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posse quer nos frutos da mesma. O conceito de “propriedade perfeita” é algo contemporâneo, surgindo
com o conceito de Enfiteuse, que se liga intimamente com a exploração da terra. Se os nobres possuem a
terra, mas não a podem explorar, transferem o domínio útil para quem o possa fazer, através de um
contrato “por mais de uma vida”, mantendo-se até ao momento em que os termos contratuais se
contemplem cumpridos. Porém, esta Enfiteuse origina problemas: quem toma as decisões? O dono da
terra, ou o indivíduo que possui o domínio útil. A sociedade de Antigo Regime assenta numa inibição do
investimento. Outra das características de uma sociedade de Antigo Regime é a facilidade de sucumbir a
crises que o homem não consegue evitar. O primeiro sinal de uma crise (nomeadamente de géneros
alimentares) é o aumento dos preços.
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para construção como madeiras, couros e peles. Assim, havendo maior quantidade de bens, os preços
baixam e tornam-se mais acessíveis a um maior número de pessoas, o que de certa forma quebra com um
paradigma do Mercantilismo, relacionado com a acumulação do metal precioso. Com isto, a Praça de
Londres (primeira praça financeira do mundo no século XIX, caracterizada pela concessão de créditos a
longo prazo) não está a perder capitais, mas está a fixá-los, que acabam por se rentabilizar. O fundamento
teórico do juro assenta no tempo, e na Europa desenvolvida sobre a prática do Cristianismo, a
mobilização do tempo é vista como uma usurpação, visto que o “tempo é de Deus”. Logo, ao cobrar-se o
tempo, apropriam-se de algo que não lhes pertence, visto que o tempo supera a categoria humana, a
categoria humana não se pode apropriar de algo “divino”. No entanto, pode fazer a cobrança baseada nos
inconvenientes de não ter esse dinheiro, e daí surge o conceito do juro aceitável, que “recompensa” o
credor pelos prejuízos de o ter cedido, visto que durante o período do empréstimo, o 100% do dinheiro
não esteve disponível, sendo este reposto em fases. Seguramente, o Mercantilismo foi uma forma de
desenvolvimento capitalista assente no comércio, numa dinâmica de integração intercontinental.
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crise vai induzir uma mudança na sociedade, e muitas crises podem originar extremismos políticos. No
decorrer da crise de 1929, houve alguém que decidiu vender milhares de ações no mesmo dia, suscitando
o pânico. O Mercado Industrial cria uma interdependência entre países e economias. A bolsa de Nova
Iorque afunda por consequência deste comportamento irracional que instalou o pânico generalizado dos
outros investidores. Em suma, as crises, a sua expressão e os raios de atuação foram se alterando com o
decorrer do tempo e com as alterações das sociedades. O mercado impõe uma ideia de lógica intrínseca,
que conjugue a eficácia do mercado com a capacidade consumidora. Os mercados vão-se adaptando,
devido ao desenvolvimento das indústrias, que vai acabar por gerar concorrências. O conceito de
progresso pode abarcar visões dispares: Thomas Maltuss tem uma visão catastrofista, estabelecendo
limites ao desenvolvimento atendendo à limitação dos recursos naturais. Num contexto de Darwinismo
social, a maior capacidade de adaptação do indivíduo fazia com que este fosse uma “espécie” superior.
O Imperialismo é um fenómeno compósito, com várias camadas, estabelecendo uma espécie de
hierarquia baseada na capacidade tecnológica de cada uma das várias camadas. Na diplomacia, existia o
termo “homem doente”, que “exalava os seus últimos suspiros” que era usado para alguns impérios: o
Império Otomano, o Império Chinês e o Império Português em África. Um país apresentava-se superior
quando tem uma capacidade de suplantar as suas ideias a um maior público. Numa ideia de antecipação
de uma crise, surge um ânimo de apontar com maior eficácia as fases de desenvolvimento e de retração.
Os regimes liberais aplicam a igualdade social apesar de existirem diferenças nas funções e no estatuto de
cada indivíduo. Um servo, ao contrário de um escravo, é livre de tomar as suas decisões e ter as suas
opiniões, porém o escravo é tido como uma propriedade. A escravatura é decide que o escravo perde a
sua capacidade de decisão, mesmo em decisões que o envolvam apenas e só a si. O vínculo adapta-se com
as sociedades, existindo no século XIX a ideia de que a escravatura e o trabalho em fábricas é
incompatível. Tendencialmente, nas estruturas fabris, estes indivíduos não são bem aceites, ficando “na
retaguarda” no que toca à produção. Os textos do século XIX tendem a valorizar a expressão individual, e
consequentemente, da sua atividade. Assim, surge a ideia de que as pessoas podem superar o estado em
que se encontram, independentemente dos vínculos. O grupo social do proletariado torna-se no mais
importante e expressivo do século XIX.
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com maior poder marítimo, algo verificável no período da afirmação do Mercantilismo. A Inglaterra
torna-se numa potência naval, aliando a si a lógica de prestação de serviços de navegação, isto é, trazendo
as mercadorias de fora da Europa para a Europa, existindo uma complementaridade entre estas duas
realidades; um dos produtos que a Inglaterra trazia era o sal, importante para a conserva e purificação. Os
transportes começam a tornar-se cada vez mais fundamentais, especialmente o transporte marítimo e
fluvial (porque faziam transitar uma grande quantidade de mercadorias, ao contrário dos veículos
terrestres de tração animal), até ao aparecimento dos caminhos de ferro. Antes do surgimento da via-
férrea, a via era mais insegura, existindo incertezas da chegada da mercadoria, bem como atos de
vandalismo. Em suma, o terrestre não oferece uma segurança 100% eficaz. As economias europeias e
extraeuropeias crescem em muito ajudadas pelo tráfego marítimo. A primeira questão fundamental é a
inexistência de um mercado interno (mercado que faz interagir as partes de uma única parte económica-
incapacidade do Norte interagir com o sul, ou o litoral com o interior, e no caso português, a incapacidade
de relações entre as zonas insulares e as continentais). Quanto maior a exposição às áreas marítimas,
maior a diversidade das economias. O Estado torna-se conhecedor daquilo que necessita, em função das
fontes de riqueza palpáveis, num sistema “de cima para baixo”. Outra forma de coletar os impostos foca-
se no conhecimento das atividades nos espaços nacionais, ou seja, estes eram coletados nas alfândegas;
em determinadas vias, o tráfego de mercadorias poderia ser cobrado recorrendo às portagens ou peagens.
Nos séculos XVIII e XIX, o poder local não depende do poder central, sendo que a recolha dos impostos
a nível local transita para um nível mais central, numa definição do IVA (Imposto de Valor
Acrescentado). Estes impostos são cegos e impopulares, porque vão incidir sobre toda a população,
independentemente dos rendimentos. Nas vésperas da Revolução Industrial, um dos principais debates é o
quão odioso um imposto consegue ser, quando aplicado em determinados produtos, quando o povo passa
fome, nomeadamente quando a França atravessava um período de maus anos agrícolas. Em suma, existem
impostos sobre a propriedade, sobre a circulação e impostos indiretos. No decorrer do século XVIII, as
melhorias climáticas permitem à população melhorar as suas condições de vida, gerando saldos
demográficos positivos. Ainda no século XVIII, encontram-se fórmulas associadas ao capitalismo
agrário, sendo associadas ao que comummente se denomina Revolução Agrícola, sendo a mais importante
a que decorre em alguns países a partir de 1660, decorrente da ideia da existência de um dono das
propriedades, que age sobre ela respeitante aos seus interesses. O período de 1660 é importante no caso
inglês, porque está associado à expansão do comércio externo inglês, bem como a criação de produtos
para vender no exterior, nomeadamente os panos de lã. Assim, as grandes preocupações das manufaturas
de lã são o aumento da produção, recorrendo ao incremento dos rebanhos produtores de lã,
disponibilizando uma “panóplia” de produtos, não apenas em produtos têxteis, mas também em leites,
queijos, manteigas e também proteínas animais para consumo. Geram-se novas formas de exploração
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agrícola, como as lógicas comunitárias, ou seja, quer os benefícios quer os impactos prejudiciais. Nesta
lógica, um proprietário rural não pode negar que o gado de outro proprietário seja apascentado no seu
território, existindo assim uma transversalidade nas lógicas de produção. A propriedade pertence apenas a
uma pessoa, condicionada juridicamente pela sua tipologia. Tudo isto se explica pela incompatibilidade
em ter criação de animais e produção de culturas em simultâneo, apesar da importância destes para a
fertilização das culturas- estabelecimento do direito de pastagem.
O aumento do preço da lã traz algumas dúvidas aos proprietários: o que é que seria mais
proveitoso? Um sistema de afolhamento e culturas tradicionais, que pode levar à concorrência entre os
“vizinhos”, ou em compensação, investir em novas formas de cultura, impondo uma lógica produtiva
diferente- princípio da enclosure, que necessita de aprovação parlamentar, porque implica a vedação. Este
processo, numa primeira fase, envolve a vedação da propriedade estritamente privada, que irá guiar a uma
especialização da produção; a utilidade sobre os solos passa a ser outra: para a criação do gado, não é
necessária uma terra fértil, porque escolher-se-á uma terra pouco fértil, que após a criação de animais,
adquire fertilidade. Esta medida irá levar a uma valorização dos terrenos que anteriormente eram
considerados baldios1 ou comunais, importantes como complemento à atividade agrícola das populações
mais pobres, e induzem a uma complementaridade da atividade dos agricultores, ou seja, a partir do
aproveitamento das espécies, liga-se também à produção industrial, como também de energia. Assim, os
baldios possuem uma atividade fundamental no seio agrícola num contexto de Antigo Regime. Por outro
lado, hierarquizando, fala-se de um espaço sobretudo reservado aos que possuem menos, por ser um
espaço aberto, funcionando como um espaço de manobra mais amplo, para aqueles com reduzidas
propriedades. Assim, os baldios são muito procurados pelos candidatos a futuros produtores de gado.
Assim, qual é a ideia? A ideia é alargar as propriedades rurais, se o Parlamento Inglês o permitir. Numa
expressão liberal, uma propriedade é mais rentável, quanto maior for a relação entre o proprietário e a
terra, o que considera os terrenos baldios como um arcaísmo, ligado às sociedades primárias e formas
rudimentares de organização socioeconómica, sendo profundamente contestada na Europa, sobretudo a
partir do século XVIII. Uma das consequências da vedação das propriedades impede de uma evolução
dos pequenos proprietários, mas levará a uma evolução nas dinâmicas agrícolas e no “edifício” agrário
inglês, estabelecendo numa lógica de gradual concentração: as já grandes propriedades tendem a tornar-se
ainda maiores. Qual é a consequência? A tendencial concentração é feita pela produção de gado, de lã e
de novos produtos para os mercados, tornando a agricultura numa atividade meramente lucrativa. As
transformações que ocorrem na agricultura inglesa originam uma diversificação do setor primário
agrícola, uma melhoria nos preços da produção cerealífera, uma melhoria nas vias de comunicação, como
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Terrenos maioritariamente florestados, comummente utilizados para a pastagem do gado, obtenção de matéria-prima
(lenha), para caçadas, como via de trânsito, recolha de plantas, frutos silvestres, apicultura, porque era o mel o acesso mais
comum ao açúcar por parte das populações mais carenciadas
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a criação de mais canais fluviais, sendo uma das primeiras etapas na criação das empresas de caminhos de
ferro- com autorização do governo, recorre-se a capitais privados que irão aproveitar-se das bacias
hidrográficas do Reino Unido para juntar as áreas produtoras às áreas de consumo, mas no entanto, os
canais fluviais adquirem um carácter privado, que irá também fornecer rendimentos, ao estabelecerem-se
portagens para atravessar o mesmo. Porque é que a Câmara dos Comuns foi tão aberta a esta alteração?
Ao realizar-se um estudo prosopográfico dos elementos, verifica-se um interesse destes no aumento dos
seus capitais, que facilitará a cimentação desta alteração na estrutura agrária.
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mercado, e ir-se-ão encontrar dinâmicas de entendimento da terra como uma forma de obter os melhores
meios de subsistência possíveis.
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mais baixos da população, ligados ao consumo do produto manufaturado pelo Reino Unido no território
colonial. Os panos de algodão ingleses serão uma cópia dos panos de algodão feitos na Índia, feitos com
mão de obra abundante, matéria-prima abundante e vendidos a preços mais baixos. O algodão é de várias
finalidades: é usado em roupas interiores, como revestimento, e a sua multifinalidade e preços mais
acessíveis vão contribuir na melhoria da qualidade de vida dos estratos médio baixos da população. O
impacto do algodão no mercado inglês não significa apenas a melhoria da qualidade de vida das pessoas,
mas permite um pequeno “luxo”.
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O grande impasse da economia inglesa é a procura por novos produtos. Ora, nesta região
encontra-se a concorrência entre produtos novos e antigos. A interação entre mercados coloniais
(nomeadamente o indiano) e a capacidade de consumo interno no Reino Unido, traz uma produção
crescente, e a rivalidade é posta em causa. O algodão é então visto como um sucessor dos panos de
algodão. Na Câmara dos Pares, a venda de panos de algodão indianos é proibida no Reino Unido, bem
como a proibição da produção de panos de algodão no Reino Unido. Até esta altura, os mercados indianos
encontram-se integrados no perímetro do mercado britânico, colocando-se a questão se o tráfego
comercial entre colónias ou o estabelecimento de laços estreitos com outros pares do Velho Continente. A
Câmara baixa do Parlamento irá optar por uma solução que é simultaneamente incómoda aos produtores
de lanifícios, bem como à Companhia Inglesa das Índias Orientais: os panos eram conhecidos,
consumidos e faziam falta, e a partir de 1760, encontra-se a resposta do aparelho industrial a este “vazio”:
a subtração dos panos indianos terá como resposta a criação de indústrias de pessoas ligadas à produção
de tecidos e artesãos, que estavam familiarizados com todas as etapas, desde a fiação à tecelagem. Estas
primeiras fábricas são pequenas e tem baixa incorporação tecnológica, desenvolvidas por artesãos, que
resultam da adaptação possível dos teares à fiação do algodão. O processo produtivo mecaniza-se, e o
algodão é o primeiro produto com uma mecanização completa, porém não antes dos anos 40 do século
XIX. O algodão, no entanto, não se pode produzir em qualquer lugar do mundo. As fábricas que se irão
constituir não irão suscitar a confiança dos investidores, que são a reconversão das antigas oficinas de
lanifícios, através da melhoria da maquinaria existente, e a aquisição de matéria-prima, vinda da Índia, da
América do Norte ou do Brasil será sempre uma despesa, ou seja, a indústria irá debater-se com um
“prejuízo fixo”. Os métodos de produção alteram-se, o que altera as dinâmicas comerciais. Estes novos
industriais da industria algodoeira permitem que a Inglaterra se torne no final do século XVIII no maior
produtor de panos de algodão, sendo a maior contribuinte para o PIB inglês. A indústria algodoeira afirma
assim um ramo industrial, baseado nas transformações e necessidades de consumo dos seus mercados
coloniais. As lógicas de produção vão-se alterando, e aquilo que se produz, acabará por ser aquilo que se
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consome. As indústrias algodoeiras tendem a assumir uma lógica e novas fórmulas industriais,
acompanhado daquilo que fica concebido como capitalismo comercial. Qualquer das instituições
bancárias encontrava-se segmentada, não encontrando confiança suficiente nas indústrias para efetuar
empréstimos. Assim, a sobrevivência destas estruturas através do autofinanciamento, de forma a
alargarem as margens de lucro que lhes permite a aquisição de mais matéria-prima. A indústria cresce em
função de formas complementares, com o objetivo de garantir uma lógica de crescimento no mercado
interno, e subconsequentemente no mercado colonial. Em suma, eram indústrias frágeis, aglomerando
poucas pessoas, apesar da sua capacidade produtiva e de exponenciar e alargar o espetro produtivo. As
alterações são encetadas por quem tem grande conhecimento sobre a matéria, que se mantém
fundamental. Assim, a indústria algodoeira torna-se algo variada e diversificada, comparada com a
indústria mineira e a do ferro. A indústria algodoeira tem um efeito multiplicador quantitativo, porém, em
termos de qualidade dos géneros, este efeito não se verifica. Ao falar-se da organização das indústrias,
encontram-se formas variadas, sendo que apesar de autónomas, podem interdepender entre si. Várias
pequenas empresas pequenas fundem-se, originando uma grande empresa, com vários objetivos, como a
subtração de concorrência no mercado. Os exponentes máximos destas integrações são desenvolvidos no
contexto belga e maioritariamente alemão, que dividirão entre si o mercado, sobretudo o caso alemão.
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que poderiam apropriar-se daquilo que seria doutrem. Utilitarismo consagra a criminalidade da pobreza:
ou não pode trabalhar, ou se pode, porque não trabalha?
Em 1871, é fundado o Império Alemão, que no dia seguinte já possuía uma moeda única,
adotando o modelo inglês do Gold Standard de 1821.
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A formação de um grupo social é caracterizado pela sua condição social atendendo às
características sociais. E o que tem em comum? A condição de ser operário. Ser operário é como uma
redefinição social importante, porque existe em locais onde a indústria se encontra desenvolvida. As
economias têm de dar resposta, portanto a criação do operariado em Inglaterra é uma das condições
fundamentais para a adesão ao livre-câmbio, a partir de 1846, pois até esta altura a Inglaterra era
protecionista, incidindo sobre a liberalização do mercado de cereais em Inglaterra. Em 1839 terminam os
Atos de Navegação, em 1843 é o fim da proibição da exportação de máquinas, e finalmente em 1846 é o
fim da Lei dos Cereais, o que significa que em meados do século XIX a Inglaterra observa uma nova
dimensão qualitativa. A política alfandegária protecionista tende a beneficiar os agentes nacionais nas
suas exportações e ao mesmo tempo nas suas atividades internas: todos os produtos que entram ou saem
do espaço nacional pagam taxas alfandegárias, existindo uma tendencial conflitualidade entre os dois
fatores. O protecionismo assenta por isso em princípios essenciais da defesa da comunidade, sendo as
atividades económicas desenvolvidas em território nacional. Entre as colónias e outros estados, a
metrópole surgia como se fosse um intermediário, sendo transversal a todos os sistemas imperiais e
coloniais do século XIX. As exceções eram determinadas pela metrópole. Segundo o Ato Colonial, as
metrópoles e as colónias estabeleciam relações de interdependência. Na prática, a capacidade de produzir
matéria prima é alta, mas o investimento é fraco, o que torna esta atividade pouco rentável. Os mercados
coloniais começam a ganhar importância. O protecionismo enquanto política alfandegária corresponde à
proteção do mercado nacional, ou seja, mercados afectos a uma determinada soberania. Em 1846, o fim
da Lei dos Cereais é uma alteração substantiva nas orientações económicas da Inglaterra. A Inglaterra
tinha concebido uma capacidade financeira e exportado o Padrão Ouro, que se torna no sistema monetário
internacional da época, porque se torna na primeira potência industrial. O livre cambismo significa a
redução destes direitos alfandegários, sendo estes direitos uma das principais fontes de liquidez dos
Estados. Ou seja, o estado tem dificuldade em saber o que possuem as pessoas. Para o Estado inglês, a
perda das receitas não é efetiva porque ao aplicar-se uma lógica livre-cambista dá origem a um
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crescimento do comércio. Ou seja, se reduzir as tarifas alfandegárias e a adoção de um livre cambismo e a
adoção de um comércio externo significam um aumento das receitas. A proibição da saída das máquinas
significou uma perda de rendimentos para a economia inglesa, e a partir de 1843 a Inglaterra assume o
papel da “fábrica do mundo”, ou seja, se é impossível deter a saída de tecnologia, tentam fornecer a
maquinaria para outras nações. Em 1870, parte do parque industrial inglês estava desatualizado, mas não
significa a capacidade da Inglaterra de produzir máquinas mais eficazes e modernas. A Inglaterra observa
dificuldades em acompanhar as novas tendências de uma nova vaga de industrialização no contexto
europeu. De que maneira é feito o processo de industrialização? Durante um longo período, acreditava-se
num período de fases que cria uma lógica transversal entre potências. Se o modelo inglês é a forma de
alcançar a industrialização, a questão é definir se se devem considerar formas alternativas. Na essência, a
discussão tende a querer procurar se houve uma revolução industrial noutros locais. A indústria contribuía
para mais de 50% do PIB, afetando grande parte da população ativa. A fisiocracia (produção de bens e de
excedentes) é a lógica que acompanha a política francesa a partir de 1789.
A França tende a passar por um grande período de carências alimentares, que será a causa da
instabilidade e violência. Serão as necessidades económicas um dos pilares para a Revolução Francesa?
São encontradas fontes que enunciam a adoção de ideias relacionadas com o liberalismo económico.
Entre 1789 e 1799, a tendência da atividade industrial francesa é a de se deslocar as áreas atlânticas para o
interior, que eram o hinterland dos grandes rios. As indústrias, os portos e os entrepostos perdem
expressão e em compensação a economia francesa torna-se mais continental, adquirindo um teor
gradualmente continental. Uma das características da Revolução Francesa é a redução no investimento.
Ou seja, a França estava em défice económico, e uma das consequências é o aumento do desemprego
urbano, em função das alterações nas opções de consumo, e o primeiro impacto da redução dos
rendimentos é a atividade das corporações de ofício dentro das cidades. O desemprego e o surgimento das
carências geram as primeiras ondas de violência.
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inigualável, que irá perpetuar a importância da França do ponto de vista agrícola. O processo de
industrialização irá decorrer de forma a não colocar em causa a importância da agricultura, que fica
definida como importante- sendo que o que é francês é que é bom. A indústria alimentar é forte, e a
França antecipa uma das tendências, sendo que um dos propósitos do regime é a estabilização por via do
acesso à propriedade, recorrendo à lógica da desamortização (venda dos bens das ordens religiosas 2 em
hastas públicas, amplamente divulgada), significando uma perda substantiva de rendimento, na perspetiva
de que o investimento fundiário é o mais seguro. Quem comprava terras e antigas propriedades das ordens
religiosas eram mercadores, comerciantes e produtores, ou mesmo agrupamentos de individuais,
caracterizando um processo heterogéneo, ao contrário do que ocorria, por exemplo, em Portugal e
Espanha, onde a transferência de propriedade era feita por grandes capitais apenas. A França assume uma
posição de apogeu no século XIX, já iniciada no século XVIII. O Império Napoleónico começa a efetuar
reformas administrativas com base no modelo francês, da uniformização detalhada- Paris é o centro e
todos os cidadãos da cidade de Paris estão sujeitos aos mesmos direitos e deveres, se bem que o mesmo
ocorreria noutras cidades, sendo governadas pelos perfeitos. Napoleão estabelece sucessivos
enquadramentos para as fórmulas comerciais, com uma visão geopolítica simples: as guerras são ganhas,
mas para a manutenção da Paz é necessário encontrar negócios em comum: os comércios terrestre, fluvial
e marítimos são reformados, são criadas Sociedades Anónimas (empresa com a divisão das ações). Numa
primeira fase pretende-se abolir a estrutura senhorial e promoção a transferência da propriedade; a partir
de 1792 é feita uma nacionalização das exportações, ou seja, só exporta quem está autorizado, em função
dos interesses estatais, indústrias ligadas ao esforço da guerra, originando um período de concentração e
um esforço que leva ao crescimento industrial da França, centrado em determinadas áreas e assente em
formas tradicionais. A Convenção não pretende colaborar com privados, mas sim submetê-los, e para
salvaguardar o abastecimento das tropas e das cidades, irá estabelecer formas de requisição obrigatória do
género agrícola, assegurando que não falta alimento, atendendo à submissão dos agricultores, sendo uma
tarefa violenta. Os privados são imediatamente submetidos às necessidades da França, sendo referentes às
medidas protecionistas da França no período pré-revolucionário. O crescimento do aparelho
administrativo do Estado era a primeira ferramenta para o desenvolvimento da França. Entre 1795-1799,
encontra-se um breve regresso da atividade privada, em medida dos interesses dos grandes comerciantes,
no período do Diretório e posteriormente do Consulado, com a ideia de quebrar a rigidez do Estado e o
monopólio exclusivo em determinados domínios. A inflação aumenta, e abate-se uma crise de fome no
contexto urbano, o que leva o Consulado a implementar medidas para “desafogar” as cidades, tentando
funcionalizar ao máximo outras regiões do país, que leva a um novo entendimento da Europa, que será
mais bem sucedida quanto mais desenvolvida for, tentando assim criar uma Europa independente da
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Que já se encontravam extintas
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Inglaterra, enquanto se derrota a Inglaterra através de uma guerra económica. O Bloqueio Continental irá
ter efeitos e consequências variadas:
- desenvolvimento das áreas interiores da França, acelerando a partir dessa altura, revitalizando a
importância dos principais rios e das feiras francas. Napoleão cria uma autoridade que fiscaliza a
navegação no rio Reno.
A Prússia, à semelhança do que acontece na França, irá abolir com a propriedade adquirida
através de “mão morta”, devido ao Luteranismo no contexto prussiano. As medidas irão ser também
uniformizadas, refletindo-se no ponto de vista monetário. O Bloqueio Continental não permite apenas a
modernização da França e dos seus aliados, mas transpõe-se a outros países que não seguiam este modelo.
Diversas regiões preconizam a transferência da indústria para uma área que não a sua, devido ao Bloqueio
Continental, como a Valónia, região belga associada ao espaço francês, devido às suas características,
bem como a sua proximidade à França. O impacto da revolução e do Império Napoleónico irá medir-se na
preparação dos quadros técnicos superiores, sendo uma preocupação do imperador, que na sua crença
seriam importantes para a indústria, originando escolas de engenharia militar civil- promoção das
Academias Politécnicas, bem como o crescimento nos domínios da física, química e mecânica, aspetos
importantes na segunda revolução industrial. Mais, este modelo expande-se para o contexto alemão,
austríaco, suíço e belga- a ideia de que o Estado é indutor, indireta e diretamente pelo desenvolvimento
industrial, através do investimento na formação.
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sendo que uma das principais é o crescimento da indústria francesa; França perde territórios, tendo que
pagar indemnizações de guerra, sendo que estas valências constituem fatores para a hegemonia da França
no século XIX. Em 1830, a França debatia-se com o problema das perdas territoriais e de como as
compensar, sendo esta a ideia da expansão territorial, que poderia colmatar com as perdas, levando à
expedição a Argel por Carlos X. O modelo da monarquia de Orleães pressupõe a estabilidade económica,
a obtenção de rendimentos e a inserção da classe média. A nova modalidade passa pela inclusão da
França nos sistemas comerciais e pelo desenvolvimento da praça francesa. A expansão além-mar tem a
ver com a visão de uma França tinha sobre as colónias: por exemplo, Argel não é vista como colónia, mas
como um território francês: não era administrado pelo “ministério das colónias”, mas sim pelo “ministério
do interior”. Uma das tendências é a aproximação ao Reino Unido, sendo uma das tendências que trará
problemas à economia francesa graves problemas com o final da monarquia absoluta, sendo estabelecida
uma entente cordial entre as monarquias francesa e britânica, que irá originar uma forte oposição interna.
Se o tratado seria favorável para a agricultura francesa, não o seria para a indústria francesa.
No espaço urbano, começou a existir uma ideia de tentar reduzir a criminalidade, sendo que no
campo esta não seria tão “importante”, ou até mesmo “punível”. Assim, temos crianças abandonadas que
crescendo num ambiente pobre, podem dedicar-se a uma vida indigna, sendo assim necessário combater o
pauperismo, e rejeição da pobreza, porque o pobre é o “ser” mais básico que alguém poderia ser. O pobre,
desesperado, pode ir além daquilo que o enquadramento jurídico e as leis lhe impõem. Em 1846/47 e
inícios de 1848, o desemprego urbano aumenta, que irá aumentar a pressão dos setores oposicionistas da
monarquia francesa. Um dos princípios da segunda república francesa é a ideia de que a dignidade do
homem está diretamente associada ao trabalho, sendo a reação mais imediata ao pauperismo. Ou seja, a
dignidade do homem depende do seu desempenho em face à sociedade, cabendo ao Estado que aos
indivíduos não faltará trabalho, o que confere à industrialização da França numa prioridade.
Tendencialmente, induz-se as pessoas a abandonarem o espaço urbano para se deslocarem para o espaço
rural, de forma a aliviar a pressão sobre as cidades. A oposição à monarquia de Luís Filipe de Orleães
originará um surto que percorre o Norte e Sul italiano, o Império Austríaco, a Confederação Germânica,
sendo assim definida a Primavera dos Povos3.
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inseridos no espaço francês devido ao perfil (flamengos e valões) industrial dos indivíduos e perfil
agrícola da região. Existe uma revolta contra a fiscalização, e a França rejeita qualquer ligação e inclusão
política da Bélgica, bem como de uma monarquia dual a prazo. Em 1830, abre-se um contexto beligerante
entre os Países Baixos e rebeldes flamengos e valões. Devido à neutralidade dos Países Baixos em 1815,
faz com que a Bélgica recém formada seja um reino neutro a partir do ano de 1830. Entre 1830 e 1839 o
rei dos Países Baixos aceita a independência de duas províncias que lhe erma importantes
economicamente, mantendo uma ambiente de guerra, que só termina com o Tratado de Londres que
reconhece a independência. A Bélgica não pode ser uma potência militar, mas o que se lhe coloca é como
reagir num contexto político adverso, colocando-se a questão de como é possível que o território
mantenha a sua independência, numa tendência uniformizante. A Bélgica tem o desafio de como se
manter no enquadramento europeu da época, tornando-se numa potência industrial, acontecendo por via
dass necessidades e expetativas do estado: o estado intervém diretamente no crescimento, mediante
instituições financeiras, sendo a primeira a Société Génerale, sendo o instrumento de intervenção mais
frequente do Estado, através da concessão de crédito a todas as atividades lucrativas, e por via da banca,
não sendo uma lógica seletiva, investindo-se em todas as indústrias (Valónia Católica, Flandres
Calvinista). A Bélgica otimizará a sua economia numa lógica de conglomerado. Os recursos naturais são
também desenvolvidos, de forma a transformar a Bélgica na “primeira porta de entrada” do Atlântico
através do seu Hinterland. Instala-se uma cintura industrial que se especializa na transformação primária
dos géneros agrícolas que venham do espaço europeu. Em ultima análise, tornam-se numa etapa
fundamental para as outras indústrias. Assim, a nova Bélgica chamará a si o novo papel e uma primeira
etapa de transformação das matérias, especializando-se na produção de metais não ferrosos, como o
cobre, sendo a potência com capacidade operativa da primeira para a segunda revolução industrial, e irá
inovar com o desenvolvimento de carris com a bitola estreita, ou seja, favorecendo a mobilidade urbana.
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No caso belga, o estado irá ter um papel atuante, ao contrário do caso da Inglaterra, no qual o papel
do estado é mais passivo. A Bélgica não poderia tornar-se numa potência militar, porque ao abrigo do
Tratado de 1839, a Bélgica ter-se-á que manter neutra (e sê-lo-á), caracterizando-se como um espaço
tampão para o possível expansionismo francês para os Países Baixos. As necessidades geoestratégicas da
Bélgica fazem com que o país canalize os rendimentos e receitas para os seus próprios interesses. Surgirá
algo como a banca mista, encontrado na Bélgica e no espaço alemão. A banca mista angaria recursos
financeiros e concede também empréstimos. A banca mista consagra a junção de funções que se
encontravam separadas, numa tentativa de agir em face do investimento necessário. Respeitante aos
mercados belga e alemão é a criação de uma banca com um maior raio de alcance. A banca que recolhe
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depósitos e não concede empréstimos está salvaguardada. A Bélgica estimula uma perspetiva compósita
que se destacará em duas atividades: o desenvolvimento de carris de bitola estreita para circulação urbana
e na metalurgia de metais não ferrosos, sendo protagonista de uma das maiores revoluções agrícolas do
século XIX, focadas na produção de açúcar de beterraba. A Bélgica autonomiza-se no que toca à
produção açucareira.
O caso da Prússia é diferente. Esta economia é de cariz agrário, de mão de obra barata e eslava,
sendo que uma das características do reino prussiano é evitar a nacionalização da terra, devido à
preferência pela mão de obra eslava.
17
germanizar as terras eslavas, sem efeito, o que induz que o tratamento que vem a ser dado não
corresponde a uma motivação imediata, mas violenta.
A caracterização de potência irá mudar. Na prussia há um dilema como manter as necessidades da
população ou adequar o aparelho económico às outras potências. Não ter indústria significa estar
dependente de outros, correspondendo à subordinação da indústria.
O brasil, para ser independente, assumiu um tratado de comércio com a Inglaterra. A ligação é
mantida com Portugal por causa do rei. As novas potências passam a focar-se no Brasil. A américa para
os americanos é o controlo pela potência mais forte, neste caso os estados unidos. Ao longo do século
XIX, Portugal consegue ramificar as suas relações, com casamentos régios. Age também como potência
neutral. A Alemanha avança nos territórios portugueses em África, sendo que a Inglaterra pede a Portugal
para que não diga uma palavra sobre o assunto. Não compensa ir à guerra na Europa, com o risco de
correr os territórios além mar. Os ingleses retirariam os seus apoios nas colónias. Quando há uma grande
guerra, Portugal fica sempre na corda bamba sobre o que a Espanha vai fazer.
A Prússia desenvolve-se em salvaguardar os seus interesses e em manter o seu espaço. Não há uma
primeira fase ligada à indústria têxtil, a tradicional da Europa: lanifícios. Não tem o acesso barato e
facilitado ao algodão, mantendo as lógicas de desenvolvimento da indústria com ganhos relativos, não
havendo grandes desenvolvimentos. A Prússia tem materiais importantes, como o carvão e ferro. Estas
duas dimensões transforma a estrutura industrial prussiana. Falamos de duas valências exigentes no que
toca a investimento e serão muito bem-sucedidas se interagirem. A ideia de verticalidade na Prússia. As
indústrias comunicam entre si de forma a produzir os bens. São estruturas que agregam capitais, núcleo e
estrutura humana associada. É fundamental na Prússia e depois na Alemanha. Não se pode ter indústria
sem operariado, e este grupo é um fator de instabilidade interna no que toca à Prússia. Há um avanço do
estado com a reforma da propriedade rústica, mais a sul, a ideia de ênfase de injeção de capital, sendo que
uns foram bem-sucedidos, outros nem por isso. Há uma lógica de seleção no espaço a desenvolver e a
afirmação da indústria de extração mineira e metalúrgica, indústria pesada. Tem de haver procura de
mercados para relação privilegiada. Em 1818, alguns estados alemães decidiram criar uma união
aduaneira, estados do sul da Alemanha com níveis razoáveis de industrialização, sendo que a Prússia é
convidada. Esta não via com bons olhos, uma vez que haveria controlo de soberania. O grande problema
da Prússia é a eventual exclusão política. À semelhança do que encontramos no processo de
industrialização (relutância na modernidade, mas que a implementa), o mesmo vai acontecer com essa
situação do espaço aduaneiro. (pesquisar por List e as suas medidas) Pretende-se fazer crescer o Estado
com o mínimo de custos associados, querendo crescer no mercado e posteriormente no lucro. Zollvenein
tem a ideia de uma criação aduaneira estrita, onde se vê a abolição das tarifas aduaneiras entre os
elementos desta união, existe uma tarifa externa comum para o comércio com países extraunião. É
18
acordada em face da percentagem média da união. Existe um problema de fundo, que consiste no fim da
fronteira externa face ao exterior, que deixam de ter taxas alfandegárias, que era a maior receita. Aquilo
que se estabelece é que esses estados com fornteira externa, são obrigados a dividir com os outros as
receitas que foram angariadas no comércio externo. O critério adotado será a expressão demográfica. O
Zoll vai impor a moeda única, o sistema de peso e medida e obriga lógicas de … económica para
dinamizar as relações comerciais. Significa a capacidade de criar vias terrestres de forma a juntar os
centros produtores, havendo uma unificação de transporte ferroviário que se pretende estreito. Um
problema é a dinâmica de capital. Umas das características do mercado alemão corresponde à afirmação
de um modelo de consumidor único, que se encontra no mercado norte-americano, que tem a ver com o
caráter pouco exigente do consumo. Os frequentadores do espaço de Zoll terão variedade de produto, uma
sociedade que importa o acabamento, sendo esta propensa ao pronto a vestir, não havendo problema que
alguém tenha o mesmo tipo de roupa que o indivíduo. Há grandes comunidades operárias que crescem,
mas também a população rural tende a manter-se, um povoamento relativamente equilibrado. A estrutura
do povoamento tem uma lógica tendencialmente fragmentada. A afirmação do operariado tende na
criação de um fator social nos consumos que são semelhantes. Uma das características é a não especial
preocupação com os costumes domésticos, por exemplo as opções no que toca ao vestuário. Na Alemanha
não se encontra uma grande indústria algodoeira, mas encontramos uma grande industrio de pronto a
vestir. Isto corresponde a uma sociedade que está adaptada a poucos consumos, isto no século XIX. A
tendência dos Zoll é a exportação, induzindo uma elevação das taxas dos produtos importados e adotará o
Dumping: os produtos que entram no espaço alemão são muito caros, vendendo os seus produtos abaixo
do preço normal. É propositado para não induzir ao consumo de determinados produtos. Continua a
importar, mas exporta muito barato, preparado para o impacto do aumento dos preços das taxas. Ou seja,
como os Zoll possuem uma taxa alfandegária elevada, os outros farão o mesmo com os produtos
provenientes deste espaço.
O preço que a Alemanha paga para se tornar uma potência é através da valorização de produtos. Os
carteis são identidades que detêm o poder económico, que controlam a concorrência. Através das
concentrações, sejam elas horizontais ou verticais, com o objetivo de criar grandes empresas, que
associadas aos cartéis, permite-se fazer (?) preços. A ideia é escorar o espaço interno e propiciar o espaço
externo. Significa o protecionismo alfandegário. O Zoll cresce a partir de 1864 (?), em 1871 aplica uma
tarifa alfandegária protecionista, em vigor a partir de 1873. A Alemanha irá tornar-se uma grande
potência, principalmente no que toca ao aço.
8/11-
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Devido à existência das grandes empresas. Não existe rivalidade no espaço alemão. No século XIX,
após a Segunda Revolução Industrial, a capacidade de produção aumenta, que também irá reduzir os
preços, como é o exemplo do aço.
Os processos em curso da transformação do espaço alemão tornam evidentes algo que se anunciava
na Bélgica: o advento de uma forma nova de capitalismo. O capitalismo é uma interação entre o banco e a
indústria. Entre 1780, o início da revolução industrial e a segunda metade do século 19, a banca altera os
seus procedimentos (a banca do velho mundo e outros bancos) o capitalismo financeiro estará associado
às indústrias com grandes necessidades de capitais, como a siderúrgica, dando a uma nova revolução. O
aço revoluciona a indústria naval, das máquinas e por aí. A segunda parte do século 19 vai ter efeitos
multiplicadores, desde o espaço agrícola até a o extraeuropeu (aço). A indústria química também tem uma
grande influência. O aço é uma liga, não é inventado no século 19, mas sim a sua forma de trabalho. Com
a aparição deste material, há uma redução do preço e uma maior utilização do aço. Com a indústria
química há a produção de novos produtos fertilizantes para a agricultura, para a produção de frio. (O gado
nacional era mais valorizado que o gado importado que vinha congelado). A tuberculose é a principal
doença do século XIX, sendo o consumo de carne bastante importante. O frio revoluciona a capacidade
armazenadora, tanto a nível industrial como caseiro, sendo este último o responsável pela criação de
eletrodomésticos que consigam conservar alimentos no frio. A indústria química tem um efeito
multiplicador na indústria têxtil, na borracha (mais indicada para as rodas da bicicleta), óleos industriais.
A segunda revolução industrial significa novas indústrias, novas fontes de energia, otimização das
indústrias antigas. Os estados unidos são os pioneiros da exploração de petróleo no século XIX, embora a
Roménia seja a principal. Há uma autonomização de combustível (?), não há falta de carvão em
determinados pontos da Europa, em que o desenvolvimento acelera, porém o aceleramento da segunda
revolução permite a utilização de turbinas para produção de energia (energia hidráulica), emergindo como
potências a Suíça e a Suécia. Nestas duas potências, o acesso ao carvão era particularmente difícil. A
Suécia era rica em mineral de ferro, mas exportava por falta de carvão, não permitindo a sua
transformação. Estas industrializações têm presentes o capitalismo financeiro. A partir de 1843, a
Inglaterra permitiu a venda de máquinas. Nestes novos países industrializados vemos uma aplicação de
indústria de engenharia, por meio de energia alternativa, aproveitando a nova tecnologia para produção de
eletricidade ou mesmo para se industrializar (difundiam energia para outros países para que estes também
se pudessem industrializar, uma vez que não tinham carvão). A Suíça adere ao protecionismo, enquanto a
Suécia é livre cambista. Não se altera a natureza das exportações, mas o grau de valor acrescentado da
mesma, por exemplo, a Suécia exportava madeira, só que a partir de agora vendia o material já
transformado, acrescendo o seu valor devido ao custo da produção. Também aparece nesta altura o
20
crescimento da indústria alimentar infantil (Nestlé). As indústrias do capitalismo financeiro estão também
dependentes das universidades, exigindo também um elevado financiamento.
Encontramos modelos híbridos, como o caso da Itália devido à sua unificação, sendo esta
economicamente forçada. O avanço do Piemonte atende ao crescimento industrial, em contraste com o
centro e sul italiano, mais ligado à indústria. A criação de uma grande unidade política como a Itália, não
cria uma economia estável, tendo como consequência a centralização dos capitais centro e sul a norte, o
desinvestimento da atividade agrícola, tendo na prática uma situação irregular, onde mais uma vez o
Norte enriquece, enquanto o centro e sul vai paulatinamente empobrecendo. A constituição de um grande
mercado não significa uma mudança imediata agrícola nem alastra o seu terreno. O fim da confederação
alemã obriga os austríacos a uma complementaridade, não existindo a implementação de um mercado
único. O império austríaco domina uma parte da Itália. O império russo é uma exceção: ao contrário do
que se diz em relação à Alemanha ou Inglaterra, a Rússia tem tudo para que aconteça as duas revoluções
industriais, mas não tem capital primitivo. Não há uma burguesia capaz de estabelecer lógicas de
consumo interno e os operários possuem pouco rendimento. Há determinados países que investem na
Rússia. Estes capitais são aplicados na criação de infraestruturas de indústria pesada. Há por um lado a
grande indústria em capitais privados, enquanto as indústrias de consumo têxtil e alimentar está assente
em capital russo. O fim da servidão induz à criação de mecanismos para fixação de trabalhadores nos
campos, criando a NIR (?), em que a terra é pública e dividida em parcelas, distribuídas pelas pessoas de
acordo com o seu agregado familiar (comunidades rurais), para promover a fixação e a autossubsistência,
e passam pela rotação de terrenos, para evitar que alguém assuma a terra como sua. Há a propriedade
rural privada (onde estavam os servos que tinham de pagar pela sua liberdade) e a propriedade rural
publica. A climatologia da Rússia impedia os movimentos, uma vez que as temperaturas no Inverno eram
muito rigorosas, não valendo a pena ser uma potência que em determinadas fases era adormecida. O
Império Russo é considerado a forma mais rápida e segura de aplicar capital, por países como a
Alemanha, França e Bélgica. A construção de caminhos de ferro é a forma preferencial para ascender
economicamente. O capital e tecnologia tem uma taxa de juro crescente, uma vez que quanto maior o
custo, maior a dependência externa. O Império Russo é diferente pelos custos da modernização, entre
outros. O Movimento Terra e Paz assenta sobre a estrutura dos públicos e privados, procedendo ao
aniquilamento da estrutura instituída. A propriedade privada irá estribar-se no movimento, cujo objetivo é
a destruição do que existe. É preciso arrasar para criar novas estruturas, e é necessário que esta destruição
seja completa, evitando continuações do modelo anterior. A violência como forma de propiciar a
modernidade política.
21
12/11- A industrialização americana
No século XIX, encontram-se potências extraeuropeias industrializadas. A industrialização não é
transversal à totalidade da Europeia, ocorrendo a diferentes ritmos, face aos mercados externos. A
industrialização não é um fenómeno em exclusivo do velho mundo, podendo ser apontadas duas potências
importantes: uma das características das 13 Colónias é que a sua estrutura económica estava moldada às
necessidades da metrópole (nomeadamente Pacto Colonial). O algodão é importante para esta moldagem
da economia, no entanto surge a questão de que forma se pode transportar o algodão em rama, e nas
colónias africanas se chega à melhor forma de acomodar o algodão nas embarcações, para que resistisse
ao transporte marítimo. Em 1784 encontra-se uma fase “antecipatória” que irá induzir a um
desenvolvimento industrial que decorre da formação de um mercado nos Estados Unidos da América. Nas
colónias do Norte, a indústria foca-se nos consumos internos das comunidades, com uma expressão
demográfica crescente, uma tendência nos Estados Unidos da América, que evidenciam a situação inversa
da Europa: a Europa tem muita gente para pouco espaço, enquanto que os E.U.A possuem pouca gente
para o espaço disponível. Assim, adota-se uma política emigratória para atribuir mão de obra, prometendo
aos europeus aquilo que a Europa não lhes concede. Nos EUA ocorre tudo ao mesmo tempo, sendo que
esta realidade não é comparável com outras. Na primeira metade do século XIX, emigram pessoas com
capacidade de investimento da Inglaterra, dos Estados Alemães e dos Países Baixos, cujo objetivo é
alcançar no contexto norte-americano aquilo que é difícil de obter. Os Estados Unidos tornam-se
pioneiros na mecanização intensiva da agricultura, também contribuído pelo tamanho da propriedade nos
Estados Unidos ser, em média, maior que na Europa. A mecanização era feita à distância, ou seja, as
máquinas eram compradas a outros territórios, sendo que nos Estados Unidos origina formas
diferenciadas de produção em série, que se aplica ao mercado norte-americano por ele ser algo vasto. O
pressuposto de uma produção em larga escala é uma lógica que vai de alguma forma animar as indústrias
norte-americanas, para os mercados norte americanos. Se os mercados se desenvolvem desde o início da
sua industrialização, os Estados Unidos industrializam-se sem que as outras economias se apercebam do
que se está a passar, porque não há alterações na política das exportações norte-americanas. Existe, no
entanto um aspeto fundamental, correspondendo à exportação dos cereais norte-americanos. Fundados no
final do século XVIII, rapidamente os EUA se transformam num grande exportador de cereais, duelando
com o Império Russo. Em qualquer dos casos, encontram-se duas potências importantes produtoras de
trigo, e uma das características do trigo americano é o seu preço reduzido perante os preços adotados
pelos outros produtores europeus, o que simboliza a ameaça que os EUA eram para a produção agrícola
de outros territórios europeus. A fundação do mercado vai colidir com a capacidade de concorrência das
potências europeias. As indústrias desenvolvem-se assumindo a falta de mão de obra, e são indústrias
com escassa ambição em termos externos, sendo o principal objetivo alcançar a cota no mercado interno,
22
em oposição a uma lógica assente no mercado interno. As colónias a norte possuem aptidão industrial, e
as do sul mantém o seu clima maioritariamente agrícola. A política alfandegária americana assenta num
perfil de protecionismo moderado que se pode confundir ao livre-câmbio inaugurando um dilema: a
perspetiva do livre câmbio põe em causa o crescimento interno dos estados com industrias pouco
desenvolvidas. Primeiro, os setores ligados à exportação agrícola não podem deixar de o fazer,
inaugurando uma lógica de compromisso, ainda que se encontrem momentos de tensão até aos anos 60. A
esperança média de vida aumenta neste território, em muito contribuída pela emigração europeia mas
também asiática, que aumenta o cosmopolitismo do território. Nos anos 60, a natureza do Estado é
também remodelada, ou seja, novas opções estaduais face às orientações federais, estando em debate se
os Estados Unidos são uma confederação ou uma estrutura federal, existindo um confronto em torno da
política alfandegária, para a proteção da estrutura económica. Na Guerra da Secessão (1861-1865), uma
das questões fundamentais é quem dita a política alfandegária, e de que modos é que a dita. Reduzir a
Guerra para um confronto a favor/contra a escravatura é algo simplicista que não estuda efetivamente o
confronto. A evolução da guerra e a abolição da escravatura terá como consequência uma diversificação
do fenómeno da discriminação racial: os movimentos abolicionistas situam-se mais no Norte.
23
guerra irá ter efeitos transversais: os E.U.A. são o principal produtor de algodão em rama, sendo que esta
ficará bloqueada, causando a “Segunda fome do algodão”- a “primeira” foi causada com a Guerra da
Independência. No Egipto, são criadas grandes plantações de algodão, disputadas pela Inglaterra e França.
Tudo o que os E.U.A. deixaram de abastecer, por estarem “ocupados” com a Guerra Civil, outras nações
produzem aquilo que começou a faltar. Em 1865, termina a guerra, e até 1870, os capitais do norte são
transferidos para o sul, sendo o período durante o qual há uma alteração dos pressupostos: as grandes
unidades produtivas deixam de poder produzir, por assentarem em mão de obra que deixou de existir.
Neste período, dá-se uma transferência massiva de propriedade, vendida a um preço inferior àquele que
verdadeiramente valia, encontrando-se uma uniformização dos capitais e dos agentes associados às
unidades produtivas- manter-se-ão como estavam, mas são desenvolvidas pela lógica de arrendamento,
sendo divididas em parcelas, em condições prévias: fixação do preço da matéria prima produzida e a
venda da matéria ao proprietário da terra. Uma das consequências de 1865 é a aproximação dos pontos de
transformação face às áreas produtivas: não se fala de uma tecnologia que se renove ou a abertura de
fábricas que abrem, mas sim a ideia de que fábricas que abriram no Sul com lógicas iguais às primeiras
fábricas de têxteis fundadas em Inglaterra, sendo abundantes em mão de obra e que permitem ao pouco
investimento tecnológico, uma vez que agora existe mão de obra abundante: antigos escravos e antigos
proprietários. É um período excecionalmente traumático, com uma forte retransformaçao da economia
respeitando correntes que emanam do Norte. Assim, os E.U.A assumem na sua plenitude o que os setores
do Norte pretendiam, ou seja, o protecionismo alfandegário. É entre 1870-1914 que a tendência dos
Estados Unidos se revela nas tarifas alfandegárias na importação de bens. Encontra-se uma espécie de
reconversão das tarifas um por pouco por toda a Europa como forma de replicar ao avanço protecionista
dos Estados Unidos: se o período do livre câmbio se inicia e 1860 com o tratado de comércio de
navegação entre Inglaterra e França, a revisão alfandegária dos E.U.A irá originar outras revisões em
nações como a Espanha e França, encontrando-se uma tendência protecionista generalizada. A partir de
1880, tem-se a transformação da atividade comercial com novas lógicas comerciais de bilateralidade. Nos
anos 80 surgem as guerras comerciais entre potências industrializadas, sendo uma ideia conforme às
expectativas europeias, também em muito ajudadas pela alteração do comércio mundial; segundo,
existem propósitos para salvaguardar as economias, significando que não se pode perder para os outros
(recursos financeiros, minerais, humanos…)- o Imperialismo significa o advento da multiplicação das
metrópoles, transformando o espaço extra-europeu numa “réplica” da Europa. Este fenómeno é o que
marca o início da Paz Armada, existindo características da economia norte-americana que se irão
distanciar das demais, gerando novas lógicas de organização das empresas, que não obstante serem
proibidas pelas lógicas, as empresas permanecem porque o estado norte-americano não possui
capacidades para as controlar, e as empresas crescem atendendo à dimensão de escala do mercado,
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atendendo a ideia de que os mercados podem ser controladas por empresas de escala. A capacidade de
investimento e as lógicas de liberdade no mercado interno irão propiciar ganhos de escala muito grandes,
o que faz com que os E.U.A sejam os maiores produtores mundiais de aço e da indústria química, não
sendo um fenómeno tardio, mas iniciado na esteira da independência norte-americana. No final do século
XIX, são a primeira potência industrial do mundo, não sendo a única em território extra-europeu, sendo a
outra o Japão, já verdadeiramente industrializada. A lógica de desenvolvimento do Japão decorre da
necessidade de sobreviver à adversidade, por via dupla: as potências apenas são úteis se forem
industrializadas, e segundo as potências asiáticas têm pouca hipótese de sobrevivência face à ostensiva
industrialização do Ocidente. No caso japonês, a lógica da alfabetização estrutural é importante,
sobretudo das faixas média e nova, com o objetivo de habilitar ma força de trabalho confinada a
indústrias que não da primeira revolução, visto que o Japão é pobre em carvão e minérios, possuindo
também dificuldades de aceder a matérias-primas, que ao juntar-se à situação de défice alimentar, agrava
ainda mais a situação. A soberania do Japão implicava a revolução da demografia, sendo que ao Estado
importava detalhar as orientações fundamentais na indústria. Na prática, o Estado foi o promotor direto da
industrialização sendo que as fundadas são de capital público. Nos anos 80, o Japão depara-se com uma
crise interna, resultante da reorientação, afetando nomeadamente agricultores devido à fixação das rendas;
segundo, a persistência de uma ideia de uma regressão da capacidade expansionista dos E.U.A. Nos anos
90 estabelece-se que os setores que sejam estratégicos não podem ficar dominados por capitais
estrangeiros: o Japão abre ao mundo, porém existem setores da sua economia impedidos à atividade
estrangeira, sendo uma espécie de revitalização cultural na sua essência. O impacto é que não se faz
guerra nem se conquistam territórios. As Zaibatsu são empresas que a economia japonesa encontra para
amenizar o peso da dívida pública, impedindo que estas se dirijam para capitais estrangeiros, visto que o
Japão precisa destas empresas.
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estado japonês, ou seja, as Zaibatsu não estão subordinadas ao Império, agindo até aos anos 90 do século
XX ao abrigo da expressão da vontade dos agentes públicos e económicos japoneses.
Uma das características da economia norte-americana. São criados mercados alternativos em que
seja possível a duplicação do contexto metropolitano, estando em face daquilo que fica conhecido como a
corrida a África, que em certos casos adquire uma feição económica. Nem todos os sistemas coloniais
foram iguais, e em alguns casos encontra-se uma expressão económica em face da conceção que os
Estados europeus/E.U.A. possuem da visão da sua económica face ao exterior. Neste contexto, ocorre a
Conferência de Berlim entre 1884/85, 14 anos depois de uma viragem da política externa americana. Os
anos 70 marcarão a Grande Depressão do século XIX, definida como um conjunto de crises cíclicas que
afeta tanto os mercados europeus como o mercado americano, dando a ideia de uma lógica de
crescimento sucessivamente cortado por momentos de crise, sendo a primeira a de 1783. Nos anos 80,
encontra-se uma nova tendência de crise, quando em face da falência da Argentina, verifica-se uma crise
generalizada na banca Britânica (1889/90). Os credores impõem um bloqueio naval à Argentina,
desenvolvido pela Inglaterra e pelo Império Alemão, que não satisfaz os respetivos interesses. Os anos de
1890 são marcantes nas praças europeia, sendo exemplo a falência do Barings and Brothers, o principal
credor português no séc. XIX. No entanto, acabará por falir no ano de 2004, após ter recuperado. As
crises são cíclicas, resultante dos termos alfandegários vigentes. Assim, a evolução do ponto de vista
económico induz a mecanismos que salvaguardem as economias, em espaços que se podem canalizar a
população europeia em espaço europeu. Neste sentido, a partir dos anos 80, em face da crise europeia, a
tendência é a emergência de espaços coloniais que pretendem ser espaços defensivos para as economias
dos mercados industrializados da Europa, sendo que nos E.U.A. se forma um império imperial,
consolidado através de bases navais. Esta é a última etapa associada à modernização tecnológica, ou seja,
a adoção de caminhos de ferro, a conceção de indústrias que garantam a viabilidade em determinados
contextos. Neste sentido, uma das características da afirmação imperialista é o exercício de controlo sobre
os estados mais carenciados de tecnologia e/ou capitais. O dilema do século XIX é: sem fazer caminhos
de ferro não há crescimento, caminhos de ferro são caros, e não pagar estes créditos levará à falência. O
que encontramos a partir da 2.ª metade do século é uma rede complexa na qual o imperialismo assenta na
partilha, que permite a influência dos estados mais industrializados/preponderância sobre os estados
devedores, acontecendo na Europa mas também fora dela. A principal consequência é uma alteração
geopolítica. No contexto da Europa Central e nas Balcãs é o choque de impérios que pretendem o
controlo económico e político das diversas áreas, sendo o Império Russo, o Império Austríaco e o Império
Alemão que disputam este controlo. Do ponto de vista político, embora exista uma aliança, não quer dizer
que se verifique uma ausência de colisões relativamente à expansão para Península Balcânica. A Rússia
pretende expandir-se (política e economicamente), e a partir de 1907, a Rússia torna-se num atuante
26
permanente. A Rússia pretende, desde o século XIX, o acesso às águas quentes, o controlo dos estreitos.
O Império Alemão não possui interesses imediatos no Mediterrâneo: a partir de 1871, a sua principal
prioridade é afastar a França no contexto mundial. Ou seja, Bismarck tem por certo de que após a guerra
franco-prussiana, a França poderá afirmar-se- então, Bismarck pretende fragilizar e neutralizar a França a
longo prazo, servindo-se de mecanismos económicos. Primeiro, pretende-se não permitir a consolidação
da França numa potência. No entanto, a França começa a expandir-se no Norte de África, mais
propriamente na bacia do sul do Mediterrâneo. A prioridade francesa é a assunção da França neste
espaço. Salvaguardar a incapacidade de uma reação francesa significa ao enfraquecimento da França. A
potência da Tríplice Aliança, face à Entente, está assente perante a Alemanha. Até 1917, a estratégia da
Rússia, da França e da Inglaterra é encontrar o que necessita no espaço extraeuropeu. A guerra torna-se
industrial, mas manter esta estrutura causa o desgaste dos dois blocos: a Alemanha recua pois tenta
converter as estruturas económicas dos conquistados em função dos seus interesses.
27
prazo, se duelar com os E.U.A., a primeira potência industrializada do mundo. E como se obtém esta
dimensão? A primeira forma tem a ver com a necessidade de tornar a Rússia numa potência 100%
asiática, estendendo os limites do Império Alemão aos Montes Urais, não parecendo estranho que a
integração da Itália na Aliança resulte da autorização para que a Itália se expanda e neutralize cada vez
mais a França. A ausência de beligerância entre as três potências define também o período da Paz
Armada. No entanto, o arsenais crescem devido a: interesses geoestratégicos fora da Europa, as
necessidades da defesa interna das grandes potências (no caso do Império Austro-Húngaro). Existe
também a ideia de que as potências são mais importantes quanto maior a capacidade bélica das mesmas,
para salvaguarda dos interesses dos aliados. Assim, verifica-se um período de tensões em que cada uma
das potências tende a consolidar a sua condição militar. No Império Alemão, esta dinâmica assume um
relevo importante. No caso da França, encontra-se um comportamento similar. Uma das características da
Paz Armada corresponde à lógica militarista, encontrada nos casos francês, alemão e russo. A
conflitualidade territorial e as expectativas de expansão cruzam os interesses económicos e
expansionistas, algo encontrado pelo controlo económico do Império Otomano.
A Entente Cordial assenta em pontos fulcrais, que não correspondem em momento algum à
obrigatoriedade expressa de algum dos membros agir em prol dos interesses do outro, falando-se de
realidades diversas: a Entente é celebrada em 1905, entre Inglaterra e França, correspondendo a um
momento de calmaria entre as potências. Guilherme II está convencido de que se não for o império
alemão aliar-se ao russo, nenhuma outra potência o fará: assim, a premissa de que o império alemão é um
império central torna-se válida; se não for o Império Alemão a aliar-se ao Império Russo, nenhuma outra
nação o faria. É fundamental para Guilherme II manter os equilíbrios internos do Império Alemão. Neste
sentido, pretende-se alargar o espaço rural para que desta forma a importância do operariado alemão seja
reduzida com base no alargamento da população rural. É na interação destas premissas que Guilherme II
se permite de um afastamento diplomático de Nicolau II, transpondo a ideia de obrigar o Império Russo a
baixar as expectativas de uma aliança entre as duas. Em 1892, há uma lógica de mudança estrutural feita
através da natureza do próprio tratado, o Tratado Franco-Russo, ofensivo e defensivo, mas ao contrário do
da Tríplice Aliança, este não obriga as partes ao cumprimento de cláusulas anteriores, ou seja, a ideia da
agressão transforma o seu aliado no atual beliferante atuante. No Tratado da Tríplice Aliança, uma das
partes tem de consultar as outras antes de declarar guerras, sendo a lógica. O afastamento de Guilherme II
de Nicolau II traz uma aproximação em termos militares e um panorama alterado. A aproximação entre a
República Francesa e a Rússia correspondem à possibilidade de chegar ao Mar Mediterrâneo. Porque é
que a República Francesa se permite a auxiliar a sua aliança com o Império Russo. Um dos motivos mais
importantes é que a França é um dos principais investidores na Rússia. Se a França e o Império Russo
eram aliados, e se a França e o Império inglês se mostram plenos em colaborar, só em 1907 é que se
28
consolida o Tratado da Triplice Entente, tratado que pressupõe a capacidade de integrar o Império Russo
em algo existente desde 1904. Uma das características é o culto ao militarismo, como manutenção dos
interesses nacionais, encontrando a ideia da efervescência da cultura militar. A França e o Império Rusos
sabem que a Inglaterra não irá à guerra sem ser numa última instância.
29
no Mediterrâneo Ocidental, e a todo o custo, o Império Otomano deve manter-se. A situação torna-se
grave depois de o presidente francês saber: em Belgrado, a posição que prevalece é a de aceitar o
ultimato, que tinha sido assolada por 2 guerras. A Sérvia aceitará tudo o que conseguir, existindo uma
divisão na historiografia, aceitando até aquilo que ninguém esperava, existindo cláusulas que implicavam
mudanças constitucionais. Belgrado aceita uma lógica negocial. A reação do Império Austro-Húngaro é
de uma lógica negocial. O paradigma da resposta sérvia assume uma temporalidade, justificada com a
alteração constitucional. Viena irá reagir fazendo uso de um entendimento estrito: a ideia de que a Sérvia
não aceita o que é proposto, e com base nisto, declara guerra à Sérvia, no final de julho. O império e as
fronteiras significam, antes de mais, uma grande fragilidade no que corresponde à fronteira húngara. A
Hungria passa por rejeitar qualquer forma de ultimato, passando de relutância para a aceitação em
contrapartidas, com base na necessidade de proteger o espaço Austro-Húngaro: a iminência na guerra e a
participação está mediante a aceitação do parlamento húngaro, e a Hungria aceitará a participação na
guerra com a aceitação das medidas que desejaria. A Hungria vai também à guerra com o propósito de se
tornar independente do Império. A argumentação húngara assenta na evocação de 1848, quando a
insurreição húngara foi esmagada pelo czar russo. A consagração da solução bélica pode significar uma
capacidade económica e operativa do Império. A reação do Czar é a de rejeição, e este anuncia a
mobilização parcial. A questão importante é saber se a Áustria tem segurança suficiente se as fronteiras
estiverem ligadas ao Império Otomano.
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perder do que a ganhar. Em 1914, França e Inglaterra estabelecem uma vistoria a todos os barcos neutrais
que circulem no mar do Norte, sendo a questão fundamental o impedimento que as potências neutrais
sejam utilizadas como plataforma para o transporte de mercadorias para as potências beligerantes. A
navegação mercante era analisada, sendo que as cargas tinham que obedecer a um quantitativo
previamente definido: os países neutrais não poderiam aumentar livremente as suas exportações, e de
acordo com a Convenção de Londres de 1908, os países neutrais não podiam ultrapassar o dobro da
média dos últimos 5 anos, o que traz problemas grandes para os Estados Unidos que manterão uma tensão
com as potências europeias. No limite, o presidente Wilson dá voz aos setores industriais que explicam ao
presidente que a entrada na guerra seria importante para que se obtivessem alguns proveitos. Ao declarar
guerra ao Império Alemão, os E.U.A. entram na guerra nas duas frentes, sendo o principal problema
perceber onde é que o Japão chegaria. A China está, desde 1914 a “ir para a guerra”. O cenário lusitano
na guerra inicia-se em África, visto que a Alemanha forçou Portugal a defender as possessões em África.
Os portugueses são auxiliados pela Inglaterra. A China também vai à guerra, para poder participar
ativamente nas negociações de Paz. A preocupação é a manutenção da soberania no espaço asiático, no
momento em que as necessidades beligerantes da Europa se intensificam, e responder a estas se torna
difícil. A guerra torna-se cosmopolita e multiétnica, incluindo africanos a combater na Europa, e asiáticos
a combater em África. A guerra obriga a uma reconfiguração das estruturas económicas, significando
uma alteração das orientações dos estados beligerantes, que chamarão a si a necessidade de coordenar a
política económica: o início da guerra significa uma alteração das funções do estado, porque se torna
fundamental salvar a expressão beligerante, significando que a manutenção das tropas se deve manter
independentemente de todo o resto. Pressupõe-se assim uma guerra total, com ampla participação dos
setores, significando a mobilização de recursos financeiros, porque não existindo dinheiro, não há
manutenção de uma guerra, visto estas serem grandes canalizadoras de capital. Para o Império Russo, ir à
guerra corresponde à assunção de uma responsabilidade financeira que estes não teriam capacidade de
cumprir, sendo exigidos pela Inglaterra a honrar o compromisso, o que leva o czar Nicolau II a ameaçar o
abandono da guerra, levando ingleses e franceses a criar um mecanismo de financiamento, acabando por
manter a frente leste. A mobilização da economia faz-se acompanhar de uma mobilização financeira: os
bancos centrais estabelecem planos de contingência, que acompanham as previsões, sendo que os
concebidos em 1913 vêm as verbas para a guerra suplantadas em 1914, colocando-se a questão de como
financiar uma guerra, que impõe o aumento da dívida pública interna e dívida pública externa. O aumento
da dívida pública interna é feito através da criação de contributos que são impostos aos cidadãos. Estes
contributos acompanham-se de um aumento dos impostos, falando-se de mecanismos que permitirão,
quando possível, a preservação das reservas de ouro, sendo a consequência o final do padrão de ouro (que
salvaguarda as divisas internas, porque as compras exteriores faziam-se em ouro), em 1914; no entanto, o
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padrão regressa no pós-guerra mas de modo a impedir o acesso ao ouro: a conversibilidade das moedas
terminas, porque esta medida era possível ser usada como uma guerra. Salvaguardam-se assim as reservas
do ouro. As moedas desvalorizam a partir deste ano, e encontra-se a circulação fiduciária, emitidos por
entidades públicas, pelo Estado, pelas Autarquias, autoridades assistenciais, agências comerciais
autorizadas, estruturas industriais que permitem substituir o dinheiro num período curto. Estas cédulas
tinham um valor facial, sendo o objetivo de estas diminuir as dificuldades das circulações fiduciárias. A
natureza das necessidades altera-se, apesar do Universo de pessoas se manter semelhante. Os preços dos
cereais sobem, a carne também, as matérias-primas todas também sobem, ou seja, a adaptação económica
associada à guerra terá como consequência o aumento da procura externa.
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uma paz sem vencidos nem vencedores, proposto por Wilson (presidente dos Estados Unidos da América)
e pelo Papa, no entanto, a partir do momento em que os E.U.A. entram na guerra, esta premissa deixa de
se encontrar válida. A Alemanha de Guilherme II é tratada como a Alemanha da República de Weimar,
com o imperador no exílio, sendo que a estrutura alemã se encontrava intocada. Entre 1919/1920, os
parceiros europeus encontram-se em dificuldades económicas, contrastando com o crescimento verificado
na Alemanha, dando ideia às compensações pós-guerra. A partir de 1918, o Tratado de Versalhes é
negociado, sendo celebrado na primeira metade de 1919. O paradoxo da I Guerra é que os perdedores até
vencem face aos que vencem a guerra, visto que a Alemanha do pós-guerra surge de uma estrutura
económica intocada, enquanto que os vencedores recomeçam tendo como por base um sistema
económico fragmentado.
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França terem vencido, estas nações encontram-se em graves problemas económicos, sociais e financeiros.
A economia americana acelera a partir de 1917, sendo que a beligerância favorece isto. Em 1918, os
E.U.A. possuem mais de metade das reservas de ouro mundiais. Além disso, a economia nacionaliza-se
entre 1914 e 1918, sendo que até 1919 os destinos favoritos dos capitais ingleses destinam-se ao novo
mundo. A Inglaterra irá abdicar das posições que tem em empresas norte-americanas, liquida os juros de
longa duração, de forma a poder importar o que necessita. Em 1918, os E.U.A. começam a ter menor
expressão de capitais ingleses, de forma a minorar os impactos de transações transatlânticas. Primeiro,
maior controlo das estruturas económicas; segundo, maior disponibilidade do ouro.
O presidente Wilson vê uma nova ordem mundial que seja contra a opressão, ou seja: na prática
significaria o fim dos impérios coloniais. Wilson refere a ideia de atribuir às populações sob-mandato o
mesmo peso em termos institucionais que os mandatados possuem. Wilson pretende por isso a unificação
de uma Europa pacificada, para permitir a dinamização das atividades económicas, aproveitando a
fragilidade das economias europeias. Esta visão significa Wilson não está disponível para subscrever as
orientações do supremo conselho dos Aliados, em 1916, visto que os E.U.A. não estariam disponíveis
para ir mais além nas indemnizações do Armistício, bem como não perdoam as dívidas anteriores a 1917:
italianos e franceses solicitam o perdão destas dívidas, no entanto, este pedido é-lhes recusado. Perante a
fragilidade económica dos outros, os E.U.A. possuem meios para comprar e vender em grandes
quantidades. No sentido da recuperação possível, nos casos francês e belga, irá impor um investimento de
médio/longo prazo, enquanto no caso inglês, a destruição física é inferior, o que suscita os interesses
comuns entre ingleses e americanos, de uma revitalização económica da Europa. Na Itália, a crise dá-se
também a níveis demográficos, com a perda de uma grande parte da população ativa. As economias que
se especializaram na venda de alimentos/matérias-primas, crescem durante 1914-1918, e afundam a partir
de 1920, de maneira profunda. A crise, que se inicia nos E.U.A. no ano de 1920 provoca quedas abruptas,
que se centrará na economia de maior capacidade na época. Em 1920, verificam-se aumentos nas tarifas
alfandegárias bem como algumas limitações à emigração (como a cobrança de taxas (?) ), algo que se
replica em 1929. A guerra causou órfãos e deficientes, e ao descurar a sua condição, a segurança das
pessoas e dos seus haveres, cria-se uma lógica contrária à de recuperação, sendo que estavam a cumprir
ordens dos seus governos. Estas situações serão focos de instabilidade interna, sendo a consequência
imediata o aumento continuado das guerras do estado: os estados do pós-guerra tem despesas sociais
elevadas, e neste contexto é criada a instituição do Exército da Salvação, para tentar dar alguma
salvaguarda a estas vítimas da guerra. No entanto, os homens que regressam (bem ou mal de saúde)
constituem um desafio à restruturação económica e à integração da empregabilidade. Muitos daqueles que
regressavam voltava com problemas de insanidade mental, sendo que o stress pós-traumático apenas é
tipificado medicamente apenas após a II Guerra Mundial (visto que era não reconhecido por alguns
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países). Os vencedores possuem expetativas diferentes perante os vencidos, devido às necessidades e à
exposição que tiveram durante a guerra: os franceses e belgas precisam de liquidez, porque se não a
tiverem devido à sua industrialização e destruição, não conseguem custear a sua reconstrução.
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encerrar as academias militares, e a entregar a sua frota naval de guerra, mas também da sua frota
mercante. A Alemanha é por isso reduzida na sua capacidade naval, sendo que a segunda parte do Tratado
de Versalhes é concebida à luz do Tratado de Brest-Litovsk e do Tratado de Bucareste, existindo uma
reversão de todos os tratados assinados pela Alemanha durante a guerra, e a aplicação de critérios que a
Alemanha usou com os outros, não se verificando inovações. O problema é que os negociadores da paz
são do ponto de vista económico mais frágeis que o vencido, sendo que deste contexto resulta a perda das
patentes registadas pela Alemanha, quer registadas por firmas alemãs, quer no âmbito do Império Alemã,
bem como dos capitais investidos no exterior, sejam públicos ou privados, a perda de todos os bens do
Estado alemão. A perdas de capitais e de património alemão no exterior, a aplicação de interdição da
produção de certos produtos, a aplicação de contingentes para a produção industrial, significaram que o
objetivo disto era a recomposição da estrutura económica alemã de forma perdurável, acrescendo-lhe a
indemnizações de guerra, sendo mais uma etapa cumulativa neste processo. Até 1919, estas ainda não
tinham sido calculadas a 100%. O que consta no Tratado é a nomeação de uma comissão para averiguar
as comissões que a Alemanha terá de pagar, sendo o comum. O clima de guerra, apesar do Armistício,
não cessa. A dívida alemã é anunciada em 1920, sendo apenas paga anualmente. A Alemanha diz não
possuir dinheiro para saldar a dívida. Os aliados irão ocupar a região do Ruhr, que é o coração da
produção siderúrgica. A Alemanha reage, e em 1922 a Europa está à beira de um conflito, resolvido com
a convocação da Conferência de Génova, que decorre num contexto diplomático difícil, participando as
potências associadas ao Tratado de Paz, e não só, estando lá também a Rússia, tendo como fundamento a
normalização das moedas, ou seja, achar um sistema monetário capaz de travar a vaga inflacionista,
restruturando o Padrão-barra ouro, que equivale moedas fortes à dimensão do ouro, se cumprirem os
requisitos. A terceira questão importante é a redefinição das dívidas, porque a Alemanha não terá
capacidade financeira para pagar, sendo que as potências também não tem capacidade para pagar, e
assim, os E.U.A. vão propor uma revisão, com base na redução das dividas europeias à banca norte-
americana. A dívida alemã baixa simultaneamente à redução da dívida europeia. Desta conferência, surge
o Plano Dawes (adotado em 1923), sendo que os E.U.A. ficam autorizados de fazer empréstimos de
baixos custos à Alemanha, para que pudesse pagar as dívidas aos vencedores, concedendo-lhes liquidez
para pagar a dívida à banca americana, sendo a fórmula de normalizar a estrutura monetária do pós-
guerra, assentando na redução substantiva da dívida alemã, que de acordo com este plano, seria paga até
1989. Em 1929, a dívida alemã é mais uma vez revista. De acordo com o Plano Young, de 1929, existe
uma anexação da anuidade da dívida ao desempenho da economia alemã: se a Alemanha estivesse em
expansão, alargava-se a anuidade, mas em períodos de retração, seria ajustado. Esta modalidade é criada
como forma de estimular a atividade económica da Europa, e como forma e diminuir as ligações entre a
França e os E.U.A., sendo negociado quando se dá a Queda da Bolsa, e no perímetro do impacto, a dívida
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é afetada em 1930, e neste ano, o presidente dos E.U.A. aplica uma moratória às dívidas. Entre junho de
1930 e julho de 1931, a Alemanha não paga dívidas. Em 1933, na sequência da vitória do Partido
Nacional Socialista, o novo Chanceler decreta a nulidade do Tratado de Versalhes, e por esse motivo,
considera que está isento de dívidas, acompanhado das demais potências, que consideram que também
não terão de pagar as suas dívidas.
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