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Délcio
Teorias sobre a verdade
Que critério nos permite reconhecer a verdade e distingui-la do erro? Que condições a
verdade exige para ser aceita como tal? Quando podemos afirmar que algo é verdadeiro? O
critério de verdade mais frequente entre os filósofos é o da correspondência. A verdade pode
significar o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores. Esta
qualificação implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em
antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão.
No decorrer da história humana, existiram diversas maneiras de compreender o que é a verdade. O critério da
evidência prevaleceu na Antiguidade e na Idade Média. Sofreu alterações na Modernidade, com Descartes, que não
renunciou à possibilidade do conhecimento. Posteriormente, as posições conflitantes entre dogmáticos e céticos
nos ensinaram a desconfiar das certezas, postura que se tornou mais aguda na contemporaneidade.
Sócrates, o mestre em busca da verdade
O pensamento do filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) marca uma reviravolta na história humana. Até então, a
filosofia procurava explicar o mundo baseada na observação das forças da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-
se para si mesmo. Como diria mais tarde o pensador romano Cícero, coube ao grego "trazer a filosofia do céu para a
terra" e concentrá-la no homem e em sua alma (em grego, a psique). A preocupação de Sócrates era levar as pessoas, por
meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Nessa empreitada de colocar a filosofia a serviço da
formação do ser humano, O metodo filosofico de Socrates - Refutação ou ironia — etapa em que Sócrates interrogava
seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber. formulando-lhes perguntas e procurando evidenciar suas
contradições. Maiêutica — etapa em que Sócrates propunha aos discípulos uma nova série de questões, com o
objetivo de ajudá-los a conceber ou reconstruir suas próprias ideias. Por isso, essa fase é chamada de maiêutica, termo
que em grego significa "arte de trazer à luz".
Pensadores sofistas, os educadores profissionais da época, igualmente se voltavam para o homem, mas com um
objetivo mais imediato: formar as elites dirigentes. Isso significava transmitir aos jovens não o valor e o método da
investigação, mas um saber enciclopédico, além de desenvolver sua eloqüência, que era a principal habilidade esperada
de um político.
Desde Aristóteles, predominou a teoria da correspondência, segundo a qual é verdadeira a proposição que
corresponde a um fato da realidade. 0 filósofo francês René Descartes (século XVII] baseou-se nesse critério para concluir
que a evidência primeira não é a de um fato exterior, mas da realidade do seu próprio pensamento. Com base nessa
constatação, construiu seu pensamento filosófico.
Os Sofistas Os sofistas Eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de
filosofia. Empregavam a exposição ou monólogo como método de ensino. Levando em consideração os interesses dos
alunos, davam aulas de eloquência e de sagacidade mental. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso nos negócios
públicos e privados. Alguns deles diziam-se mestres em qualquer assunto, desde a arte de fazer sapatos até a ciência
política e como viver bem na Pólis grega. Por isso eram chamados de solistas!