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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Disciplina: LIBRAS

Professora: Betty Lopes

Aluna: Marina Valladares

DRE: 115093954

Resenha sobre o filme Mr Holland Adorável Professor

O filme Mr Holland Adorável Professor mostra a trajetória de um professor de música


que tem um filho surdo. A reação da família ao descobrir não foi boa, e principalmente
o pai se sentiu decepcionado. Confirme cita Dornelles (2011)

“Após a descoberta da surdez do filho, muitas famílias passam por momentos de


choque, tristeza ou raiva. Pois, “é natural que, se os pais esperam nove meses por um
filho que significa o sonho esperado, e ele não veio como planejado, o grande
sentimento que venham a ter é o de frustração” (RIBAS, 2007, p.29), ou seja, o sonho
dos pais não se realizou, transformou-se em luto.”

Um fator agravante da situação é o fato do pai ser músico. Mr Holland pensava que
jamais poderia se comunicar inteiramente com o filho por o mesmo ser surdo.

A família tenta imediatamente procurar um médico que os orienta a não deixar o filho
aprender língua de sinais, e sim ensinar a viver como um ouvinte, lendo lábios e o
forçando a falar sonoramente.

O médico encara a surdez como uma limitação e um defeito, ele entende que a surdez é
uma deficiência, uma patologia e que esta precisa ser tratada e corrigida com terapias de
fala, essa é uma visão clínico-terapêutica da surdez.

Segundo Dornelles (2011)

“A surdez, entendida como deficiência, supõe que o surdo tenha uma patologia que
precisa ser tratada e curada. E a “cura” mais eficaz para resolver a surdez é
ensinando o surdo a falar, utilizando-se o método da oralização. Nessa perspectiva
oralista, o sujeito surdo é visto como deficiente e anormal, distinguindo-se dos ouvintes
falantes. Com isso, o surdo é considerado uma pessoa que não ouve e,
consequentemente, não fala, sendo definido por suas características negativas”

Os surdos historicamente eram considerados ineducáveis. Só a partir do século XVI,


com mudanças nessa visão acontecendo na Europa, essa idéia foi sendo deixada de lado.
Um congresso sobre surdez em Milão proibiu o uso das línguas de sinais no mundo,
acreditando que a leitura labial era a melhor forma de comunicação para os surdos. Esse
fato não fez com que parassem de se comunicar por sinais, mas atrasou a difusão da
língua no país (BOGAS, 2016).

Esta abordagem exclui e rejeita pessoas surdas.

Conforme a criança vai crescendo a família começa a perceber que é inviável seguir as
orientações do médico, afinal ele precisa se comunicar de acordo com suas
particularidades. A mãe procura uma escola voltada para surdos, que ensina língua de
sinais. A partir desse momento a mãe começa a entender que a língua de sinais utilizada
pelos surdos é uma língua natural, assim como qualquer outra língua de modalidade
oral. Essa é uma visão sócio-antropológica da surdez. O resultado é muito bom e a
criança finalmente conseguia se comunicar.

Mr Holland era muito distante do filho, durante o desenvolvimento da história ele


encontra uma forma de levar música ao filho surdo, quebrando assim uma barreira entre
os dois. Mr Holland adiciona cores a orquestra, que mudam de acordo com a
intensidade a vibração da música. Ele também canta traduzindo em língua de sinais.

Durante o filme senti dificuldade em entender os sinais nas partes mais rápidas, seria
necessária prática para o total entendimento da linguagem.

Sou professora de música e nunca havia pensado em música para surdos antes de ter
contato com a disciplina de LIBRAS. Pretendo incluir a língua de sinais em minhas
aulas traduzindo as letras das músicas, e também pretendo incluir alunos surdos
utilizando as vibrações. Conforme aponta a revista Super Interessante, uma pessoa surda
não interpreta as ondas sonoras, muitas vezes por problemas no nervo auditivo. Mas ela
sente a vibração da mesma forma que qualquer um, por meio dos graves que sacodem o
chão ou batem no peito.

Referências:

https://super.abril.com.br/cultura/musica-para-surdos/

https://www.unoeste.br/Content/Documentos/Nai/TextoLibrasProjetoNAI31julho2017.pdf?
v=2

https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5611_3080.pdf

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