Você está na página 1de 117

Carlos Freitas | Tuanny Maciel | Everaldo Libório

Cálculo
DIFERENCIAL E INTEGRAL II

QUESTÕES E SOLUÇÕES

1º edição
Cálculo Diferencial e Integral II
Questões e Soluções

Carlos Antônio Freitas da Silva


Everaldo Libório Dias Filho
Tuanny da Silva Maciel

1ª Edição

JUAZEIRO - BA
UNIVASF
2021
Publicado por Fundação Universidade Federal do Vale do Rio São Francisco (UNIVASF)

www.pemd.univasf.edu.br

Esta obra é distribuída por meio da Licença Creative Commons 4.0 Atribuição/Uso
Não-Comercial/Vedada a Criação de Obras Derivadas (CC BY-NC-ND) em que é permitido o
download e o compartilhamento da obra, desde que sejam atribuídos os devidos créditos, mas sem
alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Mais detalhes em:
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/legalcode.

PEMD - Programa de Elaboração de Materiais Didáticos

Revisão: Tuanny da Silva Maciel e Carlos Antônio Freitas da Silva


Editoração: Anderson de Alencar Barros
Capa: Andressa Mara
Ilustrações: Anderson de Alencar Barros e Tuanny da Silva Maciel
Este livro foi produzido com LATEX 2ε .

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP


Silva, Carlos Antônio Freitas da.
S586c Cálculo diferencial e integral II: questões e soluções / Carlos Antônio Freitas da
Silva, Everaldo Libório Dias Filho, Tuanny da Silva Maciel. – Juazeiro-BA: UNIVASF,
2021.
iv, 110p. : il.

ISBN: 978-65-88648-44-5

Inclui referências.

1. Cálculo diferencial. 2. Integral. I. Título. II. Dias Filho, Everaldo Libório.


III. Maciel, Tuanny da Silva. IV. Silva, Carlos Antônio Freitas da.

515.3

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Biblioteca SIBI/UNIVASF


Bibliotecário: Renato Marques Alves, CRB 5-1458.

II
Prefácio

ste material refere-se a disciplina de Cálculo Diferencial e Integral II, presente nos cursos de
E exatas e tecnologias, abordando técnicas de integração e aplicações, funções vetoriais, limite e
continuidade, derivadas parciais, funções diferenciáveis e suas aplicações. Visando auxiliar o aluno
na resolução de questões e, consequentemente, na compreensão da disciplina, o material aborda de
forma direta a apresentação de questões e suas resoluções, para que possa servir como uma leitura
complementar às aulas teóricas e o acompanhamento de livros da disciplina. O material é um resultado
do projeto de extensão tutoria de matemática realizado na Universidade Federal do Vale do São Francisco
(UNIVASF), contando com a colaboração dos professores Carlos Antônio, Tuanny Maciel e do discente
Everaldo Libório.
Agradecemos a todos alunos que, de forma direta ou indiretamente, contribuíram para construção
deste material e ao programa de elaboração de material didático (PEMD) por todo suporte e apoio
técnico, disponibilizando a plataforma www.pemd.univasf.edu.br em todo processo de elaboração e
construção do material.
E aos possíveis leitores, enfatizamos que quaisquer sugestões e/ou
críticas serão muito bem recebidas e podem ser enviadas para o e-mail tuanny.maciel@univasf.edu.br
ou carlos.freitas@univasf.edu.br.

Juazeiro, março de 2021.

Carlos Antônio Freitas da Silva


Everaldo Libório Dias Filho
Tuanny da Silva Maciel

III
Sumário

Prefácio II

1 Integral Definida 1

2 Técnicas de integração e aplicações 8


2.1 Método da Substituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 Integração por partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.3 Técnica de integração: decomposição em frações parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.4 Técnica de integração: Substituição trigonométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.5 Aplicações da integral: Área e comprimento de arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.6 Aplicações da integral: Volume de sólidos de revolução . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

3 Funções vetoriais 67
3.1 Funções de várias variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

4 Limite e continuidade 77
4.1 Limite e continuidade de funções de várias variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

5 Derivadas parciais 84
5.1 Derivadas Parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

6 Funções diferenciáveis e aplicações 93


6.1 Funções diferenciáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
6.2 Derivada direcional e gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
6.3 Aplicações da derivada parcial: Máximos e mínimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
6.4 Aplicações da derivada parcial: Multiplicadores de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . 105

Referência Bibliográfica 110

IV
Capítulo 1

Integral Definida

1. Calcule a área limitada pela(s):

a. curva y = ln x, o eixo x e a reta x = e;


x2
b. parábolas y = x2 , y = e a reta y = 2x;
2
x
c. curvas y = 4 + cos (2x), y = 3 sen e as retas x = 0 e x = π;
2
d. curvas y = x3 e y = x.

Resposta

a. Estamos interessados em encontrar a área delimitada pelas curvas y = ln x, pelo


eixo x e pela reta x = e. Observe que, geometricamente, a região procurada será dada
por

Assim, para determinar a área será necessário resolver a integral

1
Z b
f (x) dx
a

No nosso caso, a função f (x) = ln x e os limites de integração serão a = 1 e


b = e. Portanto,

Z e e
A= ln x dx = [x ln x − x]
1 1

= (e − e) − (0 − 1)

= 1 u.a.

b. A área delimitada pela parábola y = x2 e pela reta y = 2x, representada na figura


abaixo,

será dada por Z 2


2x − x2 dx
0

Observe que foi preciso encontrar os pontos de interseção entre as duas curvas,
gerando nossos limites de integração. Agora, resolvendo a integral indefinida acima,
temos:

2
2 2
x2 x3
Z 
2
2x − x dx = 2 · −
0 2 3 0
3 2
 
x
= x2 −
3 0
23
 
2
= 2 − −0
3
 
8
= 4−
3
4
= u.a.
3

4
Assim a área procurada vale unidades de área.
3

c. Com o auxílio do gráfico das quatro funções é possível perceber que a área da região
delimitada será representada dada por:

Sendo assim, para determinar o valor numérico da área, é necessário resolver a


integral

3
Z π h  x i
A= 4 + cos (2x) − 3 sen dx
0 2
Z Z x Z
= cos(2x) dx − 3 sen dx + 4 1 dx
2

Utilizando as propriedades da integral definida, resolveremos cada uma dessas 3


integrais separadamente.

Com o auxílio da regra da cadeia, obtemos

Z
sen 2x
cos(2x) dx = + C1
2
sen 2x
visto que a função a primitiva para a função F (x) = é uma primitiva para
2
f (x) = cos 2x.

De modo análogo,
Z
x x
3 sen dx = −6 cos + C2 .
2 2
Z
Por fim, 4 1 dx = 4x + C3 . Assim, temos que

Z Z x Z
cos(2x) dx − 3 sen dx + 4 1 dx
2
1 x
= sen (2x) + 6 cos + 4x + C
2 2

Observe que calculamos uma integral indefinida, e agora precisamos aplicar nos
limites de integração a = 0 e b = π, ou seja

4
Z π  x i  π
h 1 x
4 + cos (2x) − 3 sen dx = sen (2x) + 6 cos + 4x
0 2 2 2 0
 
1 π 
= sen (2π) + 6 cos +4·π −6
2 2
= 4π − 6 u.a

Vale lembrar que apesar de termos calculado inicialmente as integrais indefinidas


e só após finalizar aplicar nos limites de integração, poderíamos ter feito direto a integral
definida de 0 a π.

d. Para determinar a área compreendida entre as curvas y = x3 e y = x temos que


primeiro determinar os pontos de interseção entre elas, isto é, os pontos onde as curvas
se encontram. E, observando na figura abaixo, encontramos os pontos x = −1 e x = 1
( o que poderia ser feito igualando as duas curvas).

Assim sendo, a área será dada pela integral

Z 1
x − x3 dx.
 
−1

Logo,

5
Z 1 Z 1
3
x − x3 dx
   
A= x−x dx = 2
−1 0
 2 4
1
x x
=2 −
2 4 0
 
1 1 1
=2 − = u.a.
2 4 2

2. Determine o valor numérico das integrais definidas:


Z π
a. 2 sen x dx;
−π
Z 1
b. x4 + x2 dx;
−1

Resposta

Z π
a. Para determinar 2 sen x dx é necessário encontrar, inicialmente, a primitiva da
−π
função f (x) = sen x, quepodemos tomar como sendo a função F (x) = − cos x. Agora
podemos, utilizando o teorema fundamental do cálculo, resolver a integral definida
pedida.

Assim,
Z π
2 sen dx = 2 [− cos x]π−π = 2 [− cos π + cos −π] = 2 [1 − 1] = 0
−π

Vale observar que a função cosseno é uma função par, isto é, cos x = cos (−x). E
por isto tivemos cos (−π) = cos π = −1.

x5 x3
b. Observe que uma primitiva para a função f (x) = x4 +x2 é a função F (x) = + .
5 3
E assim, pelo teorema fundamental do cálculo, encontramos:

6
1 1
x5 x3
Z     
4 2 1 1 1 1
x + x dx = + = + − − −
−1 5 3 −1 5 3 5 3
2 2
= +
5 3
16
=
15

7
Capítulo 2

Técnicas de integração e aplicações

2.1 Método da Substituição


1. Calcule o valor das integrais:
Z Z Z
5x dx
a. e dx b. sen (αx) dx c.
sen 2 (3x)
Z
2
Z √ Z
x2
d. sen x cos x dx e. x x2 + 1 dx f. √ dx
x3 + 1
Z Z Z √
cos x cos x dx tg x + 1
g. dx h. √ i. dx
sen 2 x 2 sen x + 1 cos2 x
Z Z Z
cos ( ln x) cos x 2 +4x+3
j. dx k. dx l. ex (x + 2) dx
x sen 2/3 x

Resposta

Z
a. Para resolver a integral e5x dx, tomemos a mudança de variável como sendo
1
u = 5x, o que implica du = dx. Assim, substituindo
5

Z Z
duu 1
e = eu du
5 5
eu
= +C
5

E, voltando para x, temos

8
e5x
Z
e5x dx = + C, com C ∈ R.
5

Z
b. Para encontrar a integral sen (αx), considere a substituição u = αx, o que nos
1
leva a du = dx.
α
Agora, substituindo com a mudança de variável

Z Z
du 1
sen (u) = sen (u) du
α α
cos(u)
=− +C
α

Voltando para a variável x,

Z
cos(αx)
sen (αx) = − +C
α

c. Neste caso, utilizaremos a substituição da variável u = 3x. E assim, du = 3 dx. E


assim, teremos a integral

Z Z
1 du 1 1
2
= du
sen u 3 3 sen 2 u
1
Aqui é necessário lembrar que cossec (x) = . Por fim, substituindo na
sen (x)
integral acima, encontramos

9
Z Z
1 du 1 1
= du
sen 2 u 3 3 sen 2 u
Z
1
= cossec 2 (u) du
3
cotg (u)
=− +C
3

E assim, retornando à variável x

Z
dx cotg (3x)
= − +C
sen 2 (3x) 3

Z
d. Na integral sen 2 x cos x dx tomaremos u = sen x e teremos du = cos x dx.
Agora, substituindo

Z Z
2 du
u cos x = u2 du
cos x
u3
= +C
3

Implicando que

sen 3 x
Z
sen 2 x cos x dx = +C
3

e. Para determinar a integral requerida tomaremos a mudança de variável u = x2 + 1,


1
e assim x dx = du. Logo,
2

10
Z √ 1
Z

x x2 + 1 dx = u du
2

Portanto, 3

Z
1 u2
u du = +C
2 3

E assim,

3
Z √ (x2 + 1) 2
2
x x + 1 dx = +C
3

x2
Z
f. Para determinar a integral √ dx, faremos a substituição u = x3 + 1,
x3 + 1
impicando que du = 3x2 dx. Assim, substituindo na nossa integral, temos:

x2 du
Z Z
1 du
√ 2
= √
u 3x 3 u
Z
1 1
= u− 2 du
3
1
1 u2
= 1 +C
3 2

u
= 3 +C
2

2√
= u+C
3

E, voltando para a variável x,

x2
Z
2p 3
√ dx = (x + 1) + C
x3 + 1 3

11
Z
cos(x)
g. Agora para a integral dx, façamos a a mudança de variável u = sen x e
sen 2 (x)
du = cos x dx. O que nos leva a

Z Z
cos(x) du du
=
u2 cos(x) u2
Z
= u−2 du

u−1
= +C
−1

= −u−1 + C
1
=− +C
u

E, voltando para a variável x,

Z
cos(x) 1
2
dx = − + C = − cossec (x) + C
sen (x) sen (x)

h. Tomando a mudança de variável u = 2 sen x + 1, temos que a integral


Z
cos x dx
√ , será reescrita na variável u como
2 sen x + 1

Z Z
cos x du 1 du
√ = √
u 2 cos(x) 2 u
Z
1 1
= u− 2 du
2
1
1 u2
= 1 +C
2 2

= u+C

12
E assim,

Z
cos x dx p
√ = 2 sen (x) + 1 + C
2 sen x + 1

R p
i. Para determinar a integral sec 2 (x) tg (x) + 1 dx, tomemos a mudança de
du
variável u = tg (x) + 1, e dx = . Logo,
sen 2 (x)

√ √
Z Z
2 du
sec (x) u = u du
sec 2 (x)
3
u2
= 3 +C
2

2 3
= u2 + C
3

1
(Lembre-se de que sec (x) = , que foi necessário para manipular a integral
cos(x)
acima)

Portanto, voltando para a variável x,

Z p 2 3
sec 2 (x) tg (x) + 1 dx = [ tg (x) + 1] 2 + C
3

Z
cos ( ln x)
j. Neste item, para encontrar a integral dx, faremos a substituição u =
x
ln x, implicando que dx = x du. Assim, substituindo

Z Z
cos u
x du = cos u du
x

= sen u + C

13
Ou seja,

Z p
sec 2 (x) tg (x) + 1 dx = sen ( ln x) + C

Z
cos x
k. Para determinar a integral dx, faremos a mudança de variável u = sen x
sen 2/3 x
du
e assim teremos dx = . Agora, substituindo na integral, temos
cos x

Z Z
cos(x) du du
=
u2/3 cos(x) u2/3
Z
= u−2/3 du

u1/3
= +C
1/3

= 3u1/3 + C

=33u+C

Portanto, na variável x,


Z
cos x
2/3
dx = 3 3 sen x + C
sen x

Z
2 +4x+3
l. A integral ex (x + 2) dx será resolvida utilizando a mudança de variável u =
du du
x2 + 4x + 3, o que implica que du = (2x + 4) dx, ou ainda dx = =
2x + 4 2(x + 2)
Feito isso, temos

14
Z Z
u du 1
e (x + 2) = eu du
2(x + 2) 2
1
= eu + C
2

E, voltando para a variável x,

Z
2 +4x+3 1 2
ex (x + 2) dx = ex +4x+3 + C
2

2. Seja f uma função contínua em [−a, a]. Mostre que:


Z a Z a
a. Se f é uma função par, então f (x) dx = 2 f (x) dx;
−a 0
Z a
b. Se f é uma função ímpar, então f (x) dx = 0.
−a

Resposta

a. Queremos mostrar que se f é uma função contínua e par no intervalo [−a, a], então:

Z a Z a
f (x) dx = 2 f (x) dx
−a 0

Inicialmente, uma função é dita par se f (x) = f (−x), para todo x. Além disso,
das propriedades da integral definida, temos:

Z a Z 0 Z a
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx
−a −a 0

Z 0 Z a
Logo, a ideia é verificar que f (x) dx = f (x) dx, pois assim chegaremos
−a 0
no resultado que queremos.

Observe que como a função é par,temos

15
Z 0 Z 0
f (x) dx = f (−x) dx.
−a −a

E assim, fazendo uma substituição de variável onde u = −x e dx = − du e


verificando os limites de integração, temos que para x = −a tem-se u = a e quando
x = 0 teremos u = 0. Logo,

Z 0 Z 0 Z 0
f (−x) dx = f (u)(− du) = − f (u) du
−a a a

e invertendo os limites de integração,

Z 0 Z a
− f (u) du = f (u) du
a 0

Na última integral, voltando a variável x, temos:

Z a Z a
f (u) du = f (x) dx
0 0
Z 0 Z a
Ou seja, f (x) dx = f (x) dx. E, portanto,
−a 0

Z a Z 0 Z a Z a
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx = 2 f (x) dx
−a −a 0 0

b. Vamos mostrar que se f é uma função ímpar e contínua no intervalo [−a, a], então,

Z a
f (x) dx = 0
−a

Das propriedades da integral definida, como f é contínua no intervalo,

Z a Z 0 Z a
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx.
−a −a 0

R0 Ra
Para resolvermos essa questão vamos mostrar que −a
f (x) dx = − 0
f (x) dx.

16
Como a função é ímpar,

Z 0 Z 0
f (x) dx = [−f (−x)] dx
−a −a

Fazendo uma substituição de variáveis com u = −x, temos du = − dx e assim,

Z 0 Z 0
[−f (−x)] dx = [−f (u)](− du) (2.1)
−a a
Z 0 Z a
= f (u) du = − f (u) du (2.2)
a 0

Nessa última integral voltando para a variável x, fazendo u = x e du = dx,


temos

Z a Z a
− f (u) du = − f (x) dx
0 0

E dessa forma,

Z 0 Z a
f (x) dx = − f (x) dx
−a 0

Portanto,

Z a Z 0 Z a
f (x) dx = f (x) dx + f (x) dx = 0
−a −a 0

Como queríamos mostrar.

17
2.2 Integração por partes
1. Utilizando a integração por partes, resolva:
R R R
a. xex dx b. x ln (x) dx c. x sen x dx

R R R
d. xn ln (x) dx e. ln (x2 + 1) dx f. x arctan(x) dx
Z √
arcsen x R R
g. √ dx h. x2 ex dx i. (1 − x) ex dx
x

Resposta

a. Tomando

u = x ⇒ du = dx ∴ dv = ex dx ⇒ v = ex

Utilizando o método da Integração por partes,

Z Z
u dv = u · v − v du

Temos,

Z Z
x x
xe dx = xe − ex dx

= xex − ex + C

Assim,

Z
xex dx = (x − 1) ex + C

18
b. Tomando

1 x2
u = ln x ⇒ du = dx ∴ dv = x dx ⇒ v =
x 2

Utilizando o método da Integração por partes, temos:

x2 x2 1
Z Z
x ln x dx = ln x − dx
2 2 x

Assim,

x2 x2
Z
x ln x dx = ln x − +C
2 4

c. Tomando

u = x ⇒ du = dx ∴ dv = sen (x) dx ⇒ v = − cos(x)

E integrando por partes temos,

Z Z
x sen (x) dx = −x cos(x) − [− cos(x)] dx

Logo,

Z
x sen (x) dx = −x cos(x) + sen (x) + C

19
d. Tomando

1 xn+1
u = ln x ⇒ du = dx ∴ dv = xn dx ⇒ v =
x n+1

Integrando por partes, temos

xn+1 1 xn+1
Z Z
n
x ln x dx = ln x − dx
n+1 xn+1

Assim,

xn+1 xn+1
Z
xn ln x dx = ln x − +C
n+1 (n + 1)2

e. Tomando

2x
u = ln (x2 + 1) ⇒ du = dx ∴ dv = dx ⇒ v = x
x2 +1

Integrando por partes, temos

Z Z
2 2 2x
ln (x + 1) dx = x ln (x + 1) − x dx
x2 + 1
x2
Z
2
= x ln (x + 1) − 2 dx
x2 + 1

x2
Z
Portanto, resolvendo a integral dx, temos
x2 + 1

20
x2 x2 + 1 − 1
Z Z
dx = dx
x2 + 1 x2 + 1
Z 2 Z
x +1 1
= dx − dx
x2 + 1 x2 + 1
= x − arctg (x) + C

E agora, substituindo,

Z
ln (x2 + 1) dx = x ln (x2 + 1) − 2(x − arctg (x)) + C

f. Tomando

1 x2
u = arctg (x) ⇒ du = dx ∴ dv = x dx ⇒ v =
1 + x2 2

Integrando por partes, temos

x2 x2
Z Z
1
x arctg (x) dx = arctg (x) − dx
2 2 1 + x2

Assim,

x2
Z
1
x arctg (x) dx = arctg (x) − (x − arctg (x)) + C
2 2

g. Tomando

u = x2 ⇒ du = 2x dx ∴ dv = ex dx ⇒ v = ex

21
Integrando por parte, temos

Z Z
2 x 2 x
x e dx = x e − 2x ex dx
Z
Agora, para resolver a integral 2x ex dx aplicaremos novamente a integral por
partes, fazendo

u = 2x ⇒ du = 2 dx ∴ dv = ex dx ⇒ v = ex

E assim,

Z Z
x x
2x e dx = 2x e − 2 ex dx = 2x ex − 2 ex

Logo,

Z
x2 ex dx = x2 ex − (2x ex − 2ex ) + C

= (x2 − 2x + 2) ex + C

h. Inicialmente, para resolver a integral, utilizamos o método da substituição, fazendo


√ 1
u = x e du = √ dx.
2 x
Com isso, a integral pode ser reescrita da seguinte forma

Z √ Z
arcsen x
√ dx = 2 arcsen (u) du
x

Agora, utilizando a integração por partes, tomando

1
z = arcsen (u) ⇒ dz = √ du ∴ dv = du ⇒ v = u
1 + u2

22
Agora, Integrando por partes, temos

Z Z
2u
2 arcsen (u) du = 2 · u · arcsen (u) − √ du
1 + u2

Assim,

Z √
2 arcsen (u) du = 2 · u · arcsen (u) − 2 1 + u2 + C


Como u = x, substituindo na integral, temos


√ √ √
Z
arcsen x
√ = 2 x arcsen x − 2 1 + x + C
x

i. Observe que podemos reescrever a integral como

Z Z Z
x x
(1 − x) e dx = e dx − x ex dx

Agora, utilizando a integral do item (a), temos

Z
(1 − x) ex dx = ex − (xex − ex ) + C

= (2 − x) ex + C

2. Verifique que:

n−1
Z Z
n 1 n−1
a. sen u du = − sen u cos u + sen n−2 u du;
n n

Z Z
n 1 n−1 n 1
b. cos u du = cos u sen u + cosn−2 u du;
n n

Resposta

23
a. Para mostrar que

n−1
Z Z
1
sen (u) du = − cos(u) sen n−1 u +
n
sen n−2 u du
n n
Z
Reescrevemos a integral da seguinte forma, sen n (u) du:

Z Z
n
sen (u) du = sen n−1 (u) sen (u) du

E agora, tomando,

z = sen n−1 u ⇒ dz = (n − 1) sen n−2 u du ∴ dv = sen (u) du ⇒ v = − cos(u)

E utilizando o método da integração por partes, temos,

Z Z
n n−1
sen (u) du = − cos(u) sen u + (n − 1) cos2 (u) sen n−2 u du

Além disso, observe que

Z Z
2 n−2
cos (u) sen u du = (1 − sen 2 u) sen n−2 u du
Z Z
n−2
= sen u du − sen n u du

Logo, substituindo,

Z Z Z 
n n−1 n−2 n
sen (u) du = − cos(u) sen u + (n − 1) sen udu −
sen u du
Z Z
= − cos(u) sen n−1 u + (n − 1) sen n−2
udu − (n − 1) sen n u du

24
Organizando os termos,

Z Z Z
n n n−1
sen (u) du + (n − 1) sen u du = − cos(u) sen u + (n − 1) sen n−2 u du
Z Z
n sen n u du = − cos(u) sen n−1 u + (n − 1) sen n−2 u du

Assim,

n−1
Z Z
1
sen (u) du = − cos(u) sen n−1 u +
n
sen n−2 u du
n n

b. Para resolver este item, utilizamos um processo análogo ao que foi feito no item
anterior. Reescrevemos a integral da seguinte forma,

Z Z
n
cos (u) du = cosn−1 (u) cos(u) du

E, utilizando a integração por partes, fazendo

z = cosn−1 u ⇒ dz = (n−1) cosn−2 (u)[− sen (u)] du ∴ dv = cos(u) du ⇒ v = sen (u)

Temos,

Z Z
n−1 n−1
cos (u) cos(u) du = cos sen 2 (u)(n − 1) cosn−2 (u) du
(u) sen (u) +
Z
= cos (u) sen (u) + (n − 1) sen 2 (u) cosn−2 (u) du
n−1

Z
= cos (u) sen (u) + (n − 1) (1 − cos2 u) cosn−2 (u) du
n−1

Z Z
= cos (u) sen (u) + (n − 1) cos (u) − (n − 1) cosn (u) du
n−1 n−2

25
Portanto,
Z Z
n n−1
n cos (u) du = cos (u) sen (u) + (n − 1) cosn−2 (u) du
n−1
Z Z
1
cos (u) du = cosn−1 (u) sen (u) +
n
cosn−2 (u) du
n n

Como queríamos mostrar.

2.3 Técnica de integração: decomposição em frações parciais


1. Utilize a decomposição em frações parciais e resolva as integrais:
Z 5
2x − 1 x + x4 − 8
Z Z
x
a. dx b. dx c. dx
(x − 1)(x − 2) (x + 1)(x + 3)(x + 5) x3 − 4x
x4
Z Z Z
dx dx
d. 2
dx e. 2
f. 3
(x − 1)(x + 2) (x − 1) (x + 2) x +1
x5 x2 + 2x + 1
Z Z Z
dx
g. dx h. dx i. dx
x3 − 1 x2 − 6x + 5 (1 + x2 )2

Resposta

a. Dada a integral

2x − 1
Z
dx
(x − 1)(x − 2)

Precisamos obter a fração parcial de

2x − 1 A B
= +
(x − 1)(x − 2) x−1 x−2
A(x − 2) + B(x − 1) 2x − 1
=
(x − 1)(x − 2) (x − 1)(x − 2)

Note que

26
Se x = 2 ⇒ A(2 − 2) + B(2 − 1) = 2 · 2 − 1 ⇒ B = 3

Se x = 1 ⇒ A(1 − 2) + B(1 − 1) = 2 · 1 − 1 ⇒ A = −1

Com isso, temos

2x − 1 1 3
=− +
(x − 1)(x − 2) x−1 x−2

E, reescrevendo a integral, temos

Z  
2x − 1
Z
1 3
dx = − + dx
(x − 1)(x − 2) x−1 x−2

Agora, resolvendo as integrais, encontramos

2x − 1
Z
dx = − ln |x − 1| + 3 ln |x − 2| + C
(x − 1)(x − 2)

b. Para a integral

Z
x
dx
(x + 1)(x + 3)(x + 5)

Temos que a fração parcial é dada por

x A B C
= + +
(x + 1)(x + 3)(x + 5) (x + 1) (x + 3) (x + 5)
A(x + 3)(x + 5) + B(x + 1)(x + 5) + C(x + 1)(x + 3)
(x + 1)(x + 3)(x + 5)

Agora, para determinar as constantes A, B e C,

27
Se x = −1 ⇒ A(−1 + 3)(−1 + 5) + B(−1 + 1)(−1 + 5) + C(−1 + 1)(−1 + 3) = −1
1
A=−
8
3
Se x = −3 ⇒ B =
4
5
Se x = −5 ⇒ C = −
8

Com isso, temos

x 1 3 5
=− + −
(x + 1)(x + 3)(x + 5) 8(x + 1) 4(x + 3) 8(x + 5)

Logo, reescrevendo a integral, temos

Z  
1 3 5
− + − dx
8(x + 1) 4(x + 3) 8(x + 5)

Portanto, resolvendo a integral, obtemos

Z
x 1 3 5
dx = − ln |x + 1| + ln |x + 3| − ln |x + 5| + C
(x + 1)(x + 3)(x + 5) 8 4 8

c. Para determinar a integral

x 5 + x4 − 8
Z
dx
x3 − 4x
inicialmente observe que

28
x5 + x4 − 8 = (x3 − 4x)(x2 + x + 4) + 4x2 + 16x − 8

x5 + x4 − 8 2 4x2 + 16x − 8
= (x + x + 4) +
x3 − 4x x3 − 4x

∴ x3 − 4x = x(x − 2)(x + 2)

Assim, obtendo a fração parcial de

4x2 + 16x − 8 A B C
= + +
x(x − 2)(x + 2) x x+2 x−2
A(x − 2)(x + 2) + B(x)(x − 2) + C(x)(x + 2)
x(x − 2)(x + 2)

Logo,

Se x = 0 ⇒ A = 2

Se x = −2 ⇒ B = −3

Se x = 2 ⇒ C = 5

Com isso, temos

x5 + x4 − 8 2 3 5
3
= x2 + x + 4 + − +
x − 4x x x+2 x−2

Reescrevendo a integral:

Z  
2 2 3 5
x +x+4+ − + dx
x x+2 x−2

29
Z Z Z Z Z Z
2 2 3 5
x dx + x dx + 4 dx + dx − dx + dx
x x+2 x−2

E resolvendo as integrais obtemos

x5 + x4 − 8 x3 x2
Z
dx = + + 4x + 2 ln |x| − 3 ln |x + 2| + 5 ln |x − 2| + C
x3 − 4x 3 2

d. Dada a integral

x4
Z
dx
(x2 − 1)(x + 2)

Reescrevendo a equação, temos que

x4 = (x3 + 2x2 − x − 2)(x − 2) + 5x2 + 4

x4 5x2 + 4
= (x − 2) +
x3 + 2x2 − x − 2 x3 + 2x2 − x − 2

Obtendo a fração parcial de

30
5x2 + 4 A B C
= + +
x3 + 2x2 − x − 2 x+1 x−1 x+2
A(x − 1)(x + 2) + B(x + 1)(x + 2) + C(x + 1)(x − 1)
(x + 1)(x − 1)(x + 2)
1
Se x = −1 ⇒ A = −
2
1
Se x = 1 ⇒ B =
6
16
Se x = −2 ⇒ C =
3

Com isso, temos

x4 1 1 16
2
=x−2− + +
(x − 1)(x + 2) 2(x + 1) 6(x − 1) 3(x + 2)

Reescrevendo a integral:

Z
1 1 16
x−2− + + dx
2(x + 1) 6(x − 1) 3(x + 2)

Z Z Z Z Z
1 1 16
x dx − 2 dx − dx + dx + dx
2(x + 1) 6(x − 1) 3(x + 2)

Agora, resolvendo a integral, obtemos

x2 1 1 16
= − 2x − ln |x + 1| + ln |x − 1| + ln |x + 2| + C
2 2 6 3

e. Dada a integral

31
Z
dx
(x − 1)2 (x + 2)

precisamos encontrar a fração parcial de

1 A B C
= + +
(x − 1)2 (x + 2) x − 1 (x − 1)2 x + 2
A(x − 1)(x + 2) + B(x + 2) + C(x − 1)2
(x − 1)2 (x + 2)

Note que

1
Se x = 1 ⇒ B =
3
1
Se x = −2 ⇒ C =
9
1
Se x = 0 ⇒ −2A + 2B + C = 1 ⇒ A = −
9

Com isso, temos

1 1 1 1
2
=− + 2
+
(x − 1) (x + 2) 9(x − 1) 3(x − 1) 9(x + 2)

Assim, reescrevendo a integral

Z Z  
dx 1 1 1
= − + + dx
(x − 1)2 (x + 2) 9(x − 1) 3(x − 1)2 9(x + 2)

e resolvendo, obtemos

Z
dx 1 1 1
2
= ln |x + 2| − ln |x − 1| − +C
(x − 1) (x + 2) 9 9 3(x − 1)

32
f. Dada a integral

Z
dx
x3 + 1

A fração parcial será dada por

1 A Bx + C
= + 2
x3 +1 (x + 1) (x − x + 1)
A(x2 − x + 1) + (Bx + C)(x + 1)
x3 + 1

Assim,

1
Se x = −1 ⇒ A =
3
2
Se x = 0 ⇒ A + C = 1 ⇒ C =
3
1
Se x = 1 ⇒ A + 2B + 2C = 1 ⇒ B = −
3

Com isso, temos

1 1 −x + 2
= +
x3 +1 3(x + 1) 3(x2 − x + 1)

Agora, reescrevendo a integral

Z  
1 −x + 2
+ dx
3(x + 1) 3(x2 − x + 1)

−x + 2
Z Z
1
dx + dx
3(x + 1) 3(x2 − x + 1)

e calculando as integrais, obtemos

33
4 4x2 − 4x √
  
2x − 1
Z
dx 1 1
= ln |x + 1| + − ln + + 2 3 arctan √ +C
x3 + 1 3 6 3 3 3

x5
Z
g. Para determinar a integral dx, vamos observar que podemos escrever
x3 − 1

x5 = (x3 − 1)x2 + x2

Assim,
x5 2 x2
= x +
x3 − 1 x3 − 1

Observe que x3 − 1 = (x − 1)(x2 + x + 1).

E agora, obtendo a fração parcial de

x2 x2 A Bx + C
3
= 2
= + 2
x −1 (x − 1)(x + x + 1) x−1 x +x+1

temos que,

1
Se x = 1 ⇒ A =
3
1
Se x = 0 ⇒ A − C = 0 ⇒ A = C =
3
2
Se x = −1 ⇒ A + 2B − 2C = 1 ⇒ B =
3

Assim,

x2 1 2x + 1
= +
(x − 1)(x2 + x + 1) 3(x − 1) 3(x2 + x + 1)

34
x5 1 2x + 1
3
= x2 + + 2
x −1 3(x − 1) 3(x + x + 1)

Reescrevendo a integral:

Z  
2 1 2x + 1
x + + 2
dx
3(x − 1) 3(x + x + 1)

Portanto,

x5 x3 1
Z
1
dx = + ln |x − 1| + ln |x2 + x + 1| + C
x3 − 1 3 3 3

h. Dada a integral

Z
1
dx
x2 − 6x + 5

Observe que

x2 − 6x + 5 = (x − 1)(x − 5)

Assim, obtendo a fração parcial de

1 A B
= +
(x − 1)(x − 5) x−1 x−5
A(x − 5) + B(x − 1)
(x − 1)(x − 5)

35
Se

1
x=5⇒B=
4
1
x=1⇒A=−
4

Com isso, temos

1 1 1
=− +
x2 − 6x + 5 4(x − 1) 4(x − 5)

E reescrevendo a integral

Z  
1 1
− + dx
4(x − 1) 4(x − 5)

obtemos

Z
1 1 1
dx = − ln |x − 1| + ln |x − 5| + C
x2 − 6x + 5 4 4

i. Para determinar a integral

x2 + 2x + 1
Z
dx
(1 + x2 )2

obtemos a fração parcial de

36
x2 + 2x + 1 Ax + B Cx + D
= +
(1 + x2 )2 1 + x2 (1 + x2 )2
(Ax + B)(1 + x2 ) + Cx + D Ax3 + Bx2 + (A + C)x + (B + D)
=
(1 + x2 )2 (1 + x2 )2
x2 + 2x + 1 Ax3 + Bx2 + (A + C)x + (B + D)
=
(1 + x2 )2 (1 + x2 )2

O que implica que A = 0, B = 1, C = 2 e D = 0. Com isso, temos

x2 + 2x + 1 1 2x
2 2
= 2
+
(1 + x ) 1+x (1 + x2 )2

Assim, reescrevendo a integral

Z  
1 2x
2
+ dx
1+x (1 + x2 )2
obtemos

x2 + 2x + 1
Z
1
2 2
dx = arctan(x) − 2 +C
(1 + x ) x +1

2.4 Técnica de integração: Substituição trigonométrica


1. Utilize substituições trigonométricas para resolver as integrais:
Z √ 2
a − x2 x2
Z Z
x
a. 2
dx b. √ dx c. √ dx
x 4−x 2 2
4x + 8x + 5
Z
dx
Z
2
√ Z
dx
d. √ dx e. x 4 − x dx 2 f. √ dx
x2 + 2x + 2 x2 x2 + 9

Resposta

37
Z √
a2 − x 2
a. Para resolver a integral dx , observe a figura abaixo
x2

Note que no triângulo retângulo acima temos

x = a sen θ

Assim, utilizando a substituição trigonométrica x = a sen θ, temos

√ √
a2 − x 2 = a2 − a2 sen 2 θ
√ √
= a 1 − sen 2 θ = a cos2 θ

= a cos θ

Observe ainda que dx = a cos θ dθ.

E assim, substituindo na integral,

38
Z √
a2 − x 2
Z
a cos θ
dx = a cos θ dθ
x2 a2 sen 2 θ
cos2 θ (1 − sen 2 θ)
Z Z
= = dθ
sen 2 θ sen 2 θ
Z Z

= − dθ
sen 2 θ
= cotg θ − θ + C

Voltando para a variável x, com o auxílio das relações trigonométricas triângulo


acima, temos

Z √ 2 √
a − x2 a2 − x 2 x
dx = − − arcsen +C
x2 x a

x2
Z
b. Para a integral √ dx, faremos a substituição x = 2 sen θ e dx = 2 cos θ dθ,
4 − x2
com o auxílio do triângulo abaixo

Assim, fazendo a mudança de variável citada, temos

39
x2 4 · 2 · sen 2 θ · cos θ
Z Z
√ dx = √ dθ
4 − x2 4 − 4 sen 2 θ
8 sen 2 θ cos θ
Z Z
= dθ = 4 sen 2 θ dθ
2 cos θ

= 2 sen θ cos θ + 2θ + C

Com o auxílio do triângulo acima, voltamos à variável x


x2 4 − x2
Z
x x
√ dx = 2 · · + 2 arcsen +C
4 − x2 2 2 2

4 − x2 x
=x + 2 arcsen +C
2 2

c. Inicialmente, observe que

4x2 + 8x = 4(x2 + 2x) = 4(x2 + 2x + 1) − 4

4x2 + 8x + 5 = 4(x + 1)2 + 1

Daí, podemos reescrever nossa integral como

Z Z
x x
p dx = s  2 dx
4(x + 1)2 + 1 1
2 (x + 1)2 +
2
Z
1 x dx
= s
2  2
1
(x + 1)2 +
2

40
Agora, utilizando o triângulo

observamos que

1
x+1= tg (θ)
2
1
x= tg (θ) − 1
2
1
dx = sec 2 (θ) dθ
2

Assim, substituindo na integral, temos

1
tg (θ) − 1
Z Z
1 x dx 1 1
q = q 2
· sec 2 (θ) dθ
2 1 2
 2 1
tg 2 (θ) + 1 2
(x + 1)2 + 2 4 4

1
tg (θ) − 1
Z
1
= 2
sec 2 (θ) dθ
8 sec (θ)
Z  
1 1
= tg (θ) − 1 sec (θ) dθ
8 2
Z Z
1 1
=− sec (θ) dθ + tg (θ) sec (θ) dθ
8 16
1 1
= − ln | sec (θ) + tg (θ)| + sec (θ)
8 16

41
Agora, voltando para ao triângulo,

Observamos que

q
1
(x + 1)2 + 4 x+1
sec (θ) = 1 e tg (θ) = 1
2 2

Portanto,

Z r r
x 1 1 1 1
√ 2
dx = − ln 2 (x + 1) + + 2(x + 1) + (x + 1)2 + +C
4x2 + 8x + 4 8 4 8 4

d. Para iniciar, observe que

x2 + 2x + 2 = x2 + 2x + 1 + 1 = (x + 1)2 + 1

42
Agora, com o auxílio do triângulo retângulo abaixo, façamos a substituição
x + 1 = tg (θ)

E assim, teremos

x = tg (θ) − 1 e dx = sec 2 (θ) dθ

Logo, fazendo a substituição trigonométrica na integral

tg (θ) − 1
Z Z
dx
√ dx = p sec 2 (θ) dθ
2
x + 2x + 2 tg 2 (θ) + 1
Z
= ( tg θ − 1) sec (θ) dθ
Z Z
=− sec (θ) dθ + sec (θ) tg (θ) dθ

= − ln | sec (θ) + tg (θ)| + sec (θ)

E, novamente utilizando o triângulo, voltamos à variável x

Z
dx √ √
√ dx = − ln x2 + 2x + 2 + (x + 1) + x2 + 2x + 2 + C
x2 + 2x + 2

43
Z √
e. Para determinar a integral x2 4 − x2 dx, observe o triângulo retângulo a seguir

Fazendo,

x = 2 sen θ dx = 2 cos θ dθ

e substituindo na integral, temos

Z √ Z
4 sen θ 4 − 4 sen θ 2 cos θ dθ = 16 sen 2 θ cos2 θ dθ
2 2

Z
= 16 sen 2 θ(1 − sen 2 θ) dθ
Z
= 16 sen 2 θ − sen 4 θ dθ
Z Z 
2 4
= 16 sen θ dθ − sen θ dθ

Agora, utilizando a fórmula de recorrência

n−1
Z Z
1
sen u du = − sen n−1 u cos u +
n
sen n−2 u du
n n

44
encontramos

Z
1 θ
sen 2 (θ) dθ = − cos θ sen θ +
2 2

Z
1 3 3
sen 4 (θ) dθ = − cos θ sen 3 θ − cos θ sen θ + θ
4 8 8

Daí,

Z Z   
2 4 1 1 θ
16 sen θ dθ − sen θ dθ = 16 − cos θ sen 3 θ − cos θ sen θ +
4 8 8
= 4 cos θ sen 3 θ − 2 cos θ sen θ + 2θ

Voltando para x, com o auxílio do triângulo, temos que

x
θ = arcsen
2
x
sen (θ) =
2
√ r
4 − x2 x2
cos(θ) = = 1−
2 4

Logo,

r
x2
√ x3 1− r
4 − x 1 − x2 + 2 arcsen x
Z  
x2 4 − x2 dx =
2 4 2

45
f. Neste caso, utilizando o triângulo abaixo, faremos a seguinte substituição

x = 3 tg (θ) e dx = 3 sec 2 (θ) dθ

Dessa forma,

3 sec 2 (θ) dθ
Z Z
dx
√ = p
x2 x2 + 9 9 tg 2 (θ) 9 tg 2 (θ) + 9
3 sec 2 (θ) dθ
Z
= p
9 tg 2 (θ) 9 ( tg 2 θ + 1)
3 sec 2 (θ) dθ 3 sec 2 (θ) dθ
Z Z
= =
9 tg 2 (θ)3 sec (θ)
p
9 tg 2 (θ) 9 sec 2 (θ)
Z
1 sec (θ) dθ
=
9 tg 2 (θ)
1 sen −1 θ
Z
1 cos θ
= dθ = +C
9 sen 2 θ 9 −1
1 1
=− +C
9 sen θ

E, novamente com o auxílio do triângulo, temos

46

x2 + 9
Z
dx
√ =− +C
x2 x2 + 9 9x

2.5 Aplicações da integral: Área e comprimento de arco


1. Calcule o comprimento:

a. do arco da parábola semi-cúbica y 2 = x3 , desde (0, 0) até (4, 8);

b. y = ex , 0 ≤ x ≤ 1;

c. y = ln x, 1 ≤ x ≤ e;

Resposta

É preciso lembrar que o comprimento de arco é dado por

Z bq
L= 1 + [f 0 (x)]2 dx
a

47
a. Para este item, queremos determinar o comprimento de arco da parábola semi-cúbica
descrita na figura abaixo com x variando de 0 a 4.

Observe que

3 3 1/2
y 2 = x3 → y = x 2 → y 0 = x
2

Assim, substituindo na fórmula para o cálculo do comprimento de arco,

s 2
Z 4 
3 1/2
1+ x dx
0 2

Para resolver a integral acima utilizamos a mudança de variável

9 9
u=1+ x ⇒ du = dx
4 4

O que nos leva a uma mudança nos limites de integração. Isto é,

48
x = 0 → u = 1 ∴ x = 4 → u = 10

Logo,

Z 10 √
4 u
du
1 9

Resolvendo, temos

10 √ 10 √  √ 
4 2 u3/2 8 10 10 − 1 4 20 10 − 2
Z 
4 u
du = = =
1 9 9 3 1 27 27

b. Considerando a função y = ex ,

temos

y = ex ⇒ y 0 = ex

Assim, substituindo

49
Z 1 q
1 + (ex )2 dx
0

Utilizaremos o método da substituição fazendo a mudança de variável


 
x x du du
u = e ⇒ du = e dx isto é, dx = x =
e u

Observe ainda que é necessário mudarmos os limites de integração. Assim,

se x = 0 então u = 1

e
se x = 1 então u = e.

Logo, precisamos resolver a integral

e

1 + u2
Z
du
1 u

Aqui utilizaremos o método da substituição aplicando a mudança de variável



v = 1 + u2 . E teríamos

u 1 + u2
dv = √ du → du = dv
1 + u2 u

Como é necessário que o integrando dependa apenas de uma variável, neste caso
da variável v, temos que organizar o quociente acima, com base na mudança de variável
que foi feita, e encontramos

v
du = √ dv,
v2 − 1
√ √
Visto que v = 1 + u2 → u = v 2 − 1.

Agora, observando os limites de integração

√ √
Se u = 1 → v = 2, e se u = e → 1 + e2 .

50
Assim,

e
√ √
1+e2
1 + u2 v2
Z Z
du = √
dv
1 u 2 v2 − 1

1+e2
v2 + 1 − 1
Z
= √
dv
2 v2 − 1
√ Z √1+e2
Z 1+e2
1
= √
dv + √ 1 dv
2 v2 − 1 2

E assim, o comprimento de arco é igual a

√ √ √ √ !
√ √ 
    
ln 1 + e2 + 1 − ln 1 + e2 − 1 − ln 2 + 1 + ln 2−1 2
=− − 1+e − 2
2

c. Para o cálculo do comprimento de arco da função y = ln x de 1 a e, como mostra a


figura abaixo,

observe que

1
y0 =
x

Assim, o cálculo será dado por

51
s  2
Z e
1
1+ dx
1 x

1
Para resolver a integral acima, tomemos a mudança de variável u = , o que
x
1
implica que du = − 2 dx.
x
Logo,
1
Se x = 1 → u = 1, e se x = e → u =
e

Agora, substituindo na integral, temos

1/e
√ 1

1 + u2 1 + u2
Z Z
− du = du
1 u2 1/e u2

Agora, utilizando o método de integração por partes,

√ 1 u 2
ū = 1 + u2 , dv = 2 → dū = √ , v=−
u 1+u 2 u

Com isso,

√ √
" #1 
1 1
u2 u2
Z Z
1+ 1+ 1
du = 2  − + √ du
1/e u2 u 1/e 1 + u2
1/e

Z 1
1
Para determinar a integral √
du, é necessário utilizar uma substituição
1/e 1 + u2
trigonométrica com u = tg θ e du = sec 2 θ, encontrando que

1
1 √
Z 
1
√ du = ln 1 + u2 + u
1/e 1 + u2 1/e

E assim, aplicando nos limites de integração, encontramos

!
√ √ √
r
 1 1
= −2 2 + 2 ln 2 + 1 + 2 e2 + 1 − 2 ln 2
+1+
e e

2. Em cada caso abaixo, calcule o comprimento do arco indicado:

52

 x = t3
a. ; −1 ≤ t ≤ 3
y = x 2

x = 2(1 − sen t)
b. ;0≤t≤π
 y = 2(1 − cos t)

Resposta

Para determinar o comprimento de arco quando temos uma curva dada em sua forma paramétrica,
precisamos utilizar a fórmula

s 2 2
Z b 
dx dy
L= + dt
a dt dt

a. Para determinar o comprimento de arco da curva



 x = t3
−1≤t≤3
y = x2

temos que,

dx dy
= 3t2 ∴ = 6t5 ,
dt dt

visto que y = x2 = (t3 )2 .

Agora, substituindo

53
Z 3 q
L= (3 t2 )2 + (6 t5 )2 dt
−1
Z 3 √
= 9 t4 + 36 t10 dt
−1
Z 3 p
= 9 t4 (1 + 4 t6 ) dt
−1
Z 3 √
= 3 t2 1 + 4 t6 dt
−1
Z 3 p
= 3 t2 1 + (2 t3 )2 dt
−1

Logo, fazendo a substituição

u = t3 ⇒ du = 3 t2 dt ∴ t = −1 → u = −1; t = 3 → u = 27

E teremos a integral,

Z 27 p
1 + (2u)2 du
−1

Tomando agora uma substituição trigonométrica

2u = tg θ ⇒ 2 du = sec 2 θ dθ

Z p Z
1 2 1
2
( 1 + ( tg θ) ) sec θ dθ = sec 3 θ dθ
2 2

Utilizando a fórmula de recorrência para secante, temos

Z
1 1 1
sec 3 (θ) dθ = sec (θ) tg (θ) + ln | tg (θ) + sec (θ)| + C
2 4 4

Agora, voltando à variável u, como

54

tg θ = 2u e sec θ = 1 + 4u2 ,

temos

27
27 √ √
Z 
p 1 1
1 + (2 u)2 du = 2u 1 + 4u2 + ln 2u + 1 + 4u2
−1 4 4 −1

Assim,

√ √ √ 1 √
  
1 1 
= 27 2917 + 5 + ln 2917 + 54 − ln 5−2
2 2 2

b. Para determinar o comprimento de arco para a função, em sua forma paramétrica,


dada por


x = 2 (1 − sen t)
0 ≤ t ≤ π,
 y = 2 (1 − cos t)

observe que,

dx dy
= −2 cos t ∴ = 2 sen t
dt dt
Assim, substituindo na fórmula do comprimento de arco para uma curva dada de forma
paramétrica, temos

55
Z π q
L= (−2 cos t)2 + (2 sen t )2 dt
Z0 π √
= 4 cos2 t + 4 sen 2 t dt
Z0 π √
= 4 dt
0
Z π
=2 dt
0

= 2π

Que é o comprimento da curva procurado.

3. Calcule a distância percorrida por uma partícula entre os instantes t = 0 e t = 4, se sua posição
1 1
P (x, y) no instante t é dada por x = t2 e y = (2t + 1)3/2 .
2 3
Resposta

A distância percorrida pela partícula, entre os instantes t = 0 e t = 4, será dado pela


fórmula de comprimento de arco da curva parametrizada


t2
x =


2
 1
y = (2t + 1)3/2

3
Assim, como
dx dy √
=t e = 2t + 1,
dt dt

teremos

56
Z 4 √
L= t2 + 2t + 1 dt
0
Z 4 p
= (t + 1)2 dt
0
4 √
Z
= t + 1 dt
0
4
t2

= + t dt
2 0

= 12

Portanto, a distância percorrida pela partícula entre os instantes t = 0 e t = 4 será 12


unidades de comprimento.

4. Resolva

a. Dada uma curva descrita pela função y = f (x), onde x = x(t), t ∈ [t1 , t2 ], mostre que a área
da região será dada por

Z t2
y(t) x0 (t) dt.
t1

b. Calcule a área da região delimitada pela elipse


x = 3 cos t
 y = sen t

Resposta

a. É sabido que dada uma função contínua e positiva a área limitada pelas retas x = a
até x = b, é dada por

Z b Z b
f (x) dx = y dx
a a

57
Assim, se estivermos com uma curva parametrizada em um parâmetro t,


x = x(t)
 y = y(t)

observando que dx = x0 (t) dt, e tomando a = x(t1 ) e b = x(t2 ), encontramos

Z t2
A= y(t) x0 (t) dt
t1

Como queríamos encontrar.

b. Para determinar a área da região limitada pela elipse


x = 3 cos t
 y = sen t

Utilizaremos a fórmula apresentada no item anterior

Z t2
y(t) x0 (t) dt
t1

Note que, de resultados da geometria analítica,

 
x = 3 cos t
 y = sen t 

representa uma elipse de centro (0, 0) de eixo maior a = 3 e eixo menor b = 1,

58
como mostra a figura abaixo

π
Assim, para x = 0 teremos t = e quando x = 3 teremos t = 0, que serão
2
nossos limites de integração. Portanto, como x0 (t) = −3 sen t, temos

Z 0
A=4 ( sen t · (−3 sen t)) dt
π/2
Z π/2
= −4 ( sen t · (−3 sen t)) dt
0
Z π/2
= 12 sen 2 t dt
0

Sabendo que,

1 − cos (2t)
sen 2 (t) =
2

temos,

π/2
1 − cos (2t)
Z
π
dt =
0 2 4

Assim,

π
A = 12 · = 3π u.a.
4

5. No prédio do bloco dos colegiados da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF)

59
existe um canteiro no formato de um semicírculo (como mostra a figura abaixo), o qual pretende-
se colocar grama na área delimitada, visando a arborização do local. De forma a proteger a grama
que será colocada na área, decidiu-se cercar o semicírculo.

Sabendo-se que o semicírculo é dado, em sua forma paramétrica, por

 
x = 2 cos t
y = 2 sen t

determine o perímetro do semicírculo e a área, em m2 , que será colocada a grama. (Para o cálculo,
adote π = 3, 14)

Resposta

Calculando a distância percorrida pelo comprimento de arco de uma curva em sua forma
paramétrica, que é dado por:

s 2 2
Z b 
dx dy
L= + dt
a dt dt

temos,

60
dx dy
= −2 sen t ∴ = 2 cos t
dt dt

Como é um semicírculo

0≤t≤π

Substituindo,

Z π q
L= (−2 sen t)2 + (2cos t)2 dt
0

Z π √
L= 4 sen 2 t + 4 cos2 t dt
0

Assim,

Z π p Z π √ Z π
L= 4( sen 2 t + cos2 t) dt = 4 dt = 2 dt
0 0 0

Z π
2 dt = 2π
0

Logo, o perímetro

P = L + 2R = 2π + 4 = 10, 28 metros

Para o cálculo da área, utilizaremos

Z t2
y(t) x0 (t) dt
t1

Observe que,

61
dx
= −2 sen t
dt

Assim,

Z 0
A=− 2 sen t(−2 sen t) dt
π
Z 0
= 4 sen 2 t dt
π
Z π
= −4 sen 2 t dt
0

π
=4·
2

= 2π m2

Logo,

A = 6, 28 m2

2.6 Aplicações da integral: Volume de sólidos de revolução


1. Determinar o volume do sólido de revolução gerado pela rotação, em torno do eixo y, da região R,
delimitada pelos gráficos das equações dadas.

a. y = ln x, y = 2 e x = 0

b. y = x3 e y = x2

Resposta

62
a. Queremos determinar o volume do sólido de revolução ao rotacionarmos a curva
y = ln x, delimitando a região pelas retas y = 2 e x = 0, como mostra a figura abaixo.

Observe que a rotação requerida é em torno do eixo y, logo é necessário que a


integral seja calculada na variável y.

Note que y = ln x implica ey = x.

Assim,

Z 2 2
y y
V = e dy = e = e2 − 1 u.v.
0 0

63
b. Observe a figura abaixo construída a partir do esboço das curvas y = x3 e y = x2 .

É necessário encontrar os pontos de interseção entre as curvas para determinar os


limites de integração, isto é,

x3 = x2 ⇔ x = 0 ou x = 1.

Mais ainda, perceba que ao rotacionar a curva encontraremos um sólido "oco".


Assim, colocando na variável y (já que a rotação é em torno do eixo y), temos:

1 1
3 5/3 y 2
  
√ √ 2
Z
2 1
V = ( y ) − ( y) dy =
3
y − = u.v.
0 5 2 0 10

2. O método dos invólucros cilíndricos ou método das cascas permite o cálculo do volume de uma
superfície, obtido pela rotação em torno do eixo y, de um conjunto A, para x variando de a até b
seja calculado pela integral
Z b
V = 2π xy dx, com y = f (x).
a

Utilize o método das cascas para calcular o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do
eixo y, do conjunto de todos os pontos (x, y) tais que x2 ≤ y ≤ 4, x ≥ 0.

Resposta

64
Pelo método das cascas, o volume do sólido que queremos encontrar será dado por

2 2 2
x4
Z Z 
2 3
V = xx dx = x dx = = 4.
0 0 4 0

(Note que os limites de integração da integral estão no intervalo da variável x, e quando


y = 4 significa que o x = 2.)

3. Calcule o volume do sólido gerado pela rotação em torno da reta y = 2, da região limitada por
y = 1 − x2 , x = −2, x = 2 e y = 2.

Resposta

Inicialmente, observe a figura abaixo, construída a partir das curvas dadas.

65
Ao rotacionarmos em torno da reta y = 2 vamos encontrar o sólido representado na
figura abaixo

É sabido que para o caso do eixo de rotação ser uma reta y = L, o volume do sólido
será dado por

Z b 2
V = L − f (x) dx.
a

Assim, como nosso eixo de rotação é a reta y = 2, temos

2 2 2
x3 x5
Z Z  
h
2
i2
2 4
 432
V = 2−(1−x ) dx = 1 + 2x + x dx = x + 2 + = u.v
−2 −2 3 5 −2 5

Observe que poderíamos ter feito a integral de 0 a 2 e depois multiplicado por 2.

66
Capítulo 3

Funções vetoriais

3.1 Funções de várias variáveis


1. Determine e esboce graficamente o domínio da função z = f (x, y) dadas abaixo:

y2
a. z = ln (1 − 4x2 − );
9
b. z = 4x2 + y 2 + z 2 = 1; z ≤ 0.

Resposta

a. Observe que o domínio da função será dado pela restrição da função logarítmica, que
para que esteja bem definida é necessário que o logaritmando seja maior que zero, logo

y2 y2
1 − 4x2 − > 0 ⇒ 4x2 + <1
9 9

67
Geometricamente podemos esboçar como segue

Assim, o domínio da função é dado por

y2
 
2
Df = (x, y)  R ; 4x + <1
9

b. O domínio é dado pela restrição da função

p
4x2 + y 2 + z 2 = 1 ⇒ z = 1 − 4x2 − y 2

Observe que estamos trabalhando com uma raiz de índice par,neste caso uma raiz
quadrada. Sendo assim, dentro da raiz teremos que ter um número maior ou igual que
zero, isto é,

1 − 4x2 − y 2 ≥ 0 ⇒ 4x2 + y 2 ≤ 1

68
Geometricamente, temos:

Portanto, o domínio da função é dado por

Df = (x, y)  R ; 4x2 + y 2 ≤ 1


2. Esboce as curvas de nível da função z = f (x, y), e tente fazer um esboço do gráfico da função.

a. z = x2 + y 2 ;
p
b. z = x2 + y 2 ;

c. z = x + y;

d. z = x + y 2 ;

Resposta

Para cada caso, utilizamos o software geogebra. Seguem as curvas de níveis das funções e o esboço
do gráfico para cada item.

69
a. As curvas de nível e o gráfico abaixo podem ser obtidos em
https://www.geogebra.org/m/zq5ujrbm

b. As curvas de nível e o gráfico abaixo podem ser obtidos em


https://www.geogebra.org/m/pzfvjwrj

70
c. As curvas de nível e o gráfico abaixo podem ser obtidos em
https://www.geogebra.org/m/syjuufzk

d. As curvas de nível e o gráfico abaixo podem ser obtidos em


https://www.geogebra.org/m/d7qazdrm

3. Identifique e esboce a curva de nível da função z = 2y − 4x3 que passa pelo ponto P (1, 2).

Resposta

71
Observe a imagem a seguir, disponível em https://www.geogebra.org/m/hzvfcqyx

4. Identifique as superfícies de nível da função w = x2 + y 2 + z 2 nos níveis 0, 1 e 2.

Resposta

Para o nível "0" encontraremos a superfície de nível dada por

x2 + y 2 + z 2 = 0,

que representará um ponto ( a origem do sistema).

Para o nível "1", a superfície de nível será uma esfera de centro na origem e raio 1,
representada pela equação

x2 + y 2 + z 2 = 1.


E por fim, para o nível "2", teremos uma esfera, novamente na origem, de raio 2 dada
pela equação

72
x2 + y 2 + z 2 = 2.

Assim, as superfícies de níveis estão representadas na figura abaixo

5. Dada a função f (x, y) = x2 − y 2 , determine:

a. O domínio da função;

b. A imagem da função;

c. Descreva as curvas de nível da função.

Resposta

Queremos determinar o domínio, a imagem e as curvas de níveis para a função f (x, y) = x2 − y 2

a. O domínio é dado por D(f ) ∈ R

73
b. O conjunto imagem é dado por D(f ) ∈ R

c. As curvas de nível estão representadas na figura abaixo, que encontra-se em


https://www.geogebra.org/m/tedqw6a8

p
6. Considere a função f (x, y) = x + y 2 − 3.

a. Esboce as curvas de nível de f nos níveis c = 0, c = 1 e c = 3;

b. Quantas curvas de nível de f passam pelo ponto (3, −1)?

Resposta

74
a. Pela definição de uma curva de nível,temos as curvas representadas abaixo,
disponível em https://www.geogebra.org/m/pdxuxjd5


b. Note que para x = 3 e y = −1, encontraremos f (x, y) = 1, e como estamos
trabalhando com uma função, a mesma não pode assumir dois valores para a imagem,
logo existirá apenas uma curva de nível no ponto (3, −1).

7. Uma placa fina de metal, localizada no plano xy, tem temperatura T (x, y) no ponto(x, y). As
curvas de nível de T são chamadas isotérmicas porque todos os pontos em uma isotérmica têm a
mesma temperatura. Faça o esboço de algumas isotérmicas se a função temperatura for dada por

100
T (x, y) = .
1 + x2 + 2y 2

Resposta

75
As isotérmicas podem ser representadas pela figura abaixo, disponível em
https://www.geogebra.org/m/y23sby4k

76
Capítulo 4

Limite e continuidade

4.1 Limite e continuidade de funções de várias variáveis


1. Para as funções abaixo, mostre que z = f (x, y) não possui limite quando (x, y) → (0, 0).

x+y
a. z = ;
x2 + y 2
x
b. z = 2 ;
x + y2
|x|
c. z = ;
x − y3
xy
d. z = 2 ;
2x + 3y 2

Resposta

Queremos mostrar que a função f (x, y) não possui limite na origem. Para isso, tomaremos
caminhos distintos e tentaremos chegar a valores distintos para os limites, implicando que o limite
não existe.

a. Tomando C1 o caminho (função real contínua) tal que x = −y e y → 0 temos

x+y −y + y 0
lim 2 2
= lim 2 2
= lim 2 = 0
C1 x +y y→0 y + y y→0 2y

Agora, tomando um caminho C2 tal que x → 0 e y = 0, temos

x+y x
lim 2 2
= lim 2 = +∞
C2 x +y x→0 x

77
Portanto, o limite não existe na origem da função f (x, y).

b. Seja o caminho C1 tal que x = y e y → 0 e C2 o caminho tal que x = 0 e y → 0.


Resolvendo o limite utilizando o caminho C2 encontraremos 0, enquanto se utilizarmos
o caminho C1 encontraremos ∞, que claramente não existe.

c. Note que estamos trabalhando com uma função que no numerador possui um
módulo, e assim a primeira coisa que deveríamos fazer é "retirar"o módulo, isto é,

 x
 , se x > 0
x − y3

|x| 
=
x − y3 
 −x , se x < 0

x − y3
Estudaremos casos em que x > 0 (é análogo para o caso em que x < 0). Seja o
caminho C1 de tal maneira que nele x = 0 e y → 0. Logo teríamos

x 0
lim 3
= lim = 0.
C1 x−y y→0 −y 3

Por outro lado, tomando C2 como sendo o caminho tal que x → 0 e y = 0, temos

x
lim = 1.
C2 x

Logo, o limite não existe.

d. Considere o caminho C1 tal que x = y e y → 0 e C2 o caminho em que x → 0 e


y = 0. Claramente, pelo caminho C1 , teremos

y2 1
lim = ,
C1 5y 2 5

78
e pelo caminho C2 ,
0
lim = 0.
C2 2y 2

x2 + y 2 − z 2
2. Verifique se a função f (x, y, z) = possui limite na origem.
x2 + y 2 + z 2
Resposta

Observe que se tomarmos qualquer caminho onde z = 0, teremos que o valor do limite
encontrado será igual a 1. Agora, tomemos o caminho C2 tal que x = 0, y = 0 e z → 0.
Logo, teríamos
−z 2
lim = lim(−1) = −1.
C2 z2 C2

Portanto, não existe o limite da função no ponto pedido.

3. Para mostrar que o limite de uma dada função existe podemos utilizar uma substituição em
coordenadas polares, isto é,

x = r cos θ
y = r sen θ

Aqui dizemos que (r, θ) são as coordenadas polares para o ponto (x, y). Utilizando este recurso,
mostre que
xy
lim = 0.
(x,y)→(0,0) y − x3

Resposta

Observe que se tentarmos encontrar o valor do limite da função na origem por caminhos
sempre vamos encontrar um mesmo valor, o que não nos diz nada de conclusivo sobre
o limite da função. Vamos então aplicar a substituição em coordenadas polares.

Seja x = r cos θ e y = r sen θ. Assim, a função, em coordenadas polares, seria

79
r cos θ r sen θ
f (r, θ) = .
r sen θ − r3 cos3 θ

Colocando r2 em evidência no numerador e r no denominador, temos

cos θ sen θ
f (r, θ) = .
sen θ − r2 cos3 θ

Observe que se (x, y) → (0, 0), então r → 0, e assim

cos θ sen θ
lim = 0.
r→0 sen θ − r2 cos3 θ

2 3x4 y 4
4. Considere a função f : R − {(0, 0)} → R definida por f (x, y) = 4 . Calcule os limites
(x + y 2 )3
de f (x, y) :

a. Ao longo do caminho eixo x;

b. Ao longo da reta x = y;

c. Ao longo da curva y = x2 ;

Resposta
3x4 y 4
Considerando a função f (x, y) = , vamos analisar o valor do limite por diferentes
(x4 + y 2 )3
caminhos.

a. Ao longo eixo x temos o seguinte caminho,


x → 0 3x4 04 0
Cb : ⇒ lim 4 = lim 12 = 0
y = 0 x→0 (x + 02 )3 x→0 x

80
b. Ao longo do caminho y = x, temos


x → 0 3x4 x4
Cc : ⇒ lim
y = x x→0 (x4 + x2 )3

3x4 x4
= lim
x→0 (x4 + x2 )3
3x8
= lim
x→0 (x2 )3 (x2 + 1)3
3x8
= lim 6 2
x→0 x (x + 1)3

3x2
= lim =0
x→0 (x2 + 1)3

c. Ao longo do caminho y = x2 , temos


x → 0 3x4 (x2 )4
Cd : ⇒ lim
y = x 2 x→0 (x4 + (x2 )2 )3

3x12 3x12 3
= lim = lim =
x→0 (2x4 )3 x→0 8x12 8

5. É correto afirmar que a função é contínua?

p
a. f (x, y) = 25 − x2 − y 2 em P0 (−3, 4);
xy
b. f (x, y) = , se y 6= 2x e f (x, y) = 1 se y = 2x em P0 = (1, 2).
y − 2x

Resposta

É necessário lembrar que uma função f (x, y) é dita contínua em um ponto (x0 , y0 ) ∈ Df se existe

81
o limite lim f (x, y) e além disso o valor do limite coincide com a função aplicada no ponto
(x,y)→(x0 ,y0 )
(x0 , y0 ), isto é, lim f (x, y) = f (x0 , y0 )
(x,y)→(x0 ,y0 )

p
a. Para a função f (x, y) = 25 − x2 − y 2 , temos que a imagem da função no ponto
P0 (−3, 4) é

p
f (Po ) = f (−3, 4) = 25 − (−3)2 − (4)2 = 0

e o limite, aplicando uma substituição simples, é dado por :

p
lim 25 − x2 − y 2 = 0
(x,y)→(−3,4)

Assim,

lim f (x, y) = f (−3, 4) = 0


(x,y)→(−3,4)

Logo, a função é contínua

xy
b. Para discutir a continuidade da função f (x, y) = , o primeiro passo é verificar
y − 2x
se o ponto P0 (1, 2) pertence ao domínio da função e depois precisamos achar o limite da
função no ponto. Claramente o ponto (1, 2) não pertence ao domínio da função, logo já
podemos afirmar que a função não é contínua neste ponto. Se por acaso não tivéssemos
atentado para esta informação e fôssemos direto ao cálculo do limite

xy
lim
(x,y)→(1,2) y − 2x

Pelo caminho


x → 1
C:
y = 2

82
Teríamos,

2x x
lim = lim
x→1 2 − 2x x→1 1 − x

Que não existe limite. Logo, concluímos que a função não é contínua no P0 .

83
Capítulo 5

Derivadas parciais

5.1 Derivadas Parciais


1. Calcule as derivadas parciais zx , zy , zxx , zyy e zyx das funções z = f (x, y) dadas abaixo:

a. f (x, y) = 3x2 + y 3 ;
y
b. f (x, y) = arctan ;
x
2 +y 2
c. f (x, y) = xy ex ;

d. f (x, y) = sen (xy) + log(x2 y);


p
e. f (x, y) = x2 + y 2 + 1.

Resposta

Para cada item é necessário calcular zx , zy , zxx , zyy e zyx .

a. Sendo z = 3x2 + y 3 , temos:

zx = 6x

zy = 3y 2

zxx = 6

zyy = 6y

zyx = 0

84
x
b. Sendo z = arctan ,
y

y
zx =
x2 + y2
x
zy = −
x2 + y2
2xy
zxx = −
(x2 + y 2 )2
2xy
zyy =
(x2 + y 2 )2
−(x2 + y 2 ) + x · 2x x2 − y 2
zyx = =
(x2 + y 2 )2 (x2 + y 2 )2

2 +y 2
c. Sendo z = xy ex , temos:

2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2
zx = y · ex + xy · ex · 2x = y · (ex + 2ex x2 )
2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2
zy = x · ex + xy · ex · 2y = x · (ex + 2ex y2)
2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2
zxx = 2xy · ex + 4xy · ex + 2x2 y · 2x · ex = y(6xex + 4x3 ex )
2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2
zyy = 2xy · ex + 4xy · ex + 4xy 3 · ex = x(4y 3 ex + 6yex )
2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2 2 +y 2
zyx = ex + 2y 2 · ex + 2x2 · ex + 4x2 y 2 · ex

d. Sendo z = sen (xy) + log(x2 y), temos:

85
1 1 2
zx = y cos xy + · (2xy) = y cos xy +
ln 10 x2 y x ln 10
1
zy = x cos xy +
y ln 10
2
zxx = −y 2 sen xy −
x2
ln 10
1
zyy = −x2 sen (xy) − 2
y ln 10

zyx = cos xy − xy sen (xy)

p
e. Sendo z = 1 + x2 + y 2 , temos:

x
zx = p
1 + x2 + y 2
y
zy = p
1 + x2 + y 2
" #
2
1 p x
zxx = 1 + x2 + y 2 − p
(1 + x2 + y 2 ) 1 + x2 + y 2
1 + y2
= p
(1 + x2 + y 2 ) 1 + x2 + y 2
" #
2
1 p y
zyy = 1 + x2 + y 2 − p
(1 + x2 + y 2 ) 1 + x2 + y 2
1 + x2
= p
(1 + x2 + y 2 ) 1 + x2 + y 2
xy
zyx = − 5
(1 + x2 + y 2 ) 2

2. Considere a função f (x, y) abaixo e calcule as derivadas indicadas.

86
 
xy x
a. f (x, y) = e · sec ; fy (0, 1)
y
p
b. f (x, y) = x2 + y 2 ; fxy (1, 0), fyx (1, 0)
 
x
c. f (x, y) = xy ln ; fy (1, 1).
y

Resposta

 
xxy
a. Para a função f (x, y) = e sec , calculando a derivada parcial com relação à
y
variável y, temos

    0
xy 0x xy x
fy = (e ) sec +e sec
y y

     
xy x x xy x x
fy = x e sec − 2 e sec tg
y y y y

E assim, aplicando no ponto, temos

     
0 0 0 0 0 0
fy (0, 1) = 0 e sec − 2 e sec tg
1 1 1 1

fy (0, 1) = 0

p
b. Para a função f (x, y) = x2 + y 2 temos as derivadas parciais

x 1
fx = p =r
x2 + y 2 y2
1+
x2
e,

 
1 2y y
fxy = − r · =− r
y2 x2 y2
2 1+ x2 1+
x2 x2

87
Agora, aplicando no ponto (1, 0), temos

0
fxy (1, 0) = − r =0
02
12 1+ 2
1
Ainda com respeito a função f (x, y), calculando a derivada parcial em função de
y, temos

y 1
fy = p =s
x2 + y 2 x2
1+ 2
y

E aplicando a derivada parcial de segunda ordem em relação a x, temos

 
1 2x x
fyx = − s · =− s
x2 y2 x2
2 1+ y2 1+
y2 y2

Novamente aplicando no ponto, temos que

0
fyx (0, 1) = − r =0
02
12 1+ 2
1

c. Calculando a derivada parcial em função de y, temos

    0
0 x x
fy = (xy) ln + xy ln
y y

     
x 1 −x x
fy = x ln + xy   2
= x ln −x
y x y y
y

E aplicando no ponto

88
 
1
fy (1, 1) = 1 ln − 1 = −1
1

3. Considere a função f : R2 → R, dada por:

 2 2
 xy(x − y ) , se (x, y) 6= (0, 0)

f (x) = x2 + y 2
0, se (x, y) = (0, 0)

a. Mostre que fxy (x, y) 6= fyx (x, y);

b. É correto dizer que as funções fx e fy são contínuas na origem ?

Resposta

a. Considerando
 2 2

 xy(x − y ) , se (x, y) 6= (0, 0)
 
x 2 + y2
f (x) = ,
0, se (x, y) = (0, 0)

 

vamos calcular fxy e fyx .

Observe que

xy (x2 − y 2 ) y (x4 + 4x2 y 2 − y 4 )


 

fx = =
∂x x2 + y 2 (x2 + y 2 )2

E, aplicando a derivada parcial de 2º ordem com respeito à variável y,

∂2 xy (x2 − y 2 ) y (x4 + 4x2 y 2 − y 4 )


   

fxy = =
∂ y∂ x x2 + y 2 ∂y (x2 + y 2 )2

Temos que,


y x4 + 4x2 y 2 − y 4 = −5y 4 + 12x2 y 2 + x4

∂y

89
∂  2 2 
x + y2 = 4y x2 + y 2

∂y

Logo,

∂2 xy (x2 − y 2 ) −y 6 − 9y 4 x2 + 9y 2 x4 + x6
 
fxy = =
∂ y∂ x x2 + y 2 (x2 + y 2 )3

Agora, para o cálculo de fyx , observe que

xy (x2 − y 2 )
 

fy =
∂ y x2 + y 2

xy (x2 − y 2 ) x (−y 4 − 4x2 y 2 + x4 )


 

fy = =
∂ y x2 + y 2 (x2 + y 2 )2

Aplicando a derivada parcial com respeito a x,

∂2 xy (x2 − y 2 ) x (−y 4 − 4x2 y 2 + x4 )


   

fyx = =
∂ x∂ y x2 + y 2 ∂x (x2 + y 2 )2

Desenvolvendo,


x −y 4 − 4x2 y 2 + x4 = 5x4 − 12y 2 x2 − y 4

∂x

∂  2 2 
x + y2 = 4x x2 + y 2

∂x

Logo,

∂2 xy (x2 − y 2 ) x6 + 9x4 y 2 − 9x2 y 4 − y 6


 
fyx = =
∂ x∂ y x2 + y 2 (x2 + y 2 )3

Assim, teremos que

fyx (x, y) 6= fxy (x, y)

90
b. Para analisar a continuidade das funções fx e fy na origem, obserque que,

x (−y 4 − 4x2 y 2 + x4 )
fy =
(x2 + y 2 )2

e aplicando na origem,

x (−y 4 − 4x2 y 2 + x4 )
fy (0, 0) = lim =0
(x,y)→(0,0) (x2 + y 2 )2

O que significa que a função fx é contínua na origem.

Temos também que,

y (x4 + 4x2 y 2 − y 4 )
fx =
(x2 + y 2 )2

Aplicando na origem,

y (x4 + 4x2 y 2 − y 4 )
fx (0, 0) = lim =0
(x,y)→(0,0) (x2 + y 2 )2

Ou seja, fy também é contínua na origem.

xy 2
4. Mostre que a função z = satisfaz a equação diferencial xzx + yzy = z.
x2 + y 2
Resposta

xy 2
Queremos mostrar que a função z = satisfaz a equação diferencial xzx +yzy =
x2 + y 2
z. Sendo assim, vamos calcular inicialmente as derivadas parciais com relação a x e a
y, que nos dá
y 4 − x2 y 2
zx = ,
(x2 + y 2 )2
e

2yx3
zy = .
(x2 + y 2 )2

91
Agora, observe que

xy 4 − x3 y 2 2y 2 x3
xzx + yzy = +
(x2 + y 2 )2 (x2 + y 2 )2

Organizando os termos acima, colocando xy 2 em evidência, encontramos

y 2 − x2 + 2x2 xy 2
 
2
xzx + yzy = xy = =z
(x2 + y 2 )2 x2 + y 2

Portanto a função z = f (x, y) satisfaz a equação diferencial xzx + yzy = z.

5. Definimos o operador de Laplace, em R2 , por ∆ = ∂xx + ∂yy . Mostre que as funções u(x, y) =
y
arctan e u(x, y) = ex cos y satisfaz ∆u = 0.
x
Resposta

y
Para a função u(x, y) = arctan já calculamos as derivadas parciais de segunda
x
2xy −2xy
ordem no item 1-b, e tínhamos encontrado uxx = 2 2 2
e uyy = 2 .
(x + y ) (x + y 2 )2
E, claramente, uxx + uyy = 0, como queríamos mostrar.

De modo análogo, para u(x, y) = ex cos y, também obtemos que o operador de Laplace
é nulo, visto que

uxx = ex cos y e uyy = −ex cos y.

92
Capítulo 6

Funções diferenciáveis e aplicações

6.1 Funções diferenciáveis


1. Considere a função

 2
 3x y , se (x, y) 6= (0, 0)

f (x, y) = x2 + y 2
 0, se (x, y) = (0, 0)

Prove que:

a. f é contínua na origem;

b. As derivadas parciais fx e fy existem em todo R2 , mas não são contínuas em (0, 0);

c. f não é diferenciável na origem. Por que isso não contradiz o Lema fundamental?

Resposta
 2
 3x y , se (x, y) 6= (0, 0)

Considerando a função f (x, y) = x2 + y 2
 0, se (x, y) = (0, 0)

a. Para mostrar que f (x, y) é contínua na origem, inicialmente, observe que f (0, 0) =
0. E agora para (x, y) 6= (0, 0), temos que,

3x2 y
lim = 0 = f (0, 0) .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2

De fato, resolvendo por coordenadas polares

93
!
3 (r cos (θ))2 r sen (θ)
= lim
r→ 0 (r cos (θ))2 + (r sen (θ))2

3r2 cos2 (θ)r sen (θ) 3r3 cos2 (θ) sen (θ)
   
= lim = lim
(x,y)→(0,0) r2 cos2 (θ) + r2 sen 2 (θ) (x,y)→(0,0) r2 (cos2 (θ) + sen 2 (θ))

Agora, fazendo as simplificações e utilizando a relação fundamental da


trigonometria, temos

= lim 3r cos2 (θ) sen (θ) = 0



r→ 0

Logo, a função é contínua.

b. Para (x, y) = (0, 0) temos que fx = fy = 0. Agora, para (x, y) 6= (0, 0) encontramos

3x2 y 6xy (x2 + y 2 ) − 3yx2 2x 6xy 3


 

fx = = =
∂x x2 + y 2 (x2 + y 2 )2 (x2 + y 2 )2

Assim,

6xy 3

, se (x, y) 6= (0, 0)


fx = (x2 + y 2 )2

 0, se (x, y) = (0, 0)

Além disso, para (x, y) = (0, 0), temos que, fx (0, 0) = 0 e para (x, y) 6= (0, 0),

6xy 3
fx (0, 0) = lim
(x,y)→(0,0) (x2 + y 2 )2

E, resolvendo por caminhos, temos que, o limite ao longo de x = 0

6 · 0 · y3
 
lim = 0
y→0 (02 + y 2 )2

94
e, o limite ao longo de x = y

6 · y · y3
 
3
lim =
y→0 (y 2 + y 2 )2 2

Assim , podemos afirmar que o limite diverge. Logo, a fx não é contínua.

De modo análogo, encontramos que

 2 2 2
 3x (x − y ) , se (x, y) 6= (0, 0)

fy = (x2 + y 2 )2

 0, se (x, y) = (0, 0)

E, para (x, y) = (0, 0) temos fy (0, 0) = 0. E para (x, y) 6= (0, 0),

3x2 (x2 − y 2 )
fy (0, 0) = lim
(x,y)→(0,0) (x2 + y 2 )2

E, resolvendo por caminhos, temos que, o limite ao longo de y = 0,

3x2 (x2 − 02 )
 
lim =3
x→0 (x2 + 02 )2

e, o limite ao longo de x = y

3y 2 (y 2 − y 2 )
 
lim =0
y→0 (y 2 + y 2 )2

Assim , podemos afirmar que o limite diverge. Logo, a fy também não é contínua.

c. Como as funções as derivadas parciais não são contínuas na origem, pelo lema
fundamental a função não é diferenciável na origem, que está de acordo com a
afirmação. Logo, não contradiz o lema.

2. Verifique quais dos itens são verdadeiros ou falsos, justificando sua resposta em cada caso.

a. Se f é diferenciável em P0 , então as derivadas parciais fx e fy existem em P0 ;

95
b. Toda função diferenciável é contínua;

c. Toda função contínua é diferenciável;

d. Se z = f (x, y) tem derivadas parciais fx e fy no ponto P0 , então f é contínua em P0 ;

e. Se uma função z = f (x, y) tem derivadas parciais fx e fy contínuas, então f é diferenciável;

f. Toda função diferenciável possui derivadas parciais de primeira ordem contínuas;

g. Se as derivadas parciais fx e fy existem em P0 , então f é diferenciável em P0 .

Resposta

a. Verdadeiro.

b. Verdadeiro.

c. Falso. A função ser contínua não é condição suficiente para que a função seja
diferenciável. A contunuidade aliada a existência das derivadas parciais indicariam a
diferenciabilidade.

d. Verdadeiro. Se as derivadas parciais são contínuas, pelo lema fundamental, a função


é diferenciável. Logo, a função também é contínua.

e. Verdadeiro.

f. Verdadeiro.

96
g. Falso. As derivadas parciais, não somente precisa existir para ser diferenciável,
como também precisam ser contínuas no ponto em análise.

3. Mostre que a função é diferenciável, no domínio indicado, utilizando o Lema fundamental.

a. z = x2 y 4 ; D = R2 ;
xy
b. z = ; D = R2 − (0, 0)
x2 +y 2

Resposta

O lema fundamental nos diz que sendo f : X ⊂ R2 → R, P (a, b) ∈ X, X − aberto. Se f tem


derivadas parciais contínuas em P , então f é diferenciável em P .

a. Para a função z = x2 y 4 , de domínio R2 , a derivada parcial em relação a x, é dada


por


x2 y 4 = 2xy 4

zx =
∂x

A derivada parcial em relação a y, é dada por


x2 y 4 = 4x2 y 3

zy =
∂y

E note que fx e fy são funções contínuas em todo domínio, visto que são funções
polinomiais. Assim, como f tem derivadas parciais de primeira ordem contínuas em
todo o seu domínio, então, pelo lema fundamental, f é diferenciável em qualquer ponto
do R2 .

97
xy
b. Para a função z = ; com domínio D = R2 − (0, 0). A derivada parcial em
x2 + y2
relação a x, é dada por

y(x2 + y 2 ) − xy(2x) y 3 − x2 y
 
∂ xy
zx = = = zx = 2
∂x x2 + y 2 (x2 + y 2 )2 (x + y 2 )2

A derivada parcial em relação a y, é dada por

x(x2 + y 2 ) − xy(2y) x3 − xy 2
 
∂ xy
zy = = = zy =
∂y x + y2
2 (x2 + y 2 )2 (x2 + y 2 )2

Dado que as derivadas parciais são contínuas no seu domínio da função, então,
pelo fundamental, a função é diferenciável em qualquer ponto do seu domínio.

6.2 Derivada direcional e gradiente


1. Calcule a derivada direcional da função z = f (x, y) no ponto P0 , na direção indicada

a. z = x3 + 5x2 y, P0 (2, 1), na direção da reta y = x;

b. z = yexy , P0 (0, 0), na direção do vetor ~v = (4, 3),

Resposta

Queremos encontrar a derivada direcional das funções abaixo nos pontos e direções indicados.
Antes disso é preciso lembrar que a derivada direcional em um ponto (x0 , y0 ), na direção de um
vetor unitário ~u é dada por

D~u f (x0 , y0 ) = fx · a + fy · b,

98
onde fx e fy representam as derivadas parciais da função com respeito a x e y, respectivamente, e
a e b as coordenadas do vetor unitário.

Assim,

a. Para função z = x3 + 5x2 y temos

fx = 3x2 + 10 xy e fy = 5x2 .

Além disso, observe que o vetor ~u = (1, 1) é um vetor na direção da reta y = x,


porém não é unitário. Assim, precisamos encontrar um outro vetor na direção de ~u que
~u
seja unitário, e já sabemos que o vetor dado por ~v = cumpre tal condição.
|~u|
√ √
 
1 1
Logo, como ~u = 12 + 12 = 2, temos ~v = √ , √ .
2 2
Portanto,
1 1
D~v f (x, y) = (3x2 + 10xy) √ + (5x2 ) √ .
2 2

E, substituindo no ponto (2, 1),

52 √
D~v f (2, 1) = √ = 26 2.
2

 
4 3
b. Neste item, novamente, não temos um vetor unitário, mas o vetor ~v = , é um
√ 5 5
vetor unitário na direção do vetor ~u = (4, 3), já que |~u| = 25 = 5.

Assim, encontrando as derivadas parciais, temos

4 3
D~v f (x, y) = (y 2 exy ) + (exy + yxexy ) .
5 5

E substituindo no ponto (0, 0),

3
D~v f (0, 0) = .
5

99
2. Determine o vetor gradiente da função

a. f (x, y) = tg (x3 y + e2x y 3 )

b. f (x, y, z) = 2x2 + 2y 2 − xz

Resposta

Dada uma função f (x, y), sabemos que o vetor gradiente é dado por ∇f (x, y) =
(fx (x, y), fy (x, y)).

a. Para a função f (x, y) = tg (x3 y + e2x y 3 ) , as derivadas parciais com respeito a x e


y da função são dadas por:

fx (x, y) = (3x2 y + 2y 3 e2x ) · sec 2 (x3 y + e2x y 3 )

e
fy (x, y) = (x3 + 3y 2 e2x ) · sec 2 (x3 y + e2x y 3 ).

Portanto, o vetor gradiente é dado por:

∇f (x, y) = ((3x2 y + 2y 3 e2x ) · sec 2 (x3 y + e2x y 3 ), (x3 + 3y 2 e2x ) · sec 2 (x3 y + e2x y 3 )).

b. De modo análogo, para a função f (x, y, z) = 2x2 + 2y 2 − xz, o vetor gradiente será
dado por:

∇f (x, y) = (4x − z, 4y − x).

3. Calcule o valor máximo da derivada direcional da função w = f (x, y, z) = ex cos yz no ponto


P0 (1, 0, π).

Resposta

100
É sabido que o valor máximo da derivada direcional será atingido na direção do vetor
gradiente e será dado por |∇f |. Assim sendo, calculando o vetor gradiente da função
f (x, y, z) = ex cos (yz) encontramos

∇f (x, y, z) = (ex cos(yz), −zex sen (yz), −yex sen (yz)).

E substituindo no ponto P0 (1, 0, π),

∇f (1, 0, π) = (e, 0, 0)

Portanto, o valor máximo da derivada direcional será dado por |∇f (1, 0, π)| = e.

4. A profundidade P , em metros, em certo lago, que representamos no plano xy, é dada por
100
P (x, y) = 4 . Determine a direção que se deve tomar, a partir do ponto A = (1, 1), de
x + y4 + 2
modo que a profundidade tenha a maior taxa de crescimento

Resposta

A direção do vetor escolhido deverá ser tomada na direção do vetor gradiente da


função P (x, y). Sendo assim, calculando as derivadas parciais da função P (x, y) =
100
, com respeito a x e y, encontramos
x4 + y 4 + 2

1
∇P (x, y) = (−100, −100) ,
(x4 + y 4 + 2)2

e substituindo no ponto (1, 1), encontramos

1
∇P (1, 1) = (−100, −100).
16

101
6.3 Aplicações da derivada parcial: Máximos e mínimos
1. Seja f (x, y) = x2 + y 2 − 2x − 6y + 14 a função que representa um parabolóide. Determine o(s)
ponto(s) crítico(s) e o valor máximo/mínimo de f .

Resposta

Queremos encontrar os pontos críticos, caso existam, e classificar em pontos de máximo


ou mínimo, e ainda determinar os valores de máximo ou mínimo. Para isto é necessário
encontrar os pontos (x, y) tal que as derivadas parciais de primeira ordem sejam nulas.
Sendo assim, como

fx (x, y) = 2x − 2 e fy (x, y) = 2y − 6

o único ponto que satisfaz fx = 0 e fy = 0 é o ponto (1, 3), e este é nosso ponto crítico.

Agora iremos utilizar o teste da segunda derivada para classificá-lo em ponto de máximo
ou ponto de mínimo.

Observe que fxx = 2 e fyy = 2 e além disso,

fxx fxy
D= (6.1)
fxy fyy

é positivo. Logo, o ponto (1, 3) é um ponto de mínimo, pois fxx > 0.

Assim, o valor mínimo é dado por f (1, 3) = 12 + 32 − 2 · 1 − 6 · 3 + 14 = 4.

2. Determine os valores máximos e mínimos locais e os pontos de sela de f (x, y) = x4 +y 4 −4xy+1.

Resposta

102
Consideremos a função f (x, y) = x4 + y 4 − 4xy + 1 e observe o gráfico abaixo

Para determinar se existem pontos de máximos e mínimos ou pontos de sela é


necessário, inicialmente, determinar se existem pontos críticos e para isso precisamos
determinar as derivadas parciais da função.

Observe que fx (x, y) = 4x3 − 4y e fy (x, y) = 4y 3 − 4x, e queremos os pontos (x, y)


tal que fx (x, y) = 0 = fy (x, y), que nos dará os pontos (0, 0), (1, 1) e (−1, −1).

Agora utilizaremos o teste da segunda derivada para classificar os pontos críticos acima.

Temos
fxx (x, y) = 12x2 , fyy (x, y) = 12y 2 e fxy = 4.

Para o ponto crítico (0, 0), temos fxx (0, 0) = 0 = fyy (0, 0). Assim,

0 4
D= <0 (6.2)
4 0

implicando que (0, 0) é um ponto de sela.

Para o ponto (1, 1), temos fxx (1, 1) = 12 = fyy (1, 1). Logo,

103
12 4
D= >0 (6.3)
4 12

e (1, 1) é um ponto de mínimo.

De modo análogo, para o ponto (−1, −1), teremos D > 0, e portanto o ponto (−1, −1)
é um ponto de mínimo.

E assim, aplicando a função nos pontos de mínimo (1, 1) e (−1, −1) encontraremos
os valores de mínimo f (1, 1) = f (−1, −1) = −1, como já haviámos antecipado no
gráfico acima.

3. Encontre e classifique os pontos críticos, caso existam, da função z = f (x, y) dada nos itens
abaixo:

a. f (x, y) = xy

b. f (x, y) = x2 − xy + y 2
p
c. f (x, y) = x2 + y 2

Resposta

Assim como foi feito na questão anterior, é necessário seguir os passos:

1º passo: Determinar os pontos críticos,


2º passo: Classificar os pontos críticos utilizando o teste da segunda derivada.

a. Note que fx = y, fy = x, e assim o único ponto crítico será o ponto (0, 0). Agora,
analisando
fxx fxy
D= (6.4)
fxy fyy

onde fxx = 0, fyy = 0 e fxy = 1, encontramos D = −1 e assim o ponto (0, 0) é um


ponto de sela.

104
b. Para a função f (x, y) = x2 − xy + y 2 encontramos fx = 2x − y, fy = 2y − x, e
assim o único ponto crítico será o ponto (0, 0). Agora, analisando

fxx fxy
D= (6.5)
fxy fyy

onde fxx = 2, fyy = 2 e fxy = −1, encontramos D = 3 > 0 e como fxx > 0, o ponto
(0, 0) é um ponto de mínimo local.

x y
c. Note que fx = p , fy = p , para todo (x, y) 6= (0, 0) mas no ponto
x2 + y 2 x2 + y 2
(0, 0) não existe as derivadas parciais. Logo, o único ponto crítico será o ponto (0, 0), e
este não será nem ponto de máximo e nem ponto de mínimo.

6.4 Aplicações da derivada parcial: Multiplicadores de Lagrange


1. Uma caixa retangular sem tampa deve ser feita com 12 m2 de papelão. Determine o volume
máximo dessa caixa.

Passos:

a. Expresse o volume e área;

b. Construa a função w = f (x, y, z);

c. Calcule as derivadas parciais do volume em relação as variáveis x e y;

d. Encontre as dimensões de x, y e z que provoca o volume máximo.

Resposta

105
Considere uma caixa retangular de comprimento x, largura y e altura z.

a. O volume será dado por

V (x, y, z) = x · y · z

b. A área da caixa retangular, sem tampa, será dada por

A(x, y, z) = x · y + 2y · z + 2x · z

c. Estamos interessados em determinar o volume máximo da caixa, sendo assim a


função

V = f (x, y, z) = x · y · z.

d. O vetor gradiente de V é dado por

∇V = (yz, xz, xy)

e. De acordo com o método multiplicadores de Lagrange, para determinar pontos de


máximo/mínimo deveremos encontrar a função em questão, no nosso caso V (x, y, z) =
x · y · z, e a função restrição, aqui dada por A(x, y, z) = x · y + 2y · z + 2x · z = 12, e
deverá ser possível encontrar λ ∈ R tal que satisfaça a equação

∇V = λ∇A

Assim, reunindo os dados encontrados nos itens anteriores, temos:

(y · z, x · z, x · y) = λ(y + 2z, x + 2z, 2y + 2x)

O que nos dá o sistema

106



 y · z = λ(y + 2z), (I)


x · z = λ(x + 2z), (II)




 x · y = λ(2y + 2x), (III)


x · y + 2y · z + 2x · z = 12 (IV )

Agora, multiplicando a primeira, segunda e terceira equações do sistema acima por x,


y e z, respectivamente, vamos obter

x = y,

fazendo I = II, já que λ necessariamente deverá ser diferente de zero.

E, de II = III

1
z= x.
2

Logo, substituindo na equação IV :

1
A(x, x, x) = 12,
2

encontramos

x= 4 = 2.

Portanto, as dimensões da caixa que provocam o volume máximo será o terno ordenado
(2, 2, 1).

Note que a questão poderia ser resolvida de outra forma.

2. Com o auxílio do método dos Multiplicadores de Lagrange, resolva o seguinte problema na


restrição dada:

a. z = 3x + 4y; x2 + y 2 = 1;

b. f (x, y) = x2 + 2y 2 ; 3x + y = 1

107
Resposta

a. Para a utilização do método multiplicadores de Lagrange, queremos encontrar λ ∈ R


tal que satisfaça a equação
∇f = λ∇g,

onde f (x, y) = 3x + 4y e g(x, y) = x2 + y 2 = 1.

Assim, calculando ∇f e ∇g, temos:

(3, 4) = λ(2x, 2y),

o que nos dará as equações

3 = 2λx e 4 = 2λy

Agora, resolvendo o sistema com essas equações iremos encontrar

4
y=
3

Portanto, substituindo na função restrição,

16 2 3
x2 + x =1 → x= .
9 5
 
3 4
Assim, temos o ponto , .
5 5

b. De modo análogo, para a função f (x, y) = x2 +2y 2 e restrição g(x, y) = 3x+y = 1,


temos

∇f = (2x, 4y) e ∇g = (3, 1)

O que nos dá o sistema

108



 2x = 3λ, (I)

4y = λ, (II)



3x + y = 1, (III)

Multiplicando a primeira equação por 2y e a segunda por x, e igualando a primeira


equação com a segunda obtemos λ = 0 ou x = 6y. Assim, se x = 6y, teremos

1
y=
19

e aplicando na restrição,
6
x= .
19
 
6 1
Portanto, o ponto procurado é , .
19 19

3. Determine o valor máximo e o valor mínimo, com o auxílio do método multiplicadores de


Lagrange da função f (x, y, z) = 2x + 6y + 10z na restrição x2 + y 2 + z 2 = 35.

Resposta

Sendo a função f (x, y, z) = 2x + 6y + 10z e a restrição g(x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 = 35,


encontramos
∇f (x, y, z) = (2, 6, 10)

e
∇g(x, y, z) = (2x, 2y, 2z).

Sendo assim,




 2yz = 2λxyz, (I)

6xz = 2λxyz, (II)



10xy = 2λxyz, (III)

Da igualdade I = II, encontramos y = 3x, e de II = III, temos z = 5x.

109
Agora, substituindo na restrição encontraremos x = 1 ou x = −1, o que nos dá os
pontos
(1, 3, 5) e (−1, −3, −5).

Como estamos procurando valores máximos e valores mínimos é necessário aplicar tais
pontos nas função f (x, y, z), gerando como valor máximo 70 e valor mínimo −70.

110
Referências Bibliográficas

[1] Disciplinas de Matemática. UNICAMP. Disponível em: <https://cursos.ime.unicamp.br/>.

[2] FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo A. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2006.

[3] FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. Cálculo B. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2007.

[4] GUIDORIZZI, H.L. Um curso de cálculo, v1 e v2. 2°ed. São Paulo.

[5] LTC. STEWART, J. Cálculo, v1 e v2. São Paulo. Thomson Learning

111
Cálculo
DIFERENCIAL E INTEGRAL II

Escrito para ser usado como um material


complementar para a disciplina de Cálculo
Diferencial e Integral II, o material foi
idealizado para abranger questões e
soluções de todos os tópicos da disciplina,
podendo o leitor acompanhar cada etapa
da resolução das questões.
Esperamos que as dificuldades que
surgirem na disciplina possam ser
atenuadas e que o leitor possa aproveitar a
leitura do material de forma satisfatória,
proporcionando uma melhor aprendizagem
acerca dos conteúdos.

Isbn: 978-65-88648-44-5

Você também pode gostar