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Universidade Aberta

Unidade Curricular: História Económica e Social (41071)

1.2. – Orientações de Resolução das Atividades Formativas

Nota Prévia: As atividades formativas são instrumentos de auto-avaliação, pelo


que cada estudante deverá avaliar por si próprio o trabalho efetuado. As orientações de
resolução das atividades formativas visam apenas fornecer uma noção dos aspetos que
devem ser focados na resposta às atividades. As respostas devem ser elaboradas e
desenvolvidas pelos estudantes a partir da leitura e interpretação da bibliografia. Note-se
que as orientações de resolução não são uma espécie de “sebenta” por onde se pode
estudar a matéria. O estudo tem de ser feito através da leitura e da construção pessoal
dos conhecimentos sobre os assuntos e os problemas em análise na unidade curricular.

TEMA 1 – A Evolução Económica-Social do Mundo Contemporâneo. Uma


Visão de Conjunto
Subtema 1.2. – O crescimento da economia mundial, 1848-1914

a) O capitalismo concorrencial constituiu uma fase do processo de


desenvolvimento capitalista caraterizado pela livre concorrência entre diferentes capitais
no contexto de um mercado livre e não regulado pelo Estado. Como tal, a intervenção
estatal na economia era reduzida, não havendo planeamento económico global, pelos
que os capitais actuavam ao sabor dos “ventos do mercado”. Neste sentido, o
capitalismo concorrencial assentava no princípio da auto-regulação dos mercados,
devendo o Estado garantir unicamente o respeito pela propriedade privada e a livre
concorrência, definindo para o efeito políticas de comércio livre, sem barreiras
proteccionistas ou, quando muito, aplicando tarifas alfandegárias reduzidas. O
capitalismo concorrencial reflectia no campo económico a chamada “utopia liberal”,
assente na crença de que a propriedade, a livre iniciativa e o livre “jogo” do mercado
iriam assegurar o “melhor mundo possível”. O capitalismo concorrencial foi dominante
no terceiro quartel do século XIX, tendo tido o seu auge na década de 1860. Foi a época

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por excelência do liberalismo político e económico, caracterizada por uma expansão
generalizada do comércio mundial, mas que começou a sofrer alterações a partir da
década de 1870 com o início da “Grande Deflação”.
Aprofunde esta questão através da leitura do Texto de Apoio e de
Contextualização Histórica (disponível no ambiente de sala virtual).

b) O Tratado de Cobden-Chevalier foi assinado em Janeiro de 1860 entre a Grã-


Bretanha e a França. As principais disposições do tratado foram as seguintes:
- a eliminação por parte da Grã-Bretanha de todas as tarifas sobre as importações
de produto franceses, com a exceção do vinho e da aguardente;
- a eliminação por parte da França das proibições de importação de têxteis
britânicos, bem como a redução das tarifas numa vasta gama de produtos britânicos até
um máximo de 30%;
- a inclusão de uma cláusula de nação mais favorecida. Isto significava que, se
uma das partes assinasse um tratado com um país terceiro, a outra parte beneficiaria
automaticamente de quaisquer tarifas mais baixas concedidas ao país terceiro.
A cláusula de nação mais favorecida beneficiou ambos os países e teve como
consequências um progressivo abaixamento das tarifas alfandegárias no plano europeu,
bem como a constituição de uma ampla área de comércio livre envolvendo vários países
europeus (Bélgica, Itália, Suíça, Estados alemães do Zollverein, países escandinavos,
etc.), com os quais a França negociou tratados ao longo década de 1860. Por
consequência, assistiu-se a um crescimento generalizado do comércio intraeuropeu (e
também a uma expansão do comércio entre a Europa e o resto do mundo), o que exigiu
uma reorganização e modernização da indústria para suportar as exigências do mercado
e a livre concorrência externa. As empresas tiveram de aumentar a produtividade,
melhorando a eficiência técnica, sob pena de não aguentarem a concorrência.
Aprofunde esta questão através da leitura das páginas 390-392 do livro de Larry
Neal e Rondo Cameron, História Económica do Mundo (disponível no ambiente de sala
virtual).

c) A “Grande Deflação”, também designada de 1.ª Grande Depressão do


capitalismo internacional, consistiu numa queda da taxa de crescimento do comércio

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europeu entre 1873 e 1897. Durante este longo período houve uma queda geral dos
preços, ao mesmo tempo que a produção continuou a aumentar. Esta situação parece ter
sido motivada pela expansão da produção industrial na Grã-Bretanha, nos Estados
Unidos da América, na França e na Alemanha, combinada com a sua crescente
integração no mercado graças à descida dos custos dos transportes. A “Grande
Deflação” provocou danos nalgumas economias europeias, levando os Estados a
adoptarem medidas proteccionistas para protegerem as respectivas economias nacionais.
O Império Alemão foi um dos primeiros países a adoptar medidas proteccionistas para a
indústria e a agricultura. Neste sentido, a Alemanha denunciou os tratados comerciais
com a França e com outros países e aprovou uma nova lei tarifária que introduziu o
proteccionismo em 1879. Gradualmente, outros países europeus também substituíram as
políticas de comércio livre pelo proteccionismo.
Aprofunde esta questão através da leitura das páginas 392-398 do livro de Larry
Neal e Rondo Cameron, História Económica do Mundo (disponível no ambiente de sala
virtual).

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