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cardeais de Platão
e a Maçonaria
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Virtude...
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Virtude...
Definida de um modo geral, é respeito a uma coisa, o que
completa a boa disposição da mesma, o que a aperfeiçoa; em
outras palavras, a virtude de um coisa é, propriamente falando, o
seu bem, não um bem geral e supremo, mas o bem próprio e
intransferível.
É aquilo que faz com que cada coisa seja o que é. Transferindo
este conceito para o ser humano: virtude é, então,
primeiramente, o poder propriamente humano, na medida em que
se confunde com o valor, a coragem, o ânimo. É o que caracteriza
o ser humano, e as definições da virtude atendem, em tal caso, ao
que consideram o caráter específico do ser humano.
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Virtude...
Aristóteles considerava que a virtude podia ser adquirida,
sendo na realidade resultado de um hábito: “A virtude é
uma disposição adquirida voluntariamente, definida pela
razão conforme a conduta de um homem que age
refletidamente. Ela consiste na medida justa entre dois
extremos, um pelo excesso, outro pela falta”.
Tanto Platão como Aristóteles dedicaram muito tempo à
procura da unidade das virtudes, ou ao modo como a correta
posse da virtude, torna de fato possível o alcance da
eudaimonia
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Eudaimonia
Eudemonismo: Doutrina moral que admite ser a
felicidade individual ou coletiva o fundamento da
conduta humana moral. A busca da felicidade
através do exercício da virtude, a única a nos
conduzir ao soberano bem, por conseguinte à
felicidade. São moralmente boas as condutas que
levam a felicidade.
Essa identificação do soberano bem com a felicidade
que faz da moral um eudemonismo
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Eudaimonia
Felicidade, bem-estar, sucesso.
É um conceito aberto, e diferentes teorias éticas as fornecem de
forma diversa.
Objetivo principal de todos os sistemas de ética antiga. Para os
socráticos era a “melhor, mais nobre e mais agradável coisa do
mundo”.
Aristóteles a concebia como o exercício ativo dos poderes da alma
(virtuosa) em conformidade com a razão.
É um estado completo e auto-suficiente, um fim a ser atingido
exclusivamente por si mesmo, incluindo desse modo todos os outros
fins que são procurados por si mesmos. Abrange assim o prazer mais
vai além. Aristóteles exalta a vida dedicada ao estudo como
realização essencial da eudaimonia
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Eudaimonia
Sumum bonum: O máximo bem; o que é um fim em
si.
A natureza desse estado preocupou tantos filósofos antigos
como os contemporâneos. Thomas Hobbes (1588-1679)
afirma: “Mas no que diz respeito a uma finalidade máxima,
na qual os filósofos antigos situaram a felicidade, disputando
infindavelmente acerca do caminho para a atingir, não há tal
coisa neste mundo, nem caminho para lá chegar, tal como
não existe caminho para a Utopia; pois enquanto vivemos,
temos desejos, e o desejo pressupõe uma finalidade
ulterior”.
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Relembrando: Tanto Platão como
Aristóteles dedicaram muito tempo à
procura da unidade das virtudes, ou ao
modo como a correta posse da virtude,
torna de fato possível o alcance da
eudaimonia
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Platão
Como nenhuma das virtudes indicadas é específica, no sentido de só
se aplicar a uma determinada atividade humana ou até a um
determinado tipo de atividades humanas, e como, por outro lado, não
parece que se possa praticar nenhuma de tais virtudes sem o auxilio
ou, pelo menos, a concordância de outras, falou-se com frequência da
“unidade das virtudes platônicas”.
Entretanto, uma nova visão reflete que a prudência (sabedoria)
parece ser uma virtude que tem certo predomínio sobre outras, pelo
mesmo na medida em que é a virtude indispensável para o
governante. Lembrando que Platão pensava nas virtudes à Polis.
Também se tem a ideia que talvez a justiça e uma virtude que
desempenha um papel capital, na medida em que representa a
harmonia. Neste caso a justiça é a conjunção das virtudes.
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Platão
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Virtudes cardeais de Platão
PRUDÊNCIA
Virtude que faz prever e procura evitar as inconveniências e os perigos;
cautela, precaução Ex.: Dirija com p. Por p. deixou de ir à manifestação.
Calma, ponderação, sensatez, paciência ao tratar de assunto delicado ou
difícil ex.: Fale com ele com muita p. sobre a sua doença
SABEDORIA
qualidade de sábio Ex.: a s. dos seus atos a todos impressionava
caráter do que é dito ou pensado sabiamente Ex.: a s. do filósofo
acúmulo de muitos conhecimentos; grande instrução, ciência, erudição,
saber, conhecimento, natural ou adquirido, das verdades;
Ex.: não era culto, mas tinha a s. da vida
prudência no modo de agir Ex.: ela é a voz da s.
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Virtudes cardeais de Platão
FORTALEZA
qualidade ou caráter de forte; força, vigor, robustez;força moral; firmeza,
constância. Ex.: demonstrou grande f. na adversidade
aquilo que resiste à ação ou influências exteriores Ex.: a f. do
conservadorismo
lugar fortificado para defender uma zona territorial; forte, fortificação
CORAGEM
moral forte perante o perigo, os riscos; bravura, intrepidez, denodo
firmeza de espírito para enfrentar situação emocionalmente ou
moralmente difícil
Ex.: armou-se de c. para rever o amigo moribundo
qualidade de quem tem grandeza de alma, nobreza de caráter, ombridade
Ex.: teve a c. de assumir o próprio erro
determinação no desempenho de uma atividade necessária; zelo,
perseverança, tenacidade Ex.: desde jovem, revelou c. no trabalho
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Virtudes cardeais de Platão
MODERAÇÃO
ato ou efeito de moderar(-se)
virtude de permanecer na exata medida; comedimento
afastamento de todo e qualquer excesso
TEMPERANÇA
qualidade ou virtude de quem é moderado, comedido
sobriedade no consumo de alimentos e/ou bebidas
Ex.: a t. é essencial à saúde
hábito de poupar, de economizar; parcimônia
Ex.: t. nas despesas
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Virtudes cardeais de Platão
JUSTIÇA
caráter, qualidade do que está em conformidade com o que é
direito, com o que é justo; maneira pessoal de perceber, avaliar
aquilo que é direito, que é justo
Ex.: não há como pôr em dúvida a j. de sua causa
princípio moral em nome do qual o direito deve ser respeitado
Ex.: o triunfo da j. sobre o arbítrio
o reconhecimento do mérito de alguém ou de algo
Ex.: a história ainda há de fazer-lhe j.
conformidade dos fatos com o direito
o poder de fazer justiça, de fazer valer o direito de cada um
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A seguir estão as Virtudes apresentadas com um conjunto
de afrescos pintados cerca de 1304-1306 por Giotto di
Bondone, mestre italiano do início do Renascimento, e
seus ajudantes, afrescos estes que fazem parte do
conjunto existente na Cappella degli Scrovegni, em
Pádua.
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A Prudência, afresco de 120 cm por 60 cm, está
representada a três quartos, sentada a uma
escrivaninha. Tem um rosto feminino e olha, como é
típico, para um espelho (neste caso convexo) para
controlar a situação por trás dela. Na nuca, por sua
vez, pode ser visto um rosto masculino barbudo, para
o qual alguns têm indicado uma figura simbólica de
filósofo.
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A Temperança, afresco de 120 cm por 55
cm, está representada como uma figura
feminina segurando uma espada
estreitamente atada por nós,
simbolizando o não recurso à força. Tem
vestida uma túnica longa e a cabeça
coberta por um capuz.
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A Justiça, afresco de 120 cm por 60 cm,
está representada por uma figura
feminina coroada e sentada num trono
cujos braços têm a mesma forma de
arco trilobado do espaldar. Nas mãos
segura os dois pratos duma balança,
estando no prato da mão esquerda um
anjo com a espada erguida no ato de
golpear um malfeitor e no da direita
outro anjo coroando um sábio.
Na base encontra-se um friso onde estão
representadas cenas de caça, de dança
e de equitação, simbolizando os
prazeres da vida que uma pessoa pode
usufruir numa sociedade ordenada e
bem governada.
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No taro
Na ordem sequencial temos a Justiça que nos alerta
sobre as Leis, não apenas as leis feitas pelo homem,
mas principalmente as Leis da Natureza, as Leis de
Equilíbrio Universal. Adverte-nos que a justiça do
homem pode ser falha, mas a Justiça Divina não. Deve-
se, portanto, dar o peso certo a cada coisa, pois todos
certamente em um determinado momento serão
julgados e os efeitos dos atos realizados serão
revertidos em benefícios ou prejuízos.
O Eremita nos aconselha á analisar os acontecimentos minuciosamente, distinguir o falso do
verdadeiro, ou seja, agir com sabedoria, prudência e maturidade. A Força, nos sugere
sutileza e firmeza de propósito, pois desta forma dominaremos qualquer tipo de problema
ou obstáculo. A Temperança recomenda evitar os excessos, buscar o autodomínio, a
moderação dos desejos, e agir com tolerância e perseverança..
Concluímos, então, que toda e qualquer conduta deve se basear nas virtudes e que não se
pode pensar somente em si.
As virtudes são qualidades de grande valor e de extrema importância porque ajudam o ser
humano a controlar e superar o seu maior inimigo, o ego, evitando assim o seu fracasso ou
ruína.
Para evoluir é imprescindível agir com a Sabedoria e Prudência do Eremita; com a Moderação
e Perseverança da Temperança; com a Verdade e Retidão da Justiça; e com a Inteligência e
Coragem da Força.
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Outras
configurações
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REFLEXÃO!
Qual a virtude cardeal de Platão mais presente na sua loja e
por que? E como esta realidade pode contribuir à gestão
(veneralato) da oficina?
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Diferentes concepções da virtude moral e da sua relação com
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AS 4 VIRTUDES CARDEAIS DE PLATÃO NA MAÇONARIA
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AS 4 VIRTUDES CARDEAIS DE PLATÃO NA MAÇONARIA
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AS 4 VIRTUDES CARDEAIS DE PLATÃO NA MAÇONARIA
No canto noroeste está a Temperança, que está relacionada com a gutural, uma
vez que a garganta é a avenida do corpo mais empregada nos pecados de
intemperança. A temperança se refere à entrada nas responsabilidades penais e
para que nenhum Ir\ se esqueça do perigo a que está exposto nas horas
desprotegidas de dissipação, a virtude da moderação é sabiamente impressa em
sua memória por sua referência a uma das porções mais solenes da cerimônia de
iniciação. 'No canto nordeste está a Fortaleza, que está relacionada com o
peitoral, uma vez que o coração sempre foi considerado a sede da fortaleza e da
coragem e, portanto, por esta palavra é sugerido ao M\ certas instruções
simbólicas em relação à virtude da Coragem. No canto sudeste está a Prudência,
que está relacionada ao manual, uma vez que os MM\ são, de uma maneira
peculiar, lembrada, pela mão, da necessidade de uma observância prudente e
cuidadosa de todos os seus compromissos e deveres e, portanto, este órgão sugere
certas instruções simbólicas em relação com a virtude da Sabedoria. No canto
sudoeste está a Justiça que está relacionada com o pedal, já que o homem justo é
aquele que, firmemente plantando seus pés nos princípios do direito, é imóvel
como uma rocha, e não pode ser empurrado de sua posição ereta nem pelas
seduções de lisonjeiro nem as sobrancelhas do poder arbitrário. E, portanto, esta
palavra é sugerida ao pedreiro certas instruções simbólicas em relação à justiça.
Mackey, ao referir-se às borlas, afirmou que elas são definidas como as virtudes
preeminentes ou principais das quais todas as outras dependem. No século XVIII,
os maçons delinearam os símbolos das quatro virtudes cardeais pelo ângulo agudo
disposto. Assim, suponha que você esteja voltado para o Leste, o ângulo
simbolizando a temperança apontará para o sul, foi chamada de Gutural. A
fortaleza era indicada por um Saltire, ou Cruz de Santo André. Este foi o Peitoral.
O símbolo da Prudência era um ângulo agudo apontando para o Sudeste e era
denotado como Manual; e a Justiça tinha seu ângulo voltado para o norte e era
chamada de Pedestal, ou Pedal. A posse das virtudes cardeais de Platão não é uma
distinção especial dos MM\, pois outras sociedades as possuíam. "
Adaptação de texto do Ir\ Hugo Guerra do Grupo Urania 31
AS 4 VIRTUDES CARDEAIS DE PLATÃO NA MAÇONARIA
SABEDORIA / PRUDENCIA
FORTALEZA / CORAGEM
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AS 4 VIRTUDES CARDEAIS DE PLATÃO NA MAÇONARIA
TEMPERANÇA / MODERAÇÃO
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AS 4 VIRTUDES CARDEAIS DE PLATÃO NA MAÇONARIA
JUSTIÇA
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A Maç\ conclama todos os IIr\ a desempenhar o glorioso papel de
construtores sociais. Somos recebidos PP\ BB\, para que, no nosso ser
moral, desbastemos as arestas e asperezas e nos tornemos elementos
úteis à construção deste edifício social que a ela compete erigir. Estas
arestas, asperezas, são os vícios que atrapalham esta convivência
relacional, e impedem a construção desta sociedade moral. Algumas
destas asperezas são de difícil desbaste, mas com as virtudes da
Temperança, Fortaleza, Prudência e Justiça por certo removê-las-ão. Por
isso nos reunimos em Loja, para levantar templos à Virtude e cavar
masmorras ao Vício. A Maç\ pede-nos para praticar a virtude, e pautar as
nossas ações pelas virtudes. Conhecendo a nossa condição humana,
adverte-nos para não abusarmos das nossas próprias fraquezas e muito
menos do enlevo das nossas vaidades, pois o mal e a tentação estão por
todos os lados. Mas por todos os lados, também está o bem e estão os
bem-aventurados homens de boa-vontade. Portanto, direcionemos todas
as nossas ações para o bem.
Adaptado de texto do Ir\ Sílvio Maria de Abreu – ARLS Obreiros da Verdade nº 52- GLMMG/CMSB
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“ É impossível termos problemas quando
a nossa atenção está inteira no
agora.”
Eckhart Tolle
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BIBLIOGRAFIA
FANZAGA, Livio. As virtudes Cardeais. Ed. Ave maria, 2007
GLESP, Ritual Maçônico, 2012
BAZUCHI, Kathia Regina Vieira. As virtudes Cardeais em Tomás de Aquino. Pós em Filosofia,
UnB. 2001
SILVA, Marcelo de Souza. Edgar Wind e os quatro elementos na Stanza Della Segnatura de
Rafael. HACER, 2013
CUNHA, Paulo Ferreira. As Virtudes Cardeais no Afresco de Rafael – Arte, Ética e Jusfilosofia.
USP, 2002
PLATÃO. A República.
https://bibliot3ca.com/as-quatro-borlas/
http://bodeadormecido.blogspot.com/2016/01/as-quatro-borlas-na-maconaria.html
http://blogdojoseflavio.blogspot.com/2015/07/a-vivencia-das-virtudes-um-sonho.html
https://www.freemason.pt/vicios-e-virtudes-na-visao-maconica/
http://www.clubedotaro.com.br/site/r67_virtudes_cardeais_Rose.asp
https://comshalom.org/as-virtudes-cardeais-no-dia-a-dia-segundo-a-doutrina/
https://sergioursaomacom.wordpress.com/2019/01/09/as-quatro-virtudes-cardeais-na-visao-
maconica/
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As virtudes
cardeais de Platão
e a Maçonaria