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CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.

ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Funções de duas ou mais variáveis


_1.1_ Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem estudaremos funções de variáveis, que são ferramentas básicas
na análise de fenômenos naturais, nos quais há combinação de diversos fatores.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Determinar o domínio de uma função de duas ou mais variáveis.


• Descrever os traços de uma função linear de duas variáveis.
• Calcular a taxa de variação média em um mapa de contorno.

elm = videoaula do Mentor em https://youtu.be/dxgZ86qghI0


_1.1_ Desafio

Nos oceanos, grandes volumes de água são movimentados em função das correntes. Muitos
fatores são responsáveis pelas correntes, como os ventos e a força das marés.

A densidade de sal na água e a temperatura também são fatores que influenciam o volume, o
sentido e a direção das correntes marítimas. Podemos usar funções de duas variáveis para
compreender como elas contribuem para determinar mudanças nos mares.

Suponha que f (S, T) denota a densidade da água do oceano com nível de salinidade S (partes por
milhar) e temperatura T (em graus Celsius). Utilize o mapa de contorno de f (S, T) para resolver o
desafio.

Calcule a taxa de variação média (TDV) em relação à salinidade de C até D.

elm = Taxa de Variação Média TDV da densidade em relação à Salinidade entre C e D = (Variação da Densidade da
Água) / (Variação da Salinidade) = (rho_D - rho_C) / (S_D - S_C) = (1,0270 - 1,0265) / (33,8 - 33,0) = 0,000625 =
6,3e-4 (kg/m^3) / °C)
_1.1_ Infográfico
Funções são essenciais na descrição de um fenômeno.
_1.1_ Conteúdo do livro
As leituras indicadas fornecerão as ferramentas para realizar operações com funções com múltiplas
variáveis.
Bons estudos!

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


elm = no ava ed 2009, cap15 (Derivação em várias variáveis), p772 a 778. Usei ed 2018, cap.14 (idem) disp na bib virt - copiado abaixo

Rogawaski, Jon.
Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski, Colin
Adams ; tradução: Claus Ivo Doering. - 3. ed. -
Porto Alegre : Bookman, 2018.

COLIN ADAMS
Colin Adams ocupa a cadeira Thomas T. Read de professor de Matemática no Williams College, onde leciona desde 1985. Ele obteve seu
diploma de Graduação do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e seu diploma de Doutorado da University of Wisconsin. Sua
pesquisa é desenvolvida na área de Teoria de Nós e em Topologia de dimensões baixas. Ele obteve vários financiamentos para apoiar sua
pesquisa, publicou inúmeros artigos de pesquisa e vários livros como autor e coautor.
Em 1998 recebeu o prêmio nacional Haimo de excelência em ensino da MAA (Associação Americana de Matemática), de 1998 a 2000 foi o
palestrante Polya da MAA, de 2000 a 2002 foi o palestrante distinguido Sigma Xi e, em 2003, recebeu o prêmio Robert Foster Cherry de
ensino.Colin tem dois filhos e um cachorro levemente maluco, que se supera no oferecimento de entretenimento.

JON ROGAWSKI
Professor por mais de 30 anos, Jon Rogawski prestou atenção e aprendeu muito com seus próprios alunos. Essas lições valiosas
influenciaram seu modo de pensar e escrever e a elaboração de um livro de Cálculo.
Obteve simultaneamente o diploma de Mestrado em Matemática da Yale University e de Doutorado em Matemática da Princeton
University, onde foi orientado por Robert Langlands. Antes de entrar para o Departamento de Matemática da UCLA (University of California,
Los Angeles) em 1986 como Professor Titular, foi professor e pesquisador visitante no Institute for Advanced Studies e nas universidades de
Bonn e de Paris, em Jussieu e em Orsay.
Suas áreas de interesse em pesquisa foram Teoria de Números, Formas Automorfas e Análise Harmônica em grupos semissimples. Publicou
inúmeros artigos de pesquisa em publicações matemáticas de alto nível, inclusive sua monografia de pesquisa intitulada Automorphic
Representations of Unitary Groups in Three Variables (Princeton University Press). Ele recebeu uma bolsa da Fundação Sloan e foi editor das
publicações Pacific Mathematical Journal e Transactions of the American Mathematical Society.
Infelizmente, Jon Rogawski faleceu em setembro de 2011. Seu compromisso com a apresentação da beleza do Cálculo e com o papel
importante que essa disciplina desempenha no entendimento do mundo como um todo por parte dos estudantes constitui o legado que
continua vivo em cada nova edição de Cálculo.
SUMÁRIO
VOLUME 1
1 Revisão de pré-cálculo = 1
2 Limites -= 55
3 Derivada = 113
4 Aplicações da derivada = 193
5 Integral = 259
6 Aplicações da integral 333
7 Técnicas de integração = .373
8 Mais aplicações da integral e polinômios de Taylor = 443

VOLUME 2 14 DERIVAÇÃO EM VÁRIAS VARIÁVEIS = 739


9 INTRODUÇÃO A EQUAÇÕES DIFERENCIAIS = 479 14.1 Funções de duas ou mais variáveis = 739
9.1 Resolução de equações diferenciais = 479 14.2 Limites e continuidade em várias variáveis =
9.2 Modelos envolvendo y = k(y-b) = 487 750
9.3 Métodos gráficos e numéricos = 492 14.3 Derivadas parciais = 757
9.4 Equação logística = 500 14.4 Diferenciabilidade e planos tangentes = 767
9.5 Equações de primeira ordem = 504 14.5 Gradiente e derivadas direcionais = 774
Exercícios de revisão do capítulo = 510 14.6 Regra da cadeia = 787
14.7 Otimização em várias variáveis = 795
10 SÉRIES INFINITAS
14.8 Multiplicadores de Lagrange: otimização com
10.1 Sequências = 513
restrição = 809
10.2 Soma de uma série infinita = 523
Exercícios de revisão do capítulo = 818
10.3 Convergência de séries de termos positivos = 534
15 INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA = 821
10.4 Convergência absoluta e condicional = 543
15.1 Integração em duas variáveis = 821
10.5 Testes da razão e da raiz e estratégias para escolher
15.2 Integrais duplas em regiões mais gerais = 832
testes = 548
15.3 Integrais triplas = 845
10.6 Séries de potências = 553
15.4 Integração em coordenadas polares,
10.7 Séries de Taylor = 563
cilíndricas e esféricas = 856
Exercícios de revisão do capítulo = 575
15.5 Aplicações de integrais múltiplas = 866
11 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS, COORDENADAS POLARES E
15.6 Mudança de variáveis = 878
SEÇÕES CÔNICAS = 579
Exercícios de revisão do capítulo = 891
11.1 Equações paramétricas = 579
11.2 Comprimento de arco e velocidade = 590
16 INTEGRAIS DE LINHA E DE SUPERFÍCIE 895
11.3 Coordenadas polares = 596
16.1 Campos vetoriais = 895
11.4 Área e comprimento de arco em coordenadas polares
16.2 Integrais de linha = 905
= 604
16.3 Campos vetoriais conservativos =919
11.5 Seções cônicas= 609
16.4 Superfícies parametrizadas e integrais de
Exercícios de revisão do capítulo 622
superfície = 930
12 GEOMETRIA VETORIAL 625
16.5 Integrais de superfície de campos vetoriais =
12.1 Vetores no plano = 625
944
12.2 Vetores em três dimensões = 635
Exercícios de revisão do capítulo = 954
12.3 Produto escalar e o ângulo entre dois vetores = 645
17 TEOREMAS FUNDAMENTAIS DA ANÁLISE
12.4 Produto vetorial = 653
VETORIAL = 957
12.5 Planos no espaço tridimensional = 664
17.1 Teorema de Green = 957
12.6 Classificação de superfícies quádricas = 670
17.2 Teorema de Stokes = 971
12.7 Coordenadas cilíndricas e esféricas = 678
17.3 Teorema da divergência = 981
Exercícios de revisão do capítulo = 685
Exercícios de revisão do capítulo 993
13 CÁLCULO DE FUNÇÕES VETORIAIS = 689 APENDICES
13.1 Funções vetoriais = 689 A A linguagem da matemática = 1
13.2 Cálculo de funções vetoriais = 697 B Propriedades de números reais = 7
13.3 Comprimento de arco e velocidade = 706 C Indução e o teorema binomial = 12
13.4 Curvatura = 711 D Demonstrações adicionais = 16
13.5 Movimento no espaço tridimensional = 722 RESPOSTAS = 1
13.6 Movimento planetário segundo Kepler e Newton = 731 REFERÊNCIAS = 1
Exercícios de revisão do capítulo = 737
14 DERIVAÇÃO EM VÁRIAS
VARIÁVEIS

N e. te capítulo, estendemos o. conceito. e a. técnica. do Cálculo Diferencial a funções de


ária. -ariávei . . Como · eremo. , uma função f qu dep ode de dua. ou mai. variávei .. não
tem . ó uma derivada, ma~ , em vez di. . o um conjunto de derivadas parciais uma para cada
variá el . A. deri ada. parciaís con. ti tu em os componente. do · etor gradiente, que fornece
um entendimento alio. o do comportamento da função . a. dua. última. . eçõe. do capítulo
aplicam.o. a. ferramen ta. d . en o] ida. à otimização em ária. ariá ei . .

A inclinação que um alpini. t.: enfrenta


depende da direção e do . enüdo de . eu
movimento e é dada por uma generalização
apropriada da derivada de uma função de
uma ariá el.
(Philip e Karen Smith/Getty Jma;;:es)

AGURA 1 O dima global é infl enciado


pela ' e. teira ' oceanica um . i. tema de
correnle. marítima. profunda. movida.
por ariaçõe. na densidade da água do.
oceano . .

AGURA 2 m instrumento denominado


Condnti idade-Temperatura-Profundidade
(CDT, em inglê. é utilizado para
medir · ariá: eis da água oceânica como
den, idade, Lemperatura, pre. são e
. alinidade. (NOAA ·
14.1 Funções de duas ou mais variáveis
Um exemplo familiar de uma função de duas variáveis é a área A de um retângulo, que é ig ual
ao produto xy da base x pela altura y . Escrevemos

A (x, y) = xy

ou A = ft.x , y), sendo ft.x, y) = xy. Um exemplo de três variáveis é a distância de um ponto
P = (x, y, z) à origem:

8 (x' Y, z) = j x2 + y2 + z2
Um exemplo importante, mas me nos conhecido, é o da densidade da água dos oceanos,
denotada por p, que é uma função da salinidade Se da temperatura T (Figura 1). Embora não
exista uma fórm ula simples para p(S, T), os cientistas determinam valores dessa função ex-
perimentalmente (Figura 2). De acordo com a Tabe la 1, se S = 32 (cm partes por milhar, o u
ppm) e T = 1OºC, então

p (32, 1O) = 1,0246 kg!m3 elm = geralmente


ppm é partes por
TABELA 1 Densidade da água do oceano p milhão - aqui diz
(kg/m3 ) como uma função da temperatura e salinidade milhar!!!
Salinidade (ppm)
ºC 32 32,S 33
5 1,0253 1,0257 1,0261
10 1,0246 1,0250 1,0254
15 1,0237 1,0240 1,0244
20 1,0224 1,0229 1,0232

Uma fu nção a n variáveis é uma função f (x 1, ... , xn) que associa um número real a
cada ênupla (x 1 , . . . , x 11 ) de um domínio em R11 • Às vezes, escrevemos.f{P) para o valor de/
num ponto P = (x 1, . . . , Xn). Se/estiver definida por uma fórmula, costumamos considerar
seu domínio como sendo o conjunto de todas as ênuplas com as q uais f (x 1, • . . , x 11 ) estiver
definido. A imagem de/é o conjunto de todos os valores .f(x 1 , ..• , x 11 ) , com (x 1 , • • • , xn) no
domínio. Como enfocamos funções de d uas ou três variáveis, geralmente utilizamos x, y e z
(em vez dex1, xz, x3).
• EXEMPLO 1 Esboce o dorrúnio de :
(a) f(x,y) = .J9 - x 2 - y (b) g(x , y, z) = x.Jy + ln(z - 1)
Qual é a imagem de cada uma dessas funções?
Solução
(a) f (x , y) = J9 -
x2 - y eslá definida se 9 - x 2 - y ::: O, ou y s 9 - x 2. Assim, o dorrú-
nio consiste em todos os pontos (x, y) acima da ou na parábola y = 9 - x 2 [Figura 3(A)]:
?
V = {(x, y) : y S 9 - x-}

Para determinar a image m, observe que f é uma função não negativa e que
f(O , y) = .J9 y. Como 9 - y pode ser qualquer número positiivo,f(O, y) atinge todos
os valores não negativos. L ogo, a imagem def é o intervalo infinito [O, oo).
(b) g(x, y , z) = x.JY + ln(z - 1) só está definida se ambos, .JY e ln(z - l), estiverem de-
finidos. Assim, exigimos gue y ::: Oe z > 1, portanto o domínio da função é dado por
{ (x, y, z) : y ::: O, z > 1} [Fig ura 3(B)]. A imagem de g é toda a reta real R. De fato,
com as escolhas particulares y = 1 e z = 2, lemos g(x, 1, 2) = x..JT +ln 1 = x e, como
x é arbitrário, vemos que g atinge todos os valores. •

(
\
O domínio de f(x, y) = ...J9 - x2 - y ( O domínio deg(x, y, z) = x./Y + ln (z - 1) é o
é o conj unto de l(xlos os pontos acima conjunto de todos os pontos com y ~O e z > 1.
=
da ou na parábola y 9 - x2. O domínio continua até o infinito nos sentidos
indicados pelas setas.
FIGURA3

Esboço do gráfico de funções a duas variáveis


No Cálculo a uma variável, utilizamos gráficos para visualizar as características importantes de
uma função. Os gráficos desempenham um papel semelhante com funções de duas variáveis.
3
O gráfico de uma função f a duas variáveis consiste em todos os pontos (a, b,f(a, b)) em R ,
com (a, b) no dorrúnio V def Supondo quef seja contínua (conforme definido na seção seguin-
te), o gráfico será uma superfície cuja altura acima ou abaixo do plano .xy em (a, b) é o valor
=
f(a, b) da função (Figura 4). Muitas vezes escrevemos z f(x , y) para reforçar que a coordenada
z de um ponto do gráfico é uma função de x e y .
• EXEMPLO 2 Es boce o gráfico def (x , y) = 2x 2 + 5y 2 .
Solução O gráfi co é um paraboloide (Fig ura 5), como vimos na Seção 12.6. Esboçam os o
gráfico usando a informação de que a seção Lrans versal horizontal (denominada "Lraço" hori-
zontal, a seguir) à altura z = e é a elipse 2x 2 + 5y 2 = e. •

Esboçar a mão gráficos mais complicados pode ser bem difíc il. Felizmente, os sistemas
algébricos computacionais eliminam esse trabalho e aume ntam, c m muito, nossa habilidade
de explorar graficam e nte as funções. Os gráficos pode m ser girados e vis tos de diferentes
pcrspcctivas (Figura 6).

X
a

~ Gráfico de y =f(x ) B) Gráfico de z = f (x, y)


FIGURA4

FIGURA 5 Gráfico de f (x, y) = 2x 2 + 5y 2 .


z

AGURA 6 Algumas visualizações distintas dez = e- .x2 - / -


2
e- (.x- 1) - (y - 1)
2
.

Traços e curvas de nível


Uma maneira de analisar o gráfico de f(x, y) é congelar a coordenada x tomando x = a e exa-
minar a curva resultante dada por z = f(a, y). Analogamente, podemos tomar y = b e conside-
rar a curva z = f{x, b). Curvas desse tipo são denominadas traços verticais. Elas são obtidas
intersectando o gráfico com planos paralelos a um plano coordenado vertical (Figura 7):
• l'raço vertical no plano x = a : a i nterseção do gráfico com o plano vertical x = a,
consistindo em todos os pontos (a, y , f(a, y))
• Traço vertical no plano y = b : a interseção do gráfico com o plano vertical y = b,
consistindo em todos os pontos (x, h, f(x, b)).
z
z Traço vertical

rl~b
Traço vertical
em x= a

\
/j~
~~~y
X
~
a
x =a X
y= b

(A) Traços verticais paralelos ao plano yz. (B) Traços verticais paralelos ao plano xz.

FIGURA 7

• EXEMPLO3 Descreva os traços verticais de f (x, y) = x sen y.


Solução Congelando a coordenada x tornando x =a, obtemos o traço z = a sen y (ver Figu-
ra 8). Essa é uma curva senoidal localizada no plano x = a. Tornando y = h, obtemos uma reta
z = x(sen b) de inclinação sen b, localizada no plano y = b. •
z z
z =x sen y z =x sen y

(A) Os traços nos planosx =a ( 8 ) Os traços nos planos y = b


são as curvas z = a (sen y). são as retas z =x(sen b).
FIGURA 8 Traços vertj cais de
f (x, y) = x sen y.

• EXEMPLO 4 Identificação das características de um gráfico Combine os gráfi cos da


Figura 9 com as funções seguintes:
(i) f(x ,y)= x-y 2 (ii) g(x , y) = x 2 - y

Solução Comparemos os traços verticais. O traço vertical de f (x , y ) = x - y 2 no plano x = a é


uma parábola virada para baixo z = a - y 2 . Isso combina com (B). Por outro lado, o traço verti-
cal de g(x, y) no plano y = b é uma parábola virada para cima z = x 2 - b. Isso combina com (A).
Observe, ta mbé m, que f (x, y) = x - y 2 é uma fun ção crescente de x [ou sej a, f(x, y)
cresce sex cresce] como c m (B), ao passo que g (x , y) = x 2 - y é uma função decrescente de
y, como em (A). •
z ...
7

Parábolas viradas Pará5o a. viradas


'
J
para cima
h, 7=x2-)
para baixo
x =-a
'
=a - 2

/
Dccre. cente no . entido Cre. ccntc no . cntido
' positi vo x positi vo
) (8

AGURA9
Curvas de nível e mapas de contornos
Além dos traços verticais, o gráfico de f(x, y) tem traços horizontais. Esses traços e suas cur-
vas de nível associadas são especialmente importantes na análise do comportamento de uma
função (Figura 10):

• Traço horizontal à altura e: a interseção do gráfico com o plano horizontal z = e,


consistindo em todos os pontos (x, y,j(x, y)) tais quej(x, y) = e.
• Curva de nível: a curvaj(x, y) = e no plano xy.

Tra~o horizontal

X AGURA 1O A curva de nível consiste em


todos os pontos (x, y) em que a função toma
o valor e.

Assim, a curva de nível correspondente a e consiste cm todos os pontos (x, y) do plano cm que
a função toma o valor e. Cada curva de nível é a projeção sobre o plano xy do traço horizontal
do gráfico que fica acima dela.
Um mapa de contornos é um esboço no plano xy que mostra as curvas de nívelj(x, y) = e
com valores igualmente espaçados de e. O intervalo m entre os espaçamentos é denominado
intervalo de contornos. Quando passamos de uma curva de nível para a seguinte, o valor de
j(x, y) (e, portanto, a altura no gráfi co) varia por±m.
A Figura 11 compara os gráficos de uma funçãoj(x, y) em (A) e seus traços horizontais
em (B) com o mapa de contornos em (C). O mapa de contornos em (C) tem intervalo de con-
tornos m = 100.
É importante entender como a inclinação do gráfico é dctectada pelo mapa de con-
tornos. Se as curvas de nível estiverem próximas, então um pequeno movimento desde uma
curva de nível para a seguinte no pl ano xy produz uma grande mudança na altura. Em outras
palavras, as curvas de nível estarão próximas nas partes íngremes do gráfico (Figura 11 ).
Analogamente, as curvas de nível estarão mais afastadas nas partes mais planas do gráfico.

Nos mapas de contornos, as curvas de


nível também são denominadas curvas
de contorno.
Curvas de nível
mais próximas
z z

z = f(x,y)

Parte mais Curvas de nível


plana do gráfico mais afastadas

(A) (B) Traços horizontais

FIGURA 11

• EXEMPLO 5 Paraboloide elíptico Esboce o mapa de contornos de f (x, y) = x 2 + 3y2 e


observe o espaçamento das curvas de nível.
Solução As curvas de nível têm equaçãof(x, y) = e, ou
x 2 + 3y2 = e
• Se e > O, a curva de nível é uma elipse.
• Se e = O, a c urva de nível reduz ao ponto (0, 0), porque x 2 + 3y2 = O somente se
(x, y) = (0, 0).
• A curva de nível é vazia se e < O, porquef(x, y) nunca é negativo.
O gráfico de f(x, y) é um paraboloide elíptico (Figura 12). À medida que nos afastamos da
origem,f(x, y) cresce mais rapidamente. O gráfico fica mais íngreme e as curvas de nível ficam
mais próximas. •
z

X
y
cresceme

decrescente

FIGURA 12 f (x, y) = x2 + 3y2. O =


FIGURA 13 1:(x, y) x2 - 3_v2. O intervalo
inlervalo de contornos é m = l O. de contornos é m = 1O.
• EXEMPLO 6 Paraboloide hiperbólico Esboce o mapa de contornos de g (x, y) = x2 - 3 y2.
Solução As curvas de nível têm equação g(x, y) = e, ou
x 2 - 3y 2 = e
• Se e i= O, a curva de nível é a hipérbole x 2 - 3y2 =e.
• Se e = O, a curva de nível consiste nas duas retas x = ± J3y, porque a equação g(x, y) = O
fatora como segue:

x 2 - 3y 2 =O= (x - -J3y)(x + ../3y) = O

O gráfico de g(x, y) é um paraboloide hi perbólico (Figura 13). Partindo da ori gem,


g(x, y) cresce em ambos os sentidos ao longo do eixo x e decresce em ambos os sentidos ao
Jongo do eixo y . Além clisso, o gráfico fica mais íngreme mais longe da origem, de modo que
as curvas de nível ficam cada vez mais próximas. •

• EXEMPLO 7 Mapa de contornos de uma função linear Esboce o gráfico de f (x, y) =


12 2x - 3ye o mapa de contornos associado com intervalo de contornos m = 4.
Solução Observe que tomando z = J(x, y), podemos escrever a equação co mo
2x + 3y + z = 12. Conforme vimos na Seção 12.5, essa é a equação de um plano. Para traçar
o gráfico, encontramos os cortes do plano com os eixos (Figura 14). O gráfico corta o eixo
z em z = f(O, O) = 12. Para encontrar o corte com o eixo x, tomamos y = z = O para obter
12 - 2x - 3(0) =O, ou x = 6. Analogamente, resolvendo 12 - 3y =O, obtemos o corte y = 4
com o eixo y . O gráfico é o plano determinado pelos três pontos de corte.
Em gera], as curvas de nível de wna função linear f (x, y) = qx + ry + s são as retas
de equação qx + ry + s = e. Portanto, o mapa de contornos de uma função linear consis-
te em retas paralelas igualmente espaçadas. No nosso caso, as curvas de nível são as retas
12 - 2x - 3y = c,ou 2x + 3y = 12 - c(Figura 14). •

------
z e = 20

c =l 6

------
-------
e = 12

e =8

----
---
c=4

e= O

-- - 4
.::::: - - y
(Intervalo m= 4)
X

RGURA 14 Gráfico e mapa de contornos de


FIGURA 15 Cadeia de montanhas Whitney, na Califórnia (EUA ), com mapa de contornos.
f (x , y) = 12 - 2x - 3y. (à esq11erda: © Rachid Dahnm111/A11mra Plwtos; à direíla: USGS/http://www.topoque.1·/.com)
Como podemos medir quantitativamente se uma região é mais íngreme que outra? Ima-
ginemos uma superfície dada por z = f(x, y) como uma cadeia de montanhas. De fato, os ma-
pas de contornos (também denominados mapas topográficos) são utilizados extensivamente
para descrever a superfície terrestre (Figura 15). Colocamos o plano xy ao nível do mar, de
modo que.f(a, h) é a altura (nesse caso, a altitude, ou elevação) da montanha acima do nível do
mar no ponto acima de (a, h) no plano.

- -
/\ Figura 16(A) mostra dois pontos, P e Q, do plano xy, junto aos pontos P eQ do grá-
lico que ficam acima deles. Definimos a taxa de variação média:

D. altitude
Taxa de variação média de P a Q = - - - - -
D. horizontal

em que
--
D. altitude = variação na altura entre P e Q
D. horizontal = distância de P a Q

ENTENDIMENTO CONCEITUAL A ideia de que as taxas de variação dependem da direção


será discutida quando chegarmos às derivadas direcionais, na Seção 14.5. No Cálculo a
uma variável, medimos a taxa de variação pela derivadaf'(a). No caso de várias variáveis,
não há só uma única taxa de variação, pois a variação de.f(x, y) depende da direção: a taxa é
nula ao longo de uma curva de nível íporque.f(x, y) é constante ao longo da curva de nívell
e a taxa é não nula nas direções apontando de uma curva de nível à próxima íFigura 16(B)l.

V:
1
~ horizontal
,_,_11
1
1 ___
Função não varia ao longo A '----' B
da curva de nível 200
A '------' C
400
Intervalo de contornos: 0,8 km Intervalo de contornos: 100 m
Escala horizontal: 2 km '----' Escala horizontal: 200 m '----'

~)
AGURA [6J
• EXEMPLO 8 A taxa de variação média depende da direção Calcu lc a taxa de variação
média de A aos pontos B, C e D da Fig ura 16(B).

Solução O intervalo de contornos na Figura 16(B) é m = 100 m. Ambos os segmentos, AB


e AC , atravessam duas curvas de nível , de modo que a variação na altitude é de 200 m cm
ambos os ca. os. A e. cala horizontal mostra que A B corresponde a uma variação horizontal de
200 m e AC corresponde a uma variação horizontal de 400 m. Por outro Jado, não há variação
de altitude de A até D . Portanto ,
ó. altitude 200
Taxa de variação média de A até B = = - = 1,0
ó. horizontal 200
ó. altitude 200
Taxa de variação média de A até C = = - = 0,5
ó. horizontal 400
ó. altitude
Taxa de variação média de A até D =
!::,,. horizontal
= O

Nesse exemplo, vemos explicitamente que a taxa média varia de acordo com a direção.

Quando subimos uma montanha, a inclinação cm cada momento depende do caminho es-
colhido. Se caminharmos "cm volta" da montanha, no. sa altitude não varia. Por outro lado, cm
cada ponto há uma direção e sentido mais íngremes, nos quais a altitude cresce mais rapidamente.
Num mapa de contornos, a direção de maior s ubida é, aproximadamente, a direção que nos leva
ao ponto mais próximo da curva de nível imediatamente maior fFi gura 17(A)l Dizemos "aproxi-
madamente" porque o terreno pode vari ar entre curvas de nível. U m caminho de maior subida é
um caminho que começa num ponto P e, cm cada ponto ao longo do trajeto, sempre aponta na di-
reção de maior subida. Podemos aproximar o caminho de maior subida esboçando uma sequência
de segmentos que liguem o mais diretamente possível uma curva de ní vel à seguinte. Na Figura
17(B), temos dois caminhos de P a Q. O caminho sóHdo é um de mai or subida, mas o tracejado
não, pois não passa de uma curva de nível à seguinte pelo menor segmento possível.

Aproximadamente,
um aminflo âe Não g UIT),J:amin o
maior sulrida iniciando de maior subida.
emP.
( ) Vetores apontando, aproximadamente, BJ
na direção de maior subida.
AGURA 17

Um caminho de maior descida é o


mesmo que um caminho de maior
subida percorrido no sentido oposto.
A água que escorre montanha abaixo
segue um caminho de maior descida.
Mais de duas variáveis
Existem muitas situações em que necessitamos de uma função de mais de duas variáveis. Por
exemplo, podemos querer manter o registro da temperatura cm vários pontos de uma sala
usando uma função T(x, y, z) que depende das três variáveis correspondentes às coordenadas
de cada ponto. Na elaboração de modelos quantitativos na Economia, as funções podem de-
pender de mais de 100 variáveis.
Infelizmente, não é possível esboçar o gráfico de uma função de mais de duas variáveis.
O gráfico de uma funçãoj(x, y, z) consistiria no conjunto de pontos (x, y, z,J(x, y, z)) no espaço
quadridimensional R4 . Contudo, assim como utilizamos mapas de contornos para visualizar
uma montanha tridimensional usando curvas num plano bidimensional, é possível esboçar
as superfícies de nível de uma função j(x, y, z) de três variáveis. Essas são as superfícies de
equação j(x, y, z) = e. Por exemplo, as superfícies de nível de
f(x, y, z) = x 2 + Y2 + z2
são as esferas de equação x 2 + y 2 + z2 = e (Figura 18). No caso de uma função T(x, y, z) repre-
sentar a temperatura cm pontos do espaço, dizemos que as superfícies de nível correspondentes
a T(x, y, z) = k são as isotermas. Essas são as coleções de pontos que têm a mesma temperatura.
z
.1.
x2 +y2 + z2 = 1 x2 + y2 +z2 = 4

x 2 + y2 + z2 = 9

AGURA 18 As superfícies de nível de


f(x, y, z) = x 2 + y 2 + z2 são esferas.

• EXEMPLO 9 Descreva as superfícies de nível deg(x , y, z) = x 2 + y2 - z2 .

Solução A superfície de nível com e= O é o cone x 2 + y 2 - z 2 = O. Com e =!= O, as superfí-


cies de nível são os hiperboloides x 2 + y 2 - z 2 = e. O hiperboloide tem uma fo lha se e > O e
duas folhas se e < O (Figura 19). •
z z z

y y y y

~)=,3 c >O) g(x,y, z) =O g( ,y, ~) = e (e < O)

FIGURA 19 As superfícies de nível de g(x , y, z) = x2 + y2 - z2 .


14.1 Resumo
• O domínio 'D de uma função f (x1, ... , xn) a n variáveis é o conjunto de ênuplas
(a1, ... , an) em Rn nas quais f (a1 , ... , an) está definida. A imagem de fé o conjunto
de valores atingidos porf
• O gráfico de uma função real contínuaftx, y) é a superfície em R 3 consistindo nos pon-
tos (a. b. f(a. b )) com (a. b) no domínio 'D de f
• Um traço vertical é a curva obtida pela interseção do gráfico com um plano vertical
x = aouy = b.
• Uma curva de nível é uma curva no plano xy definida por uma equação Jtx, y) = c.
A curva de nível ftx, y) = c é a projeção sobre o plano xy da curva de traço horizontal
obtida pela interseção do gráfico com um plano horizontal z = c.
• Um mapa de contornos mostra as curvas de nívelftx, y) = c com valores igualmente
espaçados de c. O espaçamento m é denominado intervalo de contornos.
• Interpretando um mapa de contornos, não esqueça que:
• A altitude não varia se caminharmos ao longo de uma curva de nível.
• A altitude cresce ou decresce por m (o intervalo de contornos) se caminharmos de
uma curva de nível para a seguinte.
• O espaçamento entre as curvas de nível indica a variação da altitude: elas estão mais
próximas onde o gráfico for mais íngreme.
• A taxa de variação média de P a Q é a razão (Li altitude)/ (Li horizontal).
• A direção de maior subida num ponto P é a direção e sentido ao longo dos quaisftx, y)
varia o mais rapidamente. A direção de maior subida é obtida (aproximadamente) dese-
nhando o segmento de P até o ponto mais próximo da curva de nível seguinte.
• As superfícies de nível podem ser usadas para entender uma função Jtx, y, z). Se essa
função representar temperatura, dizemos que as superfície de nível são isotermas.

14.1 Exercícios
Exercícios preliminares
1. Qual é a diferença entre um traço horizontal e uma curva de nível?
Como estão relacionados?
2. Descreva o traço de/(x, y) = x 2 - sen(x 3y) no planoxz.
3. É possível duas curvas de nível djferentes de uma mesma função
se intersect~uem? Explique.

4. Descreva o mapa de contornos dej{x, y) = x com intervalo de con-


tornos 1.
5. Como difere m os mapas de contornos de
Jtx , y) =x e g (x, y) = 2x
com inlervalos de contornos 1?
z
Exercícios
Nos Exercícios 1-4, calcule o valor da função nos pontos especificadns.

1. f(x ,y) =x+yx 3 , (2,2),(-1 , 4)


y
2. g(x ,y)= , (1,3),(3, - 2)
+y2X2

3. h(x , y, z) = xyz 2, (3, 8, 2), (3. - 2, - 6)


4. Q(y , z) = y 2 + ysenz, (y, z) = (2, 2f), (-2, %)
Nos Exercícios 5- 12, e.~boce o domínio da fimção.
X
5. f(x , y) = 12x - Sy 6. f(x , y) = Js1 - x 2
l
7. f(x, y) = ln(4x 2 - y) 8. h(x, 1) = - -
X+ f
1 y (B)
9. g(y,z) = --2 10. f(x , y) = sen -
z+y X

11. F (/, R) = ,JiR 12. f (x , y) =are cos (x + y)


Nos Exercícios 13- 16, descreva o domínio e a imagem da função.

13. f(x , y , z) = xz + eY 14. f(x, y, z) = xJy + zélx


15. P (r,s,1) = J 16-r2s212 16. g(r , s) = are cos (rs)
17. Combine os gráficos (A) e (B) da rigurn 20 com as funções
(i) f(x , y) = -x + y 2 (ii) g(x, y) = x + y2

18. Combine cada um dos gráficos (A) e (B) da r igurn 21 com uma y
das funções seguintes:
(i) f(x , y) =
(cosx)(co y) X

(ii) g(x , y) = cos(x 2 + y 2 )


(A)

z z FIGURA20

(A) (B)
RGURA21

19. Combine as funções (a)-(1) com seus gráficos (A)-(F) na Figura 22.
(a) f (x, y) = lxl + lyl
(b) f (x, y) = cos(x - y)
1
(e) f (x' y) = 1 + 9x2 + y2
(d) f(x, y) = cos(y2)e -O, l (x2+y2)
- 1
(e) .f(x, y) = 1 +9x2 + 9y2
(1) f(x, y) = cos(x2 + y2)e- O, l(x2+y2)
z z

(A) (B)
z

(C)
z z

(E) (F)

F1GURA22
20. Combine as funções (a)-(d) com seus mapas de contornos (A)-(D)
na Figura 23.
(a) f(x,y)=3x+4y (b) g(x, y) = x 3 - y
(e) h(x , y) = 4x - 3y (d) k(x,y)=x 2 - y

Nos Exercícios 21 -26, esboce o gráfico e alguns traços verticais e ho-


rizontais.

21. f(x, y) = 12 - 3x - 4y 22. f(x,y)=J4-x2-y2


23. f(x, y) = x 2 + 4y 2 24. j(x, y) = y 2
1
25. f (x, y) = sen(x - y) 26. f (x, y) =
2
X + y2 + 1
27. Esboce o mapa de contornos def(x, y) = x + y com intervalos
de contornos m = 1 e 2.
28. Esboce o mapa de contornos de f (x, y) = x 2 + y 2 com curvas de
níveis c = O, 4, 8, 12 e 16.
10

o o
-5 -5

- 10 - 10
- 10 - 5 o 5 10 - 10 - 5 o 5 10
(A) (B)

10 10

5 5

o o
-5 -5

- 10 - 10
- 10 - 5 o 5 10 - 10 - 5 o 5 10
(C) (D)

FIGURA23
Nos Exercícios 29-36, esboce um mapa de contornos def(x, y) com um
intervalo de contornos adequado, mostrando pelo menos seis curvas de
nível.
y
29. f(x, y) = x 2 - y 30. j(x, y) = 2
X

31. f(x, y) = ~ 32. f (x, y) = xy


X

33. f(x,y)=x 2 +4y 2 34. f(x ,y)= x+2y- l


35. f (x, y) = x2 36. f (x, y) = 3x 2 - y2
37. ~ Enconlrc a fun ção linear cujo mapa de contornos (com inter-
valo de contornos m = 6) é mostrado na Figura 24. Qual será a fun-
ção linear sem = 3 (e a curva de nível c = 6 for renomeada c = 3)?

e= 6
e= º
AGURA 24 Mapa de contornos com intervalo de contornos m = 6.
38. Use o mapa de contornos da Figura 25 para calcular a taxa deva-
riação média:
(a) de A até B. (b) de A até C.

-6 -4 -2 2 4 6
FIGURA25

39. Usando a Figura 26, responda às questões seguintes.


(a) Em qual das local idades (A}-(C) a pressão cresce no sentido
Norte?
(b) Em qual das localidades (A)-(C) a pressão cresce no sentido
Leste?
(e) Em qual sentido a pressão cresce mais rapidamente na local i-
dade (B)?

1()()4 1000 1016

FIGURA26 A pressão atmosférica (em milibares) na


América do Norte em 26 de março de 2009.
Nos Exercícios 40-43, seja T(x, y, z) a temperatura em cada ponto do
espaço. Esboce superfícies de nível (denominadas isoLérmicas) corres-
pondentes às Lemperaturas flxada.s dadas.

40. T(x,y,z) =2x + 3y -z. T=0 , 1, 2


41. T (x ,y,z) =x -y+2z. T= 0, l ,2
42. T(x, y, z) = x 2 + y 2 - z. T =O, 1. 2
43. T(x, y, z) = x 2 - i + z 2. T =O, 1, 2, -1 , -2
Nos Exercícios 44-47, p(S, D denota a densidade da água do oceano
(quilogramas por metro cúbico) como uma f unção da salinidade S (par-
tes por milhn.r) e temperatura T (em graus Celsius). Utilize o mapa de
contornos da Figura 27.

44. Calcule a taxa de variação média de p em relação a T de B até A.


45. Calcule a taxa de variação média de p em relação a S de B até C.
46. Num nível fix ado de salinidade, a densidade da água do oceano é
uma função crescente ou decrescente da temperatura?

47. A densidade da ág ua parece ser mais sensível a uma variação da


temperatw·a no ponto A ou no ponto B?

20
,......
u
o
'-'
E-
15
,_
"'
2C<S
,_
G)
o.. 1()
E
G)
r--.
5

() +-~~+-~~+-~~+-~~~~~+-~~ .....

31,5 32,0 32,5 33,0 33,5 34,0 34,5


Salinidade S (ppm)
FIGURA 27 O mapa de contornos da densidade p(S, D da
áglia do oceano (kg/m3 ).

Nos Exercícios 48-51, use a Figura 28.

48. Encontre a variação de elevação entre A e B.


49. Dê uma estimativa da taxa de variação média da elevação entre A e
B edeA até C.
50. Dê uma estimativa da taxa de variação média da elevação de A até
os pontos i, ii e iii.
51. Esboce o caminho de maior subida começando em D.
Intervalo de contornos =20 m
o 1 2 km

FIGURA28
52. Suponha que a temperatura no espaço seja dada por
T(x, y, z) = x 2 + y 2 - z. Esboce as isotermas correspondentes às
temperaturas T = - 2, - 1, O, 1 e 2.
53. Suponha que a temperatura no espaço seja dada por
x 2 + ,i + z2 . Esboce a~ isoterma~ correspondentes
T (x, y, z) = 4 9
às temperaturas T = O, l e 4.
54. Suponha que a temperatura no espaço seja dada por
T(x , y, z) = x 2 - y 2 - z. Esboce as isotermas correspondentes às
temperaturas T - - 1, O e 1.
55. Suponha que a temperatura no espaço seja dada por
T(x, y, z) = x 2 - y 2 - z 2 . Esboce as isotermas correspondentes
às temperaturas T = - 2, - 1, O, l e 2.

Compreensão adicional e desafios


56. l~A função f (x, t) = t - 112 e- x / t ,cujo gráfico aparece na
2

Figura 29, modela a temperatura ao longo de uma barra metálica


depois de uma grande quantidade de calor ter sido aplicada em seu
ponto central.
(a) Esboce os traços verticais nos instantes t = 1, 2 e 3. O que
esses traços nos dizem sobre a maneira pela qual o calor se
propaga através da barra?
(b) Esboce os traços verticais x = e com e= ± 0 ,2 e ± 0,4. Des-
creva como a temperatura varia com o tem po em pontos perto
do centro.
57. Seja
X
f(x,y)= J com(x,y);if: (0, 0)
X2 + y2
Escreva/ como uma função f (r, B) em coordenadas polares e use
isso para encontrar as curvas de nível de f
Temperatura T

TempoL

2
FIGURA29 O gráfico de f(x, t) = 1- l/ 2e-x / t
começando logo depois de t = O.

14.2 Limites e continuidade em várias variáveis


Nesta seção, desenvolvemos os conceitos de limites e continuidade no contexto de várias
variáveis. Concentramos nossa atenção a duas variáveis, mas definições e resultados análogos
podem ser dados no caso de três ou mais variáveis.
Vimos que, na reta real, um número x está próximo de a se a distância lx - ai for
pequena. No plano, um ponto (x, y) está p róximo de outro ponto P = (a, b) se a distância
d((x, y), (a, b)) = Jcx - a) 2 + (y - b)2 entre eles for pequena.
Observe que se tomarmos todos os pontos que estão a uma distância menor do quer de
P = (a, b), como na Figura 1, obteremos um disco D (P, r) centrado em P que não inclui sua
fronteira. Se insistirmos que também d((x, y), (a, b)) =!=O, então obteremos um disco perfu-
rado que não incluirá Peque denotaremos por D* (P, r).
Suponha, agora, que f(x, y) esteja definida perto de P, mas não necessariamente no
próprio ponto P. Em outras palavras,f(x, y) está definida em cada ponto (x, y) de algum disco
perfurado D * (P, r) com r > O. Dizemos quef(x, y) tende ao limite L com (x, y) tendendo a
P = (a, b) se l.f (x, y) - LI se tornar arbitrariamente pequeno com (x, y) suficientemente pró-
ximo de P = (a, b) [Figura 2(C)]. Nesse caso, escrevemos

lim f(x, y) = lim f(x, y) = L


(x ,y)--+ P (x ,y) --7 (a ,b)

A definição formal é a seguinte.

DEFINIÇÃO Limite Suponha quef(x. y) esteja definida perto de P = (a, b). Então
lim .f (x, y) = L
(x,y)-+P

se, qualquer que seja€ > O, existir 8 > Otal que, se (x, y) satisfaz

O < d((x, y), (a, b)) < 8, então 1/ (x , y) - LI <E


Isso é análogo à definição de limite em urna variável, mas há urna diferença importante.
No limite unidimensional, exigimos queJCx) tenda a L com x se aproximando de a pela esquer-
da ou direita fFi gura 2(A)l No limite mu ltidimensional,JCx, y) deve tender a L independente-
mente da maneira pela qual (x, y) tender a P [Figura 2(B)l
y

D*(P, r) exclui P

/ \/\
~
\ •
p
I
1

FIGURA 1 O disco aberto D(P, r) con. iste


__
' ....(x,y)
...... .,,, /
/

nos pontos (x , y) a uma distância < r de P. Disco aberto D (P, r)


Não inclui o círculo da fronteira.

z z
y L+ E
f(x,y)- ,
L ,,
...... ::.._.....
L -E

.
----·
,,-j-- •
y Disco aberto ((a, b) ;
/ 1

i}
""',

y
X
P=(a:!.) X
deraio ô - - ' , ____ ,. (x,y)

(A) Em uma variável, só podemos tender (B) Em duas variáveis, (x, y) pode tender a (C) IJ(x, y) - LI< E com qualquer
a a por dois lados. P = (a, b) ao longo de qualquer caminho. (x, y) dentro do disco perfurado.

FIGURA2

• EXEMPLO 1 Mostre que (a) lim x =a e (b) lim y = b.


(x ,y)-+(a,b) (x , y)-+(a ,b)

Solução Seja P =(a, b). Para verificar (a), sejamj(x, y) = x e L =a. Devemos mostrar que,
qu alquer que seja E > O, podemos encontrar ô > O tal que

Se O < d((x , y), (a, b)) < 8, então lf(x, y) - LI= lx - ai <E

De fato, podemos escolherô =E , pois, se d((x, y), (a , b)) < E, então

(x - a) 2 + (y - b) 2 < E2 ::::} (x - a) 2 < E2 =} lx - a i < E

Em outras palavras, dado qualquer E > O, se O < d((x, y), (a, b)) <E, então lx - ai <E . Isso
prova (a)./\ prova de (b) é análoga (ver Figura 3). •
O teorema seguinte enumera as leis básicas de limites. As demonstrações são análogas
às provas das leis básicas dos limites de uma variável e são omitidas.
z
f (x, y) = Y.
b+ e --
---.................. ...

.••
b 1---~Y
,. _ ~ -,.<p = (a, b)
RGURA3 Se ly - bl < 8 com8=E ,
I
\. ...... __v ,.,,_
·1
/

entãolf(x, y) - bl <E. A. sim, D*(P, 8)


lim y = b.
(x,)') -+ (a .b)
X

TEOREMA 1 Leis de limites Suponha que existam lim f (x, y)e lim g(x , y). Então:
(x ,)') --" P (x ,y)"' P

(i) Lei da soma:


lim (f(x, y) + g(x, y)) = lim f(x, y) + lim g(x, y)
(x ,y)"'P (x,y)-+P (x, y )-'> P

(ii) Lei do múltiplo constante: dado qualquer número k,


lim kf(x , y) = k lim f(x, y)
(x ,y)-" P (x ,y)-" P

(iii) Lei do produto:

lim f (x, y) g(x, y) = ( lim f(x, y)) ( lim g(x, y))


(x ,y )-+ P (x .y) -+ P (x ,y)-+ P

(iv) Lei do quociente: se lim g (x, y) =!= O, então


(x ,)')--" p
lim f(x, y)
. f(x, y) {x ,y) -+ P
llID
(x, y) -+P g(x, y ) 1.im g(x,y)
(x,y)-+ P

Como no caso de uma variável, dizemos que/é contínua em P = (a, h) se.f{x, y) tender
ao valor f{a, h) da função com (x, y) -7 (a , b) .

DEFINIÇÃO Continuidade Uma função! de duas variáveis é contínua em P = (a, h) se


lim f (x , y) = f (a, b)
(x,y)-+ (a,b)

Dizemos que/ é contínua se for contínua em cada ponto (a, h) de seu domínio.

As leis de limites nos dizem que somas, múltiplos e produtos de funções contínuas são con-
tínuas. Aplicando esses leis aj{x, y) = x e g(x, y) = y, que são contínuas pelo Exemplo 1, vemos
que as funções potência f (x, y) = x'" y 11 são contínuas, quaisquer que sejam os números inteiros
me n, e que todos os polinômios são contínuos. Além disso, uma função racional h (x, y)/ g(x , y ) ,
em que h e g são polinõmios, é contínua em todos os pontos (a, h) tais que g(a , b) =/= O. Como
ocorre em uma variável, podemos calcular limites de funções contínuas usando substituição.
RGURA 4 O gráfico, visto de c ima, de
3x + y
f(x, y) = 2 2 .
X +y +1

• EXEMPLO 2 Cálculo de limites por substituição Mostre que

. 3x + y
j(x,y) = x1+y1+ 1

é contínua (Figura 4). Então calcule lim f (x , y).


(x.y)-> (1,2)
Solução A função fé contínua em todos os pontos (a, b) porque é uma função racional cujo
denominadorQ(x, y) = x 2 + y 2 + 1 nunca se anula. Portanto, podemos calcular o lim ite por
substituição:

+y 3( 1) + 2 5
lim 3x
(x.y)->(l,2) x 2 + y2 + 1 12 + 22 +1
= -6 •
Sefforum produto /(x, y) = h(x)g(y),em que h(x) eg(y) são contínuas, então o limi-
te é um produto de limites pela lei do produto:

lím f(x, y) = lim h (x)g(y) = ( lim h(x)) (1im g(y) )


(x .y)-> (a.b) (x,y)-> (n.b) x->a y->b

• EXEMPLO 3 Produto de funções Calcule lim .x 3 sen Y.


(x ,y) -+ (3,0) y
Solução O limite é igual a um produto de limites e, como existem ambos, lim x 3 e liim se~i Y:
3
sen y ( )( scn y ) x -> y-+O
lim x3 -- = lim x 3 lim - - 3
= (3 )(1) = 27 •
(x ,y)-7(3,0) y x->3 y->0 y

A composição é outra maneira importante de construir funções. Seffor uma função de


duas v ariáveis e G(u) for uma função de uma variável, então a função composta G o fé a fun-
ção de duas variáveis dada porG(.f (x, y)). De acordo com o teorema seguinte, a composição
de fu nções contínuas é, também, contínua.

TEOREMA 2 Composição de funções contínuas é contínua Se/for uma função de duas


variáveis contínua em (a, b) e G for uma função de uma variável contínua em e = .f(a, h ),
então a função composta G (f (.x, y)) será contínua em (a, h ).
_1.1_ Dica do professor

O vídeo desta unidade apresenta informações sobre como desenhar funções de duas variáveis com
o auxílio do Microsoft Mathematics. Confira!
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cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/677b3bb71
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_1.1_ Exercícios

1) Calcule o valor da função f(x, y) = x + yx³ em cada ponto (2, 2) , (-1 , 4) , (6 ½ ).

A) f(2, 2) = 18
f(- 1 , 4) = 3
f( 6, ½) = 114

B) f(2, 2) = 18
f(- 1 , 4) = -5
f( 6, ½) = 114

C) f(2, 2) = 18
f(- 1 , 4) = 5
f( 6, ½) = 114

D) f(2, 2) = 18
f(- 1 , 4) = - 65
f( 6, ½) = 6,75

E) f(x, y) = 127

1 Gab B =
2) Esboce o domínio da função f(x, y) = 4x – 7y.

A) x≠4

B) {x≠4,y≠7}

C) {x≥4,y≥7}

D) y>7

E) O domínio é todo o plano xy.

2 Gab E = A função não tem nenhum termo que determine restrições, como radicais, frações ou logaritmos.
Logo f(x, y) admite qualquer valor real como solução. Portanto, o domínio é todo o plano xy.
3) A interseção de um plano P com um plano coordenado, ou um plano paralelo a um plano
coordenado, é denominada traço. Para encontra-lo, basta substituir a variável em questão
por 0, no caso de considerar os planos coordenados, ou por uma constante no caso de um
plano paralelo aos planos coordenados. Assim, encontre os traços horizontal e vertical do
plano de equação 12 – 3x – 4y = z, considerando planos paralelos aos eixos coordenados.

A) Traço vertical: 3x +4y = 12 – c


Traço horizontal: z = 12 – 3a – 4y

B) Traço Horizontal: 3x +4y = 12 – c


Traço Vertical: z = 12 – 3a – 4y e z = - 3x + 12 – 4a

C) Traço vertical: z = 12 – 3a – 4y
Traço horizontal: z = - 3x + 12 – 4a

D) Traço Horizontal: 3x +4y = 12 – c


Traço vertical: z = - 3x + 12 – 4a

E) Traço horizontal: z = 12 – 3a – 4y
Traço vertical: z = - 3x + 12 – 4a

3 Gab B = A solução para o traço horizontal é dada por f(x, y) = c


No caso: 12 – 3x – 4y = c
3x +4y = 12 – c no plano z = c.
Para o caso do traço vertical, há 2 situações:
Traço tomando x = a
Substituindo x por a na equação do plano: z = 12 – 3a – 4y
Traço tomando y = a
Substituindo y por a na equação do plano: z = –3x + 12 – 4a
4) Descreva o domínio da função f(x, y, z) = √(9- x2- y2- z2). Analise a resposta CORRETA.

A) {(x,y,z) / x2 + y2+z2≤9}

B) {(x, y, z): x2 + y2+z2}

C) {(x, y, z)}

D) {(x, y, z): x2 + y2+z2 = 9}

E) {(x, y, z): x2 + y2+z2 = -1}

4 Gab A =
5) Determine o valor da função f(x, y, z) = xyz-2 em cada um dos pontos: (3, 8, 2) e (3, -2, -6).

A) f(3, 8, 2) = 6
f(3, -2, - 6) = 1/6

B) f(3, 8, 2) = 6
f(3, -2, - 6) = 6

C) f(3, 8, 2) = 6
f(3, -2, - 6) = - 216

D) f(3, 8, 2) = 6
f(3, -2, -6) = -1/6

E) f(3, 8, 2) = f(3, -2, -6) = - 6

5 Gab D =

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ex. 5_Aula 1.1 Funções de duas ou mais variáveis
Pleito: Anular o exercício.
Justificativa:
_ Nenhuma opção correta.
Obs.1: Provável erro na formatação da função no enunciado (imagem abaixo). O "-2" deveria ser o expoente de "z" e não somado a "xyz"
como mostrado.
Obs.2: Sugiro que a Unibta utilize formatação de equações que usamos em planilhas tipo excel (não é a primeira vez que isso ocorre no
material da Unibta).
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será encaminhado
ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem do enunciado do exercício:
_1.1_ Na prática

O bardo lusitano cantou em versos a bravura de seus conterrâneos que transformaram um


pequeno país no extremo oeste europeu em um reino com posses em todos os continentes. O
excerto que abre este texto menciona a saga descrita nos Lusíadas, que nos remete a pensar na
importância que o conhecimento do comportamento dos mares exerceu nas navegações e no
imaginário português.

As correntes marítimas são importantes não somente para povos navegadores, pois afetam todo
habitante do mundo, exercendo influência sobre as variações de temperatura nos mares e na terra,
contribuindo para elevar ou diminuir o calor e o frio no planeta. A corrente do Golfo, por exemplo,
torna o clima mais ameno nas ilhas britânicas do que em outros pontos localizados na mesma
longitude.
_1.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Grings - Função de duas variáveis reais e seu domínio

https://youtu.be/GRNU2Y7sDhs

43 min omatematico.com

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Cálculo - Volume 2
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
_1.1_ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS

Banco de imagens Shutterstock.

ROGAWSKI, J. Cálculo (Vol. 2). Porto Alegre: Bookman, 2009

SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH

Coordenador(a) de Curso
Edilson Vargas
Designers Instrucionais
Professor(a) Bianca Basile Parracho
Celso Pessanha Machado Daniela Polycarpy
Franciane de Freitas
Gerente Unidade de Negócios Ezequiel Alves
Rodrigo Severo Luciana Helmann

Analista de Projetos
Fernanda Osório Líder da Equipe de Design Gráfico
Thais Gliosci
Líder da Equipe Metodológica
Daniela da Graça Stieh Designers Gráficos
Carol Becker
Analista Metodológica Eduardo Reis
Fernanda Crixel Zimpel Kaka Silocchi
Jader Rotta
Líder da Equipe de Design Instrucional Juarez Menegassi
Marcelo Steffen Renata Eusebio
Vinicius Rafael Cárcamo
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Limites e continuidade em várias variáveis


_1.2_ Apresentação
Você vai estudar nesta Unidade de Aprendizagem o conceito mais importante do cálculo diferencial
em duas ou mais variáveis. Trata-se do conceito de limite e continuidade.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Estender os conceitos de limites e continuidade ao contexto de várias variáveis.


• Calcular limites por substituição.
• Calcular limites de produtos de funções.
_1.2_ Desafio
Vimos na unidade que os conceitos de limites de uma variável são válidos para funções de várias
variáveis. Um deles é a continuidade de uma função em um ponto do seu domínio é um dos
conceitos fundamentais do Cálculo. Para verificarmos se a função é contínua em um dado ponto
devemos verificar se tal ponto pertence ao domínio da função.

Se o ponto pertence ao domínio da função existe uma reta tangente nesse ponto, sendo derivável.

Vamos supor que você esteja diante de um problema complexo de sua área de atividade e que um
caminho de solução passe pela função:

f(x,y)=xyx2+y2

Seus colegas de grupo de estudos dizem que a função tem limite 0 quando x → 0.

Proveparaelesquelimx→0xyx2+y2nãoexiste.

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Desafio_Aula 1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis
Pleito: Corrigir.
Justificativa:
_ Duplicidadade e erro de formatação.
Obs.1: Sugiro que a Unibta utilize formatação de equações que usamos em planilhas tipo excel (não é a primeira vez que isso ocorre no
material da Unibta).
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem de parte do Desafio:

elm = Para y=x, lim=1/2 e para


y-2x, lim=2/5; como não iguais,
lim não existe. cqd!
_1.2_ Infográfico
O infográfico analisa o comportamento de uma função num ponto não pertencente ao seu domínio.

elm - Figura não informa nada!


CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
Infográfico_Aula 1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis
Pleito: Eliminar.
Justificativa:
_ Infográfico não informa nada (imagem abaixo).
Obs.: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou
não esses erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o
aprendizado ora em andamento).
Imagem de parte do Desafio:
_1.2_ Conteúdo do livro
Para saber mais sobre como estender os conceitos de limite e continuidade para funções de várias
variáveis, leia o trecho escolhido do livro Cálculo, volume 2, inicie sua leitura a partir do tópico
Compreensão adicional e desafios. Que servirá como base de aprendizado para esta unidade

Boa leitura.

______________________________________________________________

R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus
Ivo Doering. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009.

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-411-5

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.


CDU 517
_____________________________________________________________
Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08

elm - pdf com excerto da ed acima. Adicionado excertos da ed abaixo (disp na bib virtual).

Rogawaski, Jon.
Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski, Colin Adams ;
tradução: Claus Ivo Doering. - 3. ed. - Porto Alegre :
Bookman, 2018.
SUMÁRIO
VOLUME 1
1 Revisão de pré-cálculo = 1
2 Limites -= 55
3 Derivada = 113
4 Aplicações da derivada = 193
5 Integral = 259
6 Aplicações da integral 333
7 Técnicas de integração = .373
8 Mais aplicações da integral e polinômios de Taylor = 443

VOLUME 2 14 DERIVAÇÃO EM VÁRIAS VARIÁVEIS = 739


9 INTRODUÇÃO A EQUAÇÕES DIFERENCIAIS = 479 14.1 Funções de duas ou mais variáveis = 739
9.1 Resolução de equações diferenciais = 479 14.2 Limites e continuidade em várias variáveis =
9.2 Modelos envolvendo y = k(y-b) = 487 750
9.3 Métodos gráficos e numéricos = 492 14.3 Derivadas parciais = 757
9.4 Equação logística = 500 14.4 Diferenciabilidade e planos tangentes = 767
9.5 Equações de primeira ordem = 504 14.5 Gradiente e derivadas direcionais = 774
Exercícios de revisão do capítulo = 510 14.6 Regra da cadeia = 787
14.7 Otimização em várias variáveis = 795
10 SÉRIES INFINITAS
14.8 Multiplicadores de Lagrange: otimização com
10.1 Sequências = 513
restrição = 809
10.2 Soma de uma série infinita = 523
Exercícios de revisão do capítulo = 818
10.3 Convergência de séries de termos positivos = 534
15 INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA = 821
10.4 Convergência absoluta e condicional = 543
15.1 Integração em duas variáveis = 821
10.5 Testes da razão e da raiz e estratégias para escolher
15.2 Integrais duplas em regiões mais gerais = 832
testes = 548
15.3 Integrais triplas = 845
10.6 Séries de potências = 553
15.4 Integração em coordenadas polares,
10.7 Séries de Taylor = 563
cilíndricas e esféricas = 856
Exercícios de revisão do capítulo = 575
15.5 Aplicações de integrais múltiplas = 866
11 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS, COORDENADAS POLARES E
15.6 Mudança de variáveis = 878
SEÇÕES CÔNICAS = 579
Exercícios de revisão do capítulo = 891
11.1 Equações paramétricas = 579
11.2 Comprimento de arco e velocidade = 590
16 INTEGRAIS DE LINHA E DE SUPERFÍCIE 895
11.3 Coordenadas polares = 596
16.1 Campos vetoriais = 895
11.4 Área e comprimento de arco em coordenadas polares
16.2 Integrais de linha = 905
= 604
16.3 Campos vetoriais conservativos =919
11.5 Seções cônicas= 609
16.4 Superfícies parametrizadas e integrais de
Exercícios de revisão do capítulo 622
superfície = 930
12 GEOMETRIA VETORIAL 625
16.5 Integrais de superfície de campos vetoriais =
12.1 Vetores no plano = 625
944
12.2 Vetores em três dimensões = 635
Exercícios de revisão do capítulo = 954
12.3 Produto escalar e o ângulo entre dois vetores = 645
17 TEOREMAS FUNDAMENTAIS DA ANÁLISE
12.4 Produto vetorial = 653
VETORIAL = 957
12.5 Planos no espaço tridimensional = 664
17.1 Teorema de Green = 957
12.6 Classificação de superfícies quádricas = 670
17.2 Teorema de Stokes = 971
12.7 Coordenadas cilíndricas e esféricas = 678
17.3 Teorema da divergência = 981
Exercícios de revisão do capítulo = 685
Exercícios de revisão do capítulo 993
13 CÁLCULO DE FUNÇÕES VETORIAIS = 689 APENDICES
13.1 Funções vetoriais = 689 A A linguagem da matemática = 1
13.2 Cálculo de funções vetoriais = 697 B Propriedades de números reais = 7
13.3 Comprimento de arco e velocidade = 706 C Indução e o teorema binomial = 12
13.4 Curvatura = 711 D Demonstrações adicionais = 16
13.5 Movimento no espaço tridimensional = 722 RESPOSTAS = 1
13.6 Movimento planetário segundo Kepler e Newton = 731 REFERÊNCIAS = 1
Exercícios de revisão do capítulo = 737
Ver início do capítulo na Aula 1.1 (esta cap 15 desta ed 2009 corresponde ao cap 14 da ed 2018)
784 CÁLCULO

53. Esboce os caminhos de maior subida começando em D e E. Temperatura da superfície (°F) Domingo, 18 de setembro de 2005

54. Usando a Figura 27, responda as questões seguintes.


(a) Em qual das localidades (A)-(E) a temperatura cresce no sentido
Leste?
(b) Em qual das localidades (A)-(E) a temperatura decresce mais ra-
pidamente no sentido Norte?
(c) Em qual sentido a temperatura cresce mais rapidamente na loca-
lidade (B)?

FIGURA 27

Compreensão adicional e desafios


55. Seja para . Escreva f como uma (a) Mostre que a curva de nível f (x, y) = c tem uma equação

função em coordenadas polares e use isso para encontrar


as curvas de nível de f.

56. Use um sistema algébrico computacional para esboçar o (b) Mostre que a curva de nível é vazia se e é uma hipérbole
gráfico de e seu mapa de contornos. se . Qual é a curva de nível para ?

15.2 Limites e continuidade em várias variáveis


y Nesta seção, estendemos os conceitos básicos de limites e continuidade ao contexto de
D*(P, r) exclui P
várias variáveis, concentrando o estudo em duas variáveis (os casos de três ou mais variá-
veis são análogos).
r
Para formular a definição de limite, definimos o disco aberto D(P, r) e o disco per-
furado D*(P, r) de raio r centrado em P = (a, b) (Figura 1):
P

Disco aberto D(P, r)


x

FIGURA 1 O disco aberto D(P, r) não Observe que D*(P, r) consiste em todos os pontos de D(P, r), exceto o próprio P.
inclui o círculo da fronteira. Lembre que, em uma variável, se for tão pequeno quanto
quisermos para x suficientemente próximo de a (mas não igual a a). Em duas variáveis,
dizemos que uma função f (x, y) com domínio tende ao limite L quando (x, y) tende a
P = (a, b) se |f (x, y) − L| for tão pequeno quanto quisermos para qualquer (x, y) de
que esteja num disco perfurado centrado em P de raio suficientemente pequeno [Figura
2(C)]. Escrevemos

A definição formal com é a seguinte.


CAPÍTULO 15 Derivação em Várias Variáveis 785

DEFINIÇÃO Limite Seja P = (a, b) um ponto do domínio de f (x, y). Então

se, para qualquer , existir um tal que

para todo dentro de

Observe que no limite em uma variável, f (x) tende a L quando x se aproxima de a


pela esquerda ou direita, como na Figura 2(A). No limite em várias variáveis, f (x, y) deve
tender a L independentemente da maneira pela qual (x, y) tende a (a, b) [Figura 2(B)].

Disco aberto
de raio

Em uma variável, podemos tender a Em duas variáveis, (x, y) pode tender a para todo
só por dois lados. ao longo de qualquer direção. ( ) dentro do disco perfurado.
FIGURA 2

■ EXEMPLO 1 Mostre que, para todo (a, b), (a) e (b)

Solução Para verificar (a), sejam f (x, y) = x e L = a. Devemos mostrar que, para qualquer
, podemos encontrar tal que

para qualquer

Mas, se , então

Portanto, (1) vale com :

para qualquer

Isso prova (a). A prova de (b) é análoga. ■

O teorema seguinte enumera as leis básicas para operar limites. As demonstrações


são análogas às provas das leis básicas de limites no caso de uma variável e, portanto,
são omitidas.
786 CÁLCULO

TEOREMA 1 Leis de limites Suponha que existam e .


Então:

(i) Lei da adição:

(ii) Lei do múltiplo constante: para qualquer número k,

(iii) Lei do produto:

(iv) Lei do quociente: se , então

A continuidade de funções de duas variáveis é definida copiando o caso de uma úni-


ca variável: f é contínua em (a, b) se f (x, y) tender ao valor funcional f (a, b) quando
.

DEFINIÇÃO Continuidade Uma função f (x, y) é contínua num ponto P = (a, b) de seu
domínio se

Dizemos que f é contínua num conjunto se f for contínua em cada ponto de (ou,
simplesmente, contínua, se for o domínio de f).

Segue pela lei de limites que somas, múltiplos e produtos quaisquer de funções contí-
nuas são contínuos. Por exemplo, f (x, y) = x e g(x, y) = y são contínuas pelo Exemplo 1,
portanto podemos concluir que as funções potência são contínuas, com
quaisquer números inteiros m e n. Também podemos concluir que polinômios e funções
racionais [ou seja, quocientes P(x, y)/Q(x, y), onde P e Q são polinômios] são contínuos
em todos os pontos (a, b) em que . Como ocorre a uma variável, podemos
calcular limites de funções contínuas usando substituição.

■ EXEMPLO 2 Calculando limites por substituição Mostre que é


contínua. Calcule .

FIGURA 3 O gráfico de Solução A função f (x, y) é contínua em toda parte porque é uma função racional cujo
denominador nunca se anula (Figura 3). Podemos calcular o limite
.
usando substituição:
CAPÍTULO 15 Derivação em Várias Variáveis 787

Consideremos o caso especial em que f (x, y) é um produto f (x, y) = h(x) g(y), onde
h(x) e g(y) são contínuas. Pela lei do produto, o limite é igual a um produto:

■ EXEMPLO 3 Produto de funções de uma variável Calcule .

Solução Calculamos o limite como um produto de limites:

A composição é uma outra maneira de construir funções. Se f (x, y) for uma função
de duas variáveis e G(u) for uma função de uma variável, então a composta éa
função G(f (x, y)). De acordo com o teorema seguinte, a composta de funções contínuas é,
também, contínua (omitimos a prova).

TEOREMA 2 Composição de funções contínuas é contínua Se f (x, y) for contínua em (a, b)


e G(u) for contínua em c = f (a, b), então a função composta G(f (x, y)) será contínua
em (a, b).
FIGURA 4 O gráfico de
.
■ EXEMPLO 4 Escreva como uma função composta e calcule

Solução Temos , onde e (Figura 4).


Como G e f (e, portanto, H) são contínuas, podemos calcular o limite por substituição:

x
y
Enfatizamos que se , então f (x, y) deve tender a L quando (x, y)
se aproxima de (a, b) ao longo de qualquer caminho. No exemplo seguinte, provamos que
um limite não existe mostrando que f (x, y) tende a limites diferentes ao longo de retas pela
origem (Figura 5).

■ EXEMPLO 5 Mostrando que um limite não existe Examine numericamente


x
y . Prove que o limite não existe.
c=1 c=0
0,9 0,7 0,5 0,3 0,1

FIGURA 5 O gráfico de
Solução Inicialmente, examinemos uma tabela de valores de . A Ta-

. bela 1 sugere que f (x, y) atinge todos valores entre 0 e 1, por mais próximo que (x, y)
esteja de (0, 0).
788 CÁLCULO

TABELA 1 Valores de

x −0,5 −0,4 −0,3 −0,2 −0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
y
0,5 0,5 0,39 0,265 0,138 0,038 0 0,038 0,138 0,265 0,39 0,5
0,4 0,61 0,5 0,36 0,2 0,059 0 0,059 0,2 0,36 0,5 0,61
0,3 0,735 0,64 0,5 0,308 0,1 0 0,1 0,308 0,5 0,64 0,735
0,2 0,862 0,8 0,692 0,5 0,2 0 0,2 0,5 0,692 0,8 0,862
0,1 0,962 0,941 0,9 0,8 0,5 0 0,5 0,8 0,9 0,941 0,962

0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

−0,1 0,962 0,941 0,9 0,8 0,5 0 0,5 0,8 0,9 0,941 0,962
−0,2 0,862 0,8 0,692 0,5 0,2 0 0,2 0,5 0,692 0,8 0,862
−0,3 0,735 0,640 0,5 0,308 0,1 0 0,1 0,308 0,5 0,640 0,735
−0,4 0,610 0,5 0,360 0,2 0,059 0 0,059 0,2 0,36 0,5 0,61
0,5 0,5 0,39 0,265 0,138 0,038 0 0,038 0,138 0,265 0,390 0,5

Por exemplo,
elm: uso de ponte e vírgula para
separar x e y qundo temos decimais
em x ou y... É o jeito... OK!
Assim, parece que f (x, y) não tende a valor fixado L algum, quando .
Agora, provemos que o limite não existe, mostrando que f (x, y) tende a limites di-
ferentes ao longo dos eixos x e y (Figura 5). Como para e
para ,

Esses dois limites são diferentes e, portanto, não existe. ■

y
0,3 0,1 0,1 0,3
ENTENDIMENTO CONCEITUAL Para entender melhor o comportamento de
0,5 0,4 0,2 c = 0 0,2 0,4 0,5
0,6 0,6 perto de (0, 0), observe que f é constante em cada reta y = mx:
0,7 0,7
0,8 0,8
0,9 0,9
c=1 x

Em outras palavras, as retas y = mx pela origem são as curvas de nível de f (Figura


6). Quando m varia, varia entre 0 e 1 e, assim, em cada disco centrado
na origem (0, 0), não importa quão pequeno o disco, f (x, y) atinge todos os valores
entre 0 e 1. Isso mostra, com muito mais detalhe, que não existe número L algum tal
f (x, y) atinge todos os valores
entre 0 e 1 em qualquer disco que |f (x, y) − L| seja arbitrariamente pequeno para qualquer (x, y) perto de (0, 0).
pequeno centrado na origem.

FIGURA 6 O mapa de contornos de Como sabemos do Cálculo a uma variável, não existe um método geral para calcular
. limites. O próximo exemplo mostra que as coordenadas polares podem ser úteis em
certos casos.
CAPÍTULO 15 Derivação em Várias Variáveis 789

z ■ EXEMPLO 6 Dois métodos para verificar um limite Prove que a função seguinte é contínua:

y
x

Solução O denominador de f é não-nulo para , portanto f é contínua na re-


gião (Figura 7). Para provar que f (x, y) é contínua em (0, 0), precisamos
verificar que

FIGURA 7 O gráfico de

. Primeiro método Usamos a desigualdade

A desigualdade é válida porque . Para , a divisão por ( )


fornece

Agora usamos o Teorema do Confronto (que é válido para limites em várias variáveis):

Concluímos que f (x, y) tende a f (0, 0) = 0, quando .

Segundo método Usamos coordenadas polares: . Então


e, para ,

Quando (x, y) tende a (0, 0), a variável r também tende a 0, portanto, novamente pelo
Teorema do Confronto, temos

15.2 RESUMO
• O disco aberto de raio r centrado em P = (a, b) é definido por

O disco perfurado D*(P, r) é D(P, r) sem o ponto P.


• Suponha que P = (a, b) seja um ponto do domínio de f (x, y). Então

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 1.2
14.2 Resumo
• Suponha que.f(x, y) esteja definida perto de P = (a, b). Então
lim
(x,y) ..... (a,b)
f(x, y) =L
se, qualquer que seja E > O, existir 8 > Otal que se (x, y) satisfizer

O < d((x , y), (a , b)) < ô, então l.f(x, y) - LI <E


• O limite de um produto .f (x, y) = h(x)g(y) é um produto de !.imites:

lim
(x,y) --+ (a,b)
f(x, y) = (1im h(x) ) (limb g(y))
x .....a y .....

• Uma função/ de duas variáveis é contínua em P = (a, b) se


lim f(x , y) = f(a, b)
(x,y)--+(a,b)

• Para provar que um Limite não existe, é suficiente mostrar que não coincidem os limites
obtidos ao longo de dois caminhos distintos.

14.2 Exercícios
Exercícios preliminares
1. Qual é a diferençaentreD(P , r) e D*(P, r )?
2. Suponha quej{x, y) seja contínua e m (2, 3) e que/(2, y) = y3
com y -:/; 3. Qual é o valor dej{2, 3)?
3. Suponha que Q(x, y) seja uma função tal quel/ Q (x. y)é contínua
e m qualquer (x, y). Quais das afirmações seguintes são verda-
deiras?

(a) Q(x, y) é contínua em cada (x, y).


(h) Q(x , y) é contínua em cada (x, y) "::/= (0, 0).
(e) Q(x , y) =ft Ocom qualquer (x, y).
4. Suponha quej(x, O)= 3 com qualquer x "::/= Oej(O, y) = 5
com qualquer y =/:O. O que podemos concluir sobre
lim J(x , y)?
(x .y) --+ (0,0)

Exercícios
Nos E.xercícios J-8, use continuidade para calcular o limite.
X
1. lim (x 2 + y) 2. lim
(x ,y)-+(1,2) (x,y) -+ ( ~.~ ) y

2x2
3. lirn (xy - 3x 2 y 3 ) 4. lim
(x , y)-+(2,-1) (x,y)-+(-2, 1) 4x +y
5. lim tg X COS y 6. lim are tg (x 2 - y)
(x ,y)--7(~ ,O) (x,y)--7(2,3)

ex2. - e -y•Z
7. lim 8. lim ln(x - y)
(x ,y) --7 (1,1) x+y {x,y)--7 (1,0)

Nos Exercícios 9-12, calcule o limite supondo que

lim f(x, y) = 3, lim g(x, y) = 7


(x,y)--7(2,5) (x,y)--7(2,5)

9. lim . (g(x, y) - 2/(x, y))


(x ,y)4 (2,5)
2
10. lun f(x, y) 2 g(x, y) 11. li1n ef(x,y) - g(x,y)
(x, y)--7 (2, 5) (x,y)--7(2,5)
f(x , y)
12. lirn
(x,y)--7(2,5) f(x, y) + g(x , y)
y2
13. O !.imite li1n existe? Exptique.
(x,y) --7 (0,0) X + y
2 2

14. Seja f(x, y) = xy/(x 2 + y 2).Mostre quef(x, y) tende a


zero ao longo dos eixos x e y. Então prove que não existe
lim f (x, y) mostrando que, ao longo da reta y = x, o ti mi te
(x,y)--7(0,0)
não é nulo.
. x3 + y3 .. .
15. SeJaf(x,y)= .Substitua y = mxemostrequeo
xy 2
limite resultante depende de me que, portanto, não existe
lim f(x, y).
(x, y )--7 (O, O)
2x 2 + 3y2
16. Seja f(x, y) = .Substituay = mxe mostre que
xy
o !.imite resultante depende de me que, portanto, não existe
lun f(x, y).
(x,y)--7(0,0) ·
17. Prove que
X
lim
(x,y)4(0,0) x2 + y2
não existe, considerando o limite ao longo do eixo x.
18. Sejam f (x, y) = x 3 /(x 2 + y )e g(x, y) = x 2 /(x 2 + y 2 ). Usan-
2

do coordenadas polares, prove que


lim f(x, y) =O
(x,y)-+(0,0)

e que não existe lin1 g(x, y). Sugestão: mostre que


(x,y)-+(0,0)
g (x' y) = cos 2 e e observe que cos e pode ser qualquer valor entre
- 1 e l se (x, y) ---+ (0, 0) .

Nos Exercícios 19-22, use qualquer método para calcular o limite ou


determine que ele não existe.
x2 - Y'2 x2 _ y2
19. lim 20. lim
(x,y)-+(0,0) Jx2 + y2 (x,y)-+(0,0) x2 + y2
21. lim xy
(x,y) -+ (0,0) 3x2 + 2y2
x4 - y4
22. lim
(x ,y) -+ (0,0) x 4 + x2y2 + y 4

Nos Exercícios 23 e 24, mostre que o limite não existe usando tendência
à origem ao longo de um ou mais eixos coordenados.

23 r x+y + z . + z2
x2 y2
24. hm
• (x,y,z)~(0,0,0) x2 + y2 + z2 (x,y)-+(0,0) x2 + y2 + z2

25. Use o teorema do confronto para calcular


.
hm (x 2 - 16) cos ( l )
(x,y)-+(4,0) (x - 4)2 + y2
1
26. Calcu le lim tg x sen ( ) .
(x,y)-+ (0,0) lxl + IYI

Nos F.xercícios 27-40, calcule o limite ou determine que ele não existe.
z4 COS(Jrw)
27. lim 28. lim (z 2 w - 9z)
(z, w)-+ ( 2 , 1) ez+w (z,w)-+( 1,2)

y- 2 x2 + y2
29. li m 30. lim
(x,y)-+ (4,2) Jx2 - 4 (x ,y)-+ (0,0) 1 + y2
1 xy
31. lim 32. lim
(x ,y)--+(3,4) Jx2 + y2 (x,y)--+(0,0) Jx2 + y2
lxl
33. lim ex Y ln(x - y) 34. lim
(x,y) --+ ( 1,-3) (x,y)--+(0 ,0) lx l + IYI
. x2 - y2
35. lim (x 2 y 3 + 4xy) 36. 11m e
(x ,y)--+ ( - 3 , - 2) (x ,y)--+ (2, 1)
1
37. lim tg(x 2 + y 2 ) are tg ( )
(x,y) --+ (0,0) X2 + y2
38. lim (x + y + 2)e- l/(x2+Y2)
(x,y)--+(0,0)

. + y2 x2
39. hm
(x ,y)--+(0,0) Jx2 + y2 + 1 - 1
x2 + y2 - 2
40. lim
(x ,y)--+(1, 1) lx - l i + IY - 11
Sugestão: reescreva o limite em termos deu = x - 1e v = y - 1.

. x3 + y3
41. SeJa/(x,y)= .
X
2 + y2
(a) Mostre que
lx 3 1 < lxl(x 2 + y 2 ), ly 3 1 < ly l(x 2 + y 2 )
(b) Mostre que l/(x , y) I < lx l + IYI·
(e) Use o teorema do confronto para provar que
lim f (x , y) =O.
(x ,y)--+ (0,0)
xªyb
42. Sejama,b>O.Mostreque lim = 0 sea+ b >2
(x,y)--+ (0,0) X 2 + )'2
e que não existe o limite se a + b < 2.
43. ~ A Figura 7 mostra o mapa de contornos de duas funções.
Explique por que não existe o limite lim f (x, y ). O 1.imite
. (x,y)--+ P
lim g (x , y) em (B) parece existir? Caso afirmativo, qual será
(x,y)--+Q .
esse limite?
J

Ql
J Mapa de contornos def(x, y). @) Mapa de contornos de g(x, y).
FIGURA 7

Compreensão adicional e desafios


44. Calcu le lim ( 1 + x) y/x .
(x,y)--+(0,2)

45. A função abaixo é contínua?


x2 + y2 se x 2 + y 2 < 1
f(x, y) =
{ 1 se x 2 + y 2 :;:: 1

46. ~ A fu nção f (x, y) = sen(xy)/xy eslá definida comxy f= O.


(a) É possível este nder o domínio dcf a todo :W de tal modo que
o resultado seja uma função contínua?
{b) Use um sistema algébrico computacional para esboçarf
O res ultado confirma sua conclusão c m (a)?

47. Prove que a função


(2x - l )(sen y)
sexy f= O
f(x, y) = xy
{
ln 2 sexy = O

é contínua em (O, O).


48. Prove que sej{x) for contínua em x = a e g(y) for contínua em
y = h, entãoF(x, y) = f(x)g(y) será contínua em (a, h).
x3y
49. Considere a função f (x , Y) = ·
X 6 +2y
2

(a) Mostre que se (x, y) ~ (O, O) ao longo de qualquer reta


y = mx, o limite será igual a O.
(b) Mo. tre que . e (x, y) ~ (O, O) ao longo da curva y = x 3 o limite
não será igual a Oe, portanto, não existe lim f (x , y).
(x,y)-+(0,0)

14.3 Derivadas parciais


Já enfatizamos que uma função f de duas ou mais variáveis não tem uma única taxa de varia-
ção porque cada variável pode afetar J de maneiras diferentes. Por exemplo, a corrente J num
circuito é uma função tanto da voltagem V quanto da resistência R dada pela lei de Ohm:
V
I (V, R )= R

A corrente J é crescente como uma função de V (mantendo R fixado), mas é decrescente como
uma função de R (mantendo V fixado)
As derivadas parciais são as taxas de variação em relação a cada variável separada-
mente. Uma função flx, y) de duas variáveis tem duas derivadas parciais, denotadas porfx e/)•
definidas pelos limites seguintes (se existirem):

_ . f (a + h , b) - f (a, b) _ . f(a,b+k) - f(a, b)


f X (a, b) - 1lffi
h--+0 h
, !(
v a, b)
,
11m
- k--+0 k

20 Respostas dos exercícios ímpares

Seção 14.2 Exercícios preliminares


1. D *(p , r)consiste em lodos os pontos de D(p, r), exceto o ponto p .
2. f(2, 3) = 27 3. As três a firmações . ão verdadeiras.
4. lim f (x, y) não existe.
(x, y) -+ (0, O)

Seção 14.2 Exercícios


l. lim (x 2 + y) = 3 3. lim (xy - 3x2 y 3 ) = 10
(x, y)-+(l, 2) (x, y)~(2, - 1)
5. lim Jr .
tg X COS )' = 1
(x,y) -+(4.0)
7. lim ex2 -e- Y2 - 1( - - 1)
(x , y) -+(I, 1) x+ y - 2 e e
9. lim (g(x, y ) - 2f(x , y)) =1
(x , y)-+ (2, 5)
11. Jim ef(x , y )2-g(x , y) = e2
(x , y) -+(2, 5)
13. Não; o Limite ao longo do eixo x e o limite ao longo do eixo y são
diferentes.
15. O limite é I +m3 com qualquer m =j:. O.
1112
17. Olimiteaolongodoeixoxé lim ,x = lim l ,
(x ,y) -+ (0,0) x-+ y 2 x -+0 x
que não existe.
x2-y2
19. lim =O
(x,y)-+(0,0) Jx2 + y2
21. O limite não existe, porque se (x, y) tende a (O, O) ao longo da reta
y = mx, os valores da função dependem do valor de m.
xy mx 2 m
lim = lim -~-~~
(x,y)-+(0,0)y=mx 3x2 + 2y2 x-+0 3x2 + 2m2x2 2m2 + 3

23. Ao longo do eixo coordenado x (y = z= O),


.
1.rm X +y+Z lim 1
-=oo
(x,y,z)~(0,0,0) x 2 + y 2 + z2 (x,y,z)~(0,0,0) x

2 1
25. lim (x -16)cos ( ) = O
(x, y) -+(4, O) (x - 4 )2 + y2
z c~~:w>
4
27. lim = - l 6e
(z, w) -+ (- 2, 1)e
29. lim y-
2
= O 31. lim 1 = ~
2
(x, y)-+(4, 2) .Jx - 4 (x , y)-+(3, 4) .Jx +y2
2

33. lim ex-y ln(x - y) = e4 ln(4)


(x, y)-+(1, - 3)
35. lim (x 2 y 3 + 4xy) = - 48
(x, y)-} (- 3, - 2)
1
37. lim tg(x 2 + y 2 ) are tg ( 2 + 2) = O
(x, y) -+ (0, O) x Y

39. . xl +/l
lim = 2
(x , y)-+(0, 0) J x2 +y2 + l-1
43. lim g(x, y) = 4 45. Sim
(x ,y)-+ Q
_1.2_ Dica do professor
O vídeo apresenta dicas de como utilizar a álgebra para encontrar os limites de uma função em
várias variáveis.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/64a849ad1163c
56c3d3f6d2d960ea65d

4 min

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_1.2_ Exercícios

1) Calcule o limite:

A) (1, 2)

B) 3

C) 5

D) 2,64

E) 4
2) Calcule o limite ou determine que não existe

A) 0

B) Não existe limite.

C) 1

D) (0, 1)

E) 0/1

2 Gab B =

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ex. 2_Aula 1.2 Limites e continuidade em várias variáveis
Pleito: Anular o exercício.
Justificativa:
_Opções A (0) e E (0/1) apresentam resultados corretos.
Obs.1: as justificativas do gabarito, com exceção da opção A, não tem nada a ver com o exercício (certamente são de outro exercício).
A corrigir também.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem do enunciado do exercício
3) Determine o limite se for o caso ou conclua que ele não existe

A) e ln 3

B) e ln 2

C) e2 ln 2

D) Não existe limite.

E) e2 ln 3
4) Calcule:

Supondo que

A) 280

B) 35

C) (70, 146)

D) 31

E) (3, 28)
5) Calcule

A) 7

B) -7

C) - 11

D) 13

E) 11
_1.2_ Na prática
A matemática é uma ciência familiar a todos os povos, em maior ou menor grau de complexidade. A
partir de conceitos geométricos e princípios de contagem, a matemática evoluiu para patamares
mais sofisticados, devido às necessidades práticas, como contabilizar negociações comerciais ou
determinar um calendário preciso que servisse a agricultura.

Em algumas culturas, o estudo matemático ganhou importância, como na China, na Índia, no Império Maia, na
Babilônia e no Antigo Egito. Por nossa herança cultural europeia, conhecemos bem a contribuição grega, cujas
referências surgem para nós já no ensino fundamental. Dentre as realizações dos povos citados está o cálculo do
número π. O grego Arquimedes de Siracusa calculou o valor de Pi através do método da exaustão, inscrevendo e
circunscrevendo n polígonos em um círculo, fazendo o valor de n tender ao infinito, numa linguagem matemática
atual. O método permitiu o cálculo de π com uma precisão de seis casas decimais; o que foi um grande feito, se
pensarmos que não existiam calculadoras eletrônicas no Mediterrâneo antigo. Aqui vemos que os gregos do
século III estavam manipulando limites como ferramenta matemática, sem estudar a sua estrutura.
_1.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Soluções limite no ensino de engenharia.


http://www.abenge.org.br/cobenge/legado/arquivos/8/
sessoestec/art1846.pdf

pdf 9 pág.

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Cálculo - Volume 2

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

How to Calculate Pi, Archimedes' Method.


https://youtu.be/DLZMZ-CT7YU

mathematicsonline
5 min

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_1.2_

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS

Banco de imagens Shutterstock.

ROGAWSKI, Jon. Cálculo. vol 2. Porto Alegre: Bookman, 2009.

SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH

Coordenador(a) de Curso
Edilson Vargas
Designers Instrucionais
Professor(a) Bianca Basile Parracho
Celso Pessanha Machado Daniela Polycarpy
Franciane de Freitas
Gerente Unidade de Negócios Ezequiel Alves
Rodrigo Severo Luciana Helmann

Analista de Projetos Líder da Equipe de Design Gráfico


Fernanda Osório Thais Gliosci

Líder da Equipe Metodológica Designers Gráficos


Daniela da Graça Stieh Carol Becker
Eduardo Reis
Analista Metodológica Kaka Silocchi
Fernanda Crixel Zimpel Jader Rotta
Juarez Menegassi
Líder da Equipe de Design Instrucional Renata Eusebio
Marcelo Steffen Vinicius Rafael Cárcamo
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Limites trigonométricos
_2.1_ Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, iniciaremos uma análise minuciosa em uma classe de função que
descreve eventos que se repetem periodicamente.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Analisar indeterminações matemáticas.


• Analisar relações trigonométricas.
• Desenvolver e aplicar técnicas de cálculo de limite.
_2.1_ Desafio

Um adestrador de cavalos mangalarga executa movimentos circulares segurando uma corda


tensionada. Neste movimento o animal estabelece uma relação com o seu adestrador passando a
obedecê-lo. A figura abaixo mostra um cavalo num ponto C em movimento circular conduzido por
seu adestrador que está no centro do circulo (ponto c). A força de tensão T pode ser encontrada
pelo quociente de Ty e Tx que representa a função tangente.

Assim, analise o quociente da função abaixo, quando x tende a zero.

elm = ver
Pergunta
enviada
no NA
PRATICA
_2.1_ Infográfico
Essenciais para descrever situações periódicas, as funções trigonométricas apresentam limitações
no estudo da sua imagem.

LIMITES TRIGONOMÉTRICOS FUNDAMENTAIS


_2.1_ Conteúdo do livro

Para sabermos mais sobre o conteúdo desta Unidade, estudaremos a seção de Limites
trigonométricos na seguinte obra: ROGAWSKI, J. Cálculo (Vol. 1). Porto Alegre: Bookman, 2009.

Boa leitura.

___________________________________________________________

R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus Ivo Doering.
– Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2008.
v. 1

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-389-7

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.

CDU 51-3
___________________________________________________________
Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08

elm - pdf com excerto da ed acima. Adicionado excertos da ed abaixo (disp na bib virtual) - defeito faltam pag.

ver pdf LivrPt_Math_Calculo_1_Rogawski_2008_624p_ocr_elm


,
SUMARIO
VOLUME 1 5 Integral 259
5.1 Aproximando e calculando área 259
1 REVISÃO DE PRÉ-CÁLCULO 1 5.2 Integral definida 272
5.3 Integral indefinida 281
1.1 Números reais, funções e gráficos 1
5.4 Teorema fundamental do Cálculo, parte 1 288
1.2 Funções lineares e quadráticas 12
5.5 Teorema fundamental do Cálculo, parte li 294
1.3 Classes básicas de funções 19
5.6 Variação líquida como integral de uma taxa de variação 300
1.4 Funções trigonométricas 23
5.7 Método d a substituição 306
1.5 Funções inversas 32
5.8 Mais funções transcendentes 313
1.6 Funções exponenciais e logarítmicas 40
5.9 Crescimento e decaimento exponencial 318
1.7 Recursos computacionais: calculadoras
Exercícios de revisão do capítulo 328
e computadores 48
Exercícios de revisão do capítulo 53
6 APLICAÇÕES DA INTEGRAL 333
2 LIMITES 55
6.1 Área entre duas curvas 333
2.1 Limites, taxas de variação e retas tangentes 55 6.2 Montando integrais: volume, densidade, valor médio 341
2.2 Limites: abordagem numérica e gráfica 64 6.3 Volumes de revolução 351
2.3 Leis básicas de limites 72 6.4 Método de cascas cilíndricas 359
2A Limites e continuidade 75 6.5 Trabalho e energia 365
2.5 Cálculo algébrico de limites 84 Exercícios de revisão do capítulo 371
2.6 Limites trigonométricos 89
2.7 Limites no infinito 94 7 TÉCNICAS DE INTEGRAÇÃO 373
2.8 Teorema do valor intermediário 100
2.9 Definição formal de lim ite 103 7.1 Integração por partes 373
Exercícios de revisão do capítulo 110 7.2 Integrais trigonométricas 379
7.3 Substituição trigonom étrica 386
3 Derivada 113 7.4 Integrais de funções hiperbólicas e suas inversas 392
7.5 Método das frações parciais 398
3.1 Definição da derivada 11 3 7.6 Estr atégias de integração 407
3.2 Derivada como uma função 121 7.7 Integrais impróprias 414
3.3 Regras do produto e do quociente 135 7.8 Probabilidade e integração 425
3.4 Taxas de variação 142 7.9 Integração numérica 431
3.5 Derivadas superiores 151 Exercícios de revisão d o capítulo 440
3.6 Funções trigonométricas 156
3.7 Regra da cadeia 159 8 MAIS APLICAÇÕES DA INTEGRAL E
3.8 Derivação imp lícita 167 POLINÔMIOS DE TAYLOR 443
3.9 Derivadas das funções exponenciais
e logarítmicas gerais 175 8.1 Comprimento de arco e área de superfície 443
3.10 Taxas relacionadas 182 8.2 Pressão e força de fluido 450
Exercícios de revisão do capítulo 189 8.3 Centro de massa 456
8.4 Polinômios de Taylor 465
4 APLICAÇÕES DA DERIVADA 193 Exercícios de revisão do capítulo 476

APENDICES
4.1 Aproximação linear e aplicações 193
A A linguagem da matemática 1
4.2 Valores extremos 200
B Propriedades de números reais 7
4.3 Teorem a do valor médio e monotonicidade 210 e Indução e o teorema binomial 12
4.4 O formato de um gráfico 217 o Demonstrações adicionais 16
4.5 A regra de L'Hôpital 224
4.6 Esboçando gráficos e assíntotas 231 RESPOSTAS DOS EXERCICIOS IMPARES 1
4.7 Otimização aplicada 239
4.8 Método de Newton 251 REFERENCIAS 1
Exercícios de revisão do capítulo 256
VOLUME2
9 Introdução a equações diferenciais ...•............ 479

10 Séries infinitas ................. . ............... 513 14 Derivação em várias variáveis ..................... 739

11 Equações paramétricas .......................... 579 15 Integração múltipla . ............................ 821

12 Geometria vetorial ......•...............•..... • . 625 16 Integrais de linha e de superfície .......... .. ...... 895

13 Cálculo de funções vetoriais .•..•..•..•.....•..... 689 17 Teoremas fundamentais da análise vetorial .......... 957
2.5 Cálculo algébrico de limites
A substitu ição pode ser usada para calcular limites quando soubermos que a função em ques-
tão é contínua. Por exemplo, f (x) = x- 2 é contínua em x = 3 e, portanto,

2 2 1
lim X =3 =-
x-3 9
Quando estudarmos derivadas no Capítulo 3, encontraremos limites lim .f (x ), em que .ftc)
X-+C
não estará definida. Nesses casos, não podemos usar a substituição. Contudo, muitos desses
limites podem ser calculados se reescrevermos a fórmu la para.ftx) com métodos algébricos.
Para ilustrar, considere o limite (Figura 1):
2
lim x - 16 ·
x -~ 4 X - 4
x2 16
A função /(x) = não está definida em x = 4 porque a fórmula para j(4) produz a
x-4
expressão indefinida 0/ 0. Contudo, o numerador de.ftx) pode ser fatorado:

x 2 - 16 (x + 4)(x - 4)
--- = =x+4 (váJido se x =P 4)
x- 4 x- 4
Isso mostra que f coincide co m a função contínua y = x + 4 em qualquer x ::f. 4. Como o
limite somente depende dos valores dej(x) com x :;!:. 4 , temos

x2 16
-
lim = lim (x + 4) = 8
x-+4 x - 4 x-+4

Calculado por substituição

12

x 2 - 16 8
RGURA 1 O gráfico de /(x) = - - -
x- 4 4
Essa função não está definida cm x = 4,
mas o limite existe se x -+ 4.
8

Dizemos que .ftx) está em forma indeterminada (ou está indeterminada) em x = c se


a fórmu la paraj(c) resultar numa expressão indefinida do tipo§, ~, oo · O, oo - oo.

Outras formas indeterminadas são l 00,


cx:P e o0, que serão tratadas na Seção
4.5.

As formas indeterminadas são um sinal de alerta de que é necessário mais trabalho para cal-
cular o limite. Nossa estratégia, quando isso ocorrer, é transformar j{x) algehricamenie, se
possível, numa nova expressão que esteja definida e seja contínua em x = c e, enião, calcular
o Limite por substituição. À medida que for estudando os exemplos seguintes, observe que,
em cada caso, o passo crítico é cancelar um fator comum do numerador e do denominador no
momento certo, removendo, assim, a indeterminação.
x 2 - 4x + 3
• EXEMPLO 1 Calcule lim .
x --> 3 X 2 +x - 12
Solução A função tem a forma indeterminada O/O em x = 3 por que
Numerador em x = 3: x2 - 4x +3 = 32 - 4(3) +3 = O
Denominador em x = 3: x 2 +X - 12 = 32 +3 - 12 = ()
Passo 1. Transformação algébrica e cancelamento.

x 2 -4x +3 (x - 3) (x - 1) 1
X -
(sex =!= 3)
x2 +X - 12 (x - 3) (x + 4) x+4
'-v--'
Cancelando fator comum Continuidade em x = 3

Passo 2. Substituição (cálculo pela continuidade).


Como a expressão à direita na Equação (1) é contínua em x = 3,
x 2 - 4x + 3 x - 1 2
lim
x-->3x2+x - 12
= lim - - = -
x--> 3x+ 4 7 •
Calculando por substituição

00
• EXEMPLO 2 A fonna - Calcule lim tg x
00 x-->"2 secx
Solução Como vemos na Figura 2,j(x) = tg x e j(x) = sec x têm descontinuidades infinitas
em x = ~,de modo que esse limite tem a forma indeterminada oo/oo em x = ~.

y = secx

~1~2\~~~--=:;;;~~x
=! E1
y = tgx 21
1
1
1
1
1
1

RGURA2

Passo 1. Transformação algébrica e cancelamento.


1
(sen x) ( -
tgx cosx )
- - - - -- - - = senx (se cosx =!=O)
secx 1
COSX

Passo 2. Substituição (cálculo pela continuidade).


Como j{x) = sen x é contínua,
tg x

TC
lim - - = lim sen x = sen - = 1
x--> ~ sec x x--> ~ 2

O próximo exemplo ilustra a técnica algébrica de " multiplicar pelo conjugado'', que
pode ser utilizada para tratar algumas formas indeterminadas que envolvam raízes quadradas.
2
• EXEMPLO 3 Multiplicar pelo conjugado Calcule lim .JX - .
X-+4 X - 4
Solução Verificamos que .f(x) = Jx - 2 tem a forma indeterminada O/O em x = 4:
x- 4
Numerador em x = 4: ..JX - 2 = -v'4 - 2 = O
Denomj nador em x = 4: x - 4 =4 - 4 =O
Passo 1. M ultiplicação pelo conjugado e cancelamento.

../X - (JX +2) X -


( x - 4 JX+2 = (x-4)(./X+2)
2) 4 = JX+2
l (sex;64)

Observe que, no Passo 1, o conjugado


de ../X - 2 é ../X + 2, portanto
(.jX - 2)(.jX + 2) = X - 4.

Passo 2. Substituição (cálculo pela continuidade).


Como f (x ) = 1/(../X+ 2) é contínua em .x = 4,
../X - 2 =
lim
x-+ 4 X - 4
lim
x-+4
1
./X + 2 - -4
1

h- 5
• EXEMPLO 4 Calcule lim --:===---
h-+ 5 .Jh + 4 - 3
h- 5
Solução Verificamos que/(h) = fornece O/ O em h = 5:
.Jh +4 - 3
Numerador em h = 5: h - 5= 5- 5= O

Deno minador em h = 5: .Jh + 4 - 3= ..J5+4 - 3 =O

O conjugado de.Jh + 4 - 3 é.Jh + 4 + 3 e

h- 5
.Jh+4 - 3 -
( h- 5
.Jh + 4- 3
) (.Jh+4 + 3)
.Jh + 4+3
(h - 5)(-Jm + 3)
- (.Jh+4 - 3)(.Jh+4 + 3)

O denominador é igual a
2
(.Jh + 4 - 3) (.Jh + 4 + 3) = (.Jh + 4) - 9= h- 5

Assim, com h =I= 5, temos

h-5 (h - 5) (.Jh + 4 +3)


f'(h)
.
= .Jh + 4 - 3
= h- 5
= .Jh +4 + 3

Obtemos

lim
h-+5 .
.Jh+4
h- 5
+
~
= lim (.Jh + 4 + 3) = v 9 + 3 = 6
h 4 - 3 h-+ 5 •
1 2
• EXEMPLO 5 A fonna oo - oo CaJcule lim ( --. - ) .
x --+ 1 X - l X2 - 1

1 2
Solução Corno pode ser visto na F igura 3, y =- - e y = x-? -
X - 1 }
têm descontinuidades
infinitas em x = 1, de modo que esse limite tem a forma indeterrninadaoo - oo.

Passo 1. Transformação algébrica e cancelamento.


Combinamos as frnções e s impljficamos (com x :f:. 1):
1 2 x+ I 2 x -1 x - 1 1
--- x2 - 1 - x2 - 1 - -(x---1-)-(x_+_l_) - x + 1
X - 1 x2 - 1 - x 2 - 1
Passo 2. S ubstituição (cálculo pela continuidade).

1~~1 (x 1 - ~ 1) = ~~l ~ 1 = 1 ~ 1 = ~ •
1
x2 x

)'

6
4
2
X

-2
-4

RGURA3 -6

No próximo exemplo, a fu nção tem a forma indefinida a/O com a não nulo. Isso não é
uma forma indeterminada (não é do tipo 0/0, oo/oo , etc.).
ADVERTiNCIA A forma ij com a não nulo
NÃO é uma forma indeterminada. Nesse
caso, o limite não existe, e temos uma
assíntota vertical.

. x2 - x +5
• EXEMPLO 6 Infinita, mas não indetenninada Calcule lim
x -r 2 X - 2
2
Solução A fu nção f(x ) = x - x + 5 não está definida em x = 2 porque a fórmula de.ft2)
fornece 7 / O:
x-1
Numerador em x = 2: x2 X + 5 = 22 2 +5 =7
Denominadoremx = 2: x - 2 = 2- 2 =O
No entanto,.ftx) não é uma forma indeterminada em x = 2 porque 7 / Onão é uma indetermi-
nação. Como na Figura 4, os limites laterais são infinitos:

lim
x2 - X+ 5
- - - - =-00, lim
x2 - x +5 = oc
x --+ 2 - X - 2 x --+ 2- X - 2
O limite (bilateral) não existe porque o numerador tende a um valor não nulo fixado e o deno-
minador tende a O. •
y

- - - - - - ---+-+-----x
20

!L
1
1
1

12
1
1

x 2 - X+ 5
1
,
FIGURA 4 O gráfico de f (x) = - - - - 1

x- 2
- 20 li
Como uma preparação para a derivada do Capítulo 3, calculamos um limite que envolve
uma constante simbólica.

2 2
• EXEMPLO 7 Constante simbólica Calcu le lim (h +ª) - ª , em que a é uma constante.
h h-+O
Solução Temos a forma indeterminada O/Oem h = O por que
Numerador em h = O: (h + a )2 - a 2 = (O + a) 2 - a2 = O

Denominador em h = O: h =O
Expandimos o numerador e simplificamos (com h =!= O):

(h +a) 2 -a 2 (h 2 + 2ah + a 2 ) - a2 h2 + 2ah h(h + 2a)


h
- - - -h- - - - = h
= h
= h + 2a
A função y = h + 2a é continua (com a constante qualquer), portanto
+ a)2 a2
lim
1i-o
(h
h
= h-o
lim (h + 2a) = 2a

Nem sempre é possível obter o Limite de uma fonna indeterminada por meio de manipuJa-
ção algébrica. Por exemplo, considere o Limite lim sen x . Embora isso seja uma fonna indeternú-
x >0 X
nada do tipo 0/0, a manipulação algébrica não fornece uma resposta. Na próxima seção, utilizare-
mos o teorema do confronto para calcular esse Limite. Também podemos calculá-lo com a regra de
L' Hôpital, que nos permitirá calcular muitas fonnas indeterminadas e será discutida na Seção 4.5.

2.5 Resumo
• Quando/é sabidamente contínua em x = e, o limite pode ser calculado por substituição:
lim f (x) = f (e).
X -> C
• Dizemos que j(x) está indeterminado (ou é uma forma indeterminada) em x = e se a
fórmula para j{c) fornecer uma expressão não defüúda do tipo

o 00
00· 0, 00-0C
Õ' 00 '

• Sej{x) estiver indeterminado e m x = e, tentamos transformar j(x) algebricamente numa


nova expressão que esteja definida em x = e. Em seguida, calculamos por substitlüção.
2.5 Exercícios
Exercícios preliminares
1. Qual das seguintes expressões é uma indeterminação em x = 1? (h ) Se existir lim f (x), e ntãoj(c) não é uma indeterminação.
X-+C
x2 +1 x2 - 1 x2 - 1 +1
x2 (e) Sej(x) não estiver defi nida em x = e, entãoj(x) tem uma for-
x- 1' x +2 ' .Jx + 3 - 2' .Jx + 3 - 2 ma indeterminada em x = e.

2. Dê contraexemplos para mostrar que cada uma das afirmações 3. O método de calcular limites discutido nesta seção também é co-
nhecido por "simplificar e substituir" . Explique como, na verdade,
seguintes é falsa:
ele depende da propriedade de continuidade.
(a) Se j(c) esti ver indeterminado, então os limites laterais com
x -+ e não são iguais.

Exercícios
Nos Exercícios 1-4, mostre que o limite leva a uma forma indetermina- . .JZ + h- 2 22. lim J:X=4 - 2
21. 1lffi ----
da. Entã.o execute o procedimento de dois passos: transforme a função h--+0 h X--+8 X - 8
algebricamente e calcule usando continuidade. x- 4 ~-1
23. lim - - - - - 24. lim r.:
x2 - 36 9-h 2 x -+4 .JX - J8 - x X-+4 2- yX
1. lim - - - 2. lim - -
x -+6 X - 6 h- 3
it--+3 1 4 1 1
25. lim ( - -- - - - ) 26. lim ( - - - )
. x 2 +2x + 1 . 2t - 18 x -+ 4 ..,/X - 2 X - 4 x --+ O+ .JX Jx2 +x
3. hm 4 . 11 m - - -
X-> - 1 X+} 1-+9 5t - 45 cotgx cotg O
27. lim - - - 28. lim
x -> 0 cossecx &--> ~ cossec@
Nos Exercícios 5-34, calcule o limite, se e.xistir. Se não existir, determi-
ne se existem os limites laterais (finitos ou infinitos). 1 2 sen x - cosx
29. lim ( - - - - - ) 30. lim
X -+ J l - X } - X2 x --+ i tgx - l
x- 7 x 2 - 64
5. lim - - - 6. lim - - - 221 + 21 - 20
x -+7 X 2 -49 x --+8 X - 9 31. lim - -1- - - 32. lim ( sec@ - tg @)
2 1.->2 2 - 4 8--+ ~
. x + 3x + 2 x 3 - 64x
7. 1Jffi 8. lim 1
X->-2 X + 2 x--+8 X - 8 33. lim (
2x 2 - 9x - 5 3 8--+ f tg B - 1
9. lim 10. lim (1 + h) - 1
x -+5 x2 - 25 h-+0 h 2 cos2 x + 3 cos x - 2
34. lim
2x + l x2 - x x -+ -J 2cosx - l
11. lim - ---- 12. lim - - -
x- 4
x--+ - ~ 2x
2
+ 3x + l x --+ 3 X2 - 9
35. jcG1 Use um g ráfico de f (x) = .JX ,.J8=X para obter uma
~ ., ,~ .. '~
X - 8- X
.y.1t - ...;o - ..t
3x 2 -4x - 4 (3 + h )3 - 27 estimativa do valor de lim .f(x)até a segunda ca~a decimal. Com-
13. lim -~--­ 14. lim
x -> 2 zx2 - 8 h- >0 h x->4
pare com a resposta obtida algebricamente no Exercício 23.
15. lim -1- -
t--+0 4 - 1
421 - 1
16. lim (h
h--+4
+ 2)2 -
h- 4
9h
36. jcoJUse um gráfico de f(x ) =
4
-rJ-- --
- para obter uma
.yX - 2 x-4
.JX -4 . 2t + 4 estimativa do valor de lim f (x) numericamente. Compare com a
x ~4
17. lim - - - 18. 11m
x->16 X -16 1--+-2 12 - 3t 2 resposta obtida algebricamente no Exercício 25.
1
Nos Exercícios 37-42, calcule usando a identidade
19. lim
(h + 2)2 4
--'-----'---
y2 +y - 12
20. lim ~---­
h--+ O h y --+3 y3 - IOy 3 + a 3 - b3 = (a - b)(a 2 + ab + b2 )
x3 - 8 38. lim x3 - 27 Nos Exercícios 45-54, calcule em termos da constante a.
37. lim
X--+ 2 X - 2 x --+ 3 x 2 - 9
45. lim (2a + x) 46. lim (4ah +?a)
x--+0 h--+ - 2
x 2 - 5x + 4
39. lim - - - - - 4 0. lim
x3 +8
x--+ 1 x3 - l x--+ 2 x2 + 6x + 8 47. lim (4t - 2at + 3a) 48. lim (3a + h )2 9a2
f--+ -1 h-+0 h
x4 - l x-27
41. lim - - - 42. lim
x--+ 1 X 3 } x --+27 X 113 3 2(a + h)2 - 2a 2 (x + a) 2 - 4x 2
49. lim h 50. lim - - - - -
x -+ a x - a
~l+h-1 4 h -+ 0
43. Calcule lim h . Sugestão: escreva x = ~, expres-
h --+ 0
se h como uma função de x e reescreva o limite sex -+ 1.
-1
~.
,.1m .JX - Ja 52. li m ..;;;+2ii - Ja
X-+ <I X - O
44. Calcule lim
1 -Yi+h - 6r.--7'L
. Sugestão: escrevax = v 1 + h, ex pres-
Zr;-"7""7
h-+0 "

1+h - 1
h --+ 0 .y
1
- 3 1· (x+a)3-a3
se h como uma função de x e reescreva o limite sex -+ 1. ~ . 1m - - - - -
x--+0 X
54. lim h
h-+a h - a
ª
Compreensão adicional e desafios
Nos Exercícios 55-58. encontre todos os valores de c tais que exista o 59. C:om C]lllll sinal, + 011 - , existe o limite seguinte?
limite.
lim
x-+0
(.!. ±
x
1
x(x - 1)
)
x 2 - 5x -
55. lim - - - -
6
56. lim
x+ 3x + c
----
2

x -> c X - C x ..... t X - )

. l +cx 2 -Jl + x 2
57. lim ( -1- - -c- ) 58. hm
x -+ l x - I x3 - J X_,.0 4 X

2.6 Limites trigonométricos


No nosso estudo da derivada, vamos precisar calcular certos limites que envolvem funções
transcendentes como o seno e o cosseno. As técnicas algébricas da seção precedente costu-
mam ser ineficazes com essas funções, e precisamos de outras ferramentas. Uma delas é o
teorema do confronto, que discutimos nesta seção e utilizamos no cálculo dos limites trigono-
métricos necessários na Seção 3.6.
V
78 CÁLCULO

ver pdf LivrPt_Math_Calculo_1_Rogawski_2008_624p_ocr_elm

2.6 Limites trigonométricos


No nosso estudo da derivada, vamos precisar calcular certos limites que envolvem fun-
ções transcendentes como o seno e o cosseno. As técnicas algébricas da seção precedente
costumam não ser eficazes para essas funções e precisamos de outras ferramentas. Uma
dessas é o teorema do confronto, que discutimos nesta seção e que utilizamos no cálculo
y dos limites trigonométricos necessários na Seção 3.6.

u(x)
Teorema do confronto
f(x)
Considere uma função f (x) que esteja cercada entre duas funções l(x) e u(x) num intervalo
l(x) I. Em outras palavras,

x
c
FIGURA 1 f (x) está cercada por l(x) e Nesse caso, o gráfico de f (x) fica entre os gráficos de l(x) e u(x) (Figura 1), sendo l(x) a
u(x) (mas não apertada em x = c). função inferior e u(x) a superior.
CAPÍTULO 2 Limites 79

y O teorema do confronto é aplicável quando f (x) não só está cercada como também
apertada num ponto x = c por l(x) e u(x) (Figura 2). Por isso queremos dizer que, para
u(x) todo em algum intervalo aberto contendo c, temos
L
f(x)

l(x)
Não exigimos que f (x) esteja definida em x = c, mas fica graficamente evidente que f (x)
x deve tender ao limite L (Figura 2). No teorema seguinte isso está enunciado formalmente.
c
Uma prova desse teorema está dada no Apêndice D.
FIGURA 2 f (x) está sendo apertada por
l(x) e u(x) em x = c.
TEOREMA 1 Teorema do confronto Suponha que, para (em algum intervalo aber-
to contendo c),

Então existe e

■ EXEMPLO 1 Mostre que .

y
Solução Embora seja um produto de duas funções, não podemos usar a
0,4 y = |x|
lei do produto porque não existe . Em vez disso, aplicamos o teorema do con-

fronto. A função seno toma valores entre 1 e −1 e portanto para todo .


0,1
x Multiplicando por |x|, obtemos e concluímos que (ver Figura 3)
− 0,1
1
y = x sen x()

− 0,4 y = −|x|
Como
FIGURA 3

podemos aplicar o teorema do confronto para concluir que . ■

O próximo teorema enuncia dois limites importantes que serão utilizados para desen-
volver o cálculo de funções trigonométricas na Seção 3.6.

TEOREMA 2 Limites trigonométricos importantes


Observe que tanto quanto
são indeterminações em
, portanto o Teorema 2 não pode
ser provado por substituição.

Utilizamos o teorema do confronto para calcular o primeiro limite do Teorema 2. Para


isso, precisamos encontrar funções que apertem (sen )/ em = 0. Essas funções são
fornecidas pelo teorema seguinte (ver Figura 4).
80 CÁLCULO

y
1
y =1

θ
−π −π π π y = sen θ
2 2 θ
–1 y = cos θ
FIGURA 4 O gráfico que ilustra as
desigualdades do Teorema 3.

TEOREMA 3

Demonstração Suponha primeiro que . Nossa prova depende da relação seguin-


te entre as áreas na Figura 5:

Área do OAB < área do setor BOA < área do OAC

y y y C
B = (cos θ , sen θ ) B B
tg θ

θ θ θ
x x x
O 1 A O 1 A O 1 A

1 1 1
Área do triângulo = sen θ Área do setor = θ Área do triângulo = tg θ
2 2 2

FIGURA 5

Calculemos essas três áreas. Inicialmente, vemos que OAB tem base 1 e altura sen ,
LEMBRETE Vejamos por que o portanto sua área é sen . Em seguida, lembre que um setor de ângulo tem área . Fi-
setor de ângulo de um círculo de nalmente, para calcular a área do OAC, observe que
raio r tem área . Como o círculo
todo é um setor de ângulo , o setor
de ângulo representa uma fração
de do círculo todo. O círculo tem
área , portanto o setor tem área
. No círculo unitário Assim, OAC tem base 1 e altura tg e sua área é tg . Desse modo mostramos que
(r = 1), o setor tem área .

A primeira desigualdade dá sen ≤ e, como > 0, resulta


CAPÍTULO 2 Limites 81

Agora multiplicamos a segunda desigualdade em (3) por (2 cos )/ para obter

A combinação de (4) e (5) nos dá (1) quando . Contudo, as funções em (1) não
mudam quando for trocado por − porque ambas cos e são funções pares. De
fato, cos(− ) = cos e

Portanto, (1) vale automaticamente também para . Isso completa a prova do


Teorema 3. ■

Demonstração do Teorema 2 De acordo com o Teorema 3,

Além disso,

Portanto, o teorema do confronto nos dá , como afirmamos. Para uma

prova de , ver Exercícios 42 e 51. ■

No próximo exemplo calculamos um outro limite trigonométrico. A idéia central é


reescrever a função de h em termos da nova variável = 4h.

■ EXEMPLO 2 Cálculo de limite por mudança de variáveis Investigue numerica-


mente e então calcule exatamente.
Solução A tabela de valores à esquerda sugere que o limite seja igual a 4. Para calcular
o limite exatamente, reescrevemos o limite de (sen )/ para poder aplicar o Teorema 2.
Assim, tomamos = 4h e escrevemos

A nova variável tende a zero quando h → 0 pois é um múltiplo de h. Portanto, pode-


mos trocar o limite quando h → 0 para um limite quando → 0 e obter

ver pdf LivrPt_Math_Calculo_1_Rogawski_2008_624p_ocr_elm

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 2.1
ver pdf LivrPt_Math_Calculo_1_Rogawski_2008_624p_ocr_elm
_2.1_ Dica do professor
Vamos agora assistir uma aula sobre limites.
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pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/29c
fe7d9450faf63141f035edbf17cbf

3 min

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
_2.1_ Exercícios

1)
Verifique se o limite existe. Caso exista, qual o seu valor?

A) 3/4

B) 4/3

C) 5/3

D) 1/3

E) 0
2) Analise o comportamento da função .

A) 0

B) 1/2

C) 1/3

D) 1/4

E) 1/5

2 Gab E =
3)
Determine o valor do .

A) 1

B) 2

C) 3

D) 4

E) 5

3 Gab A =
4)
Verifique o limite .

A) 0

B) 3

C) 2

D) 1

E) 4
5)
Verifique a existência e o valor, caso exista, do limite .

A) 0

B) 1

C) 2

D) 3

E) 4

5 Gab A =
_2.1_ Na prática

A partir dessa análise constatamos que para analisar o comportamento das funções periódicas é
preciso utilizar o teorema do limite fundamental, manipulações algébricas e a partir daí descrever
fenômenos.

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Desafio e Na Prática_Aula 2.1 - Limites trigonométricos
Pergunta: Favor explicar ou indicar fonte de consulta para entender de onde surgem os as funções f(x) que aparecem no Desafio e Na
Prática (imagem abaixo).
Justificativa:
_Tanto o Desafio e o Na Prática não explicam a origem das funções apresentadas.
Obs.1: Entendo que o "Desafio" e o "Na Prática" mostra f(x) relacionada à tração no cabo e ao movimento circular de um cavalo.
Gostaria de entender de onde as funções surgiram e o que significam e, então, entender o significado físico dos limites.
Obs.2: A pergunta não se refere a como resolver o limite.
Imagem de parte do Desafio / Na Prática:
_2.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Cálculo - Volume I

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Derivação e integração complexa


_2.2_
Apresentação

Em muitos aspectos, as derivadas e integrais de funções de variáveis complexas são semelhantes às


derivadas e integrais reais, porém, é justamente o que as diferencia que traz a importância para as
funções de variáveis complexas. As integrais complexas, diferentemente das reais, não representam
uma área, mas sim um contorno ou traçado. Dessa forma, as funções complexas traçam caminhos
que, de certa forma, podem parecer irregulares, mas possuem diversas aplicações práticas, desde o
simples perímetro de curvas irregulares, até aplicações nas engenharias, relacionadas à eletricidade
e comprimentos de onda que podem ser convergentes ou divergentes.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá os conceitos de derivadas e integrais de funções


de variáveis complexas.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever a definição da derivada de funções complexas.

• Identificar a definição da integral de uma função complexa.

• Determinar a derivada e a integral de algumas variáveis complexas.


_2.2_ Desafio

Há uma infinidade de aplicações práticas no estudo de um caminho. A partir disso, imagine a


seguinte situação:

Você, um responsável por uma pesquisa que avalia os riscos de contaminação com um agente biológico, tem as
seguintes informações sobre uma função ao longo de um tempo t (horas):

_ , é a curva definida pela função , com , tendo o arco de parábola


definido no intervalo [−1,4] e orientado de A até B, conforme o gráfico:

Em diferentes situações, você analisa diferentes


gráficos para a contaminação ao longo do tempo t .
Dessa forma, você vai precisar analisar o comprimento
da curva γ para determinar se os riscos são aceitáveis.

Para medir o comprimento de curvas você deve utilizar


conceitos e habilidades matemáticas.

Diante dessas informações e sabendo das


propriedades relativas às funções de variáveis
complexas, você vai precisar determinar
elm = 51 + i 65

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C


(2023.ABR)
Desafio_Aula 2.2 - Derivação e integração complexa
Pleito: Corrigir / substituir gráfico.
Justificativa:
_O gráfico não representa a curva gama do enunciado
(ver imagens abaixo - do Desafio e correção proposta).
Obs.1: Não impossibilita cumprir o Desafio, mas
atrapalha.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta
confirme ou não esses erros apontados (não responda
apenas "será encaminhado ao setor responsável", por
não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem do gráfico do Desafio e Correção proposta:

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C


(2023.ABR)
Desafio_Aula 2.2 - Derivação e integração complexa
Pleito: Corrigir Gabarito.
Justificativa:
_Erro no resultado final (65i)
Obs.1: Ver imagem abaixo mostrando o erro.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta
confirme ou não esses erros apontados (não responda
apenas "será encaminhado ao setor responsável", por
não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem de Correção do Padrão de Resposta proposta:

Padrão de resposta esperado


_2.2_ Infográfico
Neste Infográfico, você vai compreender geometricamente a diferença entre a integração real e a
complexa. Confira:

DIFERENÇA GRÁFICA ENTRE INTEGRAIS DE VARIÁVEIS REAIS E INTEGRAIS DE VARIÁVEIS COMPLEXAS

INTEGRAL DE VARIÁVEIS REAIS


O processo de integração foi criado, inicialmente, com a finalidade de determinar a área sob uma curva em
um intervalo determinado.

Oriundo da noção intuitiva de somatório da área


de diversos retângulos de largura tão pequena
quanto foi preciso para se alcançar a precisão
desejada.

Surge naturalmente em diversos modelos físicos


e químicos, como na cinemática de posição de
objetos ao longo do tempo.

INTEGRAL DE VARIÁVEIS COMPLEXAS

Sua variação nas funções complexas define o contorno de uma função, dentro e sobre a curva.

Essa importante técnica permite delimitar e


até retirar partes de uma região abaixo ou
dentro da curva de uma função.
_2.2_ Conteúdo do livro

As derivadas e integrais de funções complexas tem diversas aplicações industriais, além de servirem
de base para diversos teoremas. Da mesma forma que se tem nas integrais definidas uma forma de
calcular a área sob o gráfico, as integrais complexas fornecem o comprimento de uma curva ou
caminho. Assim, é possível imaginar as infinitas aplicações dessa poderosa ferramenta.

Para aprofundar seus conhecimentos, você vai conhecer os conceitos de derivadas e integrais de
funções variáveis complexas acompanhando o capítulo Derivação e Integração Complexa, do livro
Variáveis complexas. Boa leitura.
SUMÁRIO

Unidade 1

Tensão natural da teoria das funções reais.11 __ Tiago Loyo


Definições e propriedades básicas dos números complexos 12
Funções de uma variável complexa 14
Importância das variáveis complexas, limites e continuidade 16

Álgebra e geometria dos números complexos 21 __ Tiago Loyo


Álgebra dos números complexo 21
Operações com números complexos 22
Geometria dos números complexos 25

Unidade 2

Derivação e integração complexa 33 __ Tiago Loyo


Derivada de funções complexas 33
Integral de funções complexas 36
Derivadas e integrais de funções de variáveis complexas 39

Funções analíticas 47 __ Cristiane da Silva


Definição 47
Propriedades 49
Funções analíticas e variáveis complexas 53

Estudo da série de Laurent 59 __ Tiago Loyo


Séries de potências 59
Séries de Laurent 62
Séries de Laurent de funções analíticas 65
Pontos singulares e resíduos 67

Unidade 3

Fórmula integral de Cauchy 73 __ Tiago Loyo


Integral de Cauchy 73
Integral de Cauchy e números complexos 77
Integral de Cauchy em situações aplicadas 81

Resíduos e polos 83 __ Tiago Loyo


Singularidades e resíduos 83
Polos 87
Resíduos em integrais complexas 90

Unidade 4

O teorema dos resíduos 95 __ Tiago Loyo


Teorema dos resíduos de Cauchy 95
Cálculo de integrais pelo teorema do resíduo 98
Teoria dos resíduos na matemática aplicada 101

Aplicações conformes 105 __ Cristiane da Silva


Definição 105
Transformações conformes 108
Problemas aplicados 118
UNIDADE I] Tensão natural da teoria
das funções reais

Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os números complexos - as suas características e pro


priedades básicas.
• Caracterizar as teorias de funções de uma variável complexa.
• Reconhecer a importância das variáveis complexas como base para
continuidade dos estudos no curso.

Introdução - - - - - - - - - - - - -
Ao lançarmos nosso olhar para a história da matemática, podemos perce
ber o quanto os números complexos e as funções de variáveis complexas
contribuíram com outras áreas da matemática. Quando os pitagóricos se
depararam com os números irracionais (na ocasião, a raiz de um número
primo), o impacto nos seus conceitos matemáticos foi tão grande que, na
época, Hipaso de Metaponto foi condenado a uma morte, metafórica ou
não, mas que levou consigo um possível bug da matemática.
O impacto não foi tão poético, mas a mística impenetrável por traz
das raízes quadradas de números negativos também pairou sobre ma
temáticos por séculos. A solução para equações que recaíam em raízes
quadradas negativas foi, então, considerada ausente do conjunto dos
números reais, até então o maior conjunto conhecido.
A criação de estruturais algébricas que permitissem a formalização
dos conceitos dos números complexos teve a participação, ao longo de
séculos, de diversos matemáticos. No entanto, foi somente no século
XVIII que Euler definiu a unidade imaginária i como a raiz quadrada de
1. Abriu se, assim, um novo universo para a álgebra moderna.

Neste capítulo, você vai ler a respeito das características básicas dos
números complexos e da teoria das funções de variáveis complexas, bem
como entenderá a importância dessas funções.

Definições e propriedades básicas


dos números complexos

Do is eixos ordenados, centrados e perpendiculares na origem (0,0) definem


o plano cartesiano.
Y Ordenada
4

o Abcissa x
Figura 1. Plano cartesiano. -1 o 2 3 4 5
Fonte: Silva (2018}.
-1

No plano cartesiano, o eixo horizontal representa o domínio de uma função


e é chamado de eixo das abscissas, ou eixo x . O eixo vertical representa a
imagem de uma função e é chamado de eixo das ordenadas, ou eixo y. Um
ponto no plano cartesiano é sempre representado por uma coordenada composta
de um par ordenado (x,y).
Sejam dois pares ordenados (a,b) e (c,d) no plano cartesiano, tendo
~X~= {(x,y)lx E~ e y E~} , onde Iffi. é o conjunto dos números reais.

Chamamos de conjunto dos números complexos [, o conjunto de todos os


pares ordenados de números reais, que atendam as propriedades abaixo:

• igualdade de pares ordenados - dois pares ordenados (a,h) e (c,d) são


iguais se, e somente se, a - e e h - d;
• adição de pares ordenados - a soma de dois pares ordenados (a,h) +
(c,d) é igual ao par ordenado (a + e, h + d);
• multiplicação de pares ordenados - o produto de pares ordenados (a,h).
(c,d) é o par ordenado (ac - hd, ad + hc).

Essas definições não deixam clara a necessidade que deu origem aos
números complexos. Vejamos o desenvolvimento da equação x 2 + 1 = O:

x 2 =-l~x=~

Dizíamos que uma solução que exprimisse a raiz quadrada de um número


negativo não pertencia ao conjunto dos números reais. Porém, se houvesse
tal solução, ela deveria ser um número que, elevado ao quadrado, ou seja,
multiplicado por si mesmo, resultasse em -1.
As operações citadas na definição, igualdade, adição e multiplicação,
quando no conjunto dos reais, representado pela reta real, são fechadas. Ou
seja, tais operações, entre números reais, sempre resultarão em outro número
real. Porém, observe que o mesmo não ocorre ao operarmos pares ordenados.
Acompanhe o desenvolvi mento abaixo:

(0,1). (0,1) ;;;;;; (0,1) 2 ;;;;;; ( O.O - 1.1, 0.1 + 1.0) ;;;;;; (-1.0)

O par ordenado (0,1) não pertence à reta real, mas, elevado ao quadrado,
resulta (-1,0), que é um número real. Portanto, como (0,1) 2 = (-1,0) = -1 ,
então temos que a~= (0,1).
O número (0,1) foi definido, por Euler, como unidade imaginária, e repre-
sentado com a letra i. Dessa forma, se i = .../-f., temos que i 2 =
- 1. Essa
nova representação abriu as possibilidades para a representação de qualquer
raiz quadrada negativa, seguindo o raciocínio:

Fa = R..{a = i.ya
Dessa forma, temos: R = 2i; -J- 25 =Si; R = i.'15, etc.
Se um par ordenado (a,b) que atenda às propriedades enunciadas pertence aos
números complexos, vamos desenvolver a igualdade da soma da seg1Uinte forma:

(a,b) =(a.O) + (O,b) =(a . O) + (b,0). (0,1)

onde (a,O) é o número real a, (b,O) é o número real b e (0,1) é a unidade


imaginária i.
Temos, dessa forma, que o par ordenado (a,b) pode ser escrito da forma a
+ bi, que será denominada forma algébrica de um número complexo. Dessa
forma, em z = a + hi, observamos:

• z é o número complexo;
• a é a parte real de z, que pode ser representado pela coordenada de x
no par ordenado;
• b é a parte imaginária dez, que pode ser representado pela coordenada
de y no par ordenado;
• i é a unidade imaginária, sempre associada ao coeficiente b.

:.1 Exemplo

a) 1 1 3i, onde a = 1 e b = 3
b) -2 - i,ondea =-2eb=-1
c) 3i, onde a= Oe b = 3
d) 7, onde a - 7 e b - O
Dos exemplos acima, dizemos que c) 3i é imaginário puro, pois tem parte real a=
Oe parte imaginária b "#O. Dizemos que d) 7 é simplesmente um número real, pois
tem parte imaginária b = O. Observe que, no caso dos números reais, se ocorre a - O
e b = O, temos o real O.

Funções de uma variável complexa

SejaD um subconjunto de números complexos e/uma lei de formação que faz


corresponder, a cada elemento z do conjunto D, um único número complexo,
que denotamos porf(z). Dessa maneira, diz-se que/é uma função com domínio
D. O conjunto dos valores W =j{z), que corresponde a todos os valores dez
em D, é chamado de imagem de D e denotado por!.
f

Figura 2.
o
Fonte: JESUS (2007).

É comum considerarmos a lei da função w - j(z) sem definir o seu domínio.


Nesse caso, ficará subentend ido que o domínio é o maior subconjunto dos
números complexos no qual a função esteja definida.

:J Exemplo

f (z) = z 2 = + yi) ~ como nas funções reais, a função f(z) está definida para todos
(x
os valores dez, então o domínio da função será todo o plano complexo Iffi. x R..
f(z) =z 2
,observequeagoraodomíniotem uma exceção, que escreveremos ([ - {2}:-
;i:- 2

f(z) = z2 ~a.2 , tem como domínio([: - {+ia} , onde a E R.~-


Uma lei de função w = f(z), se as va riáveis z e w são números complexos, então,
temos f dita função complexa de uma variável complexa.

Decompor uma função de variável complexa


em duas funções reais de variáveis reais

Uma função complexa no plano IR{. X IR{. utiliza coordenadas (x,y) da mesma
forma como uma função real. Podemos, então, decompor uma função de
variável complexa em duas funções reais de variáveis reais da seguinte forma:
z -x + yi
Temos Re(z) - x e lm(z) - y, onde Re(z) é a parte real, e Im(z), a sua parte
imaginária.

Sendo u e v funções reais de variáveis reais x e y, entãoj{z) - u(x,y) + v(x,y)i,


que tem como parte real u(x,y) e como parte imaginária v(x,y).

Exemplo Primeiro exemplo


Na função f(z) = z 2, z = x + yi, identifique a parte real e a parte imaginária
da função f.
Solução:
(x + yi) 2 = x 2 + 2xyí + y 2 i 2
Como i 2 =- 1, temos:
= x 2 + 2xy i - y 2
Dessa forma, u(x, y) = x 2 - y 2 e v(x, y) = 2xy.

Segundo exemplo
Na função f (z) = z 2 - Sz + 3, z = x + yi , identifique a parte real e a parte
imaginária da função f
Solução:
z2 - Sz + 3 = (x + yi) 2 - S(x + yi) + 3
= x 2 + (2xy)i - y 2 - Sx - (Sy)i + 3
= (x 2 - Sx - y 2 + 3) + (2xy - Sy)i
Dessa forma, 1L(x,y) = x 2 - Sx - y 2 + 3, e v(x, y) = 2xy - Sy_
Importância das variáveis complexas,
limites e continuidade
Os nú meros complexos abriram enormes possibilidades algébricas. Não só por
terem possibilitado a resolução de equações simples, como x 2 + 1 = O, mas
porque permitiram a representação de soluções que são pontos no plano IR X Ill

Essa possibilidade nos permite representações geométricas diversas, como


vetores, segmentos, cu rvas centradas em um ponto e tendo um número com-
plexo como raio, etc. Além disso, estudar os limites de funções, as derivadas
e integrais definidas fora do conjunto dos reais, abre campos industriais de
grande importância.
Para que possamos dar sequência aos nossos estudos com os conteúdos de
derivadas e integrais de funções de variáveis complexas, antes será necessário
introduzirmos os conteúdos de limites e funções contínuas.

Limites

Sejam f: D e <C ~ <Cuma função e z 0 um ponto de acumulação de D. Dizemos


que o limite dej{z) quando z se aproxima de z 0 é um número complexo w0
e escrevemos:

lim f (z) = w 0 ,
Z~Zo

se, dado é > O, existir o > O tal que:


O< lz - z0 1<8 ~ lf(z) - w 0 1<é

Saiba mais

z
Um ponto 0 é chamado de ponto de acumulação se toda vizinhança de z0 contém
z
pontos do conjunto, diferente de 0
Uma vi zinhança de um ponto z 0 é o conjunto de todos os pontos para os quais
lz - zol <o,onde oé uma constante positiva.
Exemplo Sejam b, e e z0 constantes complexas. Mostre que:
lim (bz
Z~Zo
+ e) = bz0 + e
Solução:
Dado E > O. Devemos encontrar o > Otal que:
O < lz - z0 1 <o~ l(bz + e) - (bz0 + c)I <E
Desenvolvendo a desigualdade, temos:
l(bz +e) - (bz0 + c)I <e lbz +e - bz0 - cl <e
Ç=>

<=> lb(z + zo) I < [


<=> lbll(z + zo) I <E
E
<=> ICz + Zo)I < Tbl
Tomando 0 =_!__,temos:
lbl
E
l(bz +e) - (bz0 + c)I = lbll(z + zo)I < lbl.jbj =e
sempre que O< lz - z0 1<o.
Portanto:
li m (bz+c) = bz0 +c
z-+zo

Sejam f: D e (( ~ ((uma função e z0 E D um ponto de acumulação de


D. Dizemos que/é contínua no ponto z 0 se:

lim
Z-+Zo
f (z) = f (zo) ,
Dizemos que/é contínua, se/é contínua em todos os pontos do domínio.
Se/ e g são funções contínuas no ponto z0 . Então, temos que:

• f ± g é contínua em z 0 ;
• fg é contínua em Z 0;
• fé contínua em z 0 , desde que g(z 0 ) =/=- O.
B

" ' Link


Para saber mais sobre va riáveis complexas e funções de
variáveis complexas, acesso o link abaixo ou o código ao
lado (TOFFOLI, 2004) http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/superior/vcomplex/
vc03.htm

https://goo.gl/9ceUzk

Exercícios
1. Qual(ais) o(s) valor(es) de x para v(x,y) = x3 - 3xy 2 .
a)
que z = 6 t- (2x - 4)i seja real? b) v(x, y) = 3x 2 + y 3 .
e) v(x,y) = x - y + 2xyi.
a) 6. 2 2

b) 2 e 6. d) v(x,y) 2xy . =
e) 2. e) v(x,y) = 3x 2 y - y 3 .
d) -2 c-6. 4. Qual é o valor de x para
e) -6. que o número complexo
2. Qua l(ais) o(s) valor(cs) de x para z = (x 2 - Sx + 6) + (1 + x)i
que z = (x - x) 2
+ xi não seja um número real?
seja imag inário puro? a) x = {2,3} e x = -1.
a) X = 1. b) X:;t; -1.
b) X = Ü. e) x = {2,3} e x :;t; -1.
e) x = -1 . d) X = {2,3}.
d) X = Ü C X = -1. e) X= -1.
e) X :;t: 0. 5. Determine o lim ir~-~,
Z->L Z-3
3. Dada a função de variável a) z- 3.
complexa f(z) = z 3 e z = (x ... yi), b) 3i + 9
decompondo cm funções reais e) z + 3.
de variáveis reais, qual função d) 3i ... 8.
representa a sua parte imaginá ria? e) 3i- 8.
Referências

SILVA, L. P. M. O que é plano cartesiano? Brasil Escola, Goiânia, 2018. Disponível em:
<http://brasi lcscola .uol .com. br/o-q uc-c/matcmatica/o-q u e-e-plano-cartesiano.
htm>. Acesso cm: 20 fcv. 2018.

TOFFOLI, S. F. L. Ensino Superior: variáveis com plcxas e fu nçõcs de variável complexa.


Londrina, 2001\. Disponível cm: <httpJ/pcssoal.scrcomtcl.com.br/matcmatica/supc-
rior/vcomplcx/vc03.htm>. Acesso cm: 20 fcv. 2018.

Leituras recomendadas

IEZZI, G. et ai. Matemática: volume único. 6. ed. São Paulo: Atual, 2015.

JESUS, D. V.Aplicações do Teorema do Resíduo. 2007. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso


(Licenciatura cm Matemática)- Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2007. Disponível cm: <httpsJ/rcpositorio.ufsc.br/bitstrcam/handlc/1231\56789/96550/
Daynitti.pdf?scqucncc=l>. Acesso cm: 20 fcv. 2018.

MORICONI, M. Variáveis Complexas e Aplicações: a vida é mais simples no plano com-


plexo.Niterói: UFF, [2018]. Disponível cm: <httpJ/profs.ifuffbr/moriconi/complcx/
complcx.pdf>. Acesso cm: 20 fcv. 2018.

TOFFOLI, S. F. L Ensino Superior: variáveis complexas e funções de uma variável


complexa. Matemática essencial, Londrina, 2006. Disponível cm: <httpJ/www.ucl.br/
projctos/matcsscncial/supcrior/vc/vc03.htm>. Acesso cm: 20 fcv. 2018.

Álgebra e geometria dos


números complexos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar a álgebra dos números complexos.


• Efetuar as operações algébricas dos números complexos.
• Definir a geometria dos números complexos.

Introdução
O advento da unidade imaginária i possibilitou não apenas a representação
algébrica de um número complexo, mas também a representação de
raízes negativas de uma forma geométrica. Com isso, mais aplicações
para os números complexos surgiram. Foi possível, por exemplo, que
polinômios de raízes não reais fossem representados no plano cartesiano.
A álgebra moderna também incorporou os números complexos para
representar vetores.
Neste capítulo, você verá mais sobre as características algébricas e
geométricas de um número complexo. Avançaremos em nossos estudos
pelas operações com os números complexos e as suas representações
geométricas.
Álgebra dos números complexos

Sejam m e n números reais, podemos escrever m e n na forma de pares orde-


nados (m, O) e (n, O). Observe que as operações abaixo entre os números reais
m e n são fechadas, ou seja, conservam o resultado no conjunto dos reais.

Ig ualdade:
(m, O) - (n, O) se, e somente se, m - n

Adição:
(m, O) + (n, O) + (m + n, O+ O) = (m + n, O)

Multiplicação:
(m, O).(n, O) = (m.n - O.O, m.O + O.n) = (m.n, O)

Nas operações descritas acima, todas as coordenadas y nos pares ordenados


são iguais a zero. Portanto, os números (m, O) e (n, O) podem ser representados
no eixo das abscissas, que é a reta real, ou seja, os números (m, O) e (n, O)
podem ser escritos simplesmente como m e n, respectivamente.
No entanto, se um par ordenado possui coordenada y =F O, não pode ser
representado no eixo das abscissas. Portanto, na forma algébrica a+ bi, onde
o coeficiente a representa a parte real, b a parte imaginária e i a unidade
imaginária, com b =F O, esse número será um complexo.

Operações com números complexos

Potências da unidade imaginária

A definição do comportamento das potências dei contempla as potências dos


complexos z - a + bi, uma vez que temos uma potência de um binômio, no
que se segue. Observe:

iº = 1, já que todo número elevado a zero é igual a l;


i 1 = i , já que todo número elevado a 1 é igual a si mesmo;
i 2 = - 1, já que por defin ição, i = R ;
i 3 = i 2 . i = - 1. i = -i;
i 4 = i 2 .i 2 = -1.-1=1;
i 5 = i 4 . i = 1. i = i;
i 6 = i 5 . i = i.i = i 2 = -1;
í 7 = í 6 . i = - 1.i = -i;
i 8 = i7.i = - i.i = - i 2 =-(-1) = 1·
[...]
Sendo n E fü , de um modo geral, temos:

Í4n =1
i 4n+1 = i
i4n +2 = -1
i4n+3 = -i
Ou seja, as potências ik, sendo k E Z:'., são obtidas por meio dos restos da
divisão por 4, sendo possível apenas os resultados 1, i, -1, -i. Veja o exemplo
abaixo.

Exemplo Qual é o resultado de (1 - i)ª?


Solução:
((1 - 02)4 = (12 - 2i + i2)4
= (1 - 2i - l)'l = (-2i)'l 16i 1 = = 16
Adição e subtração

Sejam os números complexos z1 = a+ bi e z 2 =e+ di. A adição e sub-


tração são feitas entre as partes reais e as partes imaginárias separadamente.
Dessa forma, temos:

z1 + z 2 = (a+ e)+ (b + d)i


z1 - z2 = (a - e)+ (b - d)i
Multiplicação

Sejam os números complexos z 1 = a + bi e z 2 = e di. O produto entre +


números complexos atende a definição de produto entre pares ordenados.
Dessa forma, temos:

z1 . z2 = (ac - bd) + (ad + bc)i


par te real par t e imaginária

Outra maneira de realizar o produto é utilizando a propriedade distributiva


e as propriedades de potência da unidade imaginária. Assim, temos:

= (a+ bi). (e+ di) = (ac +adi+ bci + bdi 2 )


z1 • z2
= (ac - bd +adi+ bci) = (ac - bd) + (ad + bc)i
parl e r eal par te imayinária

Acompanhe o exemplo abaixo.

Exemplo (4 - 1).(3 -1 1) = (4.3 - (- 1).1) + (4.1 1 (-l).3)i = (12 + 1) 1 (1\ - 3)i = 13 + i

Divisão

Para definir a divisão dos complexos, antes precisamos definir o conjugado de


um número complexo. Seja z1 = a + bium número complexo. Dizemos que
a - bié o conjugado de z1 . Representamos com z1 . Os conjugados possuem
as propriedades a seguir.
O conjugado da soma é igual à soma dos conjugados:

O conjugado do produto é igual ao produto dos conjugados:


O produto de um número complexo pelo seu conjugado é um número real
não negativo.
Z1 · Z1 = (a+ bi). (a - bi) = a 2 - abi + abi - b2 i 2 = a 2 + b2,
que é um número real positivo.
O produto de um número complexo pelo seu conjugado é denominado
norma de um número complexo. Portanto, dizemos que um número complexo
z = a+ bifoi normalizado, se ele foi escrito na forma:

ª2 + bz·
Sejam dois números complexos z1 e zô sendo z 2 *
O. Obter o quociente
da divisão de z 1 por z 2 significa encontrar um número complexo z3 , tal que
=
z3 . z2 z1 . Dessa forma, escrevendo z3 na sua forma algébrica, temos:

Veja o exemplo abaixo.


4+i
Exemplo - - . = (a + bi). (3 - i) = 4 + i
3- L
= 3a - ai + 3bi - b (" = 4 + i
= (3a + b) + (3b - a)i = 4 + i
Da igualdade de complexos, temos que:
3a + b = 4
{- a+ 3b = 1
3a + b = 4
( - 3a+9b = 3
11 7 11 7 .
Portanto, a = -10 e b = -, z = -10 + -10 L.
10 .3

Uma outra maneira de realizar a divisão de comp lexos z 1 e Zz, sem precisar
do uso de sistemas, é multiplicar z1 e z2 pelo conjugado de z2. Considere
o exemplo abaixo.

Exemplo 4+i 4+ i 3+ i
----
3- i 3 - ( 3+i
(4.3 - 1.1)+(4.1 + 1.3)i 11+7i 11 7.
= 32 +1 2 = 10 = io + 1oi

Geometria dos números complexos

Dois eixos ordenados, centrados e perpendiculares na origem (0,0) definem o


plano cartesiano. De forma semelhante, definiremos um plano para representar
os números complexos. Para todos os fins, é sim ilar ao plano cartesiano, mas
o eixo x será chamado de eixo real (Re) e vai representar a coordenada real
de um número complexo, e o eixo y será chamado de eixo imaginário (Im),
representando a coordenada imaginária de um número complexo.
O plano de representação dos números complexos é chamado de plano de
Argand-Gauss. Dessa forma, cada número complexo z = a+ birepresenta um
ponto P nesse plano. O plano de Argand-Gauss, ou plano complexo, também é
muito utilizado para representar vetores bidimensionais. O ponto Pé chamado
de afixo do número complexo z.
Eixo Eixo
imaginário imaginário

P (a,b) P (a,b)
B -- --------------------- -- B -------------------------

b b

o a A o a A
Eixo real
Eixo real

Figura 1. Plano de Argand-Gauss. Figura 2. Módulo de um número complexo.

Módulo de um número complexo

A distância de um ponto P até a origem do plano é denominada módulo de um


número complexo. Representamos por lzl ou pela letra grega P (rô).
Sendo z =a+ bí, o módulo de um número complexo lzl é dado por:

lzl = p= )a 2 + b2

Exemplo 12
p (5,12)

O módulo do número complexo z = 5 ~ 12i será:


lzl = p = ~5 2 + 12 = .../169 = 13
2 10

Figura 3. Módulo de um número complexo.


-1 o 2 3 4 6

Argumento de um número complexo

Sendo o módulo de um número complexo a distância entre a origem e um


ponto P, então, se as coordenadas de P variam de forma que lz 1seja constante,
então teríamos uma circunferência centrada na origem. Dessa forma, um
número complexo pode ser representado ou parametrizado de acordo com
o ângulo formado entre lzl e o eixo real. Essa abertura recebe o nome de
argumento de um número complexo, indicada por arg (z), com medida 8 no
intervalo O < 0 < 2n rad. O argumento terá sentido anti-horário com o seu
sentido positivo.
Eixo
imaginário

P (a,b)
B -------------------------
'
'
'
'
p
b

e
Figura 4. Argumenlo de um número complexo. o a A
Eixo real

Portanto, as coordenadas de um número complexo podem ser dadas em


função do arco e.

b
sen e= -p

cos 8 = -pa
Exemplo Qual é o arg umento do número complexo z = 1 1 i?
Solução:
Temos que p = ..j(- 1)"- + 12 = -J2
b 1 "2
sene = - = - = -
p {2. 2
a -1 Vi.
cose= - = - = - -
p ·./2 2
..;2 .,/2 3 77:
Dessa forma, o arco 0 com sen 8 = z e cos 0 = - 2 é o arco de 135° ou 4 .

Forma trigonométrica de um número complexo

Como consequência do que vimos até aqui, os números complexos podem ser
apresentados, além da sua forma algébrica, em uma forma trigonométrica.
Das razões trigonométricas abaixo, temos que:

b
sen8 = P ~ b = p.sen0

cose = Pa ~ a = p. cose
Aplicando as relações obtidas vindas do plano de Argand-Gauss na forma
algébrica z - a + bi, obtemos:

z = p. cose + p. sen8. i
Z = p(COS0 + i. sen0), com Ü < 0 < 2TI rad

A forma trigonométrica, também chamada de polar, possui aplicações


diversas, a lém de facilitar os cálculos de potências de números complexos.
a O

Figura 5. Representação de uma circunferência de


raioJ4

Potenciação de um número complexo

Apesar de ser uma operação com número complexo, deixamos para descrevê-
-la somente agora, pois a forma trigonométrica nos facilitará sobremaneira
nesse processo.
Para e levar um nú mero complexo z =f:- Oa u m expoente n > 2, escrevemos
z na sua forma trigonométrica. Elevamos o módu lo P ao expoente n, e os
argumentos serão multiplicados por n . Dessa forma, temos:

z 71 = pn [cos(n. 8) + i. sen(n. 0)]

Essa fórmu la é denominada 1ª Lei de De Moivre, em homenagem ao


matemático francês Abraham de Moivre. Se z - O, então, qualquer que seja
n, teremos zn = O.

Link Moivre formulou ainda, fórmulas para o produto, quociente e para raízes, todas utili-
zando sua forma polar (MAPLI, 2018; FÓRMULA, 2017):

https:/lgoo.gl/ BB4aXi

https://goo.gl/ zpq7ui

Veja mais sobre o plano complexo e as suas peculiaridades (PLANO, 2016):

https://goo.gl/nFThNv

Assista a uma aula sobre produto de números complexos (0 MATEMÁTICO, 2014):

https:/lgoo.gl/pMoNSg

Exercícios
2. Sendo ia unidade imaginária
1. Para q uc (6 - 3;).(k 1 61) seja um
do conjunto dos números
número real, o valor de k deverá ser:
complexos, o valor da expressão
a) k = O. (2i + 2) 6 - (2 - 2i) 6 é:
b) k= -12. a) 102'li.
e) k= 12. b) O.
d) k = 18. e) -512i.
e) k = -18. d) 5121.
e) -1024i.
3. Observe o plano de Argand-Gauss =
4 . Sendo í M , unidade
representado abaixo, onde A é afixo imaginária do conjunto dos
do número complexo z = a 1 bi. números complexos, qual o valor
- ·::!03 ·4 07
Qual é a diferença entre z e z? da expressao i +i
i14
?
A
a) 2i.
b ) i.
e) -2i.
d ) - i.
o e) O.
a) -í. 16..fi
5. Qual o argumento do número
b) - 8/2 + i. 8/2.
e) i. 16..fi..
complexo z =
-1 i·f3:> +
d ) - 8..fi. - i. B..fi. .
a) 3rr_
e) -16..fi. + i. 16..fi.. 4

b ) 2rr.
3
Srr
e) - ·
6
d ) 3rr
2
n
e) -
3

Referências
FÓRMULA DE DE MOIVRE. Wikipédia, Flórida, 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.
org/wiki/F%C3%B3rmula_de_De_Moivre>. Acesso em: 21 fev. 2018.

MAPLI. Fórmulas de De Moivre. Matika, Jundiaí, 2018. Disponível em: <http}/www.


matika.com.br/numeros-complcxos/formulas-de-de-moivrc>. Acesso em: 21 fcv. 2018.

O MATEMÁTICO. Grings - Aula 5 - Produto de Números Complexos. YouTube, 201 4.


Disponível cm: <https://www.youtube.com/watch?v=ilNv71VXpAY>. Acesso em: 21
fev. 2018.
PLANO COMPLEXO. Wikipédia, Flórida, 2016. Disponível em: <https://pt.wikipedia.
org/wiki/Plano_complexo>. Acesso em: 21 fev. 2018.

Leituras recomendadas
BARRETO FILHO, B.; SILVA, C. X. Matemática aula por aula.· volume único. São Paulo:
FTD, 2005.

IEZZI, G. et ai. Matemática.· volume único. 6. ed. São Paulo: Atual, 2015.

RIGONATTO, M. Plano de Argand-Gauss. Brasil Escola, Goiânia, 2018. Disponível em:


<http://brasilescola.uol.corn.br/matematica/plano-argand-gauss.htm>. Acesso em:
21 fev. 2018.
UNIDADE 2
Derivação e integração
complexa
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir derivada de funções complexas.


 Conceituar integral de uma função complexa.
 Determinar a derivada e a integral de algumas variáveis complexas.

Introdução
Neste capítulo, você verá os conceitos de derivadas e integrais de funções
de variáveis complexas. Em muitos aspectos, ambas são semelhantes
às derivadas e integrais reais, mas é justamente o que as diferencia que
constitui a importância para as funções de variáveis complexas.
Você verá que as integrais complexas, diferentemente das reais, não
representam uma área, mas um contorno ou traçado. Dessa forma, as
funções complexas traçam caminhos, que, de certa forma, podem parecer
irregulares, mas têm diversas aplicações práticas, desde o simples períme-
tro de curvas irregulares até aplicações nas engenharias, relacionadas à
eletricidade e aos comprimentos de onda, que podem ser convergentes
ou divergentes.

Derivada de funções complexas


A derivada de uma função de variável complexa é similar a uma função de
variável real em quase todos os aspectos. Uma das diferenças fica por conta
do limite existente na definição da derivada. Nas funções de variáveis com-
34 Derivação e integração complexa

plexas, é de dimensão dois. A definição de derivada de uma função


de variável complexa é dada por:

Se existe esse limite, a função f possui derivada . Uma mesma re-


presentação simplificada para seria . Observe, ainda, que, Δz é a
variação . Dessa forma, a definição da derivada complexa ainda pode
ser escrita da seguinte forma:

Usando propriedades básicas de limites e derivadas, podemos citar algumas


derivações complexas.
Sendo z um número complexo; e , funções deriváveis de z; c, uma
constante complexa; e . Temos:

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.
Derivação e integração complexa 35

10.

11. uma função composta, onde existe no

ponto e existe.

Condições necessárias e condições suficientes


para a existência da derivada
Vamos enunciar dois teoremas. O primeiro trata das condições necessárias
para que uma função de uma variável complexa seja derivável, e o segundo
traz as condições para a existência da derivada da função. As condições são
sobre as partes real e imaginária da função complexa decomposta em duas
funções reais de variáveis reais.

Condições necessárias

Se a derivada de uma função f(z) = u(x,y) + iv(x,y) existe em um ponto


z, então as derivadas parciais de primeira ordem, em relação a x e y de cada
uma das partes u e v, existem nesse ponto e satisfazem às condições de
Cauchy-Riemann.

e elm =
ver
artigo
Além disso, a derivada da função f é dada por . do
saiba+
Condições suficientes no fim!

Sejam u = u(x,y) e v = v(x,y) funções reais com derivadas parciais de primeira


ordem, contínuas em um ponto .
Se essas derivadas satisfazem as condições de Cauchy-Riemann:

Então, nesse ponto, a derivada da função f = u + iv existe, sendo z


= x + yi e .
https://igm.mat.br/aplicativos/?
option=com_content&view=article&id=445:cauc
hy&catid=38:conteudosfvc&Itemid=40
36 Derivação e integração complexa

Conheça mais sobre as equações de Cauchy-Riemann (INSTITUTO GOIANO DE MA-


TEMÁTICA, 2010; IEEEACADEMIC, 2014):

https://goo.gl/pxeWXF

https://goo.gl/XQdHsH

11 min https://youtu.be/TREDJwsdNFs

Integral de funções complexas


Sabemos que, nas funções de variáveis reais, uma integração representa a
determinação de uma área. Nos números complexos, isso não ocorre. Na
verdade, não há uma interpretação geométrica para a integral de uma função
de variáveis complexas. Define-se a integral de uma função de variáveis
complexas como um caminho ou curva.
Escrevemos uma função f de variáveis complexas na sua forma decomposta
em duas funções de variáveis reais f(t) = u(t) + iv(t), onde u = u(x,y) e v = v(x,y).
Sendo uma curva contínua. A integral de f no intervalo [a,b] é
definida da seguinte forma:

Ou seja, a integral da função de variáveis complexas é igual à soma das


integrais das funções de variáveis reais.
Nas integrais complexas, valem as seguintes propriedades:

1.

2.

3.
Derivação e integração complexa 37

4. , onde c é uma constante

5.

Dissemos que a diferença na integral de uma função de variáveis reais e


uma função de variáveis complexas é que essa última é um caminho ou curva.
Então, vamos definir caminhos e curvas.
Sejam x = x(t) e y = y(t) funções contínuas de uma variável t, definidas
para t o intervalo [a,b]. Denomina-se curva o conjunto de todos os pontos
(x,y) determinado pelas equações x = x(t) e y = y(t). As equações x = x(t) e y
= y(t) são chamadas equações paramétricas da curva, e t é o seu parâmetro.
Quando x e y possuem derivadas contínuas para todo t no intervalo [a,b],
dizemos que a curva em questão é suave. Um exemplo de curva suave são as
circunferências. Observe a representação de uma circunferência parametrizada
de centro na origem:

Dizemos que uma curva parametrizada é fechada


se x(a) = x(b) e y(a) = y(b). Se, em cada ponto da curva, corresponder um único
valor t (exceto quando t = a e t = b), dizemos que a curva é simples.

Polígonos não entrelaçados como triângulos, quadriláteros ou circunferências são


exemplos de curvas fechadas simples.

Consideramos sentido positivo sobre uma curva C, o sentido no qual a


curva é traçada quando o parâmetro t cresce de a para b. O sentido oposto é
chamado de negativo. Nesse caso, utilizamos –C para representar a curva no
sentido negativo.
Já um caminho será definido por uma cadeia contínua e finita de curvas
suaves (Figura 1).
38 Derivação e integração complexa

Figura 1. Caminho composto de 5 curvas.

Integrais de curvas
Sejam C uma curva representada por x = x(t), y = y(t) com ef
uma função da variável complexa z = x + yi, contínua em C. A integral cur-
vilínea de f, ao longo de C, que denotamos por , é definida como
.
Note que a integral pode ser escrita como:

As propriedades da integral de curva são semelhantes às propriedades


das integrais definidas. Nas propriedades a seguir, vamos considerar que C é
suave e que são funções contínuas sobre C.

 , onde c é uma constante.


 , onde C é um caminho de
E até F e de F até G.
Derivação e integração complexa 39

Figura 2. Soma de integrais de caminhos suaves.

 Se para todo z em C, então

onde L é o comprimento de C, ou seja:

Derivadas e integrais de funções


de variáveis complexas
Agora, conhecemos os processos básicos que envolvem a derivação e a
integração de funções complexas. Sabemos que derivação e integração
caminham de paralelamente, então vejamos o seu desenvolvimento nos
exemplos abaixo.
40 Derivação e integração complexa

Derivadas de funções de variáveis complexas

Mostre que .
Solução:

Calcule a derivada da função em um ponto qualquer.


Solução:

Usando as propriedades do cubo de uma soma, temos:

Como, em nosso limite inicial, , então as parcelas


tendem a zero. Logo, a derivada da função para um ponto
qualquer é .

Integrais de funções de variáveis complexas


Considere a função . Calcule o valor da integral ,
onde C é o segmento reto de z = 0 a z = 1 + i.
Derivação e integração complexa 41

Solução:
Graficamente, nosso caminho deve ser conforme a Figura 3.

Figura 3. Caminho.

Uma possível parametrização para a curva C é


Usando :

Temos:
42 Derivação e integração complexa

Se C é o contorno do quadrado com vértices nos pontos z = 0, z = 1, z = 1


+ i e z = i, mostre que .
Solução:
Para calcular a integral, dividimos C em quatro caminhos ,
conforme mostra a Figura 4.

Figura 4. Caminho de integração.

Dessa forma, temos, como equações paramétricas:

Em todos as equações, .
Como , podemos escrever .

Usando , temos:
Derivação e integração complexa 43

Então,

Reveja as parametrizações de curvas e a sua representação no plano cartesiano (O


MATEMÁTICO, 2014):
https://youtu.be/tGzAQBSXwng
https://goo.gl/dkntst
30 min
A constante de Euler tem diversas aplicações em funções naturais. No vídeo do link
abaixo, você poderá relembrar os conceitos desse irracional e acompanhar a sua
aplicação em funções de variáveis complexas (AMARAL, 2016):

https://goo.gl/Au6uBv https://youtu.be/KvW_uu2xT74

12 min
44 Derivação e integração complexa

1. Dada a função , com z


≠ 0. Qual é o valor de ?

a)

b)

c)

d)

e)
2. Calcule a derivada da a)
função polinomial
. b)
a)
b) c)
c)
d) d)
e)
3. Calcule a primeira e)
derivada da função
. 5. Calcule a integral ao
a) longo do caminho C, onde
b)
c) ,
d) com , conforme a
e) Figura de suporte abaixo:
4. Calcule a integral da função
ao longo do caminho C
de função
— caminho retilíneo ligando
os pontos (0,0) a (2,4).

a)
b)
c)
d) i
e)
Derivação e integração complexa 45

AMARAL, B. A Exponencial Complexa. YouTube, 2016. Disponível em: <https://www.


youtube.com/watch?v=KvW_uu2xT74>. Acesso em: 21 fev. 2018.
IEEEACADEMIC PORTUGAL. As equações de Cauchy-Riemann I. YouTube, 2014. Disponí-
vel em: <https://www.youtube.com/watch?v=TREDJwsdNFs>. Acesso em: 21 fev. 2018.
INSTITUTO GOIANO DE MATEMÁTICA. Equações de Cauchy-Riemann. Goiânia, 2010.
Disponível em: <http://www.igm.mat.br/aplicativos/index.php?option=com_con
tent&view=article&id=445%3Acauchy&catid=38%3Aconteudosfvc&Itemid=40>.
Acesso em: 21 fev. 2018.
O MATEMÁTICO. Grings — Gráfico de curvas paramétricas — Aula 1. YouTube, 2014.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tGzAQBSXwng>. Acesso em:
21 fev. 2018.

Leituras recomendadas
JESUS, D. V. Aplicações do teorema do resíduo. 2007. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Matemática) — Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2007. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/96550/
Daynitti.pdf?sequence=1>. Acesso em: 20 fev. 2018.
MORICONI, M. Variáveis complexas e aplicações: a vida é mais simples no plano com-
plexo.Niterói: UFF, [2018]. Disponível em: <http://profs.if.uff.br/moriconi/complex/
complex.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2018.
SANTOS, J. C. S. O. Análise complexa: resolução de alguns exercícios do capítulo 2.
Porto: Universidade do Porto, 2017. Disponível em: <http://www.fc.up.pt/mp/jcsantos/
PDF/analise_complexa/solucao2.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2018.
ZANI, S. L. Funções de uma variável complexa. São Paulo: USP, 2018. Disponível em:
<http://conteudo.icmc.usp.br/pessoas/szani/complexa.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2018.

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem.


Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 2.2
_2.2_ Dica do professor

Acompanhe a Dica do Professor e compreenda os limites de funções de variáveis complexas que


são fundamentais para a execução dos processos de derivação e integração das funções
complexas.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/3eb52d38c1b
fd16b65a8f4fa9208b161

5 min

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

como resultou zero no numerador e no denominador, 2i é raíz


deles e é possível fatorar para simplificar termo com raiz 2i:

Aplicar binômio acima no numerador e achar as raízes do denominador resulta:


_2.2_ Exercícios

1) Dada a função f(z)=1/z, com z ≠ 0. Qual o valor de fʹ(z)?

A)

B) z2

C) -z2

D)

E) 2z2

1 Gab D.
2) Calcule a derivada da função polinomial

A)

B)

C)

D)

E)

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ex. 2_Aula 2.2 - Derivação e integração complexa
Pleito: Corrigir formatação do enunciado e das opções
Justificativa:
_Expoentes fora do lugar e z está subscrito, faltam parênteses em p'(z).
Obs.1: Exercícios iguais ao do Conteúdo do Livro. Lá a formatação está ok.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será encaminhado
ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem do exercício:

2 Gab A.
3) Calcule a primeira derivada da função

A)

B)

C)

D)

E)

3 Gab E
2
4) Calcule a integral da função f(z) = z ao longo do caminho C da função:

A)

B)

C)

D)

E)
4 Gab B
5) Calcule a integral:

Ao longo do caminho C, onde:

Conforme a figura de suporte abaixo:

A)

B)

C)

D) i

E)

5 Gab A
_2.2_ Na prática
A independência do caminho garante que, em uma função complexa definida em certo intervalo
fechado, percorrer a distância entre dois pontos não precisa, necessariamente, ser feito por meio
de uma linha reta. A funcionalidade prática da independência do caminho consiste basicamente em
escolher caminhos de função mais fáceis, ou melhor, definidos.

Você resolveu exercícios de integração ao longo de um caminho, e em um deles você percorreu o


caminho a seguir:

Na dúvida? Escolha o caminho mais fácil!

Mas se o caminho percorrido fosse outro, que, por fim, levasse ao mesmo ponto?

Calculando a integral da função

ao longo do caminho C de função


Esse resultado é o mesmo encontrado no exercício 4 desta Unidade de Aprendizagem, quando escolhido o
caminho direto AO. Esse fato não serve como prova, mas mostra a independência do caminho.
_2.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

elm = LivrPt_Math_Calculo_Variaveis_Complexas_Brown_Churchill_ed9_2015_471p_ocr_elm

elm = LivrPt_Math_Calculo_Variaveis_Complexas_Brown_Churchill_ed8_English_Solutions

DIFERENCIAÇÃO COMPLEXA E AS CONDIÇÕES DE


CAUCHY-RIEMANN
Saiba mais sobre as equações de Cauchy-Riemann, que garantem a existência das derivadas de
funções complexas no ponto.
http://www.unoeste.br/site/enepe/2013/
suplementos/area/Exactarum/Matem%C3%A1tica/
DIFERENCIA%C3%87%C3%83O%20COMPLEXA%20E%
20AS%20CONDI%C3%87%C3%95ES%20DE%
20CAUCHY-RIEMANN.pdf

pdf 6 pág copiado no fim, após saiba +

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Grings - Campo conservativo (independência do caminho) -


Aula 13
Assista a estas vídeoaulas para aprofundar seu conhecimento acerca da independência de
caminhos. Fato que garante o mesmo resultado em funções complexas, independente do caminho
seguido entre dois pontos.
https://youtu.be/5sjjpOoU6PI

13 min omatematico.com

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Integrais de Linha - Independência do Caminho

https://youtu.be/ONpa0kJ5TAs

8 min Responde aí

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
10
Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013

DIFERENCIAÇÃO COMPLEXA E AS CONDIÇÕES DE CAUCHY-RIEMANN

Pâmela Catarina de Sousa Brandão1, Fernando Pereira Sousa2


1
Aluna do Curso de Matemática – CPTL/UFMS, bolsista do Grupo PET Conexões de Saberes – Matemática/CPTL/UFMS;
2
Professor do Curso de Matemática – CPTL/UFMS. E-mail: pamela_3l_brandao@hotmail.com

RESUMO
Neste trabalho estudamos alguns conceitos de Funções Complexas, comparamos os resultados
obtidos com o caso de funções reais e funções de várias variáveis. O principal resultado do nosso
trabalho foi demonstrar quais condições são necessárias e suficientes para que uma função
complexa seja diferenciável, tais condições são conhecidas como condições de Cauchy-Riemann.
Para demonstrarmos esse teorema fizemos a apropriação dos conceitos de função(funções
exponenciais e trigonométricas), limite e derivada no plano complexo, bem como exemplificações.
Palavras Chave: Funções Complexas, Exponencial, Cauchy-Riemann, Derivadas Parciais,
Diferenciação.

INTRODUÇÃO
O presente trabalho aborda assuntos de funções de uma variável complexa, mais
concretamente às funções exponenciais e trigonométricas, limite e diferenciação de funções
complexas, no qual mostramos que para que uma função complexa seja diferenciável é
necessário que as partes real e imaginária de satisfaçam um certo sistema de equações
diferenciais parciais, conhecidas como equações de Cauchy-Riemann.
O objetivo deste trabalho é apresentar o estudo do conceito de função de uma variável
complexa, dando ênfase especial ao conceito de limite e derivação. Discutimos alguns dos
resultados mais importantes da teoria de funções complexas, em particular, demonstramos um
resultado importante que nos dá condições necessárias para que uma função seja diferenciável,
acrescentamos um teorema que com uma certa hipótese adicional sobre a função, a validade das
equações de Cauchy-Riemann é uma condição suficiente para a diferenciabilidade. Otrabalho é
finalizado com um exemplo que envolve esses dois resultados.

METODOLOGIA
O trabalho realizado é resultado de um estudo detalhado, desenvolvido através de
discussões do tema com o orientador e apresentações de seminários como parte das atividades do
programa PET Conexões de Saberes Matemática – UFMS/CPTL e do Trabalho de Conclusão de

Colloquium Exactarum, vol. 5, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 10-15. ISSN: 2178-8332. DOI: 10.5747/ce.2013.v05.nesp.000047
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013

Curso. Para o desenvolvimento desse trabalho, fizemos o estudo detalhado dos conceitos, bem
como de exemplos, relacionados com a teoria desenvolvida.

RESULTADOS
Sejam e conjuntos arbitrários. Uma aplicação de em é uma regra de
correspondência que associa a cada elemento de um único elemento ( )de , chamado
valor de em . Usaremos a notação

( )
para indicar que é uma tal função. O conjunto é chamado o domínio de e o conjunto é
chamado o contradomínio de . O conjunto ( ) é chamado a imagem de . Quando ( ) ,
dizemos que é sobrejetiva. Se ( ) ( ) sempre que , com dizemos que
é injetiva. E por fim, se é injetiva e sobrejetiva dizemos que ela é bijetiva.
Podemos escrever uma função em termos de sua parte real e de sua parte
imaginária, ou seja,
onde ( ) [ ( )] e ( ) [ ( )]
Além disso, e são funções reais em . Se escrevermos ( ) com , teremos
que e são funções de duas variáveis reais: ( ) ( )e ( ) ( )
Dentre todas as funções complexas, estudaremos as funções exponenciais e as
trigonométricas.
A função exponencial é a função dada por
( )
Como ( ) , para todo
, temos que para todo .Além disso, é importante dizer que a função
exponencial é uma função periódica de período , ou seja, ( ) , para todo
. De fato,
( ) ( ) ( )
Para , temos que e , adicionando os dois

membros dessas equações obtemos , e subtraindo os dois membrostemos

. Sendo assim, definimos a função seno e a função cosseno de uma variável

complexa por

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013

e .

Sejam uma função e um ponto de . Dizemos que a função tem o número


complexo como seu limite em se, para todo , existe ( ) tal que
( ) sempre que e
(i) Observe que se existe um número complexo que satisfaça a definição acima, então ele é
único. Escrevemos ( ) ou ( ) quando para expressar que o limite

de no ponto existe e vale .


A seguir, algumas propriedades de limites de funções complexas, as demais são análogas ao
caso das funções reais.
Suponhamos que a função satisfaze ( ) quando , onde é um ponto
de . Então, quando , temos que:
(ii) ̅̅̅̅̅̅
( ) ̅̅̅̅
(iii) ( ) .
( )
Exemplo: ( ) ( )

Agora, definimos os conceitos de diferenciabilidade e derivada de funções complexas de uma


variável complexa, apresentamos alguns exemplos e propriedades, dentre elas, a regra da cadeia.
A derivada de uma função , complexa, no ponto , denotada por ( ), é definida por
( ) ( )
( ) , desde que esse limite exista. Se este for o caso, é dita diferenciável

em Se considerarmos , temos , sendo assim,


( ) ( )
( ) .

As propriedades de limites de funções complexas são demonstradas de modo análogo ao caso


real.
A partir daqui deixaremos de ter a impressão que o "cálculo diferencial complexo" é
completamente análogo a "cálculo diferencial real". As diferenças entre essas duas teorias são
profundas, uma primeira diferença aparece numa proposição, que diz: para que uma função
seja diferenciável em um ponto é necessário que haja uma certa compatibilidade
entre as derivadas parciais das partes real e imaginária de nesse ponto, que é dada pelas
equações de Cauchy-Riemann.

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013

Para o estudo dessas condições dizemos que uma função é Holomorfa ou Analítica num
domínio se é definida e diferenciável em todos os pontos de . A função é dita analítica num
ponto em se for analítica numa vizinhança de
Teorema:Seja ( ) ( ) ( ) uma função definida e contínua em alguma
vizinhança do ponto e diferenciável em . Então, as derivadas parciais de primeira
ordem de e de existem e satisfazem às equações

( ) ( ) ( ) ( )

conhecidas como as condições de Cauchy-Riemann. Então, se é analítica num domínio suas


derivadas parciais existem e satisfazem as equações acima em todos os pontos do domínio .
Dem: Sabendo da definição de limite que podemos usar qualquer direção para fazer tender a
vamos escolher dois caminhos, o primeiro, o paralelo ao eixo real, ou seja, com , e o
segundo, paralelo ao eixo imaginário, de onde , conforme na figura abaixo.

Para função complexa ( ) ( ) ( ) temos


( ) ( ) [ ( ) ( )]
( ) ( )

Como este limite deve existir e ser o mesmo por qualquer um dos caminhos, então, para
, temos
( ) ( ) ( ) ( )
( )

Esses quocientes são a definição de derivada parcial, logo

( ) ( ) ( )

Agora, para o segundo caminho, , temos de maneira análoga, que


( ) ( ) ( ) ( )
( )

Ou seja,

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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013

( ) ( ) ( )
( ) ( )

Sendo assim,

( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )

ou seja, igualando as partes reais e as partes imaginárias, segue que


Por exemplo, se considerarmos a função ( ) ,̅ temos que
( ) e ( ) quando

Temos que , ou seja, e para todo .

Logo, não é diferenciável.


O fato das derivadas parciais de satisfazerem as condições de Cauchy-Riemann é uma
condição necessária para que seja diferenciável num ponto , porém não é suficiente. O
seguinte teorema nos da condições que são suficientes para diferenciabilidade de .
Teorema: Suponhamos que uma função esta definida em um conjunto aberto

de e que as derivadas parciais existem em todo ponto de . Se cada uma

dessas derivadas parciais é contínua em um ponto de e se as equações de Cauchy-Riemann


são satisfeitas por e em , então é diferenciável em .
Exemplo: A função ( ) ( ) é

diferenciável, pois temos ( ) e ( ) , onde e

para todo , como as derivadas parciais são contínuas temos que é

diferenciável em todos os pontos de .

DISCUSSÃO
As condições de Cauchy-Riemann nos ajuda a entender a diferença entre o estudo de
funções complexas e funções reais, principalmente quando estudamos a diferenciabilidade de
funções complexas.
As técnicas utilizadas no trabalho permitem o desenvolvimento do estudo de integração
complexa, pretendemos estudar as aplicações da integral de Cauchy, Séries de Taylor e Séries de
Laurent, que constituem a continuidade natural da investigação do trabalho.

Colloquium Exactarum, vol. 5, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 10-15. ISSN: 2178-8332. DOI: 10.5747/ce.2013.v05.nesp.000047
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Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013

CONCLUSÕES
Neste trabalho abordamos alguns tópicos de funções de uma variável complexacom maior
enfoque em diferenciação. No estudo de funções diferenciáveis vimos que uma função é analítica
se satisfaz as condições de Cauchy-Riemann e suas derivadas parciais são contínuas, este fato
interessante, nos deixa claro a diferença entre funções complexas e reais.
Finalizamos o trabalho enunciando e demonstrando o teorema das Condições de Cauchy-
Riemann, cujo resultado fornece condições necessárias para que uma função de uma variável
complexa seja diferenciável, e em seguida enunciamos um teorema que com uma certa hipótese
adicional sobre a função, a validade das equações de Cauchy-Riemann é uma condição suficiente
para a diferenciabilidade.
O estudo da diferenciabilidade de funções de uma variável complexa permitiu desenvolver
um trabalho com conceitos matemáticos que não faz parte da grade curricular do curso de
Matemática-Licenciatura da UFMS/CPTL, enriquecendo meus conhecimentos sobre o assunto
abordado.

REFERÊNCIAS
1. FERNANDES, C.S.; BERNARDES Jr, N.C.; Introdução ás Funções de uma Variável
Complexa.2.ed.Rio de Janeiro: SBM, 2008.

2. LINS NETO, A.;Funções de uma Variável Complexa.2.ed.Rio de Janeiro: IMPA, 2008.

3. OLIVEIRA, E.C.; RODRIGUES Jr, E.C.;Funções Analíticas com Aplicações.1.ed.São Paulo: Livraria
da Física, 2006.

Colloquium Exactarum, vol. 5, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 10-15. ISSN: 2178-8332. DOI: 10.5747/ce.2013.v05.nesp.000047
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Integração em várias variáveis


_3.1_
Apresentação
As aplicações das integrais simples são estendidas para as integrais de funções em várias variáveis,
as integrais múltiplas. Estas facilitam o cálculo de várias grandezas, como volumes, áreas de
superfícies, centros de massa, probabilidades e valores médios.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar integrais múltiplas, seus significados e o princípio
de seus cálculos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir integrais duplas e estender esse conceito para integrais múltiplas.


• Descrever áreas de regiões planas e volumes de sólidos por integrais múltiplas.
• Modelar matematicamente situações-problema que possam ser expressas por integrais
múltiplas.
_3.1_ Desafio

A função de Cobb-Douglas é uma função vastamente utilizada em economia para representar a


relação entre dois ou mais fatores de produção e o produto. Com ela, é possível, por exemplo,
projetar o crescimento econômico esperado de um país. Trata-se de uma abordagem neoclássica
para estimar a função de produção.

Neste Desafio, você vai encontrar uma situação aplicada que necessita do uso da função de Cobb-
Douglas para a sua resolução.

A FUNÇÃO DE COBB-DOUGLAS

Em 1927, o economista Paul Douglas e o matemático Charles Cobb, observando a relação existente entre
trabalho, capital e produção de uma economia industrial, descreveram-na por uma função de duas variáveis a
valores reais. Essa função, conhecida como função de produção Cobb-Douglas, é muito utilizada por profissionais
que precisam tomar decisões sobre o andamento de uma produção.

Imagine uma empresa que está analisando a aquisição de uma concorrente com o objetivo de ampliar a
produção e conquistar uma fatia expressiva do mercado. Você é diretor da empresa e recebe a informação dos
vendedores de que a produção da fábrica a ser adquirida é de aproximadamente 5,2 mil unidades ao mês.

Seus contatos no mercado lhe passam a informação de que a produção da tal indústria é expressa pela função do
tipo Cobb-Douglas

sendo C o capital imobilizado em milhares de reais, e L a mão de obra mensal utilizada em homens-horas.

Os auditores que analisam a contabilidade da empresa entregaram um relatório em que afirmaram que o capital
imobilizado varia entre 10 e 12 mil reais por mês e que a mão de obra mensal oscila entre 2.800 e 3.200 homens.

Com base nessas informações e no conhecimento a respeito do cálculo integral, responda as


perguntas a seguir:

1) Como a produção pode ser estimada e qual é a integral que representa adequadamente esse
problema?

2) Calcule a produção média desse produto.


elm = 1) Qual o problema? Produção mensal? (se for basta
colocar C e L na equação, não envolve integral...
2) Média de que período?
Deve ser adaptação ruim de problema de maximizar (não
integração) do Rogawski, v2, p845.
Em virtude de equívocos passados do material da Unibta, vou
aguardar Gabarito para ver se não consegui entender...

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Desafio_Aula 3.1 - Integração em várias variáveis
Perguntas:
p1) Quais as unidades de cada variável apresentada na equação de Cobb-Douglas? Favor citar exemplo numérico (imagem da equação
abaixo).
p2) O valor de mão de obra mensal de 2800 a 3200 é de homens-horas, certo? (no enunciado consta apenas homens).
p3) O que é capital imobilizado?
p4) O comentário a seguir sobre o desafio é razoável? — Considero o desafio pouco realístico, pois, se soubéssemos como varia o capital
imobilizado e quantidade de homens-horas, certamente saberíamos também como varia a quantidade produzida por mês, dispensando
estimar via C e L... Mais realístico seria estimar C ou L necessário a partir de Q dado.
Pleito: Melhorar o enunciado.
Justifcativa
_ o Desafio não deixa claro as unidades / valores numéricos relativos a essa equação empírica.
Obs.1: Exemplo de resposta esperada para pergunta p1: Q = produção mensal em unidades; C = capital imobilizado mensal em milhares
de reais; L = números de homens-hora mensal. Exemplo numérico: Com C = 10 mil reais no mês; L = 2800 homens-horas no mês ;
resulta Q = 50*10^(0,6)*2800^(0,4) = 4762 unidades no mês.
Obs.2: 2800 homens por mês corresponderiam a, por exemplo, 2800 homens * 30 dias/mês * 8 horas/dia = 672000 homens-horas por
mês.
imagem da equação:
Padrão de resposta esperado
_3.1_ Infográfico

Existem muitas semelhanças entre as integrais duplas e as integrais simples. Podemos mencionar
algumas delas: i) as integrais duplas são definidas como limites de somas; e ii) as integrais duplas são
calculadas usando o teorema fundamental do cálculo, mas é necessário aplicá-lo duas vezes. No
entanto, uma diferença importante é o fato de que o domínio de integração é potencialmente mais
complicado no caso de várias variáveis.

Neste Infográfico, você vai conhecer o caso mais simples, em que o domínio é um retângulo.

INTEGRAÇÃO RETANGULAR

Analogamente ao que ocorre em uma variável, as integrais duplas são definidas por meio de um processo em três
passos:

i. subdivisão;
ii. somatório;
iii. passagem ao limite.

Verifique, a seguir, a leitura de um domínio de integração retangular, com lados paralelos aos eixos coordenados:

Subdividimos [a, b] e [c, d] escolhendo partições. Criamos uma grade de sub-retângulos e escolhemos um ponto
de amostragem. Por fim, formamos a soma de Riemann com os valores da função.

Você pôde observar que a integral dupla de f(x, y) no retângulo R é definida como um limite. Se existir esse limite,
dizemos que f(x, y) é integrável em R. Observou também que existem semelhanças entre as integrais duplas e as
integrais simples. Constatou que o cálculo integral auxilia na busca de áreas de regiões entre curvas e observou
graficamente como ocorre o processo de resolução desse tipo de problema.
_3.1_ Conteúdo do livro

Todo corpo pode ser parametrizado por suas coordenadas do sistema em que está imerso. Uma
lâmina plana, por exemplo, pode ser parametrizada por suas coordenadas (x,y) do sistema
cartesiano ortogonal. Um ponto (x,y) muito importante dessa lâmina é o seu centro de massa. Seu
significado físico é que essa lâmina se comporta como se toda a sua massa estivesse concentrada
em seu centro de massa. Dessa forma, é possível mantê-la em equilíbrio horizontal enquanto esta
se encontra apoiada somente pelo seu centro de massa. O conceito de centro de massa estende-se
para corpos parametrizados no espaço tridimensional, e é possível calculá-lo com o auxílio das
integrais múltiplas.

O trecho selecionado do livro Cálculo possibilita o estudo da integração de funções em muitas


variáveis, apresenta um método para seu cálculo e também algumas aplicações. Inicie sua leitura a
no tópico Integração em várias variáveis.

Boa leitura.

elm = ver pdf LivrPt_Math_Calculo_2_Rogawski_2009_624p_elm cap 16


copiado índice na próx pág.

______________________________________________________________

R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus
Ivo Doering. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009.

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-411-5

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.


CDU 517
_____________________________________________________________
Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08
elm = ver pdf LivrPt_Math_Calculo_2_Rogawski_2009_624p
xx SUMÁRIO

VOLUME 2 • Capítulo 15 DERIVAÇÃO EM VÁRIAS


VARIÁVEIS 772
• Capítulo 1O INTRODUÇÃO A
EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 505 15.1 Funções de Duas ou Mais Variáveis 772
15.2 Limites e Continuidade em Várias Variáveis 784
10.1 Resolução de Equações Diferenciais 505 15.3 Derivadas Parciais 791
10.2 Métodos Gráficos e Numéricos 514 15.4 Diferenciabilidade, Aproximação Linear e
10.3 Equação Logística 522 Planos Tangentes 802
10.4 Equações de Primeira Ordem 527 15.5 Gradiente e Derivadas Direcionais 809
15.6 Regra da Cadeia 821
• Capítulo 11 SÉRIES INFINITAS 535 15.7 Otimização em Várias Variáveis 829
15.8 Multiplicadores de Lagrange: Otimização
11.1 Seqüências 535 com Vínculo 842
11.2 Soma de uma Série Infinita 546
11.3 Convergência de Séries de Termos Positivos 556
11.4 Convergência Absoluta e Condicional 565 • Capítulo 16 INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA 855
11.5 Testes da Razão e da Raiz 571 16.1 Integração em Várias Variáveis 855
11.6 Séries de Potências 576 16.2 Integrais Duplas em Regiões Mais Gerais 867
11.7 Séries de Taylor 587 16.3 Integrais Triplas 880
16.4 Integração em Coordenadas Polares, Cilíndricas
• Capítulo 12 EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS, e Esféricas 893
16.5 Mudança de Variáveis 904
COORDENADAS POLARES E
SEÇÕES CÔNICAS 603
• Capítulo 17 INTEGRAIS DE LINHA E
12.1 Equações Paramétricas 603
12.2 Comprimento de Arco e Velocidade 615
DE SUPERFÍCIE 923
12.3 Coordenadas Polares 621 17.1 Campos Vetoriais 923
12.4 Area e Comprimento de Arco em 17.2 Integrais de Linha 930
Coordenadas Polares 630 17.3 Campos Vetoriais Conservativos 944
12.5 Seções Cônicas 637 17.4 Superfícies Parametrizadas e Integrais de
Superfície 957
17.5 Integrais de Superfície de Campos Vetoriais 973
• Capítulo 13 GEOMETRIA VETORIAL 655
13.1 Vetores no Plano 655
13.2 Vetores em Três Dimensões 666 • Capítulo 18 TEOREMAS FUNDAMENTAIS
13.3 Produto Escalar e o Ângulo entre Dois Vetores 675 DA ANÁLISE VETORIAL 987
13.4 Produto Vetorial 684 18.1 Teorema de Green 987
13.5 Planos no Espaço Tridimensional 695 18.2 Teorema de Stokes 1000
13.6 Classificação de Superfícies Quádricas 702 18.3 Teorema da Divergência 1012
13.7 Coordenadas Cilíndricas e Esféricas 710

APÊNDICES Al
• Capítulo 14 CÁLCULO DE FUNÇÕES 10261
A. A Linguagem da Matemática - - ( Al
VETORIAIS 720 B. Propriedades de Números Reais - O~6 A8
14.1 Funções Vetoriais 720 e. Indução e o Teorema Binomial --10 41 Al3
14.2 Cálculo de Funções Vetoriais 727 D. Demonstrações Adicionais - !046 Al8
14.3 Comprimento de Arco e Velocidade 738
14.4 Curvatura 743 RESPOSTAS DOS EXERCICIOS IMPARES - I O5 5 RE1
14.5 Movimento no Espaço Tridimensional 753
762
REFER~NCIAS BIBLIOGRÃFICAS - f0 8 S Rl
14.6 Movimento Planetário Segundo Kepler e Newton
CRÉDITOS DAS FOTOS - ~ 0 81- Fl

ÍNDICE - 10 8'f 11

Forrnu lírio - llo~


16 INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA
A integral de uma função de várias variáveis é denomina-
da integral múltipla. Neste capítulo, definimos integrais
múltiplas e desenvolvemos técnicas para calculá-las. Também
discutimos algumas de suas aplicações. Assim como a integral
definida em uma variável, as integrais múltiplas são usadas
para calcular muitas quantidades importantes e variadas, tais
como volumes, áreas de superfície, centros de massa, proba-
bilidades e valores médios.

16.1 Integração em várias variáveis


Nas três primeiras seções deste capítulo, estudamos integração
de funções f (x, y) de duas variáveis. Uma integral de f (x, y) é
denominada integral dupla.
Há muitas semelhanças entre integrais duplas e as integrais
simples com que nos acostumamos.
A mina de urânio Ranger, no Parque
Nacional Kakadu, na Austrália. O volume de • Integrais duplas e simples são ambas definidas como li-
minério removido é um tipo de quantidade mites de somas de Riemann.
que é expressa por uma integral múltipla.
• Uma integral dupla representa volume com sinal, exatamente como uma integral
simples representa área com sinal.
• Calculamos integrais duplas usando o Teorema Fundamental do Cálculo (TFC), mas
precisamos aplicá-lo duas vezes (ver a discussão de integrais iteradas adiante).
• Integrais duplas podem ser aproximadas usando métodos numéricos análogos aos das
regras de aproximação de integrais simples pela esquerda, direita e ponto médio.
No contexto de integração múltipla, Uma característica importante no caso de várias variáveis é que o domínio de inte-
costumamos nos referir à integral gração desempenha um papel mais destacado. O domínio de integração de uma integral
definida de uma função f (x) de uma
variável como uma “integral simples”. simples é um intervalo [a, b] mas, em duas variáveis, o domínio é uma região

, do plano com uma curva de fronteira mais geral (Figura 1).


Nesta seção, restringimos nossa atenção ao caso mais simples em que é um retân-
gulo, deixando os domínios mais gerais para discutir na Seção 16.2. A notação

denota o retângulo (Figura 2) consistindo em todos os pontos (x, y) tais que

Conforme já mencionamos, a integral dupla é um limite de somas de Riemann. Para


formar uma soma de Riemann, escolhemos inteiros positivos N e M e partições dos inter-
valos [a, b] e [c, d]:

FIGURA 1 O volume de uma região Sejam e as larguras dos subintervalos definidos por
entre o gráfico de z = f (x, y) e seu essas partições. Então subdividimos em NM sub-retângulos , cuja área denotamos
domínio . por [Figura 3(B)]:
856 CÁLCULO

Dizemos que a partição é regular se ambos intervalos [a, b] e [c, d] estiverem subdivi-
didos em subintervalos de mesma largura. Em outras palavras, a partição é regular se
e , onde

y y y
N colunas Pij = (xij, yij)
FIGURA 2 d d d
yj
Δy Rij
R yj − 1 M linhas

c c c
Δx
x
a b a x i − 1 xi b a b
O retângulo R = [a, b] × [c, d] Criamos uma grade N × M Escolhemos um ponto amostral
de sub-retângulos Pij em cada sub-retângulo

FIGURA 3

Em seguida, escolhemos um ponto amostral em cada sub-retângulo


[Figura 3(C)] e construímos uma caixa de altura acima de , como na Figura
4(B). Essa caixa tem um volume com sinal

(A) Em uma variável, uma soma de Riemann (B) O volume da caixa é , (C) A soma de Riemann éa
aproxima a área debaixo da curva por onde soma dos volumes das caixas.
uma soma de áreas de retângulos.
FIGURA 4

Aqui, por definição, o volume com sinal de uma região é positivo se ficar acima do plano
xy e negativo se ficar abaixo do plano xy. Se , a caixa se estende abaixo do pla-
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 857

no xy e o volume com sinal é negativo. A soma de Riemann é a soma dos volumes


Lembre que uma soma de Riemann com sinal das caixas [Figura 4(C)]:
depende da escolha da partição e dos
pontos amostrais. Seria mais correto
escrever

mas escrevemos para simplificar Esse somatório duplo deve ser tomado sobre todos i e j tais que e ,
a notação.
num total de NM parcelas.
As somas de Riemann fornecem aproximações do volume (com sinal) da região
entre o gráfico de z = f (x, y) e o plano xy. Elas são uma generalização natural das apro-
ximações retangulares da área dadas pelas somas de Riemann no caso de uma variável
[Figura 4(A)].
Sejam o conjunto de extremidades da partição e o máximo dos
comprimentos . Quando tende a zero, as caixas ficam mais finas e aproxi-
mam melhor os volumes com sinal (Figura 5). Portanto, é de se esperar que, quando
tender a zero, convirja ao volume com sinal debaixo do gráfico. Observe que ambos
N e M tendem a ∞ quando . A definição precisa do limite é como segue.

As somas de Riemann tendem a um limite L quando se, para


cada , existir um tal que para qualquer partição
satisfazendo e quaisquer escolhas de pontos amostrais.

FIGURA 5 As aproximações pelo


ponto médio do volume debaixo de
. A C

Nesse caso, escrevemos

Esse limite L, se existir, é denominado a integral dupla de f (x, y) ao longo de (Fi-


gura 6), e é denotado por .

R
DEFINIÇÃO Integral dupla num retângulo A integral dupla de f (x, y) ao longo do retângu-
lo é definida como o limite

FIGURA 6 A integral dupla


é o volume com sinal
entre a superfície z = f (x, y) e o plano Se existir esse limite, dizemos que f (x, y) é integrável em .
xy ao longo do retângulo .
858 CÁLCULO

■ EXEMPLO 1 Obtendo uma estimativa de uma integral dupla Calcule para a integral
, onde (Figura 7). Use a partição regular e as escolhas

de pontos amostrais seguintes:


(a) vértice inferior esquerdo; (b) ponto médio do retângulo.

Solução As Figuras 8 e 9 mostram uma grade 3 × 2 de sub-retângulos do retângulo .


2,5
Como usamos a partição regular, cada sub-retângulo tem lados de comprimento
R

FIGURA 7 O gráfico de z = xy.


e área . A soma de Riemann correspondente é

(a) Se usarmos os vértices inferiores à esquerda, mostrados na Figura 8, a soma de


Riemann é

y
y

7
2 4
1,5 5
4
1

x
x 5 7 9
1 1,5 2 2,5 4 4 4

FIGURA 8 Os pontos amostrais são os FIGURA 9 Os pontos amostrais são os


vértices inferiores à esquerda de cada centros de cada quadrado.
quadrado.

(b) Usando os pontos médios dos retângulos, mostrados na Figura 9, obtemos

■ EXEMPLO 2 Calcule , onde .

Solução O gráfico de z = 8 − 2y é o plano mostrado na Figura 10. A integral dupla repre-


senta o volume V de um sólido de comprimento cuja seção transversal vertical é um
triângulo de altura 8 e base 4, portanto área . O volume desse sólido é
. Portanto,


FIGURA 10 O gráfico de z = 8 − 2y.
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 859

O teorema seguinte afirma que funções contínuas são integráveis. A demonstração é


análoga ao caso de uma variável e a omitimos.

TEOREMA 1 Funções contínuas são integráveis Se f (x, y) é contínua num retângulo ,


então f (x, y) é integrável em .

Como no caso de uma variável, muitas vezes utilizamos as propriedades de lineari-


dade da integral dupla. Essas propriedades decorrem da definição da integral dupla como
um limite de somas de Riemann.

TEOREMA 2 Linearidade da integral dupla Suponha que f (x, y) e g(x, y) sejam integrá-
veis num retângulo . Então:

(i) ;

(ii) para qualquer constante C, .

Se f (x, y) = C for uma função constante, então

Nesse caso, a integral dupla é o volume com sinal da caixa de base e altura |C|
(Figura 11).

FIGURA 11 A integral dupla de


■ EXEMPLO 3 Usando a simetria Use simetria para justificar , onde
f (x, y) = C no retângulo é
. .

Solução A integral dupla é o volume com sinal da região entre o gráfico de


e o plano xy. Nossa função satisfaz

portanto a região abaixo do plano xy (em que ), cancela a região acima do


plano xy (onde ) (Figura 12). ■

Integrais iteradas
Nossa principal técnica para calcular integrais duplas tem por base o TFC, como no caso
de uma variável. Para usar o TFC, precisamos primeiro expressar a integral dupla como
uma integral iterada. Uma integral iterada é uma expressão do tipo

FIGURA 12

Ela é calculada em duas etapas. Primeiro, mantemos x constante e calculamos a integral


Observe que a integral de dentro de dentro em relação a y:
especifica os limites de integração
da variável y, enquanto que a integral

de fora especifica os limites da

variável x. Em seguida, integramos a função S(x) resultante em relação a x.


860 CÁLCULO

■ EXEMPLO 4 Calcule .

Solução Primeiro calculamos a integral de dentro, tratando x como uma constante:

Então integramos S(x) em relação a x:

Se uma integral iterada for escrita com dx precedendo dy, então integramos primeiro
em relação a x:

Aqui, para deixar claro, incluímos as variáveis nos limites de integração da integral itera-
da do lado direito.

Muitas vezes omitimos os parênteses ■ EXEMPLO 5 Calcule .


na notação de uma integral iterada:

Solução Calculamos a integral de dentro, tratando y como uma constante:

A ordem das variáveis em dydx nos diz


para integrar primeiro em relação a y
entre os limites y = c e y = d.

■ EXEMPLO 6 Invertendo a ordem de integração Verifique que

Solução Ambas integrais têm o valor 20:


CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 861

O exemplo precedente ilustra um fato geral: o valor de uma integral iterada não de-
pende da ordem em que efetuamos a integração. Isso é parte do Teorema de Fubini. Mais
importante do que isso, o Teorema de Fubini garante que uma integral dupla ao longo de
um retângulo pode ser calculada como uma integral iterada.

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 3.1
_3.1_ Dica do professor

A integração em várias variáveis está presente em diversas situações cotidianas. É importante que,
além de dominar a definição desse tipo de integração, você também consiga visualizar a sua
aplicabilidade. Para tanto, é essencial retomar conceitos anteriores, como o estudo das
coordenadas polares e da integração simples.

Nesta Dica do Professor, você vai verificar uma aplicação detalhada da integração em várias
variáveis: o cálculo de uma massa de lâminas.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0490bc1af694
cce9faa938b580b414e0

5 min

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

elm = não detalhou nada!


_3.1_ Exercícios

1) As integrais iteradas são um método para calcular as integrais duplas de f (x , y), ou seja, é possível
transformar o cálculo de uma integral dupla em duas integrais de uma variável.

A)

B)

C)

D)

E)

1 Gab C.
2) A noção de integral definida de função de uma variável pode ser estendida para funções de várias
variáveis. Diversas situações requerem integrar em mais de uma variável, como, por exemplo, no
cálculo de áreas, volumes, campos de velocidades e deslocamentos.

A) 27.

B) 18.

C) 9.

D) –9.

E) –27.

2 Gab A.
3) A resolução de problemas com integrais múltiplas consiste, na maioria dos casos, em achar um
método de reduzir a integral múltipla a uma série de integrais de uma variável, sendo cada uma
diretamente solúvel. Fórmulas de redução usam o conceito de domínio simples para possibilitar a
decomposição da integral múltipla como um produto de integrais simples.

A) 56.

B) –236.

C) –236/5.

D) 236.

E) 236/5.

3 Gab E.
4) É comum fazer uso de fórmulas de redução para possibilitar a decomposição de uma integral
múltipla como um produto de integrais simples. Estas têm de ser resolvidas da direita para a
esquerda, considerando as outras variáveis constantes.

A) 112.

B) –16.

C) 16.

D) 112/3.

E) –112/3.

4 Gab D (elm err)

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ex. 4_Aula 3.1 - Integração em várias variáveis
Pleito: Corrigir Gabarito. Opção correta: C
Justificativa:
_Gabarito resolveu ordem de integração diferente do enunciado.
Obs.1: Ver imagem abaixo mostrando o erro.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem de erro no gabarito:
5) Quando trabalhamos com integrais duplas, é importante atentar à sua estrutura. Se na mais interna
delas tivermos o intervalo de x, é necessário integrar primeiro em relação a x e depois em relação a
y. Observe:

A)

B)

C)

D)

E)

5 Gab E
_3.1_ Na prática

Muitas vezes estudamos os procedimentos de cálculos necessários para trabalhar com integrais
múltiplas (duplas e triplas) sem evidenciar um aspecto muito importante, que são as aplicações
possíveis para esses dispositivos de cálculo e análise. Entre as aplicações, estão o cálculo da massa
de um corpo e sua respectiva densidade, o centro de massa, o momento de inércia e cargas
elétricas.

Neste Na Prática, veja a aplicabilidade das integrais múltiplas em situações-problema envolvendo


minérios como o ferro, o ouro e a prata. A mineração sempre foi uma atividade exercida pela
humanidade. Minérios como o ferro, o ouro e a prata sempre foram alvo de interesses comerciais,
trazendo muito lucro aos seus proprietários.

Muitas regiões do planeta tiveram sua ocupação ligada à exploração de minérios. No Brasil, por
exemplo, estudamos o chamado ciclo do ouro, responsável pela imigração de inúmeras pessoas
para a região hoje ocupada pelo estado de Minas Gerais. Ouro Preto é um dos símbolos desse
período, com suas igrejas cujos altares possuem adornos com o áureo metal.

No século XIX, a descoberta de ouro na Califórnia deu início à migração de milhares de pessoas para
a região, que recebeu um grande impulso econômico. Outra corrida famosa foi para explorar ouro
no Alaska, mais precisamente na região do Klondike.

Nesta situação, as integrais múltiplas auxiliam no cálculo de várias grandezas, tais como
probabilidade de certa região possuir ouro, o volume de minério encontrado e o valor médio da
produção.
_3.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Cálculo
No Capítulo 14 desta obra, você vai estudar o conceito de integral definida para funções de duas e
três variáveis. Conhecidos os métodos básicos para integrar funções de duas e três variáveis, você
vai ver como essas integrais podem ser usadas para determinar massas e centros de gravidade de
chapas planas e sólidos tridimensionais, além de diversas outras aplicações.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

bib virtual

Área como integral dupla


Neste vídeo, o professor apresenta a área como integral dupla, explicando como encontrar a área
de regiões planas usando integrais duplas. Você vai acompanhar a explicação por meio da sua
representação gráfica, de modo que possa visualizar a região de interesse e ver como a integral é
construída. Diversos conceitos são retomados, e são dadas dicas importantes para facilitar a
compreensão do conteúdo em discussão.
https://youtu.be/dZ590Nwmt_k

10 min Toda a Matemática

Gustavo Viegas

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Integrais duplas
Neste vídeo, você vai ver como resolver uma integral dupla por meio de um exemplo detalhado.
São dadas dicas importantes, de modo que você consiga resolver o problema com os
conhecimentos mais básicos de integração. Por meio de representações gráficas, conceitos
fundamentais para o seu desenvolvimento são retomados, e o passo a passo de sua resolução vai
sendo explicitado a cada etapa. A proposta é que você consiga visualizar o que deve ser feito e a
motivação da forma de resolução.

https://youtu.be/JuwflIufbOY

10 min Responde Aí

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Integração em várias variáveis II


_3.2_
Apresentação
O cálculo diferencial e integral pode ser utilizado em diversos problemas aplicados, quer envolvam
uma ou mais variáveis independentes. No caso de múltiplas variáveis, os cálculos do volume de um
sólido limitado ou de sua massa ou de seu centroide podem ser feitos por meio da integral tripla de
uma função de três variáveis (a valores reais) que o descreva.
Um fato muito útil nesse processo é que, assim como ocorre para as integrais duplas, as
propriedades das integrais triplas são estendidas a partir das integrais simples, considerando (neste
caso) um domínio limitado imerso no espaço tridimensional.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar integrais triplas e o cálculo destas a partir de
uma extensão do teorema de Fubini, destacando suas aplicações em problemas práticos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir integrais triplas.


• Descrever o domínio de integração em intervalos para cada variável da função.
• Resolver problemas envolvendo integrais triplas.
_3.2_ Desafio

As integrais triplas são uma generalização das integrais duplas. Em vez de o domínio ser uma região
no plano R2, é uma região sólida do espaço R3. As integrais triplas têm muitas das mesmas
propriedades das integrais duplas e simples. Além disso, as integrais triplas podem ser calculadas
como integrais iteradas, como ocorre no caso das integrais duplas, com o uso do teorema de Fubini,
que nos dá liberdade de calcular a integral iterada em qualquer ordem. Ou seja, podemos obter seis
integrais equivalentes e utilizar aquela que for mais fácil de calcular.

No Desafio a seguir, com o uso do teorema de Fubini, reflita como podemos encontrar
adequadamente as integrais equivalentes.

Márcio está cursando a disciplina de cálculo. Nesta semana, sua professora abordou o teorema de
Fubini para integrais triplas.

"—Além disso,pelo Teorema de Fubini, a integral iterada pode ser calculada em qualquer ordem."

Durante a aula, sua professora pediu para os alunos uma integral equivalente a

E Márcio prontamente respondeu:

—De acordo como Teorema de Fubini, posso calcular a integral iterada em qualquer ordem, então a integral:

é equivalente à integral dada, correto professora?

Se você fosse a professora, que resposta daria a Mário, utilizando o próprio teorema de Fubini em
sua explicação?

Desafio estranho este: Márcio, repetiu a integral tripla - provavelmente mais um equívoco do Material de
ensino da Unibta.
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
Desafio_Aula 3.2 - Integração em várias variáveis II
Pleito: Corrigir enunciado.
Justifcativa
_Desafio inexistente. Integral do aluno é igual à integral da Professora (imagem abaixo).
Obs.1: Provavelmente quem fez o desafio teve muito trabalho para incluir ilustração (totalmente supérflua)
desviando sua atenção do conteúdo.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda
apenas "será encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
imagem das integrais:

Padrão de resposta esperado

Cuidado, Márcio!

O teorema garante que a integral iterada pode ser calculada em qualquer ordem, desde que o domínio de
integração seja respeitado. Ou seja, os limites de integração devem acompanhar a variável correspondente.

Na integral dada:

Primeiro, calcula-se a integral de dentro em relação a z, com 6 ≤ z ≤ 7. Em seguida, calcula-se a integral


intermediária em relação a y, com 3 ≤ y ≤ 4. Por fim, a integral de fora deve ser calculada em relação à variável
restante.

É preciso respeitar esses limites de integração. Logo, para integrar na ordem que você deseja, deve-se fazer:

​Note que, na forma que você propôs calcular, teríamos:


6 ≤ x ≤ 7, 3 ≤ z ≤ 4 e 0 ≤ y ≤ 1, o que não corresponde ao domínio de integração original.
_3.2_ Infográfico
No cálculo de integral, é muito importante estarmos atentos aos domínios onde a função está
sendo integrada.
Por exemplo, nas integrais duplas, o domínio de integração se encontra no plano cartesiano; já nas
integrais triplas, o domínio de integração está inserido no espaço tridimensional.

O Infográfico a seguir mostra a visualização do domínio de integração para integrais duplas e triplas
tanto em regiões retangulares quanto em regiões mais gerais.
_3.2_ Conteúdo do livro

Por obedecerem às mesmas propriedades de linearidade que as integrais simples e duplas, dizemos
que as integrais triplas são uma extensão destas. No caso das integrais triplas, o domínio se
encontra imerso no espaço tridimensional. Esse domínio pode ser um prisma com faces paralelas
aos planos coordenados ou qualquer outro sólido irregular. O teorema de Fubini para integrais
triplas garante que funções contínuas em seus domínios são integráveis e podem ser calculadas
como uma integral iterada, desde que respeitado seu domínio de integração.

Acompanhe o trecho selecionado da obra Cálculo, que aborda o conceito de integrais triplas, seu
cálculo pela extensão do teorema de Fubini e algumas aplicações. Inicie sua leitura a partir do
tópico Integrais triplas. Bons estudos.

elm = ver pdf LivrPt_Math_Calculo_2_Rogawski_2009_624p_elm cap 16


copiado índice na próx pág.

______________________________________________________________

R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus
Ivo Doering. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009.

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-411-5

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.


CDU 517
_____________________________________________________________
Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08
elm = ver pdf LivrPt_Math_Calculo_2_Rogawski_2009_624p_elm

elm = incluído resumo e exerc prelim 16.2 que não entrou na aula 3.1 e não está nesta 3.2.
880 CÁLCULO

y
D2 D4

(0, y) D3 D5
D1 D6

x O domínio
R
FIGURA 29
FIGURA 28
70. O domínio entre os círculos de raios 5 e 5,2 no primeiro qua-
66. Prove a desigualdade , onde é o disco drante, dado na Figura 30, foi dividido em seis subdomínios de
largura angular ; na figura também são dados os valo-
.
res de uma função f (x, y) em pontos amostrais. Calcule a área
67. Encontre um ponto P em tal que , dos subdomínios e dê uma estimativa de .
onde é a média de em (a existência de um tal
ponto é garantida pelo TVM para integrais duplas).
y
68. Verifique a validade do TVM para integrais duplas para
no triângulo delimitado por y = 0, x = 1 e y = x. 1,5
1,7
2
Nos Exercícios 69-70, use a Equação (12) para calcular a integral
dupla. 2,2

69. A tabela seguinte dá os valores das áreas dos subdomínios do 2,4


domínio da Figura 29 e os valores de uma função f (x, y) em pon- 2,5
tos amostrais . Dê uma estimativa de . x
Δ = 5 5,2
12

FIGURA 30

Compreensão adicional e desafios


71. Suponha que f (x, y) seja uma função contínua num domínio 72. Use o TVI e o Teorema 3 para provar o Teorema do Valor Médio
fechado e conexo. O Teorema do Valor Intermediário (TVI) afir- para integrais duplas.
ma que se f (P) = a e f (Q) = b, onde , então f (x, y)
atinge qualquer valor entre a e b em algum ponto de . 73. Seja f (y) uma função só de y e defina .
(a) Obtenha um contra-exemplo que mostre que o TVI é falso se
não for conexo. (a) Use o TFC para provar que .
(b) Prove o TVI para duas variáveis como segue: seja c(t) um ca- (b) Trocando a ordem de integração na integral iterada, mostre que
minho tal que c(0) = P e c(1) = Q (por ser conexo, sempre . Isso mostra que a “antiderivada se-
existe um tal caminho). Aplique o TVI de uma variável à função
composta f (c(t)). gunda” de f (y) pode ser dada como uma integral simples.

16.3 Integrais triplas


As integrais triplas de funções f (x, y, z) de três variáveis são uma generalização bastante
imediata das integrais duplas. Em vez de um retângulo no plano, consideramos uma
caixa (Figura 1)
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 881

consistindo em todos os pontos (x, y, z) em tais que

Para formar uma soma de Riemann, escolhemos inteiros positivos N, M e L e parti-


ções dos três intervalos

Sejam os comprimentos dos


subintervalos definidos por essas partições. Em seguida, particionamos em NML caixas
FIGURA 1 A caixa menores, cujos volumes denotamos por (Figura 1):

decomposta em subcaixas.

Dizemos que essa partição é regular se [a, b], [c, d] e [p, q] estiverem, cada um, divididos
em subintervalos de comprimentos e iguais, onde

Para qualquer escolha de pontos amostrais em , definimos a soma de Riemann:

Como na Seção 16.1, seja o conjunto de extremidades e o má-


ximo dos comprimentos . Dizemos que f é integrável em se as somas
tenderem a um limite quando , para quaisquer escolhas de pontos amos-
trais. O valor do limite é denotado por

As integrais triplas obedecem às mesmas propriedades de linearidade que as integrais


duplas e simples. O teorema seguinte garante que funções contínuas são integráveis em
caixas e que a integral tripla pode ser calculada como uma integral iterada.

TEOREMA 1 Teorema de Fubini para integrais triplas Se f (x, y, z) for contínua em


, então existe a integral tripla e é igual à integral iterada:
A notação dA, usada nas seções
precedentes, sugere área e ocorre
nas integrais duplas em domínios
do plano. Analogamente, dV sugere
volume e ocorre em integrais triplas
em regiões de .
Além disso, a integral iterada pode ser calculada em qualquer ordem.
882 CÁLCULO

Como observamos no teorema, temos a liberdade de calcular a integral iterada em


qualquer ordem. Por exemplo,

No total, existem seis ordens diferentes, dadas por

■ EXEMPLO 1 Integração numa caixa Calcule a integral , em que


Quando o integrando for um produto .
e o domínio
de integração uma caixa, a integral Solução Escrevemos essa integral tripla como uma integral iterada:
tripla fatora num produto de três
integrais simples. Por exemplo, a
função do Exemplo 1

é um produto e Passo 1. Calcular a integral de dentro em relação a z, mantendo x e y constantes.

pode ser calculada mais simplesmente


como o produto
Passo 2. Calcular a integral intermediária em relação a y, mantendo x constante.

Passo 3. Calcular a integral de fora em relação a x.

Em seguida, consideramos integrais triplas em regiões sólidas que são simples


no sentido seguinte: consiste nos pontos P = (x, y, z) que ficam entre os gráficos de
funções contínuas e ao longo de um domínio do plano xy (Figura 2).
Suponha que . Então

Região

O domínio é a projeção de sobre o plano xy. Como no caso de integrais duplas,


definimos a integral tripla de f (x, y, z) em por

onde é uma caixa que contenha e é a função que é igual a f em e é igual a zero
FIGURA 2 O ponto P = (x, y, z) está fora de . Na prática, em vez de usar essa definição formal, calculamos integrais triplas
na região simples se e como integrais iteradas. Isso é justificado pelo teorema seguinte, cuja prova é análoga à
. do Teorema 2 da Seção 16.2.
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 883

TEOREMA 2 Seja uma região do plano xy. Suponha que e sejam


contínuas com para . Então existe a integral tripla de
uma função contínua f (x, y, z) no domínio

e é igual à integral iterada

■ EXEMPLO 2 Integração num sólido de base retangular Calcule , onde

é a região entre os planos z = x + y e z = 3x + 5y que fica acima do retângulo


(Figura 3).

Solução Aplicamos o Teorema 2 com e para escre-


ver a integral tripla como uma integral iterada e calculamos:

Observe que a integral em foi convertida numa integral iterada.

Passo 1. Calcular a integral de dentro em relação a z, mantendo x e y constantes.


FIGURA 3 A região entre os planos
z = x + y e z = 3x + 5y e acima de
.

Passo 2. Calcular a integral intermediária em relação a y, mantendo x constante.

Passo 3. Calcular a integral de fora em relação a x.

■ EXEMPLO 3 Integração num sólido de base triangular Calcule , onde éa


região na Figura 4:

Solução é a região entre os planos z = x + y e z = 3x + 5y que fica acima do triângulo


FIGURA 4 A região entre os planos do plano xy definido por
z = x + y e z = 3x + 5y e acima do
triângulo .
884 CÁLCULO

Assim, a integral tripla é igual à integral iterada:

A integral de dentro é a mesma do exemplo precedente [ver Equação (3)]:

Em seguida, integramos em relação a y:

e, finalmente,

Nos exemplos até aqui, calculamos integrais triplas projetando a região sobre
um domínio do plano xy. Podemos integrar da mesma maneira projetando sobre
domínios dos planos xz ou yz. Por exemplo, se for a região entre os gráficos de
FIGURA 5 é a projeção de sobre e , onde , acima de um domínio do plano
o plano yz. yz (Figura 5), então

■ EXEMPLO 4 Escrevendo uma integral tripla de três maneiras Seja a região delimitada
por (Figura 6)

Expresse como uma integral iterada de três maneiras, projetando sobre

cada um dos três planos coordenados (mas não calcule).

Solução Consideramos separadamente cada plano coordenado.


Passo 1. O plano xy.
A face superior intersecta o primeiro quadrante do plano xy (z = 0) na
reta y = 2 [Figura 6(A)]. Portanto, a projeção de sobre o plano xy é um triângulo
Pode ser conferido que as três definido por e
maneiras de escrever a integral no
Exemplo 4 como uma integral iterada
dão a mesma resposta:
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 885

Face superior

Face esquerda

(A) Projeção sobre o plano xy. (B) Projeção sobre o plano yz. (C) Projeção sobre o plano xz.
FIGURA 6 As projeções de sobre os planos coordenados.

Passo 2. O plano yz.


A projeção de sobre o plano yz é o domínio [Figura 6(B)]:

A região consiste em todos os pontos que ficam entre e a “face esquerda” y =


2x. Em outras palavras, a coordenada x precisa satisfazer . Assim,

Passo 3. O plano xz.


Esse é o caso mais difícil. Em primeiro lugar, precisamos decidir o que é a projeção
S de sobre o plano xz. Para ver isso, precisamos da equação da curva tracejada
no plano xz na Figura 6(C). Afirmamos que um ponto P nessa curva tracejada tem
coordenadas . Para verificar isso, observe que P é a projeção de
um ponto Q = (x, y, z) da fronteira da face esquerda. Como Q está tanto no plano
y = 2x quanto na superfície , temos e, portanto,
, conforme afirmamos. Vemos que a projeção de sobre o
plano xz é o domínio

Temos limites para as variáveis x e z, portanto a integral tripla pode ser escrita como

Quais são os limites para y? A equação da face superior pode ser escrita
como . Assim, está limitada pela face esquerda y = 2x e a face supe-
rior e a coordenada y de um ponto de satisfaz

Agora podemos escrever a integral tripla como a integral iterada seguinte:


886 CÁLCULO

■ EXEMPLO 5 Integração numa região entre superfícies que se intersectam Integre


f (x, y, z) = x na região delimitada acima por e abaixo por
, no octante .

Solução Em primeiro lugar, precisamos determinar a projeção de sobre o plano xy. As


superfícies inferior e superior intersectam na curva

Portanto, como vemos na Figura 7, projeta sobre o domínio do primeiro quadrante


delimitado pela elipse e temos

Em seguida, expressamos a quarta parte da elipse do primeiro quadrante como um


domínio simples:

FIGURA 7 A região
acima e escrevemos a integral tripla como uma integral iterada:
da elipse no octante
.

Aqui estão os resultados de calcular as integrais em ordem:

Concluímos esta seção mencionando algumas aplicações de integrais triplas. Em pri-


meiro lugar, observamos que a integral tripla da função f (x, y, z) = 1 é o volume

Mais geralmente, se imaginarmos como um objeto sólido com densidade de massa


variável mas contínua (em unidades de massa por unidade de volume), então a
massa total de é
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 887

Podemos justificar essa fórmula quando for uma caixa, observando que a integral tripla
é um limite de somas de Riemann:

Massa Aqui, está dividida em caixinhas de arestas de comprimentos e volu-


me , sendo um ponto amostral em . Se for contínua,
então a densidade é praticamente constante em cada caixinha, de modo que a massa de
é, aproximadamente, (Figura 8). No limite, obtemos a massa exata de . Esse
argumento se estende imediatamente a regiões mais gerais.
O valor médio de f (x, y, z) numa região de volume V é definido por

FIGURA 8 A massa de um cubinho é,


aproximadamente, .
O centróide de uma região é o ponto cujas coordenadas são as médias
de x, y e z em . Mais geralmente, se representar um sólido de densidade de massa
, então o centro de massa de é o ponto , em que
é definido como segue (sendo definidos analogamente):

■ EXEMPLO 6 Centro de massa Encontre a coordenada z do centro de massa do pri-


meiro octante da esfera unitária, supondo uma densidade de massa de
(Figura 9).
Solução O numerador de é:

FIGURA 9

A massa total de é igual à integral da densidade de massa em . No último


passo das contas seguintes, usamos a fórmula anotada à margem:

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 3.2
A fórmula seguinte pode ser deduzida
usando a substitui~ trigonométrica
x =sen 8:

J 23
(1 - .r ) fl dx

= i (x<S-x )~ 2 +3arcsen x) +C

M=ff"f ;-(x,-y,---,ç 1-f~l,/l-4dzdydx1

JW J
x=O y=O ~=0

=
1x=<>' 1~ y J1 - x
y=-0
2 -y2 d y dx

- ~ (l - x2 - y2)3/2 ) ~
= 1 1 (
x=<> y=O dx

= - 11'
3 x=O
(l - x 2) 312 dx = -n
16

Concluímos que

= _!_ff'f zp(x,y,z) dV = _1n6 (-1) = _1_


6
ZCM
M }w 15 15n •
----~~~----~~---~ ~~~----~-

Excursão: o volume da esfera em dimensões superiores


Arquimedes (287-212 a.C.) descobriu a belíssima fórmula V = j nr 3 para o volume de
uma esfera quase 2.000 anos antes da invenção do Cálculo. Arquimedes deu um argumen-
to geométrico brilhante mostrando que o volume da esfera é igual a dois terços do volume
do cilindro circunscrito. Ele valorizou tanto essa descoberta que pediu que na Lápide de
seu túmulo fosse gravada uma esfera com um cilindro circunscrito. Podemos usar a inte-
gração para generalizar a fórmula de Arquimedes para n dimensões. A bola de raio r em
Rn, denotada por Bn (r), é o conjunto de todos os pontos (x1, .. .. .xn) de R" tais que
r
Bi(r) - - -- Intervalo de raio r.

As bolas Bn(r) de dimensões 1, 2 e 3 são o intervalo, o disco e a bola mostrados na


~Em dimensões n ~ 4, é diffcil (se não impossível) visualizar a bola Bn (r ). n2(r)
G r Disro de raio,_
Seja \'i1 (r) o volume (também denominado hipervolume) de 8,,(r ). Sabemos que

4
V1(r ) = 2r, V3(r ) = -nr 3
3 Bola de raio r.

É razoável supor que V11 (r ) seja proporcional ar" para todo n (isso efetivamente pode
FIGURA 10 As bolas de raio rem
ser provado usando a fórmula da mudança de variáveis para integrais múltiplas). As- dimensões n = l, 2 e 3.
sim, V,, (r) = Anr", ond,e A11 é uma constante. De fato, A,, = V,,(I ) é o volume da bola
unitária n-dimensional.
16.3 RESUMO
• A integral tripla numa caixa B = [a, b] x [e, d] x [p, q] é igual à integral iterada

A integral iterada pode ser escrita em qualquer uma de seis ordens possíveis, por exemplo,

• Uma região simples W consiste nos pontos (x, y, z) entre duas superfícies z = ljl(x , y)
e z = ~ (x , y), onde ljl(x, y) ~ ~(x, y), acima de um domínio V do plano xy. Em outras
palavras, W é definida por

(x , y) E V , l/f(x, y)::; z::; ~ (x ,y)

A integral tripla em W é igual a uma integral iterada:

(~~(x,y)
!!! W
f(x ,y,z) dV = f f
V 1:-Vt(x,y)
f (x , y ,z) dz) dA

• O valor médio de f (x, y, z) numa região W de volume V é a quantidade

f = ~ JJJw f (x,
\...
y, l v=JJJ
z) dV, w 1dV

• Se wn sólido W tem densidade de massa contínua p(x, y, z), então o centro de massa
de W é PcM = (xcM. )'CM· ZCM), onde xcM é definido como segue (sendo YCM. ZCM
definidos analogamente):

fffwxp(x, y, z)dV
XCM =
fffw p(x , y, z) dV
O centróide de W é o centro de massa com p = 1.
_3.2_ Dica do professor

As integrais triplas de funções f(x, y, z) de três variáveis são uma generalização imediata das
integrais duplas. Assim como nas integrais duplas, elas podem ter domínios em regiões retangulares
ou em regiões mais gerais.

Acompanhe, nesta Dica do Professor, como podemos calcular uma integral tripla em uma região
retangular utilizando o teorema de Fubini e como calculamos uma integral em uma região geral,
delimitada por dois planos e acima de um retângulo dado.
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5 min

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_3.2_ Exercícios

1) Antes de calcular uma integral tripla, é importante identificar o seu domínio, que pode ser uma
região retangular ou uma região mais geral. Considere:

Utilizando o Teorema de Fubini, o valor da integral

é:

A) 6/5.

B) 1/5.

C) 1.

D) –6.

E) 6.

1 Gab E

Como o domínio B é um prisma com faces paralelas aos planos coordenados, não importa a ordem de integração.

Assim, pode-se considerar:


2) No cálculo das integrais triplas, utilizamos o teorema de Fubini para transformá-las em uma
integral iterada. Nesse caso, devemos calcular três integrais simples. Nesse contexto, considere

O valor da integral intermediária em relação à variável z é:

A)

B)

C)

D)

E)

2 Gab C (elm= ERR)


Considerando o domínio W e a
ordem de integração já definida,
a integral tripla é:

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ex. 2_Aula 3.2 - Integração em várias variáveis II
Pleito: Corrigir gabarito (opção e justificativa). Opção correta: B.
Justificativa:
_Enunciado pede integral intermediária EM RELAÇÃO A VARIÁVEL Z. Entretanto, Gabarito resolveu integral até variável Y.
_A justificativa do gabarito não pode deixar de representar a integral em x até que seja feita a integração em x.
Obs.1: Ver imagem abaixo mostrando o erro.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será encaminhado
ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem de erro no gabarito:
3) Assim como nas integrais duplas, nas integrais triplas é importante reconhecer o domínio de
integração, que pode tanto ser uma região retangular R no R3 quanto uma região não retangular
W. Nesse contexto, considere

e a região não retangular

Calcule o valor da integral:

A) 5/24.

B) 1.

C) 2/3.

D) 1/6.

E) –1/6.

3 Gab D
Observe que, no domínio W, integra-se f na ordem:

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ex. 3_Aula 3.2 - Integração em várias variáveis II
Pleito: Completar desenvolvimento da solução do Gabarito.
Justificativa:
_Solução do gabarito incompleta. Parou após integrar em z.
Obs.1: Ver imagem abaixo mostrando o erro.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será encaminhado
ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem de erro no gabarito:
4) Em problemas aplicados, nem sempre os sólidos envolvidos têm volumes que podem ser
calculados por fórmulas conhecidas. Nesses casos, as integrais triplas são muito úteis para o
cálculo de volumes de sólidos delimitados por funções. Marque a alternativa que contém o
volume do sólido do primeiro octante limitado pelos planos coordenados e o plano 3x + 6y +
4z = 12.

A) 64(u.v.).

B) 4 (u.v.).

C) 36(u.v.).

D) -9(u.v.).

E) -4 (u.v.).

4 Gab B = Deseja-se
calcular o volume do
sólido abaixo:

Nesse caso, o domínio de integração é


Primeiramente determinamos os limites de
integração:
5) O valor médio de uma função contínua f(x, y, z) em um sólido W é definido por

Assim, o valor médio de f(x,y,z) = x no tetraedro mostrado na figura abaixo é:

D) 1/24.

E) 1/144.

5 Gab A
_3.2_ Na prática
O conceito de integral tripla de funções de três variáveis é uma extensão natural do conceito de
integral definida de funções de uma variável. As integrais triplas são utilizadas para o cálculo de
algumas grandezas físicas, como volume, massa, momento e centro de massa de sólidos quaisquer.
Como exemplo, temos os silos utilizados em fazendas para o armazenamento de cereais.

Outra aplicação interessante é no cálculo da massa total de um objeto sólido. Mais


especificamente, sendo G um sólido com densidade de massa ρ = ρ (x,y,z) (medida em unidades de
massa por unidade de volume), a massa total de G é:

Massa total de G = elm = inseri isto para


corrigir (constava a fórmula
apresentada abaixo.

elm = fórmula jogada após o G =.... ‼ (é x de


centróide) — Ver detalhamento próx. pág. ‼

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Na Prática_Aula 3.2 - Integração em várias variáveis II
Pleito: Corrigir enunciado: substituir a última equação da Massa Total de G.
Justifcativa
_A equação apresentada no fim NÃO é a Massa total de G (ver imagem correta abaixo).
Obs.1: A equação apresentada é do "x" do centróide de sólido do exercício 5 da Aula e corresponde ao cálculo
pedido nesse exercício.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda
apenas "será encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
imagem que deveria aparecer no fim do Na Prática:
_3.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Cursos USP – Cálculo diferencial e integral para engenharia III


– PGM 18
Acompanhe, neste vídeo, a definição de integrais triplas e suas aplicações, como, por exemplo o
cálculo de densidade. A ideia envolvida é a generalização das integrais duplas para o espaço R3. O
vídeo também ressalta a importância de definir o domínio de integração.
https://youtu.be/AHibqQhnsUg

21min prof Claudio Possani

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Cursos USP – Cálculo diferencial e integral para engenharia III


– PGM 19
Acompanhe, neste vídeo, o cálculo de integrais triplas cujo domínio não são regiões formadas por
paralelepípedos retos retângulos, mas regiões gerais. Aqui, o teorema de Fubini para esse tipo de
integral é mostrado em detalhes por meio de exemplo.
https://youtu.be/rOy9OGw344s

21 min prof Claudio Possani

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Cálculo de integrais triplas
Este vídeo mostra passo a passo o cálculo de uma integral tripla iterada em um domínio retangular
em R3 (bloco retangular). A integração é feita separadamente para cada variável, ressaltando em
cada integral qual variável permanece constante e qual é a variável de integração.

https://youtu.be/kod-kZR7ySQ

8 min Felipe Pereira Heitmann

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CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Cálculo das integrais múltiplas

_4.1_ Apresentação
A matemática recebeu um novo impulso quando se tornou possível mensurar as variações,
possibilitando propor modelos que podem ser usados para previsões e estimar comportamentos
futuros, tema do cálculo diferencial e integral. Tal conhecimento teve impacto em todas as áreas da
ciência. O cálculo diferencial e integral e as integrais múltiplas estão presentes em muitas
aplicações importantes no exercício de sua profissão.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá, inicialmente, a resolução de integrais duplas e triplas,
que têm mais do que uma variável. Tais integrais podem ser utilizadas para determinar áreas e
volumes, e este também será um tópico estudado. Outro tema abordado será o Teorema de Fubini,
um instrumento que permitirá que você resolva integrais que aparentemente não têm solução.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir integrais duplas e integrais múltiplas.

• Representar áreas de regiões planas e volumes de sólidos por integrais múltiplas.

• Reconhecer a importância do Teorema de Fubini para integrais múltiplas.


_4.1_ Desafio
As pirâmides mexem com o imaginário das pessoas há muitos séculos, e estão presentes em
diversas culturas ao redor do mundo. Calcular o volume de uma pirâmide é um exercício simples, a
não ser que ela tenha formas inusitadas que só permitam cálculos de área e volumes a partir do uso
de integrais.

Teste seus conhecimentos e vença esse desafio que une integrais múltiplas e formas piramidais.

O PROJETO DO BARÃO

Você está em seu escritório de arquitetura trabalhando em um projeto de construção de uma igreja em forma de
paraboloide elíptico quando é chamado para atender a um cliente.

Você se encontra com um emissário do Barão Kelso Axe, um milionário excêntrico que estudou matemática e
adora propor pequenos problemas quando vai acertar algum negócio. O assessor do Barão informa que seu chefe
deseja construir uma pirâmide para guardar sua coleção de bonecos e gostaria que você desenhasse o prédio. As
pirâmides habitam o imaginário das pessoas e são tema recorrente na paisagem urbana.

Todavia, para fechar o contrato, o Barão quer submeter você a um teste que consiste no seguinte:

Ele quer saber qual o volume da pirâmide que está limitada pelos três planos coordenados e pelo plano

, tendo como limites de integração:

Resolva o problema e se habilite para projetar a construção do Barão!

elm = 12 unidades de volume.


Padrão de resposta esperado

É possível escrever o problema em forma de integral tripla:


_4.1_ Infográfico
A integração múltipla é um processo matemático que faz parte do cálculo diferencial e integral. Por
meio das integrais duplas e triplas, você pode calcular áreas e volumes de inúmeros sólidos
geométricos, o que é fundamental para dimensionar projetos de construção e urbanização.

Neste Infográfico, você vai conhecer formas diferentes das habituais cujas estruturas podem ser
modeladas com o uso das integrais múltiplas.
_4.1_ Conteúdo do livro

Provavelmente, você conheceu, durante a sua trajetória estudantil, o cálculo de áreas de figuras
como quadrados, pentágonos, triângulos, hexágonos e outros. É possível também que você tenha
aprendido como calcular o volume de diversos sólidos, como uma pirâmide, um tetraedro, um cubo
e um cilindro. Todavia, o que fazer quando as figuras não correspondem às formas estudadas na
educação básica?

No capítulo Cálculo das integrais múltiplas, da obra Matemática aplicada à arquitetura, você terá um
guia para aprender como resolver integrais múltiplas e como utilizar a ferramenta para resolver
questões relacionadas a áreas e volumes. Preste atenção nas explicações e volte a elas sempre que
for necessário.

Boa leitura.
SUMÁRIO
Unidade 1

Cálculos iniciais elementares ........................................................................13


Humberto Vinício A/tino Filho
Conjunto dos números inteiros .................................................................................................................... 13
Frações e operações ............................................................................................................................................ 17
Resolvendo problemas com equações ................................................................................................... 19

Conjuntos numéricos.......................................................................................27
Humberto Vinício A/tino Filho
Conjuntos e operações ...................................................................................................................................... 27
Números reais e intervalos ..............................................................................................................................32
Resolvendo problemas com conjuntos numéricos .......................................................................35

Unidade 2

Funções e limites .............................................................................................. 39


Humberto Vinício A/tino Filho
Funções e gráficos ................................................................................................................................................39
Limite ............................................................................................................................................................................. 43
Continuidade............................................................................................................................................................48

Introdução à derivada .....................................................................................53


Claudia Abreu Paes
Derivadas a partir do conceito de limites ..............................................................................................53
Derivada como taxa de variação de uma grandeza ....................................................................... 55
Derivada em problemas aplicados ...........................................................................................................56

Noções de integral, cálculo e função integral. ....................................... 63


Claudia Abreu Paes
Áreas e integ ração ................................................................................................................................................63
Integrais indefinidas.............................................................................................................................................66
Integ rais definidas .................................................................................................................................................69

Unidade 3

Funções de várias va riáveis.............................................................................75


Celso Pessanha Machado
Funções com várias va riáveis .........................................................................................................................76
Curvas de nível ........................................................................................................................................................78
Derivad as parciais ..................................................................................................................................................8 1

Cálculo das integrais múltiplas ..................................................................... 89


Celso Pessanha Machado
Integ ra is múltiplas .................................................................................................................................................90
Integ rais múltiplas, áreas e volumes ..........................................................................................................93
Teorema de Fubini ...............................................................................................................................................96

Unidade4

Aplicação nas construções arquitetônicas ............................................ 10 1


Celso Pessanha Machado
O cálculo e as construções arquitetônicas ......................................................................................... 101
Arquitet ura e derivadas .................................................................................................................................. 103
Arquitet ura e integ rais..................................................................................................................................... 106

Gabarito ........................................................................... 114


Cálculo das integrais
múltiplas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir integrais duplas e integrais múltiplas.


 Representar áreas de regiões planas e volumes de sólidos por integrais
múltiplas.
 Reconhecer a importância do teorema de Fubini para integrais
múltiplas.

Introdução
Neste capítulo, você avançará nos seus estudos sobre o cálculo diferencial
e integral. Primeiramente, você terá contato com as integrais múltiplas,
que são uma extensão das integrais simples, adaptadas para funções
de várias variáveis.
Uma das aplicações das integrais múltiplas é o cálculo de áreas de
regiões planas e sólidos geométricos em regiões de três dimensões.
As integrais simples permitem determinar o valor de áreas e volumes,
e, agora, você conhecerá novas maneiras de executar esses cálculos,
podendo escolher a ferramenta que determine com mais rapidez de
computação e mais precisão os resultados que você precisa.
Outro tema abordado é o teorema de Fubini, que versa sobre a pos-
sibilidade de inversão da ordem de integração das integrais múltiplas,
permitindo que você encontre soluções para integrais difíceis.
2 Cálculo das integrais múltiplas

Integrais múltiplas
O estudo das integrais foi motivado historicamente pelo problema do cál-
culo de qualquer área, para possibilitar as medidas de figuras irregulares.
Algumas ideias sobre a solução do problema foram usadas no método da
exaustão, que inspiraria e serviria de base para os matemáticos que definiram
os princípios básicos do cálculo integral. O cálculo integral permite que se
encontrem as chamadas funções primitivas, aquelas que existiam antes de
passar pelo processo de derivação, e as regras são essencialmente as mesmas
já estabelecidas.

Integral dupla
Defi nição matemática para integrais de duas variáveis: no desenvolvimento
do cálculo diferencial e integral, o domínio de uma integral simples
é um intervalo [a, b], porém, em duas variáveis, o domínio é uma região
D do plano com uma curva de fronteira mais geral (ROGAWSKI, 2009).
Como você resolve uma integral dupla? Uma variável deve ser mantida
fixa e a outra deve ser integrada. Observe o exemplo:

Você deve começar pela integral “de dentro” (no caso, vai integrar por y)
e deixar a outra (x) para depois:
Cálculo das integrais múltiplas 3

Agora, tem-se:

Agora, você tem somente a integral “de fora”, ou seja, uma integral simples,
e é só integrar por x:

Integral tripla
Veja a definição matemática para integral tripla (integral de três variáveis).

O limite é denominado integral

tripla de f(x,y,z) na região G, e existe quando a função f for contínua em


4 Cálculo das integrais múltiplas

G (ANTON; BIVENS; DAVIS; 2007). O método é o mesmo que o utilizado


na integral dupla, adaptado para três variáveis, como se pode ver no exemplo:

Novamente, você deve iniciar pela integral “do miolo”:

Então, você deve integrar a integral “do meio”:

Assim:
Cálculo das integrais múltiplas 5

Agora, a solução final foi reduzida a uma integral simples:

Integrais múltiplas, áreas e volumes


As integrais múltiplas se desenvolveram no entorno da busca de soluções para
determinar o volume de qualquer sólido. Um fato que se tornou evidente no
estudo dos sólidos é que podemos construir vários deles a partir da revolução
de figuras planas, um procedimento trivial, bem conhecido pelos estudiosos
do cálculo.
Tome como exemplo o cone, que é construído em um plano 3D, a partir da
translação de um triângulo retângulo de raio r e altura h, indicando claramente
a relação entre altura e raio com a área e o volume do cone. Da geometria
espacial, você tem as fórmulas que resolvem as questõess da área do cone,
como apresentadas na Figura 1.

Figura 1. Fórmulas da área e do volume do cone.


Fonte: Aliona Ursu/Shutterstock.com.
6 Cálculo das integrais múltiplas

Essa questão do volume do cone é básica para fabricantes de sorvete, que


precisam saber qual é a quantidade possível de ser colocada numa casquinha
e em cima dela (o formato é de cone...), o que é ainda muito mais importante
para crianças de todas as idades que desejam o máximo possível da guloseima
nas tardes ensolaradas de domingo (Figura 2).

Figura 2. A casquinha do sorvete é um cone cujo volume


interessa a fabricantes e consumidores.
Fonte: Dina Uretski/Shutterstock.com.

No entanto, nem sempre os problemas são tão óbvios para podermos aplicar
as fórmulas da geometria espacial, que resolvem com simplicidade muitas
demandas. Às vezes, nos deparamos com elementos expressos no plano car-
tesiano, apresentados a partir de funções, e, nesse caso, não é possível resolver
por fórmulas geométricas, e precisamos, então, da ajuda do cálculo. Observe
o exemplo a segior. em que a necessidade obriga a calcular a área entre duas
curvas, definidas por fórmulas matemáticas.
Cálculo das integrais múltiplas 7

Considere uma região compreendida pela parábola e a reta y = 2x. Você pode

calcular tal área utilizando integrais duplas. Em primeiro lugar, temos de determinar
os pontos de interseção, e isso é feito igualando as duas funções,

Resolvendo a equação:

x(x – 4) = 0 ∴ x = 0 e x = 4

Como a área está no intervalo no qual 0 ≤ x ≤ 4, esse será o parâmetro para integrar
por x. Para integrar por y, devemos utilizar os dados do enunciado, e y = 2x. Você
deve construir um esboço da função, para ver qual curva está “por baixo”, pois essa
será o valor mínimo da integral por y (Figura 3). Uma sugestão é utilizar o Graphmática.

Figura 3. Gráfico da área compreendida entre e y = 2x.


8 Cálculo das integrais múltiplas

Acesse o link a seguir para fazer o download do Graphmática, um excelente aplicativo


para construção de gráficos.

https://qrgo.page.link/Nc8TV

http://www.graphmatica.com/

A análise do gráfico da Figura 3 mostra que a reta y = 2x está por cima de


, definindo os parâmetros. Agora, você deve escrever a integral, com
base nos cálculos feitos:

A partir daqui, é só resolver a integral, logo:

Teorema de Fubini
Segundo Rogawski (2009), o teorema de Fubini afirma que:
Cálculo das integrais múltiplas 9

o que significa que, na prática, podemos inverter a ordem de integração


sem que haja modificação do resultado. Pegaremos a integral que resolvemos
na primeira parte e usaremos como exemplo.

A integral é . Trocando a ordem, teremos:

Neste capítulo, você aprendeu novas possibilidades de integração, conhe-


cendo mais sobre o cálculo integral. Nem sempre as construções são cubos ou
10 Cálculo das integrais múltiplas

paralelepípedos, e, quando são usadas curvas, como a da Figura 4, os cálculos


são mais complexos.

Figura 4. Curvas modernas na fachada de um prédio.


Fonte: Nuchao/Shutterstock.com.

Você poderá aplicar o que viu no cálculo de área e volume, podendo dar asas
à sua criatividade, utilizando os mais diversos contornos, tendo certeza da quan-
tidade de material que deverá empregar e dos custos exatos que as obras terão.

O elemento que motivou o estudo das integrais múltiplas foi o cálculo de volumes.
Você verá, agora, um problema sobre esse tema, e acompanhará o método para
encontrar a solução. Observe a questão: qual é o volume do sólido definido pelas
seguintes coordenadas?
0 ≤ x ≤ 1; 0 ≤ y ≤ 1; 0 ≤ z ≤ 5 – x2 – 3y2
Passo 1: montar a integral. Seguiremos a ordem de integração inversa ao enunciado
do problema, ou seja, teremos dz, dy, dx, com os parâmetros indicados.
Cálculo das integrais múltiplas 11

Passo 2: resolver a integral.

, que é o valor procurado do volume. elm =


exercícios
do livro
copiados
da bib
virtual na
próx pág ‼

ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2005. v. 2.
ROGAWSKI, J. Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2009. v. 2.

Leituras recomendadas
GRAPHMATICA. [S.l.: s.n.], 2018. Disponível em: http://www.graphmatica.com/. Acesso
em: 12 maio 2019.
RIGHETTO, A.; FERRAUDO, A. S. Cálculo diferencial e integral. São Paulo: Ibec, 1982. v. 2.

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem.


Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 4.1
_4.1_ Dica do professor
Basicamente, a resolução de derivadas e integrais obedece a princípios simples e, por meio de
algoritmos fáceis, é possível aprender como chegar às soluções. A dificuldade nessas resoluções
está, em geral, vinculada a lacunas na educação básica, notadamente nos conceitos básicos de
álgebra e operações com números racionais.

Nesta Dica do Professor, você vai acompanhar a solução, passo a passo, de uma integral dupla,
relembrando alguns conteúdos essenciais para a resolução dessas equações matemáticas.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/4f4350243fe9d01
85e70a6e0b60d6536

4 min

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_4.1_ Exercícios

1) Utilize a integral tripla para determinar o volume do sólido que tem as seguintes
coordenadas:

A) 1/25

B) 1/84

C) 25/84

D) 2/25

E) 1/41

1 Gab C
2) Resolva a integral

A) 1/2

B) - 1/2

C) 1

D) 3/2

E) 2

2 Gab D
3) Calcule

, onde R é a área da região limitada por y = 2x e y = x2.

A) 4/3

B) 1/3

C) -1

D) 3/4

E) 1

3 Gab A
Primeiramente, deve ser feito um esboço do gráfico: Note que a reta 2x está “por cima” da parábola x2,
e o intervalo está entre x = 0 e x = 2. Diante disso,
é possível montar a integral:
4) Determine a área entre a parábola e a reta a seguir,

sabendo que:

A) 1/4

B) 5/6

C) 343/12

D) 31/43

E) 14
4 Gab C
5) Calcule a integral

A) 23/7

B) 27/4

C) 73/8

D) 17

E) 27

5 Gab B
_4.1_ Na prática

Diferentes épocas correspondem a diferentes tipos de construção, que respondem às necessidades


dos contratantes e estão de acordo com os conhecimentos técnicos do seu tempo.

Em Na Prática, você vai conhecer um pouco sobre as construções que marcaram sua época e são
atração até hoje. Vai ver também um dos locais da atualidade em que a riqueza financia grandes
obras.
CONSTRUÇÕES QUE MARCARAM ÉPOCA
À toutes les gloires de la France (a todos as glórias da França): a frase está
escrita no Palácio de Versalhes, no edifício que dá entrada a um dos lugares
mais interessantes do planeta. A ideia da obra saiu da mente do Rei Luiz XIV,
"le Roi Soleil", o Rei Sol, que reinou absoluto sobre os franceses de 1643 a
1715, período em que reativou a economia do país e fundou a Academia de
Ciências de Paris, estimulando as pesquisas que incrementaram o
desenvolvimento da nação.

A construção de Versalhes foi financiada pelos recursos do Rei, ainda que


fossem oriundos do governo da França, pois não havia uma separação
objetiva entre o caixa do Tesouro Nacional e as posses financeiras da realeza.

Os recursos da exploração do Canadá, na época da colônia francesa, eram


destinados totalmente à Coroa, tornando possível executar a vontade Real
de construir algo gigantesco e majestoso. Além dos edifícios, os
monumentais jardins impressionam pela grandeza e pela beleza das formas
geométricas de seus desenhos.

Na atualidade, obras gigantescas são realizadas, sendo possível citar os


Emirados Árabes como um local de megaconstruções. Para construir a cidade
de Dubai, os arquitetos tiveram muito arrojo e criatividade, propondo
edificações com linhas que prendem os olhares e hipnotizam as mentes. Com
certeza, os xeiques que encomendam tais projetos querem informações
detalhadas sobre custos dos materiais, sendo que o cálculo integral, com as
integrais múltiplas, pode oferecer as respostas sobre áreas e volumes que
permitem aos arquitetos determinar com precisão o custo dos prédios.

Para tais problemas que envolvem área e volume, você pode sempre contar com as fórmulas de resolução,
definidas por Rogawski (2009), como:
_4.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Troplux: um sotaque tropical na simulação da luz natural em


edificações
Artigo sobre simulador de luz computacional que usa integrais múltiplas na sua concepção.
https://ctec.ufal.br/grupopesquisa/grilu/Artigos/
Troplux%20um%20Sotaque%20Tropical%20na%
20Simula%C3%A7%C3%A3o%20da%20Luz.pdf

pdf 10 pág.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

History of the Palace of Versailles


Aqui, você verá uma animação sobre a construção de Versalles narrada em inglês.
https://youtu.be/XxIzMr2Ekpo

8 min

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Integrais triplas
Neste conteúdo, você verá questões de volume a partir de integrais triplas.
https://pt.khanacademy.org/math/multivariable-
calculus/integrating-multivariable-functions/triple-
integrals-topic/a/triple-integrals

curso khan academy

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Integrais duplas em regiões mais gerais


_4.2_
Apresentação
As integrais duplas em regiões mais gerais são aquelas que ocorrem em domínios cujas fronteiras
sejam curvas fechadas simples. É importante destacar que uma curva é dita simples se não se
autointersecta. Nesta Unidade de Aprendizagem será abordado o cálculo destes tipos de integrais
duplas.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir curvas fechadas simples e superfícies lisas.


• Utilizar somas de Riemann para aproximar integrais cujos domínios sejam curvas simples,
fechadas e lisas.
• Resolver integrais que necessitam troca da ordem de integração.
_4.2_ Desafio

Marcelo é um aluno de Engenharia e está cursando a disciplina de Cálculo. Nesta semana seu
professor abordou as integrais duplas em regiões mais gerais.
Ele explicou que quando um domínio é simples, tanto horizontal quanto verticalmente, podemos
expressar a integral dupla como uma integral iterada de duas maneiras. Em alguns casos, uma
integral iterada é mais fácil de calcular do que a outra. Assim, podemos trocar a ordem de
integração e calcular o valor da integral.
Marcelo ficou confuso e questionou seu professor:

— Professor, o que significa trocar a ordem de integração? Esse procedimento é sempre possível?

Escreva o que o professor pode ter respondido.

elm = No caso de integral dupla, em vez de integrar primeiro em x e depois em y, podemos integrar primeiro
em y e depois em x – importante observar que os limites de integração devem ser reposicionados
adequadamente. Pode ser feito desde f seja contínua. É aplicação do Teorema de Fubini.

Padrão de resposta esperado

Marcelo, este procedimento pode ser utilizado quando um domínio D é simples, tanto horizontal quanto
verticalmente.
Trocar a ordem de integração significa que podemos calcular o valor da integral de duas maneiras: com D descrito
como horizontalmente simples ou com D descrito como verticalmente simples.
Por exemplo, na integral

D pode ser descrito como um domínio


verticalmente simples: Mas se for descrito como horizontalmente simples, a
integral iterada será mais fácil de calcular.

Então mudamos a ordem de integração.


Assim, a variação do y, que antes era em função de x: x/2 ≤ y ≤ 2, ficará: 0 ≤ y ≤ 2.
E a variação do x, que era 0 ≤ x ≤ 4, ficará em função de y: 0 ≤ x ≤ 2y.
Assim:
_4.2_ Infográfico

No infográfico a seguir fica bastante clara a divisão dos domínios quando se fala em integrais
duplas, os horizontalmente simples e os verticalmente simples.

INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA
_4.2_ Conteúdo do livro

A integral dupla de uma função f(x,y) num domínio D geral pode ser definida em termos de
integração de retângulos. Para conhecer mais informações como esta, acompanhe um trecho da
obra Cálculo: volume 2, de Jon Rogawski. Inicie a leitura pelo item integrais duplas em regiões mais
gerais.

Boa leitura!

elm = ver pdf LivrPt_Math_Calculo_2_Rogawski_2009_624p_elm cap 16


copiado índice na próx pág.

______________________________________________________________

R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus
Ivo Doering. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009.

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-411-5

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.


CDU 517
_____________________________________________________________
Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08
elm = ver pdf LivrPt_Math_Calculo_2_Rogawski_2009_624p
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 867

Compreensão adicional e desafios


47. Prove a extensão seguinte do TFC para duas variáveis: se (a) Use a regra de l’Hôpital para mostrar que, mesmo não estando

, então definida em x = 0, a função pode ser torna-


da contínua associando o valor f (0) = a − 1. Em seguida, use o
teorema da comparação (Teorema 5 da Seção 5.2) para mostrar
que I(a) converge. Sugestão: para x > 1.

onde . (b) Mostre que .

(c) Prove, trocando a ordem de integração, que


48. Seja . Mostre que e então use o

resultado do Exercício 47 para calcular no retân-

gulo . (d) Use o teorema da comparação para mostrar que o limite na


Equação (4) é zero. Sugestão: se , use para
49. Encontre uma função F(x, y) satisfazendo e use o e, se a < 1, use para . Conclua
que I(a) = ln a (Figura 21).
resultado do Exercício 47 para calcular no retân-
y
gulo .
4
50. Neste exercício, usamos integração dupla para calcular a integral −x −5x
imprópria seguinte, em que a > 0 é uma constante positiva: y=e −e
x

x
1 2
FIGURA 21

16.2 Integrais duplas em regiões mais gerais


Na seção precedente, restringimos nossa atenção a domínios retangulares. Agora tratamos
de integrais duplas em domínios mais gerais, cujas fronteiras sejam curvas fechadas
simples (uma curva é dita simples se não se auto-intersecta). Vamos supor que seja
fechado, ou seja, que contenha sua fronteira, e que a fronteira seja lisa, como na Figura
1(A), ou que tenha, no máximo, um número finito de pontos de não-diferenciabilidade,
como na Figura 1(B). Uma curva de fronteira desse tipo é dita lisa por partes.

Curva de fronteira
FIGURA 1
868 CÁLCULO

Definiremos a integral dupla de uma função f (x, y) num domínio geral em termos
de integração em retângulos. Escolha um retângulo contendo e defina uma nova fun-
ção que coincida com f (x, y) em e que seja zero fora de (Figura 2):

Então definimos a integral dupla em como a integral de em :

FIGURA 2 A função é nula fora de .


Dizemos que f é integrável em se existir a integral de em . O valor da integral não
depende da escolha de porque se anula fora de .
Essa definição parece razoável porque a integral de só “pega” os valores de f em .
No entanto, existe uma possível dificuldade. A função costuma ser descontínua na fron-
teira de porque seus valores pulam subitamente para zero quando cruzamos a fronteira.
O teorema seguinte, que enunciamos sem prova, nos diz que essas possíveis descontinui-
dades não afetam a integrabilidade de se f for contínua.

TEOREMA 1 Seja um domínio cuja fronteira seja uma curva simples, fechada e lisa
por partes. Se f (x, y) for contínua em , então existe .

Podemos aproximar a integral dupla de f (x, y) num domínio não-retangular com


somas de Riemann. Escolhemos um retângulo contendo e subdividimos em MN
sub-retângulos de tamanho usando uma partição regular, como na Seção
16.1. Em seguida, escolhemos um ponto amostral em cada . Como ,a
menos que esteja em , a soma de Riemann reduz a uma soma daqueles pontos amos-
trais que estão em :

■ EXEMPLO 1 Sejam a região destacada na Figura 3 e f (x, y) = x + y. Aproxime


calculando para , usando a partição regular

e os vértices superiores direitos dos quadrados como pontos amostrais.


y Solução Os sub-retângulos na Figura 3 têm lados de comprimento e área
2 . Dos 16 pontos amostrais na Figura 3, somente sete estão em portanto
1,5

0,5

x
0,5 1 1,5 2

FIGURA 3
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 869

As propriedades de linearidade da integral dupla permanecem válidas em domínios


gerais. Se f (x, y) e g(x, y) forem integráveis e C uma constante, então

Definimos a área de um domínio como a integral dupla da função constante f (x, y) = 1:

Mais geralmente, para qualquer constante C,

y ENTENDIMENTO CONCEITUAL De acordo com a Equação (3), a área de um domínio é


igual ao limite de somas de Riemann da função f (x, y) = 1. Pela Equação (2), tais
somas de Riemann são obtidas cobrindo com uma grade de retângulos (Figura 4) e
somando as áreas daqueles retângulos que intersectam (os retângulos na fronteira só
Δy D são incluídos se o seu ponto amostral estiver em ). No Exercício 35 mostramos que,
no caso de uma região entre dois gráficos, a Equação (3) fornece o mesmo valor para a
área que uma integral simples.

x
Δx
Regiões entre curvas
FIGURA 4 A área de é aproximada
pela soma das áreas dos retângulos que Quando o domínio for a região entre duas curvas, podemos calcular a integral dupla
intersectam . como uma integral iterada. Uma região desse tipo é denominada simples. Mais preci-
samente, dizemos que é verticalmente simples se for a região entre os gráficos de
funções contínuas e (Figura 5):

Analogamente, é horizontalmente simples se

y y
x = (y) x = (y)
d
y = (x)

(x) − (x) (y) − (y)


y

y = (x) c
x x
a x b
(A) Uma região verticalmente simples (B) Uma região horizontalmente simples
a ≤ x ≤ b, (x) ≤ y ≤ (x) c ≤ y ≤ d, (y) ≤ x ≤ (y)
FIGURA 5
870 CÁLCULO

TEOREMA 2 Se for uma região verticalmente simples, descrita por

em que e são contínuas, então

Se for uma região horizontalmente simples, descrita por

então

Demonstração Vamos dar um esboço da prova. Suponha que seja verticalmente sim-
ples (o caso horizontalmente simples é análogo). Seja um retângulo
contendo . Então
Embora possa não ser contínua,
podemos justificar o uso do Teorema de
Fubini na Equação (5). Em particular,

existe a integral e é uma


Por definição, é zero fora de , portanto, para x fixado, é nula a menos que
função contínua de x.
y satisfaça . Desse modo,

Substituindo na Equação (5), obtemos a igualdade procurada:

A integração numa região simples é análoga à integração num retângulo, com uma
y
diferença: os limites da integral de dentro podem ser funções em vez de constantes.
6 O segmento vertical
2 − x2 ≤ y ≤ 6 − x2
2 D ■ EXEMPLO 2 Calcule , onde é a região na Figura 6.
x x
1 3
y = 6 − x2 Solução Podemos descrever como uma região verticalmente simples:

y = 2 − x2

FIGURA 6 A região Passo 1. Montar a integral iterada.


. A integral de
dentro na Equação (6) é a integral de
ao longo do segmento
vertical entre as curvas em x.
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 871

Passo 2. Calcular a integral de dentro.


Como de costume, calculamos a integral de dentro tratando x como constante, só que,
agora, os limites de integração dependem de x:

Passo 3. Concluir o cálculo.

y ■ EXEMPLO 3 Integração numa parte do círculo Calcule , onde é a região


0 ≤ x ≤ 4 − y2
2 destacada do semicírculo de raio 2 na Figura 7.
y
1
Solução O domínio pode ser descrito como uma região horizontalmente simples:
x
2

Essas desigualdades nos dão os limites de integração:

FIGURA 7

Calculamos a integral de dentro, tratando y como uma constante:

A integral dupla é igual a

■ EXEMPLO 4 Calculando um volume Encontre o volume V da região entre o plano z =


2x + 3y e o plano xy que fica acima do triângulo destacado na Figura 8.

Solução A base triangular é a região horizontalmente simples

O volume v é a integral de z = 2x + 3y em :


FIGURA 8
872 CÁLCULO

Quando um domínio é simples, tanto horizontal quanto verticalmente, podemos ex-


pressar a integral dupla como uma integral iterada de duas maneiras. Em alguns casos,
uma integral iterada é mais fácil de calcular do que a outra.

■ EXEMPLO 5 Escolhendo a melhor integral iterada Calcule com dado


na Figura 9.

y y
y=2
2 2
x
≤y≤2 D
2
D
y=
x 0 ≤ x ≤ 2y x = 2y
2
y

x x
x 4 x 4
FIGURA 9 A região é horizontal e (A) D é um domínio verticalmente simples: (B) D é um domínio horizontalmente simples:
verticalmente simples. 0 ≤ x ≤ 4, x/2 ≤ y ≤ 2 0 ≤ y ≤ 2, 0 ≤ x ≤ 2y

Solução Primeiro, tentemos descrever como um domínio verticalmente simples. Usan-


do a Figura 9(A), obtemos:

A integral de dentro não pode ser calculada porque não temos antiderivada explícita para
. Portanto, tentamos descrever como horizontalmente simples [Figura 9(B)]:

Isso nos leva a uma integral iterada que sabemos calcular:

■ EXEMPLO 6 Trocando a ordem de integração Esboce o domínio de integração que


corresponde a
y
y = x 2 (ou x = y)
9

y≤x≤3
Em seguida, troque a ordem de integração e calcule o valor da integral.
y
Solução Os limites de integração nos dão as desigualdades que descrevem o domínio :
1 ≤ y ≤ x2

1
x
1 x 3 Pelo esboço de na Figura 10, vemos que também pode ser expresso como uma região
FIGURA 10 Descrevendo como uma
verticalmente simples:
região horizontal ou verticalmente
simples.
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 873

portanto podemos reescrever a integral e calcular:

LEMBRETE A Equação (7) é O valor médio de uma função f (x, y) num domínio é definido por
análoga à definição de um valor médio
em uma variável:

Observe que a integral de f (x, y) em tem o mesmo valor que a integral da função cons-
tante (Figura 11).

FIGURA 11

■ EXEMPLO 7 Calculando o valor médio Um arquiteto precisa saber a altura média


do teto de um pagode cuja base é o quadrado e o teto é o gráfico de
(Figura 12). Sendo as distâncias medidas em pés, encontre essa
altura média.

Solução Primeiro, calculamos a integral de H(x, y) em :

FIGURA 12 Um pagode de teto


.
874 CÁLCULO

A área de é 8 × 8 = 64, portanto a altura média do teto do pagode é

No exemplo precedente, a média ficou entre a altura mínima H = 0 e a altura


máxima H = 32. De acordo com a primeira parte do teorema seguinte, é válido em geral
que o valor médio fique entre os valores mínimo e máximo da função em seu domínio.
A segunda parte nos diz que a integração “preserva a ordem” de funções f e g tais que
em .

TEOREMA 3 Sejam f (x, y) e g(x, y) funções integráveis em . Suponha que


para cada . Então

Se para cada , então

Demonstração Primeiro provamos (9). Se , então cada soma de Rie-


mann para f (x, y) é menor do que ou igual à soma de Riemann de g correspondente:

Se for um domínio desconexo


consistindo em dois ou mais Obtemos (9) tomando o limite. Agora suponha que e aplique (9) com
subdomínios delimitados por g(x, y) = M:
curvas fechadas simples [como
na Figura 13(B)], então a integral
é definida como a

soma das integrais nos subdomínios.


Isso prova uma metade da Equação (8). A outra metade decorre analogamente. ■

P De acordo com o Teorema do Valor Médio para Integrais (Seção 6.2), se f (x) for uma
função contínua com valor médio em [a, b], então existe tal que .
Uma afirmação análoga é válida para funções de duas ou mais variáveis num domínio ,
D Q desde que seja fechado, limitado e conexo. Por definição, dizemos que um domínio
é conexo se dois quaisquer de seus pontos podem ser ligados por uma curva inteiramente
(A) Domínio conexo: quaisquer dois contida em [Figura 13(A)]. O domínio na Figura 13(B) é desconexo. Ver o Exercício 72
pontos podem ser ligados por uma para uma prova do TVM para integrais duplas.
curva inteiramente contida em D.

P TEOREMA 4 Teorema do valor médio para integrais duplas Se f (x, y) for contínua e for
fechado, limitado e conexo, então existe um ponto tal que
Q

(B) Domínio desconexo.


Equivalentemente, , onde é o valor médio de f em .
FIGURA 13
CAPÍTULO 16 Integração Múltipla 875

Decomposição de um domínio em domínios menores


As integrais duplas são aditivas em relação ao domínio: se for uma união de domínios
D2 que não se intersectam exceto, possivelmente, em curvas de fronteira
(Figura 14), então
D3
D1 DN

FIGURA 14 A região é uma união de


domínios menores.
A aditividade pode ser usada para calcular integrais duplas em domínios que não sejam
simples mas que possam ser decompostos num número finito de domínios simples.
Terminamos essa seção com uma observação elementar, que será útil adiante. Se
Em geral, a aproximação (11) só é f (x, y) for uma função contínua num domínio pequeno , então
útil se for pequeno em termos de
largura e comprimento, ou seja, se
couber num círculo de raio pequeno.
Se tiver área pequena mas for muito
comprido e fino, então pode ser que f
esteja longe de ser constante.
em que P é um ponto amostral qualquer em . De fato, pelo TVM para integrais, é pos-
sível escolher P de tal maneira que (11) valha com igualdade. Se for pequeno, então f é
quase constante em e (11) vale como uma boa aproximação para todo .
Se o domínio não for pequeno, podemos particioná-lo em N subdomínios menores
e escolher pontos amostrais em . Pela aditividade,

e, assim, obtemos a aproximação

Observe que a Equação (12) é uma generalização da aproximação por soma de Riemann.
No caso de somas de Riemann, os são retângulos de área .

■ EXEMPLO 8 Dê uma estimativa de para o domínio da Figura 15,


P2

D1 D2 usando as áreas e os valores funcionais dados ali e na tabela seguinte.


P4
P3
P1 D4
Solução
D3

FIGURA 15

16.2 RESUMO
• Seja um domínio cuja fronteira seja uma curva fechada simples que é lisa ou tem um
número finito de bicos. Para definir a integral de f (x, y) em , escolhemos um retângulo
contendo e definimos

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da
Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula 4.2
_4.2_ Dica do professor
Acompanhe, no vídeo a seguir, uma síntese dos conceitos desta Unidade de Aprendizagem, o que
pode ajudar na resolução dos exercícios, já que aborda alguns exemplos do cálculo de forma
detalhada.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/09765791e191
49bbd62a95fc1a959269

6 min

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_4.2_ Exercícios
Calcule as somas de Riemann para f(x,y) = x - y e o domínio D da figura abaixo, escolhendo
1) os pontos como pontos amostrais e marque a alternativa que contém a aproximação da
integral de f em D.

A) -3.

B) 3.

C) 1.

D) -2.

E) -4.

elm = reprodução do ex 1 do Rogawski (cap 16.2), mas impreciso, não especifica ponto cheios ou vazios (vou
marcar cheios, pois chamam mais a atenção...
Ver Fim do Conteúdo do Livro, fiz esse exercício lá.

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ex. 1_Aula 4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais
Pleito: Anular exercício.
Justificativa:
_Enunciado dúbio. A figura traz dois tipos de pontos. Se pegarmos pontos cheios, resulta opção A ; se pergarmos pontos vazios, resulta
opção E.
Obs.1: Cópia mal adaptada de exercício do Rogawski, cap 16.2. Deveriam ter especificado os pontos no enunciado ou apagar os
desnecessários da figura.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será encaminhado
ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem da figura do exercício:

1 Gab A
2) As integrais múltiplas são utilizadas para calcular muitas quantidades importantes, tais como
volumes, áreas de superfície, centros de massa, entre outros. Suponha que uma lâmina na
forma da região delimitada por y = x-1 e y = 0 ao longo de 1 ≤ x ≤ 4 tem densidade de massa
ρ (x,y) = y/x. Marque a alternativa que contem a massa total da lâmina.

A) -1/64.

B) -15/64.

C) 15/64.

D) 1/4.

E) 15/4.

2 Gab C

A figura a seguir ilustra a região:

Assim, a integral pedida é:


Seja D o domínio definido por 0 ≤ x ≤ 1, x2 ≤ y ≤ 4 – x2. Marque a alternativa que contém o
3)
resultado da integral .

A) 40/3.

B) -20/3.

C) 10/3.

D) 20/3.

E) -4/3.

3 Gab D
A figura a seguir ilustra a região:

Assim, a integral pedida é:


Em alguns cálculos envolvendo integrais duplas, é necessário esboçar o domínio D e trocar a
4) ordem de integração para que tenhamos uma integral iterada que sabemos calcular.

Considere a integral

, troque a ordem de integração e marque a alternativa que contém o valor da integral.

A)

B)

C)

D) e-1

E)

4 Gab E

A figura a seguir ilustra a região:

Assim, a integral pedida é:


Considere a região D representada na figura abaixo.
5)

Marque a alternativa que contém o valor da integral dupla na região D


dada na figura.

A) cos(1) + cos(2).

B) cos(1) – cos(2).

C) – cos(1) – cos(2).

D) sen(1) – sen(2).

E) – cos(2).

5 Gab B
Vamos definir D como um domínio
horizontalmente simples:

Assim, a integral pedida é:


_4.2_ Na prática

O cálculo das áreas sempre foi um problema presente na matemática. No entanto, figuras
irregulares exigem cálculos mais complexos para determinar suas áreas. Assim, o método mais
indicado é o das integrais duplas em regiões mais gerais.
_4.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Me Salva! ITD03 - Integral Dupla - Regiões não retangulares


exemplo 1.
https://youtu.be/SuvnRBajSTc

exenokis
10 min

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Responde Aí || Cálculo - Integrais Duplas sobre Regiões


Gerais.
https://youtu.be/fCuu76nwFXs

exemplo
6 min

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Cálculo – volume 2.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Teorema de Fubini
_C.1_
Apresentação

Nesta unidade, será feito estudo do Teorema de Fubini, que define a igualdade entre a integral
dupla e a integral iterada em qualquer ordem.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Expressar a integral dupla como uma integral iterada.


• Resolver a integral iterada em qualquer ordem.
• Determinar o volume de um sólido por meio da integral dupla.
_C.1_ Desafio

O momento de inércia de um corpo qualquer é a expressão do grau de dificuldade de alterar o


estado do seu movimento quando está em rotação.
Ao se lidar com objetos que rotacionem em torno de um eixo, possivelmente será necessário calcular o seu
momento de inércia.
Sendo assim, em determinado momento, pode surgir a seguinte questão:
Expresse o momento de inércia, relativo ao eixo x, do seguinte sólido:

Com densidade de massa f(x,y,z) = x em termos de integrais iteradas das seguintes formas:

elm = Momento de inércia em relação a x: integral tripla em S de [(y^2+z^2)*x*dV]. Com dV=dxdydz (A) ou
dzdydx (B) - aplicação do Teorema de Fubini.
Padrão de resposta esperado - ver "limpo" na próx pág.

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C


(2023.ABR)
Desafio_Aula C.1 Teorema de Fubini
Pleito: Corrigir, Organizar o Padrão de Resposta.
Incluir esboço de gráfico domínio 3D e definição do
Momento de Inércia.
Justifcativa
_Padrão de Resposta confuso, desorganizado e,
provavelmente, errado.
Obs.1: Ver imagem abaixo apontando erros,
confusões.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a
resposta confirme ou não esses erros apontados
(não responda apenas "será encaminhado ao setor
responsável", por não contribuir para o aprendizado
ora em andamento).
imagem do Padrão de Resposta Confuso:
Padrão de resposta esperado

Há uma simetria cilíndrica em torno do eixo x. Considerando

p = √y 2 + z 2

como a distância ao eixo x, o conjunto pode ser definido na dependência de p.


Assim, o momento de inércia é dado por:

0 ≤ y ≤ √ 1 − z ;0 ≤ x ≤ √ y + z
2 2 2

A) Assim, para

∭ dxdydz

:
2 2 2 2
y ≥ 0;z ≥ 0;√ y + z ≥ x;y + z ≤ 1

Fixando x perpendicular ao eixo x e


2 2
y ≥ 0;z ≥ 0;√ y 2 + z 2 ≥ x;y + z ≤ 1

B) Assim, para

∭ dzdydx

√ 1−y 2 √ 1−y 2
1 x 1

2 2 2 2
l = ∫ (∫ ∫ x(y + z )dzdy + ∫ ∫ x(y + x )dzdy)dx

0 0 2 2 0 0
0√ x −y

Fixando x obtemos o corte de S perpendicular ao eixo Ox, descrito pelas inequações

2 2
y ≥ 0;z ≥ 0;√ y 2 + z 2 ≥ x;y + x ≤ 1

Portanto:

1 x √ 1−y 2 1 √ 1−y 2

2 2 2 2
I = ∫ (∫ ∫ x(y + z )dzdy + ∫ ∫ x(y + z )dzdy)dx

0 0 x 0
√ a 1 −y 2
_C.1_ Infográfico

Pelo Teorema de Fubini, a integral dupla de uma função contínua ƒ(x,y) em um retângulo ℜ = [a,
b] x [c,d] pode ser calculada como uma integral iterada em qualquer ordem.
_C.1_ Conteúdo do livro

No trecho indicado do livro, encontram-se a demonstração do Teorema de Fubini e algumas de


suas aplicações no Cálculo.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

elm = páginas 861 a 864 do Rogawaki, vol. 2.

elm = ver pdf LivrPt_Math_Calculo_2_Rogawski_2009_624p_elm cap 16


copiado índice na próx pág.

______________________________________________________________

R721c Rogawski, Jon.


Cálculo [recurso eletrônico] / Jon Rogawski ; tradução Claus
Ivo Doering. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2009.

Editado também como livro impresso em 2009.


ISBN 978-85-7780-411-5

1. Cálculo. 2. Matemática. I. Título.


CDU 517
_____________________________________________________________
Catalogação na publicação: Renata de Souza Borges CRB-10/Prov-021/08
_C.1_ Dica do professor

No vídeo a seguir, há um passo a passo para aplicar o Teorema de Fubini, seguido por um exemplo
de como resolver uma integral dupla iterada.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/8aae16d8764
f0dc751eced986649afd0

5 min

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_C.1_ Exercícios

1) Encontre o volume da região delimitada superiormente pelo paraboloide elíptico z = 10 + x2


+ 3y2 e inferiormente pelo retângulo
R=[0,1]x[0,2].

A) 74/3

B) 46

C) 86/3

D) 40/3

E) 30

1 Gab C
O volume V do sólido solicitado é calculado por

2 2
∬ (10 + x + 3y )dA

onde em R temos que x varia de 0 a 1 e y varia de 0 a 2. Assim, pelo Teorema de Fubini:


2 1 2
3
x 2 1 2
= ∫ (10x + + 3y x] dy = ∫ (10 + + 3y )dy
3 3
0
0 0

2
2
31 2 31 3 62 86
= ∫ ( + 3y )dy = ( y + y ] = + 8 =
3 3 0 3 3
0

Também pelo Teorema de Fubini, como o domínio é um retângulo no plano cartesiano, com lados paralelos aos eixos
coordenados, então

1 2
2 2 2 2
∬ (10 + x + 3y )dA = ∫ ∫ (10 + x + 3y )dydx
R 0 0

2 1
2 2 86
= ∫ ∫ (10 + x + 3y )dxdy =
3
0 0
2) Calcule a integral dupla de z = 6y2 - 2x sobre a região R dada pelo conjunto dos pares
ordenados (x,y) tais que 0 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ 2.

A) 14

B) 0

C) 40

D) 52

E) -14

2 Gab A

Pelo Teorema de Fubini, temos que:

1 2 1
2 2 3 2
∬ (6y − 2x)dA = ∫ ∫ (6y − 2x)dydx = ∫ (2y − 2xy) ∣ dx
0
R 0 0 0

1
2 1
= ∫ (16 − 4x)dx = (16x − 2x ) ∣ = 16 − 2 = 14
0
0

Também pelo Teorema de Fubini, como o domínio é um retângulo no plano cartesiano, com lados paralelos aos eixos
coordenados, então

2 1
2 2
∬ (6y − 2x)dA = ∫ ∫ (6y − 2x)dxdy
R 0 0

1 2
2
= ∫ ∫ (6y − 2x)dydx = 14
0 0
3) Calcule a integral dupla de z = 100 - 6x2y, no retângulo R=[0,2]x[-1,1] .

A) 392

B) 1173

C) 400

D) 352

E) -392

3 Gab C

Pelo Teorema de Fubini, temos que:

1 2 1
2 2 3 2
∬ (100 − 6x y)dA = ∫ ∫ (100 − 6x y)dxdy = ∫ (100x − 2x y) ∣ dy
0
R −1 0 −1

1
2 1
= ∫ (200 − 16y)dy = (200y − 8y ) ∣ −1 = 200 − 8 − (−200 − 8) = 400
−1

Também pelo Teorema de Fubini, como o domínio é um retângulo no plano cartesiano, com lados paralelos aos eixos
coordenados, então

2 1
2 2
∬ (100 − 6x y)dA = ∫ ∫ (100 − 6x y)dydx
R 0 −1

1 2
2
= ∫ ∫ (100 − 6x y)dxdy = 400
−1 0
4) Encontre o volume da região delimitada pela função z = x2 + y2 e por R=[-1,1]x[-1,1].

A) 0

B) 8

C) 4/3

D) 1

E) 8/3

4 Gab E
Segundo o Teorema de Fubini, o volume V dessa região pode ser calculado pela integral dupla:
1 1 1 y=1
3
2 2 2 2 2 y
V = ∬ (x + y )dA = ∫ ∫ (x + y )dydx = ∫ (x y + ] dx
3
y=−1
R −1 −1 −1

1 x=1
3
2 2 x 2 2 2 2 2 8
= ∫ (2x + )dx = (2 + x] = + − (− − ) =
3 3 3 3 3 3 3 3
x=−1
−1

Observe que, como o domínio é um retângulo no plano cartesiano, com lados paralelos aos eixos coordenados, então

1 1 1 1

2 2 2 2 2 2
8
∬ (x + y )dA = ∫ ∫ (x + y )dydx ∫ ∫ (x + y )dxdy =
3
R −1 −1 −1 −1
5) Encontre o volume da região delimitada por z = 2 – x – y e pelo retângulo dado pelo conjunto
dos pares ordenados (x,y) tais que 0 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ 1.

A) -1

B) 0

C) 1/2

D) 3/2

E) 1

5 Gab E

Sabendo que volumes podem ser calculados usando a definição do Teorema de Fubini:

1 1 1 x=1
2
x
∬ (2 − x − y)dA = ∫ ∫ (2 − x − y)dxdy = ∫ (2x − − yx] dy
2
x=0
R 0 0 0

1 y=1
2
3 3 y 3 1
= ∫ ( − y)dx = ( y − ] = − = 1
2 2 2 2 2
y=0
0

Observe que, como o domínio é um retângulo no plano cartesiano, com lados paralelos aos eixos coordenados, então

1 1 1 1

∬ (2 − x − y)dA = ∫ ∫ (2 − x − y)dydx = ∫ ∫ (2 − x − y)dxdy = 1

R 0 0 0 0
_C.1_ Na prática

Vivemos nosso cotidiano rodeados por fenômenos aleatórios e tomamos decisões a todo
momento baseados em probabilidades, ou seja, supomos algo e resolvemos alguma coisa
baseados em algum critério.

Todos temos que decidir que roupa usar ou qual é o melhor roteiro para se chegar a algum destino.
Para resolver o que vamos fazer, usamos algum critério, quanto à roupa, podemos resolver qual
vestir com base em alguma previsão meteorológica ou em algum encontro ou reunião que
acontecerá durante o dia. A rota a ser feita pela cidade pode ser definida com base em informações
sobre como está o trânsito, visto que muitas estações de rádio fornecem dados sobre o tráfego
regularmente durante todo o dia.

No mundo dos negócios, é preciso usar informações menos empíricas.

Várias técnicas foram desenvolvidas a partir da teoria das probabilidades, que é um dos fundamentos da ciência
denominada estatística.
A distribuição normal, um dos conceitos fundamentais dessa ciência, é uma curva que
fornece os parâmetros para a criação de intervalos de confiança e testes de hipóteses, fornecendo mais
segurança na análise de informações vindas de amostras.

Os parâmetros fornecidos por essas curvas são determinados pela manipulação de integrais por meio do
Teorema de Fubini.
_C.1_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Teorema de Fubini e integrais iterados


https://youtu.be/i_IGyIROurY

14 min Copyright © 2013, Ana Moura Santos


& IEEE Academic Portugal

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Cálculo - Volume 1 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Formula integral de cauchy


_C.2_ Apresentação
A Fórmula de Cauchy, que recebeu esse nome em homenagem a Augustin Louis Cauchy, é um
importante teorema para a análise complexa. De acordo com a fórmula, uma função holomorfa,
definida em uma curva simples fechada C, é completamente determinada por seus valores na
fronteira dessa curva. Desse modo, é possível determinar a integral da curva sendo desconsiderada
sua singularidade.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer detalhadamente a Fórmula Integral de Cauchy
e suas características.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Definir a Integral de Cauchy a partir da fórmula comumente utilizada no cálculo.

• Resolver integrais envolvendo variáveis complexas a partir da Fórmula de Cauchy.

• Utilizar a Fórmula Integral de Cauchy em situações aplicadas.


_C.2_ Desafio

Um contorno ou curva não é necessariamente circular; na verdade, esse contorno pode assumir
diversas formas, inclusive poligonal. Justamente por esse motivo, sua aplicação na indústria pode
ser das mais diversas.

Veja a situação a seguir:

VOCÊ TRABALHA EM UMA INDÚSTRIA E SE VÊ EM UMA SITUAÇÃO EM QUE SERÁ NECESSÁRIO ANALISAR
A CURVA Q;
na verdade, o contorno de um quadrado, com vértices nas coordenadas

que tem como função

Sendo f analítica no interior de Q, e existindo


pontos de singularidade interior. Você, como
responsável pelos cálculos da indústria, determine a
integral de ƒ pela Fórmula de Cauchy em relação ao
contorno Q.

elm = (– π / 5 * i)
Padrão de Resposta
U lizando a Fórmula de Cauchy:

f (z)
∮ Q} = 2πi. f (z0)
{ z − z0

As singularidades de z que fazem o denominador ser igual a zero, são:

2
2z + 3z − 2 = 0

1 3 5
z = (−3 ± √ 9 − 4.2. (−2)) = − ±
4 4 4

1 −2
Portanto, as raízes de z são e :
2
z − 1
∮ dz
1
Q 2 (z − )(z + 2)
2

Agora observe onde ficam as singularidades:

Como somente 2 pertence ao interior do contorno Q, então, temos a integral de Cauchy,

z − 1 z − 1 1
∮ dz = ∮ . dz
2(z+2) 1
Q Q
2(z + 2) (z − )
1 2
(z− )
2

.
Onde
z − 1
f (z) =
2(z + 2)

1
1 − 1
2
= 2πi. f ( ) = 2πi.
1
2 2( + 2)
2

πi
= −
5
_C.2_ Infográfico

O primeiro avanço na matemática moderna produzido por Cauchy foi a introdução, a rigor, na
análise matemática. O segundo foi no lado oposto – o combinatorial. Partindo do ponto central do
método de Langrange, na teoria das equações, Cauchy tornou-a abstrata e começou a sistemática
criação da teoria dos grupos. Não se interessando pela eventual aplicação do que criava, ele
desenvolveu para si mesmo um sistema abstrato. Antes dele, poucos buscaram descobertas
proveitosas na simples manipulação da álgebra.

Cauchy também foi um dos fundadores da teoria de grupos finitos. Em análise infinitesimal, criou a
noção moderna de continuidade para as funções de variável real ou complexa. Mostrou a
importância da convergência das séries inteiras, às quais seu nome está ligado. Definiu
precisamente as noções de limite e integral definida, transformando-as em notável instrumento
para o estudo das funções complexas. Sua abordagem da teoria das equações diferenciadas é
inovadora, demonstrando a existência de unicidade das soluções quando definidas as condições de
contorno. Exerceu grande influência sobre a física, ao ser o primeiro a formular as bases
matemáticas das propriedades do éter, o fluido hipotético que serviria como meio de propagação
da luz.

Veja, no Infográfico a seguir, a definição dos itens da equação:

QUEM FOI CAUCHY?


Augustin-Louis Cauchy (Paris, 21 de agosto de 1789 - Paris, 23 de maio
de 1857) foi um matemático francês.

ITENS DA EQUAÇÃO

Seja Ω um conjunto simplesmente conexo, γ um contorno contido em Ω orientado no sentido anti-horário.


Se ƒ é uma função analítica em γ (?) então

para todo z0 contido no interior de γ .

Dada a função ƒ , sendo z0 uma singularidade complexa de uma função analítica com contorno γ , a integral
do contorno será dada por

Sendo f analítica, então suas derivadas de todas as ordens, nesse ponto, também serão analíticas.

Desse fato decorre uma forma mais feral para a Fórmula


de Cauchy, baseada na derivada n-ésima de f .
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
Infográfico_Aula C.2 Formula integral de cauchy
Pleito:
p1) Colocar a segunda fórmula que aparece na forma apresenta o cálculo da integral.
p2) Incluir ilustração com esboço de gráfico com contorno e singularidade relacionados à fórmula Integral de Cauchy.
Justificativa:
_A segunda fórmula está repetindo a primeira (a equação é a mesma, mas a apresentação deveria ser diferente) - imagem abaixo.
_A inclusão de gráfico do contorno ajudaria bastante o entendimento das fórmulas e justificaria o título "InfoGRÁFICO" desta parte da
aula.
Obs.: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
Imagem da repetição de fórmula:
_C.2_ Conteúdo do livro

A Fórmula Integral de Cauchy é uma poderosa ferramenta do cálculo, sobretudo quando tratamos
de variáveis complexas. Em um contorno que contenha uma singularidade contida nesse mesmo
contorno, será possível por meio da Integral de Cauchy a análise dessa integral de forma simples,
porém não trivial.

Para aprofundar seu conhecimetno, leia o capítulo Fórmula Integral de Cauchy, do livro Variáveis
Complexas, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem. Bons estudos.
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
Conteúdo do Livro – Aula C.2 Formula integral de Cauchy
Pleito: Substituir o Conteúdo do Livro (ou revisão detalhada e corrigir erros no Conteúdo do Livro).
Justificativa:
- Pág. 74 - Erro na frase após fórmula para derivadas: consta "ponto a" (deveria ser "ponto z0").
- Pág. 74 - Último parágrafo: consta "n=1" (deveria ser "n=0").
- Pág. 74- Última fórmula da página não faz sentido, pois variáveis não foram explicadas antes (provavelmente erro
ao copiar de outra fonte).
- Pág. 75 - O "Exemplo" não é um exemplo, trata da demonstração da Fórmula (deveria ser parte do texto principal).
- Pág. 75 - Integrais no fim da página: faltando os integrandos das integrais.
- Pág. 76 - Explicar o que é / de onde vem o "majorante M" que aparece "do nada" durante a demonstração.
- Pág. 76 - Explicar como ocorre a conclusão após o "Portanto," no fim da página (o que foi feito com o f(a)
encontrado).
- Pág. 78 - Explicar de onde veio a integral com integrando "zbarra", conjugado de z (acho que deve ser um
exemplo, mas apareceu sem explicar nada).
- Pág. 78 - Meio da página: explicar a frase "que é a integral procurada" (não fica claro qual a integral...).
- Pág. 78- Do meio da pág. para baixo, apresenta outra forma de calcular, mas que é igual a primeira forma
apresentada (deletar ou colocar outra forma).
- Pág. 79- No início da pág., apresenta a conclusão que "independentemente o caminho, sendo Z...", que não pode
ser justificada com o exemplo acima (só apresentou cálculo de um caminho!). Isto poderia ser eliminado, pois acho
o tema aqui é a fórmula Int. Cauchy.
- Pág. 79- Identificar a curva "gama" na figura.
- Pág. 80 - Fórmulas iniciais da Integral após "Para 1/2" e "Para 3" erradas (confunde, pois os cálculos que seguem
após isso estão ok).
- Pág. 80 - Explicar melhor de onde vem a soma das integrais após "Assim, temos que:"
Obs.1: Acho que os livros capa laranja da Sagah deveriam ser evitados, geralmente o conteúdo é um apanhado de
transcrições de livros melhores, porém, infelizmente, com qualidade pior (provavelmente publicados com pouca ou
sem revisão).
Obs.2: Sugestão para substituição do Conteúdo do livro: "Variável Complexa - Carreira, M. A. C e de Nápoles, M. S.
M - Universidade de Lisboa - 2016", disponível em https://ciencias.ulisboa.pt/sites/default/files/fcul/dep/dm/
VComplexa%20NET%201.pdf
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (com explicação em
caso de não confirmação).
SUMÁRIO
Unidade 1

Tensão natural da teoria das funções reais .............................................. 11


TiagoLoyo
Definições e propriedades básicas
dos números complexos .................................... ···························································· .................... 12
Funções de uma variável complexa ...................................................................................................... 14
Importância das variáveis complexas,
limites e continuidade............................................................................................................................... 16

Álgebra e geometria dos números complexos ......................................21


TiagoLoyo
Álgebra dos números complexos........................................................................................................... 21
OrPrriçõpç rom ni'1mProç romrlPxoç .....................................................................................................//
Geometria dos números complexos ....................................................................................................25

Unidade2

Derivação e integração complexa ..............................................................33


Tiago Loyo
Derivada de funções complexas ............................. . .... 33
Integral de funções complexas ............................................................................. ...........36
Derivadas e integrais de funções
de variáveis complexas ...................... ...................................................................... .................................39

Funções analíticas .............................................................................................47


Cristiane da Silva
Definição .....................................................................................................................................................................47
Propriedades ................................................................ .......................49
Funções analíticas e variáveis complexas ........... ....................... 53

Estudo dia série de Lau rent ............................................................................59


TiagoLoyo
Séries de potências....................... ................................................ ................................................59
Séries de Laurent ................................ ............................ .........62
Séries de Laurent de funções analít icas .. .........65
Pontos singulares e resíduos ......... .............67

Unidade3

Fórmula integral de Cauchy .......................................................................... 73


TiagoLoyo
Integral de Cauchy... .. ....................... . ................73
Integral de Cauchy e números complexos................................ ..................... .........77
Integral de Cauchy em situações aplicadas .......................... .............................................................81

Resíduos e polos ............................................................................................... 83


TiagoLoyo
Singularidades e resíduos......................... ........................................83
Polos.......................................................... .......................... ..............87
Resíduos em integrais complexas ..............................................................................................90

Unidade4

O teorema dos resíduos ................................................................................. 95


TiagoLoyo
Teorema dos resíduos de Cauchy ...................... ........................................................................95
Cálculo de integrais pelo teorema do resíduo ...... ..................98
Teoria dos resíduos na matemática aplicada........ ................. 101

Aplicações conformes ................................................................................... 105


Cristiane da Silva
Definição........................................................................... ....................................... 105
Transformações conformes... .................................. 108
Problemas aplicados .........................................................................................................................................11 8
UNIDADE 3
Fórmula integral de Cauchy
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir a integral de Cauchy a partir da fórmula comumente utilizada


no cálculo.
 Resolver integrais envolvendo variáveis complexas a partir da fórmula
de Cauchy.
 Utilizar a fórmula integral de Cauchy em situações aplicadas.

Introdução
Neste capítulo, vamos abordar a fórmula da integral de Cauchy, que
recebe esse nome em homenagem a Augustin Louis Cauchy. A fórmula
de Cauchy é um importante teorema para a análise complexa. A fórmula
f holomorfa =
nos diz que uma função holomorfa, definida em uma curva simples f analítica
fechada C, é completamente determinada pelos seus valores na fronteira
dessa curva. Dessa forma, será possível determinar a integral da curva
desconsiderando a sua singularidade.

Integral de Cauchy
Seja uma função f, analítica em um conjunto aberto , em cada ponto de
G dessa função, existe uma expansão em série de potências.
Da definição de conjunto conexo, temos que um conjunto Ω é conexo se
não pode ser dividido em dois subconjuntos fechados simples em que não haja
pontos em comum entre eles. Ou seja, um espaço é conexo se, para percorrer
os intervalos entre dois pontos quaisquer, não for preciso sair do espaço
delimitado pelo conjunto.
74 Fórmula integral de Cauchy

Teorema de Cauchy
Sejam Ω um conjunto simplesmente conexo, um contorno contido em Ω
orientado no sentido anti-horário. Se f é uma função analítica, então:

elm = Fórmula
Integral de Cauchy

para todo contido no interior de .


A integral acima também é comumente representada com o símbolo da
integral de linha , já que a integral é em um percurso circular:

Porém, esse diferencial é apenas estético e gráfico, não prejudicando nosso


desenvolvimento.
Uma generalização para a integral de Cauchy, sendo a função analítica, é:

onde n é a derivada n-ésima no ponto a.


Essa fórmula é denominada integral de Cauchy generalizada, que afirma
que uma função é analítica em um ponto, então as suas derivadas de todas as
ordens existem nesse ponto, além de serem analíticas nesse ponto.
Observe que a integral generalizada para n = 1 nos dá a fórmula da integral
de Cauchy inicial. Decorre o teorema da integral de Cauchy:
Fórmula integral de Cauchy 75

elm = não é exemplo, é demonstração mal feita da fórmula!!

Vamos supor uma função f holomorfa (o mesmo que analítica), dentro de um caminho
regular .

sendo um caminho simples que faz uma volta em torno do ponto a no sentido
anti-horário.
Vamos calcular . Como f(z) está dividido por z − a, temos que a é
uma singularidade de f; nesse caso, existe uma série de potência de a delimitada:

Se percorrido o caminho por e usarmos o conceito de “ponte” para o contorno de


a, teremos que os caminhos e se anulam, já que estão em sentidos contrários.
Na prática, essa “ponte” ocorre no mesmo ponto da curva.

O resultado pode ser mostrado pelo integral de fora, menos o integral de dentro:

quando não houver singularidade na área hachurada, sendo R o raio da circunferência


que circunscreve a.
76 Fórmula integral de Cauchy

Mas, se , então e .
Vamos fazer uma substituição de variável com :

Quando w tende a zero, tende à derivada da função. Mas,


sendo a função holomorfa, conforme mencionado no início da demonstração, o seu
módulo é menor ou igual ao produto do majorante M dividido pelo módulo de 2Π e
pelo comprimento da curva de raio R.

Como R é o raio da circunferência que envolve a singularidade, ela está contida na


função f, então a desigualdade é válida, em especial quando R tende a zero. Nesse caso,
o módulo vai para zero. Sendo o módulo majorado por zero, temos que:

Nos restando apenas:

Faremos , então:

Portanto,
Fórmula integral de Cauchy 77

Existem diversas demonstrações para a integral de Cauchy. Algumas simples, outras


elegantes, e algumas que acabam precisando do uso de várias ferramentas de cálculo.
É bom conhecer alguns destes caminhos.

Demonstração da integral de Cauchy de forma geométrica (IEEEACADEMIC, 2014a):


https://goo.gl/mDZauA https://youtu.be/9pMv4eO9eK0 16min

Uma demonstração simples da Fórmula Integral de Cauchy (PAULA, 2014):


https://goo.gl/NTQKXU

https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/EABA-9MFJ8G/1/monografia_hellen.pdf

Integral de Cauchy e números complexos


Diferentemente de integrais no plano real, em que o comportamento é previsí-
vel, o plano complexo pode apresentar diferentes integrais para determinadas
situações, como, por exemplo, percorrer o caminho entre dois pontos:

Figura 1. Caminho entre dois pontos.

Para forçarmos que o caminho percorrido entre i e 1 seja o caminho em


cinza, faremos , com parte real x = t e parte
imaginária y = 1 − t
78 Fórmula integral de Cauchy

Para a integral do caminho, dZ = dx + idy, então:

Como e , com 0 < t < 1, temos que:

Que tem como primitiva:

que é a integral procurada.


Outra forma de calcular a mesma integral é a seguinte.
Sendo Z = t + i – it, então e dZ = (1 – i) dt.
Portanto,
Fórmula integral de Cauchy 79

Nos importa perceber, do exemplo acima, que, independentemente do


caminho, sendo Z um número complexo,

será dado por , não importando o caminho.

Determinar

para o mesmo segmento de i até 1.


Solução:
Temos, como primitiva:

Agora vejamos um exemplo com duas singularidades.

Determinar

ou seja, uma integral com singularidades em e 3.


80 Fórmula integral de Cauchy

Vamos usar a soma dos integrais de Cauchy para as duas singularidades, de forma que:
Para ½

Por Cauchy, temos:

Para 3:

Por Cauchy, temos:

Como ,

Assim, temos que:


(Carreira, Univ Lisboa, ed2, p126) – Integral de uma função holomorfa (analítica) ao longo de uma
curva simples fechada, seccionalmente regular, é igual ao seu integral ao longo de uma
circunferência conveniente!!
p.127 – Teorema de Cauchy para domínios multiplamente conexos: É nula a integral de f holomorfa
(analítica) ao longo de G (G sendo um Bordo Orientado) no domínio multiplamente conexo limitado
por G (integral de f(z) dz ao longo de G =0).
p.128 – Se as curvas que formam o bordo G forem todas orientadas com sentido directo (=positivo,
anti-horário), a integral de f(z)dz ao longo da curva fechada "mais externa" (a que engloba as outras)
= soma da integral de f(z)dz de todas as curvas fechadas "dentro da externa".
p.112 – Curva de Jordan = uma curva simples fechada orientada no sentido positivo (directo, anti-
horário)
Fórmula integral de Cauchy 81

Integral de Cauchy em situações aplicadas


As integrais de Cauchy têm diversas aplicações práticas. Entretanto, o processo
de integração é passo necessário ao teorema do resíduo. Contudo, somente
com a fórmula integral de Cauchy já é possível deduzir as suas diversas apli-
cações práticas e industriais para determinar, por exemplo, a área de contornos
definidos por funções que contenham uma singularidade interna.
Ao longo deste capítulo, vimos vários exemplos que poderiam ser traduzidos
para esse tipo de situação.

Acesse o link abaixo ou o código ao lado para ver uma


demonstração da fórmula de Cauchy
(IEEEACADEMIC, 2014b):

https://goo.gl/uAJ2Fd

https://youtu.be/vemIyEyAFYg 6min

1. Qual é o valor de , 2. Qual é o valor de ,


onde ? onde ?

a) . a) .

b) . b) .

c) 0. c) 0.
d) 2. d) 2.
e) . e) .
82 Fórmula integral de Cauchy

3. Dado um contorno fechado a) .


, qual é o b) .
valor de ? c) .

a) . d) .

b) . e) .
c) . 5. Seja um contorno que envolve
a origem. A integral
d) . tendo e é:
a) 0.
e) . b) 1.
c) 2.
4. Dada um contorno fechado d) .
, qual é o e) .
valor de ?

IEEEACADEMIC PORTUGAL. A fórmula de Cauchy (demonstração). YouTube, 2014b. Dispo-


nível em: <https://www.youtube.com/watch?v=vemIyEyAFYg>. Acesso em: 20 fev. 2018.
IEEEACADEMIC PORTUGAL. O teorema de Cauchy. YouTube, 2014a. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=9pMv4eO9eK0>. Acesso em: 20 fev. 2018.
PAULA, H. L. Uma demonstração simples da Fórmula Integral de Cauchy. 2014. 29 f. Monografia
(Especialização em Matemática) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,
2014. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/han-
dle/1843/EABA-9MFJ8G/monografia_hellen.pdf?sequence=1>. Acesso em: 20 fev. 2018.

Leituras recomendadas
JESUS, D. V. Aplicações do Teorema do Resíduo. 2007. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Matemática) — Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2007. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/96550/
Daynitti.pdf?sequence=1>. Acesso em: 20 fev. 2018.
SASSE, F. D. Fórmula Integral de Cauchy: exemplo. YouTube, 2012. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=AmYVez8r8I4>. Acesso em: 20 fev. 2018.
WEISSTEIN, E. W. Cauchy Integral Formula. Wolfram MathWorld, 2018. Disponível em:
<http://mathworld.wolfram.com/CauchyIntegralFormula.html>. Acesso em: 20 fev. 2018.
ZANI, S. L. Funções de uma variável complexa. São Paulo: USP, 2018. Disponível em:
<http://conteudo.icmc.usp.br/pessoas/szani/complexa.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2018.

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na


Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula C.2
https://youtu.be/nqOLoVvncjM?list=PL3D7ZDTm3dQDSzRAQgSUzRHPF6V-VRZRw

50 vídeos cálc variáveis complexas – EXCERTOS


AULA 7 - PARTE 2-
FÓRMULA INTEGRAL DE
CAUCHY

elm = com Form Integral Cauchy -


note que f(z) é analítica ao longo e
dentro de C (a singularidade –2^½
está fora de C, não entra na
análise desta integral, por isso, dá
para usar a Form Integral Cauchy).

De teorema já estudado: aqui, nesta 1a A integral desta 2a. parcela, basta parametrizar e
parcela, a função integrando é analítica ao calcular, não é difícil, já foi feita antes resulta 2πi
longo e dentro de C e como C é um caminho
fechado simples, o resultado é zero!

em b), C contém 2 singularidades, para poder


aplicar form int Cauchy, escolhe-se dois
caminhos fechados C1 e C2, cada um contendo
apenas uma singularidade e a integral inicial é
obtida pela soma. C1 foi feita em a) e aqui feito
para C2, a soma resultou zero.

note que o integrando é o mesmo g(z), mas


separou-se de forma que se possa escoher f(z)
que seja analítica ao longo e dentro de C2, para
poder aplicar a fórmula Integral de Cauchy,
sendo muito mais simples que integrar via
parametrização de C2...
Caminho de integração C é circuferência de raio 3, orientada
positivamente (anti-horário).

note que o integrando tem 3 singularidades todas dentro de C ‼

Procedimento:
em torno de cada singularidade,
escolher caminho fechado simples,
no caso, foi ilustrado com três
circunferências C1 (raio ½), C2 (raio
1) e C3 (raio 1), toda orient posit.
(note foi só para ilustrar o caminho
não é usado para aplicar a fórmula
Int Cauchy).
Então, aplicar a form int cauchy p/
cada singularidade (agora isso é
possível pois f1 é analítica em C1, f2,
em C2, e f3, em C3).
Somar p/ obter o resultado da
integral inicial g(z).

AULA 7 - PARTE 3 - EXTENSÃO


DA FÓRMULA INTEGRAL DE
CAUCHY PARA DERIVADAS.

fórmula para n=0 é a original ...

é útil para caso com singularidade com


multiplicidade n+1 (expoente do
denominador), com as derivadas da
parte analítica, holomorfa do
integrando (o numerador)

exemplo: notamos que o 0 (zero) é


singularidade de multiplidade 4
(expoente do denominador). Calcula até
a 3a. derivada de f(z), com n=3 e aplica-
se a fórm p int de cauchy p derivadas.

C é a circuferência com centro em (0,i)


e raio 2.

g tem singularidades em +2i e –2i. Mas


somente +2i está dentro da região C.

Em a), a singularidade tem


multiplicidade 1 e dá para resolver
aplicando a form Int Cauchy original.

Em b), +2i é singularidade com


multiplicidade 2, a solução usa a form
int cauchy para primeira derivada
(n=1), separando adequadamente no
numerador do integrando a função
analítica f(z).
Aula 3 - Parte 1 - Funções analíticas

Alguns autores usam holomorfa para


esta definição e analítica para fç que
possa tenha expansão em série de
Taylor ao redor de z0. Aqui adota
analítica, seguindo livro do Churchill.
Nota: toda fç que tenha expansão
em série de Taylor em torno de z0,
atende esta definição, logo, nada
atrapalha, são definições
equivalentes.

analítica em todo o conjunto dos


Complexos C menos onde o
polinômio Q(z) se anula ‼
Satisfazem condições
de Cauchy-Riemann: boa maneira de encontrar funções
harmônicas: basta olhar para as
funções coordenadas de uma
função analítica.

a) Exemplo (basta verificar que


uxx+vyy=0

b) para encontrar cojugado


harmônico. v ser harmônico de u,
NÂO implica que u seja
harmônico de v!

c1) exemplo: Encontrar o conjugado


harmônico de u.
Calcula as derivadas para verificar
uxx+vyy=0, logo u é harmônica.

c2) Para encontrar o conjugado


harm de u, aplica cond cauchy-
riemann de v e integra.

c3) com phi(x) encontrado, v é


conhecido e obtém-se uma função
analítica f(z)= u(x,y)+i.v(x,y), tem
coordenadas u e v harmônicas em
D de R2.
_C.2_ Dica do professor
Na Dica do Professor, você irá conhecer uma das variações da Integral de Cauchy, a Integral de
Cauchy Generalizada.

Confira!

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/2b81b8775293
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3 min

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CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS


- C (2023.ABR)
Dica do Professor_Aula C.2 Formula integral
de Cauchy
Pleito: Substituir por dica que faça um
exemplo de aplicação da Fórmula Integral de
Cauchy.
Justificativa:
_A dica atual apenas narra as as fórmulas:
isso não é dica (as fórmulas estão
apresentadas várias vezes em todas as partes
da aula).
_No fim da dica, o narrador ainda fala que
"veremos exemplos durante os exercícios..."
- isso não é verdade, pois o curso é EAD, não
temos aulas e os exercícios são feitos por nós
alunos, por conta própria, mesmo quando
acionando Mentoria, quase nunca obtemos
resposta.
Obs.: Caso a mentoria responda, peço que a
resposta confirme ou que "será
encaminhado ao setor responsável" para
correção / melhora da Dica.
_C.2_ Exercícios

1) Qual o valor de$$ \int_{\gamma}{\frac{1}{z-2}dz}$$ onde $$\gamma=e^{it}$$, $$0\le


t\le2\pi$$ ?

A) $$\frac{1}{2}$$

B)
−12

C) 0

D) 2

E) $$2\pi i$$

1 Gab C
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
Ex. TODOS_Aula C.2 Formula integral de Cauchy
Pleito:
p1) Mentor colocar um AVISO aos alunos (no campo específico para isso gerenciado pelo mentor) que podem ler
os exercícios no fim do Conteúdo do Livro da aula (são iguais e lá a formatação está OK).
p2) Corrigir toda formatação de todos os exercícios (exemplo em imagem abaixo).
Justificativa:
_Erraram muito na formatação dos exercícios. No AVA está bem esquisito e, com bastante cuidado, dá até para
entender; porém, no pdf aparece a programação das fórmulas, não dá para entender.
Obs.: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou que "será encaminhado ao setor responsável"
para correção / melhora da Formatação.
Imagem exemplo de parte do exercício 1:
2) Qual o valor de $$\int_{\gamma}{\frac{1}{z-2}dz}$$, onde $$\gamma=2+e^{it}$$, $$0\le
t\le2\pi$$ ?

A)
12

B)
−12

C) 0

D) 2

E) 2πi

2 Gab E
3) Dado um contorno fechado $$\ \gamma=\left|z-i\right|=1$$, qual o valor de
$$\oint_{\gamma}{\frac{z^2}{z^2+2iz+3}dz}$$?

A)
π2

B) 8π

C) π

D)
18π

E)
−π4

Ex. 3_Aula C.2 Formula integral de Cauchy


Pleito:
p1) Anular exercício.
p2) Pergunta: Exercícios de integral complexa
não deveriam informar sempre a orientação
do contorno (direta /positiva / anti-horária ou
indireta /negativa / horária)?
Justificativa:
_Enunciado dúbio. O enunciado não especifica
a orientação do contorno g.
Obs.1: Supondo contorno com orientação
positiva cheguei a –pi/2 (nenhum opção), mas
assinalei A, por trazer esse valor com sinal
trocado.
Obs.2: Faço este pleito apenas para o ex. 3,
mas poderia estender aos demais, porque
também não mencionam a orientação do
contorno.
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a
resposta confirme ou não esses erros
apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não
contribuir para o aprendizado ora em
andamento).
Imagem do enunciado do exercício:
3 Gab E (elm =ERR)

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ex. 3_Aula C.2 Formula integral de Cauchy
Pleito: Anular exercício.
Justificativa:
_Não há opção correta.
_Gabarito errou conta no fim (ver imagem abaixo)
Obs.1: Segunda mensagem para anular.
Obs.2: Faço este pleito apenas para o ex. 3, mas poderia estender
aos demais, porque também não mencionam a orientação do
contorno.
Obs.3: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou
não esses erros apontados (não responda apenas "será
encaminhado ao setor responsável", por não contribuir para o
aprendizado ora em andamento).
Imagem de Erro na Justificativa do Gabarito:
m
4) Dado um contorno fechado $$\gamma=\left|z\right|=4$$, qual o valor de
$$\oint_{\gamma}{\frac{2z}{z^2-1}dz}$$?

A) −2πi

B) πi

C) 2πi

D)
πi2

E) 4πi

4 Gab E
5) Seja $$\gamma$$ um contorno que envolve a origem. A integral
$$\int_{\gamma}{\frac{1}{z^2}dz}$$ tendo $$f\left(z\right)=1$$ e $$z_0=0$$, é:

A) 0

B) 1

C) 2

D) π

E) 2π

5 Gab A
_C.2_ Na prática
A aplicação da Integral de Cauchy nas ciências e nas indústrias é muito ampla. Conheça o Carlos e
veja um exemplo bem simples de aplicação da Integral de Cauchy:

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
Na Prática_Aula C.2 Formula integral de Cauchy
Pleito: Substituir por conteúdo que mostre claramente uma aplicação prática da Fórmula Integra de Cauchy.
Justificativa:
_O "Na Prática" está confuso e, pelo que dá para entender, não mostra aplicação prática da fórmula integral de
Cauchy.
_No início fala que precisa determinar área... e nenhuma área é determinada.
_Há um gráfico que indentifica dois contornos (do círculo e do quadrado com a mesma letra B??).
_A conclusão final, além de não mostrar nenhuma aplicação prática, está formulada mal, provavelmente a
conclusão seria que não há nenhuma singularidade na região que corresponde superfície da peça (entre o
quadrado e o círculo).
Obs.1: Sugiro requisitar a outra pessoa conceber um novo Na Prática, pois quem fez este, parece carecer de lógica /
coerência.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou que "será encaminhado ao setor responsável"
para correção / melhora do Na Prática.
_C.2_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

https://youtu.be/nqOLoVvncjM?list=PL3D7ZDTm3dQDSzRAQgSUzRHPF6V-VRZRw

elm = 50 aulas cálculo variáveis complexas. Ver excertos no fim Conteúdo do Livro!

Teorema de Cauchy
Existem diversas demonstrações para a Integral de Cauchy. Algumas simples, outras elegantes, e
algumas que acabam precisando do uso de várias ferramentas do Cálculo. É sempre bom conhecer
alguns desses caminhos. No vídeo você verá uma demonstração da integral de Cauchy de forma
geométrica.

O teorema de Cauchy https://youtu.be/9pMv4eO9eK0


IEEEAcademicPortugal
6,26 mil inscritos
16 min

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Matemática para Engenheiros


Veja no link a seguir, uma apresentação de slides que percorre todo o conteúdo de Variáveis

Matematica para Engenharia – Profa. Grace S. https://www.fem.unicamp.br/~grace/


Deaecto – Faculdade de Engenharia Mecanica / funcoescomplexas.pdf
UNICAMP – grace@fem.unicamp.br – Segundo
Semestre de 2013
41 slides em pdf
Funcoes de Variaveis Complexas
Numeros complexos
Funcoes de variaveis complexas
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Limite, continuidade e derivada
Teorema de Cauchy
Integral de Cauchy
Serie de Taylor
Serie de Laurent
Teorema dos res´ıduos de Cauchy
Transformacao bilinear
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes

_C.3_ Apresentação

Muitas vezes, é difícil perceber a aplicação de determinados conceitos matemáticos em situações


reais, pois a visualização nem sempre está clara. Para facilitar o entendimento, além de serem
apresentados os conceitos, você vai ser instigado a refletir sobre situações reais aplicadas ao
conteúdo.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar diferenciabilidade, aproximação linear e planos
tangentes associados a funções de mais de uma variável. A proposta é que você possa, além de
identificá-las a partir da sua definição, perceber sua aplicação em situações comuns do cotidiano.
Para que você tenha maior entendimento, será apresentada a interpretação geométrica da derivada
por meio de representação gráfica.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar funções de duas ou mais variáveis a partir de sua definição.


• Interpretar geometricamente as derivadas parciais, aplicando-as em situações-problemas.
• Definir planos tangentes em uma superfície no espaço.

elm = !!
Obs: Ops! Esta Aula C.3 de CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR) = Aula 5.2
de CÁLCULO DIFERENCIAL II - B (2022.MAR)
2022_s1_B2_Calculo_II_aula5_2_Diferenciabilidade_Aprox_Linear_Plan_Tang_28p.pdf

CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)


Ops!_Aula C.3 Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes
Pleito: Substituir Aula Inteira.
Justificativa:
_Trata-se de Aula repetida. Ops! Esta Aula C.3 de CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR) = Aula 5.2 de CÁLCULO
DIFERENCIAL II - B (2022.MAR)
Obs.: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou que "será encaminhado ao setor responsável" para substituição da
Aula.
_C.3_ Desafio

As funções de várias variáveis têm aplicações em situações comuns da nossa realidade. Agora,
imagine a seguinte situação: Carlos é administrador de um empreendimento e está com dificuldade
para calcular o custo total adicional de construção de um tipo de casa, em relação ao outro.

CÁLCULO DE CUSTO TOTAL ADICIONAL

Sabe-se que a função "custo total" para construir casas dos tipos x1 e x2 pode ser expressa por

Ct(x1,x2) = 15 + 2*x1^2 + x1*x2 + 5*x2^2

em que Ct(x1,x2) representa unidades monetárias em milhares.

Além disso, tem-se a informação de que serão construídas 20 unidades da casa do tipo x1 e 30 unidades da casa
do tipo x2 .

O administrador desse empreendimento deseja saber qual será o aumento do custo total ao construir uma
unidade adicional da casa do tipo x1 e também ao construir uma unidade adicional da casa do tipo x2 .

Nesse contexto, sua tarefa é esclarecer ao administrador do empreendimento qual será o custo
total adicional nas condições mencionadas.
Padrão de resposta esperado

Dada a função
2 2
C t (x 1 ,x 2 ) = 15 + 2x 1 + x 1 x 2 + 5x 2

É preciso calcular as derivadas parciais em relação à x1 e x2:


∂C t (x 1 ,x 2 )
= 4x 1 + x 2
∂x 1
Esse é o custo marginal em relação à x1.
∂C t (x 1 ,x 2 )
= x 1 + 10x 2
∂x 2

Esse é o custo marginal em relação à x2.


Supondo que serão construídas 20 unidades de x1 e 30 unidades de x2:
∂C t (x 1 ,x 2 )
(20,30) = 4. (20) + 30 = 110
∂x 1
∂C t (x 1 ,x 2 )
(20,30) = 20 + 10. (30) = 320
∂x 2
Então, se x2 é man do constante em 30 unidades, a construção de 1 unidade adicional da casa do po x1 acrescenta
110 unidades monetárias, em milhares, no custo total. Se x1 é man do constante em 20 unidades, a construção de 1
unidade adicional da casa do po x2acrescenta 320 unidades monetárias, em milhares, no custo total.
_C.3_ Infográfico

O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país. O
cálculo do PIB pode ser realizado de três formas diferentes, pela ótica da oferta, do rendimento e
da demanda.

Ainda assim, independentemente da forma de cálculo, o PIB é uma função de várias variáveis.

O cálculo e a divulgação do PIB brasileiro são realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) – órgão federal subordinado ao Ministério do Planejamento.

COMO É CALCULADO O PIB?

(i) É medido pelo valor adicionado em cada etapa de produção:


— O IBGE calcula a quantia e os valores do que é produzido, indo desde alimentos até automóveis.
— Para evitar a contagem repetida de um bem que passa por várias etapas de produção, as matérias-primas não
devem ser contadas.
— O valor acrescentado em cada etapa da produção deve ser registrado.
— Bens usados e trocados também não devem ser considerados, estando incorporados ao patrimônio da
economia, pois essas transações servem como renda aos vendedores, mas não agregam riqueza ao país.
— O PIB considera apenas os bens e os serviços novos, produzidos no ano ou no trimestre de referência.

(ii) Pela Renda:


O IBGE soma os salários, os lucros, os juros e os aluguéis da economia:
— Os salários são o pagamento pelo trabalho.
— Os juros são a remuneração do capital.
— Os aluguéis pagam as instalações físicas.
— O lucro é o que sobra para o empresário.

(iii) Pelos gastos:


O IBGE leva em consideração para este cálculo:
— O consumo familiar.
— Os gastos do governo com a manutenção do sistema.
— Os investimentos das esferas pública e privada.
— As exportações de mercadorias.
— Para chegar ao resultado final, as importações são descontadas.

O indicador calcula a produção da economia em um período de tempo.


As técnicas de medição variam, porém o resultado numérico precisa ser o mesmo nos três casos.
_C.3_ Conteúdo do livro

No capítulo Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes, base teórica desta Unidade
Aprendizagem, você vai identificar as funções de mais de uma variável a partir do conhecimento de
sua definição, bem como reconhecer a aplicação dos conteúdos em situações-problemas. Além
disso, será apresentada a interpretação geométrica da derivada.

Boa leitura.

elm = Não encontrado na Bib Virtual !!


Diferenciabilidade,
aproximação linear
e planos tangentes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar funções de duas ou mais variáveis a partir de sua definição.


 Interpretar geometricamente as derivadas parciais, aplicando-as em
situações-problema.
 Definir planos tangentes em uma superfície no espaço.

Introdução
Muitas vezes é difícil perceber a aplicação de determinados conceitos
matemáticos em situações reais, pois a visualização nem sempre está
clara. Para facilitar o entendimento, além de apresentar os conceitos,
você será instigado a refletir sobre situações reais, aplicadas ao conteúdo.
Neste capítulo, você vai estudar diferenciabilidade, aproximação linear
e planos tangentes associados a funções de mais de uma variável. A
proposta é que você possa, além de identificá-las a partir da sua definição,
perceber sua aplicação em situações comuns do cotidiano. Para que você
compreenda melhor, será apresentada a interpretação geométrica da
derivada por meio de sua representação gráfica.
2 Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes

Funções de mais de uma variável


Funções de várias variáveis são, como o nome indica, funções que dependem
de mais de uma variável. Em situações do nosso cotidiano são as que mais
ocorrem — na vida real, a resposta de interesse frequentemente depende de
mais de uma variável. Veja alguns exemplos:

 O nível de vendas de um produto pode depender não apenas do próprio


preço, mas também dos preços dos produtos competidores, da quantia
gasta com propaganda e talvez da sazonalidade (época do ano).
 O custo total para se manufaturar um produto depende do preço da
matéria-prima, mão de obra, manutenção da fábrica, entre outros.
 A previsão do tempo também é um exemplo, pois a cada ponto do
mapa (cidade) atribui-se uma temperatura e têm-se duas coordenadas: a
longitude e a latitude. Considerando que x seja a longitude e y a latitude,
temos a temperatura como função de duas variáveis, ou seja, T = f(x,y),
e, a partir da função, conhecendo x e y, encontramos a temperatura
naquele ponto.

Poderíamos citar diversos outros exemplos aplicados envolvendo o uso


de funções de várias variáveis, mas seguiremos com sua definição, para que
você reflita sobre outras situações aplicadas.
Thomas, Weir e Hass (2012, p. 209) definem funções reais de várias va-
riáveis da seguinte forma:

Suponha que D seja um conjunto de n-uplas de números reais .


Uma função a valores reais f em D em é uma regra que associa um único número
real a cada elemento em D. O conjunto D é o domínio da
função. O conjunto de valores de w assumidos por f é a imagem da função.
O símbolo w é a variável dependente de f, e dizemos que f é uma função de
n variáveis independentes a . Também chamamos os de variáveis de
entrada da função, e denominamos w a variável de saída da função.”

Quando falamos de uma função de uma variável, reportamos a uma equação


do tipo y = f(x) , onde x é a variável independente e y, a variável dependente.
Além disso, o gráfico de uma função de uma única variável é construído a
partir de um conjunto de pontos (x,y) em R². Já uma função de duas variáveis
pode ser descrita por z = f(x,y), onde x e y são variáveis independentes, e z é a
variável dependente. O gráfico de uma função de duas variáveis será expresso
pelo conjunto de pontos (x,y,z) em R³. Portanto, uma função de n variáveis
Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes 3

pode ser descrita por onde são as variáveis


independentes, e w é a variável dependente (SILVA; MACHADO, 2016).
As Figuras 1 e 2 a seguir representam exemplos de gráficos de funções
de duas variáveis.

Figura 1. Gráfico de função de duas variáveis.


Fonte: Thomas, Weir e Hass (2012, p. 216).

Figura 2. Gráfico de função de duas variáveis.


Fonte: Thomas, Weir e Hass (2012, p. 216).
4 Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes

Funções de duas variáveis


Uma função f(x,y) pode ser visualizada por meio das curvas no domínio em
que f possui um valor constante ou esboçando-se a superfície z = f(x,y) no
espaço. Chamamos de curva de nível o conjunto de pontos no plano em que
a função possui um valor constante, ou seja, f(x,y) = c. O gráfico da função
será o conjunto de todos os pontos (x,y,f(x,y)) no espaço, em que (x,y) estiver
no domínio de f. O gráfico também é conhecido como superfície z = f(x,y)
(THOMAS; WEIR; HASS, 2012).
A Figura 3 mostra o gráfico da função, f(x,y) = 100 - x² - y² e as curvas
de nível , f(x,y) = 0 , f(x,y) = 51 e , f(x,y) = 75 no domínio de f no plano. Cabe
destacar que, nesse caso, as curvas de nível são circunferências.

Figura 3. Gráfico e curvas de nível da função ,


f(x,y) = 100 - x2 - y2
Fonte: Thomas, Weir e Hass (2012, p. 212).

Funções de três variáveis


Conforme Thomas, Weir e Hass (2012), chama-se superfície de nível de f o
conjunto de pontos no espaço onde uma função de três variáveis independentes
(x, y, z) tem um valor constante f (x,y,z) = c. O gráfico da função será o conjunto
de todos os pontos (x, y, z, f (x, y, z)) em um espaço quadridimensional. Como
não conseguimos esboçar com eficiência esse tipo de gráfico, recorremos ao
comportamento da função, analisando suas superfícies de nível tridimensionais.
Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes 5

A Figura 4 mostra um exemplo da superfície de nível no domínio da função

, em que f (x,y,z) = 1, f (x,y,z) = 2 e f (x,y,z) = 3. Vale


destacar que, nesse caso, as curvas de nível são esferas.

Figura 4. Superfície de nível.


Fonte: Thomas, Weir e Hass (2012, p. 213).

Para saber mais sobre funções de duas ou mais variáveis, confira o Capítulo 14 do
livro Cálculo, volume 2, publicado em 2012, por Thomas, Weir e Hass. Você encontrará
conceitos iniciais das funções que dependem de mais de uma variável, a definição de
cada tipo de função e sua representação gráfica.

Derivadas parciais
O próprio termo derivadas parciais já nos auxilia na compreensão do conceito.
Faz-se a derivada de uma função de várias variáveis derivando-as uma de
cada vez. Existem diversas notações para derivadas parciais. Aqui, você vai
se deparar com as seguintes notações:
6 Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes

Notações que expressam a derivada parcial da função em relação a x:

Notações que expressam a derivada parcial da função em relação a y:

Thomas, Weir e Hass (2012) explicam que, quando fixamos todas as


variáveis independentes de uma função, menos uma, e derivamos em re-
lação a essa variável, teremos uma derivada parcial. Podemos definir, por
exemplo, a derivada parcial de f (x, y) em relação a x no ponto como

, desde que o limite exista. O


mesmo ocorre para a derivada parcial dessa função em relação a y, ou seja, repre-

sentaremos da seguinte forma:


desde que o limite exista.
Veja um exemplo gráfico de uma superfície para compreender e visualizar
a interpretação geométrica das derivadas parciais.

Suponha que e z = f (x, y) admite derivadas parciais em .


Para , tem-se que é uma função de uma variável cujo gráfico é
uma curva , resultante da intersecção da superfície z = f (x, y)com o plano .
A Figura 5 representa essa situação.

Figura 5.
Fonte: Gonçalves e Flemming (2007, p. 101)
Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes 7

A inclinação ou o coeficiente angular da reta tangente à curva no ponto


é dada por . Seguindo o mesmo raciocínio, temos
a inclinação da reta tangente à curva , resultante da intersecção de z = f (x, y) com

o plano , ou seja, como mostra a Figura 6:

Figura 6.
Fonte: Gonçalves e Flemming (2007, p. 101).

Cálculos e aplicações de derivadas parciais


Veja um exemplo de como derivar uma função em um ponto em relação a
x, tratando y como uma constante, e em relação a y, tratando x como uma
constante.
8 Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes

Encontre os valores de e
Resolução:
Trataremos y como uma constante e derivamos em relação a x.

Agora, para derivar em relação a y, trataremos x como uma constante.

Fonte: Thomas, Weir e Hass (2012, p. 228).

Como você pôde perceber, o cálculo da derivada parcial de uma função de


mais de uma variável se faz da mesma forma como para funções de apenas
uma variável. O diferencial aqui é que devemos primeiro derivar em relação
a uma das variáveis envolvidas, mantendo todas as demais constantes e, em
seguida, fazer o mesmo procedimento para cada uma das outras variáveis.
Existem diversos problemas aplicados que podem ser solucionados com o
uso de derivadas parciais. Acompanhe uma situação-problema:
Acredita-se que a produção mensal de determinada empresa seja dada
pela seguinte função: p (x, y) = 1200x + 500y + x²y - x³ - y³ unidades, onde
x é o número de trabalhadores qualificados e y é o número de trabalhadores
não qualificados. Suponha que atualmente a empresa tenha 30 trabalhadores
qualificados e 15 não qualificados. Utilize a análise marginal para estimar a
variação resultante do acréscimo de um trabalhador não qualificado, sendo
mantido o número de trabalhadores qualificados.
Resolução:
Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes 9

Nesse caso, precisamos calcular a derivada parcial da função em relação


a y, já que queremos encontrar a variação do acréscimo de um trabalhador
não qualificado (y).
Assim, teremos:

Essa é a taxa de variação da produção em relação ao número de funcio-


nários não qualificados. Portanto, se o número de operários aumentar de 30
qualificados e 15 não qualificados, para 30 qualificados e 16 não qualificados,
a variação resultante na produção será de...

Planos tangentes
Vamos abordar aqui dois conceitos básicos do cálculo considerando a função
de uma variável para, posteriormente, estender o conceito ao cálculo de várias
variáveis. Discutiremos a aproximação linear e a reta tangente, que, para
funções de duas variáveis, passa a ser o plano tangente. A linearização em
x = a de f (x) é a função linear . A reta tangente a
y = f (x) em x = a é a reta y = L (x) (ROGAWSKI, 2009).
Veja a Figura 7, que ilustra o plano tangente a uma superfície.
10 Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes

Figura 7. Plano tangente a uma superfície.


Fonte: Rogawski (2009, p. 802).

Conforme Rogawski (2009), a linearização em (a, b) de uma função f (x, y)


de duas variáveis, supondo que existam e , é a função linear:

O autor justifica essa definição com uma representação gráfica. Observando


a Figura 8, note que o ponto P = (a, b, f (a, b)) fica no plano z = L (x, y), já que
L (a, b) = f (a, b). Além disso, z = L (x, y) é o único plano contendo as retas
tangentes aos dois traços verticais por P. Veja que o traço em y = b é a curva
z = f (x, b), cuja reta tangente em P é:

Esta é a equação da reta tangente ao traço vertical z = f (x, b).


Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes 11

Figura 8. Retas tangentes aos traços verticais no plano


tangente.
Fonte: Rogawski (2009, p. 802).

Para definir a diferenciabilidade, será necessário considerar a linearidade


local. Rogawski (2009) sugere analisar primeiro o caso de uma variável para
depois associar tal definição a duas variáveis. No caso de uma variável, a line-
aridade local em um ponto x = a significa que a aproximação L (x) aproxima
a função f (x) até primeira ordem. Ou seja, o erro E (x) = f (x) – L (x) tende a
zero mais rapidamente do que a distância

| x – a | quando x → a . Podemos dizer que existe uma função , tal que:

O caso de funções de várias variáveis é semelhante. Dizemos que uma


função f (x, y) é localmente linear em (a, b) se | f (x, y) – L (x, y) | tender a zero
mais rapidamente do que a distância de (x, y) a (a, b)
(ROGAWSKI, 2009).
12 Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes

Linearidade local a partir de sua definição:


Suponha que f (x, y) esteja definida num disco D contendo (a, b) e que existam
e . Dizemos que f (x, y) é localmente linear em (a, b) se L (x, y) aproxima f (x, y)
em (a, b) até primeira ordem, ou seja, se:
para
Onde é uma função tal que .
Fonte: Rogawski (2009, p. 803).

Como apenas a existência de e não garante que a função


seja localmente linear em (a, b) é necessário, além da existência das derivadas
parciais em (a, b), que a função seja localmente linear em (a, b).
Rogawski (2009, p. 804) define diferenciabilidade e o plano tangente da
seguinte forma:
Suponha que f (x, y) esteja definida num disco D contendo (a, b) Dizemos
que f (x, y) é diferenciável em (a, b) se:

e existem e f (x, y) é localmente linear em (a, b).

Nesse caso, o plano tangente à superfície z = f (x, y) em (a, b, f (a, b)) é o


plano de equação z = L (x, y). Explicitamente,

Se f (x, y) for diferenciável em todos os pontos de um domínio D, dizemos


que f (x, y) é diferenciável em D.
Diferenciabilidade, aproximação linear e planos tangentes 13

Quando o problema envolver mais de uma variável, a diferenciabilidade é uma exigência


bem mais rigorosa do que quando houver apenas uma variável, uma vez que, em
duas variáveis, a existência de derivadas parciais e não garante que
f (x, y) seja localmente linear em (a, b). Veja na Figura 9 o gráfico de uma função contínua
que não é localmente linear (logo, não é diferenciável) em P = (0,0),
mesmo existindo ambas e .

Figura 9.
Fonte: Rogawski (2009, p. 805).

GONÇALVES, M. B.; FLEMMING, D. M. Cálculo B: funções de várias variáveis, integrais


múltiplas, integrais curvilíneas e de superfície. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
ROGAWSKI, J. Cálculo. São Paulo: Bookman, 2009. v. 2.
SILVA, L. M. O.; MACHADO, M. A. S. Matemática aplicada à administração, economia e
contabilidade: funções de uma e mais variáveis. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
THOMAS, G.; WEIR, M. D.; HASS, J. Cálculo. 12. ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2012. v. 2.

Leitura recomendada
SALAS, S. L.; HILLE, E.; ETGEN,G.J. Cálculo. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. v. 2.

Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem.


Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Aula C.3
_C.3_ Dica do professor
Funções de várias variáveis são aquelas que dependem de mais de uma variável. Isso ocorre
bastante em situações do nosso cotidiano. Você já parou para pensar como, na vida real, a resposta
de interesse frequentemente depende de mais de uma variável?

Veja mais sobre o assunto na Dica do Professor, que trata de máximos e mínimos de funções de
duas variáveis.
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4 min

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_C.3_ Exercícios

1) Considerando os conhecimentos adquiridos em relação aos planos tangentes, observe a figura a


seguir e assinale a alternativa correta:

A) O ponto P = (a,b,f(a,b)) fica no plano y = L(x,z).

B) O plano tangente à superfície z = L(x,y) em (a,b,f(a,b)) é o plano de equação z = L(x).

C) A figura não apresenta características que possibilitem a representação de um plano


tangente.

D) O plano z = L(x,y) é o único plano que contém as retas tangentes aos dois traços verticais por
P.

E) Ao estudar funções de duas variáveis, apenas a aproximação linear e a reta tangente são
trabalhadas, e não o plano tangente.

4 Gab D
2) Em relação às derivadas parciais de funções de várias variáveis, é correto afirmar que:

A) elas têm o mesmo significado de derivada segunda, ou seja, implicam calcular a derivada da
derivada de determinada função.

B) elas não têm aplicação prática.

C) quando fixadas todas as variáveis independentes de uma função, menos uma, e derivadas em
relação a essa variável, você terá uma derivada parcial.

D) elas expressam um número, e não uma taxa de variação.

E) é possível realizar o cálculo das derivadas parciais de uma função de várias variáveis sem fixar
quaisquer variáveis como independentes.

2 Gab C
3) Calcule fy (2,3,1) em que f(x,y,z) = xyz e assinale a alternativa correta:

A) fy (2,3,1) = 6.

B) fy (2,3,1) = 2.

C) fy (2,3,1) = 3.

D) fy (2,3,1) = 5.

E) fy (2,3,1) = 1.

3 Gab B
4)
Sabendo que o volume do cone circular reto de raio r e altura h é dado por
, calcule as derivadas parciais e assinale a alternativa correta:

A)

B)

C)

D)

E)

4 Gab E
5) Calcule as derivadas parciais da função f(x,y) = x3+y2-6x2+y-1 e assinale a alterativa correta:

A)

B)

C)

D)

E)

5 Gab B
_C.3_ Na prática
O índice de massa corpórea (IMC) é um fator utilizado por profissionais da saúde para avaliar os
riscos de certas doenças, como o diabetes e a pressão alta. A variação considerada normal para
adultos com mais de 20 anos de idade situa-se entre 18,5 ≤ I ≤ 24,9. No entanto, como esse índice
se relaciona com o conteúdo desta Unidade de Aprendizagem?

Confira.

Felipe é estudante de Enfermagem e aprendeu, além de calcular o índice de massa corpórea, a obter uma
estimativa da variação desse índice. Como Felipe já aprendeu a trabalhar com derivadas parciais nesse tipo de
situação, tornou-se monitor da disciplina para auxiliar colegas que tenham dificuldade. Em suas monitorias, ele
explica que:

O índice de massa corpórea (IMC) de uma pessoa é dado por

em que W é a massa (em kg) e H a altura (em metros) do corpo.

O IMC de uma criança de massa W = 17 kg e altura 1,05 m é

A partir dessa informação, Felipe dá um exemplo prático:


Imagine que você deva fornecer uma estimativa de ∆I se (W, H) de uma criança variar para (18,5;1,07). Como
você resolveria?

FAZENDO USO DO CÁLCULO DE DERIVADAS PARCIAIS EM (W, H) = (17;1,05) , VEJA:

em que W é a massa (em kg) e H a altura (em metros) do corpo.

A aproximação linear no formato delta é

Portanto, se (W, H) variar de (17;1,05) para (18,5;1,07) , então ∆W = 1,5 e ∆H = 0,02. Assim

Ou seja, a estimativa da taxa de variação no índice de massa corpórea, quando a massa em kg/altura em metros
variar de (17;1,05) para (18,5;1,07), será de 0,8.
_C.3_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

elm = LivrPt_Math_Calculo_2_Rogawski_2009_624p_elm.pdf

Função de duas variáveis


você vai poder compreender a representação das funções e seu domínio
https://youtu.be/GRNU2Y7sDhs
GRINGS - Função de duas variáveis

omatematico.com 43 min

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Plano tangente
explica, a partir de um exemplo, se faz para encontrar uma equação do plano tangente à superfície
em um ponto específico.
https://youtu.be/F5FII08JDwk

12 min Só números

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Curva de nível
No material, você vai perceber que, a partir da mesma função, apenas mudando o nível, é possível
mudar o tipo de curva que será representado na projeção.
https://youtu.be/OyIu-OKJuzw
Curvas de nível - Cálculo II #3

6 min Fugindo da DP

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CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
1.1 - Funções de duas ou mais variáveis
1.2 - Limites e continuidade em várias variáveis Conteúdo Complementar (não conta p/
2.1 - Limites trigonométricos avaliações, mas conta p/ frequência)
2.2 - Derivação e integração complexa __ C.1 Teorema de Fubini
3.1 - Integração em várias variáveis __ C.2 Formula integral de cauchy
3.2 - Integração em várias variáveis II __ C.3 Diferenciabilidade, aproximação
4.1 - Cálculo das integrais múltiplas linear e planos tangentes
4.2 - Integrais duplas em regiões mais gerais __ C.4 Substituição trigonométrica

Substituição trigonométrica

_C.4_ Apresentação

Nesta Unidade de Aprendizagem, veremos mais um método alternativo para resolver integrais.
Trata-se do método de substituição envolvendo formas trigonométricas, enfatizando as integrais
que envolvem as seguintes formas:

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Relacionar o tipo de raiz com a substituição necessária.


• Identificar o processo necessário para resolução da integral.
• Aplicar a resolução das integrais estudadas nesta Unidade.
_C.4_ Desafio

Os conceitos físicos utilizados na descrição de movimentos de projéteis são essenciais para explicá-
los. Entretanto, a beleza do cálculo integral nos leva à consolidação dessa teoria.

Um movimento de projétil possui velocidades vertical Vy =30-10t e horizontal Vx =1 m/s.

Você poderia, com a técnica de integração por substituição trigonométrica, encontrar a distância
total percorrida pelo projétil?

Aqui, temos um caminho descrito por esse projétil, o que se pede é a distância que o projétil
percorreu ao realizar esse caminho. Não se pede a distância em x, pois, assim, não teríamos uma
substituição trigonométrica.
elm = Só resultado razoável sem usar subst trigonom. S=(Sx^2+Sy^2)^(1/2). Sx=integral (Vx*dt).
Sy=integral(Vy*dt). Parace ok. Para t=0, S=0; para t=1, S=626^(1/2).
Também consegui equacionar por subst. trigon, mas result não confere, por exemplo, para t=0, S= –45,52 ??
CÁLCULO DE FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS - C (2023.ABR)
Desafio_Aula C.4 Substituição trigonométrica
Pleito:
p1) Corrigir enunciado: faltou informar dado que o caminho do projétil é do lançamento (t=0 seg) até atingir altura máxima (v_y = 0 m/s).
p2) Corrigir a resolução do padrão de resposta (resultado difere muito do obtido sem usar integração trigonométrica).
p3) Como explicar que, pela equação do espaço obtida pela integração trigonométrica resulta s(t=0 seg) = 45,23m? (incoerente, pois s (t=0
seg) deveria ser zero!).
Justificativa
_ O enunciado não especifica o caminho pedido (só fiquei sabendo ao ler a resolução do Padrão de Resposta).
_ Por cálculo simples, sem usar substituição trigonométrica, obtém-se resultado coerente s(t=0seg) = 0m e s(t=3seg) = 45,1m (diferente
do obtido pelo padrão de resposta).
Obs.1: Ver imagem abaixo de cálculo simples, coerente s(t=0 seg) = 0 m e s(t=3seg) = 45,1m.
Obs.2: Caso a mentoria responda, peço que a resposta confirme ou não esses erros apontados (não responda apenas "será encaminhado
ao setor responsável", por não contribuir para o aprendizado ora em andamento).
imagem de resolução simples, confiável, sem usar subst. trigonométrica:
m
_C.4_ Infográfico

Acompanhe uma relação em forma de desenho que associa as relações trigonométricas ao tipo de
raiz encontrada no integrando.

A substituição trigonométrica é utilizada nos casos com as raízes abaixo, nela trocamos a variável original por
funções trigonométricas, pois, em geral, torna-se mais fácil resolver a integral.

Veja a relação trigonométrica para cada caso.

Veja que cada termo da raiz fica igual a um termo da relação trigonométrica

elm = deletei imagens do infográfico e substituí os três casos mostrados no


infográfico por excertos do Rogawski vol1. cap. 8.4.
_C.4_ Conteúdo do livro

O trecho selecionado para estudo nesta Unidade aborda a temática substituição trigonométrica,
que é um método que prevê como resolver alguns tipos de integrais e que consiste em substituir a
variável por uma função trigonométrica, pois, com isso, ocorre simplificações.

Acompanhe um trecho da seguinte obra: ROGAWSKI, J. Cálculo (Vol. 1). Porto Alegre: Bookman,
2009. Inicie a leitura a partir do tópico Substituição trigonométrica.

Boa leitura!

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

p.438 cap 8.4 até p.445

ver em: LivrPt_Math_Calculo_1_Rogawski_2008_624p_ocr_elm.pdf

elm = aqui copiados resumo e alguns exercícios.


_C.4_ Dica do professor

Acompanhe o vídeo a seguir, que aborda o método da substituição trigonométrica e traz exemplos
sobre o assunto.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
cacb45591c53160879a1222a11e608b9

6 min

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SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA
Eduardo Vinicius Galle – Bacharel em Física – ênfase em física teórica e experimental.
_C.4_ Exercícios

1) Calcule a seguinte integral:

A)

B)

C)

D)

E)

1 Gab D
Vamos fazer a substituição:

𝑑𝑑𝑥𝑥
𝑥𝑥 = 2𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠𝑠(𝜃𝜃 ) = 2 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑠𝑠(𝜃𝜃 )
𝑑𝑑𝜃𝜃

Assim:

Agora escrevemos θ em função de x. Para isso utilizamos o triângulo para substituir cos(θ) e sen(θ).

Assim:
2) Calcule a seguinte integral:

A)

B)

C)

D)

E)
2 Gab C
3) Calcule a seguinte integral:

A)

B)

C)

D)

E)
3 Gab A
4) Qual o valor da integral:

A)

B)

C)

D)

E)

4 Gab E
5) Calcule a seguinte integral:

A)

B)

C)

D)

E)

5 Gab B
_C.4_ Na prática

Acompanhe um exemplo prático da substituição trigonométrica.

No dia a dia, alguns profissionais utilizam o método, como físicos, engenheiros, matemáticos, entre
outros.

Também são muitos os problemas matemáticos que necessitam de substituição trigonométrica para
serem resolvidos. Como exemplo, temos a dedução da área da elipse, que, para ser obtida, exige o
método estudado, já que envolve integrais do tipo:

Vamos resolvê-la!

A função dada é a área da semielipse superior.

Calculando-a, temos:

e os limites são:

Temos então:

Como se trata de uma função par, podemos simplificá-la, fazendo:

Para achar a área da elipse, fazemos:

e, assim, aplica-se a substituição trigonométrica.


_C.4_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

elm = LivrPt_Math_Calculo_1_Rogawski_2008_624p_ocr_elm.pdf

Cálculo 1 / aula 52 - substituição trigonométrica - parte 1.


https://youtu.be/Mm21ME5eqnA
Cursos Unicamp

35 min univesp

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Cálculo 1 / aula 53 - substituição trigonométrica - parte 2.

Cusos Unicamp https://youtu.be/jvzuPH4fnbU

45 min univesp

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Integração por substituição trigonométrica.


https://www.obaricentrodamente.com/2012/06/
integracao-por-substituicao.html

pág internet

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

ANTON, H.; BIVENS, I. C.; DAVIS, S. L. Cálculo.10. ed. Porto


Alegre: Bookman, 2014. v. 1. (tópico "Substituições
trigonométricas").
Bib Virtual
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

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