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DIREITO MATERIAL DO

TRABALHO
Faculdade Vale do Cricaré – São Mateus/ES

Prof. Daniel Salume I www.danielsalume.adv.br


Origem da palavra Trabalho:

 Do ponto de vista histórico e etimológico a palavra


trabalho decorre de algo desagradável: dor, castigo,
sofrimento, tortura. O termo trabalho tem origem no
latim – tripalium. Espécie de instrumento de tortura ou
canga que pesava sobre os animais. Por isso, os nobres,
os senhores feudais ou os vencedores não trabalhavam,
pois consideravam o trabalho uma espécie de castigo.
Conceito:
Direito do Trabalho é um sistema jurídico permeado por
institutos, valores, regras e princípios dirigidos aos
trabalhadores subordinados e assemelhados, aos
empregadores, empresas coligadas, tomadores de serviço,
para tutela do contrato mínimo de trabalho, das obrigações
decorrentes das relações de trabalho, das medidas que
visam à proteção da sociedade trabalhadora, sempre
norteadas pelos princípios constitucionais, principalmente o
da dignidade da pessoa humana. Também é recheado de
normas destinadas aos sindicatos e associações
representativas; à atenuação e forma de solução dos
conflitos individuais, coletivos e difusos, existentes entre
capital e trabalho; à estabilização da economia social e à
melhoria da condição social de todos os relacionados.
Divisão do Direito do Trabalho:

Direito do
Trabalho

Direito Direito
Individual Coletivo do
do Trabalho Trabalho
Natureza Jurídica ou Taxonomia do Direito do Trabalho:
Direito público: A primeira vertente entende que o Direito do
Trabalho faz parte do direito público, tendo em vista a natureza de
suas normas, que são imperativas, cogentes e, também, de ordem •Regaras
Direito
administrativa. Público
mínimas
•Imperatividade
Direito privado: A segunda corrente, defendida por Sérgio Pinto
Martins, Hugo Gueiros, Rodrigues Pinto e Délio Maranhão, classifica o
Direito •Contrato entre
Direito do Trabalho como de natureza privada, já que decorre de um Privado particulares
contrato feito entre particulares, normalmente sujeitos privados.

Direito social: Alguns autores defendem a existência de uma terceira


categoria para fins de classificação, em que o Direito do Trabalho não Direito •Caráter
seria considerado nem público, nem privado, seria um tertium genus, Social protetivo e social
um terceiro gênero. Cesarino Junior é o defensor da terceira
corrente, que classifica o Direito do Trabalho como direito social por
amparar os hipossuficientes, em face de seu caráter protetivo e •Normas de
social. Todavia, todo direito tem cunho social, especialmente aqueles direito público e
Direito
de direito
mais voltados para as minorias, os mais fracos da relação, como o Misto
privado
direito previdenciário, do consumidor, de família, constitucional etc. separadamente

•Normas de
Direito misto: Esta corrente fundamenta sua tese nestes Direito direito público e
pontos, afirmando que há normas de direito privado e de direito Unitário direito privado
inseparáveis
público, por isto, sua natureza é mista.

Direito unitário: A diferença entre esta tese e a teoria do


direito misto é que nesta, haveria uma coexistência entre as
normas públicas e privadas, enquanto na teoria unitária haveria
uma fusão entre estas normas.
Fontes do Direito do Trabalho:

De acordo com o Dicionário Aurélio a definição de fonte corresponde: Fonte. (Do lat. fonte)
S.f. 1. Nascente de água. 2. Bica de onde corre água potável para uso doméstico etc. [C.f.
Chafariz (1).] 3. O depósito para onde corre [Dim. irreg.: fontainha, fontícula.] 4. Pia
batismal. 5. Fig. Aquilo que origina ou produz; origem, causa.

Assim, fonte de Direito do Trabalho significa: meio pelo qual o Direito do Trabalho se forma,
se origina e estabelece suas normas jurídicas.

As fontes do Direito do Trabalho podem ser divididas em duas categorias: materiais e formais.
As fontes formais se subdividem, ainda, em autônomas e heterônomas. Vejamos abaixo:
Fontes do Direito do Trabalho:

Fontes materiais – No âmbito laboral representam o


momento pré-jurídico, a pressão exercida pelos operários
em face do Estado Capitalista em busca de melhores e
novas condições de trabalho, como, por exemplo, a greve
exercida pelos trabalhadores.

Fontes formais – Representam o momento eminentemente jurídico, com a regra já


plenamente materializada e exteriorizada. É a norma já construída. Por sua vez, as
fontes formais se dividem em:

Fontes Formais Autônomas – cuja formação


caracteriza-se pela imediata participação dos
destinatários das regras produzidas, sem a interferência
do agente externo, do terceiro. São fontes formais
autônomas a Convenção Coletiva de Trabalho, o Acordo
Coletivo de trabalho e o costume (art. 8.º da CLT). Quanto
ao regulamento empresarial, embora o tema seja
polêmico, as bancas de concursos têm considerado o
regulamento empresarial como fonte formal autônoma do
direito.
Fontes do Direito do Trabalho:

Fontes Formais Heterônomas – cuja formação é materializada por um agente externo, um


terceiro, em geral o Estado, sem a participação imediata dos destinatários principais das
mesmas regras jurídicas. São fontes formais heterônomas a Constituição Federal de 1988, a
emenda à Constituição, a lei complementar e lei ordinária, a medida provisória, o decreto, a
sentença normativa, a súmula vinculante do STF e a sentença arbitral. Impende destacar
que os Tratados e Convenções Internacionais, uma vez ratificados pelo Brasil, passam a
fazer parte do ordenamento jurídico pátrio como lei infraconstitucional, sendo considerada a
partir de sua ratificação como fonte formal heterônoma.
Em relação à hierarquia das fontes no direito comum, no vértice da pirâmide temos a
Constituição, a partir da qual, em grau decrescente, as demais fontes vão se escalonando,
obedecendo à seguinte ordem:

a) Constituição;
b) emendas à Constituição;
c) lei complementar e ordinária;
d) decretos;
e) sentenças normativas e sentenças arbitrais em dissídios coletivos;
f) convenção coletiva;
g) acordos coletivos;
h) costumes.

Não obstante, no âmbito do direito do trabalho, o critério informador da pirâmide hierárquica


é distinto do rígido e inflexível adotado no Direito Comum.

A pirâmide normativa trabalhista é estabelecida de modo flexível e


variável, elegendo para seu vértice dominante a norma jurídica mais
favorável ao trabalhador.

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