimento industrial: não estava presente no período e, somente,
se iniciaria, de maneira mais relevante, nas primeiras décadas do século XX,
após a Primeira Guerra Mundial que reduziu o fluxo de importações para o
Brasil;
Pensamento Heterodoxo
Pensamento Ortodoxo
(Desenvolvimentista)
Taxa de câmbio fixa Taxa de câmbio flexível
Deflacionistas Inflacionistas
Volume de moeda NÃO pode afetar
Volume de moeda PODE afetar produto
produto
Volume de moeda FIXO (função do Volume de moeda FLEXÍVEL (função
lastro em ouro) da atividade econômica)
Inspiração Inglesa Inspiração Alemã
Cerne: fixação do câmbio e balanço de
Cerne: definição da taxa de juros
pagamentos
Esquema 1 - METALISTAS versus PAPELISTAS
1
:Joseph Alois Schumpeter foi um economista e cientista político austríaco. É considerado um dos mais
importantes economistas da primeira metade do século XX, e foi um dos primeiros a considerar as
inovações tecnológicas como motor do desenvolvimento capitalista.
A Lei Bancária de janeiro de 1890 pode ser exemplo de medida mais afinada
com o papelismo do que com o metalismo.
Certo ( ) Errado ( )
Resolução:
Exatamente. Vale lembrar que Rui Barbosa era adepto da corrente papelista
que preconizava a emissão de moeda não lastreada em metais. Como
consequência desta medida adotada pelo então Ministro, pode-se citar o
descontrole monetário. Portanto, o tipo de visão coadunada por Rui
Barbosa era oposta à visão metalista.
Gabarito: Certo.
O Convênio de Taubaté
dos bens (de consumo e de capital) e, por isso, não pôde se tornar solução
permanente.
Uma das características da classe dos produtores de café era a alta influência
política e diante do pior dos cenários (superprodução e baixa no preço
internacional) a classe cafeicultora buscou que o governo intervisse no
mercado de café para estimular a valorização do preço do produto.
Neste cenário, de um lado a corrente de pensadores liberais (ortodoxos)
propunham que a intervenção prejudicaria os objetivos retomada da
capacidade de tomar crédito do Brasil no mercado internacional. De outro
lado, os intervencionistas (heterodoxos) defendiam a desvalorização
da moeda e que a intervenção do governo ocorresse nos estoques,
como agente especulador, para barganhar no mercado internacional,
assegurando a compra do café do produtor brasileiro. A justificativa para a
posição dos intervencionistas era de que problema não estava fundado,
somente, no excesso de oferta, mas, também, na variação do preço no
mercado internacional provocada pelos especuladores que se respaldavam
em grandes estoques adquiridos a menores preços para venda nos momentos
de alta do preço.
Certo ( ) Errado ( )
Resolução:
Antes de tudo, é importante mencionar que no período compreendido entre
1903 a 1905 houve uma consistente valorização cambial em função da
continuidade do processo de ingresso de capitais estrangeiros. Esta
continuidade, promoveu melhora no Balanço de Pagamentos e,
consequentemente, valorização cambial.
Gabarito: Errado.
Os dois motivos permitiram uma situação cambial favorável para o Brasil que
passou a adotar o padrão ouro como paridade cambial. Porém, com a crise
de 1929, as reservas esvaziaram-se rapidamente, falindo o sistema de
conversibilidade (padrão ouro). Juntamente com a crise, a demanda por
café diminuiu muito no mesmo momento no qual o recorde de produção
(oferta) foi atingido (em 1933), durante o período mais crítico dos efeitos da
crise. Ou seja, o problema em relação ao café estava situado nos dois
lados da equação econômica: no lado da demanda e no lado da oferta.
O esvaziamento de reservas reduziu o valor da moeda brasileira e gerou um
relativo alívio ao exportador brasileiro, mas insatisfação para o importador e,
mesmo assim, uma parcela relevante da produção de café não ainda não
conseguiria ser absorvida pelo mercado. Ademais, com o agravamento da
crise e o excessivo volume de oferta de café o tamanho da queda do preço
no mercado internacional ultrapassou o tamanho da depreciação da
moeda, restando incontroverso o prejuízo do produtor de café. Restou como
saída, para o governo, a expansão do crédito que socializou os prejuízos do
cafeicultor, pois piorou o desequilíbrio no Balanço de Pagamentos e aumentou
ainda mais desvalorização da moeda como nova medida para controlar o
prejuízo do cafeicultor.
Os primórdios da industrialização
A segunda metade do século XX consolida a economia brasileira pela
predominância do trabalhador assalariado e traz a necessidade de
modelagem de um sistema com maior dinamismo do mercado interno.
Podemos dividir o ciclo de desenvolvimento do período em dois momentos.
No primeiro, o segmento de exportações de bens representa o
principal aspecto de dinamismo e crescimento da renda nacional.
Assim, se a renda externa se contrai, se contrai, também, a renda nacional.
Baseado nesta premissa que se deu o funcionamento da economia brasileira,
com um cenário de dificuldades de crescimento em função da Primeira Guerra
Mundial e, também, da Crise de 1929. Já no segundo momento do
desenvolvimento, a importância do comércio exterior como gerador
de renda nacional, se reduz, mas a dependência dele para a formação
de capital fixo (investimentos em bens de capital produtivos) tende
a aumentar, pois a demanda por máquinas e equipamentos aumenta, à
medida que mais investimentos no setor produtivo interno cresce. Este
formato caracterizou o Brasil na segunda metade do século XX e fica evidente,
segundo CELSO FURTADO, no período compreendido entre 1929 e 1957, na
comparação entre a evolução do produto real que cresceu 300% enquanto as
exportações apenas 80%. Por consequência, do modelo de desenvolvimento,
as importações aumentaram de maneira relevante.
CAUSA CONSEQUÊNCIA
Demanda por café não aumentou com o Café tem baixíssima elasticidade renda
aumento da renda externa da demanda
produtor não possuía acesso a outras
Política de desestímulo ao aumento das
atividades de investimento cujas taxas de
plantações de café não funcionava
retorno fossem comparadas à do café
O preço era mantido em alta de modo
Riscos para Brasil como principal produtor artificial; e
mundial A produção de café não oferece barreiras
à entrada
Dificuldades não sofridas pelo Brasil com os
investimentos em estoques; e ingresso de
empréstimos para defesa do café (adoção do
capitais estrangeiros
padrão ouro)
estava situado nos dois lados da equação
Diagnóstico do problema do café econômica: no lado da demanda e no lado
da oferta
Nos Estados Unidos, a queda dos preços no o custo do café destruído era menor do
atacado foi menor que a queda do preço do que a renda criada com o programa de
café, mas gerou mais desemprego do que no defesa do café, o que propiciou a
Brasil manutenção dos empregos
Esquema 5 - A Crise Cafeeira e a Grande Depressão
CAUSA CONSEQUÊNCIA
necessidade de modelagem de um sistema
Predominância de trabalhador assalariado
com maior dinamismo do mercado interno
industrialização brasileira iniciou em um
tendência à concentração da renda em
mesmo momento em todas as regiões, mas
relação a cada bloco do território
concentrou-se
Esquema 6 - Os primórdios da industrialização
Certo ( ) Errado ( )
Resolução:
Há um paralelismo em relação à depreciação da moeda no papel de
substituição das importações. Por um lado, ela dificulta o acesso a bens
importados e poderia facilitar o desenvolvimento da manufatura doméstica.
Por outro lado, a diversificação da pauta industrial doméstica é prejudicada,
pois os bens de capital necessários para o desenvolvimento do processo
industrial são importados e ficam mais caros para empresário doméstico.
Gabarito: Certo.
2. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 32º Edição. São Paulo:
Companhia Editora Nacional, 2005.
SIMONSEN, Roberto C.. História Econômica do Brasil. 4º Ediçao. São
Paulo: Edição do Senado Federal, 2005.
DELFIM NETO, O problema do café no Brasil. 3º Edição. São Paulo:
Editora Unesp, 2009.
De PAIVA ABREU, Marcelo. A Ordem do Progresso: Dois Séculos de
Política Econômica no Brasil. 2º Edição. Editora Campus, 1995
3. GABARITO ....... 35
1. QUESTÕES COMENTADAS
Gabarito: Errado.
Gabarito: Letra C.
Resolução:
Gabarito: Certo.
Resolução:
Os papelistas defediam, dentre outras questões, o afrouxamento da política
monetária, através da emissão de moeda sem lastro em ouro (ou metais
preciosos ou títulos públicos ou Libra), como variável determinante do nível
de renda real. Não necessariamente todos os papelistas também defendiam
Resolução:
A política de valorização do Café, realizada através do Convênio de Taubaté,
foi, inicialmente, financiada através de empréstimos externos, cujos
juros seriam pagos com o somatório da tributação que incidia sobre
cada saca de café.
Gabarito: Errado.
Resolução:
Apesar do Convênio de Taubaté ter, dentre outros pilares, a contenção da
oferta (gradual redução do volume de cafezais), sob a ótica da realidade
este requisito não foi cumprido e, consequentemente, a oferta, nos anos
seguintes, tornou a aumentar.
Gabarito: Certo.
Resolução:
O Convênio de Taubaté tinha, dentre outros pilares, a Caixa de Conversão
que tinha como finalidade de realizar a emissão de moeda com lastro
nos empréstimos estrangeiros como forma de estabilização cambial.
Gabarito: Errado.
Certo ( ) Errado ( )
Resolução:
• Governo compra o excedente da oferta – equilíbrio da oferta e
demanda;
• Financiamento da compra através de empréstimos estrangeiros –
as contas nacionais não viabilizavam esses recursos;
• Caixa de Conversão – empréstimos formariam o lastro da caixa que
permitiria a emissão de moeda para compra do café – foco na estabilização
cambial;
• Imposto por saca de café – incidente sobre cada saca de café para
arcar com o serviço da dívida externa adquirida;
• Contenção da Oferta – governos dos estados deveriam conter o
aumento dos cafezais.
Gabarito: Errado.
Certo ( ) Errado ( )
Resolução:
Considere o fato de que a oferta de moeda seja, essencialmente, monopólio,
pois, apenas o governo produz. Com o aumento significativo de trabalhadores
assalariados, consequentemente, aumentamos a demanda por moeda e
ou a velocidade de circulação. Portanto, realmente, é correto afirmar que,
no período, ocorreram momentos de menor liquidez na economia. Outra
consequência deste fato, conforme citado por CELSO FURTADO, é o aumento
do dinamismo do mercado interno.
Gabarito: Certo.
42. (Ano: 2012 Bancas: ESAF Órgãos: MPOG Provas: Analista Técnico
de Políticas Sociais - Conhecimentos Básicos Disciplina: Economia
Assuntos: Economia Brasileira: Primeira Metade do Século XX)
A crise mundial de 1929, aliada à situação vulnerável da cafeicultura
brasileira, significou para a economia brasileira:
a) um momento de consolidação do modelo primário-exportador.
b) a ascensão da indústria nacional, com o desenvolvimento da produção de
bens direcionados ao mercado doméstico.
c) um aumento da importação de bens de consumo.
d) a manutenção da pauta de importações do país.
e) a intensificação dos investimentos na cultura do café.
Resolução:
a) Errado. Em função da redução da renda externa, o Brasil percebeu piora
do volume de exportações.
b) Certo. É possível atribuir três motivos para isto: o primeiro consiste no
fato de que a piora das exportações, piorou a situação do Balanço de
Pagamentos e, com isso, percebeu-se uma desvalorização cambial. Esta, por
sua vez, impôs ao importador um dispêndio maior de unidades monetárias
para adquirir bens importados e serviu como estímulo para o
desenvolvimento da indústria manufatureira nacional, principalmente de bens
de consumo; o segundo motivo é que com aumento da demanda interna
gerada pela nova classe assalariada aumentou, também, a demanda por bens
de consumo; o terceiro foi o acúmulo de poupança interna (capital) gerada
pela receita de exportações do café, que foi imobilizado na indústria
manufatureira, principalmente, de bens de consumo.
c) Errado. Na verdade, percebeu-se redução das importações,
principalmente de bens de consumo.
d) Errado. Nota-se, no período, alteração da pauta de importações com
redução de bens de consumo.
e) Errado. A forte retração na demanda externa não gerou incentivos ao
produtor de café, no geral, para aumentar as imobilizações de capital nas
lavouras de café.
A) levou o país a uma crise inflacionária pela emissão de moeda, sem lastro-
ouro e com escassos empréstimos estrangeiros, gerando inúmeras falências.
Certo ( ) Errado ( )
Certo ( ) Errado ( )
42. (Ano: 2012 Bancas: ESAF Órgãos: MPOG Provas: Analista Técnico
de Políticas Sociais - Conhecimentos Básicos Disciplina: Economia
Assuntos: Economia Brasileira: Primeira Metade do Século XX)
A crise mundial de 1929, aliada à situação vulnerável da cafeicultura
brasileira, significou para a economia brasileira:
a) um momento de consolidação do modelo primário-exportador.
b) a ascensão da indústria nacional, com o desenvolvimento da produção de
bens direcionados ao mercado doméstico.
c) um aumento da importação de bens de consumo.
d) a manutenção da pauta de importações do país.
e) a intensificação dos investimentos na cultura do café.
3. GABARITO